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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > Palestras > Fé Raciocinada, palestra 29.01.25

Fé Raciocinada, palestra 29.01.25

celcPalestras13 de maio de 20251

 

FÉ RACIONADA

CELC – 29.01.25 Graziela

1.- AGRADECIMENTO:

Primeiramente, gostaria de agradecer à Deus por me trazer a esta casa, por vias não tão doces e retas, mas, muitas vezes amargas e sinuosas; agradecer a Jesus por me permitir abrir não só meu coração, mas principalmente meus olhos espirituais; agradecer ao professor Allan Kardec pelo privilégio de partilhar dessa doutrina esclarecedora; e, ninguém menos importante, que minha família, minha mãe, pelo apoio condicional e por entenderem e compreenderem minhas regulares ausências de casa. Agradeço, ainda, aos dirigentes desta casa por me permitirem trabalhar em nome do mestre Jesus, levando palavras de conforto e carinho às pessoas e à todos meus amigos que vibram e torcem por mim. É desafiador estar aqui em cima, principalmente, falando para pessoas que vivenciam desta doutrina a anos à fio. Espero não desapontá-los e sintam-se abertos para quaisquer apontamentos, esclarecimentos e correções. Que Jesus me conduza e que abençoe à cada um de vocês.

2.- RAZÃO DO TEMA:

Quando o convite me foi ofertado, pensei em diversos temas a serem abordados. A princípio, havia escolhido um tema mais científico, que muito me chama à atenção, mas, depois de refletir e refletir, declinei. Segui minha intuição e minha linha de estudos de quinta-feira, que refletem mais a linha bíblica, o antigo e novo testamento e principalmente os ensinamentos de Jesus, que por sinal é o assunto que mais me cativa dentro da doutrina.

3.- SIGNIFICADO DA PALAVRA:

Dito isso, o assunto que trago esta noite às vocês é a FÉ RACIONADA, mas antes de adentrar propriamente no tema com base na doutrina espírita, quero trazer o significado da palavra FÉ. FÉ, SENTIMENTO ABSTRATO, cuja palavra é monossilábica e de um peso e uma potência que só que, de fato, viu para crer sabe do que estou falando. Acredito que todo mundo aqui, se buscar lá no íntimo, encontrarão e terão situações e relatos de fé e milagres alcançados.

A palavra fé pode ser entendida de várias maneiras dependendo do contexto à ela empregado. Trata-se de um substantivo feminino que, no geral, se refere à crença ou confiança em algo, muitas vezes de natureza religiosa, como a crença em Deus propriamente dita ou em princípios e fatos espirituais, como também pode se referir à confiança em si mesmo ou em outrem.

4.- O INÍCIO: ANTIGO TESTAMENTO – MOISÉS/ JESUS/ 3ª REVELAÇÃO – O CONSOLADOR”

Para falar de Fé racionada eu preciso antes de qualquer coisa voltar ao princípio, lá no antigo testamento. O antigo testamento é a coleção de textos sagrados que incluem a lei Torá, os profetas e os Escritos. Estes livros foram escritos em diferentes períodos da história de Israel e contem a história do povo judeu, seus princípios de fé e as promessas de Deus à Israel.

Do ponto de vista Cristão, o antigo testamento prepara o terreno para a vinda de Jesus. Muitos cristãos veem no livro, predições e tipos que apontam para a vida e obra de Jesus Cristo, como por exemplo, as profecias messiânicas, o conceito de sacrifício e redenção e a ideia de um salvador que viria para restaurar a humanidade.

4.1 – A.- ANTIGO TESTAMENTO:

A expectativa messiânica, ou seja, a crença na vinda de um salvador enviado por Deus está presente em várias passagens do Antigo Testamento, mas é importante notar que, enquanto no judaísmo essa vinda ainda é aguardada, uma vez que eles não consideram a chegada do Cristo como sendo o Messias; no Cristianismo, ao contrário, a vinda do Mestre já é entendida como cumprida em Jesus Cristo.

Aqui vou abrir um parêntese para pontuar uma situação: muitos dos profetas romantizavam, nos termos atuais, a vinda do Cristo como sendo um guerreiro, acreditavam que Ele iria chegar em uma carruagem de fogo, rasgando os céus, e outros colocavam o Messias como um mero sofredor. Vale lembrar que naquela época o propósito do povo hebreu era libertar seu povo do império Romano e uma das coisas que os judeus mais odiavam era ter que pagar os tributos e adorar à César, e isso, estávamos falando em mais ou menos 1.200 anos A.C.

Uma das principais promessas messiânicas no Antigo Testamento está em Samuel, capítulo 7, versículo 12 a 16, onde Deus faz uma aliança com o rei Davi, prometendo que um de seus descentes reinaria para sempre e que diz assim:

“Quando teus dias se cumprirem e tu repousares com teus pais, suscitarei depois de ti o teu descendente, que sairá de ti, e confirmarei o seu reino. Ele edificará uma casa ao meu nome, e estabelecerei o trono do seu reino para sempre”.

Essa promessa é frequentemente vista como a promessa de que o Messias viria da linhagem de Davi, tal qual como ocorreu. No cristianismo, essa promessa é interpretada como sendo cumprida em Jesus, que é o “FILHO DE DAVI”.

Na promessa messiânica de Isaías, capítulo 9, versículo 6 e 7, fala de um rei futuro que trará justiça e paz e diz o seguinte:

“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado e o principado estará sobre os seus ombros; e o seu nome será maravilhoso conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz… Ele estenderá o império e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para estabelecer e para firmar como juízo e com justiça, desde agora e para sempre”.

