Obsessão
OBSESSÃO
Estudo Sueli -CELC – 26/MARÇO/08
1º PARTE
Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio B. de Holanda:
O que é Obssessão?
Do latim obsessione. Impertinência, perseguição. Preocupação com determinada idéia que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados: idéia fixa: mania.
O Evangelho segundo Espiritismo, Allan Kardec, Cap. XXVIII, item 81:
A Obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um individuo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influencia moral, sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.
Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Cap. 23:
(…) Os Espíritos não são outra coisa além da alma dos homens, está claro que há Espíritos desde que há homens e, por conseguinte, que eles têm durante todo o tempo exercido sua influência salutar ou perniciosa sobre a humanidade…
A obsessão existe por estarmos ainda eivados de sombras. Ela se alastra porque os seres humanos trazem em si mesmos os germens da inferioridade, que são as matrizes predisponentes, facultando a incursão dos que se erigem em cobradores. Este o grande problema da Humanidade, o confronto entre os que devem e os que se julgam no direito de cobrar. E para que atinjam seus objetivos, utilizam-se de inúmeros métodos, buscando o acerto de contas.A obsessão, como as doenças, e todas as tribulações da vida, deve, pois, ser considerada com uma prova ou uma expiação, e aceita como tal.
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap. XI, parte 2, questão 607:
- Dissestes (190) que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?
“Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade.”
- a) – Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?
“Já não dissemos que todo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade?
Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza. Nessa origem, coisa alguma há de humilhante para o homem. Sentir-se-ão humilhados os grandes gênios por terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram? Se alguma coisa há que lhe seja humilhante, é a sua inferioridade perante Deus e sua impotência para lhe sondar a profundeza dos desígnios e para apreciar a sabedoria das leis que regem a harmonia do Universo.
Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da Sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
- b) Esse período de humanização principia na Terra?
“A Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra. Não é freqüente o caso; constitui antes uma exceção.”
O Evangelho Segundo Espiritismo, Allan Kardec, Cap. III, Item 4:
5º mundos primitivos: destinados às primeiras encarnações da alma humana;
4º mundos de expiação e provas: onde domina o mal;
3º mundos de regeneração: nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta;
2º mundos felizes: onde o bem sobrepuja o mal;
1º mundos celestes ou divinos: habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
O Evangelho Segundo Espiritismo, Allan Kardec, Cap. III, Item 7:
(…)Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos…
Alguns Casos de obsessão narrados na Bíblia:
Bíblia, Gênese 22. 1-19:
Deus põe Abraão a prova
1 E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3 Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.
- Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe.
5 E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.
6 E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.
7 Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.
9 E chegaram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar e pós em ordem a lenha, e amarrou a Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
10 E estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho;
11 Mas o anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
12 Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.
13 Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
Bíblia, Lucas 9.38-43:
A CURA DO JOVEM POSSESSO
38 E eis que um homem da multidão clamou, dizendo: Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho.
39 Eis que um espírito o toma e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado.
40 E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
41 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me aqui o teu filho.
42 E, quando vinha chegando, o demônio o derrubou e convulsionou; porém, Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai.
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap. IX, parte2, questão 474:
- Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada?
“Sem dúvida, e são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.”
2º PARTE
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap. I, parte 3, questão 629:
- Que definição se pode dar da moral?
“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap. IX, parte2, questão 459:
- Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.”
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap.IX, parte 2, questão 525:
- Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?
“Certamente, pois que vos aconselham.”
Livros dos Espíritos, Allan Kardec, Cap. I, parte 2, questão 102:
- (…) São inclinados ao mal, de que fazem o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam….(Terceira ordem. Décima classe. ESPÍRITOS IMPUROS)
A Gênese, Allan Kardec, Cap. XIV, Item 15:
(…) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa…
(…) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo…
Francisco M. Dias da Cruz –Mensagem psicográfica, recebida por Marta Antunes Moura, na reunião do dia 10 de agosto de 2006, na FEB, Brasília–DF – Revista Reformador, Dezembro 2006, pág. 40- Obssessão:
A influência obsessiva apresenta várias facetas, em geral ignoradas pelo espírita. Surge de forma abrupta ou lentamente, insidiosa. Não considera o sexo, a idade, o nível socioeconômico. Atinge o indivíduo e arrasta comunidades. Insinua-se, escorregadia como réptil venenoso, nos delicados e nobres tecidos da estrutura cerebral, neutralizando agentes de defesa orgânica, produzindo alucinações, sofrimentos e mal-estar generalizados. Combatendo as células de defesa orgânica, tem ação lesiva nos órgãos e tecidos, nos sistemas e aparelhos do corpo físico. Sob a forma de entidades microscópicas, lança os seus dardos venenosos na forma de toxinas, produzindo desarmonias variáveis nas unidades celulares que, vencidas, passam a albergar microorganismos causadores de infecção.
Espíritos perturbados e perturbadores aproximam-se da mente invigilante para absorver, num processo de vampirização fluídico-magnética, a energia vital das pessoas que lhes servem de alvo. Apropriando- se da mente, passam a conviver com o indivíduo em regime contínuo, íntimo, de forma que o pensamento e a emoção de um ecoam e refletem no outro.
Entidades obsessivas existem que habilmente mapeiam a organização física e perispiritual de quem desejam dominar. Identificam, com precisão, os pontos frágeis e fortes do cosmo orgânico. Sabem aumentar ou diminuir a produção hormonal; influenciam no sistema de absorção alimentar, segregando ou deletando proteínas, glicídios e gorduras; apropriam-se de neurotransmissores, em nível de sistema nervoso central, conduzindo o obsediado a crises depressivas ou a idéias e tentativas de suicídio; agem no centro da memória, pacientemente, manipulando a delicada tessitura e os bloqueios naturais impostos pelo programa reencarnatório, desativando mecanismos de proteção e, à semelhança de um ladrão inconseqüente, arrombam as portas que mantêm os arquivos de ações infelizes, ocorridas em vidas pretéritas, sob parcial controle. Apropriando-se dessas lembranças amargas, caracterizadas por experiências de atentado à lei de Deus, conduzem-nas aos campos da memória recente, provocando, no subjugado, angústias, sentimento de culpa e desespero. Atrelando-se aos centros motores dos que se encontram sob o domínio nefasto, produzem paralisias, fraquezas musculares e neurites. Conhecendo as predisposições íntimas do dominado, seus sentimentos, desejos e aptidões, atuam no centro cerebral do humor e da inteligência, acelerando o metabolismo de íons que resultam na irritabilidade, na elevação da pressão dos líquidos corporais, causando tonturas e cefaléias.
Não creias, amigo e irmão, que este quadro, assim apresentado com o colorido do jargão técnico, se encontra distante de ti. Está ao teu lado, podendo envolver-te, vibrando no ritmo da tua cadência respiratória e do teu batimento cardíaco. Mantenhas-te atento, pois as somatizações são inevitáveis quando há influência obsessiva. Transforma-te no bem para que possas neutralizar-lhe tais ações, absorvendo energias superiores que do Alto se derramam sobre ti. As ligações mentais inferiores ocorrem em razão da invigilância, da falta de fé, da ausência de oração, da escassez da prática do bem.
Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Obsessão, Cap. 23, itens 237 à 254:
- (…) A palavra obsessão é, de algum modo, um termo genérico, abrangente, que designa esse conjunto de fenômeno cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
- A obsessão simples: acontece quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, intromete-se, a seu mau grado, nas comunicações que recebe, impedindo-o de se comunicar com outros Espíritos e se fazendo passar pelos que são evocados.
(…) Na obsessão simples, o médium sabe muito bem que está sob a influência de um Espírito enganador, e este não esconde isso, não disfarça de modo algum suas más intenções e seu desejo de contrariar. O médium reconhece facilmente a fraude e, como se mantém alerta, raramente é enganado…
- A fascinação: tem conseqüências muito mais sérias. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium que paralisa de algum modo sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não acredita ser enganado: o Espírito tem a arte de lhe inspirar uma confiança cega, que o impede de ver a fraude e de compreender o absurdo do que escreve, mesmo quando salta aos olhos de todos. A ilusão pode até lhe fazer ver o sublime na linguagem mais ridícula…
- A subjugação: é uma atormentação que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir fora da sua normalidade. Está, numa palavra, sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é induzido a tomar decisões muitas vezes absurdas e comprometedoras, que, por uma espécie de ilusão, acredita serem sensatas; é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. Ela se manifesta no médium escrevente por uma necessidade incessante de escrever, mesmo nos momentos mais inoportunos. Chega a acontecer de, na falta de uma caneta ou lápis, como já vimos, simularem escrever com o dedo, em qualquer lugar que se encontrem, mesmo nas ruas, nas portas e nos muros…
241.(…)A possessão corresponde para nós à subjugação….
