Impulsividade – palestra 29.12.2021
IMPULSIVIDADE
CELC – Estudo 29.12.2021 – Debora
Na obra: O despertar do espírito, de Divaldo Franco, inspirado pelo espírito de Joana de Angelis, relata a seguinte fábula:
“Numa já remota era glacial, os porcos espinhos sentiram-se ameaçados de destruição pelo intenso frio que reinava por toda parte. Por instinto, uniram-se e conseguiram sobreviver em razão do calor que irradiavam. Não obstante, pelo fato de estarem muito próximos, uns dos outros, passaram a ferir-se mutuamente, provocando reações inesperadas, quais o afastamento de alguns deles. Como consequência da decisão, todos aqueles que se encontravam distantes passaram a morrer por falta de calor. Os sobreviventes, percebendo o que acontecia, reaproximaram-se, agora, porém, conhecedores dos cuidados que deveriam manter, a fim de não se magoarem reciprocamente. Graças a essa conclusão feliz, sobreviveram à terrível calamidade”.
Podemos tirar a conclusão dessa fabula tratando sobre o progresso de um processo individual e coletivo, ao mesmo tempo. Individual, porque é a criatura que institui sua própria trajetória evolutiva; porém, coletivo, porque necessitamos das outras pessoas tanto quanto elas precisam de nós. O desenvolvimento e a realização de uma pessoa em determinado aspecto da vida, certamente, complementa o déficit de outra, e vice versa.
Entretanto, em nosso proceder diário, constatamos o quanto a falta de habilidade e conhecimento restringe a vivência da harmonia. Alguns de nossos bons momentos são destruídos pela crítica, pela censura e competição, pelos julgamentos rígidos, limitando consideravelmente nossos intercâmbios interpessoais. Além das nossas relações, o stress e a velocidade com que tudo muda hoje em dia, desde tecnologia, comunicação, muitos estímulos são o gatilho para o assunto que iremos tratar: a impulsividade.
Para falarmos sobre impulsividade, pergunto: como reagimos sobre pressão? (ex. transito)
Ao pensarmos nisso, então todos somos impulsivos? Sim, todos somos impulsivos!
Como saber se tenho impulsividade?
Na década de 70, o psicólogo Walter Mischel, professor da Universidade de Stanford, realizou o famoso experimento do Marshmallow. Ele consistia em deixar a criança sozinha em uma sala em que lhe era oferecido um marshmallow. A regra se fundamentava no seguinte aspecto: “Se a criança não comesse o doce, no intervalo de 20 minutos, ela ganharia dois doces”. Este experimento avaliava a capacidade em adiar a gratificação momentânea visando algo melhor no futuro. Walter concluiu, após alguns anos, que as crianças que adiaram a gratificação controlando o impulso de comer o doce, eram exatamente aquelas que possuíam maior desempenho acadêmico e social, mostrando que o controle da impulsividade está diretamente relacionado com a qualidade de vida.
O que significa IMPULSIVIDADE?
A impulsividade é uma característica comportamental de pessoas que agem antes de pensar e não consideram as consequências de seus atos.
Visão Psicológica:
Impulso/Pulsão: agente propulsor, força interna que impele ininterruptamente para a ação, força inata de origem biológica dirigida a certas finalidades, ânsia, pressão rumo a um objeto definido, vontade intensa.
Segundo Freud, na Teoria dos impulsos afirma, que o conceito de impulso é central na psicologia, ou seja, o impulso é como um estímulo nervoso que provoca uma espécie de reação. Esse estímulo, no entanto, possui um caráter particular, já que se trata de um estímulo mental. (Livro de Freud: As pulsões e seus destinos – tradução Pedro Heliodoro Tavares)
De acordo com a Psicologia, alguém impulsivo é aquele com tendência natural a não pensar antes de agir. Ou seja, ao invés de calcular minimamente o peso de cada ação que toma, um indivíduo vai direto ao ponto. Ele faz o caminho inverso dos demais, já que não pensa em como suas atitudes afetam a ele e aos demais.
Com isso, acaba se colocando em risco, já que não mede antecipadamente as consequências de seus atos. Ou seja, a carga que se acumula, a adrenalina, cria uma espécie de cegueira ao momento. Assim, sua mente se mostra incapaz de fazer conexões e co-relações para avaliar a realidade. Mesmo que se sinta com total direito ao mundo, está passível das regras dele, assim como os outros.
