Perdão e autoperdão
Toda vez em que a culpa não emerge de maneira consciente, são liberados conflitos que a mascaram, levando a inquietações e sofrimentos sem aparente causa.
Todas as criaturas cometem erros de maior ou menor gravidade, alguns dos quais são arquivados no inconsciente, antes mesmo de passarem por uma análise
Penas temporais
Humberto de Campos, notável escritor brasileiro, desencarnado em 1934, descreve, sob o pseudônimo “Irmão X”, em obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002), lamentável episódio ocorrido, no ano 177 da Era Cristã, na cidade de Lyon, situada em antiga província romana da Gália, em que “mais
O homem de bem
Em seguida, recomenda: “Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado”. Continuando, afirma Kardec que o homem de bem “deposita fé em Deus, na sua bondade
Não somente de pão viverá o homem
O questionamento sobre o sentido
Mente Livre e Pacifica
Uma
Mensagem para os enfermos
Toda ação
Vencendo nossos medos R. R. 5/2005
Medo Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, por definição, medo é o sentimento de inquietação, de apreensão em face de um perigo real ou imaginário. A palavra medo relaciona-se também com receio, temor, horror, pavor, pânico. A propósito, vejamos como se expressou sobre o medo Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, há algum tempo muito discutido nos meios da psicanálise: “(…) o medo é um sentimento que nos inspira a possibilidade real de sermos afetados por um mal real, por um mal que conhecemos pela experiência.” Nós, espíritas, bem sabemos que além dos “males reais”, visíveis, tangíveis, existem os também reais, invisíveis, intangíveis, do que nos dá conta a obsessão… De início, se analisarmos desde quando o homem tem medo, certamente chegaríamos à idade da pedra lascada, com nossos ancestrais refugiando-se nos fundos das cavernas, ante os grandes perigos dos raios, dos trovões, dos furacões, dos vulcões, dos terremotos, dos maremotos, dos eclipses cósmicos, etc. Tais acontecimentos, hoje bem explicados, antanho eram tidos como sobrenaturais e determinados por deuses terríveis, vingativos. Holocaustos, oferendas e promessas começaram ali e pelo jeito ainda não aplacaram a cólera daqueles deuses… Vamos elencar algumas espécies de medo: Medos naturais São aqueles medos com os quais, praticamente, todos nascem: Medo do fogo, de grandes ruídos, de desequilíbrios, de morte e de mortos, do desconhecido… OBS: Dizer que todos nascem com medo da morte ou dos mortos remete, entre os ocidentais, à infância, quando ainda sem despertar de todo a razão, vêem os familiares com grandes sofrimentos em velórios e enterros de parentes ou amigos, com isso inculcando-instalando no subconsciente infantil que aquilo (a morte) é terrível… Medos amigos Os chamados “medos amigos” são aqueles ditados pela prudência e basicamente é por eles que os seres vivos mantêm sua integridade, como por exemplo: – o vegetal: procura a luz e a água, pelo que, de forma indireta, está evitando a sombra e a seca, regime no qual feneceria; – o animal: foge de um predador ou do combate no qual esteja em desvantagem, e não o faz por covardia, senão sim para continuar vivendo; – o homem: num gradiente que vai ao infinito, pois que a inteligência abre um leque de infinitas hastes de opções, sempre evitará a ação de conseqüências prejudiciais; por exemplo: não ultrapassar na curva, não brincar à beira do precipício, não riscar fósforos próximo a combustíveis, etc. Afirmamos, enfaticamente, que esses não são medos, senão sim, frutos da prudência, ditada pelo abençoado instinto de conservação, engendrado por Deus e que nasce com todas as criaturas.
