Atitude Impiedosa do Homem Prejudica Animais
Atitude Impiedosa do Homem Prejudica Animais
Folha Espírita 10/1991
Chico Xavier, a Doutrina dos Espíritos esclarece com muita propriedade a questão da Lei de causa e efeito, de ação e reação, que preside à organização do universo. Ela também nos indica o Livre Arbítrio como atributo fundamenta da personalidade humana,pelo qual o ser humano tem a faculdade de optar livremente pelo caminho que deseja seguir, recebendo contudo, em contrapartida, o resultado inexorável de suas decisões boas ou más. Assim se conclui que a plantação è livre aos seres humanos, mas a colheita lhes é obrigatória. Assim se explicam todas as provações e resgates, doenças e deformidades físicas e mentais por que sofrem a maioria dos homens na Terra, como sendo o seu Karma ou resgate de delitos passados. Muito bem! Também nos ensina a Doutrina Espírita que os animais não gozam desta faculdade do livre arbítrio, por não possuírem ainda o pensamento contínuo. Assim sendo, como devemos encarar a questão da existência de deformidades congênitas no seio dos animais. Por que nascem animais cegos ou deformados, se eles não tem o livre arbítrio?
Chico Xavier: Nossos Benfeitores Espirituais nos esclarecem que é preciso que todos nós consideremos que os animais diversos, a nos rodearem a existência de seres humanos em evolução no planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmos o próprio princípio inteligente. Se nós, seres humanos já alcançamos os domínios da inteligência, desenvolvendo agora as potencias intuitivas, eles, os animais, estão aperfeiçoando paulatinamente seus instintos na busca da inteligência. Da mesma maneira que nós humanos aspiramos alcançar algum dia a angelitude na vida maior, personificada em nosso Mestre e Senhor Jesus, eles, os animais, aspiram ser no futuro distante homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e mais experimentados dos animais. Ora, nós já sabemos que a Lei Divina institui a solidariedade entre os seres, e por isso, podemos facilmente concluir que a nós, seres humanos, Deus outorgou a condução e a proteção de nossos irmãos mais novos, os animais. E o que é que nós estamos fazendo com esta responsabilidade santa de proteger e guiar o reino animal? Como é que esta humanidade terrestre tem agido em relação aos animais, nos inúmeros séculos de nossa historia?
Por ventura nós, os homens, não temos nos convertido em algozes impiedosos dos animais ao invés de seus protetores fieis? Quem ignora que a vaca sofre imensamente a caminho do matadouro? Quem desconhece que minutos antes do golpe fatal os bovinos deramam lagrimas de angustia? Não temos treinado determinadas raças de cães exaustivamente para o morticínio e o ataque? Que dizermos das caçadas impiedosas de aves e animais silvestre, unicamente por prazer esportivo? Que dizemos das devastações inconsequentes ao meio ambiente? Tudo isto se resume em graves responsabilidades para os seres humanos! A angustia, o medo e o ódio que provocamos nos animais lhes altera o equilíbrio natural de seus princípios espirituais, determinando ajustamento em posteriores existências, a se configurarem por deformidade congênitas. A responsabilidade maior recairá sempre nos desvios de nos mesmos, os seres humanos, que não soubermos guiar os animais á senda do amor e do progresso, segundo a vontade de Deus.
Agora vejamos, se determinado cão é treinado para o ataque e a morte com requintes de crueldade, se ele é programado para o mal, pode ocorre que em determinado momento de superexitação, este mesmo cão treinado para atacar os estranhos, ataque as crianças de sua própria casa ou próprios donos. Aí teremos um desajuste induzido pela irresponsabilidade humana. Ora, este mesmo cão aspira crescer espiritualmente para a inteligência e o livre arbítrio. Mas para isso ele precisará experimentar o sofrimento que lhe reajuste o campo emotivo, aprendendo a pouco e pouco a Lei de Ação e Reação. Assim, ele provavelmente renascerá com sérias inibições congênitas. A responsabilidade de tudo isto, no entanto, dever-se-á à maldade humana.