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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Filósofos/Ciêntistas/Precursores do Evangelho > Charles Richet (1850 – 1935)

Charles Richet (1850 – 1935)

celcFilósofos/Ciêntistas/Precursores do Evangelho2 de agosto de 2014 Leave a comment0

Charles Richet, fisiologista francês (1850 - 1935)

No limiar do mistério de Charles Richet
O que mais fascina em sua obra, assim como em sua personalidade, é sua demorada relutância científica em admitir a simplicidade da hipótese espírita, adotada por Allan Kardec, no que se refere à vasta fenomenologia que tão criteriosamente estudou

Sem dúvida alguma a singular personalidade de Charles Richet, autor da obra Tratado de Metapsíquica, desperta imediata simpatia e interesse em todo estudioso espírita.
Fisiologista ilustre (prêmio Nobel de 1913), membro do Instituto de França e da Academia de Medicina, entrava aos 28 anos como professor adjunto da Faculdade de Medicina e, aos 37, era nomeado lente catedrático de Fisiologia da mesma Faculdade.
Além de sua obra formidável de laboratório, que todo o mundo científico concede, admira e consagra, revelou-se como um dos maiores sábios de seu tempo, notabilizando-se também como o pai da Metapsíquica.

"Como pode um fisiologista supor que haja sobrevivência da consciência sem o cérebro?"
Pode parecer estranho, mas, talvez, o que justamente mais fascina em sua obra, assim como em sua personalidade, é sua demorada relutância científica em admitir a simplicidade da hipótese espírita, adotada por Allan Kardec, no que se refere à vasta fenomenologia que tão criteriosamente estudou.

É dele a seguinte resposta à revista francesa Comédia, no ano de 1927: "Respondo-vos com absoluta franqueza. Às vezes creio. Às vezes (mais comumente), não creio. Como pode um fisiologista supor que haja sobrevivência da consciência sem o cérebro? Igualmente, como negar os fatos chamados espíritas e a hipótese explicativa mais simples do que qualquer outra?" (in Sérgio Valle, Silva Mello e Seus Mistérios, LAKE, pg 396).

No Limiar do Mistério
Naquele mesmo ano de 1927, aparecia em Portugal um romance de sua autoria de pequena tiragem - À Porta do Mistério, (posteriormente publicado no Brasil intitulado No Limiar do Mistério, com tradução de Virgínia de Castro e Almeida e prefácio de Elzio F. de Souza, publicado pelo IDEBA Editora).
O romance, totalmente baseado na doutrina espírita, com elegância e fluidez abordava a lei das vidas sucessivas, ressaltando, ainda, os fenômenos de projeção astral, clarividência, premonição, efeitos físicos, visões no leito de morte, pneumatografia e muitos outros que prendem a atenção do leitor pela transcendência e profundidade.

Na verdade, Richet encontrava na literatura romanceada, a forma de não ferir tanto seus colegas encastelados no academicismo pedantesco. Afinal, em sua próxima e última obra "Au Secours", publicada em 1936, confessaria, enfim, sua adesão à hipótese espírita. Seria uma confissão amadurecida e ponderada, fruto de sua tenaz observação dos fatos estudados.

Carta confidencial a Ernesto Bozzano
A profundidade de suas cogitações está explícita em sua segunda carta confidencial a Ernesto Bozzano, outro emérito cientista, filósofo e defensor da teoria espírita:

"Meu caro e eminente colega e amigo:
Sou inteiramente do seu parecer: não creio, com efeito, na explicação simplista segundo a qual os acontecimentos de nossa existência e a direção de nossa vida são provocados exclusivamente pelo acaso, embora não seja possível apresentar prova nesse sentido. O Fado existe, o que equivale a dizer: uma Força que nos guia e conduz aonde bem lhe pareça, por vias indiretas, tortuosas e muitas vezes bizarras. E, também, fora da direção da vida, há coincidências tão estonteantes que é bem difícil não se veja a obra de uma intencionalidade. (De quem?... De quê?...)
"E, agora, abro-me a você de modo absolutamente confidencial. O que você supunha é verdade. Aquilo que não alcançaram Myers, Hodgson, Hyslop e Sir Oliver Lodge, obteve-o você por meio de suas magistrais monografias, que sempre li com religiosa atenção. Elas contrastam, estranhamente, com as teorias obscuras que atravancam a nossa ciência.
"Creia, peço-lhe, nos meus integrais sentimentos de simpatia e gratidão". (in Sérgio Valle, op. Cit, pg 399 e sg. - O jornal londrino Psychic News, de 30 de maio de 1936, publicou as circunstâncias do fato).
Richet perturbava-se com a simplicidade da teoria espírita
No prefácio da edição brasileira de "No Limiar do Mistério", ressalta Elzio F. de Souza o fato de Richet perturbar-se com a simplicidade da teoria espírita. Mesmo diante de fatos dos mais eloqüentes quanto à sobrevivência do espírito, perdia-se ele no preconceito científico, na necessidade de teorização complicada, que, quanto mais difícil de ser entendida mais a torna aceitável.
Nesse período de hesitação, embora respeitasse o vigor intelectual de Allan Kardec e também sua obra, julgava credulidade exagerada a postura do codificador diante da fenomenologia espírita. Mas deixando a ressalva: "É sempre na experimentação que Kardec se apóia, de maneira que a sua obra não é apenas uma teoria grandiosa e homogênea, mas também um imponente repositório de fatos". (Antonio J. Freire, Ciência e Espiritismo, FEB, pgs 153 a 155).