Esse versículo é visto com clara referência ao Messias, um governante justo e divino, o príncipe da Paz, termo frequentemente associado à Jesus, especialmente no Novo Testamento. Outra passagem importante no livro de Isaías é a do Servo Sofredor (Isaísas 53), que descreve como um servo que sofrerá pelos pecados do povo, o que muitos entendem como a crucificação de Jesus, como sua rejeição, mas sua morte traz cura e redenção, e ela diz assim: (olhem que bonito):

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras foram saradas”.

4.1 – B.- MOISÉS:

Impossível falar na anunciação do Cristo sem atrelar o fato à Moisés – considerado A PRIMEIRA REVELAÇÃO, o escolhido por Deus para libertar o povo de Israel da escravidão no Egito e conduzi-los à Terra prometida.

Essa libertação foi vista como uma prefiguração da libertação espiritual trazida por Jesus que liberta a humanidade do pecado e da morte. Assim como Moisés libertou fisicamente o povo, Jesus viria para libertamos espiritualmente. Sua maior tarefa foi combater a idolatria e lutar contra a tendência de adoração à falsos deuses, enfrentou a tentação do povo de seguir seus ídolos e falsear o culto à Deus, tomando ações drásticas quando necessário, como no caso do bezerro de ouro, que todos já devem ter ouvido falar. Suas leis enfatizaram constantemente a fidelidade exclusiva à Deus.

No livro de Deuteronômio, 18:15, Moisés profetiza que Deus levantaria um profeta semelhante à ele, a quem o povo deveria ouvir e obedecer e ela diz assim: “O senhor, teu Deus, te levantará do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás.

Moisés foi o libertador do povo de Israel, mas Jesus foi considerado o libertador da humanidade. Moisés deu a Lei, mas Jesus veio cumpri-la. Moisés conduziu Israel pelo deserto em direção à Terra prometido, mas Jesus ofereceu a verdadeira Terra prometida: o Reino de Deus, onde todos podem encontrar a paz e a salvação.

Essa passagem está em Mateus, capítulo 5, versículo 17, no Sermão da Montanha e fala assim: “não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim revogar, mas cumprir”.

4.2.- JESUS:

Jesus representa a segunda revelação de Deus à humanidade, ou seja, Deus se revela de maneira plena e definitiva em Jesus Cristo. O novo testamento descreve a vida, os ensinamentos, a morte e a ressureição de Jesus que é visto como o cumprimento das promessas feitas no antigo testamento. Jesus é considerado o Messias, o “ungido” e a sua vinda é entendida como a realização de várias profecias.

Através de seus ensinamentos, ações e principalmente sua morte na cruz, Jesus traz uma nova maneira de entender Deus, a salvação e a relação com a humanidade. Ela apresenta a mensagem de amor, perdão, reconciliação e vida eterna.

No evangelho de João, capítulo 1, vs 1 a 14 há uma referência clara a Jesus como a palavra de Deus feita em carne, o que significa que Ele é a expressão visível e plena da mensagem de Deus para a humanidade: “no princípio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e a palavra era Deus. E a palavra se fez carne e habitou entre nós, cheia de graça e de verdade.

Em várias passagens do evangelho Jesus se apresenta como o meio de conhecer o Pai: “quem me vê a mim, vê o Pai” – João 14:9.

Jesus nos revela a natureza de Deus, especialmente no que se refere ao seu amor, misericórdia e graça! Nada mais é que uma aliança estabelecida, onde Deus, num primeiro momento, oferta uma aliança com o povo de Israel, estabelecendo, por meio dos 10 mandamentos prescritos por Moisés, o pacto da Lei e após, através da vinda do Messias, uma nova aliança, que é a expressão máxima do amor de Deus, onde nos enviou seu filho ao mundo para demonstrar que seu amor pela humanidade não tem limites, mesmo diante do pecado e da rebelião. Jesus é a resposta de Deus para a nossa necessidade de perdão, reconciliação, transformação e esperança de vida eterna.

Jesus durante todo seu período na matéria, se dedicou a curar e restaurar fisicamente os necessitados, como também, veio trazer a cura espiritual, a libertação dos pecados e a promessa da vida eterna.

Um dos momentos mais significativos entre Moisés e Jesus é destacado no novo testamento, na transfiguração de Jesus, no qual Jesus leva três de seus discípulos; Pedro, Tiago e João a uma montanha e alí, Ele é transfigurado diante deles, seu rosto brilha como o sol e suas vestes se tornam brancas como a luz. Aparecem Moisés e Elias, conversando com Jesus sobre sua morte e uma voz divina declara: ESTE É O MEU FILHO AMADO, A ELE OUVI. Este momento revela a glória divina de Jesus confirmando sua identidade como o filho de Deus e o cumprimento da Lei e dos profetas, representados por Moisés e Elias, assim como também nos destaca a importância de ouvir e seguir Jesus.

Acontece, que mesmo Jesus fazendo tudo o que fez, muitos não acreditavam nele, tanto é que se passaram mais de 300 anos de sua morte para que o Cristianismo de fato tomasse força, Fato é, que após sua morte, uma das primeiras pessoas a vê-lo foi Maria Madalena que se encontrava chorando junto ao seu sepulcro vazio. Inicialmente ela não reconhece o mestre, e assim que ele a chama pelo nome ela confirma ser Jesus Cristo.

E Ele diz à Madalena: não me toques, porque ainda não subi para o meu Pai; mas vai a meus irmãos e diz-lhes: SUBO PARA MEU PAI E VOSSO PAI, PARA MEU DEUS E VOSSO DEUS (João – 20:17). Maria Madalena anuncia aos discípulos que Jesus estava vivo e que iria se apresentar ao Pai e no evangelho de João, capítulo 14, cs 16 e 17 Jesus nos afirma:

“E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre, o espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós os conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós”.