Medos inimigos São os que causam prejuízos ao ser humano, não por alguma ação, mas justamente ao contrário, pela inação, como por exemplo: – medo de mudanças: é um arquiinimigo de toda a Humanidade; num ambiente de trabalho ou de reuniões, por exemplo, medo de mudar de lugar: pessoas, objetos, móveis… – medo de enfrentar desafios da vida, tais como assumir responsabilidades (sejam familiares, profissionais ou sociais). Medos irracionais São aqueles sentimentos que bloqueiam o raciocínio e se edificam sob bases que contrariam o bom senso, como por exemplo: – “medo de ir ao dentista”. Medos reais Situam-se entre as inquietações que se seguem após traumas, como por exemplo: – assalto: alguém é assaltado e passa a ter receio de voltar a ser vítima; como defesa deixa de sair de casa, até quase que enclausurar-se por completo; o correto seria continuar normalmente saindo, mas com cuidado redobrado; e se voltar a ser assaltado, com certeza já terá muito mais equilíbrio para proceder sem riscos; – falar em público: alguém diz algo para algumas pessoas e é ridicularizado… aí implanta-se tal medo; mas, se a pessoa treinar, nem que seja em frente ao espelho, e depois diante da família, verá que aos poucos dominará essa técnica, não sendo necessário ser um brilhante orador, mas sim alguém que fala com clareza; – infecção: sempre lavar as mãos é excelente tal cuidado; só haverá problema se houver exagero… – andar de avião: de fato, desastres aéreos ocorrem, mas o avião é dezenas, ou centenas de vezes mais seguro do que automóveis… OBS: Geralmente, esses medos transformam-se em manias, daí em fobias, depois em neuroses, podendo evoluir para psicoses… Medos imaginários Falsos sentimentos, pois ainda não aconteceram, mas já vivem na mente, como se reais fossem. Considerando que o homem formula pensamentos, cuja fixação os converte em “realidade” mental, surge aqui – apenas entre nós, homens –, o medo imaginário, isto é, temor de algo que ainda não aconteceu. Esse é o mais prejudicial dos medos, pois o medo real, muitas vezes tem raízes no passado, a expressar-se no presente. Agora: como ter medo de algo que ainda não aconteceu? Exemplos: – um estudante (ou muito magro, ou de pouca estatura, ou de óculos, ou algo obeso) traz em estado latente o receio de não ser aceito e com isso evita enturmar-se; – um jovem que sofre, antecipadamente, a angústia de não arranjar namorada; – medo de terroristas: o nível de medo pode atingir a fase do pavor, muito comum nas pessoas que sofrem a “síndrome do pânico”. OBS: Síndrome do pânico: a expressão é originária de Pan, deus grego, tocador de flauta, que aterrorizava os camponeses com seus chifres e pés de eqüinos; os pacientes que apresentam essa síndrome sofrem intensamente, com graves sintomas, que vão da angústia a palpitações, sudoreses, tremores, falta de ar, náuseas, medo da loucura e medo extremo com sensação de morte. Nos Estados Unidos, o trauma pós 11 de Setembro de 2001 (derrubada das “torres gêmeas”, por terroristas) levou até mesmo a propaganda a colocar máscara contra gases na famosa boneca “Barbie”… Fobias A fobia é acompanhada de um medo exagerado e persistente (mórbido) que não tem limites em relação às causas que o produzem. O fóbico sofre terrivelmente. O exército de medos, nesse patamar, é quase ilimitado. Pela Psicanálise temos que a maioria das fobias, na verdade, mascaram um perigo simbólico, cujo objeto exato se esconde nas fímbrias do subconsciente, que muitas vezes, como defesa subjetiva, deriva um fato real para um perigo imaginário. Como exemplo, podemos citar o caso de Hans, uma criança que foi psicanalisada por Freud, e que tinha “pavor” de cavalos, aos quais, paradoxalmente, admirava… Em suas pesquisas, o grande mestre austríaco percebeu que, para Hans, o cavalo (animal forte) era uma representação simbólica do pai, que vivia ameaçando-o de castração. Vamos citar algumas fobias: – claustrofobia: é a mais citada de todas as fobias e refere-se ao medo de lugares fechados: [pela teoria junguiana – Carl Gustav Jung (1875-1961), notável psiquiatra suíço –, esse medo está relacionado ao nascimento – o ser precisa deixar o conforto e atravessar um túnel estreito, rumo ao desconhecido…]; também se manifesta junto a multidões; – nosofobia: o medo de adoecer, o que leva o fóbico a se julgar doente; começa pelo medo de in-fectar-se por micróbios e por isso até não dá a mão nos cumprimentos… Essa fobia conduz rapidamente à hipocondria (busca obcecada de tratamento para doenças inexistentes); – agorafobia: medo de espaços