A resposta aos adversários
Seja como for, partindo de princípios contrários aos da ciência reducionista, Richet finalmente soube reconhecer e se render às evidências do mistério, essa incompreensível força diretriz da criação e mantenedora da vida que tanto confunde os doutos e os sábios...
"Nunca encontrei ser mais completo e admirável", relata sua tradutora. "Tantos anos de lutas, de trabalhos gigantescos, de desgostos profundos, longe de fatigarem aquele cérebro privilegiado, parecem tê-lo fortalecido. Dos frutos amargos da vida: canseira, descrença, desânimo, tristeza, não há vestígio ali. A fé robusta na bondade dos homens e das coisas conserva-se intacta. A piedade pelas dores alheias, e a indulgência pelos erros e fraquezas humanas, são infinitas. A compreensão por tudo que é generoso e nobre vibra na sua alma com a intensidade dos entusiasmos juvenis".
Sobre a incompreensão que teve de suportar com o lançamento de seu Tratado de Metapsíquica, Virgínia de Castro e Almeida esclarece: "Não respondeu; sem entrar em polêmicas, sem se alterar, deixa, sorrindo bondosamente, passar as tempestades inúteis. Sabe que disse a verdade; sabe que a árvore plantada frutificará apesar de tudo, a seu devido tempo".
E ainda acrescenta que Richet principia o seu livro No Limiar do Mistério por um curto prefácio corajoso e sereno, de forma perfeita, de idéias elevadíssimas. "A resposta a todos os seus adversários está ali", comenta a escritora portuguesa .
E como incentivo à leitura da referida obra e expressão de admiração pelo autor, aqui transcrevemos o citado prefácio:

PREFÁCIO DE CHARLES RICHET EM SUA OBRA "NO LIMIAR DO MISTÉRIO"
Este livro ainda não foi publicado, nem em francês, nem em qualquer outra língua. A sra. D. Virgínia de Castro e Almeida, com seu grande talento de escritora, traduziu o texto em português, exprimindo perfeitamente tudo o que eu disse e quis dizer em francês. Este livro é apenas uma ficção, não é uma história verdadeira. Escrevendo-o, compus uma obra de fantasia. E não quero que, um instante sequer, o leitor possa imaginar que se trata aqui de uma história autêntica.
Mas, apesar disso... Apesar disso...
Os estranhos fenômenos encontrados nesta narrativa estão em rigorosa conformidade com certos fenômenos verdadeiros. Vivemos em uma época em que o oculto se tornou científico, o sobrenatural natural, e em que os mistérios do além são revelados nos laboratórios.
E afinal, por que não?
Será que nós podemos ter a pretensão de reduzir a ciência, isto é, o conhecimento do mundo, às noções ínfimas e informes que, laboriosa e penosamente conquistamos e consignamos nos nossos livros?
Confessamo-lo com plena humildade: não sabemos nada.
A nossa existência, guiada certamente por forças desconhecidas, prossegue em trevas profundas.
Surpreendidos, ignorando tudo do Universo, possuímos apenas concepções vagas, quase infantis, sobre as coisas presentes. É triste, mas nem por isso deixa de ser verdade.
Tenhamos a coragem de dizê-lo e de ir um pouco mais longe de que os sábios. Valha-nos Deus! Os sábios, ou pelo menos aqueles que se julgam tais, não podem conjeturar que existe outra coisa além do que vêem e apalpam.
Suponhamos um humilde formigueiro. As formigas que o povoam não podem crer que exista um Universo poderoso e longínquo, além da pequena elevação de terra que as abriga. Conhecem alguns gravetos de lenha, alguns pedacinhos de musgos, deram a volta aos calhaus que se espalham na proximidade da sua modesta habitação; têm certas noções sobre os ribeirinhos que passam perto, sobre algumas aranhas e insetos que encontram na sua vizinhança. E é tudo. Que idéias formam os pobres bichinhos dos oceanos, navios couraçados, dos teatros, dos museus, das bibliotecas, dos observatórios? Será que eles têm alguma noção dos mundos planetários e do sol? Poderiam elas compreender que o mundo solar inteiro, é, no Grande Cosmos, enormemente menor do que o seu formigueiro na superfície do globo terrestre?
Não somos mais sábios do que as formigas. E temos, portanto, o direito de supor a existência de mundos que ultrapassam a nossa mísera pequenez.
No Limiar do Mistério é, seguramente, uma ficção; mas toda esta ficção se encontra cravejada de verdades desconhecidas.
Não é ainda ciência, porque a reencarnação não foi ainda demonstrada. Talvez nunca se demonstre. É possível e, por vezes, torna-se provável. Aqui e além surgem, de súbito, clarões que nos abrem horizontes ignorados e nos permitem imaginar coisas grandiosas que transformariam as nossa mentalidades de hoje.

A ciência ainda está muito nova. O que é um século? O que são dez séculos? Ou mesmo, o que são cem séculos na história humana?
Tanto convém sermos severos quando se trata da ciência quanto pode a imaginação ser temerária. Apesar da ousadia deste livro, estou convencido de que os bisnetos dos nossos bisnetos - e isso não fica muito longe - me acharão prudente demais. A minha audácia de hoje será uma quase imperdoável timidez.
Sejamos sobretudo confiantes na ciência que, dia após dia, coloca novas questões e que, sem dúvida, chegará a resolvê-las parcialmente, de modo que outras possam apresentar-se, mais magníficas ainda, e das quais não nos é dado, por enquanto, suspeitar sequer a sua profundidade e extensão.

Charles Richet
Obra consultada, citada e recomendada:
No Limiar do Mistério, Charles Richet, tradução de Virgínia de Castro e Almeida, IDEBA Editora, 1997
Equipe Consciesp
CONSCIÊNCIA ESPÍRITA 2005
Cent. Est. Esp. Paulo Apóstolo de Mirassol - SP - Brasil

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