As Curas da Srta. Désirée Godu – palestra 26.04.25
AS CURAS DA SRTA. DÉSIRÉE GODU
CELC – 26.04.25 – Ananda
A Revista Espírita foi fundada por Allan Kardec e publicada mensalmente de 1858 a 1869, ano em que ele desencarnou. É uma obra importante para o estudo espírita pois nela Kardec reuniu experiências, matérias, reportagens, correspondências e publicações de jornais da época.
Um Médium curador – Revista Espírita, março de 1860
Kardec inicia dizendo que a Mediunidade da Srta. Désireé Godu é de um caráter de especialidade dos mais notáveis. Há oito anos mais ou menos, ela passou sucessivamente por todas as fases da mediunidade; de início médium de efeitos físicos muito poderoso (livro os médiuns 160 -Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários), tornou-se alternativamente médium vidente, audiente, falante, escrevente, e finalmente todas as faculdades se concentraram para a cura dos enfermos, que esta parecia ser a sua missão, missão que cumpre com devotamento e uma abnegação sem limites. Deixemos falar a testemunha ocular, o senhor Pierre, preceptor em Lorient, que nos transmitiu estes detalhes em resposta às perguntas que lhe dirigimos:
“A senhorita Désirée Godu, pessoa jovem de vinte e cinco anos, pertence a uma família muito honrada, respeitável e respeitada de Lorient; seu pai é um antigo militar, cavaleiro da Legião de honra, e sua mãe, mulher paciente e laboriosa, ajuda o melhor que pode sua filha em sua penosa, mas sublime missão. Eis quase seis anos que esta família patriarcal faz esmolas dos remédios prescritos e, frequentemente, de tudo o que é necessário aos tratamentos, aos ricos como aos pobres que a ela se dirigem. Suas relações com os Espíritos começaram na época das mesas girantes; ela morava então em Lorient, e durante vários meses não se falava senão das maravilhas operadas pela senhorita Godu sobre as mesas, sempre complacentes e dóceis sob suas mãos…
“À espera de sua verdadeira missão que, diz-se, deve começar em dois anos, o Espírito que a guia lhe propôs a de curar todas as espécies de enfermidades, o que ela aceitou. Para se comunicar, ele se serve agora de seus órgãos, e frequentemente, apesar dela, no lugar das batidas insípidas das mesas. Quando é o Espírito que fala, o som da voz não é mais o mesmo; os lábios não se movimentam.
“A senhorita Godu não recebeu senão uma instrução vulgar, mas o principal de sua educação não devia ser a obra de homens. Quando ela consentiu em tornar-se médium curadora, o Espírito procedeu metodicamente à sua instrução, sem que ela visse outra coisa senão mãos. Um misterioso personagem colocava-lhe sob os olhos livros, gravuras ou desenhos, e lhe explicava todo o organismo do corpo humano, as propriedades das plantas, os efeitos da eletricidade, etc. Ela não é sonâmbula; ninguém a adormece; é toda desperta, e bem desperta, que penetra seus enfermos com o seu olhar; o Espírito indica-lhe os remédios que, o mais frequentemente, ela mesma prepara e aplica, cuidando e tratando as feridas mais repugnantes com o devotamento de uma irmã de caridade. Começa-se por dar-lhe a composição de certos unguentos que curam em poucos dias os panarícios e feridas de pouca gravidade, e isso com o objetivo de habituá-la, pouco a pouco, sem muita repugnância, com todas as horríveis e repelentes misérias que deverão se exibir sob seus olhos, e colocar a fineza e a delicadeza de seus sentidos às mais rudes provas. Que não se imagine nela encontrar um ser sofredor, débil e medíocre; ela goza domens sana in corpore sano em toda sua a plenitude; longe de cuidar de seus doentes por intermediário, é ela quem mete a mão em tudo, e basta a tudo, graças à sua robusta constituição. Ela sabe inspirar, aos seus enfermos, uma confiança sem limites, e encontra em seu coração consolações para todas as dores, sob sua mão remédios para todos os males. Ela é um caráter naturalmente alegre e jovial. Pois bem! Sua alegria é contagiosa como a fé que a anima, e age instantaneamente sobre os doentes. Ali vi muitos saírem com os olhos cheios de lágrimas, doces lágrimas de admiração, de reconhecimento e de alegria. Todas as quintas-feiras, dia de feira, e no domingo depois da seis horas da manhã, até cinco ou seis horas da tarde, a casa não se esvazia. Para ela, trabalhar é orar, e cumpre isso conscientemente. Antes de tratar dos enfermos, passava dias inteiros confeccionando vestes para os pobres e enxovais para os recém-nascidos, empregando os mais engenhosos meios para tornar incógnitos seus presentes em sua destinação, de sorte que a mão esquerda ignorava sempre o que dava a mão direita. Ela possui um grande número de certificados autênticos entregues por eclesiásticos, autoridades e pessoas notáveis atestando cura que, em outros tempos, seriam olhadas como miraculosas.”
