15 Casos Comentados no Livro “Nos Domínios da Mediunidade”
Dos Casos Comentados no Livro “Nos Domínios da Mediunidade”
1) Do desencarnado sem memória, era um homem triste com expressão fisionômica abatida, que não se recordava de seu nome, chegando a dizer que sequer tinha nome, aliás, ele não se recordava de nada, disse que se esqueceu de tudo: um dos companheiros da equipe de estudos disse que poderia ser um fenômeno natural de amnésia, em razão de algum desequilíbrio trazido da Terra, mas que, também, o mais provável era que tal sofredor estivesse sendo vítima de vigorosa sugestão pós-hipnótica, de algum perseguidor de grande poder sobre os recursos mnemônicos do sofredor, cuja dominação continuava depois da morte do corpo físico. E que é possível tal dominação depois da morte do corpo físico, porque a morte é continuação da vida, e na vida possuímos o que buscamos. E que se referido sofredor desse comunicação por meio de um médium do Centro ele se manifestaria assim, desmemoriado, como qualquer alienado mental comum (Cap. 4 – Págs. 39/40).
2) Do desencarnado esguio (alto e magro) e triste, que exibia o braço direito paralítico e ressecado, pois trazia a mente subjugada pelo remorso, com que ambientou nele mesmo a maldição lançada pelo seu pai. André Luis ascultando-lhe (investigando-lhe) por meio do toque de leve em sua fronte (testa) registrou-lhe a angústia nas recordações que se cristalizaram em seu mundo mental. O sofredor tinha sido em sua última reencarnação um musculoso estivador do cais, todavia era alcoólatra. Certa vez chegou em casa bêbado e esbofeteou seu pai, o qual incapaz de revidar, cuspindo sangue praguejou que o braço do filho seria transformado em galho seco. Tais palavras foram acompanhadas de grande força hipnotizante. O homem voltou para a rua sugestionado pela maldição recebida e bebendo para esquecer, todavia, cambaleante foi vitimado num desastre de bonde, no qual veio a perder o braço. Ele sobreviveu por alguns anos cristalizando, contudo, em seu pensamento que a maldição do pai tivera a força de uma ordem e por isso ao desencarnar recuperara o membro antes mutilado, a pender-lhe no ressecado e inerte no corpo perispirítico. Ou seja, ele traz a mente subjugada pelo remorso, com que ambientou nele mesmo a maldição recebida. E se ele der comunicação através de médium, ele transmitirá ao médium as impressões que o possuem (Cap. 4 – Págs. 40/41).
3) Do desencarnado Libório dos Santos, que era um obsessor solteirão que tinha acabado de ter sido removido do ambiente que há muito se ajustara, foi levado ao Centro por três guardas espirituais e era incapaz de enxergar os vigilantes que o traziam e caminhava à maneira de um surdo-cego, e como um alienado mental em estado grave. Ele desencarnou por letal intoxicação, em plena vitalidade orgânica, depois de extenuar-se em festiva loucura (Carnaval). Ele vivia em simbiose com uma moça chamada Sara já há 5 (cinco) anos, caso de obsessão por paixão, a qual pediu ajuda no Centro (Cap. 6 – Pág. 51).
4) Do desencarnado (José Maria) que era um fazendeiro muito rico, famoso, temido, donos de escravos e que era muito cruel com os escravos que fugiam, e quando os recuperava os cegava (queimando-lhes os olhos), e os colocava no tronco e quem não morria era atacado por cães até a morte.
Quando desencarnou (nos últimos dias do século XVIII) não percebeu o desencarne e foi preso pelos escravos que o hipnotizaram desequilibrando no seu corpo espiritual as faculdades da visão e ele se acreditava cego, preso pelos escravos, sentia desespero e remorso. Ao ser atendido pelo Centro Espírita deu início a vontade de se renovar, começando a aceitar o serviço da prece, “chegando mesmo a atingir a felicidade de chorar”. Depois de sua comunicação foi retirado para ser internado em organização socorrista distante (Cap. 8 – Págs. 67/74).
