Os Deveres dos Discípulos Segundo Mateus 10 – palestra 28.9.16
Os Deveres dos Discípulos Segundo Mateus 10
Palestra- CELC Jane 28/09/2016
Jesus prevendo as dificuldades que seus discípulos iriam enfrentar com a divulgação da Boa Nova, reúne neste capítulo 10 de Mateus, singular e rico roteiro de ações e atitudes que os discípulos de ontem e de hoje deveriam adotar frente ao trabalho, individual e de equipe. Orienta também quanto ao uso dos bens materiais, às condições de viagens, hospedagens e exorta que tenham precaução e estratégia, simultaneamente.
Precaução, no sentido de evitar problemas imediatos com as autoridades judaicas, o que poderia destruir ou abortar a obra nascente.
E estratégia, dada a necessidade de consolidar as bases do Evangelho entre os judeus monoteístas, conhecedores da Lei, para no futuro irradiar, a mensagem sublime para todos.
Podemos encontrar nos conselhos crísticos os indicativos quanto à conduta a ser buscada pelos que aspiram a “servir em Seu nome”, conduta essa que também deve ser observada pelos responsáveis da divulgação espírita hoje. Como nos relata Emmanuel na Q 280 do consolador:
… Nem sempre a palavra da profecia poderá ser trazida pelas mesmas individualidades espirituais dos tempos idos; contudo, os profetas de Jesus, isto é, as poderosas organizações espirituais dos planos superiores, têm estado convosco, incessantemente, impulsando-vos à evolução em todos os sentidos, multiplicando as vossas possibilidades de êxito nas experiências difíceis e dolorosas. É verdade que os novos enviados não precisarão dizer o que já se encontra escrito, em matéria de revelações religiosas; todavia, agem nos setores da Ciência e da Filosofia, da Literatura e da Arte, levantando-vos o pensamento abatido para as maravilhosas construções espirituais do porvir. Igualmente, é certo que os missionários novos não encontram o deserto de figueiras bravas, onde os seus predecessores se nutriam apenas de gafanhotos e de mel selvagem, mas ainda são obrigados a viver no deserto das cidades tumultuosas, entre corações indiferentes e incompreensíveis, cercados pela ingratidão e pela zombaria dos contemporâneos, que, muitas vezes, lhes impõem o pelourinho e o sacrifício.
O amor de Jesus, todavia, é a seiva divina que lhes alimenta a fibra de trabalho e realização, e, sob as suas bênçãos generosas, as grandes almas solitárias atravessam o mundo, distribuindo a luz do Senhor pelas estradas sombrias.
- 1: Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo o mal e toda
A palavra “discípulos” se refere a um “aprendiz” ou “seguidor”. A palavra “apóstolo” se refere a “alguém que é enviado”. Enquanto Jesus estava na terra, os doze eram chamados discípulos. Os 12 discípulos seguiram a Jesus Cristo, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele. Após a ressurreição, Ele os enviou ao mundo (Mt 28,18-20) para que fossem suas testemunhas. Eles então passaram a serem conhecidos como os doze apóstolos. No entanto, mesmo quando Jesus ainda estava na terra, os termos discípulos e apóstolos eram usados alternadamente.
A pergunta inicial que nos vem é como Jesus lhes conferiu poder? Que tipo de poder? Sabemos que cada um adquiri sua própria luz, de acordo com seus esforços. Mas Jesus disse que Ele tinha poder sobre a Terra para perdoar pecados (Lu 5:18)… Poder de autoridade e moral de Espírito puro. E conferiu aos discípulos pessoalmente o conhecimento (Como um Terapeuta que ajuda seu paciente compreender e enxergar suas fraquezas e o auxilia a resolvê-las dentro de si mesmo). Essa condição só Jesus teve de dar de seu tempo, de seu exemplo e de si mesmo aos seus discípulos e ainda concedeu-lhes autorização para dividir. Espírito mais esclarecido, “menos-pecados” força espiritual: mediunidade fortalecida.
O termo médium foi criado por Allan Kardec, em 1861, quando publicou a primeira edição de O Livro dos Médiuns. A palavra vem do latim e significa intermediário ou intérprete, mas Kardec a adotou para designar “toda pessoa que sente a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade”.Todavia, os fenômenos espirituais são muito mais antigos que isso e anteriores a qualquer religião, e sempre estiveram presentes, de forma muito natural, nas mais diferentes culturas, tradições e épocas. Vamos encontrar o contato com o “mágico” ou o “sobrenatural” entre os celtas, hebreus, gregos, romanos, sírios, persas, hindus, egípcios, chineses, e os xamãs das mais diversas origens, etc.
Conforme a História comprova, eles se deram em todos os tempos e em todos os povos e lugares, porque a mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano.
A princípio, era feito apenas por iniciados, homens ou mulheres que se preparavam especialmente para essa atividade, através de conhecimentos, técnicos e práticos que levava anos, chamados pítons e pitonisas, oráculos, adivinhos, profetas, sibilas etc.