A Psicologia ainda associa que a impulsividade e a forma que esta se manifesta depende exclusivamente do indivíduo. Isso porque nem toda pessoa impulsiva chega ao ponto de fazer alguma ação. Com isso, alguém pode sentir o impulso em fazer algo, mas parar e não reagir.
Na psicologia existem testes psicológicos para saber identificar, classificar e quantificar pessoas impulsivas. Através de estudos feitos nesses testes, podemos identificar 5 formas básicas do comportamento impulsivo:
1) Urgência negativa
Este tipo de impulsividade aparece nas pessoas que agem impulsivamente a partir de um afeto negativo. Por exemplo, o indivíduo que bebe (comportamento impulsivo) porque está triste. A tristeza é, naquele momento, a urgência que o leva a se comportar. Outro afeto negativo que é comum é a raiva. Com raiva, o sujeito se comporta impulsivamente, chutando uma porta, brigando, discutindo.
2) Urgência positiva
É parecido com o anterior. Difere no afeto que, ao invés de ser negativo, é positivo. Por exemplo, a pessoa bebe ou usa outra substância que causa dependência não porque está triste ou com raiva, mas porque está feliz, eufórica, alegre. Outra pessoa, tendo por base esse ou outros afetos considerados positivos, pode vir a gastar todo o seu salário em um jogo de azar.
3) Falta de premeditação
Por definição, a impulsividade é uma resposta que é imediata, reativa. Se expressa na ausência de premeditação, ou seja, não há o pensamento ou consideração das consequências do ato. A pessoa faz, age, diz e “não se importa” com o que vem depois.
4) Falta de perseverança
A perseverança é a capacidade de manter um comportamento contínuo ou ao longo do tempo, ainda que o comportamento venha a sentido como maçante, tedioso, desagradável. Uma boa parte da ideia de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade se relacionaria com este tipo de impulsividade. O aluno tem que ficar sentado fazendo a sua tarefa até o final, mas por falta de perseverança, não conclui e começa outra atividade que, possivelmente, também não concluirá.
5) Busca de sensações
O quinto e último tipo de impulsividade consiste na busca de sensações. É como se a pessoa estivesse ou ficasse entediada com a quantidade de estímulos que está vivenciado e quer mais. Pular de paraquedas, por exemplo, ou sair de moto em alta velocidade seriam exemplos comuns.
Diversos estudos e teorias apontam que a impulsividade está presente e é muitas vezes o componente fundamental das psicopatologias.
Os principais distúrbios relacionados a impulsividades são distúrbios de abuso e dependência de substâncias, parafilias sexuais, déficit de atenção e hiperatividade, alguns transtornos de personalidade, transtorno de conduta, esquizofrenia, transtornos de humor, jogo patológico, compras compulsivas e compulsão alimentar.
Visão Espiritual:
A falta de consciência das consequências dos próprios atos tende a fazer das pessoas de temperamento impulsivo, agressivo, intolerante, negligente, insensível, destrutivo, com dificuldades de disciplinarem as próprias emoções e de conservarem a empatia, o bom senso e o respeito em seus relacionamentos, ou seja, a impulsividade é a perda do controle e do uso da racionalidade.
Sendo o impulso uma ação emotiva, segundo a visão espírita, isso tem haver com o passado. A Doutrina Espírita ensina que construímos o nosso próprio destino (o acaso não existe). Quando nascemos com alguma deformidade, em verdade a mesma já existia antes em Espírito, porque a criamos dentro de nós, em determinada vivência física. Então, o Espírito é responsável por tudo que pensa e faz, pois é subordinado à Lei de Causa e Efeito, divina por excelência. Se tivermos algo a expiar, a distonia arquivada, em nosso envoltório espiritual, propiciará a escolha da fita compatível e sua posterior gravação. Então, plasmamos em nosso DNA a informação codificada que trazemos em Espírito; sendo, portanto, nossas deficiências originadas de nós mesmos, nunca obra do acaso e muito menos predeterminadas por uma divindade vingativa. Somos hoje o que construímos ontem: “A cada um segundo as suas obras’’.