4.3.- O CONSOLADOR:

No espiritismo, o termo consolador tem um significado profundo e está associado ao Espírito Santo mencionado por Jesus. De acordo com o professor Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, o consolador é uma força espiritual que viria para orientar, esclarecer e consolar a humanidade, especialmente em tempos de sofrimento e ignorância. Essa ideia está ligada ao progresso espiritual e à evolução do entendimento humano.

Para o espiritismo, o consolador é a doutrina que traz a verdade e o esclarecimento sobre os mistérios da vida, da morte, e da espiritualidade, com base nos ensinamentos de Jesus, mas como uma denotação mais ampla, incluindo a reencarnação e a comunicação com o plano espiritual.

No livro consolador, pelo espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, no capítulo 3.4. que fala do ESPIRITISMO, e no tópico 1 – DA FÉ, diz o seguinte: Devemos reconhecer no espiritismo o Cristianismo Redivivo? E o espírito de Emmanuel responde: o espiritismo evangélico é o consolador prometido por Jesus, que, pela voz dos seres redimidos, espalha as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.

Aqui, uma observação. Da era Moisés, que foi a primeira revelação, até a vinda do Messias, nosso Senhor Jesus Cristo, passaram-se por volta de 1.200 anos. Do Cristo até a terceira revelação, que é considerada a chegada do Consolador – o espiritismo, passaram-se mais quase 1.700 anos. Considerando que a doutrina espírita surgiu em 1857, através do primeiro livro codificado que é o Livro do Espíritos, será que ainda falta mais 1.500 para mais uma etapa de progresso espiritual? Imaginem quantas reencarnações passaremos até lá!

A chegada do Consolador, no século XVII, mais uma vez acontece de forma discreta e silenciosa. No inverno europeu, na Cidade Luz, Paris, França, pessoas se reuniam para assistirem às famosas mesas girantes (considerada na época como uma atração teatral), onde um grupo de espíritos familiares do Cristo reencarnam para codificar a doutrina através da ajuda do professor Hyppolyte Léon Denizard Rivail, cujo pseudônimo adotado à época foi Allan Kardec.

Kardec, nascido em Lyon, França, em 1804, foi responsável por compilar e organizar os ensinamentos recebidos por meio de médiuns em diversas sessões de comunicação com os espíritos. Esses ensinamentos foram sistematizados em uma série de obras, sendo a primeira e mais conhecida – O Livro dos Espíritos, publicado em 1857, que fundamenta os princípios do espiritismo, como a reencarnação, a moral cristã, e a comunicação com os espíritos.

Além de O Livro dos Espíritos, Kardec escreveu outras obras importantes, como O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, entre outras, que aprofundam e expandem os ensinamentos do espiritismo.

Olha que curioso, quando Kardec foi escrever o Evangelho segundo o Espiritismo, ele se retirou para um sítio sem contar nada à ninguém, pois, considerava aquela obra a maior de todas as obras e sentia a necessidade de fazê-la em um ambiente mais isolado e pacífico, para melhor concentração do seu trabalho. Esse retiro ocorreu por volta de 1863 e foi publicada em 1864, e que se tornou um dos pilares do espiritismo, oferecendo uma interpretação mais profunda e moral dos ensinamentos de Jesus à luz da doutrina.

O espiritismo surge então como uma chave, que esclarece e explica as palavras do Mestre, por isso que tanto ouvimos: JESUS É A PORTA E KARDEC É A CHAVE.

5.- A FÉ E O ESPIRITISMO

Dito isso, fica mais fácil compreender que a doutrina espírita, sem dúvidas, veio proporcionar uma visão mais clara sobre a fé, eu chego a pensar até na palavra ACEITAÇÃO. Especialmente porque a fé, no contexto espírita não é considerada apenas uma crença cega, mas um entendimento racional das leis espirituais, e da imortalidade da alma.

A FÉ, segundo a doutrina está intimamente ligada ao conhecimento, à razão e à moralidade. Dizia Kardec que a fé deve ser RACIOCINADA e acompanhada de evidências, não se tratando como uma superstição ou um mistério.

Para compreender a fé segundo a doutrina espírita, é necessário adentrar em alguns de seus princípios fundamentais, que são eles:

1 – .Entendimento da Natureza de Deus e da Criação: A doutrina espírita ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas (livro do espíritos – capítulo 1), e a criação é um processo contínuo de evolução. Compreender essa visão pode e vai (eu afirmo) fortalecer a fé, pois ela traz a ideia de que tudo tem uma razão, até mesmo os desafios da vida.

2 – O Princípio da Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito: A reencarnação e a lei de causa e efeito ajudam a entender que cada ação tem consequências e que a vida não se resume a uma única existência. Isso reforça a fé, pois oferece uma perspectiva de justiça universal e de aprendizado contínuo.

3 – Moral Cristã: A fé espírita é profundamente ligada aos ensinamentos morais de Jesus, como a caridade, o perdão e a humildade. A prática desses ensinamentos não só refina a moralidade, mas também fortalece a conexão espiritual, criando uma fé mais sólida e transformadora.

4.- O Papel dos Espíritos e a Comunicação Espiritual: O entendimento de que os espíritos são seres que também estão em processo de evolução, assim como nós, encarnados, e que a comunicação com eles pode trazer consolo, orientação e aprendizado, o que também reforça a fé. A mediunidade, um dos pilares da doutrina, oferece uma evidência tangível de que a vida continua após a morte física.

5- A Importância da Prática da Caridade: No espiritismo, a fé sem obras é considerada incompleta. A prática da caridade e do bem é fundamental para o crescimento espiritual. Com isso, a fé se torna não apenas teórica, mas prática, e isso a torna mais significativa e sólida.