O povo considerava os fenômeno mediúnico maravilhoso, sobrenatural, porque desconhecia as leis que os regem. E quem podia produzir esses fenômenos e realizar o intercâmbio mediúnico, era tido como um ser privilegiado, investido de poderes divinos. E por isso se se aproveitavam os sacerdotes na Índia, na Pérsia, no Egito ou em Roma, para exercer influência sobre o povo e até mesmo sobre os governantes.
Em livro Deuteronômio 18:9-13, podemos ver o povo hebreu em cativeiro no Egito, por influência das práticas dos gentios (os povos não israelitas). Começaram aí um intercâmbio mediúnico voltado para adivinhações, interesses egoístas, materiais e com práticas de magia e sacrifícios humanos. Moisés, para conter essa prática errônea, ao retirá-los do Egito e proíbe a prática da mediúnica de modo geral.
O fato de Moisés haver proibido o intercâmbio mediúnico demonstra que ele é possível, pois o impossível não é preciso proibir. Por isso Moisés proibiu o mau uso e o abuso da mediunidade. Pois era um profeta ( porta-voz, o que fala por alguém), ou seja: médium e continuou usando sua mediunidade para receber as instruções dos bons Espíritos e de Jesus, que a ele vinham em nome de Deus. Confirmamos este fato em Números (11: 26-29), onde o próprio Moisés permite a prática da mediunidade útil por Eldad e Medad.
Quando, Jesus veio à Terra, cerca de 1300 anos depois, a humanidade já havia evoluído um pouco mais e poderia voltar a utilizar a mediunidade. Assim o próprio Mestre veio ensinar. Pois, há esse tempo, já não se falava mais nesse assunto, tanto que, no Novo Testamento, não há uma única passagem que mencione a proibição da mediunidade.
Aqui Mateus relata sobre o poder que Jesus conferiu aos discípulos de curar as enfermidades, ressaltando a diferença com doença. Expulsar o mal e curar as enfermidades pois, enfermidade é de cunho espiritual, ou seja, tem sua causa em uma ação espiritual(Desobsessão/ Cura hoje praticados na Doutrina Espírita).
- 2 Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. 3 Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. 4 Simão, o cananeu e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
Neste trecho Jesus orienta seus discípulos já como apóstolos: palavra derivada do grego que significa enviado. Jesus escolheu doze apóstolos e os enviou para diversos lugares para pregarem a chegada da “Boa Nova”.
- 5 Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as seguintes instruções: “Não ireis ao meio dos gentios nem entrareis em Samaria; 6 ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.”
Aqui Jesus disse que não se pregasse aos samaritanos. Mas em João 4:1-42 o próprio Jesus prega à mulher samaritana e aos samaritanos. Por que?
O Senhor disse que os seus DISCÍPULOS não deveriam pregar aos samaritanos, mas não disse nada sobre ELE MESMO pregar a eles.
Em primeiro lugar, o Evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: PRIMEIRO DO JUDEU, pois foram preparados para receber a Boa Nova.
A ordem de Jesus foi clara: Ele aqui não proibiu ninguém de pregar aos samaritanos, ou aos demais pagãos, apenas destacou que os apóstolos deveriam pregar PRIMEIRO às ovelhas perdidas da casa de Israel (aos judeus), mas depois também aos pagãos:
Em Mateus 28:19 – “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”;
Marcos 16:15 – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (ver Atos 8:25; Atos 15:3; Atos 22:21; Atos 28:28).
Romanos 10:12,13- Já não há mais distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
E.S.E. 24 item 8 e 10: 10 – Essas mesmas palavras podem ser aplicadas aos adeptos e aos divulgadores do Espiritismo. Os incrédulos sistemáticos, os obstinados zombadores, os adversários interessados, são para eles o que eram os gentios para os apóstolos. A exemplo destes, devem procurar seguidores, primeiramente, entre as pessoas de boa vontade, que desejam a luz, nos quais se encontra um germe fecundo, e cujo número é grande, sem perderem tempo com os que se recusam a ver e entender, e que mais se aferram ao seu orgulho, quanto mais se der a impressão de se valorizar a sua conversão. Mais vale abrir os olhos a cem cegos que desejam ver claramente, do que a um só que se compraz na obscuridade… A vez deles chegará…
7Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.
Lembremos que a leitura do evangelho deve ser feita com olhos espirituais.
Céus sinônimo de felicidade, paz…
Segundo a opinião mais comum e judaica, havia sete céus. Por isso mesmo é que ainda hoje se ouve a expressão estar no sétimo céu, querendo expressar a mais pura alegria. A felicidade suprema. (Paulo aos IICoríntios12:2… Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até o terceiro céu…)
Nos evangelhos encontramos Reino dos céus e Reino de Deus.
Jesus não faz distinção entre os dois termos, mas parece considerá-los sinônimos.
Marcos e Lucas usaram “reino de Deus” onde Mateus usou “reino dos céus” frequentemente em narrativas paralelas da mesma parábola.
Jesus comparou o reino de Deus ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três porções de farinha, até que tudo levedou.(Lu 13:20)
Esta parábola descreve e representa as três porções como as três revelações enviadas por Deus à humanidade: Moisés, Cristo e Espiritismo, e o fermento como a verdade que cresce de acordo com a evolução moral dos homens, para no futuro nosso planeta se tornar cristão inteiramente e chegar à Regeneração.