Sabemos, por pessoas dignas de fé, que nada há de exagerado na narração que se acaba de ler, e estamos felizes em poder assinalar o digno emprego que a senhorita Godu faz da faculdade excepcional que lhe foi dada. Esperamos que estes elogios, que nos fazemos prazer em reproduzi-los no interesse na Humanidade, não alterarão nela sua modéstia, que dobra o preço do bem, e que ela não escutará as sugestões do Espírito do orgulho. O orgulho é o escolho de um grande número de médiuns, e vimos muitos deles cujas faculdades transcendentes foram aniquiladas ou pervertidas, desde que deram ouvido a esse demônio tentador. As melhores intenções não garantem de suas armadilhas, e é precisamente contra os bons que ele levanta suas baterias, porque se satisfaz em fazê-los sucumbirem, e mostrar que é o mais forte; ele se introduz no coração com tanto jeito que, frequentemente, está em seu meio sem que disso se suspeite; o orgulho também é o último defeito confessado a si mesmo, semelhante a essas doenças mortais das quais se tem o gérmen latente, e sobre a gravidade das quais o doente se ilude até o último momento; por isso é tão difícil desarraigá-las. Desde que o médium goza de uma faculdade tanto seja pouco notável, ele é procurado, enaltecido, adulado; é para ele uma terrível pedra de toque, porque acaba por se crer indispensável se não for essencialmente simples e modesto. Infeliz dele sobretudo se se persuade não ter relações senão com bons Espíritos; custa-lhe reconhecer que foi iludido e, frequentemente mesmo, escreve ou ouve sua própria condenação, sua própria censura, sem crer que isso se dirija a ele; ora, é precisamente essa cegueira que dá presa sobre ele; os Espíritos enganadores disso se aproveitam para fasciná-lo, dominá-lo, subjugá-lo cada vez mais, ao ponto de fazê-lo tomar por verdades as coisas mais falsas, e é assim que se perde nele o dom precioso que não recebera de Deus senão para se tornar útil aos seus semelhantes, porque os bons Espíritos se retiram sempre, de quem escuta de preferência os maus. Aquele que a Providência destina para ser posto em evidência, sê-lo-á pela força das coisas, e os Espíritos saberão tirá-lo da obscuridade, se isso for útil, ao passo que não há, frequentemente, senão decepção para aquele atormentado pela necessidade de fazer falar de si. O que sabemos do caráter da senhorita Godu, nos dá a firme confiança de que ela está acima dessas pequenas fraquezas, e assim jamais comprometerá, como tantos outros, a nobre missão que recebeu.
Cartas do doutor Mortiéry sobre a Srta. Desirée Godu – Revista Espírita, abril de 1860
Kardec explica que ninguém poderia contestar a alta importância do testemunho em questão, por se tratar do resultado de observações sérias de um homem de saber (doutor Morhéry), eminentemente competente para apreciar as coisas sob o duplo ponto de vista da ciência e do Espiritismo.
“Senhor Allan Kardec,
“Se bem que esmagado de ocupações neste momento, como membro correspondente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, creio dever vos informar de um acontecimento inesperado para mim e que, sem dúvida, interessa a todos os nossos colegas.
