Ensinamentos de Jesus
Ensinamentos de Jesus Livro Obras póstumas (Allan Kardec) – Estudo sobre a natureza do Cristo Fonte das provas da natureza do Cristo A questão da natureza do Cristo foi debatida desde os Primeiros séculos do Cristianismo, e pode-se dizer que não Está ainda resolvida, uma vez que ainda é discutida em Nossos dias. Foi a diferença de opinião sobre este ponto, que Deu nascimento à maioria das seitas que dividiram a Igreja há Dezoito séculos, e é notável que todos os chefes dessas seitas Foram bispos ou membros do clero com diversos títulos. Por Conseguinte, eram homens esclarecidos, a maioria escritores De talento, nutridos na ciência teosófica, que não achavam Concludentes as razões evocadas em favor do dogma da Divindade do Cristo; não obstante, então como hoje, as Opiniões se formaram sobre abstrações, mais do que sobre Fato procurou-se, sobretudo, o que o dogma poderia ter de Plausível ou de irracional, e, geralmente, se negligenciou, de Parte a parte, em fazer ressaltar os fatos que poderiam lançar, Sobre a questão, uma luz decisiva. Mas onde encontrar esses fatos se isso não for aos atos e nas palavras de Jesus? Naturalmente, a Igreja não colocou, entre seus Pais, senão os Escritores ortodoxos do seu ponto de vista; ela não exaltou, Santificou e colecionou senão aqueles que tomaram a sua Defesa, ao passo que rejeitou os outros e destruiu os seus Escritos tanto quanto possível. O acordo entre os Pais da Igreja, portanto, nada tem de concludente, uma vez que é uma unanimidade de escolha formada pela eliminação dos Elementos contrários. Ora, entre esses fatos, não há de mais preponderante, nem de mais concludentes, senão as palavras Mesmas do Cristo, palavras que não se saberia recusar sem Infirmar a veracidade dos apóstolos. (consolador 292, 294, 295 ,267 ) A divindade do Cristo está provada pelos milagres? Segundo a Igreja, a divindade do Cristo está estabelecida, Principalmente pelos milagres, como testemunho de um poder Sobrenatural. Esta consideração pôde ter um certo peso numa Época em que o maravilhoso era aceito sem exame; mas hoje, Que a ciência levou as suas investigações até as leis da Natureza, os milagres encontram mais incrédulos do que Crentes; e o que não contribuiu pouco para o seu descrédito, Foi o abuso das imitações fraudulentas e a exploração que Deles se fez. (consolador 301) A fé nos milagres foi destruída pelo próprio uso Que dela se fez; disso resultou que os do Evangelho são agora considerados, por muitas pessoas, como puramente Legendários. A Igreja, aliás, ela mesma, retira aos milagres toda a sua Importância, como prova da divindade do Cristo, declarando Que o demônio também pode fazê-los tão prodigiosos quanto Ele: porque se o demônio tem um tal poder, fica evidente que Os fatos desse gênero não têm, de nenhum modo, um caráter Exclusivamente divino; se ele pode fazer coisas admiráveis Para seduzir mesmo os eleitos, como simples mortais Poderiam distinguir os bons milagres dos maus, e não há a Temer que, vendo fatos similares, não confundam Deus e Satanás? Dar a Jesus um tal rival em habilidade era uma grande falta De jeito; mas, pelo que respeita a contradições e Inconsequências, não eram olhadas de tão perto em uma Época em que os fiéis ter-se-iam feitos um caso de consciência Em pensar por eles mesmos, e de discutir o menor artigo Imposto à sua crença; então, não se contava com o progresso E não se pensava que o reino da fé cega e ingênua, reino Cômodo como o do bel prazer, pudesse ter um termo. (consolador 354) O papel, tão preponderante que a Igreja se obstinou em dar ao Demônio teve conseqüências desastrosas para a fé, à medida Que os homens se sentiram capazes de ver pelos próprios Olhos. O demônio, que se explorou com sucesso durante um Tempo, tornou-se o machado posto ao velho edifício das Crenças, e uma das principais causas da incredulidade. (consolador 220) Pode-se dizer que a Igreja, se fazendo dele um auxiliar Indispensável, alimentou em seu seio aquele que deveria Virar-se contra ela e miná-la em seus fundamentos. Outra consideração não menos grave, é que os fatos Miraculosos não são o privilégio exclusivo da religião cristã: Não há, com efeito, uma religião idólatra ou pagã, que não Teve os seus milagres, tão maravilhosos e tão autênticos, Para os adeptos, quanto os do cristianismo. A Igreja se tirou o direito de constatá-los, atribuindo às potências infernais o poder de produzi-los. Todos os efeitos de magnetismo, de sonambulismo, de êxtase, de dupla vista, de hipnotismo, de catalepsia, de anestesia, de transmissão do Pensamento, de presciência, de curas instantâneas, de Possessões, de obsessões, de aparições e de transfigurações, Etc., que constituem a quase totalidade dos milagres do Evangelho pertence a essa categoria de fenômenos. A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como tendo sido realizados por Jesus, está hoje completamente demonstrada pelo Magnetismo e pelo Espiritismo, enquanto fenômenos naturais. Dupla natureza de Jesus Poder-se-ia objetar que, em razão da dupla natureza de Jesus, Suas palavras eram a expressão de seu sentimento como Homem, e não como Deus. Sem examinar, neste momento, Por qual encadeamento de circunstâncias se conduziu, bem Mais tarde, à hipótese dessa dupla natureza, admitamo-la, Por um instante, e vejamos se, em lugar de elucidar a Questão, ela não a complica mais, ao ponto de torná-la Insolúvel. O que devia ser humano em Jesus era o corpo, a parte Material; deste ponto de vista compreende-se que ele haja Mesmo podido sofrer como homem. O que devia ser divino Nele era a alma, o Espírito, o pensamento, em uma palavra, a Parte espiritual do Ser. Sentia-se e sofria como homem, Deveria pensar e falar como Deus. Ele falou como homem ou Como Deus? Está aí uma questão importante pela autoridade Excepcional de seus ensinamentos. Falou-se como homem, Suas palavras são discutíveis; se falou como Deus elas são indiscutíveis; é preciso aceitá-las e a elas se conformar sob Pena de deserção e de heresia; o mais ortodoxo seria aquele Que delas se aproximasse mais. Dir-se-á que, sob o envoltório corpóreo, Jesus não tinha Consciência de sua natureza divina? Mas, se fora assim, não Teria mesmo pensado como Deus, sua natureza divina teria Ficado no estado latente; só a natureza humana teria Presidido à sua missão, aos seus atos morais como aos seus Atos materiais. É, pois, impossível fazer abstração de sua Natureza divina durante a sua vida, sem enfraquecer a sua Autoridade. (L.E 112,113) Admitindo-se que falou ora como homem, ora como Deus, a Questão se complica, pela impossibilidade de distinguir o que Vinha do homem e o que vinha de Deus. No caso, onde haveria tido motivos para dissimular a sua verdadeira natureza durante a sua missão, o meio mais simples era dela não falar, ou se exprimir como o fez em outras circunstâncias, de maneira vaga e parabólica, sobre os Pontos cujo conhecimento estava reservado para o futuro; Ora, tal não é aqui o caso, uma vez que as suas palavras não Têm nenhuma ambigüidade. (ambigüidade: Que contém ou pode conter múltiplos sentidos) Enfim, se, apesar de todas essas considerações, se pudesse Ainda supor que, quando vivo, ignorou a sua verdadeira Natureza, essa opinião não é mais admissível depois da sua Ressurreição; porque, quando aparece aos seus discípulos, Não é mais o homem que fala, é o Espírito desligado da Matéria, que deve ter recobrado a plenitude de suas Faculdades espirituais e a consciência de seu estado normal, De sua identificação com a divindade O Verbo se fez carne “No começo era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (consolador261) Ele estava no começo com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele; e nada do que fez não fez sem Ele. . Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens; E a Luz brilhou nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (consolador 308) “Houve um homem enviado de Deus que se chamava João. (Mateus cap.3:11) Ele veio para servir de testemunha, para dar testemunho à Luz, a fim de que todos cressem por ele. . Ele não era a luz, Mas veio para dar testemunho daquele que era a luz. “Aquela era a verdadeira luz que clareia todo homem vindo Neste mundo. Ele estava no mundo e o mundo nada fez por Ele, e o mundo não o conheceram. Ele veio aos seus e os seus Não o receberam. Mas deu a todos aqueles que o receberam O poder de serem feitos filhos de Deus, àqueles que creram Em seu nome, que não são nascidos do sangue nem da Vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus Mesmo. “E o Verbo se fez carne (consolador 283) E habitou entre nós; e vimos a sua glória, sua glória tal quanto o Filho único deveria recebê-la do Pai; ele, digo eu, habitou entre nós, cheio de graça e de “Verdade.” (João, capitão 1º, v. de 1 a 14.) Esta passagem dos Evangelhos é a única que, à primeira vista, Parece encerrar implicitamente uma idéia de identificação Entre Deus e a pessoa de Jesus; é também aquela sobre a Qual se estabeleceu, mais tarde, a controvérsia a este Respeito. Essa questão da divindade de Jesus não chegou Senão gradualmente; nasceu das discussões levantadas a Propósito das interpretações dadas, por alguns, às palavras Verbo e Filho. Não foi senão no quarto século que ela foi Adotada, em princípio, por uma parte da Igreja. Esse dogma é, Pois, o resultado de uma decisão dos homens e não de uma Revelação divina. Com efeito, o Verbo é Deus, porque é a palavra de Deus. Tendo Jesus recebido essa palavra diretamente de Deus, com a missão de revelá-la aos homens, assimilou-a; a palavra Divina, da qual estava penetrado, se encarnou nele; trouxe-a Ao nascer, e foi com razão que Jesus pôde dizer: O Verbo se Fez carne, e habitou entre nós. Jesus pode, pois, estar Encarregado de transmitir a palavra de Deus sem ser Deus, Ele mesmo, como um embaixador transmite as palavras de Seu soberano, sem ser o soberano. Mas quem autoriza essa suposição antes do que outra? A Única autoridade competente para decidir a questão é as Próprias palavras de Jesus, quando disse: “Eu nunca falei de Mim mesmo, mas aquele que me enviou me prescreveu, por Seu mandamento o que devo dizer; – minha doutrina não é a Minha doutrina, mas a doutrina daquele que me enviou, a Palavra que ouvistes não é minha palavra, mas a de meu Pai Que me enviou.” É impossível exprimir-se com mais clareza e Precisão. (L.E625) Ensinamentos de Jesus – 2ª parte (Mateus cap:5º v 39 )Eu, porém, vos digo que não oponhais resistência ao que vos queira fazer mal; que, ao contrário, se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis a outra; e, àquele que quiser demandar convosco em juízo para vos tomar a túnica, entregai também a vossa capa. E se algum vos forçar a caminhar mil passos, caminhai com ele mais dois mil. Os preceitos da lei antiga eram de molde a infundir terror, como convinha a homens de naturezas violentas, que só pelo terror podiam ser dominados, que ainda se achavam incapacitados para obedecer a uma lei toda mansidão e doçura. Para que os direitos fossem reciprocamente respeitados, mister se fazia que cada um estivesse convencido de que sofreria, como castigo, mal idêntico, senão maior do que o que houvesse feito ao seu irmão. A lei trazida ao mundo pelo Cristo, ao contrário, sobrepõe a tudo, em todos os casos, o amor, a abnegação, a renúncia de si mesmo, sentimentos esses que devem animar o homem, não só para com os que lhe são caros e amigos, como para com os seus inimigos. Nisto se resume tudo. (livro Elucidações Evangelicas) (Lucas: cap:16º, v19.) Havia um homem rico que se vestia de púrpura e finissimo linho e se banqueteava magnificamente todos os dias. Havia também um pobre mendigo chamado Lázaro que jazia coberto de úlceras à porta do rico, e que bem quisera saciar-se com as migalhas que caiam da mesa deste, mas ninguém lhas dava; e os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu que o mendigo morreu e foi transportado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico morreu também e teve o inferno por sepultura. Quando este, dentre os seus tormentos, levantou os olhos e ao longe viu Lázaro no seio de Abraão, disse em gritos estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro para que, molhando nágua a ponta do dedo, me refresque a língua, pois sofro tormentos nestas chamas. Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste bens em tua vida e de que Lázaro só teve males; por isso ele agora é consolado e tu és atormentado. Demais, grande abismo existe entre nós e vós; de modo que os que querem passar daqui para lá não o podem, como também não se pode passar de lá para cá. Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, onde tenho cinco irmãos, para lhes dar testemunho destas coisas, a fim de que eles não venham a cair neste lugar de tormentos. Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem. Não, pai Abraão, disse o rico, se algum dos mortos lhes for falar, eles farão penitência. Abraão respondeu: Se não escutam nem a Moisés nem aos profetas, não acreditariam do mesmo modo, ainda que algum dos mortos ressuscitasse. O rico, egoísta e endurecido, encontra, ao mergulhar no sepulcro, o seu inferno, em o desespero de que se vê presa, ao passo que o pobre que, submisso e resignado, sofre todas as suas duras provas, ascende, pela morte, ao céu, ao seio de Abraão: à paz da consciência, à paz espiritual. Segundo a parábola, Abraão respondeu ao rico: Eles têm lá Moisés e os profetas: que os ouçam. Como pode, porém, a Igreja Romana responder de modo semelhante, quando, por não lhe praticar os preceitos, tem feito dos Evangelhos letra morta e, em conseqüência, que a abominação e a desolação se implantassem no lugar santo? Não é por outra causa que o Senhor envia ao mundo o Paracleto, o Consolador, a reconduzir os homens à prática do amor, à pureza de sentimentos, à simplicidade dos ensinos puros da sublime moral (livro Elucidações Evangelicas) (Mateus cap 7 v 7.) Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não suceda que as pisem, se voltem contra vós e vos estraçalhem. Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas. Quer isto dizer: procedei sempre de acordo com as circunstâncias de ocasião. Sondai o terreno, preparai-o e, se o reconhecerdes fértil, por pouco que seja, semeai com prudência e precaução. Cultivai depois com cuidado a semente. Se, ao contrário, o terreno vos parecer árido e ingrato, guardai silêncio, demonstrando que não quereis falar. A vossa reserva talvez excite a curiosidade e o desejo de saber. Nesse caso, lançai-vos à obra, consagrando-vos a esses que, tendo-vos a princípio repelido, depois vieram. Estendei os braços às ovelhas transviadas e reconduzi-as ao Senhor. O Mestre recompensa generosamente os obreiros vigilantes, solícitos e diligente A ventura de haverdes salvo da incredulidade os vossos irmãos vos premiará o labor e vos preparará para gozardes das alegrias da eternidade. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap: 7º, v 13). Entrai pela porta estreita, pois que larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição; e grande é o número dos que por ela entram. Quão estreita é a porta, quão apertado o caminho que conduzem à vida, quão poucos o encontram! A porta estreita e o caminho espaçoso indicam os esforços que o Espírito falido tem que fazer, assim como as fadigas, as dores e aflições que deve suportar, para alcançar a vida eterna, esforços objetivando despojar-se de seus vícios e imperfeições morais e fadigas resultantes dos que empregue por tomar o caminho do bem e por fazer que lhe nasçam no coração os sentimentos opostos àqueles vícios. Os que trabalham, praticam o amor, a caridade, a humildade, a tolerância, o desinteresse, a dedicação para com todos, bem cumprindo suas provas e resistindo aos maus instintos, às tendências más, através das sucessivas encarnações necessárias à sua purificação e ao seu progresso, esses são os que encontram a porta estreita e o caminho apertado. A porta larga e o caminho espaçoso, que conduzem à perdição e pela qual em tão grande número entram os homens, são o orgulho, o egoísmo, a ambição, com todos os seus derivados: a cupidez, a avareza, a inveja, a luxúria, a intemperança, a cólera, a preguiça, o materialismo, a incredulidade, a intolerância, o fanatismo; de modo geral — a maldade, pela palavra ou pelos atos, sob todas as formas e em todos os graus. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap: 7º, v 21). Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus; aquele, porém, que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse entrará no reino dos céus. Muitos me dirão nesse dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, não expulsamos em teu nome os demônios e não fizemos em teu nome muitos prodígios? Eu então lhes direi: Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! serão ouvídos. Quer dizer: não entrarão no reino de Deus aqueles cujas palavras não corresponderem aos seus atos. As palavras desses se perderão no espaço, sem chegarem ao Senhor. Sempre e sempre devemos praticar o que ensinamos, apreciamos e encomiamos. Porque, não basta nos extasiemos ante a lei de Jesus e digamos: é perfeita! Se nos não esforçarmos pelo nosso aperfeiçoamento, obedecendo-lhe, vã se tornará a nossa admiração. Inútil será que nos proclamemos cristãos, desde que procedamos em oposição ao que nos ensinou e prescreveu o Cristo; que nos declaremos espíritas, se continuarmos quais éramos antes de conhecermos o Espiritismo; que nos afirmemos médiuns e usemos das faculdades mediúnicas que possuamos, se não pusermos em prática os ensinamentos que temos recebido, se não nos utilizarmos dessas faculdades com a consciência do nosso dever cristão, com o propósito de servir à causa da Verdade, que é a causa de Deus, e de concorrer para a melhora de nossos irmãos, dando-lhes testemunho dos sérios e constantes esforços que empregamos por progredir Para os espíritas, a prática da doutrina que professam é tudo, porqüanto muito lhes será pedido, visto que muito lhes é dado. Cumpre, pois, nos preparemos, todos os que nos dizemos tais, para prestar contas exatas do que se nos confiou. Não basta se diga que certa moral é sublime; cumpre pô-la em prática. Não basta ser-se cristão e mesmo cristão-espírita, se se não pratica a moral por mim ensinada. Assim, pois, que os que queiram entrar no reino de meu Pai sejam seus filhos pelo coração e não de lábios somente, obedeçam com submissão, zelo e confiança às instruções que receberam e recebem hoje dos Espíritos, enviados de acordo com as minhas promessas, para ensinar progressivamente aos homens todas as coisas, para os conduzir à verdade e lembrar-lhes o que eu lhes disse. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap:8º, v 18) Vendo-se Jesus cercado por grande multidão, resolveu atravessar o lago. Então um escriba se aproximou e lhe disse: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Jesus lhe disse: As raposas têm suas tocas, os pássaros do céu têm seus ninhos; mas o filho do homem não tem onde repousar a cabeça. Outro discípulo lhe disse: Senhor, permite que primeiro eu vá enterrar meu pai. Jesus lhe retrucou: Deixa que os mortos enterrem seus mortos. Além disso, porém, com essas palavras, dirigidas aos que o consideravam passível de todas as vicissitudes da existência corpórea, quis Ele significar que os cuidados e esforços pela conquista cujos meios de efetivação constituíam o objeto capital da sua missão, deve a criatura sobrepô-los às voluptuosidades, às doçuras e ao repouso exagerado da vida material, que precisa caracterizar-se pela atividade no bem, pela energia contra os pendores malsãos, pelo desprendimento das coisas perecíveis e pela confiança em Deus. Deixa que os mortos enterrem seus mortos. — Não pretendeu, é claro, o divino Mestre, isso dizendo, aconselhar e, menos, autorizar que se deixem insepultos os corpos, nem que faltemos às obrigações que os laços de família ou de amizade nos impõem. Apenas teve em mira mostrar que não se deve fazer do enterramento dos corpos um culto, ou, o que ainda é pior, um motivo de ostentação e de fausto. Quis tão-somente, Ele que viera demonstrar que o que tem valor real é o Espírito e não o corpo, ensinar que para aquele e não para este é que devemos fazer convirjam os nossos principais e maiores cuidados, ensinar que o nosso culto aos entes amados que regressam à vida extraterrena, o nosso luxo para com eles devem consistir nas preces fervorosas e constantes, saídas do coração, e não em atenções pueris dispensadas aos despojos putrescíveis, que a terra reclama para o trabalho de decomposição que lhe incumbe. (Elucidações Evangelicas) (Mateus: cap 8º, v 28) Ao chegar Jesus, na outra margem do lago, à terra dos Gerasênios, vieram-lhe ao encontro, saindo dos túmulos, dois possessos tão furiosos que ninguém ousava passar por aquele caminho; e se puseram a gritar: Jesus, filho de Deus, que há entre ti e nós? vieste aqui para nos atormentar antes do tempo? Não longe dali havia uma grande vara de porcos pastando; e os demônios suplicaram a Jesus: Se nos expulsares daqui, manda-nos para aqueles porcos. Jesus lhes disse: Ide; e eles, saindo dos possessos, passaram para os porcos; logo toda a manada partiu a correr impetuosamente e se foi precipitar no lago, onde os porcos morreram afogados. Então, os que os guardavam fugiram e, indo à cidade, narraram tudo o que sucedera aos possessos. Todos os habitantes da cidade saíram ao encontro de Jesus e, ao vê-lo, lhe pediram que se retirasse do país. Foi nessa condição de possessos de Espíritos maus que dois indivíduos, ou um só, o número pouco importa, se apresentaram a Jesus que, expelindo deles os seus perseguidores, fez que estes se manifestassem visualmente aos porcos, os quais, espavoridos com a visão, debandaram em precipitação tão grande, que foram cair no mar, Os Espíritos obsessores, obedecendo à vontade de Jesus, apenas se fizeram visíveis aos porcos, espantando-os. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.10 v.5) E enviou esses doze, depois de lhes haver dado as instruções seguintes: Não procureis os Gentios e não entreis nas cidades dos Samaritanos: ide antes em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel; ide e pregai, dizendo: O reino dos céus está próximo; curai os doentes, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; dai de graça o que de graça recebestes. (cap.10 v.14). Quando alguém não vos quiser receber e não vos escutar as palavras, ao sairdes da casa ou da cidade onde tal se deu, sacudi a poeira dos vossos pés. Jesus mandou que os apóstolos primeiramente anunciassem o reino de Deus e curassem os enfermos da sua nação humana, para que mais se apertassem entre eles os laços de família, de fraternidade e de pátria. Recomendou-lhes que nada levassem consigo, pois que tudo deviam confiar dele; que abençoassem os lugares onde fossem bem acolhidos e sacudissem dos pés a poeira, onde fossem repelidos. Aos apóstolos e discípulos de Jesus cabia espalhar o conhecimento da verdade. O mesmo compete hoje aos espíritas fazer; mas, para que sejam verdadeiros sucessores dos discípulos do Cristo e disponham de autoridade e poder idênticos aos destes, necessário é adquiram a pureza que eles possuíam. Só assim lograrão elevar-se ao Senhor e se acharão em condições de ligar e desligar, na Terra, certos de que ligaram e desligaram igualmente no céu. Dai de graça o que de graça recebestes: Isto, que Jesus disse a seus discípulos, ensinando-lhes que as coisas de Deus jamais devem constituir objeto de tráfico, de especulação, de meio de existência material, se aplica hoje a todos os espíritas e, particularmente, aos que, médiuns, investidos das faculdades mediúnicas, são chamados a servir de intérpretes aos bons Espíritos e a pregar, inspirados por eles, a lei de Jesus, em espírito e verdade. Dai de graça, seguindo as pegadas dos Apóstolos, o que de graça haveis recebido, porqüanto, para vós, como para eles, tudo vem de Deus e vos é concedido graciosamente, a fim de desempenhardes a vossa tarefa. (Elucidações Evangelicas) (Mateus:cap.10º, v 16.) Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede prudentes, pois, como as serpentes e simples como as pombas; Jesus se referia especialmente às perseguições de toda sorte que, naqueles tempos de ignorância e crueza, se desencadeariam. Contra seus apóstolos e discípulos. Elas, pois, alcançam os espíritas que, se bem pouco devam temer as perseguições físicas, se acham, contudo, expostos às perseguições morais, partindo estas, por um lado, dos escribas e fariseus dos nossos dias, e, por outro lado, dos materialistas e dos incrédulos. Para triunfarmos de tais perseguições, precisamos munir-nos das armas indicadas pelo manso Cordeiro de Deus, quando recomendava a seus discípulos que fossem prudentes, como as serpentes, e simples, como as pombas. Essas armas são o raciocínio, com que devemos enlear os nossos perseguidores, e, sobretudo, a prática das boas obras e o exemplo das virtudes cristãs. (Elucidações Evangelicas) (Mateus: cap10º, v, 34.) Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz e sim o gládio; porquanto, vim separar de seu pai o homem, de sua mãe a filha e de sua sogra a nora; e o homem terá por Inimigos os de sua própria família. Jesus veio pôr fogo à Terra, com o trazer ao mundo uma doutrina que saparia os abusos, os preconceitos e as tradições sustentados pelos escribas, fariseus e sacerdotes orgulhosos e cúpidos. E esse fogo Ele o queria bem aceso, para que ao seu derredor se grupassem os homens, a fim de aprenderem, praticarem e espalharem pelo exemplo os ensinamentos cuja difusão constituía o objeto da sua missão, que seria sancionada com o sacrifício do Gólgota, destinado a fazê-la frutificar e preparar o advento da nova revelação. O Espiritismo é Jesus presente de novo entre nós, é Ele ainda a influir sobre nós, impelindo-nos para o progresso e a dar lugar a novas lutas, Trabalhai, pois, espíritas, com ardor, diz-nos o Senhor pela boca de seus emissários, por arrancar os parasitas que abafam a sua vinda; esclarecei as inteligências obscuras, sustentai os fracos, ajudai os vossos irmãos a chegarem ao ponto em que vos achais, a fim de que todos, vendo a luz, ela a todos igualmente ilumine. (Elucidações Evangelicas) (consolador 304,305) (Mateus: cap10º, v37. ) Aquele que ama a seu Pai ou a sua mãe mais do que me ama, não é digno de mim; e aquele que ama a seu filho ou a sua filha mais do que me ama, de mim não é digno. Aquele que não toma sua cruz e me segue não é digno de mim. Aquele que acha sua vida a perderá e aquele que perder a vida por minha causa a encontrará. Jesus veio dar cumprimento ao Decálogo e confirmar as profecias que lhe eram relativas. Veio congraçar a Humanidade, fazendo-lhe ver que os seus membros devem unir-se pela amizade, pelo afeto, pelo carinho, que produzem a concórdia, pelo amor paterno e filial. Veio, enfim, mostrar-lhe que a vida real é a do Espírito liberto da escravidão da matéria, isto é, purificado, e que o Espírito só se depura na adversidade, que é o crisol das grandes obras. (Elucidações Evangelicas) (Lucas cap 7º, v36.) Tendo-lhe um fariseu pedido que em sua casa fosse comer, Jesus entrou na casa do fariseu e tomou lugar à sua mesa. Logo uma pecadora da cidade, sabendo que Jesus estava à mesa em casa desse fariseu, aí veio ter trazendo um vaso de alabastro cheio de bálsamo; e, colocando-se por trás dele, se pôs a banhar-lhe de lágrimas os pés, a enxugá-los com os cabelos, ao mesmo tempo que os beijava e os ungia com o bálsamo. Vendo isso, o fariseu que o convidara disse de si para si: Se este homem fora profeta, saberia quem é esta mulher que o toca, que é uma pecadora. Jesus então lhe disse: Simão, tenho alguma coisa a te dizer. Ao que ele respondeu: Mestre, fala. Um credor, disse Jesus, tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários e o outro cinqüenta. Como não tivessem com que pagar, o credor perdoou as dividas a ambos. Qual dos dois, em conseqüência, mais o estimará? Simão respondeu: Creio que aquele a quem ele mais perdoou. Jesus lhe retrucou: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse ainda a Simão: Vês esta mulher? Entrei na tua casa, não me deste água para lavar os pés, enquanto que ela, ao contrário, mos banhou com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me deste ósculo e ela, desde que entrou, não cessa de me beijar os pés. — 46. Não me ungiste com bálsamo a cabeça, ao passo que ela me unge com bálsamo os pés. Eis te declaro que muitos pecados lhe são perdoados, pois que ela muito amou. Aquele a quem menos se perdoa menos ama. E disse à. mulher: Teus pecados te são perdoados. Os que com ele estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa os pecados? Jesus disse ainda à mulher: Tua fé te salvou; vai em paz. O fato referido nestes versículos constitui um exemplo da influência que o arrependimento tem sobre os destinos do homem. Por isso é que repetidamente se nos diz que nos arrependamos de nossos pecados, se queremos salvar-nos, que se nos aconselha a penitência. Maria, a Madalena, a pecadora de Magdala, obteve o perdão de suas culpas, não por haver banhado os pés de Jesus com bálsamo e com lágrimas, mas porque esse ato foi a conseqüência do pesar profundo que lhe causavam suas faltas, do arrependimento sincero de que se achava possuida e por serem imensas sua fé e sua esperança naquele diante do qual se prosternava. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap12º, v 22. A 28) Apresentaram-lhe então um homem cego e mudo, possesso do demônio. Ele o curou, de sorte que o homem começou a ver e a falar. A multidão estupefata perguntava: Porventura é este o filho de David? Os fariseus, porém, ouvindo isto, diziam entre si: Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino que se dividir contra si mesmo será destruido e toda cidade ou casa, que se dividir contra si mesma, não subsistirá. Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está ele dividido contra si mesmo; como poderá então o seu reino subsistir? Se é por Belzebu que expulso os demônios, por quem os expulsam vossos filhos? Estes, por isso mesmo, é que serão os vossos juizes. Mas, se expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é que o reino de Deus veio até vós. Aquele homem, tido como “possesso do demônio”, estava subjugado por um Espírito mau, . Jesus o curou pela ação da sua vontade potentíssima, afastando o obsessor. A subjugação que ele sofria era, como todas, em geral, uma expiação. Seu Espírito expiava graves abusos da palavra, anteriormente praticados, e o não ter sabido aproveitar-se da luz que lhe fora concedida. Belzebu, Satanás, Príncipe dos demônios são expressões figuradas de que Jesus usava, para se fazer compreendido e escutado. Designavam e designam os Espíritos maus que, tendo falido, perseveram, endurecidos, na senda do mal, a praticarem-no contra os homens. Os filhos daqueles que o acusavam de obrar por Belzebu e aos quais o Mestre se referia, dizendo que seriam juizes dos seus acusadores, eram os que, entre os Hebreus, seguiam de coração a lei de Moisés, tendo em vista servir a Deus, os quais, já um tanto purificados e colocados acima de seus pais, conseguiam, algumas vezes, por meio da prece e da perseverança, afastar os Espíritos malfazejos que se manifestavam pela obsessão e pela subjugação. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.12º, v 30 ) Quem não está comigo está contra mim; quem comigo não entesoura, dissipa Quer isto dizer: quem não segue a lei do Cristo, isto é, a doutrina moral de que Ele é a personificação, dela se aparta; logo, está contra Ele, pois que trilha senda oposta à que Ele traçou. Do mesmo modo, quem caminha por essa senda reúne os tesouros que o Senhor reserva para os justos; quem dela se desvia dissipa esses tesouros e perde precioso tempo. Eis por que também Ele disse: “Quem comigo não entesoura dissipa”. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.12º, v 43). Quando o Espírito impuro tem saído de um homem, vagueia pelos lugares áridos em busca de repouso e não o encontra. Diz então: “Voltarei para a casa donde saí”. E, voltando, a encontra vazia, limpa e ornada. Parte então de novo arrebanha sete outros Espíritos ainda piores do que ele, entram todos na casa e passam a habitá-la; e o último estado do homem fica sendo pior do que o anterior. Assim acontecerá com esta geração criminosa. Jesus, por essa forma, advertia os homens de que estivessem precavidos sempre contra as más paixões e tendências que, repelidas, a princípio, facilmente podem voltar depois mais intensas e tenazes, como acontece com as enfermidades, relativamente às quais se verifica que as recaídas são sempre mais perigosas. (Elucidações Evangelicas) (Mateus: cap12º, v 43.) Quando o Espírito impuro tem saído de um homem, vagueia pelos lugares áridos em busca de repouso e não o encontra. Diz então: “Voltarei para a casa donde saí”. E, voltando, a encontra vazia, limpa e ornada. Parte então de novo arrebanha sete outros Espíritos ainda piores do que ele, entram todos na casa e passam a habitá-la; e o último estado do homem fica sendo pior do que o anterior. Assim acontecerá com esta geração criminosa. Jesus, por essa forma, advertia os homens de que estivessem precavidos sempre contra as más paixões e tendências que, repelidas, a princípio, facilmente podem voltar depois mais intensas e tenazes, como acontece com as enfermidades, relativamente às quais se verifica que as recaídas são sempre mais perigosas. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap 12º, v 46.) Estando Ele ainda a pregar para a multidão, sua mãe e seus Irmãos do lado de fora procuravam falar-lhe.Então alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora procurando-te. Respondendo a esse que assim falara. disse Ele: Quem é minha mãe e quais os meus Irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus Irmãos; porqüanto, quem quer que faça a vontade de meu pai que está nos céus, esse é meu Irmão, minha Irmã e minha mãe. Não estando ligado a Maria por nenhum laço humano, Jesus mostrou aos homens os sentimentos de fraternidade e de amor que os devem unir. Qual poderia ser, de fato, o desejo do bom pastor, que vinha à procura das ovelhas tresmalhadas do seu rebanho? qual poderia ser o seu objetivo? Reuni-las em torno de si. Todas, fossem quais fossem, eram e são dele bem-amadas. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap13º, v 53) Tendo acabado de dizer essas parábolas, Jesus partiu dali; e, voltando ao seu país, os instruía nas sinagogas; de sorte que, tomados de admiração, eles diziam: Donde lhe vieram esta sabedoria e estes milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria e Tiago, José, Simão e Judas seus irmãos? E suas irmãs não vivem todas entre nós? Donde então lhe vêm todas estas coisas? Assim era que dele se escandalizavam, Jesus, porém, lhes disse: Nenhum profeta é desestimado senão no seu país e na sua casa. E não fez lá muitos milagres por causa da Incredulidade deles. Nenhum profeta é desestimado, senão no seu país, na sua casa e entre seus parentes. — Essas palavras, confirmativas destas outras que a sabedoria popular consagrou: “Ninguém é profeta na sua terra” e “santo de casa não faz milagre”, encerram uma reflexão filosófica, cujo valor todos temos podido verificar. Quanto ao não haver Jesus, ali, feito milagres, foi porque grande era a incredulidade, a cegueira voluntária dos que o cercavam. A obstinação os levaria a fechar os olhos, para não verem a luz, o que os tornaria mais culpados e passíveis de maiores castigos. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.15º, v. 21) . Partindo daí, Jesus se retirou para os lados de Tiro e de Sidônia. E uma mulher cananeana, vindo dessa região, lhe bradou: Senhor, filho de David, tem piedade de mim; minha filha está sendo cruelmente atormentada pelo demônio. Jesus não lhe respondeu uma só palavra e seus discípulos, aproximando-se, lhe rogaram: Faze o que ela pede, a fim de que se vá embora, pois vem gritando no nosso encalço. Ele respondeu: Não fui mandado senão para as ovelhas perdidas da casa de Israel. A mulher afinal se aproximou dele e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me. Ele lhe respondeu: Não convém pegar do pão dos filhos e dê-lo aos cães. Replicou-lhe ela: Sim, Senhor; mas os cãezinhos comem ao menos as migalhas que caem das mesas de seus amos. Disse então Jesus: Mulher, grande é a tua fé: seja-te feito como desejas. E no mesmo instante lhe ficou a filha curada. Como daí se vê, Jesus, que era e é todo amor e caridade, não repeliu verdadeiramente aquela mulher, nem lhe falou daquele modo por não pertencer ela à nação judia. Fê-lo para dar uma lição aos homens, mostrando-lhes que, por muito afastada a criatura das crenças cristãs, a fé em Deus pode operar o “milagre” que lhe ela peça. Que fora o que impelira a mulher cananeana a apelar para o Mestre, senão a confiança que depositava na sua missão divina? Quem lhe inspirou a resposta que deu ao Senhor, senão a fé viva de que se achava possuída. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap16º, v 24.) Disse então Jesus a seus discípulos: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; porqüanto, aquele que quiser salvar a vida a perderá e aquele que perder a vida por minha causa a encontrará. De que serve a um homem ganhar um mundo inteiro e perder a alma? Que preço dará o homem para recobrar sua alma? Pois o filho do homem tem que vir na glória de seu pai, com seus anjos: e então dará a cada um de acordo com suas obras O devotamento absoluto, a submissão sem limites são as condições únicas de chegarmos à perfeição relativa que a Humanidade pode alcançar. Dedicando-nos aos nossos irmãos, pela prática sem reservas da caridade, submetendo-nos aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, observando, em todos os nossos atos, os preceitos morais que Ele pregou e exemplificou, estaremos no caminho seguro da nossa salvação. Sujeito às necessidades materiais e aos instintos humanos, cumpre que o homem regule a sua existência, tendo sempre em vista que o seu corpo é um empréstimo que o Senhor lhe fez, como meio de efetuar a sua depuração e chegar até Ele. Não deve apegar-se a esse corpo, nem ao tesouro que acumulou, porqüanto nenhum dos dois o salvará no outro mundo. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap,17º, v,10.) Seus discípulos então lhe perguntaram: Por que é que os escribas dizem ser preciso que Elias venha primeiro? Jesus lhes respondeu: Em verdade, Elias tem que vir e restabelecerá todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio; eles não o conheceram e contra ele fizeram tudo o que quiseram. Assim também farão sofrer o filho do homem. Então seus discípulos compreenderam que Ele lhes havia falado de João Batista. Chamando a atenção dos discípulos para o fato de haver Elias voltado à Terra na pessoa de João Batista, Jesus assentava as bases da Revelação Espírita, que Ele, mais tarde, no seu colóquio com Nicodemos, deixaria veladamente entrever e que, depois, os Espíritos do Senhor trariam aos homens, nos tempos marcados por Deus, explicando-lhes, em espírito e verdade, a lei natural e imutável da reencarnação, seu princípio fundamental, suas regras, fins e conseqüências. Talhava assim Jesus a pedra angular sobre que repousaria o edifício do futuro. Aquelas suas palavras que, cobertas pelo véu da letra, grande influência haviam de exercer no porvir, sob o império do espírito, pouca importância tinham para os apóstolos, dada a natureza da época em que foram ditas, pois a reencarnação, se bem não constituísse lei entre os hebreus, estava no domínio das crenças da maioria deles, embora já a houvessem combatido os “espíritos fortes”, como erros da superstição. Jesus, portanto, ressuscitando Elias na pessoa de João Batista, não fez mais do que ressuscitar essa velha crença, mostrando a lei natural e imutável do renascimento, de cuja aplicação entre nós a reencarnação daquele profeta era apenas um exemplo, dentro da ordem geral da Natureza, pelo que respeita ao reino humano. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.17º, v 14). Quando voltou para onde estava o povo, chegou-se a ele um homem que, ajoelhando-se a seus pés, lhe disse: Senhor tem piedade de meu filho, que é lunático e sofre cruelmente; muitas vezes cai ora no fogo, ora na água. Já o apresentei a teus discípulos, mas estes não o puderam curar. Jesus respondeu: Oh! Geração incrédula e perversa, até quando estarei entre vós? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que ficou no mesmo instante curado. Então os discípulos vieram ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? Jesus lhes disse: Por causa da vossa nenhuma fé; pois, em verdade vos digo que, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis àquela montanha: Passa daqui para ali, e ela passaria; nada vos seria impossível. Não se expulsam os demônios desta espécie senão por meio da prece e do jejum. Se vê que os discípulos de Jesus, apesar de investidos por Ele no poder de curar os enfermos e de afastar dos obsidiados os Espíritos obsessores, não puderam expulsar daquele rapaz, que lhes fora trazido, o perseguidor que o atormentava. Entretanto, apresentado o moço ao Mestre, este ameaçou o “demônio” que sobre ele atuava e no mesmo instante cessou a obsessão de que era agente tal “demônio”. O jejum que Jesus nos recomendou consiste em nos abstermos de pensamentos culposos, inúteis, frívolos mesmo; em sermos sóbrios na satisfação das nossas necessidades materiais, reservando o supérfluo para o repartirmos com os nossos irmãos a quem falte o necessário; em sermos sinceros na modéstia, na regularidade dos costumes, na austeridade do proceder. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap 18º, v 6.) Aquele que escandalizar a um destes pequeninos que em mim crêem, melhor fora lhe pendurassem ao pescoço uma mó de moinho e o lançassem ao fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos, pois é necessário que venham escândalos; ai, entretanto, do homem por quem vem o escândalo. No planeta atrasado em que habitamos, as encarnações, em geral, são concedidas aos Espíritos que as pedem, para expiação e reparação de faltas que anteriormente cometeram. Consistem as expiações em sofrimentos físicos e morais, sofrimentos esses que, muitas vezes, são causados pelos maus atos, maus conselhos, maus exemplos de outros que, obstinados no mal, se tornam assim causas ou instrumentos de escândalo. Constitui este, para o que lhe experimenta as conseqüências, uma como punição de suas culpas e, portanto, um fator do seu progresso. (Elucidações Evangelicas) (consolador 307 ) (Lucas: cap 16º, v 1.) Disse também Jesus a seus discípulos. Havia um homem rico que tinha um mordomo e este perante ele foi acusado de lhe haver dissipado os bens. Ele o chamou à sua presença e lhe disse: Que é o que ouço dizer de ti? Dá-me conta da tua administração, pois que não poderás mais administrar meus bens. Disse então o mordomo de si para si: Que hei de fazer, uma vez que meu amo me tira a administração de seus bens? Não sei cultivar a terra e de mendigar tenho vergonha. Já sei o que farei, a fim de que, quando me houverem tirado a mordomia, encontre pessoas que me recebam em suas casas. Chamou cada um dos que deviam a seu amo e perguntou ao primeiro: Quanto deves a meu amo? O devedor respondeu: Cem cados de óleo. Disse-lhe o mordomo: Toma a tua obrigação, senta-te ali e escreve depressa uma outra de cinqüenta. Perguntou em seguida a outro credor: E tu quanto deves? Respondeu esse: Cem coros de trigo. Toma, disse ele, o documento que me deste e escreve um de oitenta. E o amo louvou o mordomo Infiel por haver procedido com atilamento: pois os filhos do século são mais avisados no gerir seus negócios do que os filhos da luz. E eu vos digo: Empregai as riquezas de iniqüidade em granjear amigos, a fim de que, quando elas vierem a faltar-vos, eles vos recebam nos tabernáculos eternos. — 10. Aquele que é fiel nas pequenas coisas sê-lo-á também nas grandes; aquele que é injusto no pouco também o é no muito. — 11. Ora, pois, se não houverdes sido fiéis no tocante às riquezas de iniqüidade, quem vos confiará as verdadeiras? — 12. Se não fostes fiéis, com o alheio, quem vos dará o que é vosso? Para que esta parábola seja bem entendida, preciso é se atente bastante no que consta nos versículos 10 e 12, do capítulo 16º de LUCAS, que mostram qual o seu espírito e não permitem, portanto, se suponha e diga, como o têm feito certos críticos sem ponderação, que o divino Modelo haja pensado em legitimar ou, sequer, aplaudir o roubo, em sancionar, ou aprovar as fraudes e as ações más. Nela não se nos oferece um exemplo, conforme o pretenderam a malevolência e