Estudo sobre Nosso Lar
Estudo sobre NOSSO LAR Obra psicografada por Francisco Candido Xavier em 1943 pela Federação Espírita do Brasil, ditada pelo Espírito de André Luiz. Qual o objetivo? Apresentar ao mundo a realidade do além-túmulo, pois já no Livro dos Espíritos na questão 234, os Espíritos disseram a Kardec que no mundo Espiritual, viviam em “espécies de acampamentos, de campos para repousar de uma muito longa erraticidade, estado sempre um pouco penoso. São posições intermediarias entre os mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem alcança-los, e nele gozam de bem-estar maior ou menor. Nosso Lar é um livro revelador em mostrar como é a vida pós morte e vem nos alertar que nossa vida encarnada é uma grande oportunidade que Deus nos concede para evoluirmos. A obra literária de André Luiz, especialmente psicografadas por Francisco Candido Xavier, tem uma grande importância doutrinária, “Nosso Lar” é um divisor de águas dentro do movimento espírita. “Nosso Lar” descreve de maneira detalhada como vivem os Espíritos, a arquitetura, os equipamentos, as experiências e aquisições, as paisagens naturais, a organização social e toda vida pós-corporea. André Luiz detalha suas experiências e descobertas no plano espiritual, destacando o encontro com a própria consciência diante da morte carnal. O livro é rico em detalhes e descrições, como nenhum outro que já houvesse sido editado. Com o decorrer dos anos e de novos livros, André Luiz foi aprofundando a amostra da vida espiritual e calando ou convencendo os incrédulos que interpretavam as revelações de André Luiz como fantasiosas. Nosso Lar não é o céu, mais uma região transitória, uma escola, um estágio de educação supervisionado por Espíritos Superiores. De acordo com Martins Peralva, “Nosso Lar” teve o privilégio de rasgar, de alto a baixo, o véu que delimita os mundos espiritual e físico, embora o assunto já houvesse sido enfocado, de maneira menos completa, por outros autores, entre eles o inspirado Leon Denis.” “O livro apresenta-nos em narrativas da melhor técnica descritiva, amplas e minuciosas informações sobre a vida e a atividade nos domínios do plano extra físico: como vivem os Espíritos; seus recursos de locomoção; suas experiências e aquisições; suas multiformes paisagens humanas e naturais; enfim, suas lutas bem ao modo e semelhantes das lutas do plano terreno.” “Por sua natureza revelacionista, “Nosso Lar” descortina aos estudiosos da Terra os amplos, magníficos, diversificados horizontes do mundo espiritual, enriquecendo o contexto doutrinário.” “Além dos aspectos da “geografia espiritual”, a tônica da obra de André Luiz, que sensibiliza e encanta, que fascina e emociona, por revelar a plenitude da Sabedoria Divina, não podia deixar de ser o amor, inerente a todos os domínios universais.” Segundo o livro “As Duas Vidas de Chico Xavier” de Marcel Souto Maior: “O livro foi um marco para o Espiritismo. Ele convenceu muita gente da necessidade de trabalhar, e muito, em favor dos necessitados. Quem se dedicasse à caridade evoluiria mais depressa. Quem ajudasse a outro se ajudaria. A generosidade poderia soar, às vezes, como egoísmo. Mas o discurso deu bons resultados, estimulou a auxílio aos pobres.” O livro “Nosso Lar” estabeleceu um novo patamar de compreensão da vida espiritual, Também incentivou a criação de instituições espíritas devotadas às atividades assistências e muitos grupos de estudos. (Comentário de Worney Almeida de Souza no livro As Fronteiras da vida e da Morte na Colônia Nosso Lar – pag 46 e 47.) Segundo Heigorina Cunha no livro “Cidade no Além”, a partir da edição do livro, a cidade ganhou o coração e a imaginação de todos os espíritas, que identificaram nela “um modelo alentado das organizações e situações que aguardam o ser humano, após a desencarnação, e – por que não dizer? – um estimulo ao aproveitamento da existência física para conviver, depois, em comunidades idênticas ou melhores”. Ainda segundo a autora; “o citado livro abria campos amplos e novos à indagação daqueles estudiosos que sentissem dificuldades para entender como a vida poderia prosseguir, normalmente e sem saltos, após o desenlace físico. (Cidade no Além – Heigorina Cunha –pelo Espirito de Lucius e André Luiz.) No livro entrevistas de Francisco Candido Xavier e Emmanuel (A Terra e o Semeador) na pergunta nº 138, Chico da seguinte resposta: A literatura mediúnica em outros países atesta a existência de outras cidades semelhantes a Nosso Lar, uma das comunidades no chamado Espaço Brasileiro. Quando estávamos recebendo, mediunicamente, o primeiro Livro de André Luiz, que traz esse título, impressionamos-nos vivamente com ao assunto, porque a nossa perplexidade era indisfarçável e sendo o nosso assombro um motivo para perturbar a recepção do livro, o nosso André Luiz promoveu, em determinada noite, a nossa ausência do corpo físico para observar alguns aspectos, os aspectos mais exteriores, da chamada cidade “Nosso Lar”. Mundo novo que somos chamados a perceber, a estudar, porque se relaciona com o futuro de cada um de nós. Ainda que não sejamos acolhidos na referida colônia, outros lares nos esperam após a desencarnação. Há muita gente que este assunto demasiadamente remoto para que venhamos a nos preocupar com ele. Entretanto, na lógica terrestre, somos obrigados a cuidar dos estoques de determinados materiais (gasolina, óleo, medicamento, cereais. Se nos interessamos por isso, no transito sobre a Terra, por que admitir por ocioso esse tema da Espiritualidade que nos espera inevitavelmente a todos? O Espírito de André Luiz, registrando-nos o espanto, porquanto a estranheza era enorme da parte de companheiros