“A médium se dirigiu a mim, e reclamou-me o concurso, como doutor em medicina, para provar a eficácia de sua medicação, que se poderia chamar, eu creio, Espirítica. De início, pensei que as ameaças que lhe eram feitas e os obstáculos que colocavam à sua prática médica, sem diploma, era a única causa da sua diligência; mas ela disse-me que o Espírito que a dirige, há seis anos, aconselhou como necessária, do ponto de vista da Doutrina Espírita. Qualquer que o seja, acreditei que era meu dever, e do interesse da Humanidade, aceitar a sua generosa proposição, mas duvido que ela se realizasse. Sem conhecê-la, nem tê-la visto jamais, soube que essa jovem e piedosa pessoa não quis separar-se de sua família senão numa circunstância excepcional e ainda para cumprir uma missão, não menos importante, com a idade de 17 anos. Portanto, fiquei bem agradavelmente surpreso em vê-la chegar a minha casa, conduzida por sua mãe, que ela deixou, no dia seguinte, com um profundo desgosto; mas esse desgosto estava temperado pela coragem da resignação. Há dez dias, a senhorita Godu está no meio de minha família, à qual constitui uma alegria, apesar de sua ocupação enervante.
“Desde a sua chegada, já consignara 75 casos de observações de moléstias diversas e contra as quais, na maioria, os recursos da medicina fracassaram. Temos casos de amauroses, de oftalmias graves, de paralisias antigas e rebeldes a todo tratamento, escrofulosos, herpéticos, cataratas e cânceres no último período; todos esses casos são numerados, a natureza da doença é constatada por mim, os curativos são mencionados, e tudo é levado em conta como numa sala de clínica destinada às observações.
Ainda não há bastante tempo para que possa pronunciar-me, de maneira peremptória, sobre as curas operadas por medicação da senhorita Godu; mas, desde hoje, posso manifestar minha surpresa pelos resultados revulsivos que ela obtém pela aplicação de seus unguentos, cujos efeitos variam ao infinito, por uma causa que eu não saberia me explicar com as regras comuns da ciência. Vi também, com prazer, que ela cortava as febres sem nenhuma preparação de quinino ou de seus extratos, e pela simples infusão de flores ou de folhas de diversas plantas.
“Sigo, sobretudo, com vivo interesse, o tratamento de um câncer no terceiro período. Esse câncer, que foi constatado e tratado, sem sucesso como sempre, por vários de meus confrades, é o objeto da maior preocupação da senhorita Godu. Não foi nem uma, nem duas vezes que ela o tratou, mas bem todas as horas. Desejo muito vivamente que seus esforços sejam coroados de sucesso, e que ela cure esse indigente, que trata com zelo acima de todo elogio. Se ela triunfar sobre aquele, naturalmente, pode se esperar que triunfará sobre outros, e neste caso prestará um imenso serviço à Humanidade, curando esta horrível e atroz moléstia.
Sei que alguns confrades maldizentes poderão rir das esperanças com as quais me embalo; mas que me importa se essa esperança se realizar! Já me censuraram por prestar, assim, meu concurso a uma pessoa, da qual ninguém contesta a intenção, mas da qual a maioria lhe nega à aptidão para curar, uma vez que essa aptidão não lhe foi dada pela Faculdade.
“A isso responderei: não foi a Faculdade que descobriu a vacina, mas simples padres; não foi a Faculdade que descobriu as cascas de árvores do Peru, mas os indígenas desse país. A Faculdade constata os fatos; agrupa-os e classifica-os para formar com eles a preciosa base do ensinamento, mas ela não os produz exclusivamente. Alguns tolos (infelizmente são encontrados aqui como em toda parte) creem se darem do espírito qualificando a senhorita Godu de feiticeira. Seguramente, é uma amável e bem útil feiticeira, porque ela não inspira nenhum medo da feitiçaria, nem nenhum desejo de consagrá-la à fogueira.
“A outros, que pretendem ser ela um instrumento do demônio, responderei, muito sem cerimônia; se o demônio vem à Terra para curar os incuráveis, abandonados e indigentes, seria necessário concluir que o demônio, enfim, se converteu e tem direito aos nossos agradecimentos; ora, duvido muito que, entre aqueles que têm essa linguagem, não haja muitos que não preferem ainda curar por suas mãos a morrer pelas de um médico. Tomemos, portanto, o bem de onde ele venha, e, a menos de prova autêntica, não lhe atribuamos o mérito ao diabo. É mais moral e mais racional atribuir o bem a Deus e agradecê-lo por ele, e sob esse aspecto penso que meu conselho será partilhado por vós e por todos os meus colegas.