Porque Jesus veio dar um novo conceito para o reino dos Céus. Ele disse: O reino dos céus não está aqui, nem ali, nem acolá, porque já está entre vós. (Lu 17:21)
Cons. 238: … A cristianização das almas humanas ainda não foi além da primeira etapa.
Alguns séculos antes de Jesus, o plano espiritual, pela boca dos profetas e dos filósofos, exortava o homem do mundo ao conhecimento de si mesmo. O evangelho é a luz interior dessa edificação. Ora, somente agora a criatura terrestre prepara-se para o conhecimento próprio através da dor; portanto, a evangelização da alma coletiva, para a nova era de concórdia e de fraternidade, somente poderá efetuar-se, de modo geral, no terceiro milênio.
É certo que o planeta já possui as suas expressões isoladas de legítimo evangelismo, raras na verdade, mas consoladoras e luminosas. Essas expressões, porém, são obrigadas às mais altas realizações de renúncia em face da ignorância e da iniquidade do mundo. Esses apóstolos desconhecidos são aquele “sal da Terra” e o seu esforço divino será respeitado pelas gerações vindouras, como os símbolos vivos da iluminação espiritual com Jesus Cristo, bem-aventurados de seu Reino, no qual souberam perseverar até o fim.
- 8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!
Caridade material e caridade espiritual/desobsessão
A doença: É algo que todos nós estamos sujeitos. Podemos estar espiritualmente sadios mas doentes na matéria em expiações ou provas, ou ainda doentes no corpo mas não enfermos.
Em muitas passagens Jesus afirma, ensina e exemplifica a prática mediúnica. Quando “conferiu-lhes o poder“, ordenou-lhes que trabalhassem com suas mediunidades; quando disse “curai os doentes“, “purificai os leprosos“, que lhes empregassem a mediunidade curadora; “ressuscitai os mortos” que lhes “trouxessem de volta, seja pela comunicação mediúnica, pela ação energética do influxo fluídico imposto (A Gênese cap. 14, 30/ letargia e catalepsia) ou pelo esclarecimento que a própria vontade do individuo de se melhorar e “expulsai os demônios” que esclarecessem e encaminhassem os obsessores”, pois não podemos ordenar a um cadáver que se levante, mas podemos e devemos tentar o reascender a esperança ou o arrependimento, pelo nosso esforço e desejo de mudança àqueles que nos acompanham, muitas vezes, por séculos de obsessões. Se Cristo penetrou o templo da nossa alma, devemos auxiliar o próximo na necessária ressureição.
Recebestes de graça, de graça dai …
ESE 26, 4: Deus não vende seus benefícios, mas concede-os… A razão, o bom-senso, a lógica, dizem-nos que Deus, a perfeição absoluta, não pode delegar a criaturas imperfeitas o direitos de estabelecer preços para a sua Justiça. Pois a Justiça de Deus é como o sol, que se distribui para todos, para o pobre como para o rico…
26, 10: “Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.”
Ante a mediunidade diz Emmanuel: Mediunidade na benção do auxílio é semelhante à luz em louvor do bem. (Emmanuel/ Servidores do Além. Cap. 18)
Toda luz é providencial.
Toda mediunidade é importante.
- 9 Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos,10 nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento.
Jesus já sabia do perigo e da cobiça que os homens guardavam e trouxe-lhes as devidas orientações para que não se deixassem dominar por elas. Pois Deus proveria o sustento digno a todo trabalhador de Sua seara.
Ainda hoje há religiões que responsabilizam aos fiéis o sustento daqueles que lhes anunciam o evangelho. Em Paulo e Estevão Gamaliel lembra Saulo que o homem deve comer o pão com o suor do seu rosto (Gen. 3:19), e o orienta de que usasse do trabalho simples e honesto de tecelão, para seu sustento… E não mais da vigilância da vida dos outros, como fazia enquanto rabino da Lei.
Devido a este pensamento a igreja antiga iniciou perseguições e tomou posse de grandes fortunas. Angariando bens com o argumento de que seria àqueles que levavam o evangelho. No entanto, os primeiros cristãos tinham essa prática simples de acolher realmente, sem luxos ou interesses àqueles que lhes vinham ensinar a Boa Nova. No entanto para que ninguém se tornasse um peso aos demais Paulo, exorta a prática do trabalho material, para que cada um garantisse seu próprio sustento e o estudo das escrituras à noite em suas tendas. Semelhante aos espíritas sinceros, devemos cultivar o trabalho como prática diária à nossa vida material e o trabalho à doutrina à noite ou nos dias disponíveis e necessários à vida espiritual. Buscando servir e praticar a doutrina com o desinteresse econômico. Não podemos generalizar e condenar quando há bom senso e prática da caridade sincera, como missionários às regiões de calamidades e difícil acesso. Sabemos que o amparo difere em cada situação, o que não podemos é tornar-nos um peso à sociedade em nome de Jesus.
Exs. Atos 11: 29” Os discípulos resolveram, cada um conforme as suas posses enviar socorro aos irmãos da Judéia. ( Havia grande fome no reinado de Cláudio).
Chico Xavier sempre trabalhou e aposentou-se como datilógrafo.