6.- OS FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA

De uma forma mais resumida, e a exemplo dos lembretes afixados no mural do centro, quem é observador vai saber do que estou falando, logo alí atrás de vocês está a relação dos fundamentos da doutrina espírita, que são eles:

  • 1 – DEUS;

  • 2 – IMORTALIDADE DA ALMA;

  • 3 – COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS;

  • 4 – REENCARNAÇÃO;

  • 5 – PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS;

  • 6 – LEI DE CAUSA E EFEITO;

  • 7 – FÉ RACIOCINADA;

  • 8 – MORAL DOS ENSINAMENTOS DE JESUS;

  • 9 – PRÁTICA DA CARIDADE;

  • 10 – EVOLUÇÃO

É no item 07 dos princípios que encontramos a FÉ RACIOCINADA.

Essa FÉ RACIOCINADA refere-se à ideia de uma fé que é fundamentada na razão, no entendimento lógico e na observação dos fenômenos espirituais. É aquela que, ao mesmo tempo em que aceita a existência de uma realidade espiritual, busca compreender essa realidade por meio do raciocínio e da observação, respeitando a lógica e os princípios da ciência.

No Espiritismo, a fé é vista como uma ferramenta importante para o desenvolvimento moral e espiritual, mas ela deve ser associada ao raciocínio e ao discernimento.

E eu pergunto para vocês, quais foram os motivos que os levaram à frequentar um centro espírita? São espíritas de berço, ou assim como eu, chegaram à esta casa motivados por um sofrimento? Já pararam para pensar sobre isso? O meu sofrimento sustentado pela minha fé, permitiu que eu chegasse aqui e que pudesse mudar o rumo da minha vida, bastante eu crer! E eu vi para crer, eu me esforcei, busquei aprender muita coisa para hoje poder dividir um pouquinho do que eu já sei como vocês. Isso é fé, a minha fé em acreditar que dias melhores viriam e virão é o que tem me sustentado no meu propósito.

Mas confesso que quando cheguei a essa casa fiquei muito reflexiva com a forma que a fé aqui é interpretada. Eu sempre fui uma pessoa que acreditava ter muita fé, mas, recordo-me de questionar e até mesmo me revoltar quando a “minha fé” (leia-se AS minhas vontades) não coincidiam com os planos de Deus (e reparem – a maioria das pessoas que não conhecem a doutrina, associam sua fé à uma determinada conquista, seja ela uma cura ou uma conquista material.

Escrevendo sobre o assunto, me coloquei a pensar e pude ver que minha primeira grande prova de “falta de fé” foi não entender a razão de perder meu pai. Ué, cadê Deus que não ouve minhas súplicas? Porque um jovem senhor de 55 anos teve sua vida ceifada por um câncer maligno e num piscar de olhos todos aqueles sonhos se acabaram. Eu tinha planos, eu sonhava em tirar habilitação e levar meu pai pra passear, eu queria meu pai me levando até meu noivo no dia do meu casamento, eu queria meu pai perto de mim no dia do nascimento da minha filha! Mas não….ainda que minha fé era vital em imaginar que naturalmente esse ciclo da vida se cumpriria, como acontece com a maioria, não aconteceu. Minha fé falhou?

Nasci e fui criada dentro da igreja católica e por muitos anos fiquei condicionada a seguir os preceitos daquela ideologia, e pior (rs), sem questionamentos, mesmo havendo evidências que contradiziam minha crença, mesmo minhas promessas não se concretizando. E aí está a grande diferença entre o espiritismo e as demais religiões, aqui a gente compreende que nem tudo aquilo que queremos e almejamos, de fato sejam os planos de Deus.

E eu pergunto, existem formas de fé?

7.- FORMAS DE FÉ:

E eu vos afirmo que sim, a fé, sentimento abstrato (a gente não pega, não vê, mas sabe que ela existe – pelo menos esperamos que essa centeia esteja viva no coração de cada um), pode se manifestar de várias formas: Existe…

A FÉ Religiosa: No contexto religioso, é a crença em algo divino, como Deus ou uma força superior, que guia e orienta as ações e a vida do indivíduo. É uma confiança no que não se vê ou não se pode comprovar de maneira material, mas que é sustentada por valores espirituais e pela experiência pessoal de conexão com a espiritualidade.

A FÉ Pessoal e emocional: Também pode se referir à confiança em si mesmo, nas próprias capacidades ou em outras pessoas. Ter fé em alguém pode ser acreditar que essa pessoa cumprirá uma promessa ou agirá de acordo com princípios de honestidade e lealdade.

A FÉ Filosófica ou existencial: A fé pode se manifestar como uma confiança em algo além da razão pura, sendo uma escolha de acreditar em algo mesmo diante de incertezas ou desafios.

Em todos esses casos, a fé envolve uma disposição para acreditar sem uma certeza absoluta, sendo muitas vezes associada à esperança, à perseverança e ao propósito.

8.- PRINCÍPIOS DA FÉ RACIOCINADA:

Assim, para nós, espíritas, a fé raciocinada compreende os seguintes fatores:

  • – ela se apoia na lógica e nos fatos;

  • – não rejeita a razão e se prende à verdade;

  • – é clara e indubitável;

  • – não se impõe nem se prescreve;

  • – pode ser adquirida por qualquer pessoa.

9.- FÉ E O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO:

Tamanha a importância do tema que o professor Allan Kardec codificou um capítulo inteiro para falar da fé.

A fé é abordada no “Evangelho Segundo o Espiritismo” em seu Capítulo XIX, sob o título de “A Fé Transporta Montanhas”. Neste capítulo, o professor Allan Kardec discerta a importância de uma fé que se baseia no entendimento e na razão, ao invés de uma fé cega ou supersticiosa. Kardec explica que a verdadeira fé, capaz de operar transformações e superar obstáculos, é aquela que se alicerça no conhecimento das leis divinas e espirituais, que são racionais e podem ser compreendidas pela mente humana. Esse tipo de fé, portanto, não se opõe à razão, mas a complementa, sendo racional e lógica.

