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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos da Revista Reformador > Cristianismo Redivivo (parte 1)

Cristianismo Redivivo (parte 1)

celcArtigos da Revista Reformador28 de dezembro de 2011 Leave a comment0

História da Era Apostólica (Século I) – Parte I

 

“Não podemos conhecer o Jesus ‘real’ através da pesquisa histórica, quer isto signifique sua realidade total ou apenas um quadro biográfico razoavelmente completo. No entanto podemos conhecer o ‘Jesus histórico’. Por Jesus da história, refiro-me ao Jesus que podemos ‘resgatar’ e examinar utilizando os instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica.”1

 

HAROLDO DUTRA DIAS

 

No Dallas Theological Seminary (Texas, USA), no mês de maio de 1965, Harold W.  Hoehner defendeu sua tese de doutorado sobre a cronologia da Era Apostólica. Seu trabalho contrariava a tradicional e respeitada posição dos eruditos do seu tempo, propondo uma completa releitura das fontes históricas sobre o tema.Ao estabelecer uma nova cronologia para o primeiro século do Cristianismo, o autor apontava a necessidade de revisar todas as conclusões dos estudiosos que o antecederam.

A tese de Hoehner foi timidamente acolhida nos meios acadêmicos, a ponto de receber o nome de “cronologia alternativa”. Atualmente, porém, vários pesquisadores têm confirmado as proposições do professor norte-americano, incorporando muitas de suas idéias.

Surpreendentemente, a leitura meticulosa dos romances psicografados por Francisco Cândido Xavier revelou um fato inusitado:

as datas estabelecidas pelo Espírito Emmanuel, nessas obras, eram freqüentemente idênticas àquelas defendidas por Harold Hoehner.

À guisa de exemplo, podemos citar três episódios da vida do Cristo:

o seu nascimento (ano 5 a.C.), o início do seu ministério (ano 30 d.C.) e a crucificação (ano 33 d.C.), todos ocorridos, segundo estes dois autores, nas datas acima especificadas. Vê-se que Jesus foi crucificado com trinta e oito anos!2 

No romance Paulo e Estêvão, o Espírito Emmanuel desenvolveu um quadro cronológico das atividades apostólicas que se assemelha àquele elaborado pelo professor do Texas. Um detalhe, porém, salta aos olhos: o romance foi psicografado no primeiro semestre de 1941, na provinciana cidade de Pedro Leopoldo (MG), ao passo que a tese foi defendida 24 anos mais tarde, na famosa universidade de teologia norte-americana.

A constatação desses fatos nos conduz a profundas reflexões sobre o caráter da Revelação dos Espíritos, e, mais especificamente, sobre o tríplice aspecto da Doutrina Espírita.

O Espiritismo é uma Ciência com identidade própria, já que possui objeto de estudo próprio (o mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo) e método de pesquisa próprio (mediunidade).

Nesse sentido, são valiosas as considerações do Codificador a respeito do assunto:

Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro.

O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente […].3

Essa relação de complementação entre a Ciência e o Espiritismo pode ser vista como união de esforços com vistas ao aprimoramento do saber humano, já que possibilita uma abordagem integral

dos problemas, levando em conta seus aspectos materiais e espirituais concomitantemente.

No prólogo deste artigo há uma citação do historiador John P. Meier, professor na Universidade Católica de Washington D. C., considerado um dos mais eminentes pesquisadores bíblicos de sua geração.

Ao estabelecer os limites da Ciência e da investigação humanas, ele adverte: “Por Jesus da história,

refiro-me ao Jesus que podemos ‘resgatar’ e examinar utilizando os instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica”.

A atitude de cautela e humildade, esboçada por inúmeros cientistas, como John Meier, tem sido o traço da Ciência pós-moderna, favorecendo o diálogo com a Doutrina Espírita, que, por sua vez, oferece subsídios valiosos, inacessíveis aos “instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica”.

Não se trata de sobrepujar a Ciência, desprezar suas conclusões, numa atitude mística incompatível com a fé raciocinada. O desafio é “complementar”, “unir”, “dialogar”, onde as duas partes estão dispostas a ouvir e falar.

As palavras do Codificador, mais uma vez, lançam inestimáveis luzes sobre a questão em debate.

A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam.

Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse.

Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. […]4 Seguindo as pegadas de Allan Kardec,Emmanuel e outros Benfeitores do mundo espiritual, o presente artigo inaugura uma nova coluna na revista Reformador, intitulada “Cristianismo Redivivo”.Nossa proposta é salientar a contribuição oferecida pela revelação espiritual no equacionamento de graves problemas relativos à história de Jesus, dos seus seguidores diretos e do Cristianismo, de modo geral, visando a apropriação, com maior segurança e legitimidade, da essência da Boa Nova, alicerce de todas as propostas de renovação veiculadas pela Doutrina dos Espíritos.

