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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos da Revista Reformador > A Lei do Trabalho

A Lei do Trabalho

celcArtigos da Revista Reformador28 de dezembro de 2011 Leave a comment0

Christiano Torchi

 

O Livro Terceiro, capítulo III, da primeira obra básica da Codificação, aborda uma das leis mais importantes para o progresso dos seres: o trabalho. Afinal, o que é o trabalho e por que Deus o instituiu como lei comum a tudo e a todos? De acordo com o Dicionário Houaiss, o trabalho é o “conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem e exerce para atingir determinado fim”. Entretanto, o trabalho transcende a essa conceituação usual, porquanto ele é inerente a todos os aspectos da Natureza:

O trabalho é uma lei para as humanidades planetárias, assim como para as sociedades do espaço. Desde o ser mais rudimentar até os Espíritos angélicos que velam pelos destinos dos mundos, cada um executa sua obra, sua parte, no grande concerto universal. 1

Detenhamo-nos, entretanto, a investigar a Lei do Trabalho, dentro do âmbito social, humano, no qual se destaca como Lei Moral, segundo a concepção dos Espíritos superiores, e onde também se revela, de forma explícita, a perfeição das Leis Naturais. Neste aspecto, o trabalho não compreende apenas as ocupações materiais executadas com o auxílio do corpo físico, mas também as atividades de ordem intelectual, no campo das artes, da música, da filosofia, da religião, da ciência etc. O trabalho é imprescindível ao homem, não apenas porque é um meio de conservação do corpo, mas, sobretudo, de aperfeiçoamento da inteligência e da alma.

Nenhum Espírito, encarnado ou desencarnado, será capaz de progredir sem esforço próprio, que é indispensável ao equilíbrio. Com sua dedicação e gênio inventivo, com sua usina mental, que vibra em sintonia com as leis divinas, a criatura avança cada vez mais em busca da solução de seus problemas. Toda esta atividade compreende o trabalho, que nada mais é, segundo a raiz grega ergon, que ação, “movimento incessante da vida”.2

Utilizando o trabalho como veículo de renovação, o homem transformou completamente a face do Planeta e os seus próprios hábitos. Não fosse o trabalho, o homem permaneceria estacionado na infância moral e intelectual, no estado de natureza.

Para alguns linguistas, a palavra trabalho derivaria do latim tripalium, antigo instrumento, utilizado na Antiguidade, para torturar escravos. É, talvez, por isso que a idéia de trabalho estivesse primitivamente associada a sofrimento.

Além disso, o mito bíblico – de que o homem foi condenado a viver do próprio suor 3 contribui, à feição de atavismo religioso, para muitos considerarem o trabalho uma espécie de punição divina. Com o progresso da civilização, esse conceito depreciativo vem ganhando novos contornos. Evoluiu para esforço e depois para obra, passando o trabalho a ser recompensado proporcionalmente ao benefício que gera para a sociedade.

Hodiernamente, trabalhar, para muitas pessoas, é motivo de satisfação. É quando o homem se realiza, consciente da importância de seu ofício, por mais humilde e árido que seja, porque se sente útil à coletividade. Como os seres humanos têm constituição e resistência orgânicas diferentes, uns cansam mais facilmente que outros.Nesse ponto, necessitamos aprender a conhecer o próprio corpo, utilizando e condicionando o organismo conforme a estrutura física de cada um. Muitas vezes a mente quer, mas faltam energias.

Por isso, os Espíritos amigos alertam, na questão 683 de O Livro dos Espíritos, que o limite do trabalho é o das forças de cada um. De par com o trabalho, temos outra lei natural correspondente: a do repouso – descanso necessário ao refazimento do corpo físico e do intelecto, o qual não deve ser confundido com preguiça ou ociosidade, que constitui o descanso inoperante, imerecido. As conseqüências para o Espírito que permanece no ócio são a estagnação da inteligência, a rotina, a sensação de inutilidade, o tédio e o crescimento do mal. Contudo, não basta trabalhar. É preciso desempenhar o serviço com retidão: “O dever, lealmente cumprido, mantém a saúde da consciência”.  4  

O terceiro mandamento da lei mosaica, 5 que determina a guarda do sábado, representa, na realidade, o estabelecimento do descanso semanal como medida útil destinada a proteger o corpo do esgotamento resultante do trabalho. Os hebreus fizeram disso uma questão moral obrigatória, que foi assimilada por vários segmentos religiosos e perdura até hoje, com a adoção de um dia específico da semana reservado exclusivamente para descansar e louvar a Deus.