“De resto, que isso se torne ou não uma realidade, resultará sempre alguma coisa para a ciência. Eu não sou homem para deixar, no esquecimento, certos meios empregados que hoje negligenciamos muito. A medicina, diz-se, fez imensos progressos; sim, sem dúvida, para a ciência, mas não tanto para a arte de curar. Muito aprendemos e muito olvidamos; o Espírito humano é como o Oceano: não pode tudo abarcar quando invade uma praia, deixa uma outra. Retornarei a este assunto e vos manterei ao corrente desta curiosa experimentação. Dou-lhe a maior importância; se ela triunfar, isso será manifestação brilhante contra a qual será impossível lutar porque nada detém aqueles que sofrem e querem se curar. Estou decidido a tudo afrontar nesse objetivo, mesmo ao ridículo que se teme tanto na França.
“Aproveito a ocasião para vos dirigir minha tese inaugural. Se consentirdes tomar o trabalho de lê-la, compreendereis facilmente o quanto estou disposto a admitir o Espiritismo. Essa tese foi sustentada quando a medicina estava caída no mais profundo materialismo. Era um protesto contra essa corrente que nos arrastou à medicina orgânica e à farmacologia mineral, das quais se fez tão grande abuso. Quantas saúdes arruinadas pelo uso dessas substâncias minerais que, em caso de fracasso, aumentam o mal, e, em casos de sucesso, frequentemente, deixam muitos traços na nossa organização!
Em 20 de março de 1860 o Dr. Mortiéry envia outra carta à Kardec:
“Na minha última carta vos anunciei que a senhorita Desirée Godu consentira vir exercer, sob meus olhos, sua faculdade curativa; hoje venho vos dar algumas novidades.
“Desde 25 de fevereiro, comecei minhas observações sobre um grande número de doentes, quase todos indigentes, e na impossibilidade de se tratarem convenientemente. Alguns têm doenças pouco importantes; mas a maioria está atacada de afecções que têm resistido aos meios curativos ordinários. Enumerei, desde 25 de fevereiro, 152 casos de doentes muito variados. Infelizmente, em nosso país, sobretudo os doentes indigentes, seguem seu capricho e não têm a paciência de se resignarem a um tratamento continuado e metódico; desde que experimentam melhora, se creem curados e não fazem mais nada; é um fato que, frequentemente, tenho constatado na minha clientela, e que necessariamente, deveria se representar com a senhorita Godu.
Como vos disse, eu não quero nada prejulgar, nada afirmar, a menos de resultados constatados pela experiência; mais tarde farei o escrutínio das minhas observações, e constatarei as mais notáveis; mas, desde hoje, posso vos exprimir a minha admiração por certas curas obtidas fora dos nossos meios ordinários.
“Vi curar, sem quinino, três febres intermitentes rebeldes, das quais uma resistira a todos os meios que eu empregara. “A senhorita Godu curou, igualmente, três panarizes (infeções de pele em volta das unhas) e duas inflamações subaponeuróticas (abaixo da membrana que liga o musculo ao osso) da mão em muito poucos dias; com isso fiquei verdadeiramente surpreso.
“Pude constatar também a cura, ainda não radical, mas bem avançada de um dos nossos mais inteligentes lavradores, Pierre Lê Boudec, de Saint-Hervé, atacado de surdez há dezoito anos; ele ficou mais maravilhado que eu quando, depois de três dias de tratamento, pôde ouvir o canto dos pássaros e a voz de seus filhos. Vi-o esta manhã, tudo faz esperar uma cura radical dentro em pouco. “Entre nossos doentes, aquele que atrai mais a minha atenção, neste momento, é o de nome Bigot, trabalhador do campo em Saint-Caradec, atingido há dois anos e meio de um câncer no lábio inferior. Esse câncer chegou ao último período; o lábio inferior estava em parte comido, as gengivas, as glândulas sublinguais e submaxilares estão cancerosas; o osso maxilar inferior participa, ele mesmo, da doença. Quando se apresentou em minha casa, seu estado era desesperador; suas dores eram atrozes; não dormia há seis meses; toda operação era impraticável, o mal estando muito avançado; toda a cura me parecia impossível, eu o declarei muito francamente à senhorita Godu, a fim de premuni-la contra um fracasso inevitável. Minha opinião não mudou com respeito ao prognóstico; não podia crer na cura de um câncer tão avançado; entretanto, devo declarar que, desde o primeiro curativo, o doente sentiu alívio, e que desde esse dia, 25 de fevereiro, ele dorme bem e pode alimentar-se; a confiança voltou-lhe; a chaga mudou de aspecto de maneira visível, e se isso continua, serei, apesar de minha opinião tão formal, obrigado a esperar uma cura. Se ela realizar, isso será o maior fenômeno curativo que se possa constatar; é necessário esperar e ter paciência com o doente. A senhorita Godu tem-lhe um cuidado todo particular; por vezes lhe tem feito curativos todas as meias horas; esse indigente é o seu favorito.