- A obsessão, como já dissemos, é um dos maiores entraves à mediunidade; (…) além dos inconvenientes pessoais que acarreta, é um obstáculo incontestável à pureza e à veracidade das comunicações. A obsessão, em qualquer grau, é sempre o efeito de um constrangimento, e esse constrangimento, não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, resulta no fato de toda comunicação dada por um médium obsidiado ser de origem suspeita e não merecer nenhuma confiança. Se, por vezes, nela se encontra algo de bom, é preciso separar isso e rejeitar tudo o que é simplesmente duvidoso.
243 Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1o) persistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium, pela escrita, audição, tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2o) ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3o) crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas e absurdas;
4o) confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por ele;
5o) tendência a se afastar das pessoas que podem lhe fazer advertências úteis;
6o) levar a mal a crítica sobre as comunicações que recebe;
7o) necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8o) qualquer constrangimento físico que lhe domina a vontade e o força a agir ou falar contra a sua vontade, e
9o) ruídos e desordens constantes ao redor do médium, que é sua causa ou objeto.
- Os motivos da obsessão variam conforme o caráter do Espírito; algumas vezes é uma vingança que ele exerce sobre um indivíduo contra quem tem algo a se queixar durante sua vida ou em uma outra existência; muitas vezes também não há outra razão senão o desejo de fazer o mal; como sofre, quer fazer os outros sofrerem; sente prazer em atormentá-los, em molestá-los; a impaciência das suas vítimas o excita, porque vê atingido o seu objetivo, enquanto a paciência delas o faz desistir, porque a vítima, ao se irritar e ao mostrar despeito, faz precisamente aquilo que ele quer. Esses Espíritos agem por vezes por ódio e por inveja do bem; é por isso que atormentam as pessoas mais honestas. Um deles se agarrou como uma sarna a uma honorável família de amigos nossos, mas não teve a satisfação de enganar; interrogado sobre o motivo de ter atacado antes pessoas boas do que homens maus como ele, respondeu: “Estes não me causam inveja”. Outros são guiados por um sentimento de covardia que os leva a se aproveitar da fraqueza moral de certos indivíduos que sabem incapazes de lhes resistir. Um desses, que subjugava um jovem de inteligência muito limitada, interrogado sobre os motivos dessa escolha, respondeu-nos: “Tenho uma necessidade muito grande de atormentar alguém; uma pessoa racional me repeliria; agarro-me a um idiota que não me opõe nenhuma resistência”.
- Há Espíritos obsessores sem maldade, que têm mesmo algo de bom, mas que têm o orgulho do falso saber (…)Conhecedores que são do prestígio dos grandes nomes, não têm nenhum escrúpulo em se fazer passar por um nome conhecido e diante do qual todos se inclinam. Não recuam nem mesmo diante do sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria ou um santo venerado. Procuram deslumbrar por uma linguagem pomposa, mais pretensiosa do que profunda, cheia de termos técnicos e enfeitada de grandes palavras de caridade e de moral;…Mas a moral é para eles apenas um passaporte, é a menor de suas preocupações; o que querem, antes de tudo, é dominar e impor suas idéias, por mais insensatas que sejam.
- (…)Comprazem-se em ditar aos seus intérpretes volumosos escritos indigestos e muitas vezes pouco inteligíveis, que, felizmente, têm por antídoto natural a impossibilidade material de serem lidos pelas massas. Os Espíritos verdadeiramente superiores são comedidos em palavras; dizem muita coisa com poucas frases.
- Muitas vezes ocorre de um médium poder se comunicar apenas com um único espírito, que se liga a ele e responde pelos que são chamados por seu intermédio. Nem sempre é uma obsessão. Pode ser falta de esclarecimento do médium, uma afinidade especial de sua parte por esse ou aquele Espírito. Há obsessão propriamente dita apenas quando o Espírito se impõe e afasta os outros por sua vontade, o que um bom Espírito nunca faz…
- Os meios de combater a obsessão variam conforme o caráter com que ela se reveste (….) Duas coisas essenciais a se fazer nesse caso: provar ao Espírito que não se é iludido e que lhe é impossível enganar; em segundo lugar, cansar-lhe a paciência ao se mostrar mais paciente do que ele. Quando estiver convencido de que perde seu tempo, acabará por se retirar, como fazem os importunos a quem não se dá ouvidos. Às vezes isso nem sempre é suficiente e pode ser demorado, porque há os que são teimosos e, para eles, meses e anos nada significam. O médium deve, de outra forma, fazer um apelo fervoroso ao seu bom protetor, assim como aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, e rogar-lhes para assisti-lo. Com respeito ao Espírito obsessor, por mais mau que seja, é preciso tratá-lo com firmeza, mas com benevolência, e vencê-lo por bons procedimentos, ao orar por ele.
- (…) Mas acontece de modo diferente com a fascinação, porque então o domínio que o Espírito exerce sobre a sua vítima não tem limites. (…) Um deles exercia sobre uma pessoa que conhecemos uma fascinação extraordinária; nós o evocamos e, depois de algumas charlatanices, vendo que não podia nos enganar quanto à sua identidade, acabou por confessar a falsidade. Quando lhe perguntamos porque abusava assim dessa pessoa, respondeu estas palavras, que denotam claramente o caráter dessa espécie de Espíritos: “Procurava um homem que eu pudesse conduzir; encontrei-o e aqui permanecerei.” “Mas, se o esclarecermos, ele vos expulsará”. “É o que nós veremos!” Como não há pior cego do que aquele que não quer ver, quando se reconhece a inutilidade de qualquer tentativa para abrir os olhos do fascinado, o que há de melhor a fazer é deixá-lo às suas ilusões. Ninguém pode curar um doente que se obstina em conservar sua doença e nela se compraz.
- A subjugação corporal muitas vezes tira do obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito obsessor; é por isso que é preciso a intervenção de uma terceira pessoa, agindo seja pelo magnetismo, seja pela imposição de sua vontade. Não podendo contar com a participação do obsidiado, essa pessoa deve tomar ascendência sobre o Espírito; mas, como essa ascendência pode ser apenas moral, só um ser moralmente superior ao Espírito pode exercê-la, e seu poder será tanto maior quanto maior for a sua superioridade moral, porque se impõe ao Espírito, que fica forçado a se inclinar diante dele; é por isso que Jesus tinha um poder tão grande para expulsar o que se chamava, então, de demônios, ou seja, os maus Espíritos obsessores. Podemos dar aqui apenas conselhos gerais, porque não há nenhum procedimento material, nenhuma fórmula e, principalmente, nenhuma palavra sacramental que tenha o poder de expulsar os Espíritos obsessores. O que falta algumas vezes ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador pode ajudá-lo. Além disso, é sempre bom procurar um médium de confiança e seguir os conselhos de um Espírito superior ou de seu anjo guardião.
- As imperfeições morais do obsidiado são muitas vezes um obstáculo para a sua libertação (…) as imperfeições morais dão lugar aos Espíritos obsessores, e o meio mais seguro de se desembaraçar dessa obsessão é atraindo os bons pela prática do bem. Os bons Espíritos têm, sem dúvida, mais poder do que os maus, e sua vontade é suficiente para afastar os maus; mas assistem apenas aqueles que os merecem pelos esforços que fazem para melhorar; de outro modo, afastam-se e deixam o campo livre aos maus Espíritos, que se tornam assim, em alguns casos, instrumentos de punição, pois os bons os deixam agir com esse objetivo.
- 3. Não basta a um doente dizer ao seu médico: dai-me saúde; eu quero passar bem; o médico não pode nada se o doente não faz o que é necessário.”
- A privação de se comunicar com certos Espíritos, seria, assim, uma punição?
Em certos casos, pode ser uma verdadeira punição…
- Não se pode combater a influencia dos maus espíritos moralizando-os?
Sim (…) frequentemente, é uma tarefa que vos é dada, e que deveis cumprir caridosa e religiosamente.
- A subjugação corporal, levada a certo grau, poderia ter por conseqüência a loucura?
