As Cartas de Paulo de Tarso – Palestra
24/06/15 – Ellen – CELC
Paulo de Tarso nos ensinou:
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” – Romanos, Cap. 7, v, 19;
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” – 1Coríntios, Cap. 10, vers. 23
“AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” – 1 Coríntios, Cap. 13, vers. 1
“Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.” – Romanos, Cap. 9, versículo 8
“A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens” – Romanos, Cap. 12, versículo 17
“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” – Romanos, Cap.12, versículo 21
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” – 1 Coríntios, Cap. 11, vers. 28
“Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. 1Coríntios, Cap. 11, vers. 31
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” – 1 Coríntios, Cap. 13, vers. 11.
“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.” – 2 Coríntios, Cap. 12, vers. 7
“Porque quando estou fraco então sou forte” – 2 Coríntios, Cap. 12, vers. 10.
“Examinai tudo. Retende o bem.”– 1Tessalonicenses, Cap. 5, vers. 21.
“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.” – 1Timóteo, Cap.5, vers. 22.
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. – 2 Timóteo, Cap. 4, vers. 7.
“Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.” – Hebreus, Cap. 12, vers.1.
No Livro: “Paulo e Estevão“, na Segunda parte, cap. 7 (As Epístolas), p. 528-529, Emmanuel nos conta porque Paulo teve a ideia de escrever as suas cartas. Onde quer que o apóstolo estivesse sempre chegavam emissários das igrejas por ele fundadas, portadores de assuntos urgentes, que solicitavam a presença de Paulo, na localidade, para resolver conflitos ali existentes, porque os israelitas não toleravam a superioridade de Jesus sobre Moisés, e, se consideravam o Cristo como profeta da raça, não o suportavam como Salvador.
Evidentemente, ele não podia atender a todos, pois os deslocamentos, de uma cidade para outra, eram demorados e nem sempre os dedicados discípulos, Silas e Timóteo, estavam disponíveis para substituí-lo. E, também, aos poucos, compreendeu que não bastava enviar emissários. Os pedidos choviam de todos os sítios por onde perambulara, levando as alvíssaras da Boa Nova. Os irmãos, carinhosos e confiantes, contavam com a sua sinceridade e dedicação, compelindo-o a lutar intensamente. Sentindo-se incapaz de atender a todas as necessidades ao mesmo tempo, o abnegado discípulo do Evangelho, valendo-se, um dia, do silêncio da noite, quando a igreja se encontrava deserta, rogou a Jesus, com lágrimas nos olhos, não lhe faltasse com os socorros necessários ao cumprimento integral da tarefa.
“Terminada a oração, sentiu-se envolvido em branda claridade. Teve a impressão nítida de que recebia a visita do Senhor. Genuflexo, experimentando indizível comoção, ouviu uma advertência serena e carinhosa:
— Não temas — dizia a voz — prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo.
O Apóstolo deu curso às lágrimas que lhe fluíam do coração. Aquele cuidado amoroso de Jesus, aquela exortação em resposta ao seu apelo, penetravam-lhe a alma em ondas cariciosas. A alegria do momento dava para compensar todas as dores e padecimentos do caminho. Desejoso de aproveitar a sagrada inspiração do momento que fugia, pensou nas dificuldades para atender às várias igrejas fraternas. Tanto bastou para que a voz dulcíssima continuasse:
— Não te atormentes com as necessidades do serviço. É natural que não possas assistir pessoalmente a todos, ao mesmo tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do espírito.
Procurou atinar com o sentido justo da frase, mas teve dificuldade íntima de o conseguir.
Entretanto, a voz prosseguia com brandura:
– Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome; os de boa-vontade saberão compreender, porque o valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida. Doravante, Estevão permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo.
O dedicado amigo dos gentios viu que a luz se extinguira; o silêncio voltara a reinar entre as paredes singelas da igreja de Corinto; mas, como se houvera sorvido a água divina das claridades eternas, conservava o Espírito mergulhado em júbilo intraduzível. Recomeçaria o labor com mais afinco, mandaria às comunidades mais distantes as notícias do Cristo.
De fato, logo no dia seguinte, chegaram portadores de Tessalônica com notícias desagradabilíssimas. Os judeus haviam conseguido despertar, na igreja, novas e estranhas dúvidas e contendas. Timóteo corroborava com observações pessoais. Reclamavam a presença do Apóstolo com urgência, mas este deliberou pôr em prática o alvitre (conselho/recomendação) do Mestre, e recordando que Jesus lhe prometera associar Estevão à divina tarefa, julgou não dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas famosas epístolas.
Assim começou o movimento dessas cartas imortais, cuja essência espiritual provinha da esfera do Cristo, através da contribuição amorosa de Estevão — companheiro abnegado e fiel daquele que se havia arvorado (colocado), na mocidade, em primeiro perseguidor do Cristianismo.
Percebendo o elevado espírito de cooperação de todas as obras divinas, Paulo de Tarso nunca procurava escrever só; buscava cercar-se, no momento, dos companheiros mais dignos, socorria-se de suas inspirações, consciente de que o mensageiro de Jesus, quando não encontrasse no seu tono (disposição/atitude) sentimental as possibilidades precisas para transmitir os desejos do Senhor, teria nos amigos instrumentos adequados.
Desde então, as cartas amadas e célebres, tesouro de vibrações de um mundo superior, eram copiadas e sentidas em toda parte. E Paulo continuou a escrever sempre, ignorando, contudo, que aqueles documentos sublimes, escritos muitas vezes em hora de angústias extremas, não se destinavam a uma igreja particular, mas à cristandade universal. As epístolas lograram êxito rápido. Os irmãos as disputavam nos rincões (recanto, lugar afastado) mais humildes, por seu conteúdo de consolações, e o próprio Simão Pedro, recebendo as primeiras cópias, em Jerusalém, reuniu a comunidade e, lendo-as, comovido, declarou que as cartas do convertido de Damasco deviam ser interpretadas como cartas do Cristo aos discípulos e seguidores, afirmando, ainda, que elas assinalavam um novo período luminoso na história do Evangelho.”
(Trecho extraído do Livro: “Paulo e Estevão“, Espírito Emmanuel, na Segunda Parte, Cap. 7, denominado “As epístolas”, p. 528-530)
Na Bíblia Sagrada, as Epístolas de Paulo são as seguintes, segundo a ordem existente no Novo Testamento:
1. ROMANOS
2. PRIMEIRA CORÍNTIOS
3. SEGUNDA CORÍNTIOS
4. GÁLATAS
5. EFÉSIOS
6. FILIPENSES
7. COLOSSENSES
8. PRIMEIRA TESSALONICENSES
9. SEGUNDA TESSALONICENSES
10. PRIMEIRA TIMÓTEO
11. SEGUNDA TIMÓTEO
12. TITO
13. FILEMON
14. HEBREUS
Passamos a comentar, de forma singela, cada uma delas, e em especial visamos demonstrar que a Doutrina Espírita aí se encontra.
