Mediunidade e Progresso – palestra 30.5.18
Mediunidade e Progresso
Palestra – CELC – 30.5.18 – Flavio
I – Introdução
Livro dos Espíritos (O) – Prolegômenos
Fenômenos que escapam das leis da Ciência vulgar se manifestam em toda a parte e revelam, em sua causa, a ação de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente deve ter por causa uma força inteligente, e os fatos provaram que essa força pode entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.
Essa força, interrogada sobre a sua natureza, declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do envoltório corporal do homem. É assim que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corporal estão na natureza das coisas e não constituem nenhum fato sobrenatural. Por isso, delas se encontram vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje, elas são gerais e patentes para todo o mundo.
Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência, para uma manifestação universal, são chegados, e que, sendo os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, sua missão é instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Antigo Testamento – Deuteronômio, Cap. 18, vs 9 a 11.
Quando entrares na terra que o Senhor Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti, não se achará quem faça passar pelo fogo seu a filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos.
Antigo Testamento – Joel Cap. 02, vs 28 e 29.
E há de ser que, depois derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias, derramarei do meu Espírito sobre meus servos e servas, e eles profetizarão.
Os mensageiros – Cap.05, Ouvindo Instruções.
“As transições essenciais da existência na Terra encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos das realidades eternas. A mente humana abre-se, cada vez mais, para o contacto com as expressões invisíveis, dentro das quais funciona e se movimenta. Isto é uma fatalidade evolutiva. Desejamos e necessitamos auxiliar as criaturas terrestres; todavia, contra a extensão de nosso concurso fraterno, operam dilatadas correntes de incompreensão”
“E, como dizíamos, a Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta, e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma. Os jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa. Os assassínios da guerra, apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sêde de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos. Não existe em país algum preparação espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse conforto tende a aumentar naturalmente. O homem dominará, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo. Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma e vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno.”
Obs: Livro data de 1944 (completa esse ano 74 anos de sua publicação).
Missionários da Luz – Cap. 05
Sem titubear, Alexandre explicou:
-Aqui, André, observa você o trabalho simples da transmissão mental e não pode esquecer que o intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de ideias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização. Aqui temos o fenômeno intuitivo, que, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas, não só no plano construtivo, mas também no círculo de expressões menos elevadas.
Obras Póstumas – Mensagem de 25/04/1866, Regeneração da Humanidade.
Infelizmente, a maioria, desconhecendo a voz de Deus, persistirá em sua cegueira, e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas terríveis. Em seu desvio, eles mesmos correrão para a sua perda; levarão à destruição que engendrará uma multidão de flagelos e de calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação.
E, como se a destruição não caminhasse bastante rápida, ver-se-ão os suicídios se multiplicarem, numa proporção inaudita, até entre as crianças. A loucura jamais terá ferido um maior número de homens que serão, antes da morte, riscados do número dos vivos. Estão aí os verdadeiros sinais dos tempos. E tudo isso se cumprirá pelo encadeamento das circunstâncias, assim como dissemos, sem que sejam em nada derrogadas as leis da Natureza.
Revista Espírita 1865 – Fevereiro, O Ramanenjana.
Esta matéria da revista, consiste em relatos que foram registrados por um jornal católico, chamado “Os Anais da propagação da fé Nº 216, de setembro 1864”, na Ilha de Madagascar, em sua capital, chamada Tananarive e enviados por um correspondente, diz:
“Não teve fama na cidade senão de convulsões e de convulsionários: deles há por todos os lados; avalia-se seu número em mais de dois mil.
O barulho que fazem é tal que nos impede de dormir.
Quando os tambores bateram a chamada, eis que mais de mil soldados deixam bruscamente as fileiras e se põem a dançar o Ramanenjana. Esta doença age especialmente sobre os nervos, e exerce neles uma tal pressão que provoca logo convulsões e alucinações.
Aqueles que são atingidos por ela sentem, primeiro, dores violentas na cabeça, na nuca, depois no estômago. Ao cabo de algum tempo os acidentes convulsivos começam; é então que os vivos entram em comunicação com os mortos.