Sim, uma espécie de loucura cuja causa é desconhecida do mundo, mas que não tem relação com a loucura comum. Entre aqueles que são tratados por loucos há muitos que não são senão subjugados. Quando os médicos conhecerem bem o espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão mais doentes do que com as duchas.
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes Temas do Espiritismo, Desobsessão, pág. 26-34:
(…) Muitos obsedados acomodam-se a influência dos seus obsessores, e acabam até gostando dela. Quando acontece de serem afastados dos obsessores, alguns indivíduos chegam até a ficar inquietos, angustiados e os atraem vigorosamente de volta.
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes temas do espiritismo, Obsessão, págs. 18-24:
(…) Muitas vezes, a pessoa fica muito tempo com o problema da obsessão porque não quer mudar o pensamento. Mesmo participando de assistências espirituais e sendo orientada, ou ouvindo o Evangelho por muito tempo, não consegue modificar o pensamento; está sempre com aquela mágoa, com aquele rancor. E isso permanece por longo tempo, até ela realmente resolver modificar o pensamento através do Evangelho, ou se conscientizar da importância dessa modificação; e, gradativamente, ela vai se transformando, melhorando.
O obsessor só se aproxima através dessa sintonia, isto é, quando o espírito e o encarnado estão na mesma freqüência.
(…) Se a pessoa acorda e diz “hoje nada dá certo no meu dia”, é claro que ela já criou essa condição; então, nada vai dar certo no dia porque ela está pensando que não vai dar certo.
(…) E, muitas vezes, as discussões começam com uma palavra: as pessoas se envolvem, ficam buscando coisas do passado; e as entidade estão ali alimentando esse tipo de atitude.
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes temas do espiritismo, Obsessão, págs. 18-24:
Quando sabemos se estamos sendo obsedados?
Pelo nosso mal-estar. A pessoa não se sente bem; tem sintomas que, muitas vezes, são inexistentes para o médico. Ela apresenta dor de cabeça, principalmente na nuca; muitas vezes, tem dor de estomago – a revolta, a raiva, dão muita dor de estomago. Ou taquicardia. A pessoa encontra alguém de quem não gosta e o coração dispara. Aí, ela começa a perceber que não está bem.
E quando ocorre de encontrarmos uma pessoa pela primeira vez e temos esse tipo de reação? Pode ser alguma coisa do passado?
Pode ser um inimigo do passado. Naquele instante, a vibração dela nos envolve com coisas do passado.
Qual a diferença entre obsessão, vampirismo e possessão?
O vampirismo está mais relacionado ao aspecto de fluido. Por exemplo, com a pessoa que fuma, automaticamente esses espíritos vêm vampirizar, vem recolher esse fluido emitido pelo cigarro. Com o álcool é a mesma coisa. Existem esses espíritos que são praticamente vampiros, porque eles vêm sugar essa energia. Na parte sexual também, assim como na alimentação. (…) Com as drogas também.(…) Quanto mais a pessoa se deixa levar e envolver por essas entidades, mais fraca ela fica, porque eles vem sugando a energia e a mente.
(…) No caso da obsessão como já comentamos, é aquele envolvimento de acordo com a nossa sintonia. Quanto a possessão, existe uma coisa que Kardec apresenta no livro Obras Póstumas: há a possessão física e a possessão mental. No caso da possessão, seria a possessão dos nossos pensamentos. Ele toma posse dos nossos pensamentos, porque nós permitimos. A pessoa se envolve de uma forma negativa, e permite que essas entidades se apoderem de sua mente.
Por exemplo, a pessoa pode ter um ódio violento por alguém, e ela se transfigura; diante daquela pessoa já não é ela que age, mas o espírito agindo por ela. Há coisas que uma pessoa com ódio faz que, quando percebe, diz que não foi ela que fez. Ela sequer tem consciência do que fez, da agressão, da violência.
O ciúme também leva a pessoa a extremos, a atitudes impensadas; em que é o outro tomando atitudes pela pessoa. Ela tem o campo mental favorável e o espírito toma posse. Então, na verdade, a posse realmente é perispiritica; não é que o espírito invade o corpo da pessoa e esta sai do mesmo. Todo o processo, no caso da obsessão, da subjugação, é uma posse perispiritica. O espírito influencia e domina os movimentos da pessoa, envolvendo física e espiritualmente. Ele consegue isso pelo grau de revolta em que a pessoa se encontra. É aquela pessoa que fica cega, que entra naquela faixa bastante negativa e vai dando alimento para que o espírito a comande.
Como se dá o tratamento e a assistência de desobsessão?
- A assistência de desobsessão é feita de um modo sigiloso. (…) Isto ocorre para que o obsedado não se envolva emocionalmente com o que vai ser dito. Muitas vezes, a pessoa se choca em saber que o espírito quer matá-la ou fazer um tipo de mal.
E no caso de pessoa obsedada que consegue ver o obsessor?
- Muitas vezes, ao ver seu próprio obsessor, a pessoa se assusta e se envolve ainda mais negativamente. (…) Mas se ouvir a comunicação, perturba-se ainda mais. Se ela sabe que um espírito vai fazer-lhe mal, ela não se desliga.
E como é a conversa com o espírito?
- (…)Existem as orientações de André Luiz, no livro Entre a Terra e o Céu, em que ele fala de um velhinho que já cem anos estava de cócoras no canto de uma casa que ele tinha construído; até que fizeram o Evangelho no Lar e ele, ouvindo aquela palavras, despertou e começou a ser doutrinado. Mas, durante cem anos, ele ficou ali de cócoras, vivendo os fatos que aconteceram com ele no passado.
Muitas vezes, também, o espírito se desliga, mas o encarnado não. Então, o encarnado mantém os mesmo pensamentos negativos e, mais uma vez, se liga a outras entidades.
Depois de encaminhados, qual o lugar para onde esses espíritos vão?
- Na espiritualidade, existem locais onde eles são recebidos e tem orientação.
São as Casas Transitórias?
- Sim, são os locais de socorro. Eles são trazidos aos centros espíritas, onde estudam. Quando eles podem, vem e assistem às aulas.
Os obsessores são espíritos apegados à matéria, vingativos, mas também podem ser familiares que nem sabem que estão nos prejudicando?
Sim, são espíritos extremamente ligados a matéria.. (…) permanecem como se ainda fossem donos da casa, do carro, da roupa, etc.(…) muitas vezes, não desejam fazer o mal; apenas não querem que ninguém faça uso daquilo que acreditam que ainda lhes pertence.
As pessoas somente são obsidiadas se houver afinidade vibratória. Caso contrário, não ocorrerá. Eles se cansam após um período de tentativas e desistem. Onde há oração, leitura do evangelho e vigilância, não ocorre assedio dos espíritos obsessores.
Como mudar essa situação de sermos, as vezes, nossos próprios obsessores, com nosso pensamentos negativos?
As vezes, a pessoa fica fechada dentro dela mesma, não quer saber de nada; tudo para ela é tristeza, amargura, não participa da vida. Nós tivemos alguns casos assim, em que para a pessoa tudo é ruim; ela não quer viver, não quer participar. Tem uma oportunidade de ter uma melhora espiritual e física, mas não aceita. Essa é uma auto-obsessão, a pessoa está sempre negativa, rancorosa, sem participar, e não quer ajuda. E mesmo se alguém ajudar, ela não aceita. Pode até ir a um centro espírita, mas continua da mesma forma, sem que nada penetre. Existem exemplos de pessoas que não aceitam receber o passe; então, a energia não chega a ela.
Quais são as alternativas para a autodesobsessão?
Um exemplo que gosto de lembrar; é o da fila do banco. Tudo em nosso país tem fila. A desordem e a desorganização geram a fila. Quando uma pessoa vai para uma fila, ela demonstra seu estado de espírito. Ela pode começar calma, depois ficar irritada, falar alto, descontrolar-se, brigar, etc…Como também pode levar um livro ou uma revista para enfrentar o desgaste e aproveitar melhor o tempo ali perdido. Essa é uma atitude entre tantas alternativa.
Outra seria ouvir musica, cantar, brincar com um animalzinho, caminhar, cuidar de plantas etc….As artes, em geral, fazem as pessoa mudar seu pensamento.
A cura, então, está no auto-conhecimento, na mudança de conduta e na reforma intima?
