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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Histórias de Moral > O profeta Jonas

O profeta Jonas

celcHistórias de Moral18 de junho de 2014 Leave a comment0
 
Jonas,  o profeta,  descansava,  enfim.   Levantara cabana tosca,  a oeste de Nínive,  e ali,  diante do céu e da natureza, preferia o silêncio ao barulho dos homens.  Sentia-se triste, desenganado, e ruminava impropérios contra o próprio Senhor.  Contemplando o casario distante,  recordava o início do ministério em que se presumia fracassado.   Vivia calmo  –  pensava  -,  vivia calmo e sem atrito.   Adorava as oliveiras do velho sítio,  tangia,  feliz,  seu rebanho de cabras.   O anonimato garantia-lhe o sossego do prato sem problemas. O Senhor,  porém,  surgira-lhe à visão e tudo se alterara.  A palavra Dele chegava-lhe nos ouvidos,  em qualquer lugar e a qualquer hora.  Se fosse apenas o prazer de ouvi-lo. .  .  Mas o Senhor queixava-se de Nínive e o incumbia de severa advertência.  Cabia-lhe a obrigação de avisar o povo de que lhes destruiria a cidade como se ateia fogo num campo invadido de pragas.   Que Jonas falasse,  gritasse,  anunciasse,  predissesse.   A medida poderia afastar os moradores que desejassem purificar o coração e melhorar a vida.  Entretanto, ele,  Jonas, não ignorava que o Senhor sempre fora muito compassivo.   Conquanto lhe respeitasse as determinações, temia interferir em assunto assim tão grave.   E se houvesse contra ordem?  E se alguma deliberação nova poupasse os condenados?  Melhor a indicação de outra pessoa.  Alguém de caráter maleável,  que não sofreria se houvesse retrocesso. 
Com medo de ficar desmoralizado, fugiu, resoluto.  Desceu para Jope e tomou  embarcação para Társia,  mas, em viagem,  veio a tempestade.   No auge da tormenta,  declarou aos tripulantes que, decerto, estaria na presença dele a causa do temporal que parecia interminável.  Desobedecera à voz do Alto.  Fizera-se merecedor de punição.  Amedrontados,  os remadores atiraram-no às ondas. Debatendo-se no abismo,  arrependera-se da deserção e prometeu cumprir o mandato com rigor.   Veneraria a bondade de Deus e transmitiria a mensagem fielmente.  O Senhor escutou-lhe a petição e despachou recursos que o salvassem.  Vira-se arrebatado e conduzido à praia com segurança.  Renovado e confiante,  efetuara três dias de marcha laboriosa e,  alcançando Nínive, entregou-se ao trabalho.  Mais quarenta dias e a cidade seria aniquilada.  O povo ninivita acreditou nele e,  a partir dos maiorais,  penitenciou-se em pranto de sincera compunção,  suplicando à bondade Celestial.
Preces coletivas e piedosas realizações foram feitas.  O Senhor enternecera-se e,  tomado de compaixão,  absolvera a cidade,  conferindo-lhe aos habitantes novos recursos de trabalho e corrigenda.  Justamente por isso Jonas se viu sozinho e desapontado.  Ferido no amor próprio,  demandara o retiro para evitar o sarcasmo nas ruas. 
Tanto chorou,  confessando a si mesmo invencível desânimo,  que o Senhor se dispôs a visitá-lo e, ao vê-lo moralmente surdo e cego de indignação e amargura,  brindou-lhe a cabana com uma semente de  aboboreira.  Logo Jonas descobriu a plantinha e consagrou-se a ela com muito carinho.   A planta cresceu,  viçosa,  e abraçou a cabana.  Assemelhava-se a bela  coroa verde a defende-lo do sol,  fazendo-o esquecer todas as mágoas.   No entanto,  quando o profeta se revelava mais devotado a seu  passatempo, surge o imprevisto.  Grande rato dilapidou as raízes da planta e as ramas secaram-se de repente.
Jonas,  irado, afundou-se no desespero. Amava a planta, dedicara-se inteiramente a ela. Porque a destruição, porque a ruína?  Arremessando os punhos na própria cabeça, esbravejava, e afagando folhas mortas, perguntava, em lagrimas: “porque?  Porque?”
Foi então que o Senhor lhe apareceu, plenamente materializado, e falou, –  Ah! Jonas, consideras-me covarde, por exercitar a misericórdia, e apaixonas-te, desta forma, por uma aboboreira,  da qual desconheces a formação, em cujo desenvolvimento não trabalhaste,  que nasceu numa noite e que, num dia pereceu?  Choras por um  simples vegetal,  tentando recuperá-lo,  e não me permites qualquer compaixão por Nínive, onde estão mais de 120mil homens, ainda fracos e ignorantes, e que, por enquanto,  não sabem discernir a mão direita da mão esquerda? 
                                                           –
À muitos religiosos da terra que se fazem censores dos irmãos em dificuldade para assimilar os talentos da fé,  a exigirem  que o Senhor lhes destrua a existência,  mais agarrados às suas comodidades e às suas abóboras do que a própria tarefa que é orientar as pessoas menos esclarecidas.
 
(Livro Contos desta e doutra vida – Humberto de Campos)

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