a ignorância dos que se apegam a cada uma das letras de cada versículo, mas, apenas, uma comparação. Compara-se o juízo de um homem, sobre uma ação má, porque fraudulenta, que ele admira louva — não), pela habilidade que revela, e o juízo de Deus com relação àqueles que empreguem suas riquezas humanas em fazer o bem, que sempre militará a seu favor, ainda quando as hajam adquirido fraudulentamente. Quanto às “riquezas de iniqüidade”, são as riquezas terrenas, que se tornam, tão amiúde, fontes de males para o homem, porqüanto, adquiridas muitas vezes, ao que se diz legitimamente, Deus sabe que o são pela astúcia, pela esperteza, empregadas contra o simples, o ignorante, a criatura de boa-fé. Pois que no mundo não falta quem admire e até louve a previdência de um outro, mesmo quando essa previdência se traduza por um ato fraudulento, do qual é vítima o primeiro, como se poderá negar louvores àquele que empregue os bens perecíveis e perigosos da Terra na conquista de amigos que o ajudem a entrar nos tabernáculos eternos, isto é, aplicando-os em auxiliar o pobre, o necessitado, fato que lhe será levado em conta, para amortização de suas dívidas (Elucidações Evangelicas) (Lucas cap 17º, v 11.) Ora, sucedeu que, dirigindo-se para Jerusalém, teve Jesus que atravessar a Samaria e a GaliléIa. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos que pararam ao longe, e lhe bradaram: Jesus, Mestre, tem piedade de nós. Assim que os viu, Jesus disse: Ide mostrar-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Vendo-se curado, um deles retrocedeu, glorificando a Deus em altas vozes. E se prostrou, rosto em terra aos pés de Jesus, rendendo-lhe graças. Esse era Samaritano. Perguntou-lhe Jesus: Os dez não ficaram limpos? Onde estão os outros nove? Então, nenhum mais, senão este estrangeiro, voltou para glorificar a Deus? E, dirigindo-se ao estrangeiro, disse: Levanta-te, vai, tua fé te salvou. O Samaritano, de que fala o texto evangélico, logo que se viu limpo, voltou, cheio de reconhecimento, para se prostrar aos pés do caridoso Médico e lhe render graças por tamanho benefício, enquanto os Judeus, que se julgavam os filhos privilegiados, trataram de ir cumprir as formalidades legais, para sem demora voltarem ao convívio dos outros homens, convívio de que tinham sido expulsos, porque eram leprosos. (Elucidações Evangelicas) (Mateus capítulo 18º, versículo 18.) Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na Terra será ligado no céu e tudo que desligardes na Terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois dentre vós se reunirem na Terra, aquilo que pedirem lhes será concedido por meu pai que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles. Explicado, como já deixamos, o poder de ligar e desligar, que Jesus conferiu aos seus discípulos, cumpre levemos em conta que eles, que já eram bastante esclarecidos, mais ainda o seriam, quando lhes fosse dada toda a luz, nos limites da missão terrena de cada um. (Elucidações Evangelicas) (consolador 297) (Mateus cap 19º, v16.) Eis que um mancebo, dele se aproximando, lhe disse: Bom Mestre, que bem devo fazer para alcançar a vida eterna? Jesus lhe respondeu: Por que me chamas bom? Bom só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. Perguntou-lhe o mancebo: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não darás falso testemunho; honra a teu pai e tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo. Retrucou o mancebo: Todos esses mandamentos tenho guardado desde a minha juventude; que mais me falta? Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possuis, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Ao ouvir essas palavras o mancebo se retirou triste, porque muitos eram os bens que possuía. O mancebo que, foi ao encontro de Jesus, tinha que servir de exemplo e de lição aos que o cercavam. Naquela circunstância, como sempre que era oportuno e conveniente, o divino Mestre recorreu a imagens e locuções materiais, para tocar e impressionar fortemente as inteligências da época, extirpar o egoísmo e o apego aos bens terrenos e preparar o advento do Espírito, para quando o reinado da letra houvesse produzido todos os seus frutos. (Elucidações Evangelicas) (Lucas cap 19º, v 1. )Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessava a cidade. Vivia ali um homem, chamado Zaqueu, que era dos principais entre os publicanos, rico, e que procurava ver a Jesus para o conhecer, o que não podia conseguir devido à multidão, pois que ele era de muito baixa estatura. Correndo então adiante de todos, subiu a um sicômono para o ver, porqüanto por alí havia Jesus de passar. Chegando ao lugar onde ele se achava, Jesus levantou os olhos, o viu e lhe disse: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa. Zaqueu desceu a toda pressa e o recebeu com alegria. Todos os que Isso presenciaram murmuravam, por ter Ele ido hospedar-se em casa de um homem pecador. Entretanto, Zaqueu, prostrando-se diante do Mestre, lhe disse: Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se nalguma coisa defraudei a alguém, restituir-lhe-ei o quádruplo. Sobre o que disse Jesus: Hoje entrou nesta casa a salvação, pois este também é filho de Abraão. Porque, o filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido. São fáceis de apreender-se as conseqüências deste fato. Jesus viera em socorro dos que se perdiam, conforme vimos ao apreciar a resposta por Ele dada aos discípulos Tiago e João, quando tiveram a idéia de pedir que descesse fogo do céu para consumir os Samaritanos que não os tinham querido receber (LUCAS, capítulo 9º, versículo 56.) Sua moral persuasiva frutificava nalguns corações e os que tratavam de pô-la em prática eram salvos, pois entravam no caminho do progresso rápido e contínuo. Essa moral, sempre pura e reconfortante, temo-la hoje, no Evangelho, sob as nossas vistas. Mas, infelizmente, não cuidamos de aplicá-la, de a pôr em obras. Entretanto, sabemos que nos cumpre fazer como Zaqueu, isto é, apressar-nos em preparar a morada dos nossos corações para nela recebermos o Senhor, em ativar, pela purificação dos nossos Espíritos, a do planeta que habitamos. Aplicando-nos as palavras de Jesus, urge reparemos sem demora todo dano que houvermos causado aos nossos irmãos, depois de havermos feito um sério exame das nossas consciências. Assim procedendo, podemos, como Zaqueu, ouvir as palavras do Mestre, repercutindo suavemente no imo das nossas almas. Então, também seremos, como ele, “filhos de Abraão”, palavras que significam — “herdeiros do céu”. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap.21 v.12.) Jesus entrou no templo de Deus e expulsou todos os que ali vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombas,dizendo-lhes: Está escrito: “Minha casa será chamada casa de oração”. E fizestes dela um covil de ladrões. Expulsou do templo os vendilhões, dizendo: Está escrito: “Minha casa é casa de oração”, e a transformastes num covil de ladrões. Essas palavras, entretanto, parece que até hoje não chegaram aos ouvidos de muita gente, pois que inúmeros são ainda os que negociam, comprando e vendendo orações, perdões e indulgências, resgatando crimes a peso de ouro e fazendo das bênçãos do Senhor objeto de vil comércio.Era este o pensamento que aquelas palavras exprimiam: Desconfiai dos que vendem o perdão e as graças, dos que exploram a credulidade e a ignorância, porqüanto praticam roubo, mercando o que lhes não pertence, o que não têm nem mesmo para si. (Elucidações Evangelicas) (Mateus: cap. 21º, v.23.) Tendo vindo ao templo e estando a ensinar, chegaram-se a ele os príncipes dos sacerdotes e os anciães do povo e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas e quem te deu este poder? Respondeu Jesus: Também eu vos farei uma pergunta e, se a ela responderdes, dir-vos-ei com que autoridade faço estas coisas. Donde era o batismo de João? do céu ou dos homens? Eles, porém, discorriam assim entre si: Se respondermos que era do céu, ele nos dirá: Por que então não lhe destes crédito? Se respondermos que era dos homens, teremos que temer o povo, pois que João era tido por todos como profeta. Responderam então a Jesus: Não sabemos. Replicou-lhes ele: Não vos direi tampouco com que autoridade faço estas coisas. Os que interpelaram o Cristo sobre a autoridade com que Ele fazia aquelas coisas e procedia da maneira que todos viam, eram príncipes dos sacerdotes, escribas e fariseus, os quais, tendo sido testemunhas dos atos de João, não se renderam à evidência. Não havendo percebido em que fonte hauria Ele a sua força, ainda menos compreenderiam e admitiriam o testemunho da sua palavra. Se lhes respondera que o poder lhe vinha de Deus, houvera-os provocado a apressar o termo da sua missão.O que deixou transparecer claramente, evitando responder de modo direto à pergunta que lhe fora feita.Promessas realizáveis no futuro e estímulo para o presente é o que se nos depara nestas palavras suas:“Os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino dos céus”. (Elucidações Evangelicas) (Mateus cap 22º, v15.) Retirando-se dali, os fariseus foram reunir-se em conselho, a fim de o surpreenderem no que dissesse. Mandaram então seus discípulos com os herodianos dizer a Jesus: Mestre, sabemos que és sincero e veraz, que ensinas o caminho de Deus na verdade, sem te preocupares com quem quer que seja, porque não consideras nos homens as pessoas. Dize-nos, pois, qual o teu parecer: É lícito pagar a César o tributo ou não? Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Mostrai-me a moeda com que se paga o tributo. Apresentaram-lhe um denário. Perguntou ele: De quem são esta imagem e esta inscrição? De César, responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Ouvindo isto, encheram-se de admiração e, deixando-o, se retiraram. Estas palavras de Jesus, mau grado a tudo que se tenha dito, provam que Ele não viera pregar a subversão social, mas apenas o progresso moral. O respeito às leis humanas é para o homem um dever e, muitas vezes, uma provação. Aplique-se ele, portanto, pelo seu proceder, a abrandar, modificar, suavizar as que tanto lhe pesam. A liberdade nasce do cumprimento do dever, da pureza do coração, do amor e da caridade, que implicam a justiça, o respeito a si mesmo e aos outros. As palavras: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, ditas principalmente para o futuro, ainda não foram compreendidas e, menos ainda, bem praticadas. Só o serão, quando todos, inclusive César, derem a Deus o que é de Deus, pela prática do duplo amor ao mesmo Deus e ao próximo, o que envolve a da fraternidade, da qual, exclusivamente, resultarão a igualdade e a liberdade, na paz, na ordem e na hierarquia, baseada esta tão-só no grau de pureza moral adquirida. A Igreja, que devia pregar pelo exemplo a tolerância, a justiça, a caridade, o amor, a fraternidade, a humildade, o desinteresse, teria sabido viver sempre em harmonia com César e teria feito que a Vinha do Senhor desse os abundantes frutos que devia dar pelo cultivo daquelas virtudes, que ela, ao contrário, desprezou e conspurcou. (Lucas cap 23º, v39) Um dos ladrões também crucificados blasfemava contra ele dizendo: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. Mas o outro, repreendendo-o, disse: Nem ao menos sofrendo o mesmo suplício temes a Deus mais do que os outros! Entretanto, nós o sofremos justamente, pois que recebemos o castigo que mereceram os nossos crimes, ao passo que este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim quando chegares ao teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Os dois ladrões, a princípio, faziam coro com os que ultrajavam a Jesus. Um deles, porém, vendo, afinal, que o mesmo Jesus respondia aos insultos que lhe atiravam orando pelos que assim procediam, compreendeu haver no Mestre alguma coisa que o colocava acima da Humanidade. Quer dizer que esse malfeitor entreviu a verdade, ainda que confusamente, e não hesitou em pedir misericórdia àquele em quem reconhecera de súbito maior poder para as coisas do céu, do que para as da Terra. Jesus então lhe fez esta animadora promessa: Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. (Mateus: cap 27º, v 51). E eis que o véu do templo se rasgou em dois de alto a baixo; a terra tremeu e as pedras se tenderam. Os sepulcros se abriram e muitos corpos de santos, que neles dormiam o sono da morte, ressuscitaram. E, saindo dos túmulos depois da sua ressurreição, vieram à cidade santa e apareceram a muitas pessoas. O centurião e os que com ele estavam de guarda a Jesus, observando o terremoto e tudo O que se passava, se encheram de grande medo e disseram: Este era verdadeiramente filho de Deus Em vão tentaremos abrir os olhos aos que se obstinam em conservá-los fechados. Não há como conseguir admitam os fatos espíritas os que negam toda influência ultramundana. Recusam-se a estudar a ciência espírita, a observar os fenômenos e negam o que teimam em “ao ver e emitem juízo sobre o que não conhecem. Em tais condições, como os havemos de qualificar? Julgam-se sábios, que nada mais têm que aprender. Deixemo-los, impando nessa presunção com que os cega o orgulho, que ainda muito os fará sofrer. Todos os fenômenos que se produziram por ocasião da morte aparente de Jesus foram devidos à ação dos Espíritos que em número incalculável o rodeavam; foram, pois, simples fenômenos espíritas, quais tantos outros, que se produzem nos tempos presentes, embora com menor intensidade. Todos a ciência espírita os explica, como decorrentes de leis naturais. (Elucidações Evangelicas) Quem é Jesus Cristo? Em Química, Ele transformou água em vinho; Em biologia, Ele nasceu sem ter tido uma concepção normal; Em física, Ele superou a gravidade quando Ele Ascendeu ao céu; Em economia, Ele subverteu a lei dos rendimentos decrescentes ao alimentar 5000 pessoas com dois peixes e 5 pães; Em medicina, Ele curou os doentes e os cegos sem administrar absolutamente nenhum remédio, Em, história, Ele é O começo e O fim; Em direito, Ele disse que deveria ser chamado de Filho do Pai, Príncipe da Paz; Em religião, Ele disse que ninguém chega ao Pai sem não for através dele. Mensagem O maior homem da história. Jesus não tinha servos, ainda assim chamavam O de Mestre. Não tinha escolaridade, ainda assim chamavam O de Professor. Não tinha remédios, ainda assim chamavam O de Curador. Não tinha exércitos, ainda assim reis O temiam. Ele não venceu batalhas militares, ainda assim conquistou o mundo. Ele não cometeu crime, ainda assim crucificaram-No. Ele foi enterrado em uma tumba, ainda assim Ele vive hoje. Sinto me honrado de servir um líder que nos ama! Eu creio em Deus e em Jesus Cristo seu filho. ‘Se você me negar diante dos homens, Eu negarei você diante do Pai no céu’ Fonte: Livro dos Espíritos – Allan Kardec Obras Póstumas – Allan Kardec O Consolador – Emmanuel/ Xavier Elucidações Evangélicas – Antonio Luis Sayão Palestra 26/6/13 CELC – Paulo Rogerio