Infância material e Infância espiritual – Palestra 27.7.16
INFÂNCIA MATERIAL e INFÂNCIA ESPIRITUAL
– INTRODUÇÃO
– 1. ANTES DO PARTO
– 1.1. O MOMENTO DA CONCEPÇÃO
-1.2. DURANTE A GRAVIDEZ
-1.3. ABORTO
– 2. ESPÍRITO ENCARNADO NO CORPO DE CRIANÇA
– 2.1. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL, MATERNIDADE E PATERNIDADE.
-2.2. A ANTIPATIA ENTRE CRIANÇAS E PAIS
-2.3. O QUE ACONTECE AOS 7 ANOS DE IDADE
-2.4. MEDIUNIDADE
-2.5. A SIMPLICIDADE E INOCÊNCIA
-2.6. PROVAS E EXPIAÇÕES
-2.7. O MOTIVO DO DESENCARNE
-3. A CRIANÇA APÓS O DESENCARNE
-3.1. SITUAÇÃO DA CRIANÇA NO PLANO EPIRITUAL
-3.2. EDUCANDÁRIO
INTRODUÇÃO:
O Livro dos Espíritos – 383. Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?
— Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.
O Livro dos Espíritos – 183. Passando de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
— A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão ingênua como entre vós.
1. ANTES DO PARTO
1.1 O momento da concepção:
O Livro dos Espíritos – 344. Em que momento a alma se une ao corpo?
— A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para tomar determinado corpo a ele se liga por um laço fluídico, que se vai encurtando cada vez mais, até o instante em que a criança vem à luz; o grito que então se escapa de seus lábios anuncia que a criança entrou para o número dos vivos e dos servos de Deus.
LIVRO: MISSIONÁRIOS DA LUZ
CAPÍTULO 13
Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço.
Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que “alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada”. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.
A certa altura, Alexandre falou-lhe com autoridade:
– Segismundo, ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme!
Tive a impressão de que o reencarnante se esforçava por obedecer.
– Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!
Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida.
A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária.
Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas.
Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.
Notei, embora a comoção do momento, que o meu instrutor fez um gesto à depositária de Segismundo, para que efetuasse a entrega do reencarnante aos braços maternais.
Foi então, ó divino mistério da Criação Infinita de Deus, que a vi apertar a “forma infantil” de Segismundo de encontro ao coração, mas tão fortemente, tão amorosamente, que me pareceu uma sacerdotisa do Poder da Divindade Suprema. Segismundo ligara-se a ela como a flor se une à haste. Então compreendi que, desde aquele momento, era alma de sua alma aquele que seria carne de sua carne.
Observando que a forma de Segismundo se ligara a ela, por divino processo de união magnética, recebi a determinação do meu orientador para seguir-lhe, de perto, o trabalho de auxilio na ligação definitiva de Segismundo à matéria.
Indicando os órgãos geradores de Raquel e fazendo incidir sobre eles a sua luz.
Em seguida Alexandre ajustou a forma reduzida de Segismundo, que se interpenetrava com o organismo perispirítico de Raquel, sobre aquele microscópico globo de luz, impregnado de vida, e observei que essa vida latente começou a movimentar-se.
CAPÍTULO 13
O que vimos, porém, com Segismundo perguntei – é regra geral para todos os casos?
– De modo algum respondeu o instrutor, atencioso -, os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais.
Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o nosso concurso. Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo.
– A reencarnação de Segismundo obedece às diretrizes mais comuns. Traduz expressão simbólica da maioria dos fatos dessa natureza, porquanto o nosso irmão pertence à enorme classe média dos Espíritos que habitam a Crosta, nem altamente bons, nem conscientemente maus.
– Para saber mais: Perguntas 29 e 37 do livro O Consolador
1.2 Durante a Gravidez:
O Livro dos Espíritos – 351. No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito goza de todas as suas faculdades?
— Mais ou menos, segundo a fase, porque não está ainda encarnado, mas ligado ao corpo. Desde o instante da concepção, a perturbação começa a envolver o Espírito, advertido, assim, de que chegou o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é mais ou menos o de um Espírito encarnado, durante o sono do corpo. A medida que o momento do nascimento se aproxima, suas ideias se apagam, assim como a lembrança do passado se apaga desde que entrou na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória, no seu estado de Espírito.
O Consolador – 31 – A reencarnação inicia-se com as primeiras manifestações de vida do embrião humano?
– Desde o instante primeiro de tais manifestações, a entidade espiritual experimenta os efeitos de sua nova condição. Importa reconhecer, todavia, que o Espírito mais lúcido, em contraposição com os mais obscurecidos e ignorantes, goza de quase inteira liberdade, até a consolidação total dos laços materiais com o novo nascimento na esfera do mundo.
LIVRO: A GÊNESE – Cap. 11, item 18 a 21.
ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS:
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vital material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união? nasce então o ser para a vida exterior.
Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.
– Para saber mais: O Evangelho Segundo o Espiritismo 8:4 e 28:53. E a pergunta 354 do Livro dos Espíritos.
1.3 Aborto:
O Livro dos Espíritos – 345. A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante esse primeiro período, o Espírito poderia renunciar a tomar o corpo que lhe foi designado?
— A união é definitiva no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que foi designado para o corpo; mas, como os laços que o prendem são muito frágeis, fáceis de romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito que recua ante a prova escolhida. Nesse caso, a criança não vive.
O Livro dos Espíritos – 358. O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?
— Há sempre crime quando se transgride a lei de Deus. A mãe ou qualquer pessoa cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento.