de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte, aos quais mostrávamos as páginas em andamento, teve o cuidado de mostrar-nos determinada faixa de Nosso Lar, onde jaziam centenas de irmãos hospitalizados, ocupando a atenção de médicos, de instrutores, enfermeiras, sacerdotes e pastores das diversas religiões. Devemos assinalar este fato, de vez que, frequentemente depois da morte são obrigados a compartilhar-nos crenças e concepções com respeito às verdades eternas do Espírito, quando a caridade de Nosso Senhor Jesus – Cristo nos espera a todos, quanto a discernimento e compreensão. Cada criatura, nessa cidade é chamada gradativamente para um estado mais amplo de entendimento. Nosso Lar é o retrato de muitas das colônias que nos aguardam, mas não é propriamente o retrato único, porque possuímos, além da Terra, além da vida física, muitas e muitas cidades de natureza superior e outras de natureza inferior a que chegaremos, inevitavelmente, segundo as nossas escolhas e méritos neste mundo. (A terra e o semeador – de Francisco Candido Xavier e Emmanuel – entrevistas pergunta 138 pag. 152 e 153). O livro “Nosso Lar” é dividido em 50 capítulos curtos, numa seqüência cronológica de toda a trajetória de André Luiz na cidade espiritual. Os capítulos (com cerca de cinco ou seis paginas cada) constroem um romance próximo à “space opera” (novela espacial*), alicerçados na retórica cristã, com grande aplicação da forma professoral de explicar os panoramas e situações. O romance abusa da comoção emocional e da forma cerimoniosa, teatral ou mesmo muito associada à forma de interpretação dos atores de filmes mudos (produzidos até meados dos anos 30) para desenvolver as falas e tramas da narrativa:” Calara-se Lísias, evidenciando comovida reverência, enquanto eu a seu lado comtemplava, respeitoso e embevecido, as torres maravilhosas que pareciam cindir o firmamento…” (cap. 8); “Notando o meu deslumbramento, Lísias explicou” (cap 10); “Calou-se o interlocutor em atitude reverente, enquanto meus olhos fixavam a corrente tranqüila a despertar-me sublimes pensamentos.” (cap.10); “Ante o silencio com que lhe ouvíamos a lição, o Vigilante-chefe rematou:” (cap.31); “Minhas impressões de felicidade e paz eram inexcedíveis”(cap.36; “Depois de pequeno intervalo, em que me pareceu meditar profundamente, continuou:” (cap44). Por vezes os personagens chegam às lagrimas para se expressar: “Comovidissimo até às lagrimas perguntei:” (Cap.40). A sucessão de capítulos revela a cadencia que o escritor quer impor ao romance; doses homeopáticas de mensagens e valores cristãos. “Nosso Lar” também utiliza a forma do “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec: perguntas e respostas, em que, André Luiz questiona os habitantes na cidade espiritual, sobre todos os assuntos, desde a estrutura arquitetônica até os fundamentos morais da convivência do local. *Space Opera – Gênero literário surgido nas primeiras décadas do século XX (mas muito popular nas décadas de 30 e 40, publicado nas revistas baratas de novelas chamadas pulps), que usa elementos de ficção cientifica, em que um herói explora mundos ou planetas desconhecidos, defrontando monstros diluvianos e conhecendo povos diferentes, que tem tecnologia avançada e exuberante. (Comentário retirado do livro As Fronteiras da vida e da Morte na Colônia Nosso Lar- de Chio Xavier e André Luiz. De Worney Almeida de Souza – pag. 42). Emmanuel no prefácio escreve: Entretanto, de há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis a legitima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados, nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligadas ao planeta. Certamente que numerosos amigos sorrirão ao contato de determinadas passagens das narrativas. O inabitual, entretanto, causa surpresa em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia? A surpresa, a perplexidade e a dúvida são de todos os aprendizes que ainda não passaram pela lição. É mais que natural, é justíssimo. Não comentaríamos, desse modo, qualquer impressão alheia. Todo leitor precisa analisar o que lê. … O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta é a sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro. O intercâmbio com o invisível é um movimento sagrado, em função restauradora do Cristianismo puro; que ninguém, todavia, se descuide das necessidades próprias, no lugar que ocupa pela vontade do Senhor. André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é a oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração. Guarde a experiência dele no livro dalma. Ela diz bem alto que não basta à criatura apegar-se à existência humana, mas precisa saber aproveita-la dignamente; que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade. -Emmanuel. (Prefácio pag. 1º e 11). Ainda no prefácio André Luiz relata: A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria. Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser. Oh! Caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual! … Seria extremamente infantil a crença de que o simples “baixar do pano” resolvesse transcendente questões do infinito. Uma existência é um ato. Um corpo – uma veste, Um século – um dia. Um serviço – uma experiência. Um triunfo – uma aquisição. Uma morte – um sopro renovador. Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda? E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas! Ai! Por toda a parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito! É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira – ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas. Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental. Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, sendo a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que “O espírito sopra onde quer”. Que Jesus nos abençoe. André Luiz. (Nosso Lar Prefacio Pags. 13 a 15.) Mesmo sendo assistido por sua mãe e Clarêncio desde antes de sua morte física André Luiz fica no Umbral durante 8 anos, padecendo fome, frio, dores, perseguições e não aceitava ser chamado de suicida e só pode ser socorrido quando lembrou de Deus. “E, quando as energias me faltavam de todo, quando me senti absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-me, pedi ao Supremo Autor da Natureza me estendesse mãos paternais, em tão amargurosa emergência. Quanto tempo durou a rogativa? Quantas horas consagrei à suplicas, de mãos-postas, imitando a criança aflita? Apenas sei que a chuva das lagrimas me lavou o rosto; que todos os meus sentimentos se concentraram na prece dolorosa. Estaria, então, completamente esquecido? Não era, igualmente, filho de Deus, embora não cogitasse de conhecer-lhe a atividade sublime quando engolfado nas vaidades da experiência humana? Por que não me perdoaria o Eterno Pai, quando providenciava ninho às aves inconscientes e protegia, bondoso, a flor tenra dos campos agrestes? Ah! É preciso haver sofrido muito, para entender todas as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança. Foi nesse instante que as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, emissário dos Céus. Um velhinho simpático me sorriu paternalmente. Inclinou-se, fixou nos meus os grandes olhos lúcidos, e falou: – Coragem, meu filho! O Senhor não te desampara. – Quem sois, generoso emissário de Deus? Chama-me Clarêncio, sou apenas teu irmão. Transportado à maneira de ferido comum, prestava atenção em tudo que via. (cap..2 pag.23 a 25) Clarêncio, que se apoiava num cajado de substancia luminosa, deteve-se a frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas. Tateando um ponto da muralha, fez-se longa abertura, através da qual penetramos, silenciosos. (Cap.12) (E assim André foi socorrido). Depois de tomar um caldo revigorante e embora ainda muito fraco conseguiu com a ajuda de um enfermeiro a assistir a oração coletiva que é feita em todos os crepúsculos. Numa tela viu a figura do Governador e mais 72 ministros e um deles era Clarêncio o mesmo que o socorrera no umbral. Cantavam um harmonioso hino, repleto de indefinível beleza. Onde uma imagem simbólica formada pelas vibrações mentais dos habitantes da colônia desenhou-se ao longe, em plano elevado, um coração maravilhosamente azul, com estrias douradas. A origem da cidade de Nosso Lar é antiga fundação de portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI. A princípio, enorme e exaustiva foi a luta, segundo consta em nossos arquivos no Ministério do Esclarecimento. Há substancias ásperas nas zonas invisíveis à Terra, tal como nas regiões que se caracterizam pela matéria grosseira. Aqui também existem enormes extensões de potencial inferior, como há, no planeta, grandes tratos de natureza rude e incivilizada. Os trabalhos primordiais foram desanimadores, mesmo para os espíritos fortes. Onde se congregam hoje vibrações delicadas e nobres, edifícios de fino lavor, misturavam-se as notas primitivas dos silvícolas do país e as construções infantis de suas mentes rudimentares. Os fundadores não desanimaram, porém. Prosseguiram na obra, copiando o esforço dos europeus que chegavam à Esfera material, apenas com a diferença que, por lá, se empregava a violência, a guerra, a escravidão, e, aqui, o serviço perseverante, a solidariedade fraterna, o amor espiritual. (Livro Nosso Lar cap.8 pag.52) Na formação do Nosso Lar, outra cidade espiritual é citada: ”os missionários da criação de Nosso Lar visitaram os serviços de “Alvorada Nova”, uma das colônias espirituais mais importantes que nos circunvizinham e ali encontram a divisão por departamentos. Adotaram o processo, mas substituíram a palavra departamento por Ministério, com exceção dos serviços regeneradores, que, somente com o Governador atual, conseguiram elevação. (Nosso Lar – cap. 11- pag.65). – Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros serviçais da missão residem aqui. Nessa zona, atende-se a doentes, ouvem-se rogativas, selecionam preces, preparam-se reencarnações terrenas, organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na Terra, estudam se soluções para todos os processos que se prendem ao sofrimento. E continuou. A cidade espiritual é administrada por um Governador geral e por Ministérios com funções determinadas: “Não tem visto, nos atos da prece nosso Governador Espiritual cercado de setenta e dois colaboradores? Pois são os Ministros de Nosso Lar. A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze ministros. Temos os Ministérios da Regeneração, do Auxilio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Os quatro primeiros nos aproximam das esferas terrestres, os dois últimos nos ligam ao plano superior, visto que a nossa cidade espiritual é zona de transição. Os serviços mais grosseiros localizam-se no Ministério da Regeneração, os mais sublimes no da União Divina. Clarêncio, o nosso chefe amigo, é um dos Ministros do Auxilio.” (Cap. 08) – O Ministério do auxilio tem tarefas bem difíceis: “As missões mais laboriosas do Ministério do Auxilio são constituídas por abnegados servidores, no Umbral, porque se a tarefa dos bombeiros nas grandes cidades terrenas é difícil, pelas labaredas e ondas de fumo que os defrontam, os missionários do Umbral encontram fluídos pesadíssimos emitidos, sem cessar, por milhares de mentes desequilibradas, na prática do mal, ou terrivelmente flageladas nos sofrimentos retificadores.” (Cap. 12) Como o trabalho é o fundamento principal do progresso espiritual