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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > Palestras > A Vida e Obra de Allan Kardec – Palestra 27.1.16

A Vida e Obra de Allan Kardec – Palestra 27.1.16

celcPalestras28 de janeiro de 2016 Leave a comment0

A Vida e Obra de Allan Kardec 

Palestra 27/01/2016 – CELC – Plínio

 

Certa feita um jovem foi a Uberaba, falar com Chico Xavier. Ele queria que o médium lhe desse uma opinião sobre o que falar a respeito da doutrina espírita. Esse jovem era um entusiasta,  estudioso e queria colaborar na divulgação da doutrina. Chico com sua meiguice falou ao jovem: “ meu filho,  fale sobre Allan Kardec”. 

Sobre Allan Kardec? A colocação de Chico, causou um grande constrangimento ao jovem, que contrariado questionou: “ mas falar sobre Kardec? Kardec todo mundo conhece.  Eu queria algo novo, algo que relacionasse o espiritismo com a ciência …. Kardec já está superado”.

Chico Xavier continuando com sua mesma meiguice,  respondeu:” meu filho, Allan Kardec, AINDA É UM DESCONHECIDO.

 

Revista Espírita 1.868 – Instrução dos Espíritos. OS MESSIAS DO ESPIRITISMO.

3.- Quando uma transformação da Humanidade  deve se operar, Deus envia em missão um Espírito capaz, por seus pensamentos e por uma inteligência superior, de dominar seus contemporâneos, e de  imprimir, às gerações futuras, as idéias necessárias para uma revolução moral civilizadora. De tempos  em tempos, assim, vêem-se  elevar-se, acima do comum dos homens, seres que, como faróis, os guiam no caminho  do progresso, e lhes fazem transpor, em alguns  anos, as etapas de vários  séculos. O  papel de alguns  está limitado a um país ou  a uma raça; são como oficiais conduzindo cada um sob sua ordem, uma divisão do exército; mas há outros cuja missão é agir sobre a Humanidade inteira, e que não aparecem senão nas épocas  mais raras que marcam a era das transformações gerais.

Foi assim com Moisés, foi assim com Jesus e foi assim com Alan Kardec. O primeiro espírito a se comunicar no Evangelho Segundo o Espiritismo, foi um israelita, que confirma o acima mencionado : “Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. –  Um Espírito israelita. (Mulhouse, 1861)”.

Assim, no século XIX, desce a Terra, mais um missionário. Allan Kardec, da plêiade do Espirito Verdade, que contava com a plêiade dos Espíritos Superiores, mas um deles tinha que encarnar. Um dos da plêiade toma corpo, e foi o porta voz de toda a plêiade do Espirito Verdade.

Pairava sob a cabeça desse missionário as expectativas do céu e as esperanças dos desafortunados da Terra, porque a obra que este homem veio realizar, era nada mais nada menos, que a reconstrução do edifício religioso. A religião que se desviara da inteligência, a religião que se desviara do bom senso, a religião que se desviara da bondade, e acima de tudo, a religião que se desviara da verdade, para se abraçar a loucura e ao imperialismo humano, derramando o terror e o medo, a morte e o sofrimento sobre as criaturas humanas. E foi nesse clima de insegurança, de incerteza e de desconfiança, que reencarna o missionário de Deus.

Mostraremos a seguir a grandeza desse missionário, desse Espirito Superior, escolhido por Jesus, para ser o seu porta voz. Kardec, veio a Terra para falar em nome de Jesus, e falou pela boca de Jesus, construindo assim a monumental obra, a imortal obra, que é  a obra dos Espíritos,  o Consolador prometido pelo Pai, e anunciado pelo Mestre Jesus.

Começaremos doravante a enxergar a estreita ligação de Jesus, e dos Espíritos Superiores com Allan Kardec:

 

OBRAS POSTUMAS. Pag.304.

25 DE março DE 1856

(Em casa do sr. Baudin, méd. Srta. Baudin).

Eu morava, nessa época, na rua dos Mártyrs, nº 8, no segundo andar, no fundo do corredor. Uma noite, estando em meu gabinete de trabalho, pequenos golpes reiterados se fizeram ouvir contra a divisória que me separava do quarto vizinho. De início, não lhe prestei nenhuma atenção; mas, como esses golpes persistiam com mais força, mudando de lugar, fiz uma exploração minuciosa dos dois lados da divisória, escutei se provinham de um outro andar, e não descobri nada. O que havia de particular é que, cada vez que eu fazia procuras, o ruído cessava, e recomeçava logo que me repunha a trabalhar. Minha mulher entrou pelas dez horas; veio em meu gabinete e, ouvindo esses golpes, me perguntou o que era isso. Deles nada sei, respondi, faz uma hora que isso dura. Procuramos juntos, sem mais sucesso, e o ruído continuou até a meia-noite, hora na qual ia me deitar.

 No dia seguinte, sendo um dia de sessão na casa do Sr.Baudin, contei o fato, e pedi a sua explicação.

Perg. Sem dúvida, ouvistes o fato que acabo de citar; poderíeis dizer-me a causa dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistência?

 Resp. Era teu Espírito familiar.

. Perg. Com que objetivo vinha bater assim?

Resp. Queria se comunicar contigo.

. Perg. Poderíeis dizer-me o que é que ele queria de mim?

. Resp. Podes perguntar a ele mesmo, porque está aqui.

Nota. Nessa época não se fazia distinção entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos; eram confundidos sob a denominação geral de Espíritos familiares.

Perg. Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, vos agradeço por ter vindo me visitar; quereríeis me dizer quem sois?

