As 10 Leis Morais – palestra 25.12.19
As 10 Leis Morais
Estudo – CELC – Geisa – 25.12.19
Qual a definição, o conceito de Lei? (site: https://www.significados.com.br)
Do Latim “lex” que significa “lei” – uma obrigação imposta. Lei, é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que devem ser seguidas.
Há várias outras definições, como no âmbito científico, no âmbito constitucional, no Direito, mas vamos ficar com essa que mais nos interessa.
Qual a definição de moral?
Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”. Está associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia. Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, e etc., determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas.
No “O Livro dos Espíritos”, na questão 629
P: Que definição se pode dar da moral?
R: a moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e o mal. Ela se funda sobre a observação da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo em vista e para o bem de todos, porque, então, ele observa a lei de Deus.
“O bem é tudo aquilo que está conforme a Lei de Deus, e o mal tudo aquilo que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar com a lei de Deus e fazer o mal é infringir essa lei”. (O Livro dos Espíritos, questão 630).
Os 10 mandamentos ou as 10 Leis Morais
Dez Mandamentos ou Decálogo (“dez palavras”), é o nome dado ao conjunto de leis escritas há mais de 3.500 anos diretamente por Deus e entregues a Moisés (fenômeno da Pneumatografia ou escrita direta), o libertador e legislador de Israel, no Monte Sinai, também conhecido como Monte Horeb.
As tábuas com as Leis estão descritas no Livro de Êxodo e a segunda, no Livro de Deuteronômio, com o mesmo teor, em essência. Segundo Êxodo, capítulo 32, Moisés recebera “as primeiras Tábuas da Lei”, mas avisado por Deus, voltou ao povo, viu a idolatria, então Moisés se enfureceu e as quebrou. Depois, no Livro de Deuteronômio, capítulo 5, versículo 6, Moisés repete novamente os 10 mandamentos ao povo.
Moisés ditou várias outras leis, de cunho social e relacionadas a rituais religiosos, mas que, para ficarem investidas de uma maior autoridade, ele deixava-as passar como tendo sido provindas do próprio Deus. Assim, uma determinada lei que possa ir contra qualquer um desses requisitos, não será nunca uma lei proveniente de Deus, mas apenas leis feitas pelas “mãos” dos homens.
Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
- Não terás/adorarás outros deuses diante de mim.
- Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
- Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
- Guarda o dia de sábado, para o santificar, como ordenou o senhor teu Deus.
- Honra a teu pai e a tua mãe.
- Não matarás.
- Não adulterarás.
- Não furtarás.
- Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10.Não cobiçarás a mulher do teu próximo e nem os seus bens.
Os dez mandamentos representam os padrões de Deus para uma vida correta. Obedecê-las é obedecer a Deus. Ainda assim, em todos os livros do antigo testamento, podemos constatar que cada mandamento foi infringido. Ao ler as histórias, note as trágicas consequências resultantes da violação da Lei de Deus (Bíblia de Estudo – aplicação Pessoal – Almeida Revista e Corrigida – Edição 1995).
No livro “O Consolador”, questão 271
P: Moisés transmitiu ao mundo a lei definitiva?
R: O profeta de Israel deu a Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva. Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus Cristo, como fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria.
No “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 1, itens 2 e 3
As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, pois, um caráter essencialmente transitório”. Jesus não veio destruir a lei, quer dizer, a lei de Deus; Ele veio cumpri-la, quer dizer, desenvolvê-la, dar-lhe seu verdadeiro sentido, e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens; por isso, se encontra nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constituem a base da doutrina.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 3.
É preciso, entretanto, dar-nos conta de que entre a época em que foi escrito o Pentateuco de Moisés e aquela em que João escreveu o Apocalipse, decorreram séculos e séculos, durante os quais a humanidade progrediu, civilizou-se e sensibilizou-se, devendo ter ocorrido, paralelamente com esse desenvolvimento, um acréscimo correspondente nos valores morais da Revelação divina, como de fato ocorreu.
Por outro lado, sendo o progresso constante e infinito, essa revelação, necessariamente, também deve ser ininterrupta e eterna, não podendo haver cessado, por conseguinte (como alguns o supõe), com o último livro do Novo Testamento.
Aos homens das primeiras idades, extremamente ignorantes e incapazes de sentir a menor consideração para com os semelhantes, entre os quais o único tipo de justiça vigente era o direito do mais forte, não poderia haver outro meio de sofrear-lhes os ímpetos brutais senão fazendo-os crer em deuses terríveis e vingativos, cujo desagrado se fazia sentir através de tempestades erupções vulcânicas, terremotos, epidemias, etc., que tanto pavor lhes causavam.
E foi nisso que Moisés pode estabelecer a concepção de Jeová, uma espécie de amigo todo-poderoso, que, postando-se à frente dos exércitos do povo judeu, ajudava-o em suas batalhas, dirigia-lhe os destinos, assistia-o diuturnamente, mas exigia ele a mais completa fidelidade e obediência, bem assim o sacrifico de gado, aves ou cereais, conforme as posses de cada um. Era como levar os homens à aceitação do monoteísmo e encaminhá-los a um princípio de desapego dos bens materiais, que tinham em grande apreço. O Velho Testamento oferece-nos um relato minucioso dessa etapa da evolução humana […]. Por mais adiantados espiritualmente que fossem os homens dessa época, os judeus não haviam atingido ainda um nível de mentalidade que lhes permitisse compreender que, malgrado a diversidade dos caracteres físicos e culturais dos terrícolas, todos pertencemos a uma só família: a humanidade […] chegou o momento, em que a humanidade devia ser preparada para um novo avanço e…Surgiu o Cristo, proclamando: “Sede perfeitos, porque perfeito é o vosso Pai Celestial”. (Mateus, 5:48).
Não fora nada fácil fazer que os homens, constratando seu orgulho odiento, limitassem seu direito de vingança e, vencendo seu forte egoísmo, se dispusessem a levar seus melhores bens ao templo, para oferece-los em sacrifício. Nesse novo passo, entretanto, a dificuldade é bem maior: o Cristo pede-lhes renunciarem a qualquer espécie de desforra; que, as ofensas recebidas, retribuam com o perdão e aprece pelos ofensores; e que se sacrifiquem a si mesmos em benefício dos outros, até mesmo dos inimigos! A essa estupenda revelação, desmoronam, diluem-se todas as diferenças do antigo concerto. Já não há judeus e gentios, sacerdotes, plebeus, senhores e escravos. Todo são iguais, porque filhos do mesmo Pai justo e bondoso, que nos criou por amor e quer que todos sejamos partícipes de sua glória.
Contrariamente ainda a expectativa dos judeus, que sonhavam com as delicias de um reino terrestre, de que teriam a hegemonia, pois a isso se cingiam suas esperanças, o Cristo anuncia-lhes algo diferente – “o reino dos Céus”, ou seja, uma vida de felicidade mais intensa e mais duradoura, nos planos espirituais, de cuja existência nem sequer suspeitavam. Esse reino, porém, não pode ser tomado de assalto, a força. Para merecê-lo, cada qual terá que, em contrapartida, edificar-se moralmente, o que vale dizer, pôr-se em condições de ser um de seus súditos.
A palavra de Jesus era frequentemente alegórica e em parábolas porque falava segundo os tempos e os lugares. É necessário, agora, que a verdade seja inteligível para todo mundo. É preciso bem explicar e desenvolver essas leis, visto que há tão pouca gente que as compreende e ainda menos que as pratica (O Livro dos Espíritos, questão 627).
No livro “Caminho, Verdade e Vida”, capítulo 41
Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo, já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. […] diziam os gregos: ‘Não façais ao próximo o que não desejais receber dele. ’ […] Recomendavam os egípcios: ‘Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.’ Doutrinavam os hebreus: ‘O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo. ’ Insistiam os romanos: ‘A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo. ’ Na antiguidade todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. […] Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da humanidade inteira.
Doutrina Espírita
Questões de O Livro dos Espíritos da 649 a 892 sobre as Leis Morais, são 243 questões.
Alguns estudiosos, dizem que cada parte de O Livro dos Espíritos, deu origem nas demais obras da codificação, sendo as 10 Leis morais que compreende a terceira parte do livro, desdobrou-se o Evangelho Segundo o Espiritismo, que contém a explicação das máximas morais do Cristo, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas circunstâncias da vida (folha de rosto Evangelho Segundo o Espiritismo).
Revista Espírita de 1.861, edição FEB, página 110. – Item 1
Moisés quem abriu a estrada, Jesus continuou a obra e o Espiritismo a acabará.