dos habitantes da cidade, o acumulo de horas de trabalho consiste uma referencia para todos. O bônus-horas é a forma de concretização do aprimoramento e encarado como ponto relativo a cada hora de serviço. O bônus- hora é a base da economia espiritual: “Nossas aquisições são feitas a base de trabalho. O bônus-hora, no fundo, é o nosso dinheiro. Quaisquer utilidades são adquiridas com esses cupons, obtidos por nós mesmos, a custa de esforço e dedicação. As construções em geral representam patrimônio comum, sob controle da governadoria: cada família espiritual, porém, pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora, o que se pode conseguir com algum tempo de serviço.” (cap.21) E mais: “Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionado como valor aquisitivo(…) em “Nosso Lar” a produção de vestuário e alimentação elementares, pertence a todos em comum. Há serviços centrais de distribuição na Governadoria e departamentos do mesmo trabalho no Ministérios. O celeiro fundamental é propriedade coletiva(…)- Todos cooperam no engrandecimento do patrimônio comum e dele vivem. Os que trabalham, porém, adquirem direitos justos. Cada habitante de Nosso Lar recebe provisões de pão e roupa, no que se refere ao estritamente necessário(…) (Cap.22). As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas. – Mas a organização doméstica, em “Nosso Lar”, é idêntica a da Terra? – O lar terrestre é que, de há muito, se esforça por copiar nosso instituto doméstico; mas os cônjuges por lá, com raras exceções, estão ainda a mondar o terreno dos sentimentos, invadido pelas ervas amargurosas da vaidade pessoal, e povoado de monstros do ciúme e do egoísmo. … O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável. É templo, onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente. Há na Terra, agora, grande número de estudiosos das questões sociais, que aventam várias medidas e clamam pela regeneração da vida doméstica. Alguns chegam a asseverar que instituição da família humana está ameaçada. Importa considerar, entretanto, que , a rigor, o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente. Onde, nas esferas do globo, o verdadeiro instituto doméstico, baseado na harmonia justa, com os direitos e deveres legitimamente partilhados? (…) o homem e a mulher aprenderão no sofrimento e na luta. Por enquanto, raros conhecem que o lar é instituição essencialmente divina e que se deve viver, dentro de suas portas, com todo o coração e com toda a alma.(…) As almas femininas não podem permanecer inativas aqui. É preciso aprender a ser mãe, esposa, missionária, irmã. A tarefa da mulher no lar, não pode circunscrever-se a umas tantas lagrimas de piedade ociosa e a muitos anos de servidão.(…) O homem deve aprender a carrear para o ambiente doméstico a riqueza de suas experiências, e a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os labores ásperos do homem. Dentro de casa, a inspiração; fora dela, a atividade. Uma não vivera sem a outra. (…) Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas horas de serviço são contadas em dobro, o que lhe pode dar idéia da importância do serviço maternal no campo terreno. Entretanto, quando isso não acontece, tenho meus deveres diuturnos nos trabalhos de enfermagem, com a semana de quarenta e oito horas de tarefa. Todos trabalham em nossa casa a não ser minha neta convalescente, não temos qualquer pessoa da família em zonas de repouso. Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também. (Cap.20) Nos primeiros dias em “Nosso Lar”, André Luiz já nota um mundo harmonioso; “Deleitava-me, agora, contemplando os horizontes vastos, debruçado às janelas espaçosas. Impressionavam-me, sobretudo, os aspectos da Natureza. Quase tudo, melhorada cópia da Terra. Cores mais harmônicas, substancias mais delicadas. Forrava-se o solo de vegetação. Grandes árvores, pomares fartos e jardins deliciosos. Desenhavam-se montes coroados de luz, em continuidade à superfície onde a colônia repousava. Todos os departamentos apareciam cultivados com esmero. A pequena distância, alteavam-se graciosos edifícios. Alinhavam-se a espaços regulares, exibindo formas diversas. Nenhum sem flores à entrada, destacando-se algumas casinhas encantadoras, adornando o verde de cambiantes variados. Aves de plumagens policromas cruzavam os ares e, quando em quando, pousavam agrupadas nas torres muito alvas, a se erguerem retilíneas, lembrando lírios gigantescos, rumo ao céu. Das janelas largas, observava, curioso, o movimento do parque. Extremamente surpreendido, identificava animais domésticos, entre as árvores frondosas, enfileiradas ao fundo”. (Nosso Lar – cap.7 – pag. 45 e 46). E mais: “Impressionou-me o espetáculo das ruas. Vastas avenidas, enfeitadas de arvores frondosas. Ar puro, atmosfera de profunda tranqüilidade espiritual. Não havia, porém, qualquer sinal de inércia ou de ociosidade, porque as vias públicas estavam repletas.” (Nosso Lar- cap.8- pag. 50). Muitos locais são destacados como; “Estamos no Bosque das Águas. Temos aqui uma das mais belas regiões de Nosso Lar. Trata-se de um dos locais prediletos para as excursões dos amantes, que aqui vêm tecer as mais lindas promessas de amor e felicidade, para as experiências da Terra.- Ali é o grande reservatório da colônia. Todo o volume do Rio Azul, que temos à vista, é absorvido em caixas imensas de distribuição. As águas que servem a todas as atividades da colônia partem daqui. Em seguida, reúnem-se novamente, abaixo dos serviços da Regeneração, e voltam a constituir o rio, que prossegue o curso normal, rumo ao grande oceano de substancias invisíveis para a Terra.” (Nosso Lar – cap.10 – pag.60). A alimentação em “Nosso Lar” é tratada de forma diferente à da Terra e a água tem papel primordial: “Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. Em “Nosso Lar”, contudo, outros são os conhecimentos. Nos círculos do planeta, ensinam que o Senhor criou as águas. Ora, é lógico que todo serviço criado precisa de energias e braços para ser convenientemente mantido. Nessa cidade espiritual, aprendemos a agradecer ao Pai e aos seus divinos colaboradores semelhante dádiva. Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a água é o veiculo dos mais poderosos para fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio. Há repartições no Ministério do Auxilio absolutamente consagradas à manipulação de água pura. Com certos princípios suscetíveis de serem captados na luz do Sol e no magnetismo espiritual.” (Cap.10). Há uma diferenciação em relação à alimentação: “nossas refeições aqui são muito mais agradáveis que na Terra. Há residências, em “Nosso Lar”, que as dispensam quase por completo: mas, nas zonas do Ministério do Auxilio, não podemos prescindir dos concentrados fluídicos, tendo em vista os serviços pesados que as circunstâncias impõem. Despendemos grande quantidade de energias. É necessário renovar provisões de força.- Isso, porém – ponderou uma das jovens – não quer dizer que somente nós, os funcionários do Auxilio e da Regeneração, vivamos a depender de alimentos. Todos os Ministérios, inclusive o da União Divina, não dispensam, diferindo apenas a feição substancial. Na Comunicação e no Esclarecimento Há enorme dispêndio de frutos. Na Elevação o consumo de sucos e concentrados não é reduzido, e, na União Divina, os fenômenos de alimentação atingem o inimaginável.- Nosso irmão talvez ainda ignore que o maior sustentáculo das criaturas é justamente o amor. De quando em quando, recebemos em “Nosso Lar” grandes comissões de instrutores, que ministram ensinamentos relativos a nutrição espiritual. Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. O alimento físico, mesmo aqui, propriamente considerado, é simples problema de materialidade transitória, como no caso dos veículos terrestres, necessitados de colaboração da graxa e do óleo. A alma, em si, apenas se nutre de amor. Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais extensamente conheceremos essa verdade. Não lhe parece que o amor divino seja o ciclo do Universo? (…) – Vão em busca do alimento a que nos referíamos. Os laços afetivos, aqui, são mais belos e mais fortes. O amor, meu amigo, é o pão divino das almas, o pabulo sublime dos corações.” (cap.18). (Comentários retirados do livro: As Fronteiras da Vida e da Morte na colônia Nosso Lar- Pag.12 a 15.- Worney Almeida de Souza) Ao chegar em uma praça de maravilhosos contornos, ostentando extensos jardins. No centro da praça, erguia-se um palácio de magnificente beleza, encabeçado de torres soberanas, que se pendiam no céu. Edifício da Governadoria, “encabeçado de Torres Soberanas que se perdem no céu”. No alto, o aeróbus. Desenho concluído em 11.10.1981. (Desenho da pagina 73 do livro Cidade no Além de Heigorina Cunha). – Os fundadores da colônia começaram o esforço, partido daqui, onde se localiza a Governadoria – disse o visitador. Apontando o palácio, continuou: Temos, nesta praça, o ponto de convergência dos seis ministérios a que me referi. Todos começam da Governadoria, estendendo-se em forma triangular. E, respeitoso, comentou: – Ali vive o nosso abnegado orientador. Nos trabalhos administrativos, utiliza ele a colaboração de três mil funcionários; entretanto, é ele o trabalhador mais infatigável e mais fiel que todos nós reunidos. Os Ministros costumam excursionar noutras Esferas, renovando energias e valorizando conhecimentos; nós outros gozamos entretenimentos habituais, mas o Governador nunca dispõe de tempo para isso. Faz questão que descansemos, obriga-nos a férias periódicas, ao passo que, ele mesmo, quase nunca repousa, mesmo no que concerne às horas de sono. Parece-me que a glória dele é o serviço perene… raramente o tenho visto em festividades públicas. Seu pensamento, porém, abrange todos os círculos de serviço, sua assistência carinhosa a tudo e a todos atinge. (Cap. 8 de Nosso Lar). (Desenho feito por Heigorina Cunha após um desdobramento onde ela viu a Colônia “Nosso Lar” – está no livro Cidade no Além da mesma autora pag.76 e 77) Da Governadoria partem as coordenadas que dividem a cidade em seis partes distintas, afetas, cada uma, ao mesmo organizações organizadas, em que se desdobra a administração pública, representadas, pelos Mistérios da Regeneração, do Auxilio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Assim, a cidade está dividida em seis módulos, cada um deles partindo da Governadoria, junto à qual se eleva a Torre de cada Ministério, configurando-se como o centro administrativo. À frente deles, está a grande praça que os circunda e que, para que se avalie o seu tamanho, está apta para receber, comodamente, um milhão de pessoas. A médium descreve-a como belíssima, com piso semelhante ao alabastro, com muitos bancos ao seu redor, sendo que, nos espaços em que se vê o encontro dos vértices das bases dos triângulos, por detrás dos bancos, existem fontes luminosas multicoloridas e, em torno delas, flores graciosas e delicadas. Além da praça temos os núcleos residenciais em forma de triangulo e que, como já disse, se destinam aos trabalhadores de cada Ministério, sendo que os mais graduados residem mais próximos à praça e, portanto, ao centro administrativo. Essas casas pertencem à comunidade e se um trabalhador se transfere para outro Ministério, deve mudar-se também para residir junto ao seu local de trabalho. Os quadros que se vêem desenhados dentro do