 . Resp. Para ti, me chamarei A Verdade, e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.

E Kardec continua:

Perg.   Ontem,  quando  batestes,  enquanto eu  trabalhava, tínheis  alguma  coisa  em  particular  para  me  dizer? 

 Resp.  O que tinha  a  dizer-te  era sobre  o  trabalho  que fazias, o  que escrevias  me  desagradava,  e  queria  te  fazer  cessar.

 Nota.  O que escrevia era precisamente  relativo  aos  estudos que  fazia  sobre  os  Espíritos,  e  suas  manifestações.

 Perg.  A vossa desaprovação era sobre o  capítulo  que escrevia, ou  sobre  o conjunto  do  trabalho?   

Resp.  Sobre o capítulo de  ontem;  eu  te  fiz  julgá-lo;  torna a  lê-lo  esta noite, encontrarás  as  faltas  e  as  corrigirás. 

 Perg.  Eu  mesmo  não estava  muito  satisfeito  com  esse  capítulo  e  o refiz  hoje;  está melhor? 

 Resp.  Está melhor,  mas  não bastante  bem.  Lê  da 3a.  à 30a.  linha  e reconhecerás  um  grave erro.   

Perg. Rasguei  o  que  fiz  ontem.  

Resp.  Não  importa!  Essa dilaceração  não  impede  a  falta  de  subsistir;  relê  e  verás.

Nota.  À noite,  reentrando  em  minha casa,  apressei-me em  ler o que  escrevera,  e,  seja  na  cópia  lançada  ao  cesto,  seja  na nova,  na 30a.  linha,  reconheci  um  erro  grave que  me admirava  de  haver  cometido.  Desde esse  momento,  nenhuma manifestação  do  mesmo  gênero  ocorreu;  as  relações  com  o meu  Espírito  protetor  se  achavam estabelecidas,  essas manifestações não eram  mais  necessárias, por  isso  elas cessaram. O  prazo  de  um  mês  que  ele  assinalara,  para  as suas  comunicações,  não  foi  senão  raramente  observado  no princípio;  mais  tarde,  não  o  foi de  todo,  era,  sem  dúvida, uma advertência de  ter que trabalhar por  mim  mesmo,  e  de  não estar,  sem  cessar,  recorrendo  a ele para a  menor  dificuldade.

Já temos material suficiente para acreditar que Kardec, estava sob a inspiração e proteção do Espírito Verdade, mas vejam as comunicações na Revista de 1864 e em Obras Póstumas.

 

Minha  Missão  – Obras Póstumas.

12 DE  JUNHO DE  1856 (Na casa do sr. C… Méd. srta. Aline C…)

Kardec preocupado e assustado com a dimensão da obra que fora escolhido a realizar, pergunta ao Espírito de Verdade:

Perg.    Quais são as causas  que  poderiam  me  fazer  fracassar? Seria a  insuficiência  de  minhas capacidades?

Resp.   Não; mas a  missão  dos  reformadores  está  cheia  de escolhos  e  de  perigos;  a  tua  é  rude, disso te  previno,  porque é o  mundo  inteiro  que se  trata de  agitar  e de  transformar. Não creias  que  te  baste  publicar  um  livro,  dois  livros,  dez livros,  e  permaneceres  tranquilamente  em  tua  casa;  não,  ser-te-á  preciso expor-te  ao  perigo;  levantarás  contra  ti  ódios terríveis;  inimigos  obstinados  conjurarão  a tua  perda;  estarás em  luta  contra  a  malevolência,  a  calúnia,  a  traição , mesmo daqueles  que  te  parecerão  os  mais devotados;  tuas  melhores instruções  serão  desconhecidas  e  desnaturadas;  mais  de  uma vez,  sucumbirás  sob  o  peso  da  fadiga; em  uma  palavra,  será uma  luta  quase  constante  que  terás que  sustentar,  e  o sacrifício  de  teu repouso,  de  tua tranqüilidade,  de  tua  saúde, e  mesmo  de  tua  vida,  porque  sem  isso  viverias  por  muito mais  tempo.  Pois  bem!  mais  de  um  recua , quando em  lugar de  um  caminho  florido,  não  encontra  sob os  seus  passos senão  espinheiros,  pedras  agudas  e serpentes.  Para  tal missão,  a  inteligência  não  basta.  É  necessário  primeiro,  para agradar a  Deus,  a  humildade,  a  modéstia,  o  desinteresse, porque  ele  abate  os  orgulhosos,  os  presunçosos  e  os ambiciosos.  Para  lutar  contra os  homens  é necessário coragem,  perseverança,  e uma  firmeza  inabalável;  é  preciso também  da  prudência  e  do tato,  para  conduzir  as  coisas  a propósito,  e  não  comprometer-lhe  o  sucesso  por  medidas,  ou por palavras,  intempestivas;  é preciso,  enfim,  do devotamento,  da  abnegação, e  estar  pronto  para  todos  os sacrifícios. Vês  que a  tua  missão  está subordinada a  coisas  que dependem  de  ti. ( ESPÍRITO VERDADE ).

Allan Kardec emite uma nota.  A proteção desse Espírito,  do  qual  estava  longe de supor  a  superioridade,  com  efeito,  jamais  me  faltou.  Sua solicitude,  e  a  dos  bons  Espíritos  sob as  suas  ordens,  se estende sobre  todas  as  circunstâncias  de  minha vida,  seja para me  aplainar  as  dificuldades  materiais,  seja para me facilitar  o  cumprimento  de  meus  trabalhos ..

