Centro Espírita Leocádio Corrêia

Evangelização, Cura e Desobsessão

  • Início
  • O Centro
  • Horários
  • Biblioteca Virtual
  • Palestras
  • Artigos
    • Lista de Artigos
    • Ver Categorias
  • Links
    • Kardec
    • Revista Espírita
    • Biografias
    • Rádio
  • Contato
  • Início
  • O Centro
  • Horários
  • Biblioteca Virtual
  • Palestras
  • Artigos
    • Lista de Artigos
    • Ver Categorias
  • Links
    • Kardec
    • Revista Espírita
    • Biografias
    • Rádio
  • Contato

Artigo

Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Sonhos > Os Sonhos, no Espiritismo e na Psicanálise

Os Sonhos, no Espiritismo e na Psicanálise

celcSonhos20 de junho de 2014 Leave a comment0
Durante centenas de anos os sonhos foram encarados como portadores de vaticínios transmitidos por deuses ou forças superiores, e que, de alguma forma, poderiam ser interpretados, respondendo a necessidades imediatas de indivíduos ou grupos. Na filosofia, chegou a ser aceito como resultado da elevação da alma ou do desprendimento do espírito das amarras do corpo promovido pelo sono.
Na ciência ocidental, a medicina cartesiana tentou reduzi-lo a manifestação inútil de grupos isolados de células do cérebro adormecido respondendo a estímulos externos casuais.   
A psicanálise, apesar de confessadamente mecanicista, recuperou o sentido e o potencial significante dos sonhos, tornando-os passíveis de interpretação e conhecimento, o que, aliás, nunca fora renegado pela crença popular. Mas, manteve uma redução conceitual: sonhos são realizações de desejos.  
O Espiritismo, com meio século de antecedência em relação à psicanálise, trouxe a primeira teoria realmente científica sobre o sonho. E, também, a mais completa, pois o admite como sendo desde uma simples manifestação puramente cerebral, passando pela identificação do sonho como realização do desejo e, ampliando sobremaneira o conceito, quando identifica o desprendimento do espírito e suas atividades extra-corpóreas como constituindo matéria dos sonhos.  
Freud chegou muito perto disso, mas o enorme preconceito que ele e seus contemporâneos nutriam pelo ocultismo o impediu de ir além. É importante observar que em seu tempo, tanto quanto hoje em dia na Europa, o Espiritismo é apenas mais uma repartição na grande estante do ocultismo.
Então, como hoje, os europeus empregavam amiúde o termo ocultismo como sinônimo de espiritismo. Freud declarou o ocultismo como inimigo da psicanálise! Ele relaciona a perda de valores pela guerra (1914/18) e a troca do paradigma mecanicista pelo relativista como facilitadores da expansão do ocultismo. (Exatamente os mesmo fatores que alguns antropólogos modernos relacionam como responsáveis pelo declínio do Espiritismo).
Reconhece que há um parentesco aparente entre psicanálise e ocultismo – o inconsciente e seus mistérios, bem como o fato de a psicanálise ser encarada como “mística” – mas, diz, o ocultista não procura o conhecimento: ele é um crente buscando confirmação. Pode ser que o analista encontre confirmação para alguns fatos “ocultos”, mas o ocultista irá generalizar e proclamar o triunfo de suas opiniões. Por isso mesmo, segundo ele, “a aceitação geral do ocultismo provocaria um colapso do pensamento crítico, dos padrões deterministas e da ciência mecanicista”. Ele não deixa de ter razão, uma vez que a aceitação geral do Espiritismo provocará sim um colapso, não só na ciência, mas, também, na economia, na política, na sociedade enfim, pela substituição de paradigmas: o lucro, pelo desapego.     
Quanto aos sonhos, ele reconhece que podem ser confundidos com “fantasias noturnas sem acréscimos”, “repetição de experiências reais do dia” e com “sonhos telepáticos”. Sua descrição destes últimos os deixa iguaizinhos aos sonhos espíritas, porém, ele os considera “uma percepção de algo externo perante o qual a mente permanece passiva e receptiva”. Mas ele prefere denominar tudo isto de “outros produtos mentais do estado de sono” e, não, como “sonhos”. Sonhos, dignos deste nome, seriam apenas quando há condensação, deformação, dramatização e, acima de tudo, realização de desejo.    Leon Denis divide os sonhos em três categorias:
“Primeiramente, o sonho ordinário, puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais”. A segunda categoria equivale ao “primeiro grau de desprendimento do Espírito”, quando este “flutua na atmosfera, sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que de todos os lados rolam pelo espaço”. “Por último vêm os sonhos profundos, ou sonhos etéreos. O Espírito se subtrai à vida física, desprende-se da matéria, percorre a superfície da Terra e a imensidade…” Mas o grande escritor espírita não observou, ao contrário do que está em  “O Livro dos Espíritos”, a categoria que mais impressionou Freud, justamente por fornecer maior quantidade de material para as análises.                                                  
Na questão 405 de “O Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta sobre as coisas que parecem pressentimentos, nos sonhos, mas que não se confirmam, e a resposta é que “o Espírito viu aquilo que ele DESEJAVA…” E, mais: “as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se VÊ a aparência do que se DESEJA, ou do que se teme”.
Na questão 406, Kardec aborda o fato de sonharmos com pessoas que conhecemos cometendo atos de que elas não cogitam, e os Espíritos voltam à questão do desejo: “não é raro atribuirdes, de acordo com o que DESEJAIS, a pessoas que conheceis, o que se deu ou se está dando em outras existências”. Os Espíritos não precisavam dizer mais do que isto. Não competia a eles ou a Kardec aprofundarem-se mais nesse caminho, uma vez que o interesse espírita estava sobre os “sonhos profundos”. Mas, quem limitou ou reduziu a conceituação de sonhos foi Sigmund Freud.
Fontes:
  • “O Livro dos Espíritos”; Allan Kardec; FEB.
  • “No Invisível”; Leon Denis; FEB.
  • “Psicanálise e Telepatia” e “Sonhos e Telepatia”; Sigmund Freud; Edição Standard Brasileira; Vol. XVIII.
  • “Sobre os Sonhos”; idem; idem; Volume V.
    João Alberto Vendrani Donha

