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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos da Revista Reformador > Dr. March – Uma vida dedicada à caridade

Dr. March – Uma vida dedicada à caridade

celcArtigos da Revista Reformador28 de dezembro de 2011 Leave a comment1

Recentemente, quando estudávamos para fazer uma apresentação no X Encontro Estadual Espírita-Esperantista do Estado do Rio de Janeiro, ocorrido no dia 7/12/03, na sede da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (FEERJ), tivemos a atenção despertada para uma informação contida no livro O Esperanto na Visão Espírita, de Ismael Gomes Braga, editado pela Societo Lorenz. Já sabíamos que Lázaro Luís Zamenhof, o criador do Esperanto, tinha sido médico na Polônia, de início como clínico geral para depois dedicar-se à Oftalmologia. Mas não sabíamos que ele havia passado por agruras financeiras.

Para obter, em um dia de trabalho, o rendimento que um médico, no centro de Varsóvia,

conseguia atendendo a cinco clientes, o Dr. Zamenhof tinha que atender a mais de trinta. Foi, verdadeiramente, um apóstolo da Medicina.

E, como nos encontrávamos em Niterói, cidade onde está sediada a FEERJ, nada melhor do que incluir em nossa fala a história de um homem que foi igualmente apóstolo da Medicina e esperantista, que viveu grande parte de sua vida na ex-capital fluminense.

Estamos falando do Dr. Guilherme Taylor March, médico homeopata, presidente honorário do Instituto Hahnemanniano do Brasil.

Embora havendo conhecido o Esperanto já na idade madura, o Dr. March serviu-se dele para corresponder-se com médicos homeopatas de diversas partes do mundo.

De inteligência invulgar, mas profundamente humilde, ele conheceu a Homeopatia quando ainda era um jovem estudante de Medicina. Residia o Dr. March na capital do Império, na cidade do Rio de Janeiro, e é então quando um jovem empregado adoece e é atendido por um médico homeopata.

Depois de demorada consulta, prescreveu os remédios que deveriam ser tomados de hora em hora, e Guilherme, o futuro Dr. March, ofereceu-se para velar a noite toda junto ao doente. Quando o médico voltou no dia seguinte, para a visita ao enfermo, encontrou-o de volta aos seus afazeres de caixeiro, plenamente restabelecido. Isso impressionou Guilherme e certamente o influenciou para sua entrega total à ciência homeopática.

Não dando certo a sua clínica no Rio de janeiro, aceitou o convite que um amigo lhe fez e veio morar e trabalhar em Niterói, antiga capital da Província do Rio de Janeiro, onde se estabeleceu num imóvel alugado no centro da cidade.

Foi o primeiro médico homeopata de Niterói e, como sempre acertava em seus diagnósticos receitando o remédio correto, sua fama se espalhou pela cidade, que então

contava com pouco mais de dez mil habitantes. Não cobrava consulta.

Quem podia, pagava como o desejasse.

Essa prática quase o levou à falência completa, enquanto os aluguéis do imóvel onde morava e trabalhava se avolumavam sem qualquer solução à vista.

Foi quando aconteceu algo que, nos dias atuais, se torna quase inexplicável: a população da cidade, extremamente grata a ele, dá-lhe uma casa de presente! Fato iné-

dito na história do País, tamanha era a gratidão do povo por ele! O imóvel ficava situado no bairro do Barreto, próximo ao centro de Niterói. Quem chegava do Rio pelas barcas devia tomar um bonde com destino à vizinha São Gonçalo, e ao perguntar ao motorneiro

(condutor do bonde) onde ficava a casa do Dr. March, ele informava que não tinha como errar. Ao chegar em frente à sua casa, o motorneiro gritava: “Casa do Dr. March!”

O efeito era surpreendente: o bonde ficava quase vazio! A procura era tamanha que, a um seu pedido, o povo construiu, nos fundos de sua casa, uma pequena vila de quartos,

para que ele atendesse aos necessitados de toda ordem, os quais viajavam dias a pé para consultar-se.