 

IMITAÇÃO DO EVANGELHO. Obras Póstumas.

(Ségur, 9 de agosto de 1863, médium sr. D.A….)

Nota. Eu não tinha comunicado a ninguém o assunto do livro no qual trabalhava; tivera-lhe o título de tal modo em segredo que o editor, Sr. Didier, não o conheceu senão quando da impressão. Esse título foi de início, para a primeira edição: Imitação do Evangelho. Mais tarde, sobre as observações reiteradas do Sr. Didier, e de algumas outras pessoas, foi mudado para o de: O Evangelho segundo o Espiritismo. As reflexões contidas nas comunicações seguintes não poderiam ser o resultado de idéias preconcebidas do médium.

Perg. Que pensais da nova obra em que trabalho neste momento?

Resp. . Esse livro das doutrinas terá uma influência considerável; nele abordas questões capitais, e não só o mundo religioso nele encontrará as máximas que lhe são necessárias, mas a vida prática das nações nele haurirá excelentes instruções. Fizeste bem em abordar questões de alta moral prática do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida deve ser destruída; a Terra e as suas populações civilizadas estão preparadas; já faz bastante tempo que os teus amigos de além-túmulo a desbravaram; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas, e que saia, enfim, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais. Acaba a tua obra, e conte com a proteção de Teu Guia, Nosso Guia de todos, e com o concurso devotado de teus mais fiéis Espíritos, no número dos quais queira muito sempre me contar.

 

PARIS,  14 DE  SETEMBRO  DE  1863.

 Nota.  Tinha  solicitado para  mim  uma  comunicação,  sobre um  assunto  qualquer,  e pedi  que  me  fosse enviada  para  o meu retiro  de  Sainte-Adresse.  “Quero  muito  te  falar  de  Paris,  embora  a  utilidade  disso  não me  pareça  demonstrada,  tendo  em  vista  que as  minhas  vozes íntimas  se  fazem  ouvir  ao  teu  redor,  e  que o  teu cérebro percebe  as  nossas  inspirações  com  uma  facilidade  da  qual tu mesmo  não desconfias. Nossa  ação, sobretudo  a  do  Espírito de  Verdade, é  constante  ao  teu  redor,  e  tal  que  não  podes recusá-la.  É por que  não  entrarei  em  detalhes  ociosos  a respeito  do  plano de  tua  obra  que  tens,  segundo os  meus conselhos  ocultos,  tão  largamente  e  tão  completamente modificado.  Compreendes  agora  porque tínhamos necessidade  de  tê-lo  sob  a  mão,  livre  de  toda  outra preocupação senão daquela  da  Doutrina. Uma  obra  como  a que elaboramos  juntos,  tem  necessidade  de  recolhimento  e de  isolamento  sagrado.  Sigo  com  um  vivo  interesse  os progressos  de  teu  trabalho,  que  são um  passo  considerável para a  frente,  e abrem,  enfim,  ao  Espiritismo,  o caminho  das aplicações úteis  para  o  bem  da  sociedade.

 Com essa  obra,  o edifício  começa  a  se  livrar  de  seus  alicerces,  e  já se  pode  entrever  a  sua  cúpula  se  desenhar  no  horizonte. Continua,  pois,  sem  impaciência,  como  sem  cansaço;  o monumento  estará  acabado  na hora fixada. Já  nos  entretivemos  com questões  incidentes  do  momento, quer dizer,  com questões  religiosas.  O  Espírito  de  Verdade falou-te  das  revolta  que  ocorrem  nesta hora;  essas hostilidades previstas  são necessárias  para  manter  desperta  a atenção dos  homens, tão  fáceis  em  se  deixar  desviar  de  um assunto  sério.  Aos  soldados  que  combatem  pela  causa  vão  se juntar,  incessantemente, novos  combatentes,  cujas  palavras e  cujos  escritos  farão  sensação,  e  levarão a  perturbação e  a confusão  às  fileiras  de  nossos adversários. Adeus,  caro  companheiro de  outros  tempos, discípulo fiel  da verdade,  que continua,  através  da  vida,  a  obra  à  qual  juramos outrora,  nas  mãos  do  grande  Espírito  que  te  ama  e  que  te venera, consagrar  as  nossas  forças  e  as  nossas existências até que ela esteja  acabada. Saudação  a  ti.”

 

REVISTA ESPIRITA – maio 1.864. Pag. 533.

 Comunicação Espírita.

A PROPÓSITO DA IMITAÇÃO DO EVANGELHO

(Bordeaux, maio de 1864. Grupo de São João – Médium: Sr. Rul.)

 Acaba de aparecer um novo livro; é uma luz mais brilhante que vem clarear a vossa marcha. Há dezoito séculos, por ordem de meu Pai, vim trazer a palavra de Deus aos homens de boa vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria dos homens, e a incredulidade, o materialismo vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa Terra. Hoje, por ordem do Eterno, os Espíritos bons, seus mensageiros, vêm a todos os pontos do globo fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; são destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do Pai celestial. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas.

Pelos frutos se conhece a árvore. Vede quais são os frutos do Espiritismo: casais onde a discórdia tinha substituído a harmonia voltaram à paz e à felicidade; homens que sucumbiam ao peso de suas aflições, despertados pelos acordes melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam que seguiam o caminho errado e, envergonhados de suas fraquezas, arrependeram-se e pediram força ao Senhor para suportarem as suas provações.