– Para saber mais: O Livro dos Espíritos pergunta 359.
2. Espírito encarnado no corpo de criança
2.1 – A importância da educação infantil, maternidade e paternidade:
O Consolador – 109 – O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
– O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
Eis porque o lar é tão importante para a edificação do homem, e porque tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.
Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos.
O Livro dos Espíritos – 582. Pode-se considerar a paternidade como uma missão?
— É, sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do bem. E lhes facilitou a tarefa dando à criança uma organização frágil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões. Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e de fazê-las carregar de bons frutos do que endireitar o caráter do filho. Se este sucumbir por sua culpa, terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que lhes competia para o seu adiantamento nas vias do bem.
O Consolador -113 – Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?
-O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença.
O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo?
Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo e à ausência de amor à verdade.
Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime.
REVISTA ESPÍRITA 1864 – FEVEREIRO
PRIMEIRAS LIÇÕES DE MORAL NA INFÂNCIA
De todas as chagas morais da sociedade, o egoísmo parece a mais difícil de extirpar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais alimentada pelos mesmos hábitos da educação.
Certo dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: “Tu o comerás, se fores ajuizada.” Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não acontece dizerem a uma criança que não comerá tal guloseima se chorar. Dizem: “Faze isto ou faze aquilo e terás creme”, ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela razão, mas tendo em vista a satisfação de um desejo sensual que incentivam. É ainda muito pior quando lhe dizem, o que não é menos frequente, que darão a sua parte a uma outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe pedem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem lhe dar uma lição de generosidade? Então dizem: “Dá esta fruta ou este brinquedo a alguém.” Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei um outro.” Assim, a criança só se decide a ser generosa quando está certa de nada perder.
Desta vez os pais foram mais firmes, eis o que fizeram: “Eu te prometo – disse a mãe – que se não obedeceres, amanhã cedo darei o teu bolo à primeira criança pobre que passar.” Dito e feito. Desta vez não cederam e lhe deram uma boa lição. Assim, no dia seguinte de manhã, tendo sido avistada uma pequena mendiga na rua, fizeram-na entrar, obrigaram a filha a toma-la pela mão e ela mesma lhe dar o seu bolo. Acerca disto elogiaram a sua docilidade. Moralidade: a filha disse: – Se eu soubesse disto teria tido pressa em comer o bolo ontem. E todos aplaudiram esta resposta espirituosa. Com efeito, a criança tinha recebido uma forte lição, mas lição de puro egoísmo. Depois disto, como querem que uma criança não seja egoísta quando, em vez de nela despertar o prazer de dar e de lhe representar a felicidade de quem recebe, impõe-lhe um sacrifício como punição? Não é inspirar aversão ao ato de dar e àqueles que têm necessidade? Um outro hábito, igualmente frequente, é o de castigar a criança mandando-a comer na cozinha com os empregados domésticos. A punição está menos na exclusão da mesa do que na humilhação de ir para a mesa dos criados. Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que são, e com razão, consideradas como as chagas da Humanidade. É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável e onde não podem encontrar o contrapeso da vontade, nem da experiência.
EFÉSIOS (6:1 a 4) – Deveres dos filhos e dos pais
Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isto é justo. O primeiro mandamento acompanhado de uma promessa é: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra.
Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, cria-os na educação e doutrina do Senhor.
O Consolador – 189 – Que deve fazer a mãe terrestre para cumprir evangelicamente os seus deveres, conduzindo os filhos para o bem e para a verdade?
A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus.
Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os esperam.
Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.
Sacrificar-se de todos os modos ao seu alcance, sem quebrar o padrão de grandeza espiritual de sua tarefa, pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é divino e que todo desperdício é falta grave.
Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio, para que sejam igualmente amparados no mundo, na hora de amargura que os espera, comum a todos os Espíritos encarnados.
Nos problemas da dor e do trabalho, da provação e da experiência, não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo.
Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo do trabalho e a fonte de harmonia para todos.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 23 – MORAL ESTRANHA
ODIAR OS PAIS
1. Como nas suas pegadas caminhasse grande massa de povo, Jesus. Voltando-se, Disse-lhes: “Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem quer que não carregue a sua cruz e me siga, não pode ser meu discípulo. Assim, aquele dentre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo”.
(LUCAS, 14:25 a 27 e 33)
2. “Aquele que ama a seu pai ou a sua mãe, mais do que a mim, de mim não é digno? aquele que ama a seu filho ou a sua filha, mais do que a mim, de mim não é digno”.
(MATEUS, 10:37)
LIVRO: ANTOLOGIA DA CRIANÇA
AUTORES: MENSAGENS DE DIVERSOS ESPÍRITOS – MÉDIUM: CHICO XAVIER
SÚPLICA DA CRIANÇA
Meimei
Senhor! …
Disseram os homens que me queriam tanto, mas ao atingir-lhes a casa, não dialogaram comigo, segundo as minhas necessidades.
Quase todos me ofereceram um berço enfeitado, mas poucos me deram o coração.
Afirmam que devo procurar a felicidade, entretanto, não sei como fazer isso, se os vejo a quase todos sofrendo e rebelando-se por não aceitarem as disciplinas da vida.
Escuto-lhes as lições de paz, contudo, acompanho-lhes as rixas em vista de estarem sempre exigindo o maior quinhão de recursos da Terra.
Recomendam-me buscar a alegria, mas, muitas vezes, observo que está misturado de lágrimas o leite que me estendem.
Erguem palácios para mim, no entanto, entre as paredes dessas mansões coloridas e belas, renovam, a cada dia, reclamações e queixas que não sei compreender, nem registrar.