As Leis Morais estabelecem todos os deveres do homem:
- Para com Deus;
- Para consigo mesmo;
- Para com o próximo.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 619
P: Deus deu a todos os homens os meios de conhecer sua lei?
R: todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os que a compreendem melhor são os homens de bem e aqueles que querem procurá-la. Entretanto, todos a compreenderão um dia, porque é preciso que o progresso se cumpra.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 614
P: Que se deve entender por Lei Natural?
R: A Lei Natural é a Lei de Deus é a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe indica o que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz senão quando se afasta dela.
No livro “Evolução para o Terceiro Milênio”, capítulo 4, item 8, A Lei de Deus.
[…] o conjunto de princípios que governam o Universo, funcionando automaticamente, recebe a designação de Lei de Deus; entende-se que seja uma expressão do pensamento e vontade de Deus.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 621
P: Onde está escrita a Lei de Deus?
R: na consciência.
Livro “As Leis Morais”, capítulo 1
Quanto mais o homem desenvolve suas faculdades intelectuais e aprimora suas percepções espirituais, tanto mais vai se inteirando de que o mundo material, esfera de ação da Ciência, e a ordem moral, objeto especulativo da Religião, guardam íntimas e profundas relações entre si, concorrendo, um e outra, para a harmonia universal, mercê das leis sábias, eternas e imutáveis que os regem, como sábio, eterno e imutável é o seu legislador.
As leis divinas são as mesmas em todos os Planetas e são imutáveis, pois são leis perfeitas e Ele as estabeleceu sobre toda a eternidade. (O Livro dos Espíritos, questões 615 e 616).
Entre as leis divinas, umas regem o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas e o seu estudo está no domínio da ciência. Outras concernem especialmente ao homem, em si mesmo, em suas relações com Deus e com os seus semelhantes. Elas compreendem as regras da vida, do corpo, como também as da vida da alma: são as leis morais. (O Livro dos Espíritos, questão 617).
* Os deveres do homem, na sua relação com Deus, são estabelecidos nas duas primeiras leis morais: Adoração e Trabalho.
(1) Lei de Adoração
Em todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo, atos de adoração a um entre supremo, o que demonstra ser a ideia de Deus inata e universal. Com efeito, jamais houve quem não reconhecesse intimamente sua fraqueza, e a consequente necessidade de recorrer a Alguém, todo-poderoso, buscando-lhe o arrimo, o conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta tão atribulada existência terrena (Livro As Leis Morais, capítulo 10).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 649.
P: No que consiste a adoração?
R: É a elevação do pensamento a Deus. Pela adoração a alma se aproxima dele.
Deus prefere aqueles que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal (O Livro dos Espíritos, questão 654).
No O “Livro dos Espíritos”, questão 658
P: A Prece é agradável a Deus?
R: A prece é sempre agradável a Deus quando é ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para ele e a prece do coração é preferível à que se pode ler, por bela que seja, se a lês mais com os lábios que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é dita com fé, fervor e sinceridade.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 660 – A.
P: Como ocorre que certas pessoas que oram muito sejam malgrado isso, de um caráter muito mal, invejosas, ciumentas, coléricas, carentes de benevolência e indulgencia e mesmo, algumas vezes, viciosas?
R: o essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas creem que todo o mérito está na extensão da prece e fecham os olhos sobre seus próprios defeitos. A prece, para elas, é uma ocupação, um emprego de tempo, mas não um estudo delas mesmas.
“Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com o teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta”. (Mateus, 5 – 23 e 24).
Não é pela multiplicidade das palavras que sereis atendidos, mas, pela sua sinceridade; A forma não é nada, o pensamento é tudo. Um bom pensamento vale mais que numerosas palavras estranhas ao coração (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Caps. 27 e 28)
A prece pode se propor 03 coisas: louvar, pedir e agradecer (O Livro dos Espíritos, questão 659).
No livro “As Leis Morais”, capítulo 11
O veículo que conduz a prece até o seu destinatário é o pensamento, o qual se irradia pelo infinito, através de ondulações mentais, a feição das transmissões radiofônicas ou de televisão, que, por meio das ondas eletromagnéticas, cortam o espaço a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo.
No livro “As Leis Morais da Vida”, página 17.
“A maneira mais agradável de adorar a Deus é elevar o pensamento a Ele, através do culto ao bem e do amor ao próximo. Desce à dor e ergue o combalido à saúde intima; mergulha no paul, e levanta ao planalto os que ali encontres; curva-te para socorre, no entanto, ascende no rumo de Deus pelo pensamento ligado ao Seu amor e vencerá os óbices”.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 657
P: Os homens que se abandonam à vida contemplativa, não fazendo nenhum mal e não pensamento senão em Deus, tem um mérito?
R: não, porque se eles não fazem o mal, não fazem o bem são inúteis. Aliás, não fazer o bem já é um mal. Aquele que se consome na meditação e na contemplação não faz nada de meritório aos olhos de Deus, posto que sua vida é toda pessoal e inútil à Humanidade, e Deus lhe pedirá contas do vem que não haja feito.
No livro “Fonte Viva”, capítulo 93, título: Altar Íntimo
Até agora, construímos altares em toda a parte, reverenciado o Mestre e Senhor. De ouro, de mármore, de madeira, de barro, recamados de perfumes, preciosidades e flores, erguemos santuários e convocamos o concurso da arte para os retoques de iluminação artificial e beleza exterior. Materializado o monumento da fé, ajoelhamo-nos em atitude de prece e procuramos a inspiração divina. Realmente, toda movimentação nesse sentido é respeitável, ainda mesmo quando cometemos o erro comum de esquecer os famintos da estrada, em favor das suntuosidades do culto, porque o amor e a gratidão do Poder celeste, mesmo quando malconduzidos, merecem veneração. Todavia, é imprescindível crescer para a vida maior.
O próprio Mestre nos advertiu, junto à Samaritana, que tempos viriam em que o Pai seria adorado em espírito e verdade e Paulo acrescenta que temos um altar.
A finalidade máxima dos templos de pedra é a de despertar-nos a consciência. O cristão acordado, porém, caminha oficiando como sacerdote de si mesmo, glorificando o amor perante o ódio, a paz diante a discórdia, a serenidade a frente da perturbação, o bem a vista do mal. Não esquecemos, pois, o altar íntimo que nos cabe consagrar ao divino poder e a celeste bondade. Comparecer, ante os altares de pedra, de alma cerrada a luz e a inspiração do Mestre, é o mesmo que lançar um cofre impermeável de trevas a plena claridade solar. Se as ondas luminosas continuam sendo ondas luminosas, as sombras não se alteram igualmente.
Apresentemos, portanto, ao Senhor as nossas oferendas e sacrifícios em cotas abençoadas de amor ao próximo, adorando-o, no altar do coração, e prossigamos no trabalho que nos cabe realizar.
Evangelho de João, capítulo 4-20
“Se o homem não ama a seu irmão, que lhe está próximo, como pode amar a Deus, a quem não vê? ”
No “O Livro dos Espíritos Comentado por Miramez”.
“Existem muitas formas de adorar a Deus, de acordo com a evolução das criaturas. O sábio adora a Deus pelas suas realizações; Jesus adorava o Pai fazendo a Sua vontade, operando sempre em favor da harmonia universal. Os homens elevados formalizam uma adoração ao Senhor pela sua vida contínua no bem comum. Se queres adorar a Deus, não deves esquecer a caridade. Desde o momento em que te levantares do teu leito, começa o dia ajudando. Não deixes de orar pela tua compreensão em todos os minutos em que estiveres em contato com os teus semelhantes e para nunca perder a paciência diante de tantos problemas. Se desejas adorar a Deus, não podes ter ódio de ninguém, pois todos e tudo somos obra d’Ele. Se queres adorar ao Pai que está nos céus da tua consciência, procura alegrar os tristes, dar pão a quem tem fome, vestir os nus e visitar os encarcerados, pois eles são teus irmãos em Jesus, filhos do mesmo Pai. Adoração é movimento no bem. Não percas tempo como os antigos, de paralisar-se em adoração, dias e mais dias, esperando dos Céus as bênçãos do Criador. O progresso das almas nos leva a crer, que podemos adorar a Deus com mais eficiência, nas mais altas realizações, do modo ensinado por Jesus. Esse é, pois, o maior objetivo da adoração: adorar ao Pai em Espírito e Verdade”.
(2) Lei do Trabalho
O trabalho é uma Lei Natural, por isso mesmo é uma necessidade e a civilização obriga o homem a trabalhar mais porque aumenta suas necessidades e seus prazeres (O Livro dos Espíritos, questão 674).