1. ROMANOS
Nessa Carta encontramos os seguintes assuntos:
a) desejo de Paulo de viajar a Roma para encontrar com os membros da comunidade formada pelos convertidos do judaísmo e do paganismo;
b) o homem justificado pela fé está a caminho da salvação;
c) combate a idolatria e vida dissoluta dos gentios e combate aos judaizantes.
Os judaizantes acreditavam que os gentios deveriam se converter ao Judaísmo a fim de aceitar Jesus como Messias. Para os judaizantes isto significava, dentre outras coisas, observar a circuncisão, os dias das festividades judaicas e as dietas alimentares previstas na Lei de Moisés. Mas, Paulo, ensinava que a salvação se dá através da fé em Cristo, de modo que os gentios – e obviamente também os “judeus-cristãos” não estavam obrigados a manter os costumes judaicos como pré-requisito para se tornarem cristãos:“Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” – Romanos, Cap. 2, vers. 25.
A epístola aos Romanos é de natureza didática, pois ensinou que para ter equilíbrio, para viver melhor devemos ser justificados pela fé, vemos a Doutrina Espírita nesta Carta aos Romanos, nos Caps. 3, 4 e 5, onde diz que Deus, a Justiça de Deus se cumpre para o homem, que devemos nos gloriarmos nas tribulações (ou seja, a vida é a prova escolhida, prova, expiação, progressão espiritual, causa e efeito):
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência”. E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” – Romanos, Cap. 5, vers. 3-5.
Encontramos a Doutrina Espírita, no que tange a influenciação espiritual, sintonia, na Epístola aos Romanos, quando Paulo fala no Cap. 7, vers. 19 -21: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Ou seja, encontramos dentro de nós nossas próprias fraquezas, erros, vícios, e com isto, atraímos influenciação de espíritos maléficos, todavia, devemos sanar em nós mesmos as causas de sintonia com o mal. Devemos nos despertar para a renovação através do estudo e da prática do trabalho edificante.
Na Epístola aos Romanos, Paulo fala da vida espiritual:
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” (Rom. Cap. 8, vers.1 e 2)
“E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Rom. Cap. 8, vers. 11)
Na Epístola aos Romanos, Paulo ensina, também, a aprendermos a aceitar a vontade de Deus para nós:
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” – ROMANOS, capítulo 12, versículo 2.
Na Epístola aos Romanos, Paulo fala no Capítulo 14, versículo 12: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.”Ou seja, no final é você e Deus, e Deus, vai verificar como cada um agiu por si, e pelo próximo. Devemos, portanto, nos conscientizar a praticar o que Jesus ensinou, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, e a culpabilidade é proporcional ao tamanho do conhecimento (Lucas, cap. 12:48: “E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.”)
2. PRIMEIRA CORÍNTIOS
Paulo escreveu duas epístolas aos Coríntios, destacando, em ambas, Jesus. Segundo nos relata a obra “DICIONÁRIO DA BÍBLIA”, Vol. 1, Item: Corinto, p. 44: Corinto, era a Capital da Província Romana de Acaia, foi importante cidade fundada pelos gregos. Corinto foi centro de grande trânsito de viajantes e imenso posto comercial da Antiguidade.
Nas epístolas Paulo revela preocupação com as ideias e os costumes gregos, amplamente difundidos em Corinto. Um dos problemas era a imoralidade sexual, como o incesto, mantida pelos convertidos ao Cristianismo. Outro problema era a prática, herdada dos costumes romanos, de cobrir a cabeça quando se orava ou profetizava, como sinal de culto e devoção. Uma terceira dificuldade era o hábito que existia em certos cristãos de fazer refeições, na forma de banquetes, no templo de algum deus. Por último, havia o uso e abuso dos dons mediúnicos.
Existia, pois, na igreja de Corinto, fortes disputas entre os cristãos; os que tinham origem judaica abominavam as práticas politeístas gentílicas, consideradas bárbaras e imorais. Foi uma comunidade continuamente sacudida por escândalos, mas que recebeu muita atenção e cuidados por parte do apóstolo dos gentios.
No Livro: “Paulo e Estevão“, na Segunda parte, cap. 7 (As Epístolas), p. 527, sobre Corinto, Emmanuel nos conta que:
“A cidade era famosa por sua devassidão, mas o Apóstolo costumava dizer que dos pântanos nasciam, muitas vezes, os lírios mais belos; e como onde há muito pecado há muito remorso e sofrimento, em identidade de circunstâncias, a comunidade cresceu, dia a dia, reunindo os crentes mais diversos, que chegavam ansiosos por abandonar aquela Babilônia incendiada pelos vícios.”
Assim, neste contexto, a Primeira Carta aos Coríntios aborda muitos temas, dos quais destacamos, que Paulo começa por pregar a união, dando como motivo de sua atitude a doutrina sobre a humildade que nos ensinou Jesus (I Coríntios, Cap.1 a 3) e a necessidade de concórdia e união com CRISTO:
“Eu rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer.” (1 Cor 1:10)
“Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Cor 1:17-18)
“Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.” (1 Cor 1: 22-24)
Encontramos a Doutrina Espírita, na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dá conselhos a respeito dos dons espirituais (mediunidades), no Livro: “EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO“, de Carlos Toledo Rizzini, Editora: Edicel, pág. 25/26, consta que:
“3. Paulo, o vigoroso pregador do Evangelho aos povos estrangeiros, estimava grandemente a mediunidade e as manifestações espirituais, que eram práticas usuais entre os cristãos primitivos. Em suas cartas há várias menções a isso.
Em I Coríntios 14:1, diz: “Segui a caridade, anelai (almejai, desejai) os dons do espírito e, sobretudo, ao da profecia.” Recomendava: “Não desprezeis as profecias” (I Tessalon. 5:20) e “examinai, porém, tudo: abraçai o que é bom” (I Tessalon. 5:21). Paulo decide suspender a proibição de Moisés: “e não proibais o uso do dom das línguas” (I Cor.14:39), decisão naturalmente derivada dos ensinos do Cristo, que é o Mestre da Terra e não guia de um povo único.”