5) Do desencarnado perseguidor que na existência anterior foi irmão consanguíneo do encarnado jovem Pedro, que ao buscar socorro no centro Espírita teve ataque epilético. Na segunda metade do Século XIX, Pedro era um médico de aventuras menos dignas; o obsessor era seu irmão consanguíneo, cuja esposa Pedro tentava seduzir. Para isto Pedro de insinuou de diversas formas, até que começou a prejudicar o irmão em todos os seus interesses econômicos e sociais até levá-lo à internação num hospício, onde ficou por muitos anos à espera da morte.
Quando desencarnou viu Pedro com sua mulher e passou a nutrir-se de ódio, perseguindo-os. Quando os dois desencarnaram, os três se reuniram e visando a regeneração, a companheira, menos culpada, reencarnou primeiro onde mais tarde recebeu Pedro como filho, para purificar o amor de sua alma. No entanto, o irmão traído continua vampirizando Pedro, obstinado no ódio. Pedro sofre os desequilíbrios com que afligiu seu irmão. Expia (Cap. 9, Págs. 75/84).
6) Da moça casada que juntamente com seu marido, foram no Centro buscar ajuda. No Centro ela começou a falar o que seu obsessor dizia, tratando-se de simbiose em desespero. O Instrutor Áulus explicou que o obsessor foi seu pai adotivo, em existência anterior, e que por não aceitar seu noivado e iminente casamento com o homem (que na existência atual é também o seu marido), tudo fez para demovê-la de tal pretensão. O pai acreditava que o pretendente queria apenas seu dinheiro (eis que era um viúvo rico e apenas tinha a moça como filha adotiva). Por perceber que tudo era em vão, o pai adotivo decidiu deserdá-la. O noivo descobriu isto e induziu a filha a matar o pai, através de pequenas doses de veneno diariamente. A moça, no anseio de desfrutar prazeres, matou o pai em duas semanas. Não foi feliz, tendo sido reduzida a miséria moral e física, pois o esposo logo se mostrou um libertino e jogador inveterado. E, também, sofreu a perseguição do pai.
Ela reencarnou e pelo mapa de provas estava programado que ela e o marido se casariam novamente, e o pai viria depois, como filho do casal. O pai a influenciava à distância, de forma que durante toda a infância e puberdade a moça sofria desequilíbrios ocultos, como insatisfação e melancolia, e passava por vários tratamentos médicos e até cirurgia na tireoide, tudo sem êxito. Até que conheceu o rapaz e se casou.
Logo ficou grávida, e ao sentir-lhe a aproximação foi tomada de medo e repulsa, provocando aborto, com violência. Foi o que propiciou a mais ampla influência do obsessor na vida conjugal e ela passou a ter inúmeras crises histéricas e ter repulsa do marido até ficar realmente demente e ser internada em casa de saúde, sofrendo com tratamento de eletrochoque, sem melhora alguma. Quando então, o marido decidiu levá-la ao Centro Espírita. No atendimento feito a ela, o obsessor foi retirado, mas caberá a moça buscar a renovação mental, a aquisição de conhecimento, para que pouco a pouco possa o obsessor aprender a perdoar e desatar as amarras da obsessão (Cap. 10, Págs. 85/94).
7) Da obsessão recíproca entre a encarnada Sara e o desencarnado Libório. Ela foi no Centro Espírita e pediu auxílio e ele foi desligado dela. No entanto, quando ela voltou para sua casa, na mesma noite, em desdobramento foi tentar buscar Libório lá na instituição para onde o mesmo havia sido levado pelo atendimento espiritual. Lá ao ver a Dona Celina (médium do Centro), que em desdobramento foi juntamente com André Luiz, Hilário, Áulus e Abelardo, seu marido falecido e servidor da Instituição, ficou com muito ciúme da Dona Celina e saiu em desabalada (apressada) carreira (caminho). Áulus explicou que o ciúmes de Sara dará algum tempo de tréguas, período no qual irão poder auxiliar Libório nas reflexões necessárias para a renovação mental, com criação de novos pensamentos, que visem libertá-lo da escravidão mútua em que se nutrem (Cap. 14, Págs. 125/134).