“Por outro lado, nada a vos dizer. Poderia vos edificar sobre os mexericos, sobre as bisbilhotices, as alusões à feitiçaria; mas como a insensatez é inerente à Humanidade, não me preocupo em nada com o cuidado de curá-la. MORHÉRY.”
Medicina intuitiva – Revista Espírita, junho de 1860
Em 23 de maio de 1860, Dr. Mortiéry continua:
A senhorita Godu não é sonâmbula; ela nunca consulta à distância, nem mesmo em meu domicílio, senão sob a minha direção e sob o meu controle. Quando estamos de acordo, o que ocorre quase sempre, porque sou capaz de apreciar hoje sua medicação, começamos o tratamento acertado, e a senhorita Godu executa os curativos, prepara as tisanas ( bebida obtida por infusão de ervas, flores e frutas ) e age, em uma palavra, como enfermeira, mas enfermeira de elite, e com um zelo sem exemplo, em nossa modesta casa de saúde improvisada.
É por um fluido depurador, do qual estaria dotada, que ela obtêm tão preciosos resultados?
É pela sua assiduidade nos curativos, ou pela confiança que ela inspira?
Enfim, é por um sistema de medicação bem concebido e bem dirigido que ela obtém sucesso?
Tais são as três perguntas que, com frequência, tenho me colocado.
Para o momento, não quero entrar na primeira pergunta, porque ela exige um estudo aprofundado, e uma discussão científica de primeira ordem; ela virá mais tarde.
Para a segunda pergunta, posso resolvê-la hoje afirmativamente, e nisso a senhorita Godu se encontra nas mesmas condições que todos os médicos, enfermeiros ou operadores que sabem levantar o moral de seus doentes, e inspirar-lhes uma confiança salutar.
Quanto à terceira pergunta, não hesito mais em resolvê-la afirmativamente. Adquiri a convicção de que a medicação da senhorita Godu constitui todo um sistema muito metódico. Esse sistema é simples em sua teoria, mas na prática varia ao infinito, e é na aplicação que ele reclama toda a atenção e toda habilidade possíveis. O homem da arte, o mais prático, tem dificuldade em compreender, de início, esse mecanismo e essa série de modificações incessantes em razão do progresso ou do declínio da doença; ele é ofuscado e não compreende senão pouca coisa; mas, com o tempo, facilmente se dá conta dessa medicação e de seus efeitos.
A senhorita Godu, na maioria dos casos, aplica um tópico extrativo composto de uma ou duas matérias que se encontram por toda parte, na cabana como no palácio. Esse tópico tem um efeito de tal modo enérgico que se obtêm efeitos incomparavelmente superiores a todos os nossos revulsivos conhecidos…” e discorre sobre os exemplos de medicamentos que ela faz e finaliza: “enfim, os efeitos de seu unguento variam ao infinito por uma causa que não pude ainda apreender, e que, de resto, deve entrar no estudo da primeira pergunta posta. Eis para o exterior; mais tarde, dir-vos-ei uma palavra da medicação interna, que me explico facilmente. Não é necessário acreditar que o mal desapareça como com a mão; é necessário, como sempre, tempo e perseverança para curar radicalmente as doenças rebeldes.
SAÚDE (alguém aqui se considera saudável? Levanta a mão)
Quando falamos em cura, a grande maioria pensa na cura do corpo físico, não é? Geralmente algo já instalado, seja uma enfermidade física ou psíquica. Quando buscamos um médico encarnado ou espiritual buscamos o bem-estar: a ausência de dor, de tristeza, de depressão, de ansiedade.
O que desejamos no nascimento de uma criança, em cada aniversário e na virada de um ano? Muitas coisas, mas a principal, que vem sempre acompanhada de: “que é o mais importante” …? SAÚDE E o que é saúde?