Encontramos a Doutrina Espírita, na PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS, onde Paulo escreve no Cap. 11, vers. 28 e 31: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. Ou seja, o julgamento é a prova nova e o não aprendizado é a nova reencarnação. Então, o homem é julgado e reencarna novamente, pelo julgamento, porque não se examinou de acordo, feriu a lei, e agora está reencarnado cumprindo prova.
Também, encontramos a Doutrina Espírita, na PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS, onde Paulo escreve a célebre passagem sobre a caridade (Caps. 13: 1-13): “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria… Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.”
Encontramos a Doutrina Espírita, no Capítulo 15, vers. 12-14, da Primeira Carta aos Coríntios Paulo fala sobre a ressurreição dos mortos (reencarnação):
“Ora, se prega-se que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também, Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação e também é vã a vossa fé.” (I Cor, Cap. 15, vers. 12-14)
E, também, em no Cap. 15, vers. 35 e 44:
“Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?”
“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.”
Verificamos claramente a Doutrina Espírita, eis que Paulo fala sobre a reencarnação, que é a volta do Espírito a vida corpórea, mas num outro corpo; a reencarnação que é a base do progresso, pois a cada nova existência a criatura vai aprendendo, em busca da evolução.
3. SEGUNDA CORÍNTIOS
Paulo escreveu esta Carta, como continuação da primeira, Jesus Cristo aparece em destaque em trechos como:
– que diz que Jesus é sem pecado – vide 2 Coríntios 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”
– que diz que é Cristo quem assegura a realização das promessas de Deus aos homens, isto é, quem garante o cumprimento das mesmas – vide 2 Coríntios 1:20:”Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele: sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.”
– que diz que Jesus é o Redentor que traz os homens de volta a Deus, anulando a alienação que há entre os homens e o seu Criador – vide 2 Coríntios 5: 17-18:”Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.”
– que diz que se sentimos as aflições, em Cristo igualmente seremos consolados – vide 2 CORÍNTIOS, capítulo 1, versículos 2:7: “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos. E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.”
Paulo fala, também, sobre as tribulações decorrentes da divulgação do Cristianismo, o que hoje podemos utilizar como orientação em razão das dificuldades advindas do exercício do trabalho mediúnico, de que sofreremos, mas não estamos desamparados e de que através do trabalho seremos redimidos – vide 2 CORÍNTIOS, capítulo 4, versículos 8-14 “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.”
Encontramos a Doutrina Espírita, na SEGUNDA CARTA AOS CORÍNTIOS, quando Paulo fala sobre a necessidade de ter bom ânimo, fala para buscarmos a evolução espiritual – vide 2 CORÍNTIOS, capítulo 4, versículos 16-18:“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente. Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.”
Também, encontramos a Doutrina Espírita, na SEGUNDA CARTA AOS CORÍNTIOS, quando Paulo fala sobre experiência que ele teve em desdobramento, Cap. 12, vers. 1- 4: “Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.”
Encontramos a Doutrina Espírita, na SEGUNDA CARTA AOS CORÍNTIOS, quando Paulo fala que ele também ainda sofria perseguição, obsessão, sofria influência espiritual, sofria também dificuldades e que devemos nós nos esforçarmos para ficar a salvo de tais influências, porque a influência encontra eco, com aquilo que habita dentro do nosso coração – vide 2 CORÍNTIOS, capítulo 12, versículo 7-10: “E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. “
Através das duas Epístolas aos Coríntios Paulo ensina que sempre devemos confiar e esperar em Cristo, indagando-nos sempre de nossas consciências se estamos amando, trabalhando, cumprindo nossos deveres e realizando com o bem, convictos de que a esperança legítima não é repouso e, sim, confiança no trabalho incessante.
4. GÁLATAS
Conforme nos relata a obra:“BÍBLIA DE JERUSALÉM”, item: Introdução às Epístolas de São Paulo, p. 1960, os GÁLATAS viveram na Galácia, antiga província romana, região situada no centro da Ásia Menor (atualmente, fica próxima de Ancara, na Turquia). A Galácia original era formada de diversos povos e abrigava várias comunidades cristãs primitivas.
E o motivo da Epístola aos Gálatas foi o seguinte: alguns judeus cristãos queriam obrigar aos pagãos neoconvertidos (novos-convertidos) a se conformarem à antiga lei religiosa judaica, e Paulo protesta contra esse particularismo. Os judeus conhecidos por zelotes (aqueles que zelavam pelo judaísmo) desejavam, por um lado, que os judeus convertidos voltassem ao Judaísmo, e, por outro, queriam desmoralizar a mensagem cristã e também, desmoralizar Paulo, considerado traidor por ter-se tornado cristão.
Então, na Carta aos Gálatas, Paulo se defronta com o legalismo e demonstra como Cristo trouxe libertação e não escravidão a um código de leis.
Nos Caps. 1 e 2, Paulo conta que foi chamado por Jesus para desenvolver sua missão e que o Evangelho lhe foi revelado por Jesus: “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas, cap. 1, vers. 10-12).
Mostra em seguida a conformidade do Evangelho de Jesus com as promessas do Deus de Abraão, que foi “justificado pela fé” (Caps. 3 e 4). Finalmente expõe o que é a liberdade cristã (“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”- Gálatas, cap. 5, vers. 13-14).
Encontramos a Doutrina Espírita, na Carta aos Gálatas, ao falar da prática da caridade, inclusive espiritual, que é a conduta de quem segue a Cristo:
“Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo.” – Gálatas, cap. 6. vers. 2.
“Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” – Gálatas, cap. 5. vers. 2 e 6.
De modo que, não é pela prática de atos exteriores (na época; a circuncisão; hoje: temos o aparentar e nada fazer – aparências) que vamos seguir Jesus, mas, sim, pelo exercício de caridade, ajudando-nos uns aos outros.
Encontramos a Doutrina Espírita em GÁLATAS, capítulo 6, versículo 9: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.”
” . . . O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração.
Quem ama em Cristo Jesus, guarda confiança em Deus, é feliz na renúncia e sabe alimentar-se de esperança.
O mal extenua o espírito, mas o bem revigora sempre.
O aprendiz sincero do Evangelho, portanto, não se irrita nem conhece a derrota nas lutas edificantes, porque compreende o desânimo por perda de oportunidade.
Problemas da alma não se circunscrevem a questões de dias e semanas terrestres, nem podem viver condicionados a deficiências físicas. São problemas de vida, renovação e eternidade.
Não te canses, pois, de fazer o bem, convencido, todavia, de que a colheita, por tuas próprias mãos, depende de prosseguires no sacerdócio do amor, sem desfalecimentos.”
