Tipos de Mediunidade – Palestra 29.01.14
TIPOS DE MEDIUNIDADE
O ser humano é dotado de cinco sentidos físicos que conhecemos (visão, audição, olfato, paladar e tato), a mediunidade ou percepção sensorial é o sexto sentido, não conhecido (ou admitido) pela ciência.
É a capacidade de registrar vibrações, radiações ou frequências que não podem ser captadas por nenhum dos cinco sentidos.
LIVRO DOS MÉDIUNS Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.
Apesar disso, só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, ou seja, nossa mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos plasmados que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de idéias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.
Deste modo podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que todos nós somos médiuns, pois durante nossas vidas teremos alguns sintomas e que sabemos que não são de ordem física.Afinal quem é que nunca viu um vulto diferente, um assobio diferente, algumas pancadas, arrastamento de chinelos, vozes, pesadelos, sonhos, premonições, etc. Só não podemos afirmar que somos médiuns ostensivos, aquele que tem contacto com os espíritos.
MECANISMOS DA MEDIUNIDADE – André Luiz (introdução “ Emmanuel)
Acena-nos a antiguidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a repontarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente. Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo, em pleno campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver, em Espírito, monoideizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo. Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, frequentemente, até que se lhe exumaram os despojos para a incineração. Todavia, onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nascituro. Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes (Atos 2) quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os emissários espirituais do Senhor, através deles, produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, inclusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas. Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta. (Atos 5:18) O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar (Atos 3:4)e pela imposição das mãos.(Atos 9:17) Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam. (Atos 8:7)
Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções. (Atos 9:3) E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe socorro para o companheiro que encetava a tarefa. (Atos 9:10) Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam contínua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em unidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo ( Atos 11:28), incorpora um Espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé. (Atos 13)
ATOS 2 A maior cena de desenvolvimento coletivo de médiuns nos foi propiciada no Dia de Pentecostes, quando os apóstolos de Jesus passaram a falar línguas estranhas, em cumprimento à profecia de Joel: E, nos últimos dias, acontecerá, diz Deus que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne: e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões e vossos velhos terão sonhos.(Joel 2:28 e Atos 2:17)
VOCÊ E A MEDIUNIDADE – Cap: 24 Algumas perguntas sobre a mediunidade
Far-se-iam necessários muitos volumes para responder a todas as perguntas que são formuladas por criaturas que se apresentam confusas, não conseguindo saber que é que se passa com elas. Vamos às perguntas mais comuns: “EU SOU MÉDIUM?”
Um cidadão sentindo-se enfermo, mas portador de sintomas estranhos, vai de uma a outra clínica sem qualquer resultado. Tiram-lhe todas as chapas e fazem todas as análises, mas o médico não encontra um órgão doente. Segue rumo á psiquiatria, sem resultado. Faz psicanálise e recorre em vão ao psicólogo. Cria, então, coragem e se digna adentrar um Centro Espírita.
Vamos chamar esse paciente pelo nome de Alaor. O Diretor do Centro atende-o com solicitude e ouve-o pacientemente. Observa bem as síndromes, como tudo converge para confirmar que Alaor é portador de faculdades mediúnicas, sugere-lhe que deve simplesmente desenvolver-se mediunicamente. Alaor, então, pergunta: “Eu sou médium?” O diretor diz que sim ao tempo que o coloca nos trabalhos de abertura e desenvolvimento mediúnico. A mediunidade do Alaor parecia estar à flor da pele e, por isso, eclode num instante. Passa então a receber lições de edificação interior, de conhecimentos doutrinários, bem como se engaja na prática mediúnica. Logo mais, está trabalhando para o próximo.
No mesmo dia chegou ao Centro Espírita, nas mesmas condições, outro cidadão chamado Bonifácio. Diante dos sintomas, semelhantes ao caso anterior, o diretor encaminha, também, aos trabalhos de desenvolvimento. Bonifácio nos trabalhos se contorce, passa por estado de ausência consciencial, mas, de forma intermitente, sente espasmos faciais, tiques, às vezes balbucia sons ininteligíveis, ou então, pelo contrário, cerra os dentes, mantendo-se rígido, como que isolado de todos, mas, passam-se sessões e mais sessões sem que saia deste ponto morto como auto com marcha emperrada. Continua sempre do mesmo jeito. A sua mediunidade não eclode nunca.
Por que Alaor de tornou médium desenvolvido e Bonifácio não? Pelo fato de que Alaor era constitutivamente médium, realmente, enquanto que Bonifácio possuía apenas um fundo mediúnico. Bonifácio apresenta-se com certa defasagem, descompensação vibratória, entre o seu corpo físico e o corpo perispiritual, mas em nível insuficiente e de forma que não da passagem à comunicação espírita. Consequentemente, embora possa ser criatura sensível, sujeitando-se ao ambiente em que se encontra, à psicosfera reinante, colocando-se até em estado alterado de consciência, Bonifácio não é médium, isto é, não chega a se situar como medianeiro entre os dois planos, o carnal e o espiritual. A pessoa dotada de mediunidade efetiva, geralmente a revela logo e devemos cuidar dela com muito carinho no seu desenvolvimento. No entanto pessoas como Bonifácio devemos tratá-las como um paciente necessitado de equilíbrio psicofluídico.
