Parábola da Imortalidade
(Marcos, XVI, 1-11.)
"No fim do Sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que tinha havido um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do Céu e, chegando-se ao sepulcro, removera a pedra e sentara-se sobre ela. A sua aparência era como relâmpago, e a sua veste branca como a neve. E os guardas, receosos dele, temeram e ficaram como mortos. Mas o anjo disse às mulheres: Não temais; porque se procurais a Jesus, que foi crucificado: ele não está aqui; vinde e vede o lugar onde ele jazia. lde depressa dizer a seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e vai diante de vós para a Galiléia; lá o vereis. Olhai que vo-lo tenho dito. Elas deixaram apressadamente o túmulo, tomadas de medo e grande gozo e foram correndo avisar os discípulos. Eis que Jesus as encontrou e lhes disse: Salve! E elas, aproximando-se abraçaram-lhes os pés e adoraram-no." .
(Mateus, XXVIII, 1-9. )
"No primeiro dia da semana foram elas muito cedo ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado. E acharam a pedra removida do túmulo, e, entrando ali, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Ficando perplexas por causa disto, eis que apareceram ao lado delas dois varões com vestes resplandecentes; e como estivessem amedrontadas e olhassem para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos falou, quando estava ainda na Galiléia, dizendo: O Filho do Homem deve ser entregue às mãos dos pecadores e ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia. Então se lembraram das suas palavras e voltando do túmulo, contaram todas essas coisas aos onze e a todos os mais. E eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas, relataram estas coisas aos apóstolos. Estas palavras pareceram-lhes um delírio, e não acreditaram nelas. Mas Pedro, levantando-se, correu ao túmulo; abaixando-se, viu somente os panos de linho que ali ficaram; e retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido."
(Lucas, XXIV, 1-12.)
"No primeiro dia da semana Maria Madalena foi cedo ao túmulo, sendo ainda escuro, e viu a pedra removida. Correu ela e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes: Tiraram do túmulo o Senhor e não sabemos onde o puseram. Então saíram Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Corriam ambos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo; e tendo-se abaixado e olhado para dentro, viu os panos de linho postos no chão, porém não entrou. Chegou Simão Pedro, que o seguia e entrou no túmulo; ele também viu os panos de linho e o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os panos, mas dobrado em lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, e viu e creu; porque ainda não compreendiam a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos. E voltaram os discípulos para casa.
Maria, porém, estava junto à entrada do túmulo, chorando. E enquanto chorava, abaixou-se e olhou para dentro do túmulo, e viu dois anjos com vestes brancas, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? A quem procuras? Respondeu ela: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Tendo dito isto, virou-se para trás e viu a Jesus em pé, mas sem saber que era ele. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela virando-se disse em hebraico: Raboni! (que quer dizer Mestre). Disse-lhe Jesus: Não me toques, porque ainda não subi ao Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes que subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi contar aos discípulos: Vi o Senhor, e ele disse-me estas coisas."
(João, XX, 1-18. )
O Cristianismo é a religião da imortalidade. Sem esta não se compreende a missão de Jesus, não se pode absolutamente compreender seu pensamento íntimo.
Em Jesus não se vêem só palavras, mas também os exemplos, e fatos que alicerçam a sua doutrina.Estes trechos dos Evangelhos provam exuberantemente nossa afirmação.
Já perguntamos: que seria do Cristianismo sem as aparições de Jesus?
Será possível que a incomparável doutrina que ele fundou tivesse por epílogo a morte?
Neste caso, teriam razão aqueles que não crêem no além-túmulo.
Mas, não é assim; a imortalidade resplandece da sua palavra, que é luz a nos iluminar o futuro
A perda irreparável do Mestre consternava o coração de seus discípulos, quando as potestades superiores rasgam o véu da morte e aparecem a Madalena a lhe desvendar os mistérios da vida do alem em sua pujança!
Seguindo esta aparição, manifesta-se também o recém morto, que demonstrando assim o prosseguimento da sua existência, recomenda à sua mediadora, dar conta aos seus discípulos daquela manifestação, para que também eles assim fizessem, porque, como já havia dito, "o discípulo deve ser como o Mestre".
A ressurreição é a vida, e a vida se manifesta no homem e ao homem.
Jesus é a vida porque se manifesta vivo aos homens, para que os homens compreendam que o túmulo não é o fim: Jesus é a ressurreição.
O Espírito vive, insistamos, e a morte não é mais que uma transformação para um estado melhor.
[Cairbar Schutel]
[Parábolas e Ensinos de Jesus]