(Livro: “VINHA DE LUZ”, Espírito Emmanuel, Cap. 82, denominado “SEM DESFALECIMENTOS”, pág. 88)
5. EFÉSIOS
Conforme consta no livro “DICIONÁRIO DA BÍBLIA”, Vol. 1, Item: Éfeso, pág. 65, tem-se que os Efésios eram os habitantes de Éfeso, cidade situada na costa ocidental da Ásia Menor, atualmente pertencente à Turquia.
Éfeso era sede da comunidade cristã, era reconhecida como a primeira e a mais notável metrópole da província romana da Ásia. Éfeso era famosa pelos seus filósofos, artistas, poetas, historiadores, nesta época Éfeso possuía cerca de 250 mil habitantes, constituindo-se um dos centros urbanos e comerciais que mais rapidamente cresceram nos domínios romanos do Oriente.
Em Éfeso existia uma expressiva comunidade judaica, de onde saíram inúmeros cristãos convertidos, mas, também, Éfeso era famosa como centro de magia e taumaturgia (capacidade para impressionar através da realização de milagres ou prodígios).
Em Atos dos Apóstolos (Cap. 19: Versic. 9-10), conta que Paulo, em Éfeso, durante dois anos, ensinava diariamente na escola de Tirano, “E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos. (Atos, 19:10).
A epístola aos Efésios faz parte do grupo das cartas denominadas “epístolas do cativeiro”, quando a escreveu Paulo se encontrava prisioneiro.
Na Epístola aos Efésios, Paulo evidencia a preocupação de que a comunidade cristã de Éfeso não se deixasse conduzir pelas ideias dos filósofos, artistas, retóricos e historiadores, contrárias aos ensinos evangélicos, diz sobre a unidade em Cristo, a unidade do judeu e gentio em Cristo, unidade da Igreja, diz no Cap. 4, vers. 5 e 6: “Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.”
Encontramos a Doutrina Espírita na Epístola aos Efésios, quando Paulo fala das diversidades das funções, dos dons (mediunidade), Cap. 4, vers.7-8: “Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens.”
Paulo, também, ensina devemos promover o esforço em nossa reforma íntima, que a vocação santa exige uma conduta santa, Cap. 4, vers. 25: “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros“. Cap. 4, vers.28-29: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” Cap. 4, vers. 32: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
Encontramos a Doutrina Espírita na Epístola aos Efésios, quando Paulo fala para lutarmos contra a má influência espiritual, vide Cap. 6, vers. 11-17:”Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça. E calçados os pés na preparação do evangelho da paz.Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
O capacete da salvação é a cobertura mental de idéias sólidas e atitudes cristãs, estruturadas nas concepções do bem, da confiança, da fé pura e do espírito de serviço.
” . . . Paulo de Tarso, que conheceu tão profundamente os assédios do mal, que lhe suportou as investidas permanentes, dentro e fora dele mesmo, recomendou usemos o escudo da fé, acima de todos os elementos da defensiva.
Somente a confiança no Poder Maior, na Justiça Vitoriosa, na Sabedoria Divina consegue anular os dardos invisíveis, inflamados no veneno que intoxica os corações.
Todo trabalhador sincero do Cristo movimenta-se na frente de longa e porfiada luta na Terra. Golpes da sombra e estiletes da incompreensão cercam-no em todos os lugares. E, se a bondade conforta e a esperança ameniza, é imprescindível não esquecer que só a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.
(Livro: “VINHA DE LUZ”, Espírito Emmanuel, Cap. 141, denominado “O ESCUDO”, p. 295/296)
6. FILIPENSES
Carta aos Filipenses faz parte do grupo das “Epístolas do Cativeiro”, Paulo se encontrava prisioneiro quando a escreveu.
A obra: “DICIONÁRIO DA BÍBLIA“, Vol. 1, item: Filipos, p. 66, ensina que os Filipenses eram os habitantes de Filipos, que era uma importante cidade da Macedônia oriental, na Grécia, era uma colônia romana, e seus cidadãos tinham os direitos e privilégios iguais aos que nasciam e viviam em Roma.
Os filipenses cristãos formavam uma comunidade pobre de bens materiais, mas sinceramente devotada ao Evangelho. Os filipenses jamais esqueceram as lições que lhes foram ensinadas por Paulo, auxiliando-o quando esteve preso e, recebendo deste, os sentimentos de afeto e reconhecimento.
Os filipenses foram cristãos que se esforçavam para colocar em prática a vivência da caridade, ver Filipenses, cap. 1, vers.3-9: “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós. Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas. Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo. Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho. Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo. E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento.” (Filipenses, Cap.1, vers.3-9).
A obra “O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO”, VOL. 5, ITEM: FILIPENSES, nos relata que a igreja de Filipos se preocupava com o bem-estar do Apóstolo Paulo, porquanto ouvira que ele estava preso, e assim se iniciou uma troca de cartas entre Paulo e aquela comunidade cristã. Paulo estava prestes a enviar-lhes Timóteo e Epafrodito e essa epístola foi em parte enviada a fim de encorajar a boa acolhida a esses mensageiros.
Havia algumas dificuldades na igreja de Filipos, quase todas provocadas por questões pessoais, especialmente orgulho e vaidade, Paulo ensinou a serem humildes, a não fazer nada por vanglória, mas sim, a servir, sem reclamações, conforme nos mostram o Cap. 2, vers. 1-4 e 14:
“Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões. Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas“:
Paulo ensina a aceitar a vida, sem reclamações, a aceitar a Vontade de Deus, a ter disciplina, a aprender com as dificuldades, Paulo nos diz como já havia aprendido a estar contente, nas diversas vicissitudes da vida (Filipenses, cap. 4, vers. 11-13: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece“).
Consta na obra “O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO”, VOL. 5, pág. 5, que havia um partido dos perfeccionistas naquela igreja, afirmando que eram superiores aos demais, devido ao orgulho espiritual. Por isso é que no capítulo 3, versículos 13 e 14 Paulo mostra que nem ele mesmo pensava que já havia atingido seus propósitos de perfeição em Cristo, e tal conduta mostra repúdio indireto àqueles que pensavam já ter atingido a perfeição.
FILIPENSES, capítulo 3, versículo 13: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que se encontram diante de mim. Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”
A epístola aos Filipenses contém também exortação quanto à pureza íntima, quanto à maneira de pensar, quanto ao estado de consciência, a qual deve resultar em ações externas piedosas. Ver Filipenses Cap. 4, vers. 8, onde encontramos a exortação para que os homens se concentrem naquilo que é honesto, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e digno de louvor.
