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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > CURA > Enquanto o braço corre (Cura na Federação)

Enquanto o braço corre (Cura na Federação)

celcCURA19 de maio de 2014 Leave a comment0

 

Trecho sobre espiritismo incluído no livro As Religiões do rio, escrito em 1904 pelo cronista carioca Paulo Barreto, o João do Rio1
 
 
Nas rodas mais elegantes, entre sportsmen inteligentes, lavra o desespero das comunicações espíritas, como em Paris o automobilismo.
Ainda há alguns meses senhores de tom, ao voltarem do Lírio, encasacados e de gardênia ao peito, comunicaram-se no Hotel dos Estrangeiros com as  almas do outro mundo, por intermédio de uma cantora, médium ultra-assombroso.
 
À tarde na Colombo, esses senhores combinavam a partie de plaisir  (expressão que significava que combinavam “o que fazer à noite”) e à noite nos corredores do Lírico, enquanto Caruso rouxinoleava corpulentamente para encanto das almas sentimentais, eles prelibavam as revelações sonambúlicas da médium musical.
Esses fatos são raros, porém, e as experiências assombrosas multiplicam-se. Os médiuns curam criatura a morrer. Leôncio de Albuquerque, que trata caridosamente a Saúde em peso, anuncia, sem tocar no doente, o primeiro caso de peste bubônica, e cada vez mais aumenta o número de crentes.
O meu amigo dizia-me:
_ Nunca se viu uma crença que com tal rapidez assombrasse crentes. Se o Figaro dava para Paris cem mil espíritas, o Rio deve ter igual soma de fiéis. O Brasil, pela junção de uma ração de sonhadores como os portugueses com a fantasia dos negros e o pavor indiano do invisível, está fatalmente à beira dos abismos de onde se entrevê o além. A Federação2 publicou uma estatística de jornais espíritas no mundo inteiro. Pois bem: existem no mundo 96 jornais e revistas, sendo que 56 em toda a Europa e 19 só no Brasil. (…)
 
A Federação fica na Rua do Rosário, 97. É um grande prédio, cheio de luz e claridade. Cumprem-se aí os preceitos da ortodoxia espírita; não há remuneração de trabalho e nada se recebe pelas consultas. A diretoria gasta parte do dia a servir os irmãos, tratando da contabilidade, da biblioteca, do jornal, dos doentes. A instalação é magnífica. No primeiro pavimento ficam a biblioteca, a sala de entrega do receituário, a secretaria, o salão de espera dos consultantes e os consultórios. Seis médiuns psicográficos prestam-se duas horas por dia a receitar, e as salas conservam-se sempre cheias de uma multidão de doentes, mulheres, homens, crianças, figuras dolorosas com um laivo de esperança no olhar.
 
A casa está sonora do rumor contínuo, mas tudo é simples, caridoso e sem espalhafato. Quando entramos não se lhe altera a vida nervosa. A Federação parece um banco de caridade, instalado à beira do outro mundo. Os homens agitam-se, andam, conversam, os doentes esperam que os espíritas venham receitar pelo braço os médiuns [sic.], e os médiuns, sob a ação psicográfica, falam e conversam enquanto braço corre.
Atravessamos a sala dos clientes, entramos no consultório do Sr. Richard.3 Há uma hora que esse honrado cavalheiro, espírita convencido, escreve e já receitou para 47 pessoas.
 _ Há curas? _ perguntamos nós, olhando as fileiras dos doentes.
 _ Muitas. Nós, porém, não tomamos nota.
 _ Mas o senhor não se lembra de ter curado ninguém?
 _ A mim me dizem que pus boa uma pessoa da família do general Argollo. Mas não sei nem devo dizer. É o preceito de Deus.
Deixamo-lo receitando, já perfeitamente normalizados com aquele ambiente estranho, e interrogamos. Há milhares de curas. A Sra. Georgina, esposa do Sr. César Pacheco, depois de louca e cega, ficou boa em dez dias; D. Jesuína de Andrade, viúva, quase tísica, em trinta dias salva, e outros, outros muitos.
 
Quer valor tem essas declarações? Os doentes enfileirados parecem crer e o Sr. Richard é a fé em pessoa. É o que basta talvez.
 
 
1Fonte: Reportagem “O Novo Espiritismo”, de Martha Mendonça, publicada na revista Época, no. 424, de 3 de julho de 20906,p.66-74
2Nota de Reformador: O autor faz referencia à Federação Espírita Brasileira.
3Nota de reformador: Pedro Richard serviu `FEB por cerca de 40 anos
 
 Revista Reformador  08/2006
   

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