Ex: Atos 3:4- Pedro confirma a prática dos ensinamentos do Mestre quando diz ao coxo de nascença: … “Olha para nós: Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho , eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!”
VII- 11 Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. 12 E, ao entrardes na casa, saudai-a; 13se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. 14E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
Emmanuel no Pão Nosso nos orienta a respeito dizendo que “Os próprios discípulos materializaram o ensinamento de Jesus, sacudindo a poeira das sandálias, em se retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse destinado apenas a gesto mecânico, não teríamos nele senão um conjunto de palavras vazias.”… O ensinamento, porém, é mais profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.
Sacudir o pó dos pés é não conservar qualquer mágoa ou qualquer detrito nas bases da vida, em face da ignorância e da perversidade que se manifestam no caminho de nossas experiências comuns… Se alguém te não recebeu a boa-vontade, nem te percebeu a boa intenção, por que a perda de tempo em sentenças acusatórias?…Encomenda-os a Jesus com amor e prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos. Há muito por fazer na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois, as más impressões e marcha alegremente.
Jesus fortalece seus discípulos, elucidando que as cidades que recusarem a receber a Boa Nova herdarão de Deus a destruição ou castigos como Sodoma e Gomorra, cidades citada no velho testamento. (Gênesis 19)
OBS: Outra tradição rabínica indica que Sodoma e Gomorra tratavam os visitantes de forma sádica. Um dos crimes cometidos contra os forasteiros é quase idêntico ao de Procusto, na mitologia grega, dizendo respeito à “cama de Sodoma” (midat sodom), na qual todos visitantes eram obrigados a dormir. Se os hóspedes fossem mais altos, eram amputados, se eram mais baixos, eram esticados até atingirem o comprimento da cama.
- 16 Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. 20Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
Neste versículo Jesus apresenta, para desenvolvimento de seus discípulos, as duas qualidades que reputa essenciais ao trabalho: a prudência e a simplicidade. Isto porque compartilhar o Evangelho pode implicar em algumas atribulações e às vezes, incompreensões. “Eis que vos envio…”. Jesus falava para os Apóstolos e os enviava; envia para onde? para cumprirem a sua missão…
“… como ovelhas…”. No sentido figurado, ovelhas quer dizer mansos, pacíficos, humildes … Ir em missão de paz, levar a boa nova aos perdidos da Casa d’Israel…
“…ao meio de lobos…”. Os lobos eram todos aqueles que, por desconhecerem a boa nova, levavam uma vida desregrada, desprovida dos valores da fraternidade e caridade, Fariseus, romanos…
“… portanto sede prudentes como as serpentes…”. Em sentido figurado, as serpentes são animais que se cercam de todos os cuidados diante de seus predadores e também de suas presas… Para que pudessem lograr êxito em sua missão, era, necessário e indispensável que agissem com prudência, com cautela e astúcia. A prudência os tornaria capazes de se prevenirem das armadilhas dos homens. “… e simples como as pombas…”. Como as pombas são animais que retratam a mansidão e que tem grande mobilidade, pois podem voar… Jesus orienta-os que sejam simples, que ajam sem maldade, que busquem a simplicidade como o próprio Jesus vivenciou, para alimentar a confiança na mensagem recebida.
Serão levados a tribunais e açoitar-vos-ão… Basta conhecermos um pouco da história do Cristianismo para certificarmos que as previsões do Mestre se confirmaram. Todos os apóstolos vivenciaram esse sofrimento. Há muitos relatos em Atos dos Apóstolos. Thiago Maior o primeiro a morrer à espada depois de ser maltratado por ordem de Herodes (Atos 12). Pedro foi preso várias vezes, no entanto dos que mais temos registro da perseguições e sofrimentos pelo trabalho de evangelização foi Paulo. Foi preso diversas vezes, levado à presença de governadores, açoitado, mantido em cativeiro… e pela sua própria boca e inspiração divina realizou sua defesa. (Atos 26).
- Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão. 22 E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.
Emmanuel/ livro Ideal Espirita nos esclarece quanto à perseverança: … Sem a chama da perseverança, a educação não pode patrocinar a iluminação das consciências; a edificação assistencial não surge na face planetária qual farol benfazejo asilando os náufragos da viagem terrena, e o “homem de ontem” não alcança a claridade do “homem de hoje” para maiores conquistas do “homem de amanhã”.
Se almejas superar a ti mesmo, reformar seu espírito nos ensinamentos do evangelho recorda a firme inflexão da voz do Cristo Excelso: — “aquele que perseverar até ao fim será salvo”.
- 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem.
Neste trecho Jesus instrui quanto a perseguição e a necessária mudança muitas vezes até de cidades para que o Evangelho chegue a todos. Novamente o exemplo de Paulo demonstra-nos perfeitamente as fugas de cidades para que não morresse. Até os dias de hoje o evangelho de Jesus não atingiu as casas de Israel, mas como o Cristo prometeu em Jo 16:12 “… Quando vier o Consolador, o espírito de Verdade ensinar-vos-á toda verdade…”. E a questão 352 do cons. Emmanuel nos confirma: … “O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus…” A doutrina se codificou para nos mostrar a verdade sem ainda o cristianismo ter percorrido as cidades de Israel.