“Por que Deus me fez médium?”
Muitos relutam em prestar-se ao papel de médium. Soubemos de uma senhorita obsidiada que preferiu ser internada no manicômio Franco da Rocha, e morrer nas piores condições, do que submeter-se a tratamento de desobsessão, isto porque o seu confessor não o permitiu, dizendo que ” mais valia perder o corpo do que a alma” e a coitadinha e a família da coitadinha acreditavam nesse cego, condutor de cegos.
Quais os sintomas que revelariam indícios de mediunidade ou faculdade psíquica?
Quando nos perguntam: “Dr. será que tenho mediunidade?” Para fazer a avaliação formulamo-lhes perguntas acerca do que sentem. Aqui vão muitas respostas que nos foram dadas por pessoas que se revelaram, mais tarde, portadoras de mediunidade ou de fundo mediúnico:
1- Desequilíbrios psíquicos de modo geral;
2- Frequentes ou intermitentes estados de sensação de ausência;
3- Sensação de desdobramento, como saindo fora do corpo a ponto de ver-se a si próprio
4- Perda de equilíbrio, confundindo este sintoma com doenças de labirinto;
5- Descontrole dos nervos motores, apresentando tremores, tiques, espasmos, etc., mormente se dão dentro de certas condições e de formas não continua; palpitação
6- Sensação de entorpecimento dos membros, entorpecimento este que aparece e desaparece rapidamente, sem explicação médica. Tal sensação, quando no braço, geralmente é dolorida com repuxamento no omoplata;
7- Vazio na boca do estomago, no plexo solar, mas que se distingue bem de enfermidade física, parecendo que estão tirando dali alguma coisa ou estão virando- o no avesso;
8- Estado agudo de sensibilidade que leva a perceber vibrações sutis, presenças, sons inaudíveis. Essa sensação estranha pode ser acompanhada de arrepio, como se lhe passassem, na coluna ou na epiderme, uma pena;
9- Influenciabilidade, segundo o meio em que se encontre, torna-se místico em convívio com freiras ou folião numa escola de samba. Geralmente sente-se mal em cemitérios, cárceres, matadouros.
10- Manifestação de dupla ou múltipla personalidade e processos de dissociação psíquica; (bipolar)
11- Ao seu redor dão-se fenômenos insólitos, inexplicáveis, como deslocação de corpos, desaparecimento de objetos, luzes sobrenaturais, aparições, etc.;
12- Terror noturno, medo principalmente do escuro;
13- Quando a mediunidade propiciou já a imantação de espírito inferior, detestará o Espiritismo, não querendo saber dele de modo algum; se, porém, essa mediunidade está assistida por espírito de luz, pelo contrário, se entusiasma por fatos e ensinos espíritas;
14- Estado de sonolência, não agradável, quando é colocado junto a outras pessoas, principalmente em circulo, mesmo que a reunião seja festiva. Se a pessoa contraria essa sonolência, mergulha em profunda e injustificável tristeza;
15- Bocejo e lacrimejamento quando se encontra com determinada pessoa, em certas circunstâncias, mormente em companhia de médiuns;
16- Seus sonhos, quando se lembra dos mesmos, são nítidos, parecendo reais. Ocorre que tais sonhos se revelam portadores de avisos de acontecimentos agradáveis ou desagradáveis ou contem alguma mensagem qualquer;
17- Sensação de que sua cabeça está crescendo de tamanho e o rosto se deformando, o que poderá ocorrer com os membros e todo o corpo.
18- Sente compulsão estranha e inexplicável à luz da Psiquiatria e da Psicologia, que o leva a agir desta ou daquela maneira.
19- Faculdades paranormais e mediúnicas de vidência, clariaudiência, premonitória, etc. (*);
OBS: (*)
necessário ter em vista que uma pessoa pode possuir faculdades parapsicológicas, percepções extrassensoriais, como de clarividência, telepatia, premonições, produzir efeitos psicocinéticos, à distância, como entortar garfos, mover objetos, gravar filmes com a mente, etc., não importando isto dizer que ele possa tornar-se médium propriamente, no sentido espírita, isto é, instrumento de ligação entre encarnados e desencarnados, entre este mundo material e o mundo dos espíritos.
TIPOS DE MEDIUNIDADE (mais de 100)
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta uma variedade
muito grande de manifestações. As principais variedades de médiuns são:
Podem-se dividir os médiuns em duas grandes categorias:
MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS: que tem o poder de provocar efeitos materiais ou manifestações ostensivas MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS: mais especialmente propensos a receberem e a transmitirem as comunicações inteligentes.