FILIPENSES, capítulo 4, versículos 4-13: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o SENHOR. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.”
MATEUS, CAPÍTULO 16, VERSÍCULOS 24-27: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.”
APOCALIPSE, CAPÍTULO 22, VERSÍCULOS 11-13: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.“
7. COLOSSENSES
Conforme consta na obra “DICIONÁRIO DA BÍBLIA”, Vol. 1, Item: Colossos, p. 95-96, Colossos era uma província romana da Ásia, era uma cidade localizada a aproximadamente duzentos quilômetros de Éfeso, na Turquia de hoje. Era uma cidade comercial até ser incorporada pela vizinha Laodiceia, e abrigou a comunidade cristã a quem foi dirigida a Epístola aos Colossenses. A epístola aos Colossenses faz parte do grupo das “epístolas do cativeiro”, Paulo estava na prisão (provavelmente em Roma).
Na época foi escrita aos Colossenses, a comunidade cristã de Colossos trazia uma característica inquietante, relacionada à idolatria e aos maus costumes pagãos (liberalidade sexual), uma vez que as comunidades cristãs, da região, eram basicamente constituídas de gentios convertidos; e Paulo queria conter tais condutas, no Capítulo 2, e seus versículos, Paulo faz advertências acerca das falsas doutrinas: “E digo isto, para que ninguém vos engane com discursos sedutores” – Cap. 2, vers. 4 . No ESE, o Cap. XXI trata sobre o tema “Falsos Cristos e Falsos Profetas“.
No Capítulo 3, e seus versículos, Paulo orienta a promover a reforma íntima, a fim de que deixemos de lado a ira, a animosidade a maledicência, a maldade, as palavras topes, para nos revestirmos de misericórdia, bondade, humildade doçura e paciência. A carta dirigida à comunidade cristã de Colossos evidencia o amor fraternal, o espírito de cooperação que deve reger as relações interpessoais.
Encontramos a Doutrina Espírita, também, na Epístola aos Colossenses, quando Paulo fala no Cap. 3, vers. 2: Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra.” – viver a vida material, com vistas à vida Espiritual, a praticar a caridade, a servir, a reforma interior, a falar a verdade, a prática de perdão; vide Cap. 3, vers. 5-14: “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria. Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou. Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade. Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.”
8. PRIMEIRA TESSALONICENSES
Tessalônica, também conhecida hoje como Salônica, é uma cidade portuária bem movimentada no nordeste da Grécia. A Primeira epístola aos Tessalonicenses foi a primeira epístola escrita pelo Apóstolo Paulo, conforme consta no Livro “Paulo e Estevão”, na Segunda parte, cap. 7 (As epístolas), p. 529, Emmanuel; nos conta que: “De fato, logo no dia seguinte, chegaram portadores de Tessalônica com notícias desagradabilíssimas. Os judeus haviam conseguido despertar, na igreja, novas e estranhas dúvidas e contendas. Timóteo corroborava com observações pessoais. Reclamavam a presença do Apóstolo com urgência, mas este deliberou pôr em prática o alvitre do Mestre, e recordando que Jesus lhe prometera associar Estevão à divina tarefa, julgou não dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas famosas epístolas.”
Assim para instruir face aos problemas causados pelos judeus que haviam conseguido despertar, na igreja, novas e estranhas dúvidas e contendas Paulo escreveu, com a contribuição espiritual amorosa de Estevão — e com a companhia de Timóteo e Silas, a Primeira Epístola aos Tessalonicensses.
Na PRIMEIRA CARTA AOS TESSALONICENSES, Paulo (nos Capítulos 1 e 2), lembra aos fieis de Tessalônica, que ele lhes pregou o Evangelho: “PORQUE vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã. Mas, mesmo depois de termos antes padecido, e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência. Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações. Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha; (Cap.2, vers. 1-5);
Encontramos a Doutrina Espírita, na PRIMEIRA CARTA AOS TESSALONICENSES, quando Paulo, no Caps. 4 e 5, convida-os a se mostrarem firmes e encoraja-os a viverem na esperança, exortando-os à pureza, à caridade e ao trabalho, porque ninguém sabe o dia e a hora, mas seremos julgados, devemos vigiar e orar:
“Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais. Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra. “ Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.- 1 Tessalonicenses, Cap. 4, vers.1-4 e 7.
“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor (caridade), e tendo por capacete a esperança da salvação.” – 1 Tessalonicenses, Cap. 5, vers.2-8.
Por meio dos ensinamentos acima Paulo aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz, pois, o cristão sempre se vê defrontado por sugestões da irritação, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, então, Paulo receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida. Assim, é indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos. Através da convicção e do entusiasmo da fé começamos honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível.
Paulo, ainda no Cap. 5, apresenta conselhos diversos, nos quais encontramos a Doutrina Espírita:
CAP. 5, Vers. 15: “Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos .”
CAP. 5, VERS. 16-22: ” Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal.” Ou seja, Paulo ensina a não contrariar as manifestações dos espíritos, o dom das línguas, as profecias, as mediunidades, mas, que devemos analisar tudo e reter o que for verdadeiro, o que for de acordo com o Evangelho de Jesus.
Encontramos a Doutrina Espírita, na PRIMEIRA CARTA AOS TESSALONICENSES, quando Paulo deixa bem claro a existência do Espírito (chama ou uma centelha – L.E. n. 88), Corpo Material e Corpo Espiritual (perispírito – L.E. n. 93), veja o Cap. 5, vers. 23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo.”
9. SEGUNDA TESSALONICENSES
Na SEGUNDA CARTA AOS TESSALONICENSES, Paulo previne contra as falsas ideias relativas ao retorno glorioso do Senhor, que então se figurava muito próximo, vide Caps. 1 e 2 (Cap. 2, vers. 1-2: “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele. Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.”).
Os Tessalonicenses estavam alarmados, por causa do conteúdo de uma carta falsa que circulava em nome de Paulo, com falsas ideias relativas ao retorno de Jesus muito próximo. Então, por meio desta SEGUNDA EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES, Paulo disse para ninguém se enganar. Paulo convida os fieis a colocarem toda sua confiança em Deus, para que se fortaleçam e sejam preservados do mal, e procura, ainda, ajudá-los a evitar a ociosidade. Esta ociosidade queria dizer na desordem, desordem daqueles que sob o pretexto do próximo fim do mundo julgavam que já não era processo trabalhar.