abertos e amplos (medo de deslocar-se sem ajuda); (meditando sobre essa fobia, bem podemos calcular a coragem de Cristóvão Colombo…); – altofobia: medo das alturas; – antropofobia: medo de enfrentar a sociedade, levando o indivíduo a trágicas solidões; – gerontofobia: medo de envelhecer… e até do convívio com pessoas idosas; – necrofobia: medo da morte e até dos mortos; – obesofobia: medo de engordar (fobia muito cultivada pelas jovens modelos de modas); quase sempre leva à anorexia (perda do apetite), que é porta aberta ao comprometimento do sistema orgânico de defesa auto-imune; – talassofobia: medo das águas, rios, etc. VENCENDO OS MEDOS Auto-análise Todos nós, sem exceção, temos medos… Disso, de alguma forma, sempre resultam grandes ou pequenos desconfortos. Assim, impõe-se que idealizemos uma “administração” dos nossos medos. Em primeiro lugar, nada melhor do que identificar e classificar o medo. Uma vez identificados e classificados os nossos medos, o trabalho agora é realizar um mapeamento da origem deles. Para começar, devemos ter como certeza que a Humanidade sempre se defrontou com o medo e poucos não foram os homens que se dedicaram a explicá-lo, primeiro para poderem entendê-lo, para em seguida eliminá-lo. Todos fracassaram, uma vez que o medo, enquanto sentimento de evitação do mal, é um instrumento de sobrevivência, sem exageros, de todos os seres vivos. Até porque há a classe de medo que é muito benéfica, como vimos. Dessa forma, o medo tanto pode ser, em potencial, um amigo quanto um grande inimigo. Se o perigo pode ser real ou imaginário, o medo também o será. Para um medo ser identificado necessário se torna compreender como ele se instalou, ou dizendo de outra forma, como é que ele “apareceu”: quando, como, porquê. Quase sempre o medo se disfarça, lançando mão de símbolos, num processo muito parecido com os sonhos, cuja interpretação é problemática, justamente pelo simbolismo com o qual a maioria se apresenta ao sonhador. É sob convicção que afirmamos que o medo pode e deve ser trabalhado para se tornar um incomparável instrumento de equilíbrio no nosso dia-a-dia. Em todos os medos, se a pessoa não conseguir dominá-los racionalmente (autolibertação), um bom caminho a seguir será procurar um aconselhamento: – na fé: em primeiro lugar, orações a Deus e ao Anjo Guardião! – na família: ouvindo a experiência dos pais e familiares mais íntimos; – na ajuda espiritual: outra via será procurar um orientador espiritual; de nossa parte, sugerimos visita a um Centro Espírita e um diálogo com alguém disposto a ouvir essa pessoa com tolerância e fraternidade, sugerindo caminhos evangelho-terápicos. OBS: Se a pessoa fizer questão, nada objeta o auxílio de um psicanalista. No Espiritismo A Doutrina dos Espíritos leciona que todos temos um extenso passado existencial, de multiplicadas existências, que espelham atualmente nosso painel mental de emoções e sentimentos, painel esse que se atualiza segundo a segundo. De posse de tão transcendental entendimento, ao espírita convicto será possível iniciar, por uma enérgica e sincera auto-reforma, um intenso e permanente tratamento, visando a libertar-se de seus medos, manias, fobias, neuroses e eventuais psicoses. Na questão 919 de O Livro dos Espíritos, o Espírito Santo Agostinho nos dá preciosa maneira de nos conhecermos a nós mesmos, através do
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Jesus: Terapeuta dos enfermos da Alma
Em 1978, uma psicóloga chamada Hanna Wolff (1910-2001), nascida na cidade de Essen, Alemanha, e que estudou Ciências Jurídicas e Sociais em Munique, Heidelberg e Berlim, Teologia em Tubingen, Psicologia Profunda em Zurique, na Suíça, tendo vivido mais de 20 anos na Índia, publicou um livro intitulado Jesus Psicoterapeuta. Antes, ela havia publicado, em 1955, o livro Jesus Universal – A imagem de Jesus no contexto da cultura hindu e, em 1975, a obra Jesus na Perspectiva da Psicologia Profunda. Neste último, destaca ser Jesus um Homem Inconfundível. No livro Jesus Psicoterapeuta, ela declara que durante o atendimento de seus clientes no consultório citava, involuntariamente, textos evangélicos, os quais eles registravam e refletiam sobre o seu conteúdo, sobre sua proposta ética transformadora e então… melhoravam. Ao ouvir dos pacientes que eles “haviam se apegado às palavras que ela lhes dissera e de ter recebido total ajuda das mesmas”, a Dra. Hanna Wolff concluiu que os atos da vida e os ensinos de Jesus eram terapêuticos e o considerou o maior terapeuta que jamais conhecera.1 As palavras, os atos e a vida de Jesus têm um significado terapêutico. “É a terapia de sua própria pessoa”. É a palavra, aliada à ação (sua e do paciente). Ele sempre indagava: “Queres ficar curado?”