VARIEDADES COMUNS A TODOS OS GÊNEROS DE MEDIUNIDADE
Médium sensitivo ou impressionávelO Livro dos médiuns
Pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que eles não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.
Médium de efeitos físicos O Livro dos médiuns
São particularmente aptos para produzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
Médiuns facultativos são os que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas por ato da própria vontade.
Médiuns involuntários ou naturais são aqueles cuja influência se exerce a seu mau grado. Nenhuma consciência têm do poder que possuem e, muitas vezes, o que de anormal se passa em torno deles não se lhes afigura de modo algum extraordinário.
VARIEDADES ESPECIAIS PARA OS EFEITOS FÍSICOS
Médium tiptólogo O Livro dos médiuns
Aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.
Médium motor O Livro dos médiuns
Os que produzem o movimento dos corpos inertes.
Médium de translações e suspensões O Livro dos médiuns
Os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. RE fevereiro 1858 O senhor Home é um médium do gênero daqueles que produzem manifestações ostensivas, sem excluir, por isso, as comunicações inteligentes; mas as suas predisposições naturais lhe dão, para as primeiras, uma aptidão mais especial. Sob a sua influência, os mais estranhos ruídos se fazem ouvir, o ar se agita, os corpos sólidos se movem, se erguem, se transportam de um lugar a outro através do espaço, instrumentos de música fazem ouvir sons melodiosos, seres do mundo extra-corpóreo aparecem, falam, escrevem e, freqüentemente, vos abraçam até causar dor. Ele mesmo foi visto, várias vezes, em presença de testemunhas oculares, elevado sem sustentação a vários metros de altura.
Médium de efeitos musicaisO Livro dos médiuns
Provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música, sem contato com estes.
Médium de apariçõesO Livro dos médiuns
Os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes (RE Fevereiro 1859) (Mulher estava na igreja pedia a Deus que viesse ajudar em sua aflição, na saída encontrou um Senhor que lhe perguntou se precisava de um trabalho, ela ficou feliz e agradeceu.Ele deu endereço e pediu para ela procurar uma senhora de nome tal.Lá chegando a sra disse que realmente precisava de alguém, mas ainda não havia falado com ninguém à respeito. Ela olhou e viu na parede um retrato disse: foi esse senhor que me enviou. Ela disse espantada: Esse senhor! Mas isso não é possível, é o retrato de meu filho que morreu há três anos.
Médium de transporte O Livro dos médiuns
Os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translações….
Médium noturno O Livro dos médiuns
Os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos.Esse fenômeno é devido mais às condições ambientes do que à natureza do médium, ou dos Espíritos.
Médium pneumatógrafo O Livro dos médiuns
Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtém-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases, e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. (ex: O FESTIM DE BALTAZAR (ano 539 AC) Baltasar, rei da Babilônia., filho de Nabucodonosor,estava dando uma festa em seu palácio, quando uma mão misteriosa escreveu uma mensagem na parede do palácio, predizendo a queda de Baltasar (Daniel 5)Todos ficaram espantados .As três palavras sintetizam a condenação, pela Espiritualidade Superior, aos desmandos, às orgias, à corrupção e às guerras, que a Babilônia sustentava na vida do Estado e na relação com os outros povos. (3 palavras = pesado na balança não valeu nada /vseu reino chegou ao fim/o reino será dividido entre medas e persas) no mesmo dia o rei morreu.
Diferente do que se pensava, não há necessidade do lápis ou objeto semelhante, bastando um pedaço de papel ou de outro material, onde se possa obter a escrita, como ocorreu na recepção dos Dez Mandamentos por Moisés no Monte Sinai, utilizando-se de “duas tábuas de pedra” (Êxodo: 34 e Deuteronômio:10).
O fenômeno da escrita direta é de efeito físico e um dos mais impressionantes e incontestáveis estudados pelo Espiritismo.
REVISTA ESPÍRITA AGOSTO 1859 (BARÃO LUIS GULDENSTUBBÉ = O GRANDE MÉDIUM PNEUMATÓGRAFO, Foi conhecido principalmente por suas investigações e experiências em pneumatografia. Em poucos anos de trabalhos experimentais, o Barão obteve um número considerável de escrita direta, algumas obtidas sem o auxílio de lápis, papel ou ardósia. Os próprios espíritos comunicantes transportavam o material necessário para a obtenção das mensagens.
= Colocou-se apenas uma folha de papel, debaixo do pedestal do relógio da chaminé. Tendo-a retirado ao cabo de alguns minutos, nela encontrou esses versos em caracteres tipográficos alemães muito finos e de uma pureza absoluta. Por meio de um médium escrevente o Espírito lhe disse que queimasse aquele papel; como, porém, hesitasse, lamentando sacrificar um espécime tão precioso, o Espírito acrescentou: “Não receies. Eu te darei um outro”. Com essa certeza, lançou o papel ao fogo, depois colocou uma segunda folha, sobre a qual os versos foram reproduzidos, exatamente da mesma maneira e, coisa estranha ? os caracteres apresentavam sinais de pressão como se tivessem acabado de sair prelo.