- 24 O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. 25 Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se ao senhor da casa chamaram Beelzebul, quanto mais o farão às pessoas de sua casa!
Sabemos que Jesus é o modelo a ser seguido (L.E.Q 625). Por isso alei diz que discípulo segue o Mestre.
Emmanuel nos esclarece em “Caminho, Verdade e Vida” no capítulo, estima:…” Se Jesus foi chamado feiticeiro, crucificado como malfeitor e arrebatado de sua amorosa missão para o madeiro afrontoso, que não devem esperar seus aprendizes sinceros, quando verdadeiramente devotados à sua causa?
O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade de trabalho proveitoso… Se a força humana torturou o Cristo, não deixará de torturá-lo também.”
Quem é o Senhor da casa? Comparado ao chefe dos demônios pelos fariseus Descrito em Mt 12: 22 (… É por Beelzebul, chefe dos demônios que ele os expulsa…”) Fica claro que o Senhor da casa é Jesus, governador Espiritual do planeta… Casa/Terra ( André Luiz. Livro “Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 18) e nós as pessoas da casa, que sem a sua permissão aqui não poderíamos morar.
- 26 Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados.
Ou “nada que escondido que não venha à luz…” Luz sinônimo de revelação, conhecimento, educação, cultura, saber, estudo… Como nos disse Kardec “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.” Épocas, história e evolução. Kardec já dizia isso em A Gênese (pág. 20): … “O Espiritismo e a ciência se complementam um pelo outro. A ciência sem o Espiritismo se encontra na impossibilidade de explicar certos fenômenos unicamente pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a ciência lhe faltaria apoio e controle. O estudo das leis da matéria deveria preceder ao da espiritualidade, porque é a matéria que fere, primeiramente, os sentidos. O Espiritismo, vindo antes das descobertas científicas, teria sido obra abortada, como tudo o que vem antes de seu tempo“. (Revolução Francesa 1789/1799). E sabemos que somente ciência não basta:
Segunda Ordem Q. 109. Quarta classe. ESPÍRITOS SÁBIOS. O que os distingue é, especialmente, a extensão dos conhecimentos. “Preocupam-se menos com as questões morais do que com as científicas, para as quais têm mais aptidão; mas só encaram a Ciência do ponto de vista de sua utilidade e não misturam com qualquer das paixões características dos Espíritos imperfeitos.”
Pois o objetivo de todos é atingir a:
111- Segunda classe. ESPÍRITOS SUPERIORES. Reúnem Ciência, sabedoria e bondade.
E assim também Einstein em sua famosa frase nos ensina: “A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega”.
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Luz… Consolador, doutrina que esclarece e nos oportuniza ciência, filosofia e religião. Nos amplia o intelecto e nos impulsiona à evolução moral.
Lucas 8: 16 e 17: Após a explicação da parábola do semeador Jesus conclui com este ensinamento: “Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram”.
“Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta.” Emmanuel nos esclarece (Pág. 347) que o espírito: “Quanto mais conhece, mais se lhe amplia aos olhos a imensidão do desconhecido. Quanto mais lógica no estudo, mais se lhe patenteia a exiguidade do próprio discernimento em face da excelsitude do Todo-Divino.”… E ainda lembra que… “porquanto os nossos mínimos movimentos, na soledade ou na sombra, podem ser também trazidos ao campo da plena luz”. Ou seja, tudo fica arquivado em nossa consciência, somos herança de nós mesmos, nada escapa da justiça divina.
Patenteia: tornar público, evidente.
Exiguidade: Escassez, falta, carência.
O que Jesus disse quanto à escuridão, era referente à condição intelectual e moral do povo da época. Quanto ao pouco tempo que dispunha para evangeliza-los, pela perseguição que sofria dos fariseus. Pregai sobre o telhado, hoje podemos entender que Jesus dispunha de visão do futuro para nos orientarmos quanto a não temer a distância, culturas e tecnologia, que viriam para nos desafiar e auxiliar a divulgação do evangelho. Ex: Na T.V, rádio, internet ……
EX: Divaldo Franco que viaja a tantos países levando a Doutrina.
Dr. Paulo César Fructoso médico
- 28 E, não temais os que matam o corpo, mas não têm poder para matar a alma. Temei antes, aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo. 29 Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. 30 E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. 31 Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
Neste trecho Jesus nos oferece um ensinamento que o Espiritismo viria séculos depois elucidar na questão 134 no L. E: Que é a alma? Um espírito encarnado. Portanto nos ensina a mantermos fortalecidos, porque toda “alma” que buscar pregar os ensinamentos da doutrina iriam sofrer pela Verdade, mas não temais o corpo perecível porque o espírito é imortal, ou seja Deus possui suas leis imortais, e dentre elas a justa reencarnação, como expiação e provas. Não temais os homens mas somente a Deus. E se nenhum passarinho cai por terra, ou seja nenhum discípulo morrerá sem ter chegado sua hora, que a Lei é justa. Como no Cap 20- item 4 do E.S.E: “Missão dos Espíritas”. Erasto nos diz… Ide e pregai!