No Cap. 3, vers. 2, Paulo diz que: “E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.”
Dirigindo-se aos Tessalonicenses, Paulo rogou-lhes concurso em favor dos trabalhos evangélicos, para que o serviço do Senhor estivesse isento dos homens maus e dissolutos, justificando apelo com a declaração de que a fé não é de todos; porque com tal advertência, Paulo ensinou que a fé será patrimônio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifícios, por instalá-la no santuário do próprio mundo intimo. A rotulagem de cristão será exibida por qualquer pessoa, todavia, a fé cristã revela-se pelas obras daquela que a possui, pelo esforço na reforma íntima, pelo trabalho incessante de aprimoramento moral.
Na SEGUNDA CARTA AOS TESSALONICENSES, Cap. 3, vers. 10-11: Paulo adverte: “Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs. Tal advertência é para aqueles que querem tirar proveito material da prática espiritual, querem tirar proveito material do Evangelho de Jesus, o que indevido, pois Jesus expulsou os vendilhões do templo, e assim condenou o tráfico das coisas santas, sob qualquer forma que seja. Deus não vende sua benção, nem seu perdão, nem a entrada no Reino dos Céus, o homem, não tem, portanto, o direito de cobrar nada disso, no ESE, Cap. XXVI, fala sobre “DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER“.
Encontramos a Doutrina Espírita na SEGUNDA CARTA AOS TESSALONICENSES, Cap. 3, vers. 6-13-15, Paulo ensina que: “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.”
LEVÍTICO: 19:17 Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado.
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, CAP XII, ITEM 1: “RETRIBUIR O MAL COM O BEM”: “Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contacto de um amigo. Amar os Inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo a reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.”
10. PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO
Timóteo é oriundo de Listra, na Lacaônia (na Ásia Menor), é filho de pai grego e de mãe judia. É discípulo de Paulo e seu companheiro de viagem. A Primeira Carta a Timóteo é uma carta que visa lembrar conselhos já recebidos e propor um programa de vida concernente aos homens, às mulheres, aos bispos e aos diáconos. Depois de ter combatido uma falsa concepção de mortificação, ele dá enfim conselhos sobre o procedimento a ser mantido com as diversas categorias de fiéis: as viúvas, os anciãos e os escravos.
I, TIMÓTEO, CAP. 3, VERS. 1-9: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar. Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento. Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia. Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? Não neófito (recém-convertido), para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo. Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância. Guardando o mistério da fé numa consciência pura.”
E, para ter a consciência cristalina devemos trabalhar, para poder apresentar a Deus a retidão e pureza dos pensamentos, assim não devemos amar da boca pra fora, mas por obras, considerando que a Humanidade é a nossa família. Devemos nos aproximar dos piores, para ajudar e nos aproximar dos melhores, para aprender. Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.
Encontramos a Doutrina Espírita, no Cap. 5, vers. 22, quando Paulo ensina: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.” Quer dizer, na tarefa de auxílio espiritual devemos ter o máximo de atenção, precisamos verificar qual é a intenção da pessoa que pede ajuda, se está mesmo necessitando de auxílio, se é sincera, para que desatentos, nós não participemos de atos indevidos.
Encontramos a Doutrina Espírita, no I, TIMÓTEO, CAP. 6, VERS. 7: “Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. Paulo nos diz com referência a quaisquer patrimônios de ordem material, que nada trouxemos para este mundo então, nada podemos levar dele, ou seja, devemos aprender a viver como possuindo tudo e nada tendo, ou seja, somos meros usufrutuários, depositários. Chegamos sozinhos e partiremos sozinhos, então, devemos viver na busca do crescimento espiritual, e o faremos quando aprendermos a servir a todos, através da prática da caridade, do trabalho, do estudo é que obteremos o crescimento moral.
I, TIMÓTEO, CAP. 6, VERS. 10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Paulo não nos diz que o dinheiro, em si mesmo, seja um mal. Todavia, nos esclarece que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males. O homem não pode ser condenado pelas suas expressões financeiras, mas, sim, pelo mau uso de semelhantes recursos materiais, porquanto é pela obsessão da posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas do infortúnio humano, se instalam nas almas, compelindo-as a desvios da luz eterna – ver no EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, CAPÍTULO XVI: “NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON”, item n. 9: “ INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS- A verdadeira propriedade “
“. . . Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. – Pascal. (Genebra, 1860.)
11. SEGUNDA TIMÓTEO
A Segunda Carta a Timóteo é uma carta em que Paulo, novamente estava prisioneiro: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso SENHOR, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus” – 2Tm, cap. 1, vers. 7 e 8.
Vemos a Doutrina Espírita, quando Paulo fala:
“Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho.” “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos.” “Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;” “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” – Segunda Carta a Timóteo, Cap. 2, vers. 8, 11
Aqui Paulo está falando que, se estiver com Jesus, ou seja, se cumprirmos nossos deveres, a Vontade de Deus para nós, se nos esforçarmos em nossa própria melhoria e na prática do bem em geral, no Plano Espiritual estaremos amparados. E se o negarmos, Jesus nos negará, estaremos ao desamparo – “Mateus, Cap. 22, ver. 13 e 14: “Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.”
E pressentindo já o martírio (“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão (efusão) de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” – 2Tm, cap. 4, vers. 5-8), dá aos seus discípulos suas últimas recomendações. É quase um adeus; tudo respira uma profunda emoção nessa carta.
Paulo nos lembra que a vida é de expiação e provas, e ele cumpriu sua carreira, ou seja, cumpriu a Vontade de Deus para ele. Paulo não se desviou do alvo de sua vida, pois no caminho de Damasco Paulo teve seu chamamento por Cristo e não perdeu de vista aquilo que lhe havia sido entregue. Em nada foi negligente e trabalhou firmemente (1 Cor, Cap.15: vers.10: Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo); Paulo combateu pela causa de Cristo e entregou sua vida nisso. Por isto combateu o bom combate e guardou a fé, andando de acordo com o Evangelho de Jesus.
A Carta tem como parte central a exortação à perseverança, fala a Timóteo se aprofundar nos seus deveres (Cap. 2, vers.1-13), a cumpri-los sem contendas, sem discussões de palavras, que só servem para a perdição dos ouvintes (Cap. 2, vers. 14-26) exercida num ambiente de indiferença e hostilidade (Cap. 3,vers.1-17). O testemunho do próprio Paulo, que se sente já no crepúsculo de uma vida inteiramente dedicada ao Evangelho e espera concluí-la na fidelidade à sua missão (Cap. 4,vers.6-8), constitui exemplo e encorajamento para todos.
