DEUS
A PROVA DE SUA EXISTÊNCIA
Tudo que existe tem uma causa. O efeito nunca é superior à causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Apliquemos estes axiomas (proposições evidentes) ao exame do Universo. Coisas, seres, mundos o constituem. Tudo isso que existe é efeito, conseqüência de uma causa. A essa causa de tudo o que existe chamamos Deus.
TERIA O UNIVERSO SE FORMADO POR ACASO?
Teria sido por puro acaso que os elementos existentes tomaram certo impulso e direção, para dar início à formação de tudo?
De onde teriam vindo, porém, os elementos iniciais para o acaso lhes dar algum impulso e direção, depois?
E como poderia o acaso (que, pela própria definição, não é inteligente) produzir um efeito inteligente como o Universo demonstra ser, em toda a sua organização? Não há acaso no Universo. Nele, tudo obedece a leis. A vida material é regida por leis físicas e a vida do espírito, por leis morais. "O acaso é, talvez, o pseudônimo de Deus, quando não deseja assinar". (Theophile Gautier.)
A NATUREZA CRIOU A SI MESMA?
"O mundo me intriga e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro". (Voltaire.) De fato, a presença de um relógio com seu maquinismo atesta a existência de uma inteligência que foi capaz de concebê-lo, montá-lo e colocá-lo em funcionamento.
O Universo pode ser comparado a um imenso maquinismo e sua natureza, ordem e harmonia estão atestando que ele tem um Criador inteligente, de uma inteligência superior a qualquer outra que conheçamos, já que o próprio ser humano (ápice da inteligência na Terra) é, ele mesmo, uma criatura, um efeito desse Criador, e não tem a mesma capacidade de Deus, não é capaz de criar como Ele o faz.
DEFINIÇÃO ESPÍRITA DE DEUS
A mais simples, sucinta e profunda definição que, por enquanto, podemos formular e entender a respeito do Criador, está na resposta dos instrutores espirituais à pergunta n° 1 de "O Livro dos Espíritos":
- Que é Deus?
- Deus é a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas.
A VISÃO DE DEUS
"Ninguém jamais viu a Deus", afirma João em sua epístola (I, 4:12). Por que não? Porque "Deus é espírito" (assim ensinou Jesus à mulher samaritana, em Jo. 4:24) e, como tal, não pode ser percebido pelos sentidos comuns, materiais. Não podemos ver Deus com os olhos do corpo. Embora nos seja invisível, Deus não nos é totalmente desconhecido. Se não se nos mostra aos olhos do corpo, Ele se faz evidente ante nossa compreensão por todas as suas obras (a Criação) e podemos senti-Lo espiritualmente, nas vibrações do seu infinito amor. Quanto mais desenvolvermos nosso conhecimento e sensibilidade espiritual, mais "veremos" a Deus, percebendo, entendendo e sentindo sua divina presença e ação em tudo que existe, em tudo que acontece. "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus". (Jesus, Mt. 5:8.) Os espíritos altamente evoluídos já "vêem" a Deus de um modo mais perfeito. E podem nos fazer revelações a respeito do Criador, sempre, porém, dentro do que já possamos entender e sentir. Para Moisés, presenciar o esplendor das manifestações dos bons Espíritos que lhe falavam em nome do Altíssimo, observar os mais belos efeitos luminosos que eles produziam, sentir-se envolvido em suas sublimes vibrações e na grandeza da mensagem que davam, era "ver Deus face a face".
OS ATRIBUTOS DE DEUS
"... vendo o que Ele absolutamente não pode deixar de ser sem deixar de ser Deus, deduziremos o que Ele deve ser", nos ensina Kardec. Poderemos, assim, fazer ao menos uma idéia de alguns dos seus atributos.
DEUS é Eterno: não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, de onde teria se originado: do nada? de um outro ser? e se tivesse fim, que haveria depois dele? Imutável: não muda, não se modifica. Se estivesse sujeito a mudanças, as suas leis (que regem o Universo) nenhuma estabilidade teriam, seria o caos (a desordem, a confusão). Imaterial: se fosse material, também seria mutável, sujeito a transformações, como a matéria é. Mas sua natureza é diferente de tudo que conhecemos como matéria. Por isso, não tern forma perceptível aos nossos olhos, nem podemos formar dEle uma idéia material. Único: não há outro como Ele. Se houvesse outros deuses, não haveria unidade de objetivos nem de poder, na ordenação de tudo no Universo. Onipotente: tudo pode. Todo o poder está em Deus, porque Ele a tudo fez e, portanto, tudo pode sobre a sua Criação. Soberanamente Justo e Bom: não podemos duvidar da justiça e bondade de Deus, porque a sabedoria providencial de suas leis se revela nas pequeninas como nas maiores coisas de tudo que Ele criou.
CONCLUSÃO
O pouco desenvolvimento das faculdades do ser humano ainda não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Quando na infância da humanidade, o homem fez de Deus representações antropomórficas e muitas vezes o confundiu com as criaturas, cujas imperfeições Lhe atribuiu. Mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então faz da Divindade uma idéia mais justa e mais conforme à sã razão, mesmo que sempre incompleta. Por ora, ainda nos é muito difícil falar sobre Deus. O importante é que O sintamos como nosso Pai Criador, bom e justo; e que esse conhecimento que temos de Deus venha a nos auxiliar em todos os momentos, ajudandonos a ter fé, força e vontade para agir em todas as situações de nossa vida.
Aprendamos com Jesus que a verdadeira adoração a Deus se faz "em espírito (pelo exercício de nosso "eu" espiritual, usando o pensamento, sentimento e vontade) e em verdade" (sinceramente e não só de aparência). (Jo. 4:24.)
"Adorar a Deus é fazer a vontade dEle", o nosso Pai, ou seja, cumprir as suas leis. (Jo. 5:30 e 6:38.)
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