No livro: “ O Céu e o Inferno”, Allan Kardec cita:
O Espírito sofre pelo próprio mal que ele fez, de maneira que, estando a sua atenção incessantemente centrada sobre as consequências desse mal, compreende melhor os seus inconvenientes e está estimulado a dele se corrigir.
Allan Kardec, na questão 877, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pergunta:
“A necessidade para o homem de viver em sociedade, ocasiona-lhe obrigações particulares?”
Resposta: “Sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça (ou seja, não respeitam os direitos dos demais), cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos.
Mas como já foi dito, todos nós apresentamos certo grau de impulsividade, sendo este comportamento fundamentalmente protetivo, mas quando equilibrado. Isto porque os nossos comportamentos emocionais foram selecionados filogeneticamente visando a nossa sobrevivência. Eles apresentam funcionalidade, não existindo por acaso.
O homem só progride quando é agredido, temos que tirar conhecimento disso – o mal é necessário ainda. Para entendermos esse contexto, precisamos lembrar do instinto animal, como dizia Aristóteles: o ser humano é um animal social e deve viver em sociedade. Ou ainda lembrarmos de onde viemos: do primitivo (caçador e coletor (fruta, planta – o que achava – não plantavam nada). O que isso tem haver com a impulsividade? Tem haver pois ao pensarmos no bicho acuado? Na caça, nas dificuldades… depois como armazenavam a carne… o que movia o homem nessa incansável busca? O impulso de sobrevivência para saciar a fome, ou seja, a busca da sensação.
No livro: “Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo XI, item 8, Allan Kardec fala sobre a Lei no amor e relata:
“Em sua origem, o homem só tem instinto; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento, é o amor.”
O homem vive na sensação, pois busca facilidade, conforto, vantagens, inteligência. O ideal seria vivermos no sentimento (amor = moral), mas estamos em eterna evolução para alcançarmos isso. Entender essa diferença entre sensação e sentimento, que isso vem do primitivo, aprendemos a olhar com respeito a evolução e que cada um de nós está no seu tempo.
Porém como vivemos em um planeta de expiação, sobre pressão, reagimos. E como estamos falando de impulsividade, podemos pensar: estamos todos na mesma frequência? Sofremos interferências? O que estamos vibrando? Vamos pensar em um espelho, refletimos?
Vou ilustrar com uma história: O rapaz tinha sido despedido e ficou muito magoado com o seu chefe. Pegou um papel e escreveu toda sua raiva com palavras agressivas e o enviou ao seu ex-gerente.
Quando o gerente leu o bilhete, assimilou o seu conteúdo venenoso e ficou muito irritado.
Chegando em casa para almoçar, com aquela carga pestilenta, xingou a esposa porque seus sapatos não estavam bem lustrosos. Transferiu o veneno para ela, que sentiu necessidade de agredir alguém.
A vez foi da doméstica. A patroa descarregou toda sua ira na pobre moça, porque não havia deixado os sapatos do patrão com o brilho desejado.
A serviçal não tinha ninguém para descarregar sua raiva. Saiu esbravejando. Viu à sua frente um velho cão, que tirava um cochilo tranquilamente deitado no chão.
Não teve dúvidas. Extravasou toda sua raiva em um pontapé no pobre animal.
O cão saiu em disparada e mordeu a primeira pessoa que encontrou no caminho: a vizinha.
Com a mordida, ela recebeu a carga que havia sido emitida pelo funcionário despedido. Tomada de dor e muito irada, acabou por agredir o rapaz que a atendeu na farmácia.
Ele, por sua vez, ao adentrar o lar, furioso, começou a gritar com sua mãe que o aguardava para o jantar.
– Que vida miserável! A senhora é culpada por eu ter que trabalhar feito um condenado naquela farmácia. Não aguento mais tantos problemas!
A senhora, calmamente, o envolveu num abraço afetuoso e falou suavemente: É verdade, filho, você tem razão.
E passando a mão nos seus cabelos com carinho, amortizou a ira e fez com que se diluísse aquele veneno letal que havia prejudicado a tantos.
O que podemos observar com essa história? Sofremos influência? Podemos nos compararmos ao um espelho!