Encontramos a Doutrina Espírita na Segunda Carta a Timóteo quando Paulo fala que pelo Estudo vamos obter conhecimento e fortalecimento espiritual, veja: 2 Tm, Cap. 3, vers. 14-17: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
12. TITO
A epístola a Tito também salienta a firmeza doutrinária e a consagração ao ministério do Senhor. Assim, como Timóteo, Tito esteve muito próximo de Paulo. Tito acompanhou Paulo em sua segunda viagem a Jerusalém, serviu como seu emissário a Corinto e foi por ele designado para supervisionar a igreja de Jerusalém.
Paulo se refere a Tito como seu “parceiro e colaborador” (2 Cor. 8:23: “Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo”). Embora Tito fosse um gentio (era de origem grega), não se exigiu dele que se circuncidasse (vide Gálatas, Cap. 2, vers.3: “Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se“); constituindo um exemplo vivo da decisão tomada de não impor os costumes judaicos aos cristãos oriundos do mundo pagão, pois, embora sendo grego, não foi obrigado a circuncidar-se (Gl. Cap. 2:1-3).
Os assuntos abordados na epístola a Tito são semelhantes aos existentes na Primeira Epístola a Timóteo. Trata-se de diretivas para a organização e conduta das comunidades da ilha de Creta: – vide Tito, Cap. 1, vers. 5: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei”.
Paulo condena o falso ensinamento, esclarecendo que o discípulo do Cristo deve exemplificar – Tito, Cap. 1, vers. 13-16: “Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé. Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.”
Ou seja, não basta dizer-se cristão, e nada fazer, ou pior praticar más obras; e também, Paulo ensina que o homem enxerga o outro através da visão interior, isto é, pelo que sente, examina os sentimentos alheios, por isto é importante o vigiar, para que a nossa consciência não se contamine pelo mal, porque quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte. Devemos vigiar nossos atos, pensamentos e ações, para que sejamos mais praticantes do Evangelho de Jesus.
Encontramos a Doutrina Espírita, no Cap. 3, vers. 2-8:”Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens. Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.”
Ou seja, Paulo nos fala para ser mansos e pacíficos com todos os homens, porque nós em outros tempos também já fomos insensatos, odiosos, maliciosos, podemos concluir que estes outros tempos são, tanto, a vida atual, como, vidas anteriores, e que somos salvos pelo Evangelho de Jesus, mas não porque fomos bons, e merecedores, mas sim, unicamente pela misericórdia concedida através das reencarnações sucessivas (“nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”), para que pudéssemos expiar, aprender, sermos provados, reparar e evoluir, pois a vida é eterna. Paulo disse, então, que devemos nos aplicar nestas obras, fazendo nossa reforma íntima.
13. FILEMON
Filemon era um cristão de elevada posição social em Colossos, convertido por Paulo, e tinha como escravo um outro cristão, Onésimo. Este, tendo fugido ao seu senhor, refugiou-se junto de Paulo – Filemon, Cap. 1, vers. 10 e 11: “Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões. O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.”
Onésimo, escravo fugitivo viera buscar proteção junto ao Apóstolo Paulo, e nesta carta, Paulo pede perdão ao escravo arrependido, para que Filemon recebesse Onésimo como irmão em Cristo.
Paulo em Carta aos Colossenses, no Cap. 4, vers. 9, se refere a Onésimo como amado e fiel irmão (Colossenses, Cap. 4, vers. 7-9: “Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no SENHOR, vos fará saber o meu estado. O qual vos enviei para o mesmo fim, para que saiba do vosso estado e console os vossos corações. Juntamente com Onésimo, amado e fiel irmão, que é dos vossos; eles vos farão saber tudo o que por aqui se passa.”).
Este fato (acolher escravo fugitivo) era motivo de graves penas civis, tanto para o escravo como para quem o acolhia. Paulo, prescindindo (não levando em conta) a questão legal, envia Onésimo ao seu senhor (Filemon) com a Carta, na qual pede a Filemon que o acolha de novo, não como escravo, mas como irmão querido – Filemon, Cap. 1, vers.16; “Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado“. Um irmão na fé, como se recebesse o próprio Paulo – Filemon, Cap. 1, vers. 17: “Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.”
Com isto, Paulo, embora não se oponha frontalmente à escravatura, tão-pouco a aprova; e através de sua postura demonstra que o amor fraterno, centro do Evangelho de Cristo, é que levará à eliminação da escravatura.
Outro ponto que chama a atenção é que Paulo faz mais ainda, ele diz que se Filemon sofreu algum dano por culpa de Onésimo, que ele o pagará (Filemon, Cap. 1, vers. 18-19; “E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta. Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.”). E mais, Paulo diz no versículo 21, do Cap. 1: “Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo“.
14. HEBREUS
A Epístola aos Hebreus tem a sua autenticidade questionada, muitos acreditam que não foi escrita pela mão de Paulo, todavia, a mesma reflete suas ideias mestras, pode-se reconhecer, na mesma, a ressonância do pensamento paulino. Ademais, nas obras: “Caminho, Verdade e Vida”, “Pão Nosso”, “Vinha de Luz”, “Fonte Viva”, de Emmanuel que traz interpretações dos textos sagrados, encontramos, interpretações sobre os ensinamentos contidos na Epístola aos Hebreus, constando como seu escritor Paulo de Tarso, de forma que temos aí reconhecida sua autenticidade.
A obra “DICIONÁRIO DA BÍBLIA”, Vol. 1, Item: Hebreus, p. 107, nos ensina que Hebreus é um termo étnico (relativo ou pertencente a povo ou raça), aplicado aos antigos israelitas ou judeus, como são denominados no Novo Testamento. Os hebreus eram os judeus convertidos ao Cristianismo, que, no entanto, preservavam, em geral, traços de sua herança judaica e falavam a língua hebraica ou aramaica.
A carta é dirigida a uma parte dos judeus de raça e de religião, que se tinham convertido ao cristianismo, mas que sofriam por terem de abandonar o culto do templo e da sinagoga, ao se tornarem cristãos.
A obra “O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO”, VOL. 5, ITEM: HEBREUS, fls. 605, nos relata que:
“Esse é um dos pontos claríssimos da epístola. O seu propósito central é reiteradamente afirmado. O autor adverte os crentes (sejam eles judeus ou gentios) que cuidem de não voltar a seus antigos caminhos, de irreligiosidade ou de alguma religião inferior.”