As carreiras desses energúmenos não têm nada de bem determinada: uma vez levados não se sabe por qual força irresistível, se espalham no campo, uns de um lado, outros de um outro.”
Kardec, avaliando a situação conclui:
“Tudo prova, pois, que lá, como em Morzine, esses fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira epidemia de maus Espíritos, assim como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas outras épocas. Cada população deve fornecer, ao mundo invisível ambiente, Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações das quais, em consequência de sua inferioridade, conservaram seus hábitos, os pendores e os preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados de uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros. Essas alucinações, como as chama o correspondente do jornal, não são outra coisa senão obsessão. ”
Um espírito se manifesta espontaneamente e complementa a conclusão de Kardec:
“Aqui, é uma obsessão coletiva produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados, que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, vêm por manifestações tentar perturbar seus compatriotas, a fim de que estes últimos, tomados de medo, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a se implantar nesse país onde o progresso começa a nascer.
Os Espíritos obsessores que impelem essas pobres pessoas a tantas manifestações ridículas, são os dos antigos Malgaches, que estão furiosos, e eu o repito, de ver os habitantes dessas regiões admitir as ideias de civilização que alguns Espíritos avançados, encarnados, têm a missão de implantar entre eles.
É toda uma população de antigos Espíritos atrasados que veem, com despeito, sua pátria sofrer o impulso do progresso. Não tendo progresso por si mesmos, procuram entravar a marcha da Providência.”
UM ESPÍRITO PROTETOR.
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 28, itens 8 e 9; para os médiuns.
- Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias, derramarei do meu Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão. (Atos, cap. II, vv. 17 e 18.)
- PREFÁCIO. Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que em toda a parte penetrasse a voz dos Espíritos, a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade. Com esse objetivo é que os Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições, nos homens como nas mulheres, nas crianças como nos velhos. É um dos sinais de que chegaram os tempos preditos.
Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da Natureza material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço, e, com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisível, deu-lhe a mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou, melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira inteligível. Santa é a missão que desempenham, visto ter por fim rasgar os horizontes da vida eterna.
Livro dos Espíritos (O) – Questões 801 E 802.
801 – Por que os Espíritos não ensinaram em todos os tempos o que ensinam hoje?
Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos, e não dais para um recém-nascido um alimento que ele não possa digerir; cada coisa em seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou desnaturaram, mas que podem compreender atualmente. Por seus ensinamentos, mesmo incompletos, prepararam o terreno para receber a semente que vai frutificar hoje.
802 – Visto que o Espiritismo deve marcar um progresso na Humanidade, por que os Espíritos não aceleram esse progresso com manifestações tão gerais e tão patentes que a convicção será levada aos mais incrédulos?
Quereríeis milagres; mas Deus os espalha a mancheias sob vossos passos, e tendes ainda homens que o renegam. O próprio Cristo convenceu seus contemporâneos pelos prodígios que realizou? Não vedes hoje homens negarem os fatos mais patentes que se passam sob seus olhos? Não tendes os que dizem que não acreditariam mesmo que vissem? Não, não é por prodígios que Deus quer reconduzir os homens; em sua bondade, quer deixar-lhes o mérito de se convencerem pela razão.
II – Conceito
Livro dos Médiuns (O) – Cap. 14, Questão 159.
- Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.
Livro dos Espíritos (O) – Questão 459.
459 – Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?
A esse respeito sua influência é maior do que credes porque, frequentemente, são eles que vos dirigem.
EMMANUEL – Cap. 11 Quem são os médiuns na sua generalidade.
Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.
Revista Espírita 1866, Setembro – Variedades: Mediunidade de vidência nas crianças
Um de nossos correspondentes nos escreveu de Caen:
” Uma jovenzinha, com mais ou menos quatro anos, estava sentada numa escada e comia cerejas. Não percebeu que eu a via e parecia voltada para uma conversação com seres invisíveis aos quais oferecia cerejas; tudo o indicava; sua fisionomia, seus gestos, as inflexões de sua voz.