No Livro de Gênesis, cap. 3-19
“No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que tomes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornaras”.
No Livro de Eclesiastes cap. 5, versículo 12
“Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.
Obs.: Sempre queremos mais do que temos. Salomão observou que aqueles que gastam sua vida procurando obsessivamente ganhar dinheiro, nunca encontram a felicidade que vislumbram nele. As riquezas atraem interesseiros e ladroes, causam insônia e medo e acabam em perda, porque tudo que juntamos aqui deve ser deixando quando morremos. Não importa o quanto você ganha, se tentar alcançar a felicidade acumulando riquezas, nuca terá o suficiente (Comentário – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – Almeida Revista e Corrigida – Edição: 1995).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 682
P: O repouso, depois do trabalho, sendo uma necessidade, não é uma lei natural?
R: sem dúvida, o repouso serve para repara as forças do corpo e é também necessário, a fim de deixar um pouco mais de liberdade à inteligência, para se elevar acima da matéria.
Trabalhemos, pois, “até o limite de nossas forças”, já que o trabalho é uma benção; cuidemos, porém, de evitar a exaustão e a estafa, antes que esses males nos conduzam à neurastenia ou ao esgotamento nervoso. (Livro As Leis Morais, capítulo 15).
No livro “Leis Morais da Vida”, página 38
O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o espírito corrige as imperfeiçoes e disciplina a vontade”.
Digno é o trabalhador do seu salário (1 Timóteo, 5-18).
1 Coríntios 15-58
“Portanto meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo do que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.
- Tessalonicenses 2:9
Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o Evangelho de Deus.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 679.
P: O homem que possui bens suficientes para assegurar a sua existência, está isento da lei do trabalho?
R: Do trabalho material, talvez, mas não da obrigação de se tornar útil segundo as suas possibilidades, de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros o que é também um trabalho. Se o homem a quem Deus distribuiu bens suficientes para assegurar a sua existência não está forçado a se sustentar com o suor de sua fronte, a obrigação de ser útil aos seus semelhantes é tanto maior para ele quanto o seu adiantamento lhe dá mais oportunidade para fazer o bem.
No Livro “Obras Póstumas”, capítulo Egoísmo e Orgulho
“Sem a preexistência da alma, o homem é levado a crer que Deus o beneficiou excepcionalmente, quando crê em Deus; quando não crê rende graças ao acaso e ao seu próprio mérito”.
No Livro “Leis Morais da Vida”, item 9
Não te escuses à gloria de trabalhar pelo progresso de todos, do que resultará a tua própria evolução”. “O dinheiro, a propriedade, a posição social relevante, a saúde, a inteligência, a mobilidade, a lucidez são bens que o Espírito recebe como empréstimo divino para edificar-se e construir a ventura”. O mordomo infiel dos bens retorna à Terra na sujeição escravizadora, que lhe cobre o desperdício ou a usura de que se fez vítima inerme. Multiplica pelo trabalho e pela ação benéfica todos os bens de que disponhas: do corpo, da mente, do espírito e um dia, sem que queiras, deixarás todas as coisas e valores, ante o impositivo da desencarnação, seguindo contigo, apenas, os valores morais legítimos, decorrentes dos bens materiais que converteste em esperança, alegria, progresso e paz, qual semeador de estrelas que, após transitar por um caminho de sombras, conseguiu transformá-lo numa Via-Láctea de brilhantes celestes.
No Livro “O Consolador”, questão 68
P: Como conceituar o estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer”?
R: Esse propósito do homem viciado, dos tempos atuais. Constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais. Foi esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, que provocou a crise moral do mundo, em cujos espetáculos sinistros podemos reconhecer que o homem físico, da radiotelefonia e do transatlântico, necessita de mais verdade que dinheiro, de mais luz que de pão.
No Evangelho de João, Capítulo 5, versículo 17
Os judeus perseguiram Jesus e procuravam matá-lo, porque ele curava no sábado, então, Jesus respondeu: “O meu Pai trabalha até hoje e eu também”.
No Livro “Caminho, Verdade e Vida”, capítulo 4, título: Trabalho
Em todos os recantos, observamos criaturas queixosas e insatisfeitas. Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que lhe foi conferido. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho. Os que varrem as ruas querem ser comerciantes, os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade. O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de compreensão da oportunidade recebida. De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente. É o desejo ingênuo de conservar o que é inútil e ruinoso, das quedas no pretérito obscuro. Mas Jesus veio arranca-nos da “morte do erro”. Trouxe-nos a benção do trabalho, que é o movimento incessante da vida. Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à humanidade. Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está trabalhando. Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre se esforça por nós, desde quando?
No “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 20, Os Obreiros do Senhor, mensagem do Espírito de Verdade.
“Felizes serão aqueles que tiverem trabalhado na seara do senhor com desinteresse e sem outro móvel senão a caridade! Suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que terão esperado”.
No Livro “Pão Nosso”, capítulo 55, título: Coisas Invisíveis
…O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os motivos complexos de cada ângulo do caminho. O olho humano não verá além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente adequado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso… Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã.
No livro “Leis de Amor”, capítulo 3, questão 14
P: O que significa, enfim, para nós, o trabalho que a Terra nos dá?
R: Reflitamos na situação em que o presente nos coloca e encontraremos dentro dela os sinais do passado e usando-a, não apensas em nosso favor, mas em favor de todos aqules que se aproximam de nós, reconhecermos, no trabalho que a vida nos oferece, iluminada porta libertadora para o grande futuro.
Livro “As Leis Morais”, capítulo 13
Quem não consiga ocupação condizente com o que desejaria, deve, para não ser infeliz, adaptar-se ao trabalho que lhe tenha sido dado, esforçando-se por fazê-lo cada vez melhor, mesmo que seja extremamente fácil. Isso ajudará a gostar dele. Quando se trate de algo automatizado que não permita qualquer mudança, como acontece em muitas fábricas moderna, o remédio é compenetrar-se de que sua função na empresa também é importante, assumindo a atitude daquele modesto operário cujo serviço era quebrar pedras e que, interrogado sobre o que fazia, respondeu com entusiasmo: “Estou ajudando a construir uma catedral”.
Em verdade, porém, a lei do trabalho não isenta ninguém da obrigação de ser útil. Ao contrário. Quando Deus nos favorece, de maneira que possamos alimentar-nos sem verter o suor do próprio rosto, evidentemente não é para que nos entreguemos ao hedonismo, mas para que movimentemos, na prática do bem, os “talentos” que nos haja confiado.
Isso constitui uma forma de trabalho que engrandece e enobrece nossa alma, tornando-a rica daqueles tesouros que “a ferrugem e a traça não corroem, nem os ladrões podem roubar”.
* Os deveres do homem para consigo mesmo são estabelecidos nas três leis seguintes:
Reprodução, Conservação e Destruição.
(3) Lei da Reprodução
No “O Livro dos Espíritos”, questão 132.
P: Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
R: Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação; para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o Espirito em condições de cumprir a sua parte na obra da criação. Para realiza-la é que, em cada mundo, ele toma um aparelho em harmonia com a matéria essencial desse mundo, cumprindo aí, daquele ponto de vista, as ordens de Deus, de tal sorte que concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta”.
O objetivo da reencarnação é: Expiação, aprimoramento progressivo da humanidade. (O Livro dos Espíritos, questões 166 e 167).
Na Revista Espírita de 1863, edição FEB, pp. 164 a 166
A encarnação é uma necessidade para o progresso do Espírito e do próprio planeta em que ele vive.
No Livro “Sentimento a Força do Espírito”
Durante dois mil anos os Espíritos receberam lições do amor e da caridade, entretanto a grande maioria não se preocupo com a mudança intima. Daí vieram as dores com as questões ligadas ao sofrimento geral. Entre as Leis que regem a vida, a reencarnação é a que nos aproxima pelos laços dos sentimentos, reorganizando o Ser em toda a sua estrutura intima. Viver para aprender a amar e conquistar as veredas iluminadas do perdão: eis a reencarnação. Sem a reencarnação, é impossível executar mudanças na estrutura perispiritual. A reencarnação possibilita a reorganização mental do Espírito contribuindo também para a modificação energética do perispírito. Os sentimentos em desalinho pedem reparação e a reencarnação é o meio que o Espirito utiliza para modificar esses sentimentos.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 686
P: A reprodução dos seres vivos é uma lei da Natureza?
R: isso é evidente; sem a reprodução, o mundo corporal pereceria.