A Epístola aos Hebreus estabelece, mediante sólida argumentação, que Jesus Cristo suplantou a anjos, a profetas e a todas as revelações anteriores (primeiro capítulo, Hebreus). Somente nele podemos realmente confiar; pois ele é superior a Moisés, do mesmo modo que um filho, em uma casa, é maior que um servo (terceiro capítulo, Hebreus). portanto, é impossível retornar a Moises e fazer dele objeto da fé, porquanto em Cristo temos superior revelação. Todas as ordenanças do judaísmo, com suas muitas leis e cerimônias, sacrifícios e rituais, eram apenas sombras da verdadeira fé que depositamos em Cristo (ver nono e décimo capítulo de Hebreus).
Destacamos em Hebreus, a Doutrina Espírita, quando Paulo fala da progressão dos mundos (evolução dos mundos) no Cap.1, vers. 10-12: “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.”
Paulo ensina que Deus criou a Terra, os Céus, os Mundos e com um manto os enrolou, ou seja, é o fluído universal da cada mundo, e quando diz que os mundos serão mudados, está dizendo sobre a progressão dos mundos e que Deus é Eterno e continua sempre o mesmo.
Encontramos, também, a Doutrina Espírita no Cap. 5:11-14 e Cap. 6, vers. 1-3, pois Paulo diz: “Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal. Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto faremos, se Deus o permitir.”
Ou seja, Paulo diz aos hebreus (e agora para nós, também) que pelo tempo que estamos aqui encarnados já deveríamos ser melhores, mais evoluídos; então, que devemos prosseguir até a perfeição, mas não basta dizer-se arrependido e nada fazer (arrependimento de obras mortas), deveremos buscar a perfeição através das vidas sucessivas (batismos), da cura (imposição das mãos), dos progressos por obras.
Encontramos a Doutrina Espírita, na Carta aos Hebreus, quando Paulo nos adverte a deixar de lado a estagnação na experiência espiritual – Cap. 12, vers.1-3:“Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.”
Ou seja, cada homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, assim, cada um absorve, sem perceber, a influência alheia, por meio dos pensamentos que atrai, dos atos que pratica. Assim são nossas relações uns com os outros, encarnados e desencarnados. Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos. Por isto, é tão importante nossa constante vigilância e prática do bem.
Encontramos, ainda, a Doutrina Espírita, no que diz respeito à expiação, no Cap. 10, Vers. 26 e 30: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados.” “Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.” E, no Cap. 12, Vers. 6-7: “Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?”
Hoje conhecedores do Evangelho de Jesus e dos ensinamentos da Doutrina Espírita, ainda, nos encontramos na condição de Espíritos Imperfeitos (Terceira Ordem – L.E. n. 101), com predominância da matéria sobre o espírito, com propensão ao mal, ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões consequentes, mas, estamos no caminho evolutivo, dependendo de nós, o trabalho de iluminação e aperfeiçoamento incessante; e para tanto, sofremos as corrigendas de Deus, expiamos, somos provados.
Destacamos, também, que Paulo ensina a perseverar na fé através do exercício da caridade, das boas obras – vide Cap. 10, Vers. 22-24: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa. Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.”
Ou seja, através do coração purificado da má consciência, a ser conquistado pelo amor (caridade e boas obras) é que a fé se expande e fortalece. Devemos, pois, fazer a nossa parte.
FONTES:
– BÍBLIA SAGRADA.
– EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO – Allan Kardec.
– LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec.
– Livro: “PAULO E ESTEVÃO“, na Segunda parte, cap. 7 (As epístolas), p. 527-529, Emmanuel.
– “DICIONÁRIO DA BÍBLIA”, Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por Bruce M. Metzger, Michael D. Coogan. Traduzido por Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, Item: Corinto, p. 44; Item: Éfeso, p.65, Item Filipos, p. 66, Item: Colossos, p. 95-96, Item: Hebreus, p. 107.
– obra:“BÍBLIA DE JERUSALÉM”. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002. Item: Introdução às Epístolas de São Paulo, p. 1960.
“O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO”, VOL. 5, ITEM: FILIPENSES, n. III, “MOTIVO E PROPÓSITO”, Autor: R.N. Champlin, Editora Hagnos, fls. 5, e, ITEM: HEBREUS, n. IV, fls. 605.
– Livro: “EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO“, de Carlos Toledo Rizzini, Editora: Edicel, pág. 25/26.
– Livro: “CAMINHO, VERDADE E VIDA”, Espírito Emmanuel, psicografia Chico Xavier; Cap. 68, denominado ” ALÉM TÚMULO”, pág. 151/152; Cap. 29, denominado “CONTENTAR-SE”, p. 73/74; Cap. 57, denominado “DINHEIRO”, p. 129/130; Cap. 17, denominado “POR CRISTO”, p.49/50;
– Livro: “PÃO NOSSO”, Espírito Emmanuel, psicografia Chico Xavier; Cap. 126, denominado “O ESPINHO”, pág. 267/268; Cap. 15, denominado “PENSAMENTOS”, p. 43/44; Cap. 147, denominado “NÃO É SÓ”, p. 307/308; Cap. 11, denominado “O BEM É INCANSÁVEL”, p. 35/36; Cap. 98, denominado “EVITA CONTENDER”, p. 209/210;
– Livro: “VINHA DE LUZ”, Espírito Emmanuel, psicografia Chico Xavier; Cap. 142, denominado “TRIBULAÇÕES”, pág.297/298; Cap. 82, denominado “SEM DESFALECIMENTOS”, pág. 88.; Cap. 115, denominado “ARMAI-VOS”, p. 243/244; Cap. 141, denominado “O ESCUDO”, p. 295/296; Cap. 140, denominado “O CAPACETE”, p. 293/294; Cap. 5, denominado “COM AMOR”, p. 23/24; Cap. 154, denominado “POR QUE DESDENHAS?”, p. 321/322; Cap. 131, denominado “CONSCIÊNCIA”, p. 275/276;
– Livro: “FONTE VIVA”, Espírito Emmanuel, psicografia Chico Xavier; Cap. 107, denominado ” RENOVEMO-NOS DIA A DIA “, pág. 231/232; Cap. 98, denominado “COURAÇA DA CARIDADE”, p. 213/214; Cap. 47, denominado “Autolibertação”, p. 109/110; Cap. 34, denominado “GUARDEMOS O CUIDADO”, p. 83/84; Cap. 12, denominado “IMPEDIMENTOS”, p. 39/40;
– Revista REFORMADOR – Março 2015, “Paulo exorta à fidelidade e à união”, artigo redigido por Antonio Cesar Perri de Carvalho, págs. 131/135.