“Ora ela se levantava, estendia as mãos oferecendo o que tinha; ora seus olhos seguiam objetos invisíveis para mim, que a entristeciam ou a faziam gargalhar. Essa pequena cena durou mais de meia hora, e a conversa não cessou senão quando a criança percebeu que eu a observava. ”
“Pensei que era, sem dúvida, uma médium vidente ainda não madura, e me dizia que se todas as mães de família fossem iniciadas nas leis do Espiritismo, elas nele hauririam numerosos casos de observação, e se explicariam muitos fatos que passam desapercebidos, e cujo conhecimento lhes seria útil para a direção de seus filhos.”
Novo Testamento – Marcos, Cap. 09 vs 21 a 27.
“E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: deste a infância.
E muitas vezes o tem lançado o fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tende compaixão de nós e ajuda-nos.
E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
E logo o pai do menino, clamando, em lágrimas disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade.
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.”
Mecanismos da Mediunidade – Cap. 18, Efeitos Intelectuais.
Mediunidade Ignorada – “Qual se observa nos efeitos físicos, a eclosão da força psíquica nos efeitos intelectuais pode surgir em qualquer idade fisiológica, verificando-se, muita vez, a simbiose entre a entidade desencarnada e a entidade encarnada desde o renascimento dessa última, pela ocorrência da conjugação de ondas. ”
Mecanismos da Mediunidade – Prefácio de Emmanuel, 06/08/1959.
Neste prefácio, Emmanuel vem discorrendo sobre a mediunidade de grandes personagens históricos, como Sócrates, os Apóstolos, entre outros, dos quais, cita Paulo:
“Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções (Atos, capítulo 9, versículos 3 a 7)”
Antigo Testamento – Jó, Cap. 04 vs 15.
Um espírito passou por mim e os pelos do meu corpo se arrepiaram.
Livro dos Médiuns (O) – Questão 164 Médiuns sensitivos ou impressionáveis.
- Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem.
Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do Espírito que lhe está ao lado, mas até a sua individualidade, como o cego reconhece, por um certo não sei quê, a aproximação de tal ou tal pessoa. Torna-se, com relação aos Espíritos, verdadeiro sensitivo. Um bom Espírito produz sempre uma impressão suave e agradável; a de um mau Espírito, ao contrário, é penosa, angustiosa, desagradável. Há como que um cheiro de impureza.
Nos domínios da mediunidade – Cap. 05.
Desejava investigar mais a fundo as impressões que lhe assaltavam o campo físico, e observei-lhe, então, todo o busto, inclusive braços e mãos, sob vigorosa onda de força, a eriçar-lhe a pele, num fenômeno de doce excitação, como que, “agradável calafrio”. Essa onda de força descansava sobre o plexo solar, onde se transformava em luminoso estímulo, que se derramava pela boca, em forma de palavras.
Vimos aqui o fenômeno da perfeita assimilação de correntes mentais que preside habitualmente a quase todos os fatos mediúnicos. Para clareza de raciocínio, comparemos a organização de Silva, nosso companheiro encarnado, a um aparelho receptor, quais os que conhecemos na Terra, nos domínios da radiofonia. A emissão mental de Clementino, condensando-lhe o pensamento e a vontade, envolve Raul Silva em profusão de raios que lhe alcançam o campo interior, primeiramente pelos poros, que são miríades de antenas sobre as quais essa emissão adquire o aspecto de impressões fracas e indecisas. Essas impressões apoiam-se nos centros do corpo espiritual, que funcionam à guisa de condensadores, atingem, de imediato, os cabos do sistema nervoso, a desempenharem o papel de preciosas bobinas de indução, acumulando-se aí num átimo e reconstituindo-se, automaticamente, no cérebro, onde possuímos centenas de centros motores, semelhantes a milagroso teclado de eletroímãs, ligados uns aos outros e em cujos fulcros dinâmicos se processam as ações e as reações mentais, que determinam vibrações criativas, através do pensamento ou da palavra, considerando-se o encéfalo como poderosa estação emissora e receptora e a boca por valioso alto-falante.