A reforma intima é a transformação de valores, a modificação da sua maneira de ser e de viver. Muitas vezes, dizemos aos alunos: “Vocês estão aqui há dois ou três anos; imaginem vocês há três anos. Vocês sentem que modificaram?” E a maioria sente que modificou. Isso é a persistência; você começar a sentir que viver melhor, com pensamentos melhores, é melhor para você. Não participar de discussões, de brigas, não buscar as coisas mais erradas. Não perceber só o errado, porque, muitas vezes, a pessoa só percebe o que já tem de errado.
Saúde e Espiritismo, Associação Médico Espírita do Brasil, págs: 162-165, 170-191, 202-203:
No Livro Saúde e Espiritismo encontra-se explicações cientificas sobre a obsessão, baseadas em outros livros:
Na obra de André Luiz encontramos detalhados, praticamente, todos esses caracteres diferentes da obsessão.
Segundo revelação de Emmanuel, na erraticidade, existem mais de 20 bilhões de Espíritos, errantes e conscientes, gravitando em torno da Terra, sendo que a maioria deles está a espera de novas existências para dar prosseguimento a luta evolutiva. Desses postulantes a reencarnação, três quartas parte são de Espíritos imperfeitos, afeiçoados ainda ao egoísmo destruídos, daí a grande heterogeneidade e as características de atraso e imperfeição do mundo em que vivemos.
Tendo em vista que “a influência dos Espíritos é de todos os instantes e, mesmo os que não crêem neles, estão sujeitos a sofrê-la” é possível ter uma idéia do grau de pressão e o tipo de influencia que essas três quartas partes exercem sobre a humanidade encarnada.
“Fora erro acreditar alguém que precisa ser médium, para atrair a si os seres do mundo invisível. Eles povoam o espaço; temo-los incessantemente em torno de nós, intervindo em nossas reuniões, seguindo-nos ou evitando-nos, conforme os atraímos ou repelimos”, ressalta Kardec.
Neste século, o Espírito de Marilyn Monroe chamou a atenção para esse perigo. Em entrevista a Humberto de Campos, notável escritor brasileiro desencarnado, realizada no Memorial Park Cemetery, em Hollywood, e transmitida a Francisco Candido Xavier, a famosa estrela confessou-se vampirizada por inimigos desencarnados e classificou a obsessão como um dos piores flagelos da humanidade.
Obsessão telepática
André Luiz relata um caso de dominação telepática em Nos Domínios da Mediunidade:
O casal janta na companhia das três filhas. O marido está alheio a conversação que se faz animada em torno da mesa, mantém ar de enfado, olhar distante. Após ler os jornais, prepara-se para sair. A mulher fica decepcionada, esperava que ele ficasse para as preces que fariam em conjunto, logo mais. Nesse momento, surge em cena, à frente dos olhos do marido, uma surpreendente imagem de mulher, projetada sobre ele a distancia, aparecendo e desaparecendo, com intermitências. Apressado, ele despede-se e sai, alegando negócios e compromissos. A esposa não acredita e intui que os compromissos sejam com outra mulher. À medida que a dona da casa a identifica mentalmente e passa a produzir pensamentos hostis em relação a ela, a mesma imagem de mulher que aparecera para o marido começa a surgir a sua frente, até se tornar inteiramente presente. Ambas entram em franca contenda mental, trocando mutuas acusações como autenticas inimigas.
Nesses casos de influenciação telepática, o fenômeno está relacionado com a sintonia.
O assistente Àulus adverte: “ Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens. Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar aversão de que se vêem possuídos, uns a frente dos outros, e alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais, alimentada, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores.
(…) Há também esclarecimentos dos Espíritos sobre os parceiros no vicio nos livros Nos Domínios da Mediunidade e No Mundo Maior.
O assistente Aúlus, André Luiz e Hilário observavam uma casa noturna, onde se reuniam fumantes e bebedores inveterados. O ambiente saturado de emanações negativas produzia mal-estar nos três observadores espirituais.
Junto dos encarnados que fumavam e bebiam, criaturas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras inveterados.
Áulus explicou que os desencarnados, que se apegam com desvario as sensações da experiência física, ficam colados aos amigos terrestres, temporariamente desequilibrados nos costumes por que se deixam influenciar. Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se de emoções do tipo inferior, que os localizam na vizinhança da animalidade. Na Terra, preferiram o culto das satisfações menos dignas. Como cada alma recebe da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares. Tem medo da verdade, são como a coruja que foge a luz.
Seriam os viciados médiuns? Áulus respondeu que sim, uma vez que essa faculdade é como a de respirar, todas as pessoas a possuem, em menor ou maior grau de desenvolvimento. E acrescentou:
“Ser médium não quer dizer que a alma esteja agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinqüentes, com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e a perturbação, em vez de cooperarem na extensão do bem”.
(…) “O Espírito encarnado sofre influenciação inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estomago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro”.
Simbioses
Num processo de simbiose o encarnado entrega-se inconscientemente ao desencarnado que passam a lhe controlar a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio e, em troca, de certa forma, fica protegido contra o assalto de influencias ocultas ainda mais deprimentes. (…) Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico. (…) Não se tratam de desconhecidos, mas de familiares diversos.
(…) Há também os casos de simbioses no plano sexual. Desde longa data, há relatos de íncubos (espíritos masculinos) e súcubus (espíritos femininos), que mantém relações sexuais com os encarnados. Na obra de André Luiz há referencias nos livros E a Vida Continua e Missionários da Luz.
Vampirismo espiritual
A simbiose prejudicial é conhecida como parasitose mental. (…) Na parasitose mental temos o vampirismo. (…) Para o mundo espiritual, “ vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”.
(…) Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas zonas motoras e sensoriais, inclusive os centros cerebrais-linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as a maneira do artista que controla as teclas de um piano. Criam, assim, doenças-fantasmas de todos os tipos, mas causam também degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo a instalação de doenças reais que persistem até a morte.
Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz refere-se a um caso interessante de um homem desencarnado e uma mulher encarnada que vivem em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. (…) Bastou, porém, que o Espírito fosse retirado, pra que ela o fosse procurar, reclamando-lhe a presença.
(…) Em Obreiros da Vida Eterna, André Luiz descreve cenas de vampirismo em enfermaria de hospital: “Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, infligindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os”.
Infecções Fluídicas
Da mesma maneira como existem infecções orgânicas, acontecem também as fluídicas, resultantes do desequilíbrio mental.
(…) E cada uma dessas viciações da personalidade produz as larvas mentais que lhe são conseqüentes, contaminando o meio ambiente, onde quer que o responsável pela sua produção circule ou estagie. Elas não têm forma esférica, nem são do tipo bastonete, como as bactérias biológicas, entretanto, formam colônias densas e terrível. E tal qual acontece no plano físico, o contagio também pode verificar-se na esfera psíquica.
Na condição de parasitismo mental, as larvas servem de alimento habitual, porque são portadoras de vigoroso magnetismo animal.
Para nutrir-se desse alimento, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das arvores, e sugar-lhes a substancia vital”.
Fixação Mental
Recomendamos para estudo da fixação mental o Caso Antonio Olímpio.
De forma resumida, podemos dizer que Antonio Olimpio assassinou os dois irmãos para apossar-se, sozinho, da herança dos pais. O crime foi pratica a noitinha, em um lado, e não foi descoberto pela policia terrena, que considerou as mortes acidentais. Mas a cena continua a martelar diuturnamente a cabeça de Antonio Olimpio, após a sua desencarnação. O complexo de culpa faz com que reviva as cenas, repetidamente:
“Em meu pensamento (…) vejo apenas o barco no crepúsculo sinistro (…) ouvindo os brados de minhas vitimas (…) que soluçam e gargalham estranhamente (..) Ai de mim! (…) estou preso a terrível embarcação (…) sem que me possa desvencilhar (…) Quem me fará dormir ou morrer? (…)”
Mesmo recolhido a Mansão Paz, posto de socorro do mundo espiritual, Antonio Olimpio permanece prisioneiro da fixação mental.
Parasitas Ovóides
Há Espíritos que perdem a forma humana de apresentação do seu Perispírito, surgindo como esferas ovóides. (…) Inúmeros desencarnados, empolgados pela idéia de fazerem justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes, por repetirem infinitamente, essas imagens degradantes, acabam em deplorável fixação monodeística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo, então, enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os órgãos psicossomáticos ficam retraídos, e surge a forma ovóide.