8) Do Jornalista que era médium psicógrafo, que assimilava sem o perceber; e punha no papel as ideias que o Espírito obsessor lhe transmitia, eis que das mãos do obsessor escorria uma substância escura e pastosa que ensopava o cérebro do jornalista; do obsessor que transmitia ao jornalista as ideias de uma matéria jornalística exagerando a participação de uma moça num homicídio, para que ela ao ver-se nos noticiários em matéria sensacionalista e caluniosa se desequilibrasse, deprimindo sua vida moral, amolecendo seu caráter, para que a mesma sintonizasse na mesma inferioridade em que o obsessor se situava, para que ele conseguisse explorá-la vampirizando-a. A moça que teria escolhido tal gênero de provações, até porque a “Lei não nos confia problemas de trabalho superiores à nossa capacidade de solução” (pág. 141). Mas que se ela não se decidisse em lutar contra a influência destrutiva ela iria se demorar por muito tempo nas perturbações que já se encontrava ligada em princípio (Cap. 15, Págs. 135/144).
9) Da Senhora de ventre volumoso que estava em pé com dificuldade e com o semblante dolorido. Ela estava aguardando sua vez para tomar passe no Centro espírita em que trabalhava a médium Ambrosina. Ela tinha icterícia (que é a coloração amarelada da pele decorrente de aumento da bile no sangue), que era a consequência de uma hepatite (inflamação do fígado). O Orientador Espiritual Conrado disse que realmente era uma icterícia complicada. Referida senhora teve terrível acesso de cólera na casa dela e ela se rendeu à irritação, adquirindo a persistente hepatite (inflamação do fígado), da qual a icterícia era a consequência. Ela passou pelo passe e sentiu grande alívio, porém não foi curada, eis que ela possuía órgãos e vasos comprometidos e que por isto o tempo não poderia ser desprezado na solução. Então, através do passe ela receberá transfusão de energia que alterará seu campo celular, devendo, também, renovar seu pensamento, pois a mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem no templo do corpo edificando reconstruções. (Cap. 17, Págs. 161/170).
10) Da Senhora que estava no Centro Espírita, onde a médium Ambrosina psicografa mensagens dos desencarnados para os seus parentes encarnados, e lá esta senhora, em pensamento, chamava com amargura seu filho, pedindo para que o mesmo viesse e se comunicasse através da médium Ambrosina. Falava ao filho que era impossível que ele não tivesse piedade dela. Nisto surgiu o rapaz desencarnado, que se apresentou em lastimável estado e se lançou em direção de sua mãe, dominado por imensa atração. Também com amargura, o rapaz, que se colocou no colo da mãe, gritava atormentado para ela não o abandonar, dizia que não morreu e pedia perdão por ter buscado a morte, num suicídio. E que o sofrimento de agora era tão grande que ele desejava matar-se para sempre. A mãe não lhe viu, porém registrou-lhe a presença através de intraduzível ansiedade que lhe constringia o peito. Nisto, dois vigilantes arrancaram o rapaz do colo materno, e neste momento a senhora mentalmente dizia se não era melhor se matar para seguir o filho e “descansar” (pág 174). Áulus se aproximou rapidamente e lhe aplicou recursos magnéticos e ela experimentou grande alívio.
Áulus falou para André Luiz e Hilário que o filho daquela senhora havia se suicidado há meses e ainda experimentava grande sofrimento íntimo e a mãe por sua devoção afetiva reclamava uma mensagem do filho sem saber o que pedia, pois a chocante situação do rapaz resultaria pavoroso martírio para mãe. Por isto, que não houve comunicação psicografada dele para ela, no entanto, ao contato do trabalho espiritual que é feito no Centro ela irá receber energias novas para refazer-se gradualmente, adquirindo forças para se recuperar (Cap. 18, Págs. 171/178).
11) De Jovino, homem casado com Anésia, colaboradora do Centro Espírita onde trabalha a médium Ambrosina, Jovino e Anésia são pais de 3 filhas. Jovino esquecendo-se de seus compromissos estava tendo um caso extraconjugal. Ele se encontrava dominado telepaticamente pela amante, a quem se rendeu facilmente, e porque marido e mulher “respiram em regime de influência mútua” (pág. 185) a dominação telepática que atingia Jovino estava envolvendo também Anésia, que não estava se imunizando com “os benefícios do perdão incondicional” (Cap. 19, Págs. 179/188).