Sim, todos vós homens de boa-fé, que sabeis da vossa pequenez observando os mundos espaciais do Infinito, parti em cruzada contra a injustiça e a maldade…
Que importam as ciladas que armarem no vosso caminho! Apenas os lobos caem nas armadilhas de lobos, pois, o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras do sacrifício… Ide, o espírito de Deus vos guia!
- 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. 33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.
Jesus nosso intercessor diante do Pai.
E.S.E Capítulo 24 item 13 a 15. Coragem da fé: A coragem das opiniões próprias sempre foi tida em grande estima entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições e até os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente ideias que não são as de toda gente…
Jesus destaca essa covardia, do ponto de vista especial da sua doutrina, dizendo que, se alguém se envergonhar de suas palavras, desse também ele se envergonhará; que renegará aquele que o haja renegado; que reconhecerá, perante o Pai que está nos céus, aquele que o confessar diante dos homens. Por outras palavras: Aqueles que tiverem medo de se confessarem discípulos da verdade não são dignos de se verem admitidos no reino da verdade. Perderão as vantagens da fé que alimentem, porque se trata de uma fé egoísta que eles guardam para si, ocultando-a para que não lhes traga prejuízo neste mundo, ao passo que aqueles que, pondo a verdade acima de seus interesses materiais, a proclamam abertamente, trabalham pelo seu próprio futuro e pelo dos outros.
- Assim será com os adeptos do Espiritismo. Pois que a doutrina que professam mais não é do que o desenvolvimento e a aplicação da do Evangelho, também a eles se dirigem as palavras do Cristo. Eles semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual. Colherão lá os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
E Emmamnuel nos acrescenta, no Reformador, 1969: “Nos Caminhos da fé”…Entretanto, é preciso ponderar que somos incessantemente chamados a prestar o depoimento de confiança em Jesus, através de reduzidas parcelas de bondade e tolerância, compreensão e paciência, diante das ocorrências desagradáveis do cotidiano… na superação de aborrecimentos comuns, porquanto, só atravessando as diminutas contrariedades do dia a dia como grandes ocasiões de revelar confiança em Jesus, é que aprenderemos a suportar as grandes provações como se fossem pequenas.
- 34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. 35 Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; 36e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.
No cap. 23:11 do E.S.E- Não vim trazer a paz, mas a divisão : … Estas palavras não estão em flagrante contradição com seu entendimento? Não é uma blasfêmia atribuir-lhe a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não. Não há blasfêmia nem contradição nestas palavras, pois foi exatamente Ele quem as pronunciou, e elas testemunham sua alta sabedoria. Apenas a forma causa estranheza…
Consol. 304 — Qual o espírito destas letras: — “Não cuides que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”?
— Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.
Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os Planos divinos.
E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada” renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho.
Jesus aqui também esclarece utilizando simbologia para entendimento. A espada que corta em duas partes, representa a divisão. Podemos interpretar a espada como a divisão que o próprio Mestre trouxe à humanidade e às religiões. Haveria divisões já começando pelo próprio Batismo de João. Qual era o princípio do batismo de João? Conversão, sair das águas do Jordão novo homem, renascer. João era o último dos profetas antes da vinda do Messias ao trabalho. Preparar os que aceitavam o Deus único, ao arrependimento e a mudança interior. Paulo retoma esse batismo, com espada de divisão, quando luta para que o evangelho sege levado a todos os gentios e não circuncidados e também diz em Efésios 4: 20 “Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, 21se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém à verdade em Jesus.
22 Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras.”
305 — A afirmativa do Mestre: — “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” — como deve ser compreendida em espírito e verdade?
— Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.
Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim, que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos materiais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.
Ainda hoje enfrentamos a oposição dos familiares quando buscamos no estudo da doutrina a nossa reforma íntima, quando buscamos seguir o evangelho enfrentamos as forças contrárias do mau que não querem nossa evolução e libertação.
E.S.E 23 item 13: Jesus vinha proclamar uma doutrina que destruiria pelas bases a situação de abusos em que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Por isso o fizeram morrer, julgando matar a ideia com a morte do homem. Mas a ideia sobreviveu, porque era verdadeira; desenvolveu-se, porque estava nos desígnios de Deus; e nascida numa pequena vila da Judéia, foi plantar a sua bandeira na própria capital do mundo pagão… Era lá que as lutas mais terríveis esperavam os seus apóstolos; as vítimas foram inumeráveis; mas a ideia cresceu e saiu triunfante, porque superava, como verdade, as suas antecessoras.
16 Quando Jesus disse: Não penseis que vim trazer a paz, mas a divisão – seu pensamento era o seguinte:
“Não penseis que a minha doutrina se estabeleça pacificamente. Ela trará lutas sangrentas, para as quais o meu nome servirá de pretexto. Porque os homens não me haverão compreendido, ou não terão querido compreender-me. Os irmãos, separados pelas suas crenças, lançarão a espada um contra o outro, e a divisão se fará entre os membros de uma mesma família, que não terão a mesma fé… A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida”.
“Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade, que virá restabelecer todas as coisas, ou seja, que dando a conhecer o verdadeiro sentido das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, por á termo à luta fratricida que divide os filhos de um mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem solução, que só acarreta desolação e leva o distúrbio até mesmo ao seio das famílias, os homens reconhecerão onde se encontram os seus verdadeiros interesses,… Nesse momento, todos virão abrigar-se sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, segundo a verdade e os princípios que vos ensinei”.