triângulo, junto à muralha, são quadras onde se erguem as residências. Nos espaços que medeiam entre um núcleo habitacional e outro, seja em direção à muralha seja em direção ao núcleo correspondente ao Ministério vizinho, existem grandes parques arborizados onde se erguem outras construções que não foram detalhadas na planta, destinadas ao lazer ou serviços aos habitantes. Vê-se, por exemplo, no parque do Ministério da Regeneração, a locação do seu Parque Hospitalar; no Ministério da União Divina, o Bosque das Águas e, todos referidos no livro Nosso Lar. Cada núcleo residencial é cortado, no centro, por ampla avenida arborizada que o liga à praça principal e à Governadoria, e que se inicia junto à muralha. Entre os núcleos em forma de triangulo e a muralha, estão os núcleos residenciais destinados aos Espíritos que, por seus méritos, podem adquirir suas casas mediante pagamento em bônus-hora, que é a unidade monetária padrão, correspondente a uma hora de trabalho prestado à comunidade. Estas casas, pertencendo aos que as adquirem podem ser objeto de herança. Na planta aparecem umas poucas quadras, mas, na verdade, são muitas quadras, a perderem-se de vista e que se alongam até a muralha. Circulando toda a cidade, está a grande muralha protetora, onde se acham assestadas as baterias de proteção magnética, para defesa contra as arremetidas dos Espíritos inferiores o que não deve estranhar porque, como sabemos, a cidade está situada numa esfera espiritual de transição, abrigando Espíritos que ainda devem se reencarnar. (Desenho feito por Heigorina Cunha no Livro Cidade no Além fixado na ultima página como complemento de seu trabalho.) Por fora da muralha, estão os campos de cultivo de vegetais destinados à alimentação pública. A planta da cidade, no entanto, carece de medidas que propiciem uma exata compreensão do seu tamanho. Mas, poderemos imaginar sua magnitude pelas referencias que André Luiz nos faz. É uma cidade, amplamente disposta, para um milhão de habitantes. O “aeróbus”, correndo numa velocidade que não permite fixar os detalhes da paisagem, e com paradas de três em três quilômetros, demora quarenta minutos para ir da Praça da Governadoria até o Bosque das Águas, que está localizado na planta. – Oh! Nunca imaginei a possibilidade de organizações tão completas, depois da morte do corpo físico! .- Sim – esclareceu Lísias -, o véu da ilusão é muito denso nos Círculos carnais. O homem vulgar ignora que toda manifestação de ordem, no mundo, procede do plano superior. A natureza agreste transforma-se em jardim, quando orientada pela mente do homem, e o pensamento humano, selvagem na criatura primitiva, transforma-se m potencial criador, quando inspirado pelas mentes que funcionam nas esferas mais altas. Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrena, sem que seus raios iniciais partam de cima….(Cap.8) – A Localização da cidade “Nosso Lar” Amigos, por quem sois, explicai-me em que novo mundo me encontro… De que estrela me vem, agora, esta luz confortadora e brilhante? Um deles afagou-me a fronte, como se fora um conhecido pessoal de longo tempo e acrescentou: – Estamos nas esferas espirituais vizinhas da Terra, e o Sol que nos ilumina, neste momento, é o mesmo que nos vivifica o corpo físico. Aqui, entretanto, nossa percepção visual é muito mais rica. À estrela que o Senhor acendeu para os nossos trabalhos terrestres é mais preciosa e bela do que a supomos quando no círculo carnal. Nosso Sol é a divina matriz da vida, e a claridade que irradia provém do Autor da Criação (Nosso Lar – cap.3 ). Nosso Lar não é a única cidade espiritual existente. Existem outras comunidades também localizadas nessa esfera que devem cumprir a mesma tarefa: servir de estágio de progressão para Espíritos. Vivemos numa cidade de transição; no entanto, as finalidades da colônia residem no trabalho e no aprendizado.” (Cap. 20) Lísias, companheiro de André Luiz assinala: “A morte do corpo não conduz o homem a situações miraculosa, dizia. Todo processo evolutivo implica gradação. Há regiões múltiplas para os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas de carne terrestre. Almas e sentimentos, formas e coisas, obedecem a princípios de desenvolvimento natural e hierarquia justa”. (Nosso Lar- cap.7= pag. 46) Assim: “Nosso Lar, portanto, como cidade espiritual de transição, é uma benção a nós concedida por ‘acréscimo de misericórdia’, para que alguns poucos se preparem à ascensão, e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores.” ( Nosso Lar – Cap.37 – pag.205). Heigorina Cunha, no livro Cidade no Além nos traz informação sobre a localização de “Nosso Lar” nas Esferas Espirituais. Na ilustração da pagina 79 do livro Cidade no Além Heigorina mostra o campo magnético da Terra divido em sete esferas, seguindo a tradicional concepção dos sete céus de que nos falam os antigos estudiosos das coisas espirituais. Na realidade, cada uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos. A primeira esfera comporta o Umbral “grosso”, mais materializado, de regiões purgatoriais mais dolorosas e de cujas organizações comunitárias, conquanto estejam tão próximas, temos poucas notícias. A segunda esfera abriga o Umbral mais ameno, onde os Espíritos do Bem localizam, com mais amplitude, sua assistência, e onde estão as “Moradias”. Cada desenho, semi-retangular, que está assinalado nessa região representa uma “Moradia”. A terceira esfera, a rigor, ainda faz parte do Umbral, sendo de transição, abriga Espíritos necessitados de reencarnação. Nessa terceira esfera se localiza a cidade “Nosso Lar”, num ponto situado sobre a cidade do Rio de Janeiro e com uma altura que não podemos definir, mas que se encontra na