12) Da Sra. Elisa, que é mãe de Anésia, a qual já idosa e doente estava sob simbiose mental com seu filho (Olímpio), que morrera assassinado. Olímpio era alcoólatra e foi assassinado por um conhecido seu também alcoólatra numa noite de insânia. Sua mãe achava que ele era como um protetor seu e ficava evocando-o, até que o rapaz se entrelaçou nela, a qual passou a sentir o que ele sentia e ter as visões dele, suas lembranças de como foi assassinado e os delírios (visões de serpentes e aranhas) que ele continuou a ter mesmo desencarnado, em virtude do alcoolismo crônico. Áulus desligou o rapaz dela usando para isso avançados potenciais magnéticos. E ela, num esforço final, desejando firmemente, conseguiu ir, ainda encarnada, em perispírito, visitar sua irmã e se despedir dela. Sua irmã que, não a ouviu pelos ouvidos, mas sim através das ondas mentais em forma de pensamento, entendeu que Elisa morreu, Áulus diz que este é um tipo habitual de comunicação nas ocorrências da morte. Que somente se realiza por aqueles que concentram a própria força mental nesse desejo de despedida (Cap. 21, Págs. 199/208).
13) Da Senhora que foi buscar auxílio na Casa Espírita, porque para a família, para os médicos psiquiatras era como se ela tivesse uma personalidade diferente, era uma candidata ao eletrochoque. Mas, na realidade ela fixou suas forças emotivas no sofrimento, no rancor, no ódio decorrentes da crueldade praticada por seu obsessor em existência passada, gerando uma cristalização mental tão forte, que superou o choque biológico do renascimento no corpo físico, prosseguindo quase que intacta. De forma que, quando o mesmo se aproximou dela, ela passou a comportar-se como se estivesse ainda no passado. É caso de animismo, pois a senhora pensa que exterioriza uma personalidade diferente, quando apenas exterioriza o mundo de si mesma. Raul Silva, dirigente da Casa Espírita, orou com esta senhora, a oração dominical rogando a ela que perdoasse os inimigos e, em lágrimas, a “enferma desligou-se das impressões que a imobilizavam no pretérito, tornando à posição normal” (Pág. 215), (Cap. 22, Págs. 209/216).
14) Da Senhora que foi buscar auxílio na Casa Espírita, caso de fascinação, ela permanecia controlada por terrível hipnotizador desencarnado, que pretendia aniquilar-lhe (destruir, exterminar) sua existência. Ele estava assistido por vários companheiros com desejo de vingança. O hipnotizador a enlaçava e a senhora uivava como se fosse uma loba ferida, gritava e se debatia no piso da sala, deslizando pelo chão adquirindo aspecto animalesco. O obsessor queria humilhá-la utilizando-se da sugestão. Áulus esclarece que se não fosse o auxílio fraternal que ela veio buscar na Casa Espírita, ela, em transes como este, seria vítima da “licantropia deformante” (Pág. 218).
A causa do conflito remontava fato ocorrido há mais de um milênio. No século X, o obsessor era um legionário (soldado) de Hugo, poderoso duque da Provença (Itália) e para satisfazer a obsidiada de hoje, se fez cruel estrangulador. Na época para satisfazer a obsidiada, ele participou de um saque e teve a infelicidade de aniquilar os próprios pais, no entanto, ela não lhe correspondeu ao devotamento. Foi feito o desligamento e ele foi encaminhado a certa organização de socorro. Entretanto, ela gritava dizendo que via a sua frente um terrível estrangulador prestes a sufocá-la. Áulus explicou que isto era um fenômeno alucinatório, muito comum em casos de fascinação, pois o obsessor e obsediada possuem estreita ligação telepática e ficam agindo e reagindo um sobre o outro. E que, no caso em tela, o remédio definitivo para eles era que tal senhora e o obsessor, em breve, serão mãe e filho. Louvado seja Deus pela glória do lar (Cap. 23, Págs. 217/224).
15) Do homem (Américo) de aparência fatigada, que aparentava ser um velho, quando na realidade tinha apenas cerca de 30 anos, que foi buscar auxílio na Casa Espírita, e lá começou a apresentar tremores rápidos e involuntários, e que se não estivesse sentado na poltrona teria caído ao chão, tremia e gemia de forma angustiosa e rouca, como se alguém lhe apertasse a garganta. Perto dele estavam 2 (dois) espíritos de presença desagradável, “sem contudo interferir magneticamente” (Pág. 225).