Provações e expiações, eis a condição do homem na Terra. Expiação do passado, provações para o fortalecer contra a tentação, para desenvolver o Espírito pela atividade da luta, habituá-lo a dominar a matéria e prepará-lo para as alegrias puras que o esperam no mundo dos Espíritos.

Há muitas moradas na casa de meu Pai, disse-lhes Eu há dezoito séculos. O Espiritismo veio tornar compreensíveis estas palavras. E vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o calor do dia, que credes ter de vos lamentar da injustiça da sorte, abençoai vossos sofrimentos; agradecei a Deus, que vos dá meios de quitar as dívidas do passado. Orai, não com os lábios, mas com o coração melhorado, a fim de que possais ocupar melhor lugar na casa de meu Pai. Como sabeis, os grandes serão humilhados, mas os pequenos e os humildes serão exaltados.

 

O Espírito de Verdade

Observação– Sabe-se que não levamos em consideração o nome dos seres que se comunicam, sobretudo os que se apresentam sob nomes venerandos. Não garantimos mais esta assinatura do que muitas outras, limitando-nos a entregar esta comunicação à apreciação de todo espírita esclarecido. Diremos, contudo, que não se pode negar a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem e a ausência de toda superfluidade. Se se compara às que são dadas na Imitação do Evangelho (prefácio e capítulo III: O Cristo Consolador), e que levam a mesma assinatura, embora obtidas por médiuns diferentes e em épocas diversas, nota-se entre elas uma analogia impressionante de tom, de estilo e de pensamentos, que acusam uma origem única. Para nós, dizemos que pode ser do Espírito de Verdade, porque é digna dele, enquanto temos visto massas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja prolixidade, verborragia, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes. Só uma fascinação completa pode explicar a cegueira dos que se deixam apanhar, quando não, também, o orgulho de julgar-se infalível e intérprete privilegiado dos Espíritos puros, orgulho sempre punido, mais cedo ou mais tarde, pelas decepções, mistificações ridículas e por desgraças reais nesta vida. À vista desses nomes venerados, o primeiro sentimento do médium modesto é o da dúvida, porque não se julga digno de tal favor.

 

O Grande Missionário.

Vamos dar uma antecipada no final. Ao invés de falarmos do desencarne de Allan Kardec no final, faremos isso agora. Para tanto, nos reportaremos ao que nos conta o grande literáto da espiritualidade, Humberto de Campos, sob a psicografia de Chico Xavier. Esta mensagem foi pinçada do livro Crônicas de Além Túmulo , em seu capítulo 21, intitulado:” O Grande Missionário”. Vejamos:

“Conta-se que logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Père-Lachais, para descansar à sombra do dólmen dos seus valorosos antepassados, uma multidão de Espíritos veio saldar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com suas ações prestigiosas, e, quando se entregavam às mais santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembleia dos humildes, iluminando-a com uma luz que, por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho Segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do Infinito: – “Kardec, regozija-te com a tua obra! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórticos misteriosos da Imortalidade… O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores da Terra, reconduzindo-os para a confiança da Minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro. No céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste…. Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra será uma bênção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a Terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia….! ” Acrescenta-se, então, que grandes legiões de Espíritos eleitos entoaram na Imensidade um hino de hosanas ao homem que organizara as primícias do Consolador para o planeta terreno e que, escoltado pelas multidões de seres agradecidos e felizes, foi o mestre, em demanda das esferas luminosas, receber a nova palavra de Jesus”.

 

Vida e Obra  de Allan Kardec.

Podemos dividir a vida de Allan Kardec em duas fases, antes e depois do espiritismo.

1ª fase:

Allan Kardec nasceu em Lyon (França), a 3 de outubro de 1804 e foi registrado sob o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Filho de pais católicos, Allan Kardec foi criado no Protestantismo, mas não abraçou nenhuma dessas religiões, preferindo situar-se na posição de livre pensador e homem de análise.

Pedagogo, homem de gabinete, estudioso das ciências aplicadas, possuía grande poder de raciocínio e indisfarçável pendor por todas as causas atinentes ao bem coletivo.

Matriculado na Escola de Pestalozzi em Yverdum (Suíça), tornou-se um dos mais distintos discípulos daquele eminente professor e um dos mais zelosos propagandistas do seu sistema educacional, que tão grande influência exerceu na reforma do ensino na Alemanha e na França. As luzes, lhe indicaram o caminho a trilhar, sempre se apoiaram nas palavras de Jesus Cristo, e deram disso os mais comovedores exemplos, estabelecendo todo um corpo de moral, inspirada nas verdades cristãs

 

 

2ª fase: Em 1855, o prof. Rivail depara, pela primeira vez, com o “fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida”.

Passa então a observar estes fenômenos; pesquisa-os cuidadosamente, graças ao seu espírito de investigação, que sempre lhe fora peculiar, não elabora qualquer teoria pré-concebida, mas insiste na descoberta das causas.

Aplica a estes fenômenos o método experimental com o qual já estava familiarizado na função de educador; e, partindo dos efeitos, remonta às causas e reconhece a autenticidade daqueles fenômenos.

Convenceu-se da existência dos espíritos e de sua comunicação com os homens.
Grande transformação se opera na vida do prof. Rivail: convencido de sua condição de espírito encarnado, adota um nome já usado em existência anterior, no tempo dos druidas: Allan Kardec.

 De 1855 a 1869, consagrou sua existência ao Espiritismo; sob a assistência dos Espíritos Superiores, representados pelo Espírito da Verdade, estabelece as bases da Codificação Espírita, em seu tríplice aspecto: Filosófico, Científico e Religioso.