Atingida essa forma, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo a orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso servem as empreitadas infelizes nos processos de obsessão.
(…) André Luiz, em Libertação, explica que esses ovóides são pouco maiores que um crânio humano, variando muito nas particularidades, alguns denunciam movimento próprio, como se fossem grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados ao halo vital de outras entidades.
Qual a situação psíquica desses ovóides? A maioria deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores.
Alterações e deformações do corpo Espiritual
No livro Libertação, André Luiz teve oportunidade de constatar, de forma inesperada, um caso com essas alterações.
A senhora de um médico revelava extremo cuidado com a aparência externa, apresentando-se sempre muito bem penteada e maquiada, no entanto, o médico desencarnado teve oportunidade de vê-la como autentica bruxa, igual a dos contos infantis, quando, pela ação do sono, o seu Perispírito desprendeu-se do corpo físico. As aparências enganam.
(…) Em libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovóides. O Perispírito de todos os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico, e pode sofrer ainda alterações mais profundas, decaindo sua forma humana, para apresentar-se como a de um animal. É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que tem na Licantropia- transformação em lobo – o processo mais conhecido.
“Nas regiões inferiores, uma mulher é julgada por um tribunal constituído de entidades inteligentes e perversas. Diante dos juizes, confessou que matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois as bebidas de prazer, mas nunca pode fugir da própria consciência.
Através de olhar temível, o juiz sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada passou a modificar-se paulatinamente, diante da sentença repetida varias vezes, chegando ao resultado final da licantropia. Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. A renovação mental, porém, depende dela. Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos. Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que “o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pêlo como as penas da águia e suas unhas como as das aves”.
Obsessão Oculta
(…) A hipnose é fenômeno corriqueiro na Terra, gerando associações maléficas e destrutivas. Grande parte dos crimes, escândalos, e, de certa forma, dos suicídios tem, ai, sua origem.
Há também muita loucura mascarada de bom senso. O magnetizador atua sobre a mente passiva do hipnotizado provocando estados alucinatórios.
Para se precaver de semelhante calamidade, o ser humano precisa prestar atenção a natureza de seus próprios pensamentos e ideoplastias, o que vale dizer, a qualidade dos raios mentais que elege como combustível de suas emoções mais profundas.
André Luiz, em suas obras, dá vários exemplos desse tipo de obsessão. Vejamos um caso pratico de um dos seus livros.
Nas dependências de um bar, em um ambiente noturno de péssimas vibrações espirituais, por causa das libações alcoólicas, das ondas de fumo e dos pensamentos desregrados, um jovem jornalista escreve embalado pelo conhaque e pelo cigarro. Ao seu lado, um Espírito de aspecto repelente controla o cérebro do moço, embebedando-o de uma substância escura e pastosa que lhe escorria das mãos. Imantado, através da imaginação, o rapaz, que é médium psicografo, sem o suspeitar, assimila as idéias do verdugo espiritual. As páginas que vão produzir vai enredar uma jovem em noticiário escabroso dos jornais. Houve um homicídio. A jovem não esta diretamente implicada, mas, sob o império do obsessor, o rapaz vai colocá-la no centro dos acontecimentos. Com qual finalidade? O espírito, que é obsessor da jovem, pretende desfibrar-lhe o caráter, a fim de arremessá-la ao vicio e, desse modo, dominá-la mais facilmente. E o rapaz? Tornou-se instrumento do obsessor, porque deseja produzir matéria escandalosa, de impacto junto ao publico, dentro do ideário do que se conhece como imprensa marrom. A imantação das mentes ocorre, portanto, naturalmente, pela natureza dos raios mentais emitidos de parte a parte.
Obsessão Durante o Sono Físico
A pequena parcela de seres humanos que já se apercebeu das contínuas comunicações entre os Espíritos e dos aspectos nefastos que ela pode assumir, ainda não está suficientemente desperta para a necessidade de vigilância nos estados passivos. Por isso, a meditação e o sono físico, comumente, são portas abertas pra a recepção de pensamentos, que nos são sugeridos por Inteligências desencarnadas, que nem sempre querem a nossa felicidade espiritual, enredando-nos na obsessão.
No livro Libertação, durante a missão que desenvolvem nas regiões infernais para salvar Gregório, André Luiz e Elói, sob a tutela de Gúbio, tiveram oportunidade de observar o intenso intercambio entre encarnados e desencarnados, no período dedicado ao sono físico.
Perguntando sobre o assunto, Gúbio esclareceu: “A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas zonas de contacto conosco e a maior percentagem desses semi-libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração, qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne”.
Somos informados, então, que os grandes crimes que ocorrem na Terra são planejados nessas horas, nessas regiões infelizes e que acontecimentos muito mais estarrecedores poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho ativo dos Espíritos protetores que se desvelam em beneficio da humanidade.
Ao lermos essa passagem, lembramo-nos dos filmes de violência gratuita, dos personagens monstruosos, que apresentam enormes deformações de caráter; as cenas de deboche, com evidente desvirtuamento do emprego do sexo e ficamos com a convicção de que muitos diretores, artistas e produtores de cinema devem freqüentar, habitualmente, essas paragens infelizes.
No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é suscetível a influenciação dos desencarnados, quer sejam evoluídos ou não, e que são atraídos pela nossa aura. Se nos mostramos inclinados a elevação moral, os Espíritos Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer ajuda; se trazemos, põem, no halo psíquico sinais de ociosidade ou de intenção maligna, somos procurados por entidades malfazejas que nos envolvem em obsessões viciosas.
Obsessão Coletiva
Conhecida de longa data, a obsessão coletiva é relatada em livros históricos e no Novo Testamento.
Kardec analisa o assunto em várias oportunidades. Em A Obsessão ele comenta: “ Compreende-se que semelhantes a uma nuvem de gafanhotos, um bando de maus Espíritos pode cair sobre um certo numero de criaturas, delas se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral”.
Em Atos dos Apóstolos (Cap. 8 vv.5 e 7), há a citação de que Filipe curou muitos coxos e paralíticos, entre os samaritanos, enquanto transmitia a mensagem de Cristo.
Nos linchamentos, vemos a conjugação de mentes que se unem, como uma reação em cadeia, desfechando crimes bárbaros.
Processo Alérgico
“Obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente”, afirma o médico e instrutor desencarnado Dias da Cruz. Em sua mensagem, ele se lembra a definição clássica de Von Pirquet: alergia é a reação modificada nas ocorrências de hipersensibilidade humana.
Os elementos que causam alergia física são chamados alérgenos. Existem alérgenos exógenos ou endógenos, conforme sejam do meio externo ou interno. Entre os fatores ou alérgenos externos distinguimos os alimentos, a poeira, o pólen, os parasitas, as bactérias etc. Esses fatores atuam como agressores, são os chamados antígenos, responsáveis pelo desencadeamento do processo alérgico. O organismo, por sua vez, defende-se, produzindo anticorpos correspondentes, para fazer frente a ação dos antígenos. O confronto dá-se na intimidade da célula e, como resultado dele, há liberação de uma substancia semelhante a histamina, a substancia H. que atua sobre os vasos capilares, as fibras e o sangue, ocasionando distúrbios diversos, tais como a demartite, a coriza, a asma e o edema, a urticária, a enxaqueca, e outros.
(…) As radiações mentais, na maioria das vezes, apresentam-se como agentes R, estes estão na base da formação da substancia H, presente em quase todas as perturbações neuropsíquicas e que usa o cérebro como órgão de choque.
A cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calunia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desanimo, produzem elevada porcentagem de agentes R de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, tanto exógenos, quanto endógenos, suscetíveis de fixar-nos por tempo indeterminado em deploráveis labirintos da desarmonia mental.
Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes R que estamos emitindo. E isso porque, quando exteriorizamos correntes de enfermidade e morte, quer atinjam ou não o alvo, voltam-se fatalmente contra nós, segundo o principio da atração do imã comum.
Como se vê, o pensamento é força determinante que pode destruir ou edificar a felicidade em nossas vidas.
Obsessão de Efeitos Físicos – Poltergeist
A obsessão pode dar-se no campo físico, como bem lembrou Allan Kardec.
Nesse caso, os obsessores produzem manifestações ruidosas e persistentes, através de pancadas, batidas, transportes de objetos, combustão espontânea etc.