Portanto, não é mais apenas com lápis que os Espíritos podem operar, mas também com tinta e caracteres de imprensa.
Médium curadorO Livro dos médiuns
Os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, só pela imposição das mãos, ou pela prece. “Esta faculdade não é essencialmente mediúnica; possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes, é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons Espíritos.”
Pode-se curar pelo simples contato, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o concurso de qualquer medicamento. Nos médiuns curadores, a faculdade é espontânea e alguns a possuem sem nunca ter ouvido falar de magnetismo. Diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais. (Revista Espírita, março de 1860) =Senhorita Désirée Godu, 25 anos. Em oito anos ela passou sucessivamente por todas as fases da mediunidade; de início médium de efeitos físicos , tornou-se médium vidente, audiente, falante, escrevente, e finalmente todas as faculdades se concentraram para a cura dos enfermos, que esta parecia ser a sua missão, missão que cumpre com devotamento e uma abnegação sem limites.Era simples e modesta, não buscava pôr-se em evidência; Ela não é sonâmbula; ninguém a adormece; é toda desperta, e bem desperta, que cura os doentes com o olhar; o Espírito indica-lhe os remédios que,o mais freqüentemente, ela mesma prepara e aplica, cuidando e tratando as feridas mais repugnantes com o devotamento de uma irmã de caridade. Ela sabe inspirar, aos seus enfermos, uma confiança sem limites, e encontra em seu coração consolações para todas as dores, sob sua mão remédios para todos os males. Ela é um caráter naturalmente alegre e jovial. Sua alegria é contagiosa como a fé que a anima, e age instantaneamente sobre os doentes. Para ela, trabalhar é orar, e cumpre isso conscientemente. Antes de tratar dos enfermos, passava dias inteiros confeccionando vestes para os pobres e enxovais para os recém-nascidos, empregando os mais engenhosos meios para tornar anônimo seus presentes em sua destinação, de sorte que a mão esquerda ignorava sempre o que dava a mão direita.
Médium excitador O Livro dos médiuns
São pessoas que têm o poder de, por sua influência, desenvolver nas outras a faculdade de escrever. “Aí há antes um efeito magnético do que um caso de mediunidade propriamente dita, porquanto nada prova a intervenção de um Espírito. Como quer que seja, pertence à categoria dos efeitos físicos.”
MÉDIUNS ESPECIAIS PARA OS EFEITOS INTELECTUAIS – APTIDÃO DIVERSAS
Médium audiente Livro dos Médiuns
Estes ouvem a voz dos Espíritos. É, algumas vezes uma voz interior,que se faz ouvir no foro íntimo; doutras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, travar conversação com os Espíritos. Quando têm o hábito de se comunicar com determinados Espíritos, eles os reconhecem imediatamente pela natureza da voz.
Médium falante O Livro dos médiuns ( Psicofonia)
Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito. Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras.
Médium vidente O Livro dos médiuns
São dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista, RE 01/1859 Sr. Adrien, um dos membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Ele é médium vidente, escrevente, audiente e sensitivo. Tem a faculdade da dupla vista; sem ser sonâmbulo, e embora esteja perfeitamente desperto, vê à vontade, a uma distância ilimitada, mesmo além dos mares, o que se passa em uma localidade; vê as pessoas e o que elas fazem; descreve os lugares e os fatos com uma precisão cuja exatidão foi verificada Não vê só os Espíritos evocados; ao mesmo tempo, vê todos aqueles que estão presentes, evocados ou não; ele os vê entrarem, saírem, irem, virem escutarem o que se diz, rirem ou levarem a sério, segundo seu caráter.
Médium inspirado O Livro dos médiuns
Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém procede principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir.
Médium de pressentimentos O Livro dos médiuns
Pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão no futuro. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida, resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.
Médium profético Livro dos Médiuns
É igualmente uma variedade dos médiuns inspirados [ou de pressentimentos]. Recebem, com a permissão de Deus e com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação das coisas futuras, de interesse geral, que eles recebem o encargo de tornar conhecidas aos homens, para lhes servir de ensinamento. De certo modo, o pressentimento é dado à maioria dos homens, para uso pessoal deles; o dom da profecia, ao contrário, é excepcional e implica a idéia de uma missão na Terra.
Médium sonambúlico O Livro dos médiuns
Os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos. ( desdobramento )
Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que o estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. O sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. EX: LM 173 Um rapaz sonâmbulo de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, deu provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Excedia, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão. Não basta, disseram-lhe, agora é preciso que indiques o remédio.
Não posso, respondeu, meu anjo doutor não está aqui. Quem é esse anjo doutor de quem falas? — O que dita os remédios. — Não és tu, então, que vês os remédios? — Oh! não; estou a dizer que é o meu anjo doutor quem mos dita. Assim, nesse sonâmbulo, a ação de ver o mal era do seu próprio Espírito que, para isso, não precisava de assistência alguma; a indicação, porém, dos remédios lhe era dada por outro. Não estando presente esse outro, ele nada podia dizer.