Explicam que preciso praticar o perdão e, ao mesmo tempo, muitos me mostram como exercitar a vingança.
Senhor! …
Que será de mim, neste grande mundo que construíste entre as estrelas, sempre adornado de flores e aquecido de Sol, se os homens me abandonarem?
Fazei que eles reconheçam que dependo deles como o fruto depende da árvore. E, tanto quanto seja possível , dizei-lhes, Senhor, que terei comigo apenas o que me derem e que posso ser, enquanto estiver aqui, unicamente o que eles são.
– Para saber mais: Perguntas 208, 352, 385 583 e 890 do Livro dos Espíritos. Perguntas 108, 110, 189 e 191 do livro O Consolador. Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo 8 item 4. E Lucas capítulo 15:11 a 32.
2.2 – A antipatia entre crianças e pais:
O Livro dos Espíritos – 209. Por que pais bons e virtuosos têm filhos perversos? Ou seja, por que as boas qualidades dos pais não atraem sempre, por simpatia, bons Espíritos como filhos?
— Um mau Espírito pode pedir bons pais, na esperança de que seus conselhos o dirijam por uma senda melhor, e muitas vezes Deus o atende.
O Livro dos Espíritos – 891. Se o amor materno é uma lei natural, por que existem mães que odeiam os filhos e frequentemente desde o nascimento?
— É, às vezes, uma prova escolhida pelo Espírito do filho ou uma expiação, se ele tiver sido um mau pai, mãe ruim ou mau filho em outra existência. Em todos esses casos, a mãe ruim não pode ser animada senão por um mau Espírito, que procura criar dificuldades ao do filho, para que ele fracasse na prova desejada. Mas essa violação das leis naturais não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que tiver superado.
Mateus 10:36 – e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 14:9 – A INGRATIDÃO DOS FILHOS E O LAÇO DE FAMÍLIA
Por fim após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia? para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.
Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão? não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido? que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Mães! Abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas, oh! Muitas dentre vós, em vez de eliminar por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de expiação.
Deus permite que Espíritos menos adiantados encarnem nessas famílias simpáticas entre si, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar. Acolhei-os, portanto, como irmãos? auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros.
– Para saber mais: ler livro No Mundo Maior capítulo 7. Perguntas 210 e 892 do Livro dos Espíritos. E pergunta 175 do livro O Consolador. Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo 8 item 16.
2.3 – O que acontece aos 7 anos de idade:
O Consolador – 109
Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica.
LIVRO: MISSIONÁRIOS DA LUZ
CAPÍTULO 13
– Meus amigos, o nosso Herculano permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. Depois desse período, a sua tarefa de amigo e orientador será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante.
CAPÍTULO 13
O organismo dos nascituros, em sua expressão mais densa, provém do corpo dos pais, que lhes entretêm a vida e lhes criam os caracteres com o próprio sangue.
Por que tamanho cuidado com o sangue do futuro recém-nascido? Somente aos sete anos iniciais de existência humana estaria terminado o serviço de reencarnação?
– Você não ignora que o corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. Na organização fetal, o patrimônio sanguíneo é uma dádiva do organismo materno. Logo após o renascimento, inicia-se o período de assimilação diferente das energias orgânicas, em que o “eu” reencarnado ensaia a consolidação de suas novas experiências e, somente aos sete anos de vida comum, começa a presidir, por si mesmo, ao processo de formação do sangue, elemento básico de equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexistente, no novo serviço iniciado.
2.4 – Mediunidade:
LIVRO DOS MÉDIUNS
Cap. 18, item 221
Pergunta 6. Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?
“Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessivas sobre-excitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das consequências morais.”
Pergunta 7. Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?
“Não? quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece, quando é provocada e sobre-excitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo.”
O Livro dos Espíritos – 380. Numa criança de tenra idade, o Espírito, fora do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, pensa como uma criança ou como um adulto?
— Enquanto criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não possam dar-lhe toda a intuição de um adulto: sua inteligência, com efeito, é bastante limitada, até que a idade lhe amadureça a razão. A perturbação que acompanha a encarnação não cessa de súbito com o nascimento e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos.
Comentário de Kardec: Uma observação vem ao apoio desta resposta: é que os sonhos de uma criança não têm o caráter dos sonhos de um adulto; seu objeto é quase sempre pueril, o que é um indício da natureza das preocupações do Espírito.
REVISTA ESPÍRITA 1865 – FEVEREIRO – ESPÍRITOS INSTRUTORES DA INFÂNCIA
CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO
Resumo: “Uma criança de 3 anos que sofria de mutismo, em uma noite enquanto dormia começou a falar distintamente as letras A,B,C,D. Ao acordar os pais tentaram fazer ela repetir essas letras porém a criança não conseguia. Foi dada uma comunicação na Sociedade de Paris que após um trauma a criança iria começar a desenvolver a fala, e tempos depois isso aconteceu.”
Há aqui um ensinamento importante e, até certo ponto, novo: o da primeira educação dada a um Espírito encarnado por um Espírito desencarnado.
A articulação das letras durante o sono do garoto era, muito evidentemente, um efeito mediúnico, pois resultava do exercício que o Espírito lhe fazia fazer. Numa sessão posterior da Sociedade, em que absolutamente não se ocupavam do caso em questão, foi dada espontaneamente a seguinte dissertação, vindo confirmar e desenvolver o princípio desse gênero de mediunidade.