Já dizia André Luiz no livro: Entre a Terra e o Céu: “A criatura enfurecida é um dínamo (máquina de energia) em descontrole”.
Lembremos as primeiras lições de André Luiz no livro “Mecanismos da Mediunidade”, p. 49: “Imaginemo-lo (o espírito) como sendo um dínamo gerador, indutor, transformador e coletor, ao mesmo tempo, com capacidade para assimilar correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultâneamente”.
Agora imaginem esse dínamo, nossa mente, no estado de cólera, raiva, ira, descontrole… – espelho!
Ainda no livro “Entre a Terra e o Céu”: “O súbito desequilíbrio de nossas energias estabelece os mais altos prejuízos à nossa vida, porque os pensamentos desvairados, em se interiorizando, provocam a temporária cegueira de nossa mente, arrojando-a em sensações de remoto pretérito, nas quais como que descemos quase sem perceber a infelizes experiências da animalidade inferior”.
Além de acessarmos os estímulos mentais da nossa animalidade inferior. Existe um fator a mais:
Quando entramos em total desequilíbrio de nossas faculdades mentais, as vibrações mentais (animalidade inferior) emitidas entram com extremo grau de agitação na atmosfera, atraindo rapidamente a espécie de vibração mental similar e, com as vibrações, espíritos desencarnados que estão na mesma sintonia.
E, se estamos em estado de cólera, adivinhe a espécie de espírito atraído?
Assim, podemos ter a seguinte certeza: Se o descontrole, briga, discussão não começou por influência de espíritos, com certeza continuará sendo influenciada por espíritos que foram atraídos pela emissão de vibrações das pessoas envolvidas.
É isso que está dito de modo um pouco mais difícil na seguinte lição de Andre Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, fl. 113. “Correntes Mentais Destrutivas – Os referidos estados de tensão (mente conturbada), devidos a ‘núcleos de força na psicosfera pessoal’, procedem, quase sempre, à feição das nuvens pacíficas repentinamente transformadas pelas cargas anormais de ‘elétrons livres’ em máquinas indutoras, atraindo os campos elétricos com que se fazem instrumentos da tempestade”.
E a explicação de André Luiz continua para não deixar dúvidas:
“Acumulando em si mesma as forças autogeradoras em processo de profundo desequilíbrio, a alma exterioriza forças mentais desajustadas e destrutivas, pelas quais atraí as forças do mesmo teor, caindo frequentemente em cegueira obsessiva”.
Assim, a pessoa em estado de descontrole mental (ira, cólera, “perda da razão”), entrando em sintonia com os espíritos afins, passa a absorver as vibrações também emitidas por estes espíritos, agravando o descontrole em que se encontra, entrando em “cegueira obsessiva”.
Importante entender: quando atraídos espíritos em sintonia com sua emissão de vibrações baixas, você não apenas absolve os fluídos emitidos por estes espíritos. Em regra, ou já está ou passará a estar numa espécie de obsessão. Assim, os atos passarão a ser sugeridos/ditados por estes espíritos.
“Nessa posição, emitem ondas mentais perturbadas, pelas quais se ajustam a Inteligências perturbadas do mesmo sentido, arrojando-se a lamentáveis estações de aviltamento, em ocorrências deploráveis de obsessão. (Mecanismos da Mediunidade, p. 114).
É natural, quando em descontrole emocional, em estado de cólera e ira, pronunciarmos palavras carregadas destas vibrações.
“A palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga eletromagnética, regulada pela voz” (Entre a Terra e o Céu, p. 177).
Então, a partir de hoje, todos nós sabemos o que acontece quando ficamos com raiva, descontrole emocional, cólera, ou seja, somos impulsivos. Essa explosão forte de um sentimento ruim, proveniente de uma contrariedade, de uma desilusão, de um acontecimento inesperado e ruim ou de uma culpa. Em um ataque de impulsividade, pode-se cometer erros gravíssimos onde pode estimular ímpetos maléficos de uma pessoa.