Quando eu falo em fé, várias passagens me veem à mente e uma, muito marcante, acredito que para a maioria das pessoas, é a descrita na passagem de Mateus, em seu capítulo XVII, versículo de 14 a 20 que diz o seguinte:

Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se aproximou dele, lançando-se de joelhos a seus pés e lhes disse: Senhor, tende piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, porque ele cai frequentemente no fogo e na água. Eu o apresentei aos vossos discípulos, mas eles não o puderam curá-lo. — E Jesus responde, dizendo: Óh raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui essa criança. (parece que estou vendo minha mãe gritando – Graaaaazielaaaaaa -rs — E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. — Então, os discípulos vieram encontrar Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? — Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali, e ela se transportaria, e nada vos seria impossível.

9.1.- FÉ RACIOCINADA E FÉ CEGA:

As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má vontade com que se deparam os homens. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da humanidade. A fé robusta gera perseverança, energia e os recursos que fazem vencermos os obstáculos nas pequenas como nas grandes coisas. A fé que é vacilante resulta na incerteza e na hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer – É A FÉ DUVIDOSA – acredito sem acreditar.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando está estimulada pelo interesse, torna-se colérica e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece.

A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, porque sabe que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus.

9.2.- FÉ INABALÁVEL:

O item 7 do capítulo 19 diz o seguinte:

A fé não se prescreve, ela não se recomenda, mas se adquire. E não há ninguém que esteja privado de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais fundamentais e não desta ou daquela crença particular. Não cabe à fé ir à eles, mas eles irem ao encontro da fé, e se a procuram com SINCERIDADE, a encontrarão.

Escrevendo isso, lembrei de uma conversa que tive com minha irmã uma certa vez, ela me disse, Gordinha, gostaria de ter sua fé, acreditar como você acredita. Aquilo me deixou pensativa e no fundo triste. Como uma pessoa pode não ter fé, não acreditar nas obras e no amor de Deus para conosco?

E aí o evangelho vem e nos esclarece: em certas pessoas, a fé parece de alguma sorte inata, uma centelha basta para desenvolvê-la, essa “facilidade” é um sinal evidente de progresso anterior. Vejam: ELAS NÃO PENETRAM SEM DIFICULDADES. A resistência do incrédulo prende-se frequentemente menos a ele do que à maneira pela qual se lhes apresentam as coisas. Não basta apenas o CRER PARA VER, e sim, é preciso COMPREENDER. Dessa forma, o ESSE assegura que não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade.

Esse é o resultado que o espiritismo conduz e triunfa também na incredulidade todas as vezes que não encontra oposição sistemática e interessada.

9.3.- A PARÁBOLA DA FIGUEIRA SECA:

Encontramos, ainda, no capítulo XIV, a parábola da figueira seca, que diz o seguinte:

“Quando saírem de Betânia, Jesus teve fome e vendo de longe uma figueira foi ver se podia nela encontrar frutos. E tendo-se aproximado, não encontrou senão folhas, porque não era tempo de figos. Então Jesus disse à figueira: Que ninguém coma de ti nenhum fruto e seus discípulos ouviram. No dia seguinte, passando pela figueira, viram que ela havia se tornado seca até a raiz. E Pedro, lembrando-se das palavras de Jesus, lhes disse: Mestre, vede como a figueira que amaldiçoastes ficou seca. Jesus, tomando a palavra, lhe disse: tende fé em Deus. Eu vos digo, em verdade, que todo aquele que disser a essa montanha: Transporta-te daí e lança-te ao mar e isso sem hesitar o coração, mas crendo firmemente que tudo o que houver dito acontecerá, ele o verá com efeito acontecer (São Marcos, capt XI, v 12,13, 14, 20 a 23).

A figueira seca é o símbolo das pessoas que não tem senão as aparências do bem, mas em realidade, não produzem nada de bom; oradores que possuem mais brilho que solidez, que agradam aos ouvidos, mas não ao espírito. É o emblema de todas as pessoas de tem meios de serem úteis e não são. Nessa lição, Jesus nos alerta sobre a necessidade de produzir frutos espirituais autênticos em nossas vidas, ou seja, de praticar a verdadeira caridade e vivenciar as virtudes cristãs de maneira profunda e sincera, pois, o que falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé que transporta montanhas, por isso que Jesus as condena à esterilidade.

Isso simboliza a ideia de que não basta parecermos virtuoso por fora – é necessário que as pessoas pratiquem as virtudes, especialmente a caridade, para que sua fé tenha frutos verdadeiros.

9.4.- A FÉ, MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE:

E atrelado a esse entendimento, já passando para o item 11, que diz, a fé, para ser proveitosa tem que ser ativa, não deve se entorpecer. Ela (a fé), mãe de todas as virtudes que conduzem à Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento das filhas que dela nascem: a esperança e a caridade, e juntas, as 3 virtudes forma-se uma trindade inseparável.

Portanto, meus amigos, a verdadeira fé é aquela acompanhada de ações, como consta no evangelho de Tiago, capítulo 2, v 26, “Como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.”

Jesus aqui está virando para gente e dizendo…vai meu filhos, chega de cruzar os braços e esperar! De nada adianta esperar em promessas, sem que haja um compromisso real com a prática da caridade, da humildade e do perdão. A fé deve ser um motor de ação, de mudança, e não algo que apenas seja proclamado sem efeito no comportamento do indivíduo

E o item 11 fecha da seguinte forma: Amai a Deus, mas sabeis porque o amais, crede em suas promessas, mas sabei porque nela credes; segui nossos conselhos, mas inteirai-vos do fim que vos mostramos e dos meios que vos trazemos para atingi-lo. Crede e esperai, sem jamais fraquejar: os milagres são a obra da fé (José, espírito protetor, Bordéus, 1862).