Livro dos Médiuns (O) – Questão 185.
Além das categorias de médiuns que acabamos de enumerar, a mediunidade apresenta uma variedade infinita de matizes, que constituem os chamados médiuns especiais, dotados de aptidões particulares, ainda não definidas, abstração feita das qualidades e conhecimentos do Espírito que se manifesta.
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 24, itens 11 e 12.
- Estando Jesus à mesa em casa desse homem (Mateus), aí vieram muitos publicanos e gente de má vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; – o que fez que os fariseus, notando-o, disseram aos discípulos: Como é que o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida? – Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: Os sãos não tem necessidade de médico, mas os doentes. (S. MATEUS, cap. IX, vv. 10 a 12.)
- Jesus se acercava, principalmente, dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar.
Essas palavras, como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade deverá ser atributo exclusivo dos de maior merecimento.
Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar.
Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar ao lameiro?
O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais tem tanto poder sobre a mediunidade.
Consolador (O) – Questões:
383 –É justo considerarmos todos os homens como médiuns?
Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.
Na atualidade, porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, precursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo Mestre a todos os discípulos de boa vontade.
386 –Qual a mediunidade mais preciosa para o bom serviço à Doutrina?
-Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra.
Qualquer uma é campo aberto às mais belas realizações espirituais, sendo justo que o médium, com a tarefa definida se encha de espírito missionário, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que o seu mandato não seja traído na improdutividade.
III – Desenvolvimento
Novo Testamento – Atos dos Apóstolos, Cap. 08 Vs. 14 a 20
Os apóstolos em Jerusalém, ouvindo que Samaria havia aceitado a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.
Estes, ao chegarem, oraram para que eles recebessem o Espírito Santo, pois o Espírito ainda não havia descido sobre nenhum deles; tinham apenas sido batizados em nome do Senhor Jesus.
Então Pedro e João lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.
Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo”.
Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro?
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 28, item 9.
O médium que queira conservar sempre a assistência dos bons Espíritos tem de trabalhar por melhorar-se. O que deseja que a sua faculdade se desenvolva e engrandeça tem de se engrandecer moralmente e de se abster de tudo o que possa concorrer para desviá-la do seu fim providencial.
Se, às vezes, os Espíritos bons se servem de médiuns imperfeitos, é para dar bons conselhos, com os quais procuram fazê-los retomar a estrada do bem. Se, porém, topam com corações endurecidos e se suas advertências não são escutadas, afastam-se, ficando livre o campo aos maus. (Cap. XXIV, n° 11 e 12.)
Conseguir a assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos tal deve ser a meta para onde convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo daquele que a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão.
Livro dos Espíritos (O) – Introdução, item VIII.
Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, tal como a Doutrina Espírita, que nos lança de repente numa ordem de coisas tão novas e tão grandes, não pode ser feito com resultado senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de atingir um resultado. Não poderíamos dar essa qualificação àqueles que julgam, a priori, levianamente e sem ter visto tudo; que não dão aos seus estudos nem a continuidade, nem a regularidade, nem o recolhimento necessários;
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Quem quer adquirir uma ciência deve fazê-lo por um estudo metódico, começando pelo princípio e seguindo o encadeamento e o desenvolvimento das ideias. Aquele que dirige por acaso, a um sábio, uma questão sobre uma ciência da qual não sabe a primeira palavra, obterá algum proveito? O próprio sábio poderia, com a maior boa vontade, dar-lhe uma resposta satisfatória? Essa resposta isolada será forçosamente incompleta e, frequentemente, por isso mesmo, ininteligível, ou poderá parecer absurda e contraditória. Ocorre exatamente o mesmo nas relações que estabelecemos com os Espíritos. Se quisermos nos instruir em sua escola, devemos fazer com eles um curso; mas, como entre nós, é preciso escolher os professores e trabalhar com assiduidade.
Mecanismos da Mediunidade – Cap. 18, Efeitos Intelectuais.