No livro “A Gênese”, capítulo 11, item 30
“Os Espíritos similares, naturalmente, se agruparam por analogia e por simpatia. A Terra encontrou-se, assim, povoada por diferentes categorias de Espíritos, mais ou menos aptos ou rebeldes ao progresso. Os corpos, recebendo a impressão do caráter do Espírito, e esses corpos procriando segundo o seu tipo respectivo, disso resultaram as diferentes raças, no físico como no moral. Os Espíritos semelhantes, perpetuaram o caráter distintivo físico e moral das raças e dos povos, que não se perde senão com o tempo pela sua fusão e o seu progresso dos Espíritos”.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 689
P: Os homens atuais são uma nova criação ou os descendentes aperfeiçoados dos seres primitivos?
R: são ao mesmos Espíritos que estão voltando para se aperfeiçoarem em novos corpos, mas que estão ainda longe da perfeição.
No livro “Leis Morais da Vida”, capítulo 13
“Investimento sublime a vida! Em todas as suas manifestações expressa a suprema misericórdia de Deus, num conjunto de harmonias e bênçãos. O homem, porém, nem sempre sabe valorizar-lhe a oportunidade. Egresso das faixas primitivas do instinto por onde transitou, guarda as altas cargas das sensações em que se demora, em detrimento dos sutis apelos da emoção em que se engrandece; na ascese para a libertação que o aguarda. Detivesse-se mais no acurar das observações e descobriria a glória do bem manifesta em todo o lugar”.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 693
P: As leis e os costumes humanos que tem por objetivo ocasionar obstáculos à reprodução, são contrários à lei natural?
R: Tudo o que entrava a marcha da Natureza é contrário a lei geral.
OBS: Deus deu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder que deve usar para o bem, mas não abusar. Ele pode regrar a reprodução segundo as necessidades, mas não deve entravá-la sem necessidade.
[…] “O aborto constitui crime e dos mais abomináveis, por não dar a vítima qualquer possibilidade de defesa” (Livro As Leis Morais, capítulo 17).
No livro “Ação e Reação”, capítulo 15
A mulher que promove o aborto ou que venha a coonestar (disfarçar) semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alternações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muitas vezes, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça divina, pelo crime praticado. É, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais.
No livro “Leis de Amor”, capítulo 4, questão 12
P: Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?
R: praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnação de espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o reconforto ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranquilidade pela solução de velhas contas.
No livro “Leis Morais da Vida”, capítulo 14
Os filhos são programados na esfera extrafísica da vida, tendo-se em vista as injunções crédito-débito defluentes das reencarnações passadas.
O lar não é um estabelecimento destinado a reproduzir seres humanos em série, mas sim um santuário-escola, onde os pais devem pontificar como plasmadores de nobres caracteres, incutindo nos filhos, a par do amor a Deus, uma vivência sadia, pautada nos princípios da moral e da justiça, de modo que se tornem elementos uteis a si mesmos, à família e à sociedade (Livro As Leis Morais, capítulo 16).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 694
P: Que pensar dos usos que tem por efeito deter a reprodução tendo em vista satisfazer a sensualidade?
R: Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem está materializado.
Livro “Sentimento a Força do Espírito”
A energia sexual, quando dirigida à procriação é a força da vida. Essa mesma força, se empregada de forma degradante deteriora a condição moral do Ser. As patologias mórbidas do Espírito são grandes explosões energéticas que lesam o centro genésico, atuando como uma bomba destruidora das energias do complexo perispiritual, quando o Ser não controla de maneira adequada o seu desejo sexual.
(4) Lei de Conservação
O instinto de conservação é dado a todos os seres vivos, qualquer que seja o grau de sua inteligência. Em uns, ele é puramente maquinal, em outros ele é racional (O Livro dos Espíritos, questão 702).
O instinto sendo maquinal entre os espécies situados nos primeiros degraus da escala evolutiva, vai-se desenvolvendo à medida que os seres animam organismos mais complexos e melhor dotados, tornando-se, no reino hominal, inteligente e raciocinado (Livro As Leis Morais, capítulo 19).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 711
P: O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens?
R: Esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumpri-lo.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 715
P: Como pode o homem conhecer o limite do necessário?
R: Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos o conhecem por experiência e às suas custas.
O homem no exercício do seu livre arbítrio, frequentemente se desmanda, cometendo toda sorte de excessos e extravagâncias daí muitas doenças que o excruciam e o conduzem à morte prematuramente. (Livro As Leis Morais, capítulo 19).
No Evangelho de Mateus, cap. 5, versículos 38 a 42.
Ouvistes o que foi dito: Olho por Olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
No “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 12, item 7.
“O próprio instinto de conservação que é uma lei natural, diz que não é preciso estender benevolentemente o pescoço ao assassino. Por estas palavras, Jesus não interditou a defesa, mas condenou a vingança. Em dizendo para apresentar uma face quando a outra foi batida, é dizer, sob outra forma, que não é preciso retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a rebaixar-lhe o orgulho; que é mais glorioso para si ser ferido do que ferir.
No livro “Leis Morais da Vida”, capítulo 19
“Usa-o sem escravizar-te. Possui-o sem deixar-te por ele possuir. Domina-o antes que te domine. Dirige-o com elevação, a fim de que não sejas mal conduzido. Mediante a sua posse, faze-te pródigo, sem te tornares perdulário. Previdente, multiplica-o a benefício de todos, sem a avareza que alucina ou a ambição que tresvaria. De como te servides do dinheiro, construirás o céu da alegria ou o inferno de mil tormentos para ti mesmo.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 719
P: É repreensível ao homem procurar o bem-estar?
R: o bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário a conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirido às custas de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem vossas forças morais, nem vossas forças físicas.
Para finalizar sobre a Lei de Conservação, na questão 727 do “O Livro dos Espíritos”
O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os sofrimentos. Fustigai vosso espírito e não vosso corpo, mortificai vosso orgulho, sufocai vosso egoísmo semelhante a uma serpente que vos tortura o coração, e fareis mais pelo vosso adiantamento. Ou seja, abrir mão dos nossos caprichos, da materialidade, do apego do conforto para auxiliar o próximo.
(5) Lei de Destruição
No “O Livro dos Espíritos”, questão 728
P: A destruição é uma lei da Natureza?
R: É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamais destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 733
P: A necessidade da destruição existirá sempre entre os homens da Terra?
R: A necessidade de destruição enfraquece entre os homens, à medida que o Espírito sobrepõe à matéria, e é por isso que vedes o horror a destruição seguir o desenvolvimento intelectual e moral.
Tudo aquilo que ultrapassa os limites do necessário e da segurança é uma violação à Lei de Deus. Os animais não destroem senão por suas necessidades, mas o homem que tem o livre arbítrio, destrói sem necessidade. Ele prestará contas da liberdade que lhe foi concedida, porque é aos maus instintos que ele cede (O Livro dos Espíritos, questão 735).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 737
P: Com que objetivo Deus atinge a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
R: Para fazê-la avançar mais depressa…esses transtornos são frequentemente necessários para fazer alcançar mais prontamente uma ordem melhor de coisas e em alguns anos o que exigiria séculos.
“Quando comeis muito, isso vos faz mal. Pois bem! É Deus que vos dá a medida do que vos é preciso. Quando a ultrapassais, sois punidos. É o mesmo em tudo. A lei natural traça ao homem o limite de suas necessidades, e quando ele a ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Se o homem escutasse, em todas as coisas, essa voz que diz vasta, evitaria a maior parte dos males, dos quais acusa a Natureza” (O Livro dos Espíritos, questão 633).
No Evangelho de Mateus, capítulo 8, versículos de 23 a 27
E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram; E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos! Que perecemos. E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.
E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
No Livro “Leis Morais da Vida”, capítulo 26
O que se teme raramente ocorre como se espera, mesmo porque as interferências divinas sempre atenuam as dores, até quando não são solicitadas. Os problemas constituem recursos de que a vida dispõe para selecionar os valores humano e eleger os verdadeiros dos falsos lutadores”.
Romanos capítulo 5, versículos 3 e 4
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. ”
“Os flagelos são provas que fornecem ao homem a ocasião de exercitar sua inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação à vontade de Deus”. (O Livro dos Espíritos, questão 740)
[…] “A destruição não é mais que uma transformação que tem por finalidade a renovação e a melhoria dos seres vivos”. (Livro As Leis Morais, capítulo 21)
No Livro “As Leis Morais da Vida”, capítulo 28
“O agressivo torna-se vítima da própria agressividade, hoje ou posteriormente. Não foi por outra razão que Jesus aconselhou a Simão, no momento grave da Sua prisão: Embainha a tua espada, porque quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Suicidas
No “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 5, item 5
A Lei humana não pode alcançar todas as faltas. Ela atinge mais especialmente, aquelas que prejudicam a sociedade. E não aquelas que não prejudicam senão aqueles que as cometem. Mas deus quer o progresso de todas as suas criaturas; por isso, ele não deixa impune nenhum desvio do caminho reto; não há uma só falta, por pequena que seja, uma só infração à sua lei, que não tenha consequência forçadas e inevitáveis mais ou menos tristes; de onde se segue que, nas pequenas, como nas grandes coisas, o homem é sempre punido pelo que pecou. Os sofrimentos que lhe são consequência, são para ele uma advertência de que errou.