Além das obras básicas da Codificação (Pentateuco Kardequiano), contribuiu com outros livros básicos de iniciação doutrinária, como: O que é o Espiritismo, O Espiritismo na sua mais simples expressão, A Prece, Instruções práticas sobre as manifestações espíritas e Obras Póstumas.

A estas obras junta-se a Revista Espírita, “jornal” de estudos psicológicos, lançado a 1º de janeiro de 1858 e que esteve sob sua direção por 12 anos.

É também de sua iniciativa a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1º de abril de 1858 – primeira instituição regularmente constituída com o objetivo de promover estudos que favorecessem o progresso do Espiritismo.

Assim surgiu o Espiritismo: com a ação dos Espíritos Superiores, apoiados na maturidade moral e cultural de Allan Kardec, no papel de codificador.

Com a máxima “Fora da caridade não há salvação”, procura ressaltar a igualdade entre os homens, perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.

Notem acima que ele era portador das três qualidades essenciais para se tornar um espirito superior: Bondade (Fora da caridade não há salvação), Ciência (Tinha todos os requisitos que o credenciavam como homem de gênio e inteligência) e finalmente Moral (Escolhido entre bilhões de espíritos, para a missão magnânima de ser o coordenador da Codificação do Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus). Veja o que os espíritos nos asseveram na questão 111, do Livro dos Espíritos:

 

Segunda classe, ESPÍRITOS SUPERIORES. —

 Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade.

Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo”.

E a este princípio cabe juntar outro: “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”. Esclarece Allan Kardec:
 “A fé raciocinada que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa qualquer obscuridade: crê-se, porque se tem certeza e só se está certo, quando se compreendeu”.

Denominado “o bom senso encarnado” pelo célebre astrônomo Camille Flammarion, Allan Kardec desencarnou aos 65 anos, a 31 de março de 1869.

Em seu túmulo, no cemitério de Père Lachaise (Paris), uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”.

 Estava inquestionavelmente reservada a esse notável pensador, a tarefa de organizar através de uma Codificação completa e perfeita, a nova concepção religiosa da alma e desvendar o verdadeiro sentido dos ensinamentos de Jesus Cristo (Vede – prolegômenos no Livro dos Espíritos e Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo).

Como os antigos profetas, ele não se atribuía a qualidade de criador de coisa alguma, pois tudo lhe era transmitido pelas vozes do Céu, através das mediunidades postas a serviço dos seus estudos e designadas para a tarefa tão transcendental.

Aliás o próprio Kardec jamais escondeu o caráter impessoal de seus trabalhos, atribuindo todo o mérito que neles se deparasse aos Espíritos do Senhor, que eram seus principais autores. Porque Kardec foi na realidade um missionário, um grande mandatário da Vontade Divina, com autoridade para catalogar pacientemente as lições recebidas dos Espíritos, e com elas compendiar essa obra majestosa que tem o amplo aspecto de ser simultaneamente Cientifica, Filosófica e Religiosa.

 

Amélie-Gabrielle Boudet.

 Teve em sua esposa, Sra. Amélie-Gabrielle Boudet, nascida em Thiais, Departamento do Sena, novembro de 1795 , morrendo em Paris a 21 de janeiro de 1883), a grande companheira e colaboradora de sua vida.

 

Costuma-se dividir a sua vida em grandes fases ou períodos:

         De 1795 a 1832, como senhorita Amélie Gabrielle Boudet;

         De 1832 a 1857, como a senhora Rivail;

         De 1857 a 1869, como a senhora Allan Kardec;

         De 1869 a 1883, como a viúva Allan Kardec.

 

OBRAS DE KARDEC EM RELACAO A DOUTRINA:

Livros da Codificação Espírita:

O Livro dos Espíritos – 1857:

O Livro dos Médiuns – 1861:

O Evangelho segundo o Espiritismo – 1864:

O Céu e o Inferno – 1865:

A Gênese – 1868:

Obras Póstumas.

O Que é o Espiritismo – 1859:

Viagem Espirita – 1.862.

Revistas Espiritas (1858 a 1869).

A Prece.

 

Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:

         O Principiante Espírita (pela editora O Pensamento)

         A Obsessão (pela editora O Clarim)

Continuemos com Kardec. Vejamos o que nos diz Emmanuel, no livro O Consolador, psicografia de Chico Xavier na questão 260.

        Em face da Ciência e da Filosofia, como interpretar a Religião nas atividades da vida?

       Religião é o sentimento Divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operam o trabalho da experimentação e do raciocínio, a Religião edifica e ilumina os sentimentos.

As primeiras se irmanam na Sabedoria, a segunda personifica o Amor, as duas asas divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da espiritualidade.

 É sobre isso que estamos falando desse homem extraordinário. De suas duas asas, as asas da Sabedoria e a do Amor.

1)    Comecemos pela asa da Sabedoria.

Mister se faz salientar, que o grande conhecimento em quase todas as áreas, pedagógicas , filosóficas e cientificas, foi o que credenciou o mestre de Lion, a ser escolhido pela espiritualidade para coordenar a obra da Codificação, o Consolador Prometido, a Doutrina dos Espíritos.

Allan Kardec era um sábio. De moral ilibada, tinha profundo conhecimento das coisas, e um senso de observar os fatos e os fenômenos, como poucos.

Para se chegar na condição de espirito dessa natureza, são necessárias, várias, várias e várias encarnações, que se reportam a milênios, conseguindo assim através dos tempos e pelo esforço próprio, o mérito que lhe confere a condição de Espírito Superior.