9.4.- FÉ DIVINA E FÉ HUMANA:

E para encerrarmos o capítulo XIX, falarei um pouco sobre a FÉ DIVINA E A FÉ HUMANA.

A fé humana, segundo Kardec, está relacionada à confiança e à crença nas coisas materiais e nas relações humanas. Ela é baseada em evidências e experiências concretas da vida cotidiana. Essa fé é muitas vezes associada à confiança nos outros, nas ideias, na ciência ou em instituições, e é algo que podemos chamar de “fé relativa”. No entanto, Kardec nos adverte que, muitas vezes, a fé humana é limitada e pode ser falha, pois pode ser influenciada por ilusões, enganos ou interesses egoístas. Portanto, a fé humana sozinha não é suficiente para o verdadeiro crescimento espiritual, pois ela não alcança o nível das verdades divinas. A fé humana é, então, uma base para que possamos entender o mundo ao nosso redor, mas ela deve evoluir para algo mais profundo e duradouro.

Já a fé divina é aquela que vem do entendimento das verdades espirituais, da confiança em Deus e nas leis universais que governam o planeta. Essa fé é inabalável porque é fundamentada na razão e no conhecimento das leis divinas, sendo uma fé que transcende a razão materialista e se alinha com as leis de Deus, como a justiça, a caridade e a evolução espiritual. A fé divina é a confiança em algo maior que não pode ser visto fisicamente, mas é sentido e compreendido através da razão e da experiência espiritual. Ela é a fé que leva à transformação interior, que inspira o ser humano a viver de acordo com os ensinamentos de Jesus e a compreender a verdadeira natureza da vida e do espírito.

10.- OUTRAS CITAÇÕES:

10.1.- O ESPÍRITO DA VERDADE:

Fiz, ainda, um compilado de citações sobre o tema em algumas obras da doutrina, como por exemplo, no livro “O ESPÍRITO DA VERDADE”, em seu capítulo 29, SE TENS FÉ, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Chico e Waldo Vieira, que diz o seguinte:

Na Doutrina Espírita, fé representa o dever de raciocinar com responsabilidade de viver.

Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.

Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.

Transitarás no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.

Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por miséria extrema do espírito e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.

Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.

Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual se a oração sem as boas obras te outorgasse direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas.

Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei.

Ainda, no livro “O ESPÍRITO DA VERDADE”, em seu capítulo 38, A PAIXÃO DE JESUS, pelo espírito Ewerton Quadros, psicografia de Chico e Waldo Vieira, diz o seguinte:

A fé espírita reside no justo meio-termo do bem e da virtude.

Nem o silêncio perpétuo da meia-morte, que destrói a naturalidade, nem a fala medrosa da inibição a beirar o ridículo.

Nem olhos baixos de santidade artificiosa, nem anseio inexperiente de se impor a todo preço.

Nem cumplicidade no erro, na forma de vício; nem conivência com o mal, na forma de aparente elevação.

Fé espírita é libertação espiritual. Não ensina a reserva calculada que anula a comunicabilidade, constrangendo os outros, nem recomenda a rigidez de hábitos que esteriliza a vida simples. Nem tristeza sistemática, nem entusiasmo pueril.

Abstenhamo-nos da falsa ideia religiosa, suscetível de repetir os desvios de existências anteriores, nas quais vivemos em misticismo acabrunhante. Desfaçamos os tabus da superioridade mentirosa, na certeza de que existe igualmente o orgulho de parecer humilde.

O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante. Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as ideias ou tolher as manifestações, é vacinação contra o convencionalismo absorvente.

Busquemos a verdadeira paixão de Jesus, convivendo com ele, sentindo-lhe as dores, e servindo-o sem intenções secundárias, conforme o “amai-vos uns aos outros” a senda maior de nossa emancipação.

10.2.- O CONSOLADOR:

No livro “o consolador”, psicografado por Chico, pelo espírito Emmanuel, no item 354, uma pergunta é feita: PODER-SE-Á DEFINIR O QUE É TER FÉ? E Emmanuel responde:

-Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.

Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido.

Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo do espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor”.

10.3.- FÉ, PAZ, AMOR:

No livro fé, paz, amor, Emmanuel, através de Chico reforça: NÃO VALE CONFIAR, DESCONFIANDO SEMPRE.

10.4.- FÉ E VIDA:

No livro fé e vida, Emmanuel cita a clareza de Paulo ao escrever que o justo se elevará pela fé.

11.- CAUSAS QUE ABALAM A FÉ:

E quais seriam as causas que abalam a nossa fé? Já pararam para pensar nisso? Eu posso dizer que são elas:

FALTA DE CONHECIMENTO RACIONAL – Um dos fatores mais frisados aqui até então foi a falta de conhecimento racional, onde as pessoas acreditam em algo apenas por hábito ou tradição, sem um entendimento profundo. Essa fé cega e sem reflexão pode ser facilmente abalada em tempos de dificuldade ou de questionamento (lembram o que falei lá atrás quando passei pela experiência de perder meu pai?).

MATERIALISMO: é uma das principais causas que abalam a fé especialmente no mundo moderno. A visão materialista dessa nossa era que nega ou minimiza a existência de uma realidade espiritual pode fazer com que as pessoas percam a conexão com o divino e com as leis espirituais. A crença de que tudo pode ser explicado exclusivamente por leis físicas e materiais enfraquece a fé, já que ignora a imortalidade da alma e o propósito superior da vida.