De vez em quando, os jornais estão noticiando casos assim, em que pedras são atiradas sobre o telhado e os moradores da casa, quebrando vidraças; panelas e utensílios voam pelos aposentos, pratos e xícaras espatifam-se no chão; poltronas, armários e até colchão de bebe pegam fogo espontaneamente.
“(…) São Espíritos mais levianos do que maus, que se riem dos terrores que causam e das pesquisas inúteis que se empreendem para a descoberta da causa do tumulto. Agarram-se com freqüência a um individuo, comprazendo-se em o atormentarem e perseguirem de casa em casa. Outras vezes, apegam-se a um lugar, por mero capricho. Também, não raro, exercem só essa forma uma vingança (…)”.
“Em alguns casos, mais louvável é a intenção a que cedem: procuram chamar a atenção e põr-se em comunicação com certas pessoas, quer para lhes darem um aviso proveitoso, quer com o fim de lhes pedirem qualquer coisa para si mesmos. Muitos temos visto que pedem preces; outros que solicitam o cumprimento, em nome deles, de votos que não puderam cumprir; outros, ainda, que desejam, no interesse do próprio repouso, reparar uma ação má que praticaram quando vivos”.
Luiz Schvartz, em seu livro Obsessão Estudo Introdutório expõe de um modo sucinto, mas muito esclarecedor, como a obsessão se processa: “ Como um abraço de urso: (…) Se o espírito for mau, só aconselha o mau. Se for perverso e malvado, ele comprime sua vitima como numa teia, paralisa-lhe a vontade e mesmo seu discernimento, os quais ele abafa com seu fluido, do mesmo modo que se apaga o fogo com uma porção de água.
Revista internacional de Espiritismo, Fevereiro de 2004, pág 34 à 36:
Breve estudo sobre a Obsessão
1-Conceitos
1.1. Genérico – É a preocupação continua com determinada idéia, que domina doentiamente o Espírito, resultando ou não de sentimentos recalcados. Comumente é designada como idéia fixa. Exemplos: A antipatia gratuita e desarrazoada de alguém que nunca teve qualquer ação prejudicial para com a pessoa; a ambição desmedida; a avareza; a inveja; o ciúme; a higiene exagerada.
1.2. – Doutrinário – “É a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um individuo”. Os espíritos inferiores assim procuram exercer influencia e induzir certas criaturas a procedimentos inconsistentes com suas características de personalidade. É a influenciação diuturna e constante sobre pessoas invigilantes em seus pensamentos, estabelecendo-se como que uma sintonia, uma permuta ou mesmo uma simbiose de vibrações inferiores.
2 – Importância
“No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta, é necessário colocar a obsessão em primeira linha”. Realmente, podemos afirmar, sem qualquer receio de estarmos exagerando, que não se passa um só dia na nossa vida de encarnados sem que, ao menos por um momento, sejamos obsidiados; obviamente, podemos resistir a interveniência malsã de Espírito ou Espíritos inferiores, mas a afirmativa é irretorquível. Os bons Espíritos não procuram constranger quem quer que seja; por conseqüência, inexiste obsessão da parte de Espíritos evoluídos.
3 – Graus
3.1-Obsessão simples
Verifica-se pela insinuação insidiosa de um Espírito inferior a mente de uma criatura, em virtude de sua invigilância, seus maus costumes ou seu procedimento discordante das Leis Morais. O individuo, neste estagio obsessivo, é o cognominado “José vai com os outros”. É o integrante da multidão, que age de certa forma porque “todo mundo faz”. Exemplo: Fuma porque fumar é bonito, prova de machismo ou de feminismo (idéia inoculada nas mentes pelos Espíritos inferiores).
3.2-Fascinação – É um estágio obsessivo mais avançado. A influenciação do Espírito inferior, encontrando campo fértil na mente da criatura, vai assumindo foros de tamanha ordem que, de certa forma, ficam inibidas sua capacidade de critica e de discernimento, que, assim, passa a aceitar as idéias mais sem nexo ou fundamento, a tomar atitudes incoerente, apaixonadas e desarrazoadas. O Espírito obsessor obtura-lhe o senso critico e o obsidiado toma com verdades irrefutáveis o maiores absurdos, assumindo, as mais da vezes, atitude e posições ridículas. “Quando da fascinação, o Espírito obsessor conduz sua vitima como se faz a um cego”. Não é sem motivo, pois, que tomamos ciência, eventualmente, de procedimentos individuais ou coletivos que causam a maior estranheza, porque os homens mais atilados, mais instruídos, não estão isentos da fascinação.
3.3 – Subjugação – No processo de subjugação há um envolvimento tal da parte do obsessor, que produz-se a paralisação da vontade da vítima, constrangendo-a a agir em confronto com a sua própria vontade.
3.31- Subjugação Moral – O individuo é levado a tomar decisões absurdas e comprometedoras, que considera, no entanto, sensatas. Assemelha-se em muito a fascinação, mas enquanto nesta existe alguma intermitência, na subjugação o processo é continuo.
3.3.2 – Subjugação corpórea – Caracteriza-se pela constrição ao obsidiado para que venha a fazer gestos, independentemente de sua vontade: trejeitos, esgares, tiques nervosos. A criatura, além disso, fica permanentemente irritada. Em geral, é categorizada de louca, por conhecidos e familiares.
4 – A Obsessão como fuga
Muitos são os que, inconscientemente, adquirem hábitos e costumes, os chamados hobbies, por influencia e mesmo por constrição exercida pelos Espiritos menos felizes. Nem todo hobby é uma decorrência da obsessão, contudo, em muitos casos, ela se caracteriza. São comuns as obsessões como fuga nos períodos carnavalescos, na freqüência a jogos de futebol, corridas de cavalo e pescarias.
5 – A obsessão como doença
É carregada de sabedoria a frase lapidar: “Mens sana in corpore sano”- “Mente sã em corpo sadio”, pois a obsessão como doença é via de duas mãos de tráfego:
5.1- Psicossomática- Da mente para o corpo. Os estudos da Doutrina concluíram que não existem doenças, mas sim doentes. É verdade pura. A mente abriga o Centro Vital Coronário, presidente de todos os demais núcleos energéticos que tangenciam o corpo carnal ao Perispirito. O destrambelhamento mental repercute, via centro coronário, no distúrbio do corpo. A hipocondriase –mania de doença– é a maior prova disto.
5.2 – Somático-Psíquico – Do corpo para a mente. Caracteriza-se pela superestimação de qualquer ocorrência ao vaso físico, atribuindo-se-lhe valor que efetivamente não tem.
6 – Tipos de obsessão
6.1 – De encarnado para encarnado – É o domínio mental exercido de criatura sobre criatura. Muito comum, processa-se através dos sentimentos menos dignos: ciúme, inveja, paixão, ódio, orgulho. Em geral, usa-se como meio a chantagem emocional.
6.2 – De encarnado para desencarnado – Advém da inconformidade para com a Justiça Divina, do descontrole emocional. Ocorre, na maioria das vezes, quando há o desencarne de um ente querido, de forma prematura, por doença ou por acidente. É tão malévola quanto todos os demais tipos e denota uma tendência egoística. Como o pensamento é energia coagulada, seja qual for a natureza das vibrações emitidas com relação ao desencarnado, elas alcançarão seu Espírito, balsamizando-o ou lacerando-o, mas, de qualquer forma, trazendo-lhe lembranças da vida terrena.
6.3 – De desencarnado para encarnado – Aparentemente, nesta modalidade reside a maior incidência obsessiva, dada a maior facilidade de atuação magnética mental dos Espíritos em estágio no plano maior sobre aqueles vinculados ao corpo carnal. É de lembrar-se, de qualquer sorte, que somente as vibrações compensadas podem propiciar o processo obsessivo. Isto quer dizer que o obsediado coopera ativamente para que a a obsessão ocorra, mantendo sua postura moral incompatível com a verdadeira busca da evolução e do melhoramento espiritual.