Kardec a exemplo de Jesus, veio revelar a verdade, como ele mesmo nos assevera na Revista Espirita de1.958, Introdução: ”Como nosso fim é chegar a verdade, acolheremos todas as observações que nos forem dirigidas”, e prossegue: ” … e tentaremos, tanto quanto nos permita o estado dos conhecimentos adquiridos, dirimir as dúvidas e esclarecer os pontos obscuros”.

E complementa : Livro dos Espíritos Introdução – Item 7:

Cada um arquiteta o seu sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer. Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem ponderado.

Kardec revelava sua Sabedoria, dizendo expressamente, que estaria aberto a receber as observações para analisá-las e dirimi-las de acordo com o seu conhecimento, tomando como exemplo seu mestre na antiguidade, Sócrates, dizendo não saber tudo. Isto é um homem de Sabedoria.

 

Continuemos com a missão de Kardec:

 A Espiritualidade não trabalha sem uma finalidade pré-estabelecida.

Kardec e Napoleão reencarnam no mesmo século. Um para pôr fim ao Papado e a Inquisição Espanhola, o outro para implantar uma doutrina que iria revolucionar o conceito religioso do Planeta, o Consolador prometido por Jesus Cristo.

Para tanto, nos reportaremos aos ensinamentos de Emmanuel em “A Caminho da Luz”.

 ALLAN KARDEC

A ação de Bonaparte, invadindo as searas alheias com o seu movimento de transformação e conquistas, fugindo à finalidade de missionário da reorganização do povo francês, compeliu o mundo espiritual a tomar enérgicas providências contra o seu despotismo e vaidade orgulhosa. Aproximavam-se os tempos em que Jesus deveria enviar ao mundo o Consolador, de acordo com as suas auspiciosas promessas.

Apelos ardentes são dirigidos ao Divino Mestre, pelos gênios tutelares dos povos terrestres. Assembleias numerosas se reúnem e confraternizam nos espaços, nas esferas mais próximas da Terra. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora, e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus-Cristo.

 

ALLAN KARDEC E OS SEUS COLABORADORES

O século XIX desenrolava uma torrente de claridades na face do mundo, encaminhando todos os países para as reformas úteis e preciosas.

As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela Humanidade sofredora. Jesus, na sua magnanimidade, repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos os corações.

Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX. A Ciência, nessa época, desfere os vôos soberanos que a conduziriam às culminâncias do século XX.

O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercâmbio direto dos povos. A literatura enche-se de expressões notáveis e imorredouras. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia, intensificando as comodidades da civilização.

Constrói-se a pilha de coluna, descobre-se a indução magnética, surgem o telefone e o fonógrafo. Aparecem os primeiros sulcos no campo da radiotelegrafia, encontra-se a análise espectral e a unidade das energias físicas da Natureza. Estuda-se a teoria atômica e a fisiologia assenta bases definitivas com a anatomia comparada. As artes atestam uma vida nova. A pintura e a música denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada.

A dádiva celestial do intercâmbio entre o mundo visível e o invisível chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis. Consolador da Humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento de tantas riquezas do Céu.

 

AS CIÊNCIAS SOCIAIS

O campo da Filosofia não escapou a essa torrente renovadora.

Aliando-se às ciências físicas, não toleraram as ciências da alma o ascendente dos dogmas absurdos da Igreja.

A Igreja Romana era culpada de semelhantes desvios. Dominando a ferro e fogo, conchegada aos príncipes do mundo, não tratara de fundar o império espiritual dos corações à sua sombra acolhedora. Longe da exemplificação do Nazareno, amontoara todos os tesouros inúteis, intensificando as necessidades das massas sofredoras. Extorquia, antes de dar, conservando a ignorância em vez de espalhar a luz do conhecimento.

A tarefa de Allan Kardec era difícil e complexa. Competia-lhe reorganizar o edifício desmoronado da crença, reconduzindo a civilização às suas profundas bases religiosas.

O orbe, com as suas instituições sociais e políticas, havia atingido um período de grandiosas transformações, que requeriam mais de um século de lutas dolorosas e remissoras, e o Espiritismo seria a essência dessas conquistas novas, reconduzindo os corações ao Evangelho suave do Cristianismo.

2)   Asa do Amor.

O que será descrito a seguir, foram informações coletadas em documentos confidenciais de Allan Kardec, que refletiam seus pensamentos mais íntimos em relação à caridade.

Fora da caridade não há salvação

Estes princípios, para mim, não são apenas uma teoria, eu os coloco em prática; faço o bem tanto quanto o permite a minha posição; presto serviço quando posso; os pobres jamais foram rejeitados em minha casa, ou tratados com dureza; a todo momento não foram sempre recebidos com a mesma benevolência? Jamais lamentei meus passos e minhas diligências para prestar serviço; pais de família não saíram da prisão pelos meus cuidados? Certamente não me cabe fazer o inventário do bem que pude fazer; mas, num momento em que parece tudo esquecer-se, é-me muito permitido, creio, chamar à minha lembrança que a minha consciência me diz que não fiz mal a ninguém, que fiz todo o bem que pude, e isso o repito sem pedir conta da opinião; sob esse aspecto, a minha consciência está tranqüila e de alguma ingratidão com a qual pude ser pago, em mais de uma ocasião, isso não poderia ser para mim um motivo para deixar de fazê-lo; a ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade, e como nenhum de nós está isento de censuras, é preciso saber passar aos outros pelo que se nos passa a nós mesmos, a fim de que se possa dizer, como J. C.: “que aquele que está sem pecado, lhe atire a primeira pedra.” Continuarei, pois, a fazer todo o bem que puder, mesmo aos meus inimigos, porque o ódio não me cega; e eu lhes estenderia sempre a mão para tirá-los de um precipício, se a ocasião disso se apresentasse.