As pessoas chegavam e encontravam um lugar para descansar, roupas limpas, e sempre havia uma sopa fumegante no fogão para saciar-lhes a fome do corpo.

O Dr. March ganhou tanta notoriedade que não tinha mais como dormir em sua cama. Atendia até cerca de meia-noite, tendo iniciado seu labor já às seis da manhã, e a um leve toque em sua porta, que dormia destrancada, ele pulava da rede de lona que armava na sala e atendia ao doente.

Homens como esse não ficam muito tempo na Terra. E uma insidiosa doença levou-o ao leito, o que, todavia, não o impediu de continuar clinicando. Deitado no leito, transformou seu quarto num consultório e atendia às pessoas ali mesmo. Nessa época, havia ganhado uma pequena farmácia, que montou em sua própria casa e onde sua filha Eponina manipulava os remédios por ele receitados. Os doentes já saíam com o remédio

pronto.

Pelo inusitado, uma outra ocorrência, ligada ao prestígio do Dr. March, merece registro. Os farmacêuticos da cidade, ao atenderem um cliente com receita assinada por ele, perguntavam se a pessoa podia pagar o remédio. A resposta era quase sempre negativa, mas o remédio era fornecido gratuitamente, como expressão de respeito a uma

pessoa que aos olhos de todos era o anjo bom do povo naquela época.

A doença insidiosa progrediu de uma tal forma que o Dr. March entrou em coma. Foi quando ocorreu mais um lance emocionante de sua extraordinária vida. Um de seus filhos era bancário e, ao finalizar um atendimento, deu ao cliente seu cartão de visita, em que figurava o nome March. O cliente, curioso com aquela coincidência, pergunta-lhe se ele tinha algum parente que já havia morrido e que assinava “G. March”. Ele respondeu, assustado, que quem assinava assim era seu pai que, entretanto, estava vivo, em coma,

mas vivo. O cliente então lhe mostra uma receita homeopática adquirida no dia anterior, pela via da psicografia. Explicou-lhe que através de uma jovem sonâmbula, residente num bairro pobre não muito distante do centro da cidade, de nome Engenhoca, o Espírito de um médico, que se assinava “G. March”, estava atendendo a muita gente… Era o Dr. March que, desdobrado, atendia aos deserdados de toda a sorte.

Mas, chegou o dia em que ele teve que partir. E Niterói cobriu-se de luto. Foi o enterro mais concorrido daquela época. Podemos afirmar que todos os habitantes da cidade, beneficiados ou não por ele, acorreram às ruas para saudar o cortejo fúnebre. Um trecho de poucos quilômetros, que poderia ser percorrido em no máximo meia hora, levou mais de seis horas para se completar. Era o povo que não deixava passar o cortejo a transportar o corpo daquele que ficou conhecido como o “Pai dos Pobres” de nossa região.

Poucos meses depois, na sede histórica da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, numa sessão nobre, é proposta a criação de um Instituto que tivesse o nome do Dr. March e que fosse destinado a meninas órfãs. E, no início da década de trinta do século passado, numa memorável tarde de verão, católicos, protestantes, judeus, maçons reuniram-se aos espíritas fluminenses para fundar o Instituto Dr. March. Chico Xavier ficou ciente do ocorrido. Nessa época, sua mãe, Maria João de Deus, lhe havia ditado o livro Cartas de uma morta, e ele resolveu doar os direitos autorais para o nascente Instituto, que funciona até hoje, não mais com meninas órfãs, mas como uma creche gratuita que atende a quase trezentas crianças.

Homens como esse, histórias como essa, não podem ficar esquecidos.

Por isso, estamos preparando a edição de um livro sobre a vida desse apóstolo da Medicina, que se utilizou do Esperanto para aprimorar-se na ciência homeopática.

Ele soube, sem dúvida, devotar- se à prática do Bem, associando-a aos ideais da fraternidade universal inscritos no estandarte do Esperanto.

Ao Dr. March, nossa eterna gratidão.

 

Hélio Ribeiro Loureiro

Reformador/Junho 2004

 

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