6.4 – De desencarnado para desencarnado – Quando do desencarne, o homem leva para o plano maior, em seu retorno, a bagagem moral que tenha obtido em sua vida no mundo. A vida prossegue naturalmente, só que em outra dimensão. As criaturas continuam as mesmas, com suas virtudes e seus defeitos. No livro “Voltei”, ditado pelo Espírito Irmão Jacob, bem como na coleção de André Luiz, mormente no livro “Nosso Lar”, da lavra psicográfica do querido médium Francisco Candido Xavier, temos variados exemplos dessa verdade. Existem, pois, Espiritos que, não logrando alcançar seus desafetos quando encarnados, esperam-nos na Vida Maior, para tirarem a inelutável forra do passado que não lograram esquecer. É citada na literatura espírita, em variados livros, a existência de organizações similares às da Terra – na verdade, as inspiradoras das do Orbe – voltadas exclusivamente para a prática da “justiça”, qual entendida pelos irmãos menos felizes que nelas trabalham. Os Espíritos, nesses redutos, são submetidos a torturas de molde inquisitorial por outros em estádio ainda mais inferiorizado e aferrados ao mal. Se o espírito é eterno, seus ajustes com a Lei Divina, via Causa e Efeito, são também perenes. Nada mais justo e compreensível. É a memória perispiritual, completamente apagada em uns, quando na carne, mas com resquícios de lembrança, para outros, que torna ainda possível a existência dos infernos e purgatórios.
6.5 – Obsessão recíproca – Trata-se da vibração em desequilíbrio compensada numa exata faixa de onda mental. O mesmo ódio que nutre um dos obsessores é o alimento do outro. Aparentemente existe sofrimento de parte a parte, mas a obsessão assim mantida traz satisfação e nutre os sentimentos inferiores dos envolvidos no malévolo processo. Muita vez, tamanha é a força vibratória negativa que a simbiose obsessiva transforma-se em simbiose física. É o caso dos gêmeos xipófagos, que assim vem ao mundo porque acham-se jungidos por um tremendo ódio comum.
6.6 – Auto-Obsessão – É um processo doentio, em que o Espírito desenvolve a auto-piedade, autocomiseração, a auto-insatisfação. É mais comum do que pode ser imaginado. Não são poucos os que não aceitam o corpo com que reencarnaram, achando-se injustiçado por Deus. Se perfeitos em corpo físico, condenam-se por não terem inteligência brilhante; se deficientes físicos de nascença, imprecam contra Deus porque os fez assim. Se macerados em acidente, não conseguem aceitar a “má sorte”. É de citar-se, ainda uma vez, os hipocondríacos, os claustrófobos, etc. Obviamente, os Espíritos inferiores encontram campo fértil nos que desenvolvem tais processos mentais.
7 – Causas da Obsessão
Sendo um processo tipicamente espiritual e mental, as causas e motivos da ocorrência de obsessões perde-se no tempo e no espaço. Ocorre, contudo, com mais facilidade pelos motivos a seguir:
- Deficiências morais
- Vinganças de Espíritos inimigos já desencarnados
- Mediunidade não desenvolvida
- Mediunidade mal empregada
Se a quisermos situar no tempo, terá origem:
- No passado – pela aplicação da Lei de Causa e Efeito
- No presente – pela natureza das ações e atitudes tomadas pela criatura
- No futuro – pelo desenvolvimento atual de ideais desequilibrados
Por isso, Allan Kardec ressaltou, com a habitual maestria, a grandiosidade do ensino de Jesus em seu evangelho: “Estai de sobreaviso, vigiai e orai.”
Bíblia – João 16.33:
Jesus disse: “ No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
Bíblia – primeira carta de Pedro 4.8:
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados”.
Segundo Espiritismo, Allan Kardec, Cap. XI, item 8:
(…) Na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos.
Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Cap. 20, item 230:
(…)É preferível rejeitar 10 verdades, do que admitir uma única mentira.
Nos livros comentados abaixo contém exemplos de obsessão:
Ala dezoito, Wilson Frungilo Júnior:
Um advogado bem sucedido do Rio de Janeiro que começou a ter alucinações. Foi internado num sanatório, ninguém acreditava nele, somente sua esposa e uma funcionária da clínica que era espírita e fazia reuniões de desobsessão dentro do sanatório às escondidas na madrugada .
Dramas da Obsessão, Yvonne Pereira, Espírito Bezerra de Menezes:
Na história de Leonel que tinha uma família com dez filhos, todos tinham ímpetos de suicídio. Leonel se suicida e dez meses depois sua filha Alcinda também.. Seu filho Orlando já tentou várias vezes. Na casa deles, a densidade vibratória era asfixiante, o clima obsessor se expandia ao derredor.
século 16 em Portugal – Inquisição
Leonel é Hildebrando de Azambuja (inquisidor-mor)
4 séculos de perseguição
“Sob as Cinzas do Tempo” – Carlos Baccelli – Espírito Inácio Ferreira
Caso de possessão ( Paulinho ) –Conta a história do Inquisidor da Espanha Tomás de Torquemada, que renasce no Brasil em Minas Gerais, com sérios problemas de saúde, parecido com um “monstrinho”, sobrevive alguns meses e é engolido por uma cobra “sucuri”.
Libertação, Francisco Candido Xavier, Espírito André Luiz:
Matilde, mãe do obsessor Gregório, levou cinqüenta anos para se aproximar mentalmente dele. Ela o considera como pérola perdida num mar de lama e fica feliz com a possibilidade de encontrá-lo.
A minhoca enquanto minhoca, é compelida a trabalhar o solo.
Licantropia – Nabucodonosor ficou 7 anos sentindo-se animal.
Segunda morte.
Ovóides – se justapõe ao perispírito
“A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos dentro de nós mesmos. “
Certos casos de obsessão é indispensável a pessoal resistência. “Não adianta retirar a sucata que perturba um imã, quando o próprio imã continua atraindo a sucata.”
Sobre a revolta: Um momento de rebeldia, põe um destino em perigo. Como diminuto erro de cálculo ameaça a estabilidade de um edifício inteiro.
O cérebro da carne é um instrumento delicado, incapaz de suportar a carga de duas vidas. Por isso o esquecimento. Mas idéias novas surgirão ao despertar, formosas e claras com respeito ao bem que necessitas praticar através de intuições, disco milagroso da consciência.
Relato de um Escritor que é perseguido por pessoas que se acham prejudicadas por seus personagens.
O amor vence todo o ódio e o bem aniquila todo o mal.
3ª PARTE
PARA DESOBSESSÃO :
1 – Evangelizar-se na prática diária de boas ações, numa mudança radical do padrão vibratório;
2 – Instituir o Culto do Evangelho no Lar: “ Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa. Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Jesus no Lar é vida para o Lar.” ( Joana de Angelis);
3 – Buscar leituras renovadoras diariamente;
4 – Praticar a meditação;
5 – Buscar as reuniões de ajuda maior “desobsessão”.
Bíblia, Mateus 12.43-45, Lucas 11.24-26:
A volta do espírito Mau
43 Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
44 Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada.
45 Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro.
Bíblia, Apocalipse 22.10-15:
11 Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.
12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.
13 Eu sou o Alfa e o ômega, o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim.
14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.
15 Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira.
Evangelho Segundo Espiritismo, Allan Kardec, Cap. X, item 5, Mateus 5.25-26:
“ Reconciliai-vos o mais cedo possível com vosso adversário, enquanto estiverdes com ele a caminho, para que não suceda que o vosso adversário vos entregue ao juiz e que o juiz vos leve ao ministro da justiça e que sejais mandado para a prisão. Eu vos digo, em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pago até o último ceitil.”
(…) Deus não deixa aquele que perdoou ser alvo de vingança.
Boa Nova, Francisco Candido Xavier, Espírito Humberto de Campos, Cap. 10, O perdão:
(…) Se o nosso irmão se arrepende e procura o nosso auxílio fraterno, amparemo-lo com as energias que possamos depender; mas, em nenhuma circunstância cogites de saber se o teu irmão está arrependido. Esquece o mal e trabalha pelo bem. Não poderemos saber se o nosso adversário está disposto à conciliação; todavia,podemos garantir que nada se fará sem a nossa boa vontade e pleno esquecimento dos males recebidos. .
Recordações da Mediunidade, Yvonne do Amaral Pereira, Revista Internacional de Espiritismo, fevereiro 2007:
Como evitar as obsessões:
(…) tanto os médiuns como os doutrinadores devem empreender esforços constantes no sentido de se reformarem intimamente a cada dia, para que possam esclarecer com autoridade moral incorruptível àqueles a quem desejam despertar para o Bem. Devemos lembrar que muitos desses espíritos que comparecem às reuniões de desobsessão para serem doutrinados procuram visitar e vigiar os médiuns e os dirigentes das reuniões mediúnicas fora das casas espíritas, a fim de verificar seu proceder e avaliar-lhes a conduta, e se alguns destes trabalhadores não têm seus atos baseados nos ensinamentos evangélicos, eles acabam sendo descobertos e desmascarados por estes desencarnados no próprio dia da reunião e acabam rejeitando os conselhos desses dirigentes equivocados, que, por não serem pautados num esforço sincero pela sua melhoria moral, não causam nenhum impacto significativo naqueles que os ouvem.