ionosfera. Sobre estas três esferas, os livros de André Luiz nos dão notícias, retratando edificações e organizações mantidas pelos Espíritos do Bem, tendo em vista o socorro a assistência a Espíritos mais atrasados, bem como nos dizem das condições em que vivem os Espíritos sofredores fora do amparo dessas organizações. Ao que se deduz das narrativas do citado Mensageiro, as esferas espirituais se distinguem por vibrações distintas, que se apuram à medida que se afastam do núcleo. Sabemos que a Terra é um grande magneto que se projeta no Espaço, mantendo um campo magnético ativo e diferenciado que comporta as esferas espirituais, de modo que, por exemplo, quando se contrabalançam os magnetismos da Terra e de Marte, tocam-se, os dois mundos se interpenetram, pelas suas esferas extremas. Mas, da Crosta até esse limite, os continentes e os mares se projetam, e onde o Espírito estiver situado pela sua identidade vibratória, seja onde for nesse vasto espaço magnético, sob seus pés terá terra firme e sobre sua cabeça céu aberto, já que seus sentidos não estarão aptos para perceberem as esferas que lhe estão acima. Nessa posição terá a mesma geografia planetária que nos corresponde e o mesmo horário nosso, pois estará sob o mesmo fuso horário. Percebe-se, também, nos livros de André Luiz, que os Espíritos que estão acima podem transitar pelas esferas que lhe estão abaixo, mas os Espíritos que estão nas esferas inferiores não podem, sozinhos, passar para as esferas superiores. O transito entre as esferas se faz por maneiras diversas. Por “estradas de luz”, referidas pelos Espíritos como caminhos especiais, destinados a transporte mais importante. Através dos chamados “campos de saída”, que são pontos nos quais as duas esferas próximas se tocam. Pelas águas, de se supor as que circundam os continentes. À página 50, Cap.III de Libertação, 9ª. Ed., encontramos referências aos “campos de saída”. Quando relata a maneira pela qual, em sonho, passou para a esfera superior para visitar sua mãe, André Luiz se refere a uma embarcação, com um timoneiro sustendo o leme, e com movimento de ascensão, indo à frente de um porto, tudo indicando que a passagem se deu através das águas do oceano. (Trecho do livro Nosso Lar cap. 36 de Francisco Candido Xavier pelo Espírito de André Luiz). Claro que se tratam de alguns aspectos rudimentares dessa questão importantíssima que é a das esferas espirituais da Terra. No futuro, por certo, os Espíritos, sobre essa e outras questões importantes, farão mais luz, ensejando-nos compreender mais um pouco o mundo que se encontra acima de nossa fronteira vibratória. É o que deduz da afirmação contida no capítulo 15 do livro “Os Mensageiros” 14ª.ed., “(…) Há, porém, André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível. A eletricidade e o magnetismo são duas correntes poderosas que começam a descortinar aos nossos irmãos encarnados alguma coisa dos infinitos potenciais do invisível, mas ainda é cedo para cogitarmos de êxito completo. Somente ao homem de sentidos espirituais desenvolvidos é possível revelar alguns pormenores das paisagens sob nossos olhos, A maioria das criaturas ligadas à Crosta não entende estas verdades, senão o que possamos observar com proveito.” (Cap. 15 –Os Mensageiros – Francisco Candido Xavier- Espírito de André Luiz.) No livro Imagens do Além que é um complemento de Cidade No Além ela nos conta:. “Se fora possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais aqueles, uns dentro dos outros, representando estágios da vida espiritual, ou esferas vibratórias onde vivem os Espíritos de acordo com a sua elevação. Numa dessas esferas estão as bases de Nosso Lar, a Colônia que conheces”.(pag. 94) … Fizemos o primeiro desenho com doze esferas Depois fizemos o segundo, com sete esferas partindo da Crosta terrestre. A primeira , onde pisamos e respiramos, que nos envolve e convive conosco, é o Umbral grosso, de muito sofrimento, onde o mal praticamente impera. A Segunda abriga as instituições espirituais conhecidas como Moradias, das quais nos falou André Luiz, que mesmo em sendo ainda Umbral, a vida espiritual já é mais amena, conquanto o sofrimento do Espíritos que por ali estagiam. A terceira esfera, ainda Umbral, embora em seus limites extremos, é onde está a cidade espiritual conhecida pelo nome de Nosso Lar, e é cor de ouro. Ficamos emocionada e foi nesse enlevo que sentimos o auxilio direto de nosso Benfeitor Amigo ao nosso lado. Colorimos a quarta esfera de azul, a cor do céu. Estão ai os Espíritos encarregados das Artes em geral, Cultura e Ciência. A quinta esfera, que pintamos de cor-de-rosa, é a do Amor Universal, onde estagiam Espíritos que sublimam os sentimentos. Na sexta esfera estão os Espíritos que mantém contato com a Diretriz do Planeta, que decide os grandes planos da vida planetária. Depois dela vem a esfera externa, aberta para o infinito, para os outros mundos e constelações, um verdadeiro Céu por representar libertação do Espírito no Cosmo Universal. Ao terminar, estávamos encantada com a beleza da estrutura da Terra. Ela é divina, filha da Natureza, e estamos dentro do seu ventre- verdadeiro ventre materno -, a meio caminho à procura da luz. Muito nos falta, ainda, para chegarmos à ultima esfera. Teremos que nascer e renascer muitas vezes, até que cheguemos a entender a beleza suprema da Luz e nos integrarmos na grande família universal.