. Era a palavra terapêutica. E o paciente respondia: “Quero!”. Era a ação da vontade do paciente, desde que livre de motivos cármicos. João (7:37-38) relata que durante a festa dos tabernáculos, em Jerusalém, Jesus falava no Templo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Porque quem crê em mim, do seu interior fluirão rios de água viva. Dentro desse contexto, podemos citar, também, o livro Jesus, o maior Psicólogo que já existiu, um best-seller da chamada autoajuda, de autoria do terapeuta e psicólogo americano Mark W. Baker, que tem uma clínica na Califórnia. “Com base em sua experiência como terapeuta e no seu conhecimento da Bíblia, Baker demonstra porque a mensagem de Jesus é perfeitamente compatível com os princípios da Psicologia: ela contém a chave da saúde emocional, do bem-estar e do crescimento pessoal”. 2 O livro apresenta dezenas de lições de “como a sabedoria de Jesus pode ajudar a repensar atitudes e a praticar o perdão, a solidariedade e a lealdade, valorizando nossas vidas e nossos relacionamentos com mais amizade e amor”.2 Qual a técnica que Jesus utilizava? A técnica baseada na lei de causa e efeito: Não precisava que alguém o informasse a respeito dos homens, pois sabia muito bem o que havia no coração de cada um. 3 Era, portanto, o terapeuta da lei de causa e efeito. Essa qualificação de Jesus encontraremos nas anotações feitas por Mateus (16:27): “Pois o Filho do Homem virá […] e, então, recompensará a cada um segundo as suas obras”. Ser terapeuta, portanto, com base na lei de causa e efeito é mergulhar nas regiões e paisagens abissais do ser humano, para identificar origens e significados de suas carências e dos seus distúrbios emocionais, como o fazia Jesus. Pode-se observar o mecanismo da lei de causa e efeito na terceira lei de Isaac Newton (1642-1727), na Mecânica: “Toda força impulsionada numa dada direção origina outra força de igual intensidade, mas de sentido contrário”. O Espírito Manoel Philomeno de Miranda usa uma metáfora para simbolizar a lei de causa e efeito: o “efeito bumerangue”, 4 ou choque de retorno. Essa Lei do Universo, também chamada ação e reação , é o mecanismo das Leis de Deus atuando na dinâmica dos destinos humanos, em suas trajetórias evolutivas, segundo o Espiritismo. Doutrinas orientais chamam-na carma que, em sânscrito, significa o conjunto das ações dos homens e suas consequências. Discorrer acerca da lei de causa e efeito leva-nos a examinar o postulado espírita que afirma ser “o perispírito agente da justiça divina”; 5 e que as qualidades ou distúrbios registrados nesse corpo espiritual “reaparecem no corpo físico, o qual é uma cópia daquele; e que as faltas, os abusos, as desvirtudes, os vícios e os crimes de existências passadas, gravados no perispírito, determinam enfermidades, moléstias, idiotismo, organismos incompletos e corpos disformes e sofredores, ante a reencarnação; que o Espírito ilumina-se a cada pensamento altruísta, a cada impulso de solidariedade e de amor puro”. 5 Carlos Toledo Rizzini (1921-1992), em sua obra Evolução para o Terceiro Milênio, sintetiza que “o sofrimento é resultante de violações, erros e abusos no curso dos quais a Lei Divina é desrespeitada e os deveres negligenciados”, 6 e que “a prática do mal, a repetição de abusos, a acumulação de erros, os vícios, enfraquecem os centros de força do perispírito e geram lesões nele, que é sensível ao estado moral do Espírito”, 6 citando o Espírito André Luiz, que declara, no livro No Mundo Maior : “O espírito delinquente pode receber os mais variados gêneros de colaboração, mas será imperiosamente o médico de si mesmo. […]”. 7 Quando falamos em cura vêm-nos à mente duas conexões com essa palavra: doença e saúde. Cura seria mudança de estado. Sair do estado de doença para o estado de saúde. O que é que cura as doenças? Quais são os agentes curadores das doenças? Medicamentos, cirurgia, terapias, dietas, exercícios, exames para formulação de diagnósticos etc. Isso tudo através da Medicina alopática, da Homeopatia e da chamada Medicina alternativa. O Dr. Bernie S. Siegel, médico-cirurgião em New Haven, Connecticut, EUA, relata em sua obra Amor, Medicina e Milagres 8 que os franceses Louis Pasteur (1822-1895) e Claude Bernard (1813-1878), dois gigantes da Biologia do século XIX, um dia polemizaram a respeito do fator mais importante na