(…) enfrentar o obsessor (…) não significa dizer que devemos provocar brigas com o espírito perturbador ou com o encarnado que está sendo obsidiado, desafiando-o a duelos verbais, tentando impor-lhes, através da força, os nossos pontos de vista ou desdenhando de suas opiniões. Enfrentar, neste caso, significa ter a coragem de dizer-lhes, com energia, mas, principalmente, com muito amor e compreensão, que a sua conduta está equivocada…
(…) devemos ajudar esses irmãos, influenciadores e influenciados, a combater os defeitos que ainda existam em seus corações, com as armas da fé, da perseverança e do amor, objetivando seu arrependimento sincero e conseqüente mudança interior para melhor.
“Humildade perante si próprio e as leis divinas, certificando-se que as vitórias conseguidas no importante setor pertencem a Jesus, Mestre e reeducador dos homens e dos espíritos, e não a nós.” A humildade é uma qualidade imprescindível ao médium responsável. Sabedor de que recebeu a dádiva do trabalho mediúnico como meio abençoado de resgatar através do trabalho em favor dos espíritos sofredores parte dos débitos contraídos perante a Justiça Divina, o médium não deve enxergar neste trabalho uma plataforma de exibição de sua personalidade. Detectando em si mesmo fraquezas e imperfeições variadas, deve se esforçar no sentido de reformar-se intimamente, vigiando e combatendo suas más tendências, orando com sinceridade é fé para angariar forças para conseguir este intento e trabalhando sem cessar em prol daqueles que precisem de ajuda, nunca deixando o orgulho sobrepujar as suas boas intenções. Sem estas atitudes, o médium ficará vulnerável àqueles irmãos das sombras que, influenciando-o para que se ache especial, acabarão por desviá-lo do caminho correto, pois a pessoa dominada pela vaidade nunca admite estar errada e, desta forma, pratica toda série de atos errôneos sem nunca ouvir conselhos ou advertências sensatas de ninguém, comprometendo-se lamentavelmente com a Lei Divina….
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes Temas do Espiritismo, Desobsessão, pág. 26-34:
(…) Celso Martins destaca três etapas para o tratamento de obsessão:
- Doutrinação bondosa e enérgica do desencarnado, vendo-se nele um enfermo digno de tratamento conveniente evangélico;
- Reparação das lesões perispiriticas do obsediado, mediante passes e água fluidificada;
Evangelização deste ultimo, socorrendo-o, se for o caso, com tratamento farmacológico (para corrigir possíveis lesões cerebrais que a presença do inimigo desencadeou) e apoio psicológico adequado.
A prece é tão necessária à saúde do espírito quanto é o pão material para o sustento do corpo. A oração não remove as pedras da estrada, mas nos dá forças para que possamos removê-las.
(…) o passe aparece como meio de grande valia, por ser uma verdadeira transfusão de energias revigorantes, que não se pode jamais dispensar. É considerado um remédio capaz de serenar o espírito atormentado, restaurar o perispírito em desarmonia vibratória….
(…) A água fluidificada consegue captar, dos nossos amigos da espiritualidade, eflúvios balsâmicos para os nossos males orgânicos e perispirituais.
Livros dos Espíritos, Allan Kardec, Cap.IX, parte 2, questão 478:
- Pessoas há, animadas de boas intenções e que, nada obstante, não deixam de ser obsediadas. Qual, então, o melhor meio de nos livrarmos dos Espíritos obsessores?
“Cansar-lhes a paciência, nenhum valor lhes dar às sugestões, mostrar-lhes que perdem o tempo. Em vendo que nada conseguem, afastam-se.”
Livros dos Espíritos, Allan Kardec, Cap.IX, parte 2, questão 479:
- A prece é meio eficiente para a cura da obsessão?
“A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas, crede que não basta que alguém murmure algumas palavras, para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que trabalham, não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsediado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos.”
Missionários da Luz, Francisco Candido Xavier, Espírito André Luiz, Cap. 13:43:
(…) ”A tempestade é nossa benfeitora: a dificuldade, nossa mestra; o adversário, instrutor eficiente”…
Seara dos Médiuns, Francisco Candido Xavier:
(…) Façamos uma honesta viagem interior, para analisar e conhecer nosso mundo íntimo, a fim de obtermos a identificação de nossos erros de pensamento e sentimento, dedicando-nos firmemente a corrigi-los. Desse modo, seremos capazes de ver os outros homens realmente como irmãos, de acordo com a orientação do Mestre amado, reconhecendo que “ somente nas atividades do bem para o bem dos outros é que nós garantiremos a vida e a continuidade de nosso próprio bem.”
FINAL
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes Temas do Espiritismo, Desobsessão, pág. 26-34:
(…) Para finalizar, destacamos a seguinte ponderação de Martins: “ É bom que se diga que as algemas que unem algoz e vitima não se desfazem senão com a passagem de algum tempo. Às vezes, entrelaçamento cármico entre um e outro tão intrincado envolve um drama tão complexo que, durante longo espaço de tempo, pode persistir o aprisionamento mútuo. Pode ocorrer a desencarnação da vítima atual e a perseguição prosseguir, em pleno plano espiritual, cruel de dolorosa!”
Só Deus, que é amor e justiça e que conhece cada um de seus filhos por dentro e por fora, só mesmo Ele é que pode dizer até onde X feriu Z. Até que ponto A invadiu a intimidade afetiva de B em seus desatinos de outras vidas corpóreas”.
Assim, como nos encontramos “mergulhados na carne”, não conseguimos ver a situação como um todo e, portanto, não temos condições para analisar a causa em sua totalidade. Da mesma forma, não nos cabe, sob nenhum pretexto, julgar quem quer que seja.
“A solução definitiva”, completa Celso Martins, “está nas mãos de Deus”.
Instruções Psicofônicas, Francisco Candido Xavier, Espírito Dias da Cruz, Cap.19, p.97-99:
“ Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos. “
BIBLIOGRAFIA
A Gênese, Allan Kardec (Cap. XIV, Item 15)
Ala dezoito, Wilson Frungilo Júnior
Bíblia (Gênese 22. 1-19 / Lucas 9.38-43 / Mateus 12.43-45, Lucas 11.24-26 / Apocalipse 22.10-15 / Mateus 5.25-26 )
Boa Nova, Francisco Candido Xavier, Espírito Humberto de Campos (Cap. 10)
Dramas da Obsessão, Yvonne Pereira, Espírito Bezerra de Menezes (Págs. 40,100,139,140)
“Sob as Cinzas do Tempo” , Carlos Baccelli, Espírito Inácio Ferreira
Espiritismo & Ciência Especial – Grandes Temas do Espiritismo (Desobsessão, pág. 26-34/ Obsessão, págs. 18-24)
Instruções Psicofônicas, Francisco Candido Xavier, Espírito Dias da Cruz
Libertação, Francisco Candido Xavier, Espírito André Luiz (Págs. 59, 72, 85, 95, 139, 141, 160, 173, 221)
Livro dos Espíritos, Allan Kardec (Cap. XI, parte 2, questão 607 / Cap. IX, parte2, questão 459, 474, 525 / Cap. I, parte 3, questão 629 / Cap. I, parte 2, questão 102)
Livro dos Médiuns, Allan Kardec (Cap. 23, itens 237 à 254 / Cap. 20, item 230)
Missionários da Luz, Francisco Candido Xavier, Espírito André Luiz
Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio B. de Holanda
O Evangelho segundo Espiritismo, Allan Kardec (Cap. XXVIII, item 81 / Cap. III, Item 4 e 7)
Revista Internacional de Espiritismo, Fevereiro de 2004 (pág. 34 à 36) / Fevereiro 2007 (Recordações da Mediunidade, Yvonne do Amaral Pereira)
Revista Reformador, Dezembro 2006, Francisco M. Dias da Cruz (pág. 40)
Saúde e Espiritismo, Associação Médico Espírita do Brasil (págs. 162-165, 170-191, 202-203)
Seara dos Médiuns, Francisco Candido Xavier