(livro Imagens do Além de Heigorina Cunha pelo espírito de Lucius. Pag.28 e 29) Comentário retirado do livro À luz do Eterno Recomeço de Marlene Nobre. Depois de passar um ano em “Nosso Lar”. A partir de então, considerou-se livre para seguir seu destino. Morrera para a família terrestre, mas ressurgia em plenitude criativa como cidadão de Nosso Lar. Como um novo Paulo de Tarso, sem as amarras da vida terrena, entregou-se totalmente aos serviços, estudos e pesquisas no além, transmitindo-os, posteriormente, por intermédio da mediunidade abençoada de Chico Xavier, à sua magnífica coleção. Quer seja na posição de repórter, ou na de grande cientista renovado pela fé em Deus, cumpriu sua missão espiritual de sacrifício e devotamento, deixando em seus livros as idéias renovadoras da Espiritualidade Superior, que se constituem nos fundamentos de uma nova civilização, calcada no amor universal. Como cientista, antecipou revelações que estão sendo confirmadas pela pesquisa cientifica, mesmo nos dias de hoje, passados 50 anos (hoje 70anos) da produção psicografia, contribuindo, dessa forma, para a união definitiva entre Ciência e Religião, conquista essencial à construção de uma sociedade humana renovada, uma civilização, que se implantará em nosso Planeta no decorrer do terceiro milênio, até 2999. Como cidadão do mundo André sabe, porém, que o seu maior papel consiste na mudança de si mesmo para melhor servir à humanidade. (À Luz do Eterno Recomeço – Marlene Nobre – Cap. Pag.202.) Foi assim que Allan Kardec deu a primeira palavra. A doutrina Espírita é dinâmica ou seja nunca haverá a última palavra, estará sempre em aperfeiçoamento, que se deduz que todas as psicografias de Francisco Candido Xavier trouxe são a continuação natural da Codificação da Doutrina Espírita, e que Nosso Lar veio trazer uma renovação de entendimento, lembrando que mesmo sendo na forma de romance ela é feita de perguntas e respostas como O Livro dos Espíritos. Nosso Lar é o recomeço como também todas as outras obras que virão ao tempo de Deus. Os livros Psicografados de André Luiz. Os livros do Espírito André Luiz apresentados ao mundo, através da mediunidade de Francisco Candido Xavier, são os seguintes (as datas indicadas são do prefácios do Espírito de Emmanuel): – “Nosso Lar” (1943), Edições da Federação Espiríta Brasileira (FEB). – “Os Mensageiros” 26 de fevereiro de 1944), Edições FEB. – “Missionários da Luz (13 de maio de 1945), Edições FEB. – “Obreiros da Vida Eterna” (25 de março de 1946), Edições FEB. – “No Mundo Maior” (25 março de 1947), Edições FEB. – “Agenda Cristã” (18 de junho de 1947), Edições FEB. – “Libertação” (22 de fevereiro de 1949), Edições FEB. – “Entre a Terra e o Céu” (23 de janeiro de 1954) Edições FEB. – “Nos Domínios da Mediunidade” (03 de outubro de 1954), Edições FEB. – “Ação e Reação” (01 de janeiro de 1957, Edições FEB. – “Evolução em Dois Mundos” (21 de julho de 1958), em conjunto com o médium Waldo Vieira, Edições FEB. – “Mecanismo da Mediunidade” (06 de agosto 1959), Edições FEB. – “Conduta Espírita” (17 de janeiro de 1960), em conjunto com o médium Waldo Vieira, Edições FEB. – “Sexo e Destino” (04 de julho de 1963), em conjunto com o médium Waldo Vieira, Edições FEB. – “Desobsessão” (02 de janeiro de 1964, em conjunto com o médium Waldo Vieira, Edições FEB. – “Sol nas Almas” (1964, do médium Waldo Vieira, Editora CEC. – “E a Vida Continua” (18 de abril de 1968), Edições FEB. – “Sinal Verde” (1971), Editora CEC. – “Respostas da Vida” (21 de maio de 1975, Editora Ideal. – “Endereços de Paz” (1982), Editora CEC. – “Cidade no Além”(1983) com o Espírito Lucius, Editora IDE. – “Apostilas da Vida” (1986), Editora IDE. – “Ação e Caminho” (1987), com o Espírito Emmanuel, Editora Ideal. O Espírito de André Luiz também participou de obras conjuntas com outros autores espirituais, principalmente Emmanuel, Alguns destes livros são (as datas indicadas são dos prefácios): – “O Espírito da Verdade” (09 de outubro de 1961), diversos Espíritos, médiuns Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira. – “Opinião Espírita” (02 de julho de 1963), Emmanuel e André Luiz, médiuns Francisco Candido Xavier e Waldo Viera. – “Estude e Viva” (11 de fevereiro de 1965), Emmanuel e André Luiz, medieis Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira. – “Entre Irmãos de Outras Terras” (15 de maio de 1965), diversos Espíritos, médiuns Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira. – “Mãos Marcadas” (03 de junho de 1972, diversos Espíritos, médium Francisco Candido Xavier. – “Astronauta do Além” ( 03 de outubro de 1973), diversos Espíritos, médiuns Francisco Candido Xavier e Herculano Pires. – “Os Dois Amores” ((15 de maio de 1983), diversos Espíritos, médium Francisco Candido Xavier. “Cura” (06 de agosto de 1987), diversos Espíritos, médium Francisco Candido Xavier. – “Doutrina e Aplicação” (17 de janeiro de 1989), diversos Espíritos, Médium Francisco Candido Xavier. (As Fronteiras da Vida e da Morte na Colônia Nosso Lar. De Worney Almeida de Souza.) Editora Escala. BIBLIOGRÁFIA – Nosso lar –Francisco Candido Xavier – pelo Espírito de André Luiz 39ª edição. FEB. – Cidade no Além – Francisco Candido Xavier e Heigorina Cunha – Pelos Espíritos de André Luiz e Lucius. 34ª edição- junho / 2008 3ª Reimpressão- agosto/2012 – IDE. – Imagens do Além – Heigorina Cunha – Espírito de Lucius – 7ª edição – IDE. – As Fronteiras da Vida e da Morte na Colônia Nosso Lar – Worney Almeida de Souza – Livros Escala. – À Luz do Eterno Recomeço – Marlene Nobre – 2011 – Fe Editora Jornalística Ltda. – Libertação – Francisco Candido Xavier – Espírito de André Luiz. – 25ª edição – FEB. – Os Mensageiros – Francisco Candido Xavier – Espírito de André Luiz. – 45ª edição- 2ª Reimpressão – FEB – À Luz do Eterno Recomeço – Marlene Nobre – Uma viagem por Nosso Lar. – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec. – Onde tiver o (nº do capitulo entr parenteses) é trecho de Nosso Lar Palestra CELC 25/12/13 – Angela