Mediunidade Disciplinada – “Decerto que, nos serviços de intercâmbio, o médium experimentará largo período de vacilações e dúvidas, porquanto, morando no centro das próprias emanações e recolhendo a influenciação do plano espiritual com que, muitas vezes, já se encontra inconscientemente automatizada, a princípio supõe que as ondas mentais alheias incorporadas ao campo de seu Espírito não sejam mais que pensamentos arrojados do próprio cérebro.
Ilhado no fulcro da consciência, de acordo com a Lei do Campo Mental que especifica obrigações para cada ser guindado à luz da razão, habitualmente se tortura o medianeiro, perguntando, imponderado, se não deve interromper o chamado “desenvolvimento mediúnico”, já que não consegue, de imediato, discernir as ideias que lhe pertencem das ideias que pertencem a outrem, sem aperceber-se de que ele próprio é um Espírito responsável, com o dever de resguardar a própria vida mental e de enriquecê-la com valores mais elevados pela aquisição de virtude e conhecimento.”
Passividade Mediúnica – “Se o médium consegue transpor, valoroso, a faixa de hesitações pueris, entendendo que importa, acima de tudo, o bem a fazer, procura ofertar a reta conduta, no reflexo condicionado específico da prece, à Espiritualidade Superior, e passa, então, a ser objeto da confiança dos Benfeitores desencarnados que lhe aproveitam as capacidades no amparo aos semelhantes, dentro do qual assimila o amparo a si mesmo.
Quanto mais se lhe acentuem o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e, com isso, mais se lhe aguçam as percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais.”
Revista Espírita, fevereiro de 1864 – O Espiritismo nas prisões
Conta a história de um presidiário que ao estudar O Livro dos Espíritos, desperta sua fé, começa a exercitar a mediunidade e passa a psicografar mensagens diversas dentro da prisão, inclusive fazendo evocações de S. Luís solicitando confirmações sobre o que recebia.
Revista Espírita, fevereiro de 1861 – Carta sobre a incredulidade
Um assinante da Revista relata suas próprias experiências em desenvolver a psicografia, seguindo à risca as instruções de O Livro dos Médiuns, que após ingentes esforços, sustentados por uma disciplina rígida, consegue ao cabo de muitas semanas alguns garranchos ilegíveis. Certa vez convida sua mulher a tentar, sendo que, ela própria se considerava incompetente para o ato. Esta por sua vez, no período de 15 dias começa a escrever fluentemente e com grande facilidade.
Consolador (O) – Questões:
384 –Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?
Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas.
A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.
Livro dos Médiuns (O) – Questão 225.
Dissertação de um Espírito sobre o papel dos médiuns
“Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou semi-mecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tão-só pela irradiação do nosso pensamento.
“Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações, dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos fazer-nos compreensíveis por meio de algumas explicações claras e precisas.
“Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semi-mecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal. Com efeito, se bem o pensamento lhe seja de todo estranho, se bem o assunto esteja fora do âmbito em que ele habitualmente se move, se bem o que nós queremos dizer não provenha dele, nem por isso deixa o médium de exercer influência, no tocante à forma, pelas qualidades e propriedades inerentes à sua individualidade. ERASTO e TIMÓTEO
IV – Variedades
Revista Espírita, março de 1860 – Um Médium Curador
Trata-se de um artigo sobre a Sra. Désirée Godu, uma médium de 25 anos que já passou por quase todas as mediunidades e que acabou se especializando na cura. Ela teve aulas com um espírito sobre medicina em vigília, que lhe colocava diante dos olhos, livros, gravuras ou desenhos e lhe esclarecia sobre o funcionamento do corpo humano, a médium também se destacava pela sua humildade e devotamento ao próximo.
As vidas de Chico Xavier – Cap. 06, páginas 110 e 111.