Mediunidade na Infância
(Sociedade de Paris, 6 de janeiro de 1865 – Médium: Sr. Delanne)
Depois de ter sido preparado pelo anjo da guarda, começam a se estabelecerem no Espírito que vem encarnar, isto é, que vem sofrer novas provações em vista do seu melhoramento, os laços misteriosos que o unem ao corpo, a fim de manifestar a sua ação terrestre. Aí está todo um estudo, sobre o qual não me estenderei; só falarei do papel e da disposição do Espírito, durante o período da infância no berço.
A ação do Espírito sobre a matéria, nesse tempo de vegetação corpórea, é pouco sensível. Assim, os guias espirituais desvelam-se em aproveitar esses instantes, em que a parte carnal não obriga a participação inteligente do Espírito, a fim de preparar este último e encorajá-lo em suas boas resoluções, das quais sua alma está impregnada.
É nesses momentos de desprendimento que o Espírito, saindo da perturbação que teve de passar para a encarnação presente, compreende e se lembra dos compromissos contraídos para o seu adiantamento moral. É então que os Espíritos protetores vos assistem e ajudam a vos reconhecerdes. Assim, estudai a fisionomia da criancinha que dorme; muitas vezes o vereis “sorrindo aos anjos”, como se diz vulgarmente, expressão mais justa do que se pensa. Com efeito, sorri aos Espíritos que o cercam e o devem guiar.
Para saber mais: Revista Espírita de 1865 (Janeiro – Evocação de um surdo-mudo encarnado).
2.5 – Simplicidade e inocência:
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 7:3 e 6 – TODO AQUELE QUE SE ELEVA SERÁ REBAIXADO
Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: “Quem é o maior no reino dos céus?” Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: “Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus. Aquele, portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no reino dos céus? e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe.” (MATEUS, 18:1 a 5)
Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que não tenha nenhuma pretensão de alimentar à superioridade ou à infalibilidade.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 8: 2 e 3 – DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS
Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (MARCOS, 10:13 a 16)
A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade.
Poderia parecer menos justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. É exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem.
O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.
O Livro dos Espíritos – 385 – Comentário Kardec
As crianças são os seres que Deus envia a novas existências e, para que não possam acusá-lo de demasiada severidade, dá-lhes todas as aparências de inocência. Mesmo numa criança de natureza má, suas faltas são cobertas pela não consciência dos atos. Esta inocência não é uma superioridade real, em relação ao que elas eram antes; não, é apenas a imagem do que elas deveriam ser, e se não o são, é sobre elas somente que recai a culpa.
Mas não é somente por ela que Deus lhe dá esse aspecto, é também sobretudo por seus pais, cujo amor é necessário à fragilidade infantil. E esse amor seria extraordinariamente enfraquecido pela presença de um caráter impertinente e acerbo, enquanto, supondo os filhos bons e ternos, dão-lhes toda a afeição e os envolvem nos mais delicados cuidados. Mas quando as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dispensada durante quinze a vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda a sua nudez: permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas se irisam sempre de matizes que estavam na primeira infância.
Para saber mais: Pergunta 382 do Livro dos Espíritos
2.6 – Provas e expiações:
REVISTA ESPÍRITA 1864 – SETEMBRO – ESTUDOS MORAIS
UMA FAMÍLIA DE MONSTROS
Publicação do Jornal:
Uma camponesa das cercanias de Lutter acaba de dar à luz uma criança com todas as aparências de um macaco, pois seu corpo é quase inteiramente coberto de pelos negros e cerrados, e nem mesmo o rosto está isento dessa estranha vegetação.
Essa infeliz senhora ainda não deu à luz um só filho que não fosse acometido de enfermidades mais ou menos horríveis.
Sua filha mais velha, de dez anos, é completamente corcunda. Seu segundo filho é um menino de sete anos; ele é aleijado das pernas. O terceiro, que vai completar cinco anos, é surdo-mudo e idiota. Enfim a quarta, de dois anos e meio, é completamente cega.
Explicação Kardec:
Duas forças partilham o mundo: o Espírito e a matéria. O Espírito tem as suas leis, como a matéria tem as dela. Ora, reagindo incessantemente uma sobre a outra, resulta que certos fenômenos materiais têm como causa a ação do Espírito.
Pois bem! o Espiritismo vem desvendar esse mistério e dele fazer sair a deslumbrante justiça de Deus; prova que essas almas deserdadas desde o nascimento neste mundo já viveram e expiam, em corpos diferentes, suas faltas passadas.
Tudo bem, dirão, para o ser que nasce assim. Mas, e os pais? essa mãe que dá à luz seres desgraçados? que é privada da alegria de ter um único filho que lhe faça honra e que possa mostrar com orgulho? A isto responde o Espiritismo: Justiça de Deus, expiação, provação para sua ternura materna, pois é uma prova bem grande só ver em torno de si, pequenos monstros, em vez de crianças graciosas. E acrescenta: Não há uma só infração às leis de Deus que, mais cedo ou mais tarde, não tenha suas funestas consequências, na Terra ou no mundo dos Espíritos, nesta ou numa vida seguinte. Pela mesma razão, não há uma só vicissitude da vida que não seja a consequência e a punição de uma falta passada, e assim será para cada um, enquanto não se tiver arrependido, expiado e reparado o mal que fez; retorna à Terra para expiar e reparar; cabe a ele melhorar-se bastante para a ela não mais voltar como condenado. Muitas vezes Deus se serve daquele que é punido para punir outros; é assim que os Espíritos dessas crianças, como punição, devendo encarnar em corpos disformes, são, sem o saber, instrumentos de expiação para a mãe que os deu à luz.