Podemos comparar a impulsividade com os sete pecados capitais, onde claramente iremos identificar a ira. IRA, EM LATIM IRA – (DESEQUILÍBRIO DA EMOÇÃO)
Os sete pecados capitais denominam-se dessa forma por originarem outros pecados. Os pecados capitais possuem base bíblica e fazem parte do ensino moral cristão. São regras de libertação e não de aprisionamento do ser humano. Afinal, qual homem pode-se dizer livre quando na verdade é prisioneiro de suas próprias inclinações? E foi justamente para sermos homens e mulheres livres que Jesus foi sacrificado.
Todos os sete pecados (1 soberba; 2 avareza; 3 inveja; 4 ira; 5 luxúria; 6 gula; 7 preguiça) são prejudiciais e já não existem entre os espíritos evoluídos. Assim como tantas outras atitudes como a maledicência, o negativismo, a intriga, os maus pensamentos.
Impulsividade está correlacionado a ira, por exemplo, quando brigamos a qualquer momento e com qualquer pessoa mesmo sem ter motivo. Quando guardamos mágoa ou rancor por alguém e não perdoamos as 70 vezes 7 que Jesus nos manda (Mateus 18:21-22).
Passagens bíblicas que nos fazem refletir sobre Impulsividade:
“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” Mateus 5:22. – falar sem pensar
“E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores e derribou as mesas; E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.” – Passagem Vendilhões do Templo (João 02:13-16). – Jesus tendo atitudes impulsivas, porem educando.
“Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes; Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi. Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (João 18:11) – Passagem Pedro na captura de Jesus. Pedro cortou a orelha do soldado – atitude impulsiva.
“ E virou-se Moisés e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas. E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas. E, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial. Porém ele respondeu: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam, eu ouço. E aconteceu que, chegando Moisés ao arraial, e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe o furor, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte; E tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou em pó; e o espargiu sobre as águas, e deu-o a beber aos filhos de Israel. E Moisés perguntou a Arão: Que te tem feito este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado? Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal.” (Velho Testamento – Êxodo 32:15-22). – Moises quando voltou e quebrou os 10 mandamentos– atitude impulsiva.
A impulsividade é também um sintoma comum e apresenta-se em situações, tais como: não conseguir esperar sua vez, não ler a pergunta até o final e responder, interromper os outros, agir sem pensar. Apresentam com frequência dificuldade em se organizar e planejar o que precisam fazer.
As dificuldades à condição do planeta em que vivemos, um mundo de expiações e de provações. Na realidade, se a Terra ainda carrega grande cota de agressividade em suas mais variadas modalidades, é porque os seres humanos que nela habitam são imperfeitos. Nesse sentido, o espírito Emmanuel comenta através do livro: Caminho, verdade e vida, escrito por Francisco Cândido Xavier:
“O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios de delicado aroma, sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis. Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o mal que está em nós.”
Na obra O Céu e o Inferno, segundo o Espiritismo, Allan Kardec alega: “O bem e o mal que se faz são o produto das boas e das más qualidades que se possui. Não fazer o bem que se poderia fazer é, pois, o resultado de uma imperfeição.”
Por que algumas pessoas são assim?
A composição psíquica desse indivíduo entra em pauta para essa observação. Aparentemente, sua mente não consegue acompanhar as etapas de construção de qualquer decisão. Essa pessoa não consegue associar valores de responsabilidade, consequências e culpa como os demais.
O espiritismo defende a reforma íntima: devemos procurar enxergar nossos erros para conseguirmos melhorar, nos libertando de toda e qualquer ação, conduta, sentimento e vício que atrasem nossa evolução moral.
Há seu lado bom.
Ainda que tenhamos trabalhado para mostrar o quanto a impulsividade pode ser ruim, devemos ressaltar alguns aspectos positivos. Assim como qualquer indivíduo, uma pessoa impulsiva tem a sua dualidade existencial. Com isso, precisamos ficar atentos para quando isso acontece e que possa ser explorado positivamente.
Por exemplo, um impulsivo expõe sua opinião sincera de forma audaciosa, contrariando os demais. Eles podem canalizar suas emoções e sentimentos negativos, mantendo o seu fluxo emocional funcionando positivamente. A partir daí, conseguem trabalhar bem a sua inteligência emocional.
Além disso, se mostram como protagonistas e pioneiros de algumas situações. Novamente, a sua ousadia os motiva a ir além e a buscar coisas novas em suas vidas. Se bem focalizada, pode alcançar ganhos que contribuem positivamente ao impulsivo e aos demais. Eles se mostram como realizadores e querem ver as coisas acontecendo.