A OMS foi criada em abril de 1948, com o objetivo de garantir que todas as pessoas tenham acesso ao mais elevado nível de saúde e define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças. (será que ela está sendo eficiente em cumprir sua função?)
No Livro Consolador na questão 95 temos: Em face dos esforços da Medicina, como devemos considerar a saúde? — Para o homem da Terra, a saúde pode significar o equilíbrio perfeito dos órgãos materiais; para o plano espiritual, todavia, a saúde é a perfeita harmonia da alma, para obtenção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição preciosa das moléstias e deficiências transitórias da Terra.
Harmonia significa sintonia com seu momento de vida, seu estágio de amadurecimento, suas necessidades psicológicas, sociais e biológicas, bem como integração com o meio e interação consciente e útil com a sociedade e o universo. Harmonia não depende de ausência de doenças, podendo se manifestar mesmo na presença destas. Chico Xavier trazia o corpo coberto de enfermidades e o coração pacificado em Deus, harmonizado com sua proposta e sua missão. Já Hitler, pegando os extremos como exemplo, trazia o corpo aparentemente saudável e a alma desarmonizada, desconectada com o seu papel no universo e em seu momento evolutivo. Harmonia representa o resultado do plantio, a resposta da vida à busca consciente por sentido e significado mais profundos, por entendimento de si mesmo e seu papel no atual contexto encarnatório, mas, sobretudo, a consequência natural das ações no bem particular e coletivo.
Joseph Gleber, no livro O Homem Sadio, nos propõe que ‘Saúde é a real conexão criatura-criador e a doença o contrário momentâneo de tal fato’, remetendo-nos a reflexão à relação do ser com o Pai, com a fonte de sabedoria e supremo amor. O apóstolo João nos informa que “aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (I João 4:8). Jesus, a manifestação direta do Pai, o “melhor e maior modelo dado por Deus aos homens (LE q625), nos advertiu que sadio, portanto, é aquele que ama, independentemente de sua crença, de sua posição social, econômica, política ou religiosa, visto que o amor é a síntese da ética cósmica, a própria expressão do criador, no qual “vivemos, existimos e nos movemos”, conforme asseverou Paulo de Tarso (Atos 17:28).
Diante essas definições de saúde, alguém aqui se considera saudável? Emmanuel, em Justiça Divina, afirma: “É necessário reconhecer que todos nós, espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração. Todos somos enfermos pedindo alta”.
A cura, na visão espírita, é resultado de um movimento pessoal, de um encontro do ser consigo mesmo e com o Deus que habita em si. Ela é fruto do despertar gradual que o espírito realiza enquanto caminha em direção à morada do Pai (sua intimidade), retornando ao seio daquele que é todo justiça, poder e bondade. É resultado da harmonia que é consequente ao esforço de autossuperação e desenvolvimento das potencialidades amorosas da alma, virtudes divinas existentes em gérmen na intimidade humana.
Diante essa explanação podemos entender o papel do Espiritismo na Cura? A importância dos eventos da Srta. Desirré Godu e então da mediunidade curadora? Jesus nos disse em Mateus 10,8; “Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; dai de graça o que de graça recebestes.”
Se o Espiritismo é o cristianismo redivivo, e à época de Jesus ele promovia curas em nome desta Doutrina, por que motivo nós que somos seus discípulos não o podemos fazer? Por que Jesus utilizava-se deste poderoso recurso? Qual a finalidade dos trabalhos curativos? Ora, sabemos que o Mestre se tornou conhecido mundialmente por seus “milagres”, e não por sua doutrina. (Milagre seria algo sobrenatural, e hoje sabemos que Jesus não fez nada que estivesse fora das leis de Deus, o que era antes desconhecido, o livro dos médiuns nos esclareceu) Isto por quê? Pelo fato de que o homem terreno, em vista do seu atraso, apega-se aos interesses imediatistas. Não daria ouvidos a nenhuma filosofia, que não lhes falasse às suas necessidades materiais.
Os homens de hoje são diferentes da época em que viveu Jesus? Não, não são. Há um indiscutível progresso tecnológico, mas, moralmente, o homem pouco mudou. Se vamos nos dirigir à sociedade, temos que oferecer a ela algo ligado às suas necessidades imediatas, para despertar-lhe o interesse.
