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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > ESTUDOS DE DOUTRINA > Fascinação – Nos Dominios da Mediunidade

Fascinação – Nos Dominios da Mediunidade

celcESTUDOS DE DOUTRINA15 de agosto de 2014 Leave a comment0

Levantara-se a dama, de esquisita maneira, e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, inspirando piedade.
Jazia sob o império de impassíveis entidades da sombra, sofrendo, contudo, mais fortemente, a atuação de uma delas que, ao enlaça-la, parecia interessada em aniquilar-lhe a existência.
A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.
Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa.
Áulus e o irmão Clementino, usando avançados recursos magnéticos, interferiram no deplorável duelo, constrangendo o obsessor a desvencilhar-se, de certo modo, da enferma que continuou, ainda assim, dominada por ele, a estreita distância.
Após reerguer a doente, auxiliando-a a sentar-se, rente ao marido, nosso instrutor deu-se pressa em explicar-nos:
– É um problema complexo de fascinação. Nossa irmã permanece controlada por terrível hipnotizador desencarnado, assistido por vários companheiros que se deixaram vencer pelas teias da vingança. No ímpeto de ódio com que se lança sobre a infeliz, propõe-se humilhá-la, utilizando-se da sugestão. Não fosse o concurso fraternal que veio recolher neste santuário de prece, em transes como este seria vítima integral da licantropia deformante. Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.
Ao passo que a doente gemia de estranho modo, amparada pelo esposo e por Raul, que se esmerava no auxilio, Hilário, espantado, indagou:
– Tão doloroso fenômeno é comum?
– Muito generalizado nos processos expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na delinqüência descambam para a esfera vibratória dos brutos – esclareceu nosso orientador, coadjuvando em beneficio da enferma, cujo cérebro prosseguia governado pelo insensível perseguidor como brinquedo em mãos de criança.
– E por que não separar de vez o algoz da vitima?
– Calma, Hilário! – ponderou o Assistente.
– Ainda não examinamos o assunto em sua estrutura básica. Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade. Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre.
Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem propósito de nos anteciparmos à Justiça Divina.
Raul, sob o controle do mentor da casa, tentava sossegar o agitado comunicante, recordando-lhe as vantagens do perdão e incutindo-lhe a conveniência da humildade e da prece.
Aflito, como não querendo perder o fio da lição, meu colega abeirou-se de nosso orientador e alegou:
– Todavia, para colaborar em favor desses irmãos em desespero, será suficiente o concurso verbalista?
– Não lhes estendemos simplesmente palavras, mas acima de tudo o nosso sentimento. Toda frase articulada com amor é uma projeção de nós mesmos.
Portanto, se é incontestável a nossa impossibilidade de oferecer-lhes a libertação prematura, estamos doando, em favor deles, a nossa boa-vontade, através do verbo nascido de nossos corações, igualmente necessitados de plena redenção com o Cristo.
E, num tom demasiado significativo, Áulus acrescentou:
– Analisando o pretérito, ao qual todos nos ligamos, através de lembranças amargas, somos enfermos em assistência recíproca. Não seria lícito guardarmos a pretensão de lavrar sentenças definitivas pró ou contra ninguém, porque, na posição em que ainda nos achamos, todos possuímos contas maiores ou menores por liquidar.
Interrompendo a conversação, nosso instrutor lançou-se ao amparo eficiente da dupla em desesperada contenda.
Para o cuidado fraterno de que dava testemunho, a doente e o perseguidor mereciam igual carinho.
Aplicou passes de desobstrução à garganta da enferma e, em breves instantes, o verdugo começou a falar, através dela, numa algaravia, cujo sentido literal não conseguíamos perceber.
Entretanto, pela onda de pensamento que lhe caracterizava a manifestação, sabíamos que a ira se lhe extravasava do ser.
Raul Silva, a seu turno, recolhendo impressões idênticas, pela dura inflexão da voz com que as palavras eram pronunciadas, procurava asserená-lo quase em vão.
Observando a enferma completamente transfigurada e assinalando-nos a muda interrogação, Áulus se deteve por alguns minutos a auscultar o cérebro do comunicante e o da médium, como a sondar-lhes o mundo íntimo, e, seguida, voltou para junto de nós.
Diante da profunda apreensão que passou a dominar-lhe o rosto, Hilário tomou-me a dianteira, inquirindo, assombrado:
– A que causa atribuir semelhante conflito?
– Tentei alguma penetração no passado a fim de algo saber – respondeu o orientador, entristecido. – As raízes da desavença vêm de longa distância no tempo.