No “O Livro dos Espíritos”, na questão 748
P: Deus escusa (perdoa) o homicídio no caso de legítima defesa?
R: só a necessidade pode escusá-lo; mas se puder preservar a vida sem atingir o agressor, deve-se fazê-lo.
No “O Livro dos Espíritos Comentado por Miramez”
Não devemos confundir a lei de Deus com as leis dos homens, pois na lei de Deus não existe legítima defesa. Isso é recurso dos homens para atenuarem os seus crimes. Eles mesmos, os criadores das leis, de tanto mal que fazem à coletividade, ficam procurando um preventivo para as suas faltas. Não há razão nenhuma para que se possa tirar a vida de outrem. Mesmo ameaçado pelos criminosos, existem muitos meios de defesa. Se desejamos saber se a legítima defesa tem o assentimento de Deus, por que não perguntar o que deve ser feito nesses casos? E a meditação nos responderá: mudança de vida, transformação íntima.
No livro “O Consolador”, questão 62
P: o “não matarás”, alcança o caçador que mata por divertimento e o carrasco que extermina por obrigação?
R: a medida que envolverdes no sentimento evangélico, compreendereis que os matadores se encontram em oposição ao texto sagrado. No grau dos vossos conhecimentos atuais, entendei que somente os assassinos que matam por perversidade estão contra a Lei Divina. Quando avançardes mais no caminho, aperfeiçoando o aparelho social, não tolerareis o carrasco, e, quando estiverdes mais espiritualizados, enxergando nos animais os irmãos inferiores de vossa vida, a classe dos caçadores não terá razão de ser. Lendo os nossos conceitos, recordareis os animais daninhos e, no íntimo, haveis de ponderar sobre a necessidade do seu extermínio. É possível, porém que não vos lembreis dos homens daninhos e ferozes. O caluniador não envenena mais que o toque de uma serpente? O armamentista, ou o político ambicioso, que montam com frieza a maquinaria da guerra incompreensível, não são mais impiedosos que o leão selvagem? Ponderemos essas verdades e reconheceremos que o homem espiritual do futuro, com a luz do Evangelho na inteligência e no coração, terá modificado o seu ambiente de lutas, auxiliando igualmente os esforços evolutivos de seus companheiros do plano inferior, na vida terrestre.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 24
“A Justiça exige que toda infração a Lei seja punida e desde a origem dos tempos isso tem acontecido infalivelmente. Aliás, todos os grandes missionários religiosos que tem vindo à Terra, inspirados que foram pelo Alto, estabeleceram em seus códigos a pena de talião, ou seja, o castigo igual à culpa. O “olho por olho”, de Moisés, por exemplo, e o “quem com espada fere, com espada será ferido”, do Cristo, são preceitos que consagram esse princípio fundamental da justiça. Moisés, todavia, dava ao ofendido o direito de tirar desforra, pessoalmente e na proporção da ofensa recebida, enquanto o Cristo, surgindo entre nós quando era chegado o momento de os terrícolas darem início a uma fase mais avançada de sua evolução espiritual, trouxe como missão ensiná-los a quebrar as cadeias do mal a que se jungiam pela lei de ação e reação.
No livro “Sentimento a Força do Espírito”
A lei de causa e efeito explica os pontos essências para a compreensão da dor. A dor é resposta ou reflexo de sentimentos desorganizados armazenados na memória, os quais deixam marcas na consciência e passam a fazer parte da estrutura perispiritual.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 764
[…] A pena de talião é a justiça de Deus e é ele que a aplica. Todos suportais a cada instante essa pena porque sois punidos pelo que pecastes, nesta vida ou em uma outra. Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá ele mesmo o sofrimento que causou[…]
Livro do Apocalipse, capítulo 13, versículo 10
Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos.
No livro “Leis de Amor”, capítulo 2, questão 3.
P: O princípio de causa e efeito funciona além da morte?
R: O princípio de causa e efeito tanto funciona na existência humana, quanto além dos implementos físicos perecíveis.
No livro “Leis de Amor”, capítulo 5, questão 14
P: O que nos acontece moralmente quando emitimos um pensamento?
R: emitindo um pensamento, colocamos um agente energético em circulação, no organismo da vida, – agente esse que retornará fatalmente a nós, acrescido do bem ou do mal de que o revestimos.
Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas consequências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá (Livro Leis de Amor).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 752
P: Pode-se atribuir o sentimento de crueldade ao instinto de destruição?
R: é o instinto de destruição no que tem de pior, porque se a destruição, algumas vezes, é necessária, a crueldade não é jamais. Ela é sempre o resultado de uma natureza má.
“Todas as faculdades existem no homem em estado rudimentar ou latente. Elas se desenvolvem conforme as circunstancias lhes são mais ou menos favoráveis. O desenvolvimento excessivo de uma detém ou neutraliza o das outras. A super excitação dos instintos materiais sufoca, por assim dizer, o sendo moral, como o desenvolvimento do sendo moral enfraquece, pouco a pouco, as faculdades puramente animais” (O Livro dos Espíritos, questão 754).
Agora nós vamos falar das Leis de Sociedade, Progresso, Igualdade e Liberdade. Essas são deveres do homem com o seu próximo.
(6) Lei de Sociedade
No “O Livro dos Espíritos”, questão 766
P: A vida social está na Natureza?
R: Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.
“Nenhum homem tem as faculdades completas. Pela união social, eles se completam uns pelos outros para assegurar seu bem-estar e progredir. Por isso, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados”. (O Livro dos Espíritos, questão 768).
Os Espíritos dizem que o homem que busca viver no isolamento é um egoísta, pois não é útil a ninguém, nem a ele mesmo, afinal no isolamento, no estado inerte, não tem como evoluir, gera desequilíbrios (O Livro dos Espíritos, questão 769).
E aqueles que vivem na reclusão absoluta para fugir do contato do mundo, duplo egoísmo (O Livro dos Espíritos, questão 770).
O isolamento causa transtornos de ordem mental e emocional. O homem, como Ser social, tem necessidade de integração com o seu próximo. O amor é objetivo a ser conquistado em luta travada na intimidade do Ser. […]
Nós somos produtos dos nossos sentimentos, e os sentimentos são produtos dos relacionamentos. Para que os sentimentos sejam modificados o Espírito precisa relacionar-se. Ninguém evolui sozinho, mas em coletividade, trocando experiências, para sentir, perceber e, quando mais desenvolvido, intuir. […]
O Ser tem que se aproximar e conviver com o outro, condição natural de todos, para que possam evoluir e compreender as Leis Divinas que regem o aperfeiçoamento do Espírito. Não é possível evoluir isoladamente, pois não haveria a troca de experiências adquiridas (Livro Sentimento A Força do Espírito).
No livro “As Leis Morais da Vida”, capítulo 31
O Cristianismo possui extraordinário objetivo de criar uma sociedade equilibrada, na qual todos os seus membros sejam solidários entre si. Isolar-se a pretexto de servir ao bem passa de uma experiência na qual o egoísmo predomina, longe da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade. Madre Teresa de Calcutá (não se isolou).
No livro “Leis de Amor”, capítulo 2, questão 6
P: Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino?
R: Nos elos da consanguinidade (laços de sangue), reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 27
A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos no melhor modo de aprendermos amar-nos como irmãos.
No livro “Leis de Amor”, capítulo 4, questão 18
P: Qual a direção pessoal que devemos adotar para vencer os dissabores do lar infeliz?
R: Evitemos o divórcio, tanto quanto possível, e combatamos o aborto e o suicídio com todos os recursos de raciocínio e esclarecimento de que possamos dispor.
O divórcio adia o resgate, o aborto complica o destino e o suicídio agrava todos os sofrimentos.
No livro “Pão Nosso”, item 117, título: Em Família
A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? […] Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam. […] é impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário. Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.
(7) Lei do Progresso
No “O Livro dos Espíritos”, questão 779
P: O homem possui em si a força de progredir ou o progresso não é senão o produto de um ensinamento?