Médium extático O Livro dos médiuns
Os que, em estado de êxtase, recebem revelações da parte dos Espíritos.
Médium pintor ou desenhistaO Livro dos médiuns
Os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos.
Médium músico O Livro dos médiuns
Os que executam, compõem ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos. Há médiuns músicos, mecânicos, semi-mecânicos, intuitivos e inspirados, como os há para as comunicações literárias.
VARIEDADE DE MÉDIUNS ESCREVENTES
É a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium.
Médium escrevente mecânico Livro dos médiuns
O que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta, têm-se os médiuns passivos ou mecânicos.
Médium semi-mecânico O Livro dos médiuns
Aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas que têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem.
Médium intuitivo O Livro dos médiuns
Aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é conduzida voluntariamente. Diferem dos médiuns inspirados em que esses últimos não precisam escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado.
Tem consciência de que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. O médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.
Médium polígrafo O Livro dos médiuns
Aqueles cuja escrita muda com o Espírito que se comunica, ou [os que são] aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida.
Médium poliglota O Livro dos médiuns
Os que têm a faculdade de falar, ou escrever, em línguas que lhes são desconhecidas. (xenoglossia)
Médium iletrado O Livro dos médiuns
Os que escrevem, como médiuns, sem saberem ler, nem escrever, no estado ordinário.
SEGUNDO O DESENVOLVIMENTO DA FACULDADE
Médium novato O Livro dos médiuns
Aqueles cujas faculdades ainda não estão completamente desenvolvidas e que carecem da necessária experiência.
Médium improdutivo O Livro dos médiuns
Os que não chegam a obter mais do que coisas insignificantes, monossílabos, traços ou letras sem conexão.
Médium feito ou formado O Livro dos médiuns
Aqueles cujas faculdades mediúnicas estão completamente desenvolvidas, que transmitem as comunicações com facilidade e presteza, sem hesitação.
Médium lacônico O Livro dos médiuns
Aqueles cujas comunicações, embora recebidas com facilidade, são breves e sem desenvolvimento.
Médium explícito O Livro dos médiuns
Têm toda a amplitude e toda a extensão que se pode esperar de um escritor consumado.
Médium experimentado O Livro dos médiuns
A facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade.
Médium exclusivo O Livro dos médiuns
Aqueles pelos quais se manifesta de preferência um Espírito, até com exclusão de todos os demais, o qual responde pelos outros que são chamados. É mais um defeito do que uma qualidade e muito próximo da obsessão.
Médium para evocação O Livro dos médiuns
Os médiuns maleáveis são naturalmente os mais próprios para este gênero de comunicação e para as questões de minudências que se podem propor aos Espíritos. As respostas que dão [os Espíritos] não saem quase nunca de um quadro restrito, incompatível com o desenvolvimento dos assuntos gerais.
Médium para ditados espontâneos O Livro dos médiuns
Recebem comunicações espontâneas de Espíritos que se apresentam sem ser chamados.
SEGUNDO O GÊNERO E A ESPECIALIDADE DAS COMUNICAÇÕES
Médium versejador O Livro dos médiuns
Obtêm, mais facilmente do que outros, comunicações em verso.
Médium poético O Livro dos médiuns
Sem serem versificadas, as comunicações que recebem têm qualquer coisa de vaporoso, de sentimental; nada que mostre rudeza. São, mais do que os outros, próprios para a expressão de sentimentos ternos e afetuosos. Tudo, nas suas comunicações, é vago; fora inútil pedir-lhes idéias precisas.
Médium positivo O Livro dos médiuns
Suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão, que muito se presta às minúcias circunstanciadas, aos informes exatos.
Médium literário O Livro dos médiuns
Não apresentam nem o que há de impreciso nos médiuns poéticos, nem o terra-a-terra dos médiuns positivos; porém, dissertam com sagacidade. Têm o estilo correto, elegante e, freqüentemente, de notável eloquência.
Médium incorreto O Livro dos médiuns
Podem obter excelentes coisas, pensamentos de inatacável moralidade, mas num estilo prolixo, incorreto, sobrecarregado de repetições e de termos impróprios.
Médium historiador O Livro dos médiuns
Os que revelam aptidão especial para as explanações históricas. Esta faculdade, como todas as demais, independe dos conhecimentos do médium, porquanto não é raro verem-se pessoas sem instrução e até crianças tratar de assuntos que lhes não estão ao alcance. Variedade dos médiuns positivos.
Médium científico O Livro dos médiuns
Não dizemos sábios, porque podem ser muito ignorantes e, apesar disso, se mostram especialmente aptos para comunicações relativas às ciências.
Médium receitistaO Livro dos médiuns
Têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas. Importa não os confundir com os médiuns curadores, visto que absolutamente não fazem mais do que transmitir o pensamento do Espírito, sem exercerem por si mesmos influência alguma…..