Explicação de um espírito Protetor:
Não creiais, pois, que essa mulher, de que acabais de falar, seja vítima do acaso ou de uma cega fatalidade. Não; o que lhe acontece tem sua razão de ser – ficai bem convencidos. Ela é castigada em seu orgulho; desprezou os fracos e os enfermos; foi dura para com os seres caídos em desgraça, dos quais desviava os olhos com repulsa, em vez de envolvê-los num olhar de comiseração; envaideceu-se da beleza física de seus filhos, à custa de mães menos favorecidas; mostrava-os com orgulho, porque aos seus olhos a beleza do corpo tinha mais valor que a beleza da alma; assim, neles desenvolveu vícios, que lhes retardaram o avanço, em vez de desenvolver as qualidades do coração. É por isso que Deus permitiu que, em sua existência atual, ela só tivesse filhos disformes, a fim de que a ternura maternal a ajudasse a vencer sua repugnância pelos infelizes. Para ela isto é uma punição e um meio de adiantamento; mas nessa própria punição brilham, ao mesmo tempo, a justiça e a bondade de Deus, que castiga com uma das mãos, mas incessantemente dá ao culpado, com a outra, os meios de se resgatar.
http://centroeleocadiocorreia.com.br – Biblioteca Virtual – Depressão – Depressão Respostas
Pode acontecer que o individuo venha a nascer com depressão devido a acontecimentos passados?
Pode. Hoje em dia, a psiquiatria infantil tem detectado e tratado crianças que antes eram tidas como “esquisitas” e que hoje com os novos parâmetros que norteiam os diagnósticos, são tratados como depressivos. Em geral, trazem já de outras vidas essas tendências ou matrizes que passam para o corpo físico tais dificuldades.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 13:18 – OS ÓRFÃOS
Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever.
O CÉU E O INFERNO – Segunda Parte, cap. 8, Expiações Terrestres
MARCEL, a criança do nº 4.
Havia num hospital de província um menino de 8 a 10 anos, cujo estado era difícil precisar. Designavam-no pelo nº 4. Totalmente contorcido, já pela sua deformidade inata, já pela doença, as pernas se lhe torciam roçando pelo pescoço, num tal estado de magreza, que eram pele sobre ossos. O corpo, uma chaga? os sofrimentos, atrozes. Era oriundo de uma família israelita. A moléstia dominava aquele organismo, já de oito longos anos, e, no entanto demonstrava o enfermo uma inteligência notável, além de candura, paciência e resignação edificantes. O médico que o assistia, cheio de compaixão pelo pobre um tanto abandonado, visto que seus parentes pouco o visitavam, tomou por ele certo interesse. E achava-lhe um quê de atraente na precocidade intelectual.
Um dia, o menino disse-lhe: — “Doutor, tenha a bondade de me dar ainda uma vez aquelas pílulas ultimamente receitadas.” Para quê? Replicou-lhe o médico, se já te ministrei o suficiente, e maior quantidade pode fazer-te mal. – É que, vede, replicou a criança, sofro de tal modo que me forço em me reprimir para não gritar, e pedir a Deus conceder-me a força de não alterar os outros doentes que estão do meu lado; frequentemente, tenho dificuldade de me impedir isso; essas pílulas me adormecem, e durante esse tempo, pelo menos, não perturbo ninguém.”
Aqui está quanto basta para demonstrar a grandeza dessa alma encerrada num corpo informe. Onde teria ido essa criança haurir tais sentimentos? Certo, não foi no meio em que se educou? além disso, na idade em que principiou a sofrer, não possuía sequer o raciocínio. Tais sentimentos eram-lhe inatos: — mas então por que se via condenado ao sofrimento, admitindo-se que Deus houvesse concomitantemente criado uma alma assim tão nobre e aquele mísero corpo –– instrumento dos suplícios? É preciso negar a bondade de Deus, ou admitir a anterioridade de causa? isto é, a preexistência da alma e a pluralidade das existências. Os últimos pensamentos desta criança, ao desencarnar, foram para Deus e para o caridoso médico que dela se condoeu.
Decorrido algum tempo, foi o seu Espírito evocado na Sociedade de Paris, onde deu a seguinte comunicação (1863):
Lembrando-lhes que as agonias da Terra têm por premissas as alegrias do céu? que o martírio não é mais do que a casca de um fruto deleitável, dando coragem e resignação. Essa voz lhes dirá que, sobre o catre da miséria, estão os enviados do Senhor, cuja missão consiste na exemplificação de que não há dor insuperável, desde que tenhamos o auxílio do Onipotente e dos seus bons Espíritos.
P. Pelo que afirmais, parece que os vossos sofrimentos não eram expiação de faltas anteriores…
— R. Não seriam uma expiação direta, mas asseguro-vos que todo sofrimento tem uma causa justa. Aquele a quem conhecestes tão mísero foi belo, grande, rico e adulado. Eu tivera turiferários e cortesãos, fora fútil e orgulhoso. Anteriormente fui bem culpado? reneguei Deus, prejudiquei meu semelhante, mas expiei cruelmente, primeiro no mundo espiritual e depois na Terra. Os meus sofrimentos de alguns anos apenas, nesta última encarnação, suportei-os eu anteriormente por toda uma existência que raiou pela extrema velhice. Por meu arrependimento reconquistei a graça do Senhor, o qual me confiou muitas missões, inclusive a última, que bem conheceis. E fui eu quem as solicitou, para terminar a minha depuração.