R: o homem se desenvolve, ele mesmo, naturalmente. Mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma; é então que os mais avançados ajudam o progresso dos outros, pelo contato social.
O progresso completo é o objetivo, mas os povos, como os indivíduos, não o alcançam senão passo a passo. Até que o sendo moral se tenha neles desenvolvido, eles podem mesmo se servir de sua inteligência para fazer o mal. O moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo (O Livros dos Espíritos, questão 780).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 781
P: É dado ao homem o poder de deter a marcha do progresso?
R: Não, mas o de entravar algumas vezes.
No livro “A Gênese”, capítulo 17, O Julgamento Final, item 63
Devendo o bem reinar sobre a Terra, é necessário que os Espíritos endurecidos no mal, e que poderiam trazer-lhe perturbação, dela sejam excluídos. Deus deixou-lhes o tempo necessário para a sua melhoria; mas, tendo chegado o momento em que o globo deve se elevar na hierarquia dos mundos, pelo progresso moral de seus habitantes, a estada, como Espíritos e como Encarnados, nele será interditada àqueles que não aproveitaram as instruções que estiveram livres para aí receber. Serão exilados em mundos inferiores como o foram outrora sobre a Terra os da raça adâmica, ao passo, que serão substituídos por Espíritos melhores.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 783
P: O aperfeiçoamento da humanidade segue sempre uma marca progressiva e lenta?
R: Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. Mas quando um povo não avança muito depressa, Deus lhe suscita, de tempos em tempos, um abalo físico ou moral, que o transforma.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 785
P: Qual o maior obstáculo ao progresso?
R: O orgulho e o egoísmo. Quero falar do progresso moral, porque o progresso intelectual caminha sempre…. Esse estado de coisas é breve e dará a medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres dos bens terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável.
No Livro “Obras Póstumas”, Credo Espírita.
O progresso geral é a resultante de todos os progressos individuais. O progresso moral não consiste somente no desenvolvimento da inteligência, na aquisição de alguns conhecimentos; isso não é senão uma parte do progresso, e que não conduz necessariamente ao bem, uma vez que se veem homens fazerem muito mau uso de seu saber; consiste, sobretudo no aperfeiçoamento moral, na depuração do Espírito, na extirpação dos maus gérmens que existem em nós; aí está o verdadeiro progresso, o único que pode assegurar a felicidade da Humanidade, porque é a própria negação do mal. O homem mais avançado em inteligência pode fazer muito mal; aquele que é avançado moralmente, não fará senão o bem. Há, pois, interesse para todos no progresso moral da Humanidade.
(8) Lei de Igualdade
No “O Livro dos Espíritos”, questão 803
P: Todos os homens são iguais diante de Deus?
R: Sim, todos tendem ao mesmo fim e Deus fez suas Leis para todos […]
No “O Livro dos Espíritos”, questão 804
Deus criou todo os Espíritos iguais, mas cada um deles tem maior ou menor vivência e, por conseguinte, maior ou menor experiência. A diferença está no grau da sua experiência e da sua vontade que é o livre-arbítrio: dai, uns se aperfeiçoam mais rapidamente e isso lhes dá aptidões diversas […]
No “O Livro dos Espíritos”, questão 806.
A desigualdade é obra do homem e não de Deus. A desigualdade desaparecerá um dia juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo e não ficará somente a desigualdade de mérito. Um dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus não se avaliarão pelo sangue mais ou menos puro […]
Livro “As Leis Morais”, capítulo 32.
Ensina a Doutrina Espírita que, perante Deus, todos os homens são iguais, pois tiveram um mesmo princípio e destinam-se, sem exceção, ao mesmo fim: glória e a felicidade. As semelhanças que apresentam entre si, quer em inteligência, quer em moralidade, não derivam da natureza intima dele; resultam de haverem sido criados há mais ou há menos tempo e do maior ou menor aproveitamento desse tempo, no desenvolvimento das aptidões e virtudes que lhes são intrínsecas, consoante o bem ou o mau uso do livre-arbítrio por parte de cada um.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 816.
A posição elevada nesse mundo e a autoridade sobre seus semelhantes são provas tão grandes e tão difíceis quanto a miséria, porque quanto mais se é rico e poderoso, mais se tem obrigações a cumprir maiores são os meios para se fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz dos seus bens e do seu poder. E o que nós vemos?
No “O Evangelho Segundo Espiritismo”, capítulo XVI, item 8
[…] A fortuna é um meio de provar o homem moralmente; mas como, ao mesmo tempo, é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva e, por isso, a desloca incessantemente. Cada um deve possui-la para experimentar servir-se dela e provar o uso que dela sabe fazer[…] quem não a tem hoje, já a teve ou terá numa outra existência e quem tem agora, poderá não tê-la mais amanhã.
Evangelho de Lucas 12-42
E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. Dá conta da tua administração (Lucas 12-48).
Na Revista Espírita, janeiro de 1863
Nós trabalhamos para dar a fé aos que nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 32.
“Todos devemos lutar para que as instituições terrenas se aperfeiçoem, permitindo alcancemos uma situação tal em que caiam os privilégios de casta ou de nascimento; extingam-se os preconceitos de cor, de raça e de crença; que as sanções penais não recaiam tão somente sobre os fracos; a mão de obra seja associada e não escrava do capital, ambos os sexos tem os mesmos direitos embora momentaneamente colocados em diferentes planos na paisagem social da Terra, em atenção as necessidades evolutivas de cada qual, todos caminhamos para um estado de justiça perfeita.
No livro “O Consolador”, questão 56
[…] o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço. Nessa questão existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus, que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual. Eis por que cada criatura terá o seu mapa de mérito nas sendas evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas planetárias, uma grandiosa escala progressiva em matéria de raciocínios e sentimentos, em que se elevará naturalmente todo aquele que mobilizar as possibilidades concedidas a sua existência para o trabalho edificante da iluminação de si mesmo, nas sagradas expressões do esforço individual.
Livro “Leis Morais da Vida”, capítulo 44
Por penetrar no âmago das questões e no cerne das consciências, afirmou Jesus: “Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo” (João 8-15). Faze a paz com todos e fruirás das messes da paz, não julgando, condenando ou perseguindo ninguém.
(9) Lei de Liberdade
No “O Livro dos Espíritos”, questão 825
P: Há posições no mundo em que o homem possa se vangloriar de gozar de uma liberdade absoluta?
R: não, porque todos necessitais uns dos outros, os grandes como os pequenos.
Livro “As Leis Morais”, capítulo 34
O homem é, por natureza, dono de si mesmo, isto é, tem o direito de fazer tudo quanto achar conveniente ou necessário à conservação e ao desenvolvimento de sua vida. Essa liberdade, porém, não é absoluta, e nem poderia sê-lo, pela simples razão de que, convivendo em sociedade, o homem tem o dever de respeitar esse mesmo direito em cada um de seus semelhantes. Isto posto, todo e qualquer costume, que torne uma pessoa completamente sujeita a outra, constitui uma iniquidade contrária a Lei de Deus.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 829
P: Há homens que sejam, por natureza, destinados a ser de propriedade de outros homens?
R: Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária a Lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como desaparecerão, pouco a pouco, todos os abusos.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 834
P: O homem é responsável pelo seu pensamento?
R: Ele é responsável diante de Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, o condena ou o absolve segundo a sua justiça.
No livro, “O Consolador”, questão 53.
P: Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidos?
R: os corações que oram e vigiam, realmente de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea. Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam seu objetivo, por se enquadrarem na essência da Lei única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações; os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, os em identidade de circunstancias, quando a criatura se fez credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações. Sobre todos os feitos dessa natureza, todavia, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdia e sabedoria.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 843
P: O homem tem o livre-arbítrio dos seus atos?
R: visto que ele tem a liberdade de pensam tem a de agir, se livre-arbítrio o homem seria uma máquina.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 34
O Livre-arbítrio é definido como “a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
No livro “Leis Morais da Vida”, item 41
No passado espiritual de cada criatura se inscrevem as causas dos sofrimentos humanos. Enfermidades irreversíveis, problemas teratológicos, perturbações psíquicas de largo porte, limitações e mutilações físicas, degenerescência orgânicas e mentais, aberrações congênitas procedem do uso indevido e abuso do livre arbítrio quando de outras experiências evolutivas em reencarnações pregressas. É das Leis divinas que ninguém pode abusar impunemente dos tesouros inalienáveis de que usufrui na condição de ser inteligente”.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 852
P: há pessoas que uma fatalidade parece perseguir, independentemente de sua maneira de agir; a infelicidade não está no seu destino?