Jesus, entretanto, que também trabalhava aos sábados, curando e consolando os enfermos, deixou bem claro que “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”, 6 acentuando, ainda, que “meu Pai trabalha até hoje, e eu também”. 7 O bom senso nos diz que não é preciso, rigorosamente, descansar ou louvar a Deus num dia especificamente reservado para isso, seja domingo ou sábado. Afinal, tudo na vida é trabalho. Até o corpo humano trabalha, mesmo durante o repouso, como é o caso do cérebro e do coração. Certas instituições e profissionais, com os seus plantões, trabalham continuamente. Impraticável, pois, paralisar o mundo por causa de um dia do calendário humano. O que importa é que todos cultivemos os valores espirituais e descansemos,em momentos próprios, de acordo com as necessidades e conveniências de cada um, de sua profissão, de suas atividades, de seus limites.

Não se olvide, porém, a existência de abusos nessa área, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde certas pessoas adquirem comportamentos compulsivos, em relação à atividade laboral. São conhecidas como workaholics, palavra inglesa que designa os indivíduos viciados em trabalho, seja por ambição ou ganância, seja por fuga psicológica ou outro motivo qualquer. Consideremos ainda a aposentadoria: mais que uma época destinada ao repouso, vem a ser um prêmio ao esforço despendido pelo homem, que lhe proporciona o indispensável sustento nos dias de velhice, período em que se lhe desvanecem as forças, o poder criativo e a agilidade na execução das tarefas de subsistência. É importante ressalvar, porém, que o declínio das atividades físicas na velhice se deve ao desgaste do corpo, mas o Espírito continua senhor de suas faculdades e do progresso alcançado.

Atualmente, o avanço da Medicina e das condições sociais permite ao homem o aumento gradativo de sua expectativa de vida. Sendo assim, mesmo quando se aposenta, não é recomendável ao indivíduo manter-se ocioso. Deve, aproveitando-se da experiência adquirida, procurar substituir a sua rotina por alguma atividade edificante, embora mais leve e mais adequada às suas aptidões, gostos e forças, de preferência em benefício do próximo, no trabalho voluntário, para que suas energias não venham a se deteriorar, lançando o na depressão e na sensação de inutilidade: A evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos distanciados do repouso. A inércia opera a coagulação de nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. […]  8

Isso não quer dizer que devemos esperar a aposentadoria, para só então praticar o bem, o qual podemos fazer diariamente, conciliando o com nossas tarefas normais, o que já nos servirá de planejamento e exercício para os dias de inatividade profissional. Grande número de pessoas não tem consciência da importância dessa fase. Muitas delas, no afã de gozarem a vida, interrompem as atividades profissionais na plenitude de suas forças físicas, sem qualquer preparo psicológico para administrar o seu tempo livre, e acabam adoecendo ou enveredando-se em vícios perniciosos à saúde física e moral. Para nos precatarmos contra esses males, é importante que nos conscientizemos de que o trabalho é uma dádiva que Deus nos conferiu para conquistarmos a redenção intelecto-moral por nosso próprio merecimento.

Depois destas reflexões, concluímos, com os Espíritos superiores, que o trabalho, seja ele profissional ou caritativo, juntamente com a oração, constitui não só o móvel do progresso do ser, mas também a mais poderosa proteção contra o mal, uma vez que possibilita ao Espírito corrigir as imperfeições e disciplinar a própria vontade.

 

Revista Reformador 8/2010

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