Não obstante o dever de não relacionar pormenores, para não conferir maior saliência ao mal, posso dizer-lhe que o enigma perdura vai já em pouco mais de um milênio.
Nosso infeliz irmão fala um antigo dialeto da velha Toscana, onde, satisfazendo a obsidiada de hoje, se fez cruel estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X… Pela exteriorização a que se confia, acompanho-lhe as terríveis reminiscências… Reporta-se ao saque de que participou na época a que nos referimos, no qual, para satisfazer à mulher que lhe não correspondia ao devotamento, teve a infelicidade de aniquilar os próprios pais… Tem o coração como um vaso transbordante de fel…
Porque o Assistente se interrompera, meu colega naturalmente tão interessado quanto eu em maiores revelações, pediu-lhe mais ampla incursão no passado, ao que Áulus nos recomendou aquietássemos o espírito de consulta.
A volta aos quadros terrificantes, largados ao longe por aquelas almas em sofrimento, a ninguém edificaria.
Eram dois corações desesperados, no inferno estabelecido por eles mesmos.
Não convinha analisar-lhes o sepulcro de fogo e lama, nas sobras da retaguarda.
Restaurando a atenção no estudo que nos cabia fazer, lembrei a questão do idioma.
Achávamo-nos no Brasil e a obsidiada ensaiava frases num dialeto já morto.
Por que motivo não assimilava o pensamento da entidade, a empolgar-lhe o cérebro em ondas insofreáveis, transformando-o em palavras do português corrente, qual acontecera em numerosos processos de intercâmbio sob nossa observação?
– Estamos à frente de um caso de xenoglossia – explicou o Assistente. – O filtro mediúnico e a entidade que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do instrumento é absoluta, sob o império da vontade que o comanda de modo positivo. O obsessor, por mais estranho pareça, jaz ainda enredado nos hábitos por que pautava a sua existência, há séculos, e, em se exprimindo pela médium, usa modos e frases que lhe foram típicos.
– Isso, entretanto – objetou Hilário -, é atribuível à mediunidade propriamente dita ou à sintonia mais completa?
– O problema é de sintonia – informou o Assistente.
– Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante externar-se no dialeto com que se caracteriza?
– Positivamente não – esclareceu Áulus. – Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos, nas energias subconsciências, mas exclusivamente por intermédio de personalidades que lhes são afins no tempo.
Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.
Hilário fez o gesto indagador do aprendiz e insistiu:
– Podemos concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o pretérito de que dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa expressão cultural diferente da que lhe é própria…
– Sim, sem dúvida alguma – aprovou o instrutor -; em mediunidade há também o problema da sintonia no tempo…
E, de olhar vago, acentuou:
– O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo, comparado às correntes d’água. Cada qual tem o seu nível. As águas à flor da terra guardam a serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente as águas profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças latentes, que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são trazidas à superfície.
A lição era de subido valor, no entanto, fazia-se necessário agir no trabalho assistencial.
Conjugando nosso esforço, separamos, de alguma sorte, o algoz da vitima, conquanto, segundo apontamento de nosso orientador, continuassem unidos pela fusão magnética, mesmo a distância.
Companheiros de nossa esfera retiraram o Espírito obsidente, encaminhando o a certa organização socorrista.
Ainda assim, a doente gritava, afirmando estar à frente de medonho estrangulador em vias de sufoca-la.
Aplicando-lhe passes de reconforto, Áulus esclareceu:
– Agora é apenas o fenômeno alucinatório, natural em processos de fascinação como este. Perseguidor e perseguida jazem na mais estreita ligação telepática, agindo e reagindo mentalmente um sobre o outro.
Gradativamente, a enferma acalmou-se.

Finda a crise, perguntei ao nosso orientador sobre o remédio definitivo à dolorosa situação, ao que respondeu com grave entono:
– A doente está sendo preparada, tendo-se em vista uma solução justa para o caso. Ela e o verdugo, em breve, serão mãe e filho. Não há outra alternativa na obtenção do trabalho redentor. Energias divinas do amor puro serão mais profundamente tocadas em sua sensibilidade de mulher e nossa irmã praticará o santo heroísmo de acolhe-lo no próprio seio…
Em seguida, deixando-nos pensativos, caminhou no rumo de outro necessitado, enquanto exclamava:
– Louvado seja Deus pela glória do lar

 

livro Nos Domínios da Mediunidade cap. 23 – Andre Luiz

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