Jesus não dizia, após suas curas: Sua fé te salvou…vá e não peques mais! Não disse que quem cresse nele faria as obras que ele fazia e mais até? Com autoconhecimento, conhecimento espiritual, entendimento das leis de Deus, e conexão com nosso protetor, não seria necessário médiuns de cura etc.
A CURA PELO ESPIRITISMO
Para entender melhor tudo isso e como acontece as curas/tratamentos espirituais, importante lembrar da nossa condição como seres encarnados: espírito, corpo espiritual/perispírito e corpo físico.
Espírito: é a essência imortal do ser humano, o princípio inteligente e a individualidade que sobrevive à morte do corpo físico; É a parte que pensa, sente e tem vontade. O Espírito acumula experiências e evolui através de múltiplas encarnações. No plano espiritual, o Espírito continua a aprender e progredir.
Perispírito: é o corpo espiritual ou energético que envolve o Espírito. É um elo entre o Espírito e o corpo físico e é através dele que o Espírito age sobre o corpo e percebe o mundo material. É constituído de uma matéria mais sutil e pode ser modificado pela evolução do Espírito (tem uma constituição diferente em cada mundo) Também carrega marcas das experiências e ações do Espírito. (HD)
Corpo Físico: é o invólucro material temporário que permite ao Espírito interagir com o mundo físico, estando sujeito às leis biológicas e físicas do mundo material, é necessário para o aprendizado e evolução do Espírito durante a encarnação. Após a morte, o corpo físico se desfaz, mas o Espírito e o Perispírito continuam a existir.
E então vamos para a questão 96 e 97 do livro O consolador de Emmanuel: 96 — Toda moléstia do corpo tem ascendentes espirituais?
— As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente reflete o panorama interior do Espírito enfermo. A patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho psíquico.
E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio Espírito enfermiço.
Podeis objetar que as injeções e os comprimidos suprimem a dor; todavia, o mal ressurgirá mais tarde nas células do corpo. Indagareis, aflitos, quanto às moléstias incuráveis pela ciência da Terra e eu vos direi que a reencarnação, em si mesma, nas circunstâncias do mundo, envelhecido nos abusos, já representa uma estação de tratamento e de cura e que existem enfermidades d’alma, tão persistentes, que podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma intensidade nos processos regeneradores.
97 — Se as enfermidades são de origem espiritual, é justa a aplicação dos medicamentos humanos, a cirurgia, etc.?
— O homem deve mobilizar todos os recursos ao seu alcance, em favor do seu equilíbrio orgânico. Por muito tempo ainda, a Humanidade não poderá prescindir da contribuição do clínico, do cirurgião e do farmacêutico, missionários do bem coletivo. O homem tratará da saúde do corpo, até que aprenda a preservá-lo e defendê-lo, conservando a preciosa saúde de sua alma.
Acima de tudo, temos de reconhecer que os serviços de defesa das energias orgânicas, nos processos humanos, como atualmente se verificam, asseguram a estabilidade de uma grande oficina de esforços santificadores no mundo. Quando, porém, o homem espiritual dominar o homem físico, os elementos medicamentosos da Terra estarão transformados na excelência dos recursos psíquicos e essa grande oficina achar-se-á elevada a santuário de forças e possibilidades espirituais junto das almas.
Então aqui fica claro algo muito importante também: Não devemos de forma alguma abandonar ou ignorar o tratamento com o médico da Terra, certo?
Hoje já não se faz mais tão necessário como outrora, as manifestações de cura como ocorria com a Srta Godu, porque a Doutrina já está instalada, temos através dos livros de Kardec e Emmanuel principalmente, todas as diretrizes e explicações necessárias para compreender e trabalhar com isso de forma diferente. Hoje o trabalho de cura/tratamento espiritual ocorre dentro do Centro Espírita nos trabalhos de passe, desobsessão, dos atendimentos médicos espirituais, mas principalmente da instrução e mudança de conduta que os estudos e esclarecimentos trazem para a gente.