Áulus explicou que Américo antes de reencarnar vagueou por muitos anos em região das trevas em imensa sintonia com hipnotizadores crueis em razão da delinquência a que se dedicara no mundo, sofreu intensamente e voltou à Terra trazendo deficiências no organismo perispiritual. Américo vivencia existência de luta expiatória. Quando tinha 7 (sete) anos, sentiu-se tomado pela desarmonia trazida do mundo espiritual, e desde então vai de médico em médico, sem êxito, se submetendo a diversos tratamentos, inclusive eletrochoques, tudo sem resultado. Acredita-se derrotado, incapaz de qualquer serviço nobre, prefere a solidão em que se alimenta dos pensamentos enfermiços que lhe são arremessados pelos antigos companheiros de viciação. Basta tais espíritos, com os quais muito conviveu em aflitiva região das trevas, antes do regresso à carne, se aproximarem dele, que ele (Américo) se entrega a perturbações histéricas, tem paralisias dos membros, tiques, tremores, perturbação mental, etc.
Américo recebeu de Áulus e Clementino (Dirigente Espiritual do Centro Espírita) recursos magnéticos de auxílio e seu corpo físico asserenou-se, contudo Américo permanecia apático e melancólico, como se estivesse anestesiado, inerte. Áulus esclareceu que se Américo se dedicar com disciplina ao estudo, à meditação e à prece, ele conseguirá se renovar mentalmente apressando a sua cura.
Américo reencarnou em família que atravessa expiação em conjunto, “expiação do grupo doméstico” (Pág. 230), seu pai, Júlio, em existência passada foi dirigente de um pequeno bando de malfeitores, ele conseguiu convencer 4 (quatro) amigos e todos foram morar num sítio de onde perseguiam viajantes desprevenidos, dedicando-se ao furto e à vadiagem e com isto comprometeu-lhes a vida moral. Por ter desviado os 4 (quatro) do caminho reto, hoje é Júlio pai destes 4 (quatro) filhos de trato muito difícil e busca recuperá-los para a estrada justa, os filhos são: Américo: que sofre de histeria; Márcio: que vive embriagado; Guilherme e Benício: que se consomem em extravagâncias noturnas.
Júlio (o pai) foi acometido, fazia muitos anos, de paralisia das pernas, vivendo atrelado a uma cama, de onde ainda se esforçava pela subsistência dos seus, em trabalhos leves. Desde que ficou paralítico começou a refletir na vida e buscou conhecimento Espírita, aprendendo sobre a reencarnação encontrou consolo e esperança, e está sendo resignado e firme. É amparado por sua devotada esposa, e também, por sua abnegada e devotada filha, Laura, que noutra existência foi sua irmã (Cap. 24, Págs. 225/232).
16) Da jovem desencarnada, com expressão de grande tristeza, que ficava como junto de lindo espelho no museu, contemplando-o com estranha atração.
Áulus tocou o espelho e descobriu a razão de ser do fascínio da moça pelo espelho: o espelho foi dado de presente a jovem, pelo seu noivo, que era filho de franceses asilados no Brasil, no Rio de Janeiro. Quando estavam noivos, com planos de casamento e depois da mais íntima ligação afetiva, a família do rapaz animada com os sucessos de Napoleão na Europa decidiu voltar à França. Embora entristecido o moço não desacatou a ordem paterna e despediu-se da noiva, falando para ela que guardasse o espelho como lembrança, até que ele pudesse voltar para se casarem e serem felizes para sempre. Só que o rapaz na França distraiu-se com os encantos de outra mulher, depressa se esquecendo de seu compromisso e nunca mais voltou. No entanto, a jovem fixou-se na promessa ouvida e continua a esperá-lo, guardando no espelho a lembrança da promessa, por isso vigia-o.
Áulus explicou que, uma vez que a vida nunca se engana, é provável que o próprio moço (o noivo) que empenhou a palavra, provocando a fixação mental, ou a mulher que o afastou do compromisso assumido, um dia reencarnados irão até ali tomando-a por filha no resgate do débito contraído. Isto porque, o reencontro do trio é inevitável ante a harmonia da lei, já que “todos os problemas criados por nós não serão resolvidos senão por nós mesmos”, Pág. 248, (Cap. 26, Págs. 241/250).