R: pode ser que sejam provas que elas devem suportar e que escolheram. Mas, ainda uma vez, levais à conta do destino o que não é, o mais frequentemente, senão a consequência de vossa própria falta. Nos males que te afligem, esforça-te para que a tua consciência seja pura, e serás consolado em parte.
Obs.: […] achamos mais simples e menos humilhante para o nosso amor próprio atribuir, nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que à nossa própria falta. Se a influência dos Espíritos contribui para isso algumas vezes, podemos sempre nos subtrair dessa influência, repelindo as ideias que eles nos surgem, quando elas são más.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 862
P: Há pessoas para as quais nada sai bem, e que um mau gênio parece perseguir em todas as suas empreitadas; não há nisso o que se pode chamar de fatalidade?
R: há fatalidade, se a queres chamar assim; ela, porém, se prende a escolha do gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepção, a fim de exercitar sua paciência e sua resignação. Entretanto, não creiais que essa fatalidade seja absoluta: frequentemente, ela é o resultado de um caminho falso que tomaram, e que não está em relação com sua inteligência e suas aptidões. […] se o homem não empreendesse senão coisas compatíveis com suas faculdades, ele teria êxito quase sempre; o que o perde é seu amor-próprio e sua ambição, que o fazem sair de seu caminho e tomar, por uma vocação o desejo de satisfazer certas paixões. Ele fracassa e a culpa é sua; mas, em lugar de tomá-la sobre si, prefere acusar sua estrela. […] haveria lugar para todos, se cada um soubesse se colocar no seu lugar.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 36,
“As doutrinas que negam a pluralidade das existências, impossibilitadas de apresentar uma explicação satisfatória para essa importante questão, limitam-se a dizer que os desígnios de Deus são imperscrutáveis, ou a recomendar a paciência e resignação aos desgraçados, como se isso fosse suficiente para saciar a sede das mentes perquiridoras e tranquilizar os corações dilacerados pela dor. Os acontecimentos que nos ferem e magoam, no corpo ou na alma, sem causa imediata nem remota nesta vida, longe de se constituírem azares da fatalidade ou caprichos de um destino cego, são efeitos da lei de retorno, pela qual cada um recebe de volta aquilo que tem dado. Em anterior(es), existências, tivemos a faculdade de escolher entre o amor e o ódio, entre a virtude e o vício, entre a justiça e a iniquidade; agora, porém, temos que sofrer, inexoravelmente o resultado de nossas decisões, porque “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Em suma, algumas circunstancias graves, capazes de ensejar nosso progresso espiritual, podem, sim, ser fatais; mas já vimos que somos nós próprios, no exercício do livre-arbítrio, que lhes geramos as causas determinantes. Nosso presente nada mais é, portanto, que o resultado de nosso passado, assim como nosso futuro está sendo construído agora, pelos pensamentos, palavras e ações de cada momento”.
No “O Livro dos Espíritos, questão 534
P: Quando os obstáculos parecem vir fatalmente se opor aos nossos projetos, seria por influência de algum Espírito?
R: algumas vezes, os Espíritos; de outras vezes, e o mais frequentemente, é que nisso escolheis mal. A posição e o caráter influem muito. Se vos obstinais em um caminho que não é o vosso, não é pelos Espíritos, mas por vós que sois o vosso próprio gênio mal.
Os sofrimentos materiais, algumas vezes são independentes da vontade, mas o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, em uma palavra são torturas para a alma. A inveja e o ciúme! Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes roedores! Com a inveja e o ciúme, não há calma, nem repouso possível para aquele que está atacado desse mal: os objetos de sua cobiça, de seu ódio, de seu despeito, se levantam diante dele como fantasmas que não lhe dão nenhuma trégua e o perseguem até no sono. Os invejosos e os ciumentos estão num estado de febre continua. Portanto, está aí uma situação desejável e não compreendeis que, com suas paixões, o homem criou para si suplícios voluntários, e a Terra torna-se para ele um verdadeiro inferno? (O Livro dos Espíritos, questão 933)
No O Livro dos Espíritos, questão 872, resumo teórico da motivação das ações do homem – 9º. Parágrafo.
As faltas que cometemos tem, pois, sua fonte primeira nas imperfeições de nosso próprio Espírito, que não atingiu ainda a superioridade moral que terá um dia, mas que nem por isso tem diminuído o seu livre-arbítrio. A vida corporal lhe é dada para se livrar das suas imperfeições pelas provas que nela deve suportar, e são precisamente essas imperfeiçoes que o tornam mais fraco e mais acessível às sugestões dos outros Espíritos imperfeitos, que delas se aproveitam para o fazer sucumbir nas lutas que empreende. Quanto mais ele se depura, mais essas fraquezas diminuem e menos se expõe aqueles que o solicitam para o mal. Sua força moral cresce em razão de sua elevação, e os maus Espíritos afastam dele.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 868
P: o futuro pode ser revelado ao homem?
R: em princípio, o futuro lhe é oculto e não é senão em casos raros e excepcionais que Deus permite a revelação.
Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade.
No livro “As Leis Morais”, capítulo 38
Algumas vezes o futuro pode ser revelado e o tem sido. É quando a revelação favoreça a consumação de algo em benefício da humanidade. Importa, todavia, que, embora muitos fatos possam ser previstos, por constarem dos planos das entidades espirituais que, como prepostos de Deus, dirigem os destinos do mundo ou tem sob sua tutela este ou aquele setor das atividades humanas, o livre-arbítrio das pessoas diretamente ligadas a esses fatos é sempre respeitado, de modo a que, em última instancia, tenham plena liberdade de cumprir ou não as tarefas que lhes estavam assinaladas, assim como de resistirem ou cederem (como no caso de Judas) a um alvitre que poderá acarretar-lhes as mais dolorosas consequências.
No livro “As Leis Morais da Vida”, item 49
Intrinsicamente livre, criado para a vida feliz, o homem traz, no entanto, ínsitos na própria consciência, os limites da sua liberdade. Jamais devendo construir tropeço na senda por onde avança o seu próximo, é-lhe vedada a exploração de outras vidas sob qualquer argumentação, das quais subtraia o direito de liberdade.
A toda criatura é concedida a liberdade de pensar, falar e agir, desde que essa concessão subentenda o respeito aos direitos semelhantes do próximo. Desde que o uso da faculdade livre engendre sofrimento e coerção para outrem, incide-se em crime passível de cerceamento daquele direito, seja por parte das leis humana, sem dúvida nenhuma através da Justiça Divina. Graças a isso, o limite da liberdade encontra-se inscrito na consciência de cada pessoa, que gera para si mesmo o cárcere de sombra e dor, a prisão sem barras em que expungirá mais tarde, mediante o impositivo da reencarnação, ou as asas de luz para a perene harmonia. Livre o homem se tornará, somente, após romper as férreas algemas que o agrilhoam aos fortins das paixões. A sua luta deve partir de dentro, vencendo-se, de modo a, pacificando-se interiormente, usufruir dessa liberdade real que nenhuma grilheta ou presídio algum pode limiar ou coibir.
* As nove leis morais estabelecidas por Kardec resumem todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o seu próximo. A décima e última lei moral “Da lei de justiça, de amor e de caridade” resume todas as outras. Deus (justiça), por amor, criou o homem e este, para bem viver com o seu próximo, deve praticar a caridade.
“A última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras” (O Livro dos Espíritos, questão 648).
(10) Lei de Justiça, de Amor e de Caridade
No “O Livro dos Espíritos”, questão 875
P: No que consiste a justiça?
R: A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.
P: O que determina esses direitos?
R: A lei humana e a lei natural. Tendo os homens feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 876
P: Fora do direito consagrado pela lei humana, qual é a base da justiça fundada sobre a lei natural?
R: O Cristo vo-la deu: Desejai para os outros o que quereríeis para vós mesmo. Deus colocou no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo de cada um de ver respeitar seus direitos. Na incerteza do que deve fazer em relação ao seu semelhante em uma dada circunstância, o homem se pergunta como ele desejaria que se fizesse para com ele em circunstancia semelhante: Deus não poderia dar-lhe um guia mais seguro que a sua própria consciência.
Obs.: o critério da verdadeira justiça e, com efeito, desejar para os outros o que se desejaria para si mesmo, e não de desejar para si o que se desejaria para os outros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural querer o mal para si, tomando seu desejo pessoal por modelo ou ponto de partida, se está certo de não se desejar jamais senão o bem para o seu próximo. Em todos os tempos, e em todas as crenças, o homem tem sempre procurado fazer prevalecer o seu direito pessoal. O sublime da religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal por base do direito do próximo.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 984
P: as vicissitudes da vida são sempre a punição de faltas atuais?