(No livro Paulo e Estevão me lembro da passagem da prisão de Pedro e desmantelamento da Igreja do Caminho e Paulo sugere que a palavra de Jesus não fique restrita em Jerusalém, que deveriam levá-la aos gentios e diz que o conhecimento espiritual era mais importante que os atendimentos aos doentes, pois resolveria a causa doas doenças. É quando sugere que os discípulos escrevam mais sobre as experiencias com Jesus: Inicio da Difusão da Boa Nova quando Barnabé e Saulo começam a evangelizar os gentios).
Seria necessário para Deus o auxílio de médiuns curadores, dos centros espiritas etc. para que Ele pudesse manifestar a cura ou alívio para nós? Claro que não! Porém a finalidade da mediunidade de cura, da desobsessão, dos passes, do atendimento médico espiritual é instituir crença e mais… para nós, trabalhadores da casa e médiuns temos a oportunidade de reparar o mal que outrora causamos aos nossos irmãos. Sim, nós temos que agradecer essa grande oportunidade de trabalhar para reparar nossos erros passados.
Quando o centro produz em termos de desobsessão e alívio das enfermidades físicas, há grande procura por seus serviços. O contato com as pessoas nos dá oportunidade para levarmos até elas o conhecimento da Doutrina.
É o mesmo trabalho que Jesus Cristo e os apóstolos desenvolviam. (Temos atividades aqui no centro de segunda a sexta, mas é só de terça que a casa está sempre cheia, diferente dos dias de Estudo, que contamos com os dedos de no máximo duas mãos o número de pessoas).
Então, na maioria das vezes iniciamos com o atendimento médico, lá dentro… e depois que recebemos alta, nos é orientado continuarmos no passe e frequentarmos, se possível outras reuniões, estudos etc.
E como se dá propriamente essa técnica, como funciona, quem realiza, é o médium que atende? É o espírito? As cirurgias, como funciona? Se não vejo e tenho que tomar cuidados como se fosse uma cirurgia material?
Os atendimentos são realizados por espíritos ligados à área da Medicina, independente da forma como se apresentem ou se comuniquem. Eles se utilizam do médium curador para fazer o atendimento, esteja esse médium mediunizado ou não. O atendimento pode ser feito de forma direta ou por inspiração. E não é importante sabermos quem é o médico, se é o mesmo que atendeu semana passada ou ter preferência por ser atendido por algum médium específico. Porque o atendimento é organizado pela equipe médica espiritual da casa, nada é ao acaso, muito antes de adentrarem a sala, já estão sendo atendidos, as vezes ocorre cirurgias espirituais com vocês aí, sentados durante o estudo, ou aguardando serem chamados.
Muitas vezes, por imaginarmos o Mundo dos Espíritos imaterial ou muito fluido e etéreo, pensamos que as técnicas e procedimentos médicos são bem diferentes daqueles que conhecemos aqui na Terra. No entanto, não podemos perder de vista que nosso mundo é uma cópia malfeita do que existe no plano Espiritual. O que temos por aqui em termos de tratamento e procedimentos médicos, há muito tempo já é usado lá. O progresso material segue o Espiritual que lhe serve de matriz original.
Todos os procedimentos são realizados no corpo espiritual que refletirão posteriormente no corpo físico. Vejam só:
A questão 30 do Consolador nos traz: — Há órgãos no corpo espiritual?
— Dentro das leis substanciais que regem a vida terrestre, extensivas às Esferas espirituais mais próximas do planeta, já o corpo físico, excetuadas certas alterações impostas pela prova ou tarefa a realizar, é uma exteriorização aproximada do corpo perispiritual, exteriorização essa que se subordina aos imperativos da matéria mais grosseira, no mecanismo das heranças celulares, as quais, por sua vez, se enquadram nas indispensáveis provações ou testemunhos de cada indivíduo.
Em Evolução em Dois Mundos novamente temos: “Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual/períspirito, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação” (Corpo Espiritual).
“Todos os órgãos do corpo espiritual/períspirito e, consequentemente, do corpo físico, foram, portanto, construídos com lentidão, atendendo à necessidade do campo mental em seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre” (Gênese dos Órgãos Psicossomáticos).
Como se vê, há indícios patentes de que o períspirito seria um organismo complexo, dotado de células e de tecidos e, o que é interessante, de órgãos funcionais, como aqueles que temos no corpo físico.
Na questão 140, do L.E., Kardec complementa: “A alma age por meio dos órgãos, e estes são animados pelo fluido vital que se reparte entre eles, e com