Eis como entendo a caridade cristã; compreendo uma religião que nos ordena retribuir o mal com o bem, com mais forte razão restituir o bem pelo bem. Mas não compreenderia jamais a que nos prescrevesse retribuir o mal com o mal.

 

INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC – AOS ESPÍRITAS DO BRASIL.

I — EXORTAÇÃO AO ESTUDO, À CARIDADEE À UNIFICAÇÃO.

 Esta é  uma obra muito pouco conhecida do Codificador, o livro: A Prece. Muitos ensinamentos nos serão colocados a luz, principalmente, no que diz respeito a doutrina espírita. As advertências e as instruções abaixo,  servem para aguçar nossa vigilância ,afim de que o mal que ronda a humanidade e especialmente os trabalhadores do espiritismo não sejam pego desprevenidos.

 Paz e amor convosco.

Que possamos ainda uma vez, unidos pelos laços da fraternidade, estudar essa doutrina de paz e de amor, de justiça e de esperanças, graças à qual encontraremos a estreita porta da salvação futura — o gozo indefinido e imorredouro para as nossas almas humildes.

Antes de ferir os pontos que fazem o objetivo da minha manifestação, devo pedir a todos vós que me ouvis — a todas vós espíritas a quem falo neste momento — que me perdoeis se porventura, na externação dos meus pensamentos, encontrardes alguma coisa que vos magoe, algum espinho que vos vá ferir a sensibilidade do coração.

O cumprimento do dever nos impõe usemos de linguagem franca, rude mesmo. Por isso que cada um de nós tem uma responsabilidade individual e coletiva e, para salvá-la, lançamos mão de todos os meios que se nos oferecem, sem contarmos, muitas vezes, com a pobreza da nossa inteligência, que não nos permite dizer aquilo que sentimos sem magoar, não raro, corações amigos, para os quais só desejamos a paz, o amor e as doçuras da caridade.

Certo de que ouvireis a minha súplica; certo de que, falando aos espíritas, falo a uma agremiação de homens cheios de benevolência, encetei o meu pequeno trabalho, cujo único fim é desobrigar-me de graves compromissos que tomei para com o nosso Criador e Pai!

Corridos os séculos, desenvolvido intelectualmente o espírito humano, Deus, na sua sabedoria, achou que era chegado o momento de convidar os homens à meditação do Evangelho — precioso livro de verdades divinas — até então ensombrado pela letra, devido à deficiência da percepção humana para compreendê-lo em espírito.

Por toda a parte se fez luz; revelou-se à Humanidade o Consolador prometido, recebendo os povos — de acordo com o seu preparo moral e intelectual — missões importantes, tendentes a acelerar a marcha triunfante da Boa-Nova!

Pergunto-vos: Pertenceis à Fraternidade? Trabalhais para o levantamento desse Templo cujo lema é: Deus, Cristo e Caridade?

Como, e de que modo?

Porventura acreditais na eficiência de um grande exército dirigido por diversos generais, cada qual com o seu sistema, com o seu método de operar e com pontos de mira divergentes?

Jamais! Nessas condições só encontrareis a derrota, porquanto — vede bem —, o que não podeis fazer com o Evangelho: unir-vos pelo amor do bem, fazem os vossos inimigos, unindo-se pelo amor do mal!

Mas, onde a vantagem das subdivisões? Onde o interesse real para a Doutrina e seu desenvolvimento, na dispersão que fazeis do vosso grande todo, dando já, desse modo, um péssimo exemplo aos profanos, por isso que pregais a fraternidade e vos dividis cheios de dissensões?

 Meus amigos! Sei quanto é doloroso tudo isto que vos digo, pois que cada um dos meus pensamentos é uma dor que atinge profundamente o meu Espírito. Sei que as vossas consciências sentem perfeitamente todo o peso das verdades que vos exponho. Mas, eu vos disse ao começar: — temos responsabilidades e compromissos tomados, dos quais procuramos desobrigar-nos por todos os meios ao nosso alcance!

Se completa não está a minha missão na Terra; se mereço ainda do Senhor a graça de vir esclarecer a doutrina que aí me foi revelada, dando-vos novos conhecimentos compatíveis com o desenvolvimento das vossas inteligências; se vejo que cada dia que passa da vossa existência — iluminada pela sublime luz da revelação, sem produzirdes um trabalho à altura da graça que vos foi concedida — é um motivo de escândalo para as vossas próprias consciências; devo usar desta linguagem rude de amigo, a fim de que possais, compenetrados verdadeiramente dos vossos deveres de cristãos e de espíritas, unir-vos num grande agrupamento fraterno, onde — avigorados pelo apoio mútuo e pela proteção dos bons — possais enfrentar o trabalho extraordinário que vos cumpre realizar para emancipação dos vossos Espíritos, trabalho que inegavelmente ocasionará grande revolução na Humanidade, não só quanto à parte da Ciência e da Religião, mas também na dos costumes! –

Allan Kardec.

 

Instruções para a Saúde do Sr. Allan Kardec

23 de abril de 1866 – Obras Póstumas. (Paris. Comunicação particular. Méd. sr. D…)

Crede-me, remetei para mais tarde as grandes obras destinadas a completar a obra esboçada nas vossas primeiras publicações; vossos trabalhos correntes, e algumas pequenas brochuras urgentes têm com que absorver o vosso tempo, e devem ser os únicos objetos de vossas preocupações atuais.