SOFRIMENTO HUMANO: é um dos maiores desafios à fé. Quando as pessoas enfrentam grandes tragédias, perdas, ou dificuldades, muitas vezes questionam o sentido da vida e a bondade de Deus. As dificuldades e as aparências de injustiça podem levar à dúvida e ao desânimo. No entanto, a doutrina espírita ensina que o sofrimento tem um propósito dentro da lei de causa e efeito, e que é uma oportunidade de aprendizado e evolução espiritual.

FALTA DE PRÁTICA DA CARIDADE: A fé, segundo a doutrina espírita, não é apenas uma crença, mas uma prática constante, especialmente através da caridade. Quando a pessoa se afasta da prática do bem, da solidariedade e da ajuda ao próximo, sua fé se enfraquece, pois ela se torna algo meramente intelectual e não uma vivência diária.

FALTA DE CONSOLAÇÃO ESPIRITUAL: Em momentos de dor e aflição, muitas pessoas perdem a fé quando não conseguem encontrar consolo ou sentido para o sofrimento. A falta de uma visão espiritual sobre a vida e a morte, ou a falta de crença na continuidade da existência após a morte, pode abalar profundamente a fé, fazendo com que a pessoa sinta um vazio existencial. A doutrina espírita, ao ensinar sobre a imortalidade da alma e a reencarnação, oferece consolo, mas a falta dessa compreensão pode ser uma fonte de angústia que enfraquece a fé.

BOA MORAL: Outro fator que abala a fé é a falta de bons exemplos de moral e virtude. Quando as pessoas veem no mundo exemplos de egoísmo, corrupção e falsidade, muitas vezes elas se questionam sobre a existência de uma ordem moral superior. A falta de exemplos de conduta ética e espiritual na sociedade pode levar as pessoas a duvidar da existência de uma lei divina de justiça, o que prejudica sua fé.

SUPERSTIÇÃO: A doutrina espírita combate a superstição, destacando que a fé verdadeira deve ser acompanhada de entendimento, razão e prática do bem. Superstições ou crenças em forças externas, como amuletos ou rituais sem significado, podem desviar o indivíduo da verdadeira espiritualidade.

Talvez seja isso que você esteja passando e que vem abalando sua fé.

No Evangelho de Jesus, conforme Mateus, capítulo 6, versículo 25, diz o seguinte: Por isso eu vos digo: Não andeis ansiosos quanto à vossa vida. Pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber. Nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vossa vida mais do que mantimento e o corpo, mais do que o vestido? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem cegam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós, muito mais valor do que elas?

O que o texto nos quer dizer? O texto nos fala da nossa ansiedade, nossa inquietude, que nada mais é que a falta da fé! Muitas vezes a gente fica num beco sem saída, porque se exige uma resposta pronta/preparada para isso e isso pode ser mais difícil de compreender do que se pode imaginar.

Se pararmos para analisar com clareza, essa inquietude é excesso de futuro. Vivemos pensando mais no amanhã do que no que está acontecendo agora. Essa ansiedade não é o meu presente, o presente é o fato. Ela está atrelada àquilo que ainda não existe. É a ânsia de viver, ou seja, da realidade acontecer, aonde eu acelero meu pensamento para alcançar algo que os meus olhos ainda não contemplam. E é por isso que a crise se instala, é por isso que a gente se angustia, e é por isso que nossa fé fica abalada, é a PRE OCUPAÇÃO – aquilo que a gente tanto ouve nos atendimentos médicos – pré- ocupar – precipitar!

Para o Espiritismo, a fé é um antídoto importante contra a inquietude, ferramenta poderosa para ajudar a pessoa a superar um problema, uma fase ruim, uma frustração, com o apoio do autoconhecimento, do estudo, da oração e da busca pelo equilíbrio emocional.

12.- COMO AUMENTAR A FÉ?:

Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

A fé raciocinada desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Por isso, é preciso que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar, que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai conseguintemente esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Sede mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não a tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que os deixam frios e indiferentes quem as escuta. Pregai vossa fé pelo exemplo, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a verdadeira confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo por que o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo por que acreditais nelas. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.

Gosto muito da passagem bíblica que fala da tempestade acalmada, encontrada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, e que no evangelho de Marcos, em seu capítulo 4, versículo 35 a 41 diz assim:

35 Naquele dia, ao anoitecer, disse-lhe Jesus: “Vamos para o outro lado.”36 E, deixando a multidão, levaram-no consigo, assim como estava no barco. E havia também com ele outros barcos.37 E levantou-se grande tempestade de vento, e as ondas se lançavam dentro do barco, de modo que já se estava inundando.38 E ele estava na popa, dormindo sobre um travesseiro; e despertaram-no, dizendo-lhe: “Mestre, não te importa que pereçamos?”39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: “Silêncio! Cala-te!” E o vento se aquietou, e fez-se grande bonança.40 E disse-lhes: “Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” 41 E eles temeram com grande temor, e diziam uns aos outros: “Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?”.

Esta passagem relata um momento em que Jesus e seus discípulos estavam em um barco atravessando o mar da Galileia, quando uma tempestade repentina ameaçou afundar a embarcação. Jesus, tranquilamente dormindo em seu travesseiro ou almofada como consta em algumas traduções da bíblia, foi acordado pelos discípulos, que estavam apavorados. Ao ser despertado, ele acalma o vento e o mar, mostrando seu poder sobre a natureza.

Depois, ele repreende os discípulos pela falta de suas fés, destacando que a confiança em Deus e a fé verdadeira são fundamentais para enfrentar os desafios da vida.

O fato de Jesus estar dormindo serenamente, mesmo em meio à tempestade, é um sinal claro de sua confiança absoluta em Deus e em seu propósito.

