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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > ESTUDOS DE DOUTRINA > Ouvindo o Mestre

Ouvindo o Mestre

celcESTUDOS DE DOUTRINA13 de junho de 2014 Leave a comment0
 
José de Arimatéia, distinto cavalheiro de Jerusalém, não era um amigo de Jesus, à última hora. Efetivamente, não podia aceitar, de pronto, as verdades evangélicas e nem comprometer-se com a nova doutrina. Ligado a interesses políticos e raciais, continuava atento às tradições judaicas, embora observasse carinhosamente o apostolado divino. Sabia orientar-se com elegância e defendia o Nazareno, aparando acusações gratuitas. Impossível considerar Jesus mistificador. Conhecia-lhe, de perto, as ações generosas. Visitara Cafarnaum e Betsaida, reiteradas vezes e, dono de um coração bem formado, condoía-se da sorte dos pobrezinhos. Em muitas ocasiões, examinara possíveis modificações do sistema de trabalho para beneficiar os trabalhadores da gleba. Afligia-o observar criancinhas desprotegidas e nuas, ao longo das casinholas humildes dos pescadores. Por isso, a presença do Messias Nazareno, em derredor das águas, confortava-lhe o espírito sensível e bondoso, porque Jesus sabia inspirar confiança e despertar alegria no ânimo popular. Não podia segui-lo na posição de apóstolo, mas estimava-o, sinceramente, na qualidade de amigo fiel.
Admirador desassombrado, José não suportava a tentação de apresentá-lo aos amigos prestigiosos e influentes. Não era o propósito propagandístico em sentido inferior que o animava em semelhantes impulsos. Desejava, no fundo, que todos conhecessem o Mestre e o amassem, tanto quanto ele mesmo.
Jesus, porém, se não deixava de atender aos irmãos humildes que lhe traziam os filhos da necessidade e da desventura, não podia endossar os entusiasmos dos amigos que lhe traziam os filhos da fortuna e do poder.
Em razão disso, o seu valoroso admirador de Jerusalém muitas vezes sentiu estranheza, em face do procedimento do Mestre, que se retraía com discrição singular. Os sacerdotes do Templo e autoridades farisaicas, invariavelmente, sentiam-se honrados com a apresentação de romanos ilustres. Mas Jesus era diferente. Guardava uma atitude respeitosa, com admirável economia de emoções e palavras, quando em contato com os poderosos da Terra.
Ele, que se revelava alegremente aos pequeninos abandonados, mantinha-se fundamente reservado ante as autoridades intelectuais e políticas, como se fortes razões interiores o compelissem à vigilância.
Conta-se que, certa vez, quando se abeirava do lago, em companhia de Simão Pedro, no radioso crepúsculo de Cafarnaum, eis que lhe aparece José de Arimatéia, fazendo-se acompanhar de três amigos que, pela vestimenta, denunciavam a condição de áulicos imperiais. O prestimoso israelita adiantou-se e, depois de cumprimentar cordialmente o Messias, junto de Simão, apresentou-lhe os companheiros:
– Este é Pompônio Comodiano, patrício notável, com funções de assessor no gabinete do Prefeito dos Pretorianos. Tem sob sua responsabilidade o interesse imediato de inúmeras famílias de servidores do Império.
E, como se quisesse comover o Nazareno, continuava:
– Muitas criancinhas dependem de suas providências e pareceres …
Jesus cumprimentou-o num gesto amigo, e José passou a outro:
– Este é Flávio Graco Acúrcio, questor admirado e cuidadoso, que se responsabiliza por serviços financeiros, desempenhando igualmente funções de juiz criminal. Grandes trabalhos desenvolve, no setor da autoridade administrativa, sendo obrigado a trabalho incessante, como elevado servidor do bem publico.
O Mestre repetiu a saudação, e o amigo apresentou-lhe o último:
– Este é Quintiliano Agrícola, patrício ilustre, que desempenha as funções de Legado do Imperador, em trânsito na província. Já prestou relevantes serviços em Aqüitânia, noutro tempo, e agora dirige-se a Roma, onde prestará relatórios verbais do que observou entre nós. achando-se à frente de importantes responsabilidades referentes ao bem-estar coletivo.
O Mestre saudou e manteve-se em respeitoso silêncio.
Os romanos, que tanto ouviram falar nos prodígios dele, guardavam-no sob o olhar curioso e penetrante.
Alguns minutos passaram, pesadíssimos, até que Pompônio exclamou, depois de alijar pequenina folha seca que o vento lhe depusera na túnica:
– É muito diferente dos nossos magos. É grave e triste …
– Sim – Acrescentou Acúrcio -, minha feiticeira do Esquilino sente prazer quando lhe dirijo a palavra. Este, porém, não justifica o renome.
– Na Porta d´Ostia – aduziu Agrícola, pedante e sarcástico – temos o nosso adivinho, que nos oferece revelações e sinais. É um feiticeiro admirável. Faz-nos predições absolutamente exatas e conhece todos os acontecimentos de nossa casa, embora se mantenha a grande distância. Não faz muito tempo, descobriu o paradeiro das jóias de Odúlia, que alguns escravos ladrões haviam depositado nos aquedutos.
Movimentava-se a opinião dura e franca dos romanos dominadores, quando José de Arimatéia, desejando uma explicação do Messias, interpelou-o, em tom afável:
– Não tem o Mestre algum sinal para os nossos amigos?
Jesus fixou nos visitantes o olhar muito lúcido e respondeu:
– Já receberam eles o sinal da confiança do Pai, que lhes conferiu, por algum tempo, os cargos que ocupam.
Admirados com a inesperada resposta, os patrícios multiplicaram as perguntas. Queriam demonstrações sobrenaturais, desejavam maravilhas.
O Mestre, porém, depois de ouvi-los com sublime serenidade, ergueu a voz, que eles não ousaram interromper, e falou:
– Romanos, em verdade há feiticeiros que fazem prodígios e magos que distraem os ócios dos homens indiferentes ao destino de sua própria alma. Eu, porém, não vos trago entretenimentos passageiros e sim a solução de interesses eternos do Espírito que nunca morre. Para diversões e prazeres inúteis, tendes os vossos circos cheios de dançarinos e gladiadores. Se desejais, contudo, a Revelação Viva de que sou portador, examinai primeiramente até onde vos comprometereis com César, a fim de servirdes efetivamente a Deus.
Em seguida, fez longa pausa, que os circunstantes não cortaram, e concluiu:
– Em verdade, porém, vos afirmo que se cumprirdes, desde agora, os deveres referentes aos títulos com que vos apresentais, servindo conscientemente a justiça e atendendo aos interesses do bem público, na compreensão fiel das graves responsabilidades que assumistes, estareis com o Pai, desde hoje, e o Pai estará com vós.
Os presentes entreolharam-se, espantados. E quando retornaram a palavra, o Messias Nazareno já se havia despedido de José de Arimatéia e atravessava as águas do grande lago, em companhia de Pedro, em busca da outra margem.
 
Livro Lazaro Redivivo – Irmão X – cap. 20

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