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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Filósofos/Ciêntistas/Precursores do Evangelho > O Discípulo Anônimo

O Discípulo Anônimo

celcFilósofos/Ciêntistas/Precursores do Evangelho4 de agosto de 2014 Leave a comment0

Narra João, o quarto cronista da Boa Nova, no capítulo 21, versículo 25 do seu Evangelho que: “Muitas outras coisas, porém, há ainda que fez Jesus; as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que delas se houvessem de escrever.”

Marcos escreve em seu capítulo 9:37 a 39, a respeito da atitude de João ordenando a um homem que parasse de curar obsedados, em nome de Jesus, porque não pertencia ao círculo do Nazareno.

É Léon Tolstoi que realiza o resgate da personagem através da psicografia abençoada de Yvonne Pereira, narrando-nos que, mesmo muito jovem, aquele personagem era visto a seguir Jesus, onde quer que Ele se encontrasse.

Moreno, de olhos cinzentos e sonhadores, cabelos negros e abundantes que iam até à altura do pescoço, barba pequena, negra como a cabeleira, sempre tratada e limpa, vestia uma túnica de algodão azul escuro, alpercatas gregas e um manto marrom.

A tiracolo trazia, de um lado, um saco de couro de carneiro onde guardava, envoltos em retalhos de linho muito alvo, dois roletes de madeira, espécie de carretéis, um deles sempre suprido com papiros, utilizados para a escrita pelos intelectuais da época, conforme o uso grego, estiletes, sais coloridos e uma espécie de flauta, um pífano. Do outro lado, em outro saco trazia um alaúde.

Ele era visto sempre sozinho. Jamais falava e difícil seria dizer de sua nacionalidade. Poderia ser egípcio, não fosse a cor dos olhos. Talvez fosse mesmo grego, dadas as particularidades dos apetrechos para a escrita.

Seguindo Jesus, o moço do manto marrom procurava se sentar, no chão, ou em um banco improvisado com uma pedra, ou na soleira de uma porta e punha-se a escrever o que ouvia.

À noite, na pensão modesta a que se recolhesse ou no celeiro de alguma casa particular, ele desenrolava os papiros e, à luz de uma candeia de azeite, tudo relia. Estudava mesmo, até alta madrugada, fazendo anotações, comentários em outros retalhos de papiros ou peles de ovelhas, colecionando tudo caprichosamente. É como se, em sua mente, já se estivesse delineando algo que surgiria bem mais tarde, o livro.

Muito erudito, escrevia em grego, ou aramaico ou latim e por vezes, compunha versos, acerca do que ouvira e vira, pois mais de uma vez presenciou as extraordinárias curas realizadas pelo Meigo Rabi.

Ele estava presente, quando o chefe da sinagoga de Cafarnaum procurou Jesus, suplicando-lhe ir à sua casa, pois sua filha, menina de 12 anos, estava presa de febre violenta. Assistiu, assim, à cura da mulher portadora de terríveis hemorragias.

Jesus, então empurrado daqui e dali, aproximou-se tanto do jovem, nessa oportunidade, que o Seu manto lhe roçou o rosto. Emocionado, o moço tomou da ponta do manto e ali depositou um ósculo de veneração.

O Nazareno voltou-se, fitou-o em silêncio e pousou por um único instante, Sua mão sobre a cabeça do moço, abençoando-o. Os dois olhares se cruzaram. Nenhuma palavra foi pronunciada.

Logo mais, o alarido festivo anunciava que a filha de Jairo estava curada. Ali mesmo, o jovem retirou o tubo de estiletes, os carretéis com os papiros, os sais coloridos e escreveu sobre o que presenciara.

Alguns dias depois, estando em uma praça aguardando a vinda de Jesus, o moço começou a observar a quase multidão que também ali esperava. Por onde andariam Jesus e os apóstolos?

Possivelmente em outra localidade, esparzindo bênçãos. Mas ali, os doentes começaram a ficar impacientes. Havia gemidos de um lado, queixas de outro.

Finalmente, em torno do meio-dia, tomado de profunda compaixão, o moço se levantou da sombra da videira, onde estava assentado, desde o alvorecer, aproximou-se de um daqueles endemoninhados em convulsão. Colocou sua mão sobre a cabeça do pobre homem e exclamou:

“Em nome de Jesus Nazareno, o Filho de Deus vivo, retira-te deste homem e vai em paz!” (2)

O doente ainda se rolou pelo chão, gritou roucamente. Finalmente, surpreso, parecendo acordar de um pesadelo se ergueu, um tanto envergonhado, limpou a poeira da túnica e se foi. Estava curado.

O restante daquele dia foi dedicado todo a curas de obsedados. Parecia ser a especialidade daquele moço. Nos dias seguintes, ele continuou. Foi então que João, em presenciando a sua tarefa, lhe proíbe de continuar, visto não pertencer ao grupo de Jesus, não ser um dos apóstolos.

Estranhamente, não demorou muito a que o mesmo João retornasse a ele, desculpando-se humildemente e participando-lhe que continuasse no seu ministério. O próprio Mestre, informou, o autorizava, “mesmo não gozando ele da intimidade dos verdadeiros discípulos, pois reconhecia nele um amigo digno de confiança…” (2)

Vieram depois os dias tristes da prisão e morte do Divino Amigo. Sete dias se tinham passado. O jovem acabara de escrever sobre as notícias da ressurreição tão falada. Cansado de escrever, de ler e de chorar, adormeceu e sonhou.

Sonhou que Jesus o visitava em seu pobre albergue, radioso, e lhe pedia que tratasse de curar também as almas, não somente os corpos, eis que essas são eternas.

Assim, o moço do manto marrom passou a atrair crianças e jovens para perto de si, através da música. Tocava melodias doces em sua flauta e, quando se via rodeado, dizia que se sentassem, porque ele tinha histórias muito lindas para contar. Histórias de um Príncipe que descera dos Céus.

E ele narrava o que vira, e ouvira. Depois declamava ou cantava seus versos que falavam das verdades eternas, revelando-se emérito professor e educador.

Durante o dia trabalhava remendando mantos e túnicas, carregando água, levando camelos e cavalos de estrangeiros a beberem e a serem lavados, carregando cestos de compras. Pela manhã e ao cair do crepúsculo, dava suas aulas.

Aos discípulos interessados presenteava uma cópia das suas anotações sobre o Nazareno e sua Boa Nova.

Quando reconhecia que seus ouvintes haviam assimilado as lições, partia para outras terras. Na sua velhice, foi visto na cidade dos Césares, ainda de olhos sonhadores, tocando velhas melodias em seu pífano, ou recitando e cantando lindos poemas ao som de seu alaúde. Poemas que falavam de um Príncipe que abandonara temporariamente as estrelas para ensinar aos homens a Lei de Amor.

Nunca ninguém lhe registrou o nome. Na juventude, chamavam-no “Moço”. Na velhice, “avozinho”.

Personagem grandioso, trabalhador da seara de Jesus, a ele se refere o Evangelho com rapidez. No entanto, seu nome está escrito no Livro dos Céus, pelo desempenho da grande tarefa: Amar a Deus, ao próximo e ao Evangelho do Mestre de Nazaré.

 

Bibliografia:

01. SALGADO, Plínio. A planície. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São Paulo: VOZ DO OESTE, 1978. pt. 4, cap. 49.
02. PEREIRA, Yvonne A. O discípulo anônimo. In:___. Ressurreição e vida. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1965. cap.V

 

Jornal Mundo Espírita – outubro/2004

 

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