Reparem, a tempestade ameaça afundar o barco (na língua atual, o pau tá torando – os discípulos em desespero) e Jesus dorme em um travesseiro. Oi? Isso alguma vez chamou a atenção de vocês? Eu fiquei me imaginando a naquela situação! Jamais, me conhecendo, estaria deitada tranquilamente no travesseiro. (rs).

Nessa analogia, o travesseiro pode ser interpretado de várias maneiras:

O travesseiro pode simbolizar o descanso da alma, a serenidade interna e a confiança plena na providência divina. Para Jesus, não há razão para temer, pois Ele sabe que está no caminho certo, cumprindo sua missão. Isso nos ensina que, diante das adversidades da vida, podemos também “descansar” em nossa fé, confiando que, mesmo nas situações mais difíceis, Deus está no controle.

O travesseiro pode ainda, ao ser um objeto de descanso e conforto, simbolizar a fé verdadeira como algo que oferece segurança. Quando temos fé, sentimos um “refúgio espiritual” que nos protege das tempestades emocionais e da ansiedade. Assim como o travesseiro proporciona descanso físico e alívio, a fé nos oferece consolo e paz interior, mesmo quando o mundo à nossa volta parece estar em caos.

O travesseiro também pode ser visto como um símbolo da constância da fé, que não deve ser abalada pelas tempestades externas. Enquanto os discípulos estavam apavorados com a tempestade, Jesus, com sua fé inabalável, estava tranquilo. A analogia aqui é que, se tivermos uma fé sólida, não seremos perturbados pelas dificuldades da vida, assim como Jesus não se deixou abalar pelo turbilhão ao seu redor. O travesseiro, portanto, sugere que a verdadeira fé nos oferece um estado de equilíbrio e paz, independentemente das tempestades externas.

Além disso, o travesseiro pode representar também o momento de reflexão e oração. Quando estamos em dificuldades, buscar a fé, como Jesus buscou o descanso e a confiança em Deus, é uma forma de encontrarmos reflexão e força interior para enfrentar os desafios. Jesus, ao dormir tranquilamente, nos ensina que é necessário momentos de recolhimento e serenidade para que possamos confiar nas soluções que surgem, através da fé, no momento certo.

Precisamos a toque de caixa aprender a desenvolver nossa fé raciocinada, confiar nos planos de Deus, dominar nossos pensamentos e as nossas más tendências. Já diz o salmo 37, entrega o seu caminho ao Senhor, confia nele e Ele tudo fará. Agora dorme, pois, o senhor, nosso Deus, está no controle. Se você entregou nas mãos dele, de todo seu coração, confia!

A presença do travesseiro, com a imagem de Jesus dormindo serenamente, nos mostra que, mesmo em meio às tempestades da vida, a fé verdadeira nos traz paz, confiança e serenidade. A fé não significa ausência de dificuldades, mas sim uma confiança profunda em Deus e nas leis divinas, sabendo que tudo está sob Seu controle. É uma fé que não se agita pelas circunstâncias, mas que nos proporciona a coragem para enfrentar qualquer tempestade com a certeza de que a calma virá.

E para que tenhamos fé inabalável, o Evangelho do Cristo, sem dúvida, é a pílula medicamentosa, a “boa nova” para todos nós, pois traz o consolo de que, independentemente das dificuldades da vida, Deus está conosco. Gosto de dizer que é o muro de arrimo que nos sustenta nas adversidades, fornecendo os princípios morais e espirituais que nos ajudam a enfrentar os desafios com fé, esperança e amor.

No evangelho segundo o espiritismos, capítulo V, BEM AVENTURADOS OS AFLITOS, no item 19 – o mal e o remédio, há uma frase que fiz assim: “é a fé o remédio certo do sofrimento; ela mostra sempre os horizontes do infinito, diante dos quais se apagam os poucos dias sombrios do presente. Não nos pergunteis mais, pois, qual o remédio preciso empregar para curar tal úlcera ou tal chaga, tal tentação ou tal prova; recordai que aquele que crê é forte pelo remédio da fé, e aquele que duvida um segundo da sua eficácia, é logo punido, porque experimenta no mesmo instante as pungentes angústias da aflição.

Pra terminar, li que em uma palestra foi perguntado à Chico Xavier sobre a fé raciocinada e ele respondeu: QUEM TEM FÉ RACIOCINADA NÃO POE A CABEÇA NA BOCA DO LEÃO.

13.- CONCLUSÃO:

E por conta dos nosso horário, para concluir, a fé raciocinada é aquela que se fundamenta na confiança nos planos de Deus, pautada nos ensinamentos de Jesus, e aliada à razão e ao discernimento. Ter fé é confiar e entregar-se a Deus, descansando na certeza de que Ele sabe o que é melhor para cada um de nós. Ela nos guia a enfrentar os desafios com sabedoria e equilíbrio, sem nos entregarmos à superstição ou a provas desnecessárias, sempre acreditando que cada situação faz parte de um aprendizado para o nosso progresso espiritual, e nos proporciona uma vida mais leve, sem as amarras das preocupações constantes com o que virá.

14.- ENCERRAMENTO:

Assim, agradeço mais uma vez à presença de todos e peço humildemente a Deus, nosso Pai de amor e bondade que dê a cada um de vós aqui presente, forças para suportar com fé, resignação e paciência as provas que estejam enfrentando e as provas que ainda irão enfrentar, dando à cada um, o bom ânimo, a coragem e a certeza da vitória da superação, pois como disse Jesus, TENHAM FÉ, EU VENCI O MUNDO! Que assim seja.

FONTES:

  1. Bíblia sagrada;

  2. O Evangelho segundo o Espiritismo;

  3. O consolador;

  4. O Espírito da Verdade;

  5. Fé e Vida;

  6. Fé, paz, amor.

 

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