Na noite de 11 de setembro de 1948 (Chico tinha 38 anos), Chico e um amigo, Isaltino Silveira, estavam à beira de um riacho localizado na zona rural da cidade de Pedro Leopoldo – MG, sentados numa pedra, sob a luz de um poste, enquanto Chico psicografava um poema assinado por Cruz e Sousa. Isaltino ia substituindo as páginas preenchidas, auxiliando assim, o médium em seu trabalho, quando escutaram um barulho no mato. Eram passos. O amigo de Chico olhou para trás e levou um susto: um homem enorme, com olhos injetados, avançava na direção deles com um pedaço de pau na mão.
Isaltino, já se preparava para enfrentar o agressor. Chico, já escaldado, continuou sentado e começou a orar, nisso o agressor parou e começou a dizer de forma enrolada, que estava enxergando uma grande luz vindo de Chico, que lhe diz para voltar em paz para sua casa.
Isaltino, perplexo, constatou um fato insólito, percebeu que o mato, em um raio de 5 metros ao redor do agressor ia se amassando conforme ele caminhava. Chico lhe explicou que o homem era um médium de efeitos físicos, embora envolvido por espíritos maléficos que o tiraram de casa com a tarefa de assassinar os dois e jogá-los no rio e que o plano teria dado certa se a proteção espiritual não os tivesse envolvido com um cinturão de luz.
Isaltino questiona por que do capim ao redor do médium ir se amassando e Chico responde:
– As tais entidades eram tão ruins que se utilizaram dos fluídos do médium e conseguiram peso específico para provocar o fenômeno físico. Eram aproximadamente 200 espíritos.
As vidas de Chico Xavier – Cap. 07, página 129.
Em 1954, Chico então com 44 anos, proporciona um efeito físico de tirar o fôlego até mesmo de seus amigos mais próximos, já acostumados com os fatos mediúnicos que ocorriam a sua volta. Sua irmã Neusa, estava de cama, magra, pálida, triste. Arnaldo Rocha e mais dois amigos presentes, fizeram um círculo em torno da cama onde ela estava e com a luz apagada iniciaram o passe, a pedido de Chico. Começaram a sentir algo úmido e leve caindo sobre suas cabeças e quando a luz se acendeu, o chão, a cama, o quarto, estavam repletos de pétalas de rosas. Na manhã seguinte a irmã de Chico morreu.
V – Conclusão
Consolador (O) – Questões:
389 – A mediunidade pode ser retirada em determinadas circunstâncias da vida?
-Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mal servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem os insultos do egoísmo; do orgulho; da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos.
404 –Deve o médium sacrificar o cumprimento de suas obrigações no trabalho cotidiano e no ambiente sagrado da família, em favor da propaganda doutrinária?
O médium somente deve dar aos serviços da Doutrina a cota de tempo de que possa dispor, entre os labores sagrados do pão de cada dia e o cumprimento dos seus elevados deveres familiares.
A execução dessas obrigações é sagrada e urge não cair no declive das situações parasitárias, ou do fanatismo religioso.
No trabalho da verdade, Jesus caminha antes de qualquer esforço humano e ninguém deve guardar a pretensão de converter alguém, quando nas tarefas do mundo há sempre oportunidade para o preciso conhecimento de si mesmo.
Que médium algum se engane em tais perspectivas. Antes sofrer a incompreensão dos companheiros, que transigir com os princípios, caindo na irresponsabilidade ou nas penosas dívidas de consciência.
Emmanuel – Cap. 11, Apelo aos Médiuns.
Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas! Preferi viver na maior das provações a cairdes na estrada larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos vulneráveis.
Recordai-vos de que é preciso vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos de dor expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino militares. O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo, através da virtude e do dever comprido, não saireis do círculo doloroso das reencarnações.
Os Mensageiros – Cap. 03, No centro de Mensageiros.
“Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária. Não me refiro tão só a emissários invisíveis. Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente.”
“Saem milhares de mensageiros aptos para o Serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. O serviço legítimo não é fantasia. “
“Acredite, meu caro, que todo trabalho construtivo tem as batalhas que lhe dizem respeito. São muito escassos os servidores que toleram as dificuldades e reveses das linhas de frente. Esmagadora percentagem permanece a distância do fogo forte. Trabalhadores sem conta recuam quando a tarefa abre oportunidades mais valiosas.”