Instrução do Santo Agostinho:
Pobrezinho sofredor, definhado, ulceroso e disforme! Nesse asilo de misérias e lágrimas, quantos gemidos exalados! E como era resignado… e como a sua alma lobrigava já então o termo dos sofrimentos, apesar da tenra idade! No além-túmulo, pressentia a recompensa de tantos gemidos abafados, e esperava! E como orava também por aqueles que não tinham resignação no sofrimento, pelos que trocavam preces por blasfêmias!
Hoje, o Espírito da pobre criança avulta, paira no Espaço, vai do fraco ao humilde, e a todos diz: — Esperança e coragem. Livre de todas as impurezas da matéria, ele aí está junto de vós a falar-vos, a dizer-vos não mais com essa voz fraca e lastimosa, porém agora firme:
— Todos que me observaram, viram que a criança não murmurava? hauriram nesse exemplo a calma para os seus males e seus corações se tonificaram na suave confiança em Deus, eis o objetivo de minha curta passagem sobre a Terra.
Livro: Sexo e Obsessão
Médium: Divaldo Franco – Autor: Manoel Philomeno de Miranda
Capítulo 4
“Continuamos naquele recinto e, como era a primeira vez que tinha oportunidade de encontrar-me em um Escola para crianças, pude observar que todas eram acompanhadas por Espíritos, algumas felizes, e não poucas por Entidades cruéis que, desde cedo, intentavam perturbá-las, vinculando-se-lhes psiquicamente. Diversas podiam situar-se no diagnóstico de obsediadas, tão estreito era já o conúbio mental entre os desencarnados e elas…
Sabemos que a criança é sempre um Espírito velho, que conduz muitas experiências evolutivas, embora a forma em que se apresenta. Não obstante, nesse período de infância sempre recebe maior apoio, a fim de que não haja prejuízos e impedimentos ao processo reencarnacionista que está empreendendo. Como se explicam, então, esses processos obsessivos que ora defrontamos?
… muitos processos de obsessão têm o seu início fora do corpo físico, quando os calcetas e rebeldes, os criminosos e viciados reencontram suas vítimas no Além-Túmulo, que se lhes imantam, nos tentames infelizes e de resultados graves em diversas formas de obsessões. A obsessão na infância muitas vezes é continuidade da ocorrência procedente da Erraticidade. Sem impedir o processo da reencarnação, essa influência perniciosa acompanha o período infantil de desenvolvimento, gerando graves dificuldades no relacionamento entre filhos e pais, alunos e professores, e na vida social saudável entre coleguinhas. Irritação, agressividade, indiferença emocional, perversidade, obtusão de raciocínio, enfermidades físicas e distúrbios psicológicos fazem parte das síndromes perturbadoras da infância, que têm suas nascentes na interferência de Espíritos perversos uns, traiçoeiros outros, vingativos todos eles…
Olhando, em derredor, enquanto não se iniciavam as aulas, apontou uma menina loura de olhos claros e cabelos encaracolados com mais ou menos sete anos, que gritava, agredindo outra com palavras e gestos vulgares, quase aplicando-lhe golpes físicos. Parcialmente fora de si, foi retirada da cena chocante pela mestra, que nesse momento chegava e, repreendendo-a, conduziu-a para dentro da sala. Dando curso à explicação, Anacleto continuou: – Aí está umexemplo. A pequenina, como podemos observar, é uma obsessa. No lar é tida como recalcitrante e teimosa, não obstante os castigos físicos que lhe aplicam os pais desinformados e confusos, por não entenderem o que ocorre com a filha que esperaram com imenso carinho e os decepciona. Consultado um psicólogo, o mesmo anotara distúrbios de comportamento, que vem tentando solucionar, sem penetrar na causa dos mesmos, que lhe escapam por falta de conhecimento dessa parasitose espiritual. No curso em que o processo vem recebendo atendimento, dar-se-á que, no futuro, essa criança seja candidata a terapias muito violentas e inócuas em grande parte, em razão das mesmas alcançarem somente os efeitos, não erradicando a causa central. Os fármacos ou neurolépticos conseguem, muitas vezes, auxiliar os neurônios na execução das sinapses, bloqueando as interferências espirituais, porém por pouco tempo.
– E não terá ela – voltei a interrogar – a proteção do seu anjo da guarda, que contribua para impossibilitar a obsessão?
É certo que sim – respondeu, gentil. – Sucede, porém, que os débitos contraídos são muito graves, e a misericórdia divina já vem amparando-a, sendo a reencarnação o melhor instrumento para a sua reparação.
O processo, que se desenvolve sob as bênçãos da lei de causa e efeito, culminará quando, certamente, a maternidade trouxer o adversário aos braços da sua antiga inimiga, selando com amor os propósitos para futuros conúbios de felicidade.
Ninguém caminha a sós e, por isso mesmo, na conjuntura aflitiva em que a menina se debate, o seu Espírito protetor muitas vezes impede que seja arrastada pelo seu algoz para as regiões mais infelizes em que se situa, nos períodos do parcial desdobramento pelo sono físico, dificultando-lhe o domínio quase total que teria sobre as suas faculdades mentais e os seus sentimentos de afetividade e de comportamento.”
Para saber mais: Perguntas 372 e 373 do Livro dos Espíritos. Pergunta 39 do livro O Consolador. Revista Espírita 1865 (Agosto – PROBLEMAS PSCICOLÓGICOS – DOIS IRMÃOS IDIOTAS) e Revista Espírita 1858 (OUTUBRO- ASSASSINATO DE CINCO CRIANÇAS POR OUTRA DE DOZE ANOS- PROBLEMA MORAL).