O traço da impulsividade, quando na dose certa – quando impulsividade está sob controle – na prática revela pessoas que lutam contra a injustiça. Pessoas intempestivas, via de regra tem o viés da vingança. Esse tipo de personalidade precisa fazer “tudo a seu modo”, para isso, ao invés de enfrentar a si mesmo, facilmente partem para o combate, chegam a ter gosto pelo confronto. São vistos como Protetores.
O que preciso para fazer isto? você pode estar se perguntando. Conseguimos mudar a impulsividade?
Num olhar psicológico, a pergunta que surge, é se é ou não é possível mudar todo o traço de impulsividade ou ao menos diminuir um ou outro tipo. Se consideramos a relação com a psicopatologia, veremos que existem tratamentos, tanto psicoterapêuticos como com medicamentos, que visam tratar os sintomas de impulsividade.
Muitas vezes, a própria pessoa não percebe a sua impulsividade a não ser que traga consequências para a sua vida ou para a vida das pessoas próximas. Razão pela qual frequentemente é alguém próximo que sugere ou leva a pessoa impulsiva para tratamento psicológico ou psiquiátrico.
Conhecer a impulsividade e suas formas de expressão básicas ajuda a entender tendências que são confundidas com o “jeito que a pessoa é” ou “com sua essência” ou “temperamento”. Embora o tratamento possa ter suas dificuldades e se prolongar ao longo de meses ou mesmo anos, sabemos que há esperança de mudança na maior parte dos casos.
Ser e lidar com uma pessoa impulsiva não é nada fácil e chega a ser até mesmo bem desgastante para quem está ao seu redor. Isso porque se trata de alguém que vive em uma gangorra emocional intensa, que muitas vezes não consegue controlar seus sentimentos e acaba descontando em tudo e todos que lhes rodeiam.
Já numa visão espírita, para ajudarmos um indivíduo impulsivo o ideal seria orientar na busca de sua reforma íntima, através de leituras, participações em reuniões, etc. Além disso, não podemos deixar de falar sobre a moral. O Livro dos Espíritos contém a seguinte definição: “A moral é a regra de boa conduta e portanto da distinção entre o bem e o mal. É fundamentada sobre a observação da lei de Deus. O homem conduz-se bem quando faz tudo visando o bem e para o bem de todos, porque então observa a lei de Deus.” No Evangelho Segundo o Espiritismo, há um toque de Jesus Cristo, o nosso mestre maior, em seus ensinamentos e nos seus exemplos, onde devem fazer parte das nossas reflexões, para que possamos melhorar a nossa conduta em sociedade.
Além disso, existem 4 Simples Etapas para Acabar com os Efeitos Nocivos da Impulsividade
Sei que simples não significa fácil, mas a paciência é uma virtude e leva ao autodomínio:
. Reconhecer sua existência
. Silenciar antes, falar depois
. Escutar antes, agir depois
. Pensar um pouco mais…
Na Bíblia: “Pregando o Evangelho do reino e curando todas as enfermidades.” — (MATEUS, 9:35.)
Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez, entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.
Medica a arritmia e a dispneia, contudo, não entregues o coração à impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento, no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue, todavia, não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite, entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes.
Remove os perigos da uremia, contudo, não sufoques os rins com os venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam, todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.
Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos.
Eles são vivos e educáveis. Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.
Considerações sobre uma pessoa impulsiva
Basicamente, o impulsivo é aquele que se entrega aos instintos sem receio algum. Em sua mente, nada do que faz afeta negativamente a sua vida e a dos outros. Contudo, não é bem assim que funciona, já que atitudes impensadas são bastante periculosas. Seja em casa, na rua ou no trabalho, da mesma forma em que age sem pensar, também pode ser vítima de si.
Caso se identifique como um indivíduo impulsivo, tente rever a forma como atua no mundo externo e dentro de você. É preciso ter em mente que as coisas demandam tempo e energia para serem feitas. Faça uma análise de como pode usar essa carga interior para algo construtivo e pensado. Como visto acima, nem tudo é tão ruim quanto parece.