O esforço não é novo. A tarefa de unir pesquisa histórica e revelação espiritual pode ser encontrada na obra A Caminho da Luz.

Desse livro monumental, destacamos dois trechos que servem de baliza à nossa iniciativa, ao mesmo tempo em que definem os rumos da nossa busca.

Não deverá ser este um trabalho histórico. A história do mundo está compilada e feita.

Nossa contribuição será à tese religiosa, elucidando a influência sagrada da fé e o ascendente espiritual, no curso de todas as civilizações terrestres. […]5  Esse esforço de síntese será o da fé reclamando a sua posição

em face da ciência dos homens, e ante as religiões da separatividade, como a bússola da verdadeira sabedoria.6  O Espírito Emmanuel esclarece que não tem a função de repetir o trabalho dos historiadores, competindo-lhe, essencialmente, revelar o ascendente espiritual da evolução humana. Com isto, depreende-se que a leitura dos historiadores, a conjugação das informações por eles oferecidas com a revelação dos Espíritos, enfim, a pesquisa puramente humana, representa a parcela de trabalho que nos compete nessa empreitada.

Feitas estas considerações, convidamos o leitor a iniciar uma longa jornada pelos trilhos da história do Cristianismo, conjugando fé e razão, revelação mediúnica e pesquisa histórica. Dedicaremos inúmeros artigos à construção da cronologia do primeiro século do Cristianismo, utilizando, basicamente, a tese de Harold W. Hoehner e a obra Paulo e Estêvão. Paralelamente, aproveitaremos o ensejo para abordar questões históricas, geográficas, culturais e lingüísticas necessárias ao aprofundamento da análise.

Nesse caso, será indispensável recorrer à literatura especializada, relacionando-a com o acervo mediúnico de Francisco Cândido Xavier, como um todo.

Como nossa proposta é fomentar o diálogo entre Espiritismo e Ciência, por vezes será necessário esclarecer o estado atual da pesquisa acadêmica antes de cotejar os dados oferecidos pela Espiritualidade Superior.

Todavia, uma advertência se impõe.

Não se trata de oferecer todas as respostas, nem de resolver todos os enigmas. Por vezes, teremos de nos contentar com o aprimoramento de nossas indagações. Afinal de contas, saber perguntar é o primeiro passo para encontrar a verdade.

Mais uma vez, é Emmanuel que vem em nosso socorro.

Além do túmulo, o Espírito desencarnado não encontra os milagres da sabedoria, e as novas realidades do plano imortalista transcendem aos quadros do conhecimento contemporâneo, conservando-se numa esfera quase inacessível às cogitações humanas, escapando, pois, às nossas possibilidades de exposição, em face da ausência de comparações analógicas, único meio de impressão na tábua de valores restritos da mente humana.

Além do mais, ainda nos encontramos num plano evolutivo, sem que possamos trazer ao vosso círculo de aprendizado as últimas equações, nesse ou naquele setor de investigação e de análise. É por essa razão que somente poderemos cooperar convosco sem a presunção da palavra derradeira. Considerada a nossa contribuição nesse conceito indispensável de relatividade, buscaremos concorrer com a nossa modesta parcela de experiência, sem nos determos no exame técnico das questões científicas, ou no objeto das polêmicas da Filosofia e das religiões, sobejamente movimentados nos bastidores da opinião, para considerarmos tão somente a luz espiritual que se irradia de todas as coisas e o ascendente místico de todas as atividades do espírito humano dentro de sua abençoada escola terrestre, sob a proteção misericordiosa de Deus.7

Assim, está dado o primeiro passo da nossa jornada de muitas milhas. Que Deus nos abençoe os propósitos.

 

1MEIER, John P. Um judeu marginal: repensando o Jesus histórico. 3. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1993. p. 35.

2XAVIER, Francisco Cândido. Crônicas de além-túmulo. Pelo Espírito Humberto de Campos. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 15, p. 90 (a data de nascimento de Jesus será abordada com maiores detalhes em futuros artigos desta coluna).

3KARDEC, Allan. O espiritismo na sua expressão mais simples. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. III, item 16, p. 100.

5XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. “Antelóquio”, p. 11. 6Idem, ibidem. “Introdução”, p. 13.

7XAVIER, Francisco Cândido. O consolador.  Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. “Definição”, p. 20.

Reformador 06/2008

 

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