Médium religioso
Recebem especialmente comunicações de caráter religioso, ou que tratam de questões religiosas, sem embargo de suas crenças, ou hábitos.
Médium filósofo e moralista O Livro dos médiuns
As comunicações que recebem têm geralmente por objeto as questões de moral e de alta filosofia.
Médium de comunicações triviais e obscenas O Livro dos médiuns
Estas palavras indicam o gênero de comunicações que alguns médiuns recebem habitualmente e a natureza dos Espíritos que as dão. Quem haja estudado o mundo espírita, em todos os graus da escala, sabe que Espíritos há, cuja perversidade iguala à dos homens mais depravados e que se comprazem em exprimir seus pensamentos nos mais grosseiros termos.
SEGUNDO AS QUALIDADES FÍSICAS DO MÉDIUM
Médium calmo O Livro dos médiuns
Escrevem sempre com certa lentidão e sem experimentar a mais ligeira agitação.
Médium veloz O Livro dos médiuns
Escrevem com rapidez maior do que poderiam voluntariamente, no estado ordinário. Os Espíritos se comunicam por meio deles com a rapidez do relâmpago. Dir-se-ia haver neles uma superabundância de fluido, que lhes permite identificarem-se instantaneamente com o Espírito. Esta qualidade apresenta às vezes seu inconveniente: o de que a rapidez da escrita a torna muito difícil de ser lida, por quem quer que não seja o médium.
Médium convulsivo O Livro dos médiuns
Ficam num estado de sobre-excitação quase febril. A mão e algumas vezes todo o corpo se lhes agitam num tremor que é impossível dominar. A causa primária desse fato está sem dúvida na organização, mas também depende muito da natureza dos Espíritos que por eles se comunicam.
(Os Convulsionários de Saint-MédardRevista Espírita, novembro de 1859) François Paris, famoso diácono de Paris, morto em 1727, com a idade de 37 anos. Depois da morte de seu pai, abandonou os bens para o seu irmão.
Dedicou-se ao sacerdócio. Se entregou, à prece , às práticas da penitência, e ao trabalho manual: fazia meias por ofício para os pobres, que considerava seus irmãos; Quando morreu ,seu irmão, mandando erigir-lhe um túmulo no pequeno cemitério de Saint-Médard, os pobres que o piedoso diácono havia socorrido, alguns ricos que edificara, várias mulheres que havia instruído, ali iam fazer suas preces; houve curas que pareceram maravilhosas, convulsões que foram consideradas perigosas e ridículas. A corte foi obrigada a fazer cessar esse espetáculo, ordenando o fechamento do cemitério, em 27 de janeiro de 1752. Então os mesmos entusiastas foram fazer suas convulsões nas casas particulares.
Entre os fenômenos estranhos que os Convulsionários de Saint-Médard apresentavam, citam-se; A faculdade de resistir a golpes tão terríveis, que parecia que seus corpos deveriam ser esmagados; A de falar línguas ignoradas ou esquecidas por eles; A faculdade de ler no pensamento; Colocados em relação com os doentes, sentiam as dores nos mesmos lugares que aqueles que os consultavam.
MÉDIUNS IMPERFEITOS
Médium obsidiado O Livro dos médiuns
Os que não podem desembaraçar-se de Espíritos importunos e enganadores, mas não se iludem.
(Obsessão simples, fascinação e subjugação)
= Na obsessão simples o médium sabe perfeitamente que está lidando com um Espírito enganador, que não se disfarça e nem mesmo dissimula de maneira alguma as suas más intenções e o seu desejo de contrariar. O médium reconhece facilmente a fraude, e como se mantém vigilante raramente é enganado.
Médium fascinado O Livro dos médiuns
Os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem sobre a natureza das comunicações que recebem.
Por orgulho, os médiuns obsidiados ou fascinados estão de tal modo persuadidos de que tudo quanto obtêm é sublime, e não pode ser senão de Espíritos Superiores, que se irritam à mínima observação crítica, a ponto de se indisporem com seus amigos quando estes têm a inabilidade de não admirar os seus absurdos. Nisto reside a prova da má influência que os domina, pois, supondo-se que, por falta de julgamento ou de instrução, eles não enxergassem claramente, não seria motivo para embirrar contra os que não lhes comungam a opinião; mas isto não convém aos Espíritos obsessores que, para melhor manter o médium sob sua dependência, inspiram-lhe o afastamento, mesmo a aversão por quem quer que lhes possa abrir os olhos.
Médium subjugado O Livro dos médiuns
Os que sofrem uma dominação da parte de maus Espíritos.
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é levado a tomar decisões freqüentemente absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão considera sensatas: é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários. No médium escrevente produz uma necessidade incessante de escrever, mesmo nos momentos mais inoportunos. Vimos subjugados que, na falta de caneta ou lápis, fingiam escrever com o dedo, onde quer que se encontre, mesmo nas ruas, escrevendo em portas e paredes.