Emmanuel: “Buscar a mentirosa paz da ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando a morte”… Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal “… (Caminho, Verdade e Vida cap.104)
XVI- 37 Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. 38E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. 39 Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.
Jesus prezou o amor à família e os cuidados para com nossos familiares. Ele repreendeu os fariseus que queriam burlar a obrigação de cuidar dos pais (Mt 15:3-6). Várias das parábolas de Jesus tratavam da importância de amor e respeito entre pais e filhos. Mas, Jesus sabia como o amor familiar poderia competir com o amor a Deus e sua prática, e é contra isso que ele nos alerta. O mal como inimigo da doutrina sempre usou a família e continua a usando para nos atrasar a evolução. São as pessoas mais próximas que mais nos influenciam. Você pode não desistir de crer em Jesus por causa de um parente, mas pode deixar de praticar ou viver a verdade como Jesus lhe ensinou.
Oração: Pai, eu tenho amado a mim mesmo e a outros muito mais do que a Jesus. Mas, nenhuma dessas pessoas fez o que Jesus fez por mim. E nem poderiam. Só ele era capaz de um amor tão grande. Eu lhe agradeço e lhe peço me ajude a retribuir este no trabalho, amando com todo meu coração, com toda minha força e como sou, imperfeito, obrigada, que assim seja.
E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Entendemos aqui que Jesus nos orienta que segui-lo não significa abandonar nossa cruz, representação simbólica de tudo que dificulta nosso caminhar espiritualmente, como nossa família ou nós mesmos com nosso orgulho e desculpismos. Jesus deixa claro que poderemos abandonar nossa cruz e sim seguí-lo carregando-a pois mesmo seguindo-o não deixaremos de sofrer nossas expiações e reparações e aprendendo o sentido do amar ao próximo ou do perdão aos inimigos. Acredito ser a cruz símbolo dessa expiação de nosso passado, muitas vezes uma dor na coluna que irá nos acompanhar durante nossa jornada. Portando tomar sua cruz entendemos aqui como carregar suas dificuldades aprendendo a vencê-las e superá-las sem abandoná-Lo. No estudo do evangelho a luz do entendimento da doutrina poderemos comprender as dificuldades e as leis de expiação e provas.
Quando Jesus disse: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” e “todo aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos, 3: 20-21 e 31 a 35; Mateus, 12:46 a 50), é evidente que ele não renegou a sua mãe e seus familiares, mas mostrou que quem tiver afinidade com os seus ensinamentos, sejam seus familiares ou não, são seu irmão, sua irmã e sua mãe.
Essa afinidade que o discípulo precisa ter até conseguir enxergar em toda a humanidade irmãos em Cristo ou até a humanidade tornar-se uma única família de cristãos. E.S.E 23:15… Todos os homens são irmãos…Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.
Em Jo 12:24 -25 consta: … Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas o que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. Curiosamente, a palavra grega para “evangelho”, evangelion, foi originalmente usada para descrever as “boas novas” da vitória militar trazida de um mensageiro ao seu comandante. Em seguida, passou a significar simplesmente uma mensagem “boa”. Os escritores do Novo Testamento escolheram esta palavra para descrever as “Boas Novas” de Jesus Cristo e Sua salvação.
E no E.S.E. 24 item 18 e 19 Kardec acrescenta: 19 – Regozijai-vos, disse Jesus, quando os homens vos odiarem e vos perseguirem por minha causa, porque sereis recompensados no céu. Essas palavras podem ser interpretadas assim: Sedes felizes quando os homens, tratando-vos com má vontade, vos derem a ocasião de provar a sinceridade de vossa fé, porque o mal que eles vos fizerem resultará em vosso proveito. Lamentai-lhes a cegueira, mas não os amaldiçoeis.
Após isso, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quer seguir”, isto é: que suporte corajosamente as tribulações que a sua fé provocar, pois aquele que quiser salvar a sua vida e os seus bens, renunciando a mim, perderá as vantagens do Reino dos Céus, enquanto os que tudo perderem aqui em baixo, até mesmo a vida, para o triunfo da verdade, receberão na vida futura o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação. Mas para os que sacrificam os bens celestes aos gozos terrenos, Deus dirá: Já recebeste a vossa recompensa.
XVII- 40 Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. 41 Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo. 42E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.
O texto de Mateus acima fala bem disso, da boa educação. Ele nos ensina a “bem receber”, a sermos bons anfitriões, do compartilhar, sermos humildes, estarmos abertos a ouvir e aprender com o outro. Sabemos que todos podem ser profetas de Deus, porque Deus habita nosso interior e em muitos momentos Deus nos envia pela boca de outro “justo” o que precisamos ouvir, às vezes nos corrigir e precisamos estar atentos e de coração aberto para discernir, “pois a cada um será dado segundo suas obras” disse o Mestre e que se o fizermos do modo correto receberemos nossa recompensa… “ os mansos herdarão a Terra”.
II Jo 1: 10 – “Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.”