Share This Post!

Leave a Reply

Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Sono e Sonhos

A Visão Espírita dos sonhos

Pesquisar Assunto

Categorias

Tópicos recentes

  • Glândula Pineal – Epífise – palestra 27.08.25
  • Estudo Sobre A Revista Espírita 1861, palestra 25.06.25
  • Fé Raciocinada, palestra 29.01.25
  • Livre arbítrio e responsabilidade, palestra 26.02.25
  • Bem-aventurados os que tem os Olhos Fechados, palestra 30.04.25

Arquivos

  • agosto 2025
  • julho 2025
  • maio 2025
  • abril 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • setembro 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • fevereiro 2024
  • janeiro 2024
  • dezembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • outubro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • janeiro 2022
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • janeiro 2021
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • agosto 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • fevereiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • maio 2019
  • março 2019
  • janeiro 2019
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • março 2017
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • abril 2016
  • fevereiro 2016
  • janeiro 2016
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • setembro 2013
  • junho 2013
  • maio 2013
  • março 2013
  • fevereiro 2013
  • janeiro 2013
  • dezembro 2012
  • outubro 2012
  • junho 2012
  • abril 2012
  • março 2012
  • fevereiro 2012
  • janeiro 2012
  • dezembro 2011
  • novembro 2011
  • outubro 2011
  • setembro 2011
  • junho 2011
  • maio 2011
  • abril 2011
  • fevereiro 2011
  • janeiro 2011
  • dezembro 2010
  • setembro 2009
  • março 2009
  • fevereiro 2009
  • agosto 2008
  • março 2008
Conhecer o Passado, Trabalhar no Presente e Construir o Futuro
O espiritismo não será a religião do futuro, e sim o futuro das religiões.
Copyright CELC