A subjugação corpórea vai às vezes mais longe, podendo levar a vítima aos atos mais ridículos. Conhecemos um homem que, não sendo jovem nem belo, dominado por uma obsessão dessa natureza, foi constrangido por uma força irresistível a cair de joelhos diante de uma jovem que não lhe interessava e pedi-la em casamento. De outras vezes sentia nas costas e nas curvas das pernas uma forte pressão que obrigava, apesar de sua resistência, a ajoelhar-se e beijar a terra nos lugares públicos, diante da multidão. Para os seus conhecidos passava por louco, mas estamos convencidos de que absolutamente não o era, pois tinha plena consciência do ridículo que praticava contra a própria vontade e sofria com isso horrivelmente (Nabucodonosor, rei cruel, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Daniel 4.33) que “o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pêlo como as penas da águia e suas unhas como as das aves”.)
Médium leviano O Livro dos médiuns
Os que não tomam a sério suas faculdades e delas só se servem por divertimento, ou para futilidades.
Médium indiferente O Livro dos médiuns
Os que nenhum proveito moral tiram das instruções que obtêm e em nada modificam o proceder e os hábitos.
Médiuns Presunçosos
São os que têm a presunção de se acharem em relação somente com Espíritos superiores. Crêem-se infalíveis e consideram inferior e errôneo tudo que deles não provenha.
Médium orgulhoso O Livro dos médiuns
Os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem freqüentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas.(“Que o médium entre vós,que não sinta com forças de perseverar no ensino espírita,se abstenha; porque, não aproveitando a luz que o ilumina , será mais culpado e terá de expiar a sua cegueira.” Pascal – “O Livro dos Médiuns “, Allan Kardec, cap. XXXI – Dissertação nº 13
Médium suscetívelO Livro dos médiuns
Variedade dos médiuns orgulhosos, suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar.
Médium mercenário O Livro dos médiuns
Os que exploram suas faculdades.
Médium ambicioso O Livro dos médiuns
Os que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem, esperam tirar delas quaisquer vantagens.
Médium de má-fé O Livro dos médiuns
Os que, possuindo faculdades reais, simulam as de que carecem, para se dar importância.
Médium egoísta O Livro dos médiuns
Os que somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades e guardam para si as comunicações que recebem.
Médium invejoso O Livro dos médiuns
Os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns, que lhe são superiores.
BONS MÉDIUNS
Médium sério O Livro dos médiuns
Os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins verdadeiramente úteis.
Médium modesto O Livro dos médiuns
Os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos a elas e não se julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões desinteressadas, solicitam-nas.
Médium devotado O Livro dos médiuns
Os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.
Médium seguro O Livro dos médiuns
Os que, além da facilidade de execução, merecem toda confiança, pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem, os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos.
DIVERSOS
Médium psicofônicoDesobsessão. Pelo Espírito André Luiz. ( médium falante )
Na obra da desobsessão, os médiuns psicofônicos são aqueles chamados a emprestar recursos fisiológicos aos sofredores desencarnados para que estes sejam socorridos.
O médium psicofônico deve preparar-se dignamente para a função que exerce, reconhecendo que não se acha dentro dela à maneira de fantoche, manobrado integralmente ao sabor das Inteligências desencarnadas, mas sim na posição de intérprete e enfermeiro, capaz de auxiliar, até certo ponto, na contenção e na reeducação dos Espíritos rebeldes que recalcitram no mal
Médium esclarecedorDesobsessão. Pelo Espírito André Luiz.
Na equipe em serviço, os médiuns esclarecedores, mantidos sob a condução e inspiração dos Benfeitores Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou da assistência aos sofredores desencarnados. Constituídos pelo dirigente do grupo e seus assessores, são eles que os instrutores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento ou o socorro necessários.
Médium bomPERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. – cap. 29
É aquele que reconhece, nos ensinamentos por ele recebidos, ensejo à sua própria renovação, ao invés de, pretensiosamente, atribuí-los a outrem.
Médium cristãoContos e apólogos. Pelo Espírito Irmão X
É sempre um faroleiro com as reservas de óleo das possibilidades divinas, a benefício de todos os que navegam a pleno oceano da experiência terrestre, indicando-lhes os rochedos das trevas e descerrando-lhes o rumo salvador.
Médium espírita Contos desta e doutra vida. Pelo Espírito Irmão X
São aqueles que se dispõem a interpretar as inteligências domiciliadas nas regiões espirituais, seareiros do bem, consagrados à Doutrina do Espiritismo, indicada a restaurar os princípios cristãos na Terra.
BENZEDEIRA VALENTE, Aurélio A. Sessões práticas e doutrinárias do Espiritismo
São médiuns involuntárias ou naturais, e os seus gestos correspondem perfeitamente à aplicação de passes ou imposições das mãos. As preces são poderosos meios de evocação aos Espíritos bons que as assistem.