O Senhor considera merecedor de recompensa todo aquele que colabora com a tarefa de disseminação da Sua palavra, ainda que de modo simples. Os “pequeninos” não são somente crianças, mas qualquer discípulo cujo valor é ignorado pelos padrões do mundo. Dar um copo de água a esses pode parecer um ato dispensável. Nos valores do Reino, o serviço que parece insignificante pode assumir proporções eternas. O que são cinco pães e dois peixes, ou um frasco de perfume? Quanta diferença fariam pescadores iletrados? É Jesus que o abençoa e transforma. É Jesus que torna o menor ato humano numa obra de Deus. Ainda almejamos grandes obras, grandes trabalhos mas Jesus esclarece que todos os atos, por menores que sejam, são importantes para o avanço do Reino na batalha espiritual.
Nem Todos que dizem Senhor, Senhor, entrarão no Reino dos Céus… (MT 7:21)
E para encerrar nosso estudo, nada melhor que a mensagem de Erasto, extraída da RE – 1861 – JUNHO – PAG. 197/198, e inserida em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 4, MISSÃO DOS ESPÍRITAS:
…Ide e Pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua pregação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis.
E.S.E.13, 12 São Vicente de Paulo nos diz que se procurássemos apenas o prazer que proporciona uma boa ação, estaríamos sempre no caminho do progresso espiritual. Que os exemplos não nos faltam. O que nos falta é a boa vontade, que é rara.
Oração: Pai, eu agradeço ao Senhor por esta oportunidade de falar sobre o evangelho de Jesus, por todo aprendizado e pelo amparo de toda espiritualidade que sempre nos auxilia e fortalece na jornada. Perdoe-me pela minha condição moral ainda mas me dê Pai a cada dia mais humildade para vos servir, ainda que seja apenas com um copo de água o irmão necessitado.
Os que assim procedem, anonimamente, realizam o que nos diz Emmanuel: ” A maior caridade que fazemos à Doutrina Espírita é sua própria divulgação.”
Finalmente, no início do capítulo XI, Mateus nos mostra que Jesus, após a instrução dada, aliou mais uma vez Palavra e Ação e “partiu dali a proclamar e ensinar nas cidades deles”(Mt. 11:1).
Discípulos do Cristo “ O Espírito da Verdade” Cap. VI – Item 3
Somos discípulos do Cristo. Mas, repetindo com Ele a sublime afirmação: – “Pai nosso que estais no céu”, esperamos que Deus se transforme em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.
Somos discípulos do Cristo. Contudo, redizendo junto a Ele as inesquecíveis palavras de submissão ao Criador: – ”Seja feita a vossa vontade”, assemelhamo-nos a vulcões de imprecações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos desejos.
Somos discípulos do Cristo. Entretanto, refazendo com Ele a súplica ao Pai de Infinito Amor: – ”o pão de cada dia dai-nos hoje”, reclamamos a carcaça do boi e a safra do trigo exclusivamente para a nossa casa, esquecendo- nos de que, ao redor de nossa mesa insaciável, milhares de companheiros desfalecem de fome.
Somos discípulos do Cristo. Todavia, depois de implorar com o Sábio Orientador à Eterna Justiça: – “perdoai as nossas dívidas”, mentalizamos, de imediato, a melhor maneira de cultivar aversões e malquerenças, aperfeiçoando, assim, os métodos de odiar os mais fortes e oprimir os mais fracos.
Somos discípulos do Cristo. No entanto, mal acabamos de pedir a Deus, em companhia do Grande Benfeitor: – “Não nos deixeis cair em tentação”, procuramos, por nós mesmos, aprisionar o sentimento nas esparrelas do vício.
Somos discípulos do Cristo. Contudo, rogando ao Todo-Poderoso, junto do Inefável Companheiro: – “livrai-nos de todo mal”, construímos canhões e fabricamos bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.
Somos discípulos do Cristo. Mas convertemos o próximo em alimária de nossos interesses escusos, olvidando o dever da fraternidade, para desfrutarmos, no mundo, a parte do leão.
É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo. E é assim que, atormentados por dificuldades e crises de toda espécie – aflitiva colheita de velhos males –, cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se perante o Mestre Divino, à maneira do escriba do Evangelho, guardando n’alma o próprio sonho de felicidade, enfermiço ou semimorto, a exorar em contraditória rogativa:
– ”Senhor, eu creio! Ajuda a minha incredulidade!” (Jacinto Fagundes)
Referências:
A Gênese
O Consolador
O Evangelho por Emmanuel: Comentários ao Evangelho de Mateus, FEB: 2016.
O Evangelho segundo o Espiritismo
O Livro do Espíritos
https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/10
https://evangelhoespirita.wordpress.com
http://bibliaportugues.com/jfa/matthew/10.htm (João Ferreira de Almeida)
http://www.acasadoespiritismo.com.br/
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/mundo-espirita/o-semeador-da-boa-nova.html (Jornal Mundo Espírita de Junho de 1999)
http://www.momento.com.br/ momento espírita 03/01/2012
https://divulgandoadoutrinaespirita.wordpress.com/2013/02/01/os-doze-e-sua-missao/
http://bibliadocaminho.com/ocaminho/TXavieriano/Livros/Oee1/Oee1Index.htm http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/12/evangelho-significado-palavra-original.html