R: Não; já o dissemos: são provas impostas por Deus, ou escolhidas por vós mesmos no estado de Espírito e antes da vossa reencarnação, para expiar as faltas cometidas em uma outra existência, porque jamais a infração às leis de Deus, e sobretudo à lei de justiça, fica impune. E se não é nesta vida será, necessariamente, em uma outra, e por isso aquele que é justo aos vossos olhos, frequentemente, está marcado pelo seu passado.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 877
P: A necessidade para o homem de viver em sociedade ocasiona-lhe obrigações particulares?
R: sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 879.
P: Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda sua pureza?
R: o verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem o quais não há verdadeira justiça.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 880
P: Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
R: O de viver. Por isso, ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer nada que possa comprometer a sua existência corporal.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 882
P: O homem tem o direito de defender o que ajuntou pelo trabalho?
R: Deus não disse: não furtará; e Jesus: é preciso dar a César o que pertencer a César?
OBS: o que o homem amontou por um trabalho honesto é uma propriedade legítima que tem o direito de defender, porque a propriedade que é o fruto do trabalho, é um direito natural tão sagrado como o de trabalhar e de viver.
O desejo de possuir está na natureza, mas quando o homem só deseja para si e para a sua satisfação pessoal, é egoísmo. Todo aquele que amontoa por seu trabalho para ajudar seus semelhantes, pratica a lei de amor e caridade, e seu trabalho é abençoado por Deus (O Livro dos Espíritos, questão 883).
No livro “As Leis Morais”, capítulo 40
A medida que se adianta espiritualmente, o homem passa a compreender que, em última análise, ninguém é dono de nada, pois tudo pertence a Deus, sendo, todos nós, meros usufrutuários dos bens terrenos […] Se a Providência no-los confia, por determinado período, não é para que os utilizemos em proveito exclusivamente familiar, mas para que aprendamos a movimentá-los em benefício de todos, dando-lhes uma função social.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 886
P: Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
R: Benevolência para com todos, indulgencia para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Obs.: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance e que gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a indulgência porque nós mesmos temos necessidades dela. Proíbe-nos de humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação. O homem verdadeiramente bom, procura realçar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 887
P: Disse Jesus também: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor por nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provém da ausência de simpatia entre os Espíritos?
R: sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso que ele quis dizer. Amar os inimigos é perdoa-lhes e restituir bem por mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo-nos abaixo deles.
No “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 9, item 5.
[…] Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 888.
P: Que pensar da esmola?
R: o homem reduzido a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: ele se embrutece. Numa sociedade baseada sobre a lei de Deus e a justiça, deve-se prover a vida do fraco sem humilhação para ele. Ela deve assegurar a existência daqueles que não podem trabalhar, sem deixar sua vida à mercê do acaso e da boa vontade.
-Reprovai a esmola?
R: não, não é a esmola que é reprovável, frequentemente, é a maneira pela qual é feita. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, se antecipa ao infeliz sem esperar que ele lhe estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; ela está mais no gesto que no fato. Um serviço feito com delicadeza duplica de valor; se é feito com ostentação, a necessidade pode fazê-lo aceitar, mas o coração não é tocado por ele. Lembrai-vos também que a ostentação, aos olhos de Deus, tira o mérito do favor. Disse Jesus: Que a vossa mão esquerda ignore o que dá vossa mão direita; Ele vos ensina com isso a não deslustrar a caridade pelo orgulho. É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência.
Amai-vos uns aos outros é toda a lei, a lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide aos vossos semelhantes; em lugar de menosprezar a ignorância e o vício, instrui-os e moralizai-os. Sede dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como em relação aos seres mais ínfimos da criação, e tereis obedecido à lei de Deus.
No livro “As Leis Morais da Vida”, capítulo 59
Jesus recomendou-nos com a Sua autoridade inconteste: “Batei e abrir-se-vos-á; buscai e achareis; pedi e dar-se-vos-á. Se esperas encontrar à tua disposição a Misericórdia Divina, amanhã, se, agora, o mensageiro dela em relação aos que te batem a porta, te pedem e te buscam, executando o mais meritório esforço na caridade sem jaça: dar e dar-se sem limites.
No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 10, item 18 – Mensagem de Dufêtre, Bispo de Nevers, Bordéus.
“[…] o verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade que consistem em não ver, senão superficialmente, os defeitos de outrem por se interessar em fazer valer o que há neles de bom e virtuoso; porque se o coração humano é um abismo de corrupção, existe sempre em algumas de suas dobras mais ocultas o germe de alguns bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual.
No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 11, item 8 – Lei de Amor, mensagem de Lázaro, Paris, 1862.
O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angustia da alma, nem a miséria do corpo. Seus pés são leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina — amor —, ela se fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
Conclusão
Os 10 mandamentos impõem deveres a serem cumpridos e se eu não cumprir eu expio a falta;
Deus nos dá a oportunidade para a mudança, porém Ele não altera a sua Lei, elas são justas e irrevogáveis;
Deus não castiga, é a Lei que se cumpre;
Seu eu pratico as Leis tenho saúde física e mental;
Temos que nos dedicar no conhecimento de nós mesmos para ir nos depurando, nos modificando, para adquirir condições para resolver o nosso passado, pois trazemos por existências vínculos de desafetos;
Se sofremos, não há arbitrariedade nas Leis, somos herança de nós mesmos;
A nossa evolução é individual e cada um tem que fazer a sua, ninguém pode fazê-la por mim.
Todos nós somos produtos dos nossos sentimentos e os sentimentos são produtos nos nossos pensamentos. Vamos ter que prestar contas de todos os nossos atos e pensamentos contrários às leis;
Se queremos um mundo melhor precisamos começar a mudança por nós mesmos, não só praticando as leis civis, mas principalmente as leis morais, porque se pratico a moral, consequentemente cumpro com todas as demais leis. Enfim, que precisamos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça, seguindo os ensinamentos de Jesus, fazendo o que ele fez, estaremos cumprindo as Leis.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida – Jesus”.
No “O Livro dos Espíritos”, questão 625
P: Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?
R: Vede Jesus.
Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espirito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra.
Mateus 22, 36-40: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Respondeu Jesus: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesse dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas’”.
Jesus inicia com o Evangelho a maior dinâmica de progresso para a humanidade, implantando a verdade no pensamento do Espírito. Ele traçou o roteiro divino quando anunciou: “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”. Amar a Deus sobre todas as coisas é uma dinâmica interativa, que liga o Espírito ao meio físico e espiritual. Amar ao próximo como a si mesmo é a dinâmica que estimula a busca do relacionamento como meio de progresso.
Os sentimentos primários desfilavam entre os prazeres e as facilidades da vida materializada. Por isso, Jesus veio ensinar a educar os pensamentos e os sentimentos da humanidade. A finalidade do Evangelho de Jesus na vida do Espírito é a de proclamar a independência do pensamento, pela compreensão das leis que regem a vida.
O conhecimento e a vivência dos ensinamentos de Jesus na vida do Espírito mudam as vibrações das energias deletérias que o Ser traz em si e, ao mesmo tempo, funcionam como um frio para os desajustes com a lei divina. (Livro Sentimento A força do Espírito).
No “O Livro dos Espíritos”, questão 1018:
“O bem reinará sobre a Terra quando, entre os Espíritos que vem habitá-la, os bons vencerem sobre os maus. Então, farão nela reinar o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá sobre a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Mas os maus não a deixarão senão quando dela forem banidos o orgulho e o egoísmo”
Bibliografia
Site: espirito.org.br
Bíblia de estudo Aplicação Pessoal – Almeida Revista e Corrigida – Edição: 1995.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec (Tradução Salvador Gentile).
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec (Tradução Salvador Gentile).
A Gênese – Allan Kardec (Tradução Salvador Gentile).
Obras Póstumas – Allan Kardec (Tradução Salvador Gentile).
As Leis Morais da Vida – Divaldo Franco – Espírito Joanna De Ângelis.
O Consolador – Chico Xavier – Espírito Emmanuel.
Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier – Espírito Emmanuel.
Pão Nosso – Chico Xavier – Espírito Emmanuel.
Leis de Amor – Chico Xavier e Waldo Vieira – Espírito Emmanuel.
Ação e Reação – Chico Xavier – Espírito André Luiz.
As Leis Morais – Rodolfo Calligaris.
Evolução para o Terceiro Milênio – Carlos Toledo Rizzini.
Sentimento: A Força do Espírito – Alzira Bessa Amui e Luciano Varanda – Espírito: Eurípedes Barsanulfo.