Algumas vezes, é necessário sacrificar as satisfações particulares ao interesse geral. É uma medida urgente que todos os adeptos sinceros saberão compreender e aprovar.

Doutor DEMEURE.

 

AS VIAGENS DE ALLAN KARDEC.

As viagens de A.K., não se deram precisamente em 1862. Já em 1860, em comum acordo com a espiritualidade maior A.K., começou suas viagens, visitando Paris, dentre outras cidades da França e da Europa. O motivo destas viagens era para que o mestre Lion, descansasse um pouco mais, e que também pudesse apreciar o andamento de suas obras nas cidades onde visitou.

Dois  ou  três  meses do  ano  seriam  consagrados  a  fazer viagens  para visitar  os  diferentes  centros  e lhes  imprimir  uma boa  direção. Obras Póstumas.

 

MEU RETORNO.

10 DE JUNHO DE 1860 – Obras Póstumas. (Em minha casa, médium, sra. Schmidt.)

Perg. (À Verdade). Acabo de receber uma carta de Marselha, na qual se me diz que, num seminário dessa cidade, se ocupou seriamente do estudo do Espiritismo e de O Livro dos Espíritos. O que é preciso disso augurar? É que o clero tomou a coisa com interesse?

Resp. . Não podes disso duvidar: ele toma as coisas muito a sério, porque nelas prevê as conseqüências para ele, e as esclarecidas do clero, estuda o Espiritismo mais do que não o crês: mas não pensa que seja por simpatia; ao contrário, nisso procura os meios para combatê-lo, e assegura-te que lhe fará uma rude guerra. Não te inquietes com isso; continue a agir com prudência e circunspecção; tenha-te em guarda contra as armadilhas que te serão estendidas; evita cuidadosamente, em tuas palavras e em teus escritos, tudo o que poderia fornecer armas contra ti.

Prossegui o caminho sem medo, e se ele está semeado de espinhos, asseguro-te que terás grandes satisfações antes de retornares “por um pouco” entre nós.

Perg. Que entendeis por essas palavras “por um pouco”?

Resp. . Não ficarás muito tempo entre nós; é necessário que retornes para terminar a tua missão, que não pode ser rematada nesta existência. Se isso fosse possível, não te irias daí de modo algum, mas é preciso suportar a lei da Natureza.

Estarás ausente durante alguns anos e, quando voltares, isso será em condições que te permitirão trabalhar cedo. No entanto, há trabalhos que é útil que termines antes de partir; é porque te deixaremos o tempo necessário para acabá-los.

Nota. Supondo aproximadamente a duração dos trabalhos que me restam a fazer, e tendo em conta o tempo de minha ausência e os anos da infância e da juventude, até a idade que um homem pode desempenhar um papel no mundo, isso nos leva, forçosamente, ao fim deste século ou ao começo do outro.

 Livro dos espíritos – Introdução Item VII.

Desde que a Ciência sai da observação material dos fatos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjeturas. Cada um arquiteta o seu sistemazinho, disposto a sustenta-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer. Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o argumento sem réplica. Na ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem ponderado.

 

 

Revista Reformador 01/2011

Reformador: E informações sobre vidas anteriores e futuras?

Allan Kardec: Sobre as vidas anteriores:

“Deus algumas vezes permite que elas vos sejam reveladas, conforme o objetivo. Se for para vossa edificação e instrução, as revelações serão verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, jamais o permite para satisfação da vã curiosidade”.

 

 Erasto – Revista Espírita setembro de 1861

“… é melhor rejeitar dez verdades momentaneamente do que admitir uma só mentira, uma única teoria falsa. Porque sobre essa teoria, sobre a mentira podereis construir todo um sistema, que desmoronará ao primeiro sopro da verdade, como um monumento erigido sobre areia movediça”.

 Na questão 717, do Livro dos Espíritos, eles nos esclarecem:

“Tudo é relativo, cabendo à razão regrar as coisas. ”

Conclusão – Livro dos Espíritos – Item VI.

“Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom-senso. ”

Seguindo neste mesmo capitulo no Livro dos Espíritos, Conclusão Item IX, Kardec sintetiza o assunto em questão em uma curta frase:

“O argumento supremo deve ser a razão.

 

Conclusão – Livro dos Espíritos – Item V.

Os que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, proclamam, isso facto, a força do Espiritismo, porque jamais poderia tornar-se universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica.

 

Na Próxima Dimensão.

Carlos Baccelli, pelo espírito Inácio Ferreira

Resumo: Nesta obra, o Dr. Inácio Ferreira – psiquiatra uberabense desencarnado em 1988 – compartilha de suas experiências do Outro Lado da Vida e narra, detalhadamente, o desencarne e a chegada no Plano Espiritual do querido e saudoso Chico Xavier. Afirma ainda que o renomado médium mineiro foi a reencarnação do Codificador Allan Kardec.

 

Fontes :

Revistas Espíritas. Allan Kardec.

Obras Póstumas.  Allan Kardec.

Livro dos Espíritos. Allan Kardec.

O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec.

Crônicas de Além Túmulo. Humberto de Campos e Chico Xavier.

A Prece. Allan Kardec.

O Consolador. Emanuel e Chico Xavier.

Na Próxima Dimensão.  Inácio Ferreira e Carlos Baccelli.

Revista Reformador 01/2011

 

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