Psicometria MIRANDA, Hermínio C.. Crônicas de um e de outro:
Mediunidade segundo a qual o sensitivo, posto em contato com objetos, pessoas ou lugares relacionados com acontecimentos passados, sintoniza-se de tal maneira com o clima psicológico em que esses acontecimentos ocorreram que se torna capaz de descrevê-los com assombrosa precisão.
NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE ANDRÉ LUIZ CAP.26 PSICOMETRIA
Um grupo de pessoas foram a um museu. Pararam para admirar um espelho. Ao lado dele uma moça desencarnada com expressão de grande tristeza. Uma delas foi elogiar a beleza do mesmo e a moça irritada colocou a mão no seu ombro, sentiu estranho calafrio.
Áulus disse: Anotaram o fenômeno? Do pequeno conjunto de visitantes, a irmã que registrou a aproximação da jovem, sob nosso exame, é portadora de notável sensibilidade mediúnica. Se educasse as suas forças e sondasse o espelho, entraria em relação imediata com a moça que ainda se apega a ele desvairadamente.
Receber-lhe-ia as confidências, conhecer-lhe-ia o drama íntimo, porque imediatamente lhe assimilaria a onda mental, senhoreando-lhe as imagens…
(França 1791) Este espelho foi confiado à jovem por um rapaz que lhe prometeu casamento. Filho de franceses que viviam no Brasil. Pensavam em casamento quando os pais resolveram voltar para a França
O moço pareceu desolado, mas não desacatou a ordem paterna. Despediu-se da noiva e lhe implorou
guardasse a peça como lembrança, até que pudesse voltar, e serem então felizes para sempre… Mais tarde veio a se encantar com outra mulher e não mais voltou se esquecendo do compromisso.
A pobrezinha, no entanto, fixou-se na promessa ouvida e continua a esperá-lo. O espelho é o penhor de sua felicidade. Imagino a longa viagem que terá feito no tempo, vigiando-o como sendo propriedade sua, até que a lembrança viesse por fim repousar no museu.
Hilário, a vida nunca se engana. É provável que alguém apareça por aqui e se extasie à frente do objeto, disputando-lhe a posse. Quem?
– O moço que empenhou a palavra, provocando a fixação mental dessa pobre criatura, ou a mulher que o afastou dos compromissos assumidos. Reencarnados, hoje ou amanhã, possivelmente um dia virão até aqui, tomando-a por filha ou companheira, no resgate do débito contraído.
VIVÊNCIA MEDIÚNICA (Joanna de Ângelis ) Manoel Philomeno de Miranda
No que tange à conduta espírita, o médium é portador de abençoada instrumentalidade para auto-iluminar-se, promover o progresso da Humanidade, desenvolver os valores nobres, consolar e amparar as criaturas atormentadas e sofridas de ambos os planos da Vida.
Assim, o indivíduo é médium em todos os momentos da existência física, e não apenas esporadicamente, durante as reuniões experimentais de que participa.
Conforme a conduta mental e social, graças aos pensamentos e ações, atrai Espíritos com os quais se afina, passando a agasalhar-lhes os sentimentos e as idéias, que exteriorizará, às vezes, sem dar-se conta.
Médiuns espíritas, porém, conscientes e responsáveis, são em número menor, que se entregam à vivência integral objetivando alcançar o mediunato, que é a grande meta que pretendem os Espíritos missionários no exercício da mediunidade.
LIVRO EMMANUEL CAP. 9 “Mensagem aos Médiuns”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, diz que os médiuns não são os missionários na acepção comum do termo; “são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso“. Pela misericórdia divina, receberam a bênção da mediunidade para poderem redimir os seus erros do passado. Aceitando as incumbências da tarefa mediúnica, estarão sob a proteção dos benfeitores espirituais; desertando de suas responsabilidades mediúnicas, poderão perder o amparo desses Espíritos benfeitores, adiando para encarnações futuras o encaminhamento das almas que desviaram das sendas luminosas da fé
CONSOLADOR 384 Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?
Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas. A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.
CONSOLADOR 386 Qual a mediunidade mais preciosa para o bom serviço à Doutrina?
Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra.
Qualquer uma é campo aberto às mais belas realizações espirituais, sendo justo que o médium, com a tarefa definida se encha de espírito missionário, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que o seu mandato não seja traído na improdutividade.
CONSOLADOR 387 Qual a maior necessidade do médium?
A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
CONSOLADOR 389 A mediunidade pode ser retirada em determinadas circunstâncias da vida?
Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mal servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem os insultos do egoísmo; do orgulho; da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos
LIVRO DOS MÉDIUNS 220 Qual a causa do abandono do médium por parte dos Espíritos?
“O que mais influi para que assim procedam os bons Espíritos é o uso que o médium faz da sua faculdade. Podemos abandoná-lo, quando dela se serve para coisas frívolas,ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós produzidos aos encarnados que para ele apelam, ou que têm necessidade de ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas vistas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno.”
Pesquisa realizada por Sueli Padilha – Centro Espírita Dr. Leocádio Correa – Bauru, 29/janeiro/2014