Livro dos Médiuns (O) – Cap. 31, item XV.
Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixem prender nas armadilhas do amor-próprio. E uma pedra de toque, que raramente deixa de produzir efeito. Assim é que, sobre cem médiuns, um, se tanto, encontrareis que, por muito ínfimo que seja, não se tenha julgado, nos primeiros tempos da sua mediunidade, fadado a obter coisas superiores e predestinado a grandes missões. Os que sucumbem a essa vaidosa esperança, e grande é o número deles, se tornam inevitavelmente presas de Espíritos obsessores, que não tardam a subjugá-los, lisonjeando-lhes o orgulho e apanhando-os pelo seu fraco. Quanto mais pretenderem eles elevar-se, tanto mais ridícula lhes será a queda, quando não desastrosa.
As grandes missões só aos homens de escol são confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posição em que possam prestar concurso eficaz. Nunca será demais eu recomende aos médiuns inexperientes que desconfiem do que lhes podem certos Espíritos dizer, com relação ao suposto papel que eles são chamados a desempenhar, porquanto, se o tomarem a sério, só desapontamentos colherão nesse mundo, e, no outro, severo castigo.
Persuadam-se bem de que, na esfera modesta e obscura onde se acham colocados, podem prestar grandes serviços, auxiliando a conversão dos incrédulos, prodigalizando consolação aos aflitos. Se daí deverem sair, serão conduzidos por mão invisível, que lhes preparará os caminhos, e serão postos em evidência, por assim dizer, a seu mau grado.
Lembrem-se sempre destas palavras: “Aquele que se exaltar será humilhado e o que se humilhar será exaltado.” (O Espírito de Verdade.)
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 28, item 9.
O médium que compreende o seu dever, longe de se orgulhar de uma faculdade que não lhe pertence, visto que lhe pode ser retirada, atribui a Deus as boas coisas que obtém. Se as suas comunicações receberem elogios, não se envaidecerá com isso, porque as sabe independentes do seu mérito pessoal; agradece a Deus o haver consentido que por seu intermédio bons Espíritos se manifestassem. Se dão lugar à crítica, não se ofende, porque não obra do seu próprio Espírito. Ao contrário, reconhece no seu íntimo que não foi um instrumento bom e que não dispõe de todas as qualidades necessárias a obstar a imiscuência dos Espíritos maus. Cuida, então, de adquirir essas qualidades e suplica, por meio da prece, as forças que lhe faltam.
Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Cap. 28, item 10.
- Prece. – Deus onipotente, permite que os bons Espíritos me assistam na comunicação que solicito. Preserva-me da presunção de me julgar resguardado dos Espíritos maus; do orgulho que me induza em erro sobre o valor do que obtenha; de todo sentimento oposto à caridade para com outros médiuns. Se cair em erro, inspira a alguém a ideia de me advertir disso e a mim a humildade que me faça aceitar reconhecido a crítica e tomar como endereçados a mim mesmo, e não aos outros, os conselhos que os bons Espíritos me queiram ditar.
Se for tentado a cometer abuso, no que quer que seja, ou a me envaidecer da faculdade que te aprouve conceder-me, peço que ma retires, de preferência a consentires seja ela desviada do seu objetivo providencial, que é o bem de todos e o meu próprio avanço moral.
FONTES DE CONSULTA:
- Bíblia Sagrada
- Livro dos Espíritos (O) – Allan Kardec
- Evangelho Segundo o Espiritismo (O) – Allan Kardec
- Livro dos Médiuns (O) – Allan Kardec
- Revista Espírita – Allan Kardec
- Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz / Chico Xavier
- Missionários da Luz – André Luiz / Chico Xavier
- Mecanismos da Mediunidade – André Luiz / Chico Xavier
- Obreiros da Vida Eterna – André Luiz / Chico Xavier
- Os Mensageiros – André Luiz / Chico Xavier
- Emmanuel – Emmanuel / Chico Xavier
- Consolador (O) – Emmanuel / Chico Xavier
- As vidas de Chico Xavier – Marcel Souto Maior