causa das doenças. Seria o terreno (ou seja, o organismo humano) ou seria o germe, um micro-organismo, um micróbio (vírus, bactérias, fungos)? Em seus últimos momentos de vida, Pasteur teria admitido que Bernard tinha razão ao declarar que era o terreno! Esse terreno, na visão espírita, ao invés do corpo físico, seria o corpo espiritual, o perispírito! Entretanto, muitos observadores holísticos e espiritualistas destacam que a Medicina ortodoxa ainda se concentra na doença,enveredando por uma orientação falsa, segundo o Dr. Siegel, e que muitos profissionais da saúde “continuam procedendo como se fosse a doença que ataca as pessoas, em vez de compreenderem que as pessoas é que contraem as doenças, por se tornarem suscetíveis à sua causa, à qual todos nós sempre estamos expostos”. 8 Podemos dizer que haveria em cada um de nós uma causa dispositiva interna, que atrairia energeticamente os elementos causadores das enfermidades. Um médico canadense, também historiador da Medicina, Sir William Osler (1849-1919), dizia que a contração da tuberculose se relaciona mais com o que se passa na mente do enfermo do que aquilo que ocorre com os seus pulmões. Ele repetia Hipócrates (460-377 a.C.), cognominado Pai da Medicina, que considerava mais fácil saber que gênero (tipo, modo de ser, estilo e espécie) de pessoa que tem determinada doença do que descobrir que gênero de doença tem determinada pessoa.8 Jesus, por exemplo, sabia o gênero de cada pessoa e se concentrava na alma da pessoa, porque a sua visão do ser humano era transpessoal. O Espírito Joanna de Ângelis declara no livro Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda que o Dr. Siegel acredita que existem dentro de nós mecanismos biológicos de vida e de morte. Jesus reconhecia no processo das múltiplas existências a causalidade dos acontecimentos na esfera física e no comportamento social. 9 Pesquisas por ele realizadas convenceram-no de que existe em todos nós um estado de espírito, e que esse estado de espírito altera o estado físico. Segundo ele, a paz de espírito (o equilíbrio) envia ao corpo uma mensagem de “viva!”. Ao passo que a depressão, o medo, a culpa, o conflito, transmitem uma mensagem de “morra!”. Então, quando estamos doentes, o médico examina o estado corporal, quando deveria examinar também o estado de espírito.10 Quais as medidas profiláticas espíritas? Sobretudo aquelas recomendadas por Jesus, quando declarava: “Não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior”. 11 Ou seja, não voltar a lesar o perispírito. Podemos afirmar que Jesus foi o primeiro terapeuta do perispírito da história da medicina espiritual com base na lei de causa e efeito. Ele era, portanto, um cientista transpessoal, porquanto, no tratamento que prescrevia utilizava a maior ciência do mundo: a ciência de amar, recomendando três vertentes: Amar a si mesmo. Amar ao próximo. Amar a Deus. Hoje, centenas de livros são escritos dentro dessa dimensão, dessa proposta de apresentar Jesus como educador comportamental e como terapeuta dos enfermos da alma. Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo – capítulo VI, “O Cristo Consolador” –, enfatiza que a assistência de Jesus e a felicidade que promete aos aflitos dependem da observância da lei por Ele ensinada e que essa “lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade”. 12 Referências: 1 WOLFF, Hanna. Jesus psicoterapeuta. Editora Paulinas, 1988. p. 11. 2 BAKER, Mark. Jesus, o maior psicólogo que já existiu . 9. ed. Rio de Janeiro: Sextante. 3 JOÃO, 2:25. 4 FRANCO, Divaldo P. Trilhas da libertação. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2011. O calvário de Adelaide, p. 234. 5 ANDRADE, Geziel. Doenças, cura e saúde à luz do espiritismo. 12. ed. Ed. EME, 2008. p. 10. 6 RIZZINI, Carlos Toledo. Evolução para o terceiro milênio. 8. ed. (ampliada). EDICEL. p. 148-149. 7 XAVIER, Francisco C. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 12, p. 212. 8 SIEGEL, Bernie S. Amor, medicina e milagres. 12. ed. Editora Best Seller. p. 11. 9 FRANCO, Divaldo. Jesus e o evangelho à luz da psicologia profunda. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL. p. 201. 10 SIEGEL, Bernie S. Amor, medicina e milagres. 12. ed. Editora Best Seller. p. 12. 11 JOÃO, 5:14. 12 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo .Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. (atualizada). Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 6, it. 2. Revista Reformador 02/2012 – ADILTON PUGLIESE
Férias Espíritas?!
Conceitos e Ações
Dificuldades