2.7 – Motivo do desencarne:
O Livro dos Espíritos – 199. Por que a vida se interrompe com frequência na infância?
— A duração da vida da criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – CAP 5:21 – PERDA DE PESSOAS AMADAS. MORTES PREMATURAS
Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções? pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem? pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós? sim, estão muito perto? seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Para saber mais: Perguntas 347 e 356 do Livro dos Espíritos. O Céu e o Inferno (II parte, Cap 5, Suicidas, UMA MÃE E SEU FILHO e no mesmo capítulo: PAI E CONSCRITO)
3. Criança após o desencarne
3.1 – Situação da criança no plano espiritual:
O Livro dos Espíritos – 197. O Espírito de uma criança morta em tenra idade é tão adiantado como o de um adulto?
— As vezes bem mais, porque pode ter vivido muito mais e possuir maiores experiências, sobretudo se progrediu.
O Livro dos Espíritos – 198. O Espírito da criança que morre em tenra idade, não tendo podido fazer o mal, pertence aos graus superiores?
— Se não fez, o mal, também não fez o bem, e Deus não o afasta das provas que deve sofrer. Se é puro, não é pelo fato de ter sido criança, mas porque já se havia adiantado.
O Livro dos Espíritos – 199. A) Em que se transforma o Espírito de uma criança morta em tenra idade?
— Recomeça uma nova existência.
Comentário de Kardec: Se o homem só tivesse uma existência e se, após essa, a sua sorte fosse fixada para a eternidade, qual seria o merecimento da metade da espécie humana, que morre em tenra idade, para gozar sem esforço da felicidade eterna? E com que direito seria ela libertada das condições, quase sempre duras, impostas à outra metade? Uma tal ordem de coisas não poderia estar de acordo com a justiça de Deus. Pela reencarnação. faz-se a igualdade para todos: o futuro pertence a todos, sem exceção e sem favoritismo, e os que chegarem por último só poderão queixar-se de si mesmos. O homem deve ter o mérito das suas ações, como tem a sua responsabilidade.
O Livro dos Espíritos – 381. Com a morte da criança o Espírito retoma imediatamente o seu vigor primitivo?
—Assim deve ser, pois que está desembaraçado do seu envoltório carnal, entretanto, ele não retoma a sua lucidez, primitiva enquanto a separação não estiver completa, ou seja, enquanto não desaparecer toda ligação entre o Espírito e o corpo.
LIVRO: O LIVRO DOS MÉDIUNS
Capítulo 25, item 282
Pergunta 35. Como pode o Espírito de uma criança, que morreu em tenra idade, responder com conhecimento de causa, se, quando viva, ainda não tinha consciência de si mesma?
“A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria? porém, desprendido desta, goza de suas faculdades de Espírito, porquanto os Espíritos não têm idade, o que prova que o da criança já viveu. Entretanto, até que se ache completamente desligado da matéria, pode conservar, na linguagem, traços do caráter da criança.”
Nota de Kardec. A influência corpórea, que se faz sentir, por mais ou menos tempo, sobre o Espírito da criança, igualmente é notada, às vezes, no Espírito dos que morreram em estado de loucura. O Espírito, em si mesmo, não é louco? sabe-se, porém, que certos Espíritos julgam, durante algum tempo, que ainda pertencem a este mundo. Não é, pois, de admirar que, no louco, o Espírito ainda se ressinta dos entraves que, durante a vida, se opunham à livre manifestação de seus pensamentos, até que se encontre completamente desprendido da matéria.
3.2 – Educandário:
LIVRO: ESCOLA NO ALÉM
Médium: Chico Xavier – Autora: Cláudia Pinheiro Galasse
Emmanuel
Em 1985, foi promovida à condição de professora do nosso Educandário.
Em 1987, instituiu-se, um concurso para a apresentação de um livro, estruturado em pequenas dimensões e tão simples quanto possível, para esclarecimento e reconforto dos familiares que choram a perda de crianças no mundo, especialmente os pais.
O livro seria elaborado por professores que estivessem vinculados na região às áreas do ensino, e devia contar com simplicidade o cotidiano das crianças desencarnadas, retratando-lhes a Vida Espiritual, em traços rápidos.
Cinco Mentores receberiam as páginas das candidatas para exames e conclusões oportunas. Mais de duzentos educadores compareceram ao certame.
O primeiro lugar foi conquistado pela professora Cláudia Pinheiro Galasse
Este é o livro.
Márcia Q. da Silva Bacceli
Assim como existem os mais variados tipos de escolas na Terra, atendendo a uma clientela diversificada, o mesmo acontece no Plano Espiritual.
Muitas crianças e jovens ao liberarem-se do corpo físico, pelo chamado fenômeno da morte, prosseguem estudando e aprendendo na Vida Maior, com uma visão mais ampla do Conhecimento.
A Escola no Além tem por base fundamental a disciplina. O Curso Infantil desenvolve-se com lições de paz e amor, onde os professores acompanham de perto as necessidades espirituais de cada aluno.
A saudade das crianças em relação aos pais é atenuada através do sonho, onde se estabelece o diálogo entre filhos e pais.
CAP 2:
Os Mentores de nossa instituição resolveram separa as crianças pelos marcos da de idade e assim, ficamos como uma espécie de creche, em que mães amigas e generosas já desencarnadas nos substituem a noite ao lado dos pequeninos.
Fiquei com os menores, crianças que voltaram da experiência física, de meses até dois anos, no corpo que tentaram em vão desenvolver.
Regressaram, mas, por um período variável de tempo, necessitarão de companhia que substitua as afeições que usufruíam no mundo.
CAP 4:
As crianças que nos enriquecem de alegria nos são enviadas pela Direção Geral, de quem recebemos instruções e avisos referentemente a cada uma, e isso nos faz viver numa escola bendita, onde temos o encargo de conduzi-las aos primeiros conhecimentos que devem receber na Vida Espiritual.
As crianças que se encontram na faixa etária a que me refiro, não estão preparadas para o intercâmbio espiritual com os pais e os avós amorosos, de vez que precisam de tempo a fim de se posicionar na possível maturidade de que necessitam, mas não sei de criança alguma que esteja relegada ao abandono.
CAP 5:
A disciplina é rigorosamente observada, regida como base fundamental na educação e envolvimento cultural dessas crianças. Com horários específicos, criam no diálogo e na leitura, conhecimentos gerais de acordo com a capacidade mental que apresentem.
Na criação de poemas, em seu canto, exteriorizam os sentimentos na lágrima da saudade, a procura dos seus familiares em poesias de rara beleza, que faz pensar como entes tão pequeninos trazem no seu sentimento expressões tão adultas.
As nossas crianças excedem o número de cem. Decerto, cumprimos esquemas educativos que nos são enviados semanalmente do Departamento Superior, ao qual devemos respeitosa consideração.
Ignoro quais são as bases dos ensinamentos nas faixas etárias, diferentes das que se escalona de meses aos dois janeiros de idade, contados pelo calendário terrestre e, por isso, por enquanto, posso falar apenas com relação a esse setor do mundo infantil.
As crianças, somente meninas, obedecem a horários específicos para leitura, diálogo, conhecimentos gerais de acordo com a capacidade mental que apresentem, mas são favorecidas com excelente música, passeios e hora de recreio, de recreio para o canto imaginado por elas próprias.
Todas são proibidas de se entregar a reclamações descabidas e a queixas sem razão. As pequenas atendem a todos os requisitos do Estabelecimento, no entanto, sabem que somente possuem licença para dizer o que pensam através do canto que realizam em comum.
Queria que a senhora visse os prodígios de inteligência dessas crianças, nos momentos em que colocam nas cantigas tudo o que lhes vai no espírito, na maioria das vezes, plenamente inconformado.
CAP 6:
Outra nos deu aos ouvidos esta observação que mantenho de memória:
Não sei por que nos prenderam,
Invadindo a vida alheia.
Não creio que estamos na escola,
Estamos numa cadeia.
E uma pequena de grande vivacidade comentou cantando:
Já pedi a cinco guardas
Meu regresso para o lar,
Mas minha voz de criança
Não teve repercussão.
A polícia aqui é mansa,
Deu-me o silêncio por não.
A irmã Ruth, com bondade e emoção, tomando a palavra, explicou-lhes:
Certamente vocês todas verão os pais e familiares no momento oportuno, mas isso pedirá tempo.
Vocês já ouviram falar nas lagartas que se transformam em borboletas?
Uma das pequenas respondeu que sim e Ruth prosseguiu:
? Estávamos na Terra na condição de lagartas. Pois olhem: cada uma de nós foi modificada e, depois de dormir algum tempo no casulo, viramos borboletas. Essa capacidade há de acompanhá-las até onde for possível.
Acreditem, uma a uma, se farão insetos voadores; com o tempo crescemos, ficamos jovens e vamos aceitar, transformadas, a nova vida, e isso trará para nós grandes benefícios.
A visita foi encerrada com todo cuidado de não mencionar a morte nos seus comentários, e a alegria de uma aproximação voltou a ser verificada, com os pensamentos fixados no futuro.
CAP 8:
Uma mãe por méritos de serviço no bem e pela posição de alto desenvolvimento de sua filha, teve a permissão de a visita-lá no educandário em desdobramento.
? Mãezinha, não sofra por mim… Eu também tenho muitas saudades do seu carinho, mas as nossas professoras me disseram que muito breve estarei, de novo, em seus braços…
Aquela maravilhosa mãe acordou chorando e, abeirando-se do leito em que descansava o marido, comunicou-lhe excitada:
? Eugênio, sonhei com a nossa Heleninha, que me participou a sua volta para nossa casa.
CAP 10:
Certa feita, voltei a perguntar ao orientador sobre o destino das outras meninas.
? Todas terão de voltar à Vida Física? – formulei a questão.
Ele replicou:
? Nem todas. Algumas esperarão aqui mesmo os pais que virão encontrá-las no futuro e, então, com eles e junto deles, decidirão o que lhes cabe fazer.
Para saber mais: Livro: Obreiro da Vida Eterna (Capítulos 6 e 9)
BIBÍOGRAFIA:
. O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
. A Gênese – Allan Kardec
. O Céu e o Inferno – Allan Kardec
. O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
. Revista Espírita 1864 – Allan Kardec
. Revista Espírita 1865 – Allan Kardec
. Bíblia Sagrada (Mateus, Lucas e Efésios).
. Missionários da Luz – Chico Xavier / André Luiz
. O Consolador – Chico Xavier / Emmanuel
. Antologia Da Criança – Chico Xavier / Espíritos Diversos
. Escola no Além – Chico Xavier / Cláudia Pinheiro Galasse
. Sexo e Obsessão – Divaldo Franco / Manoel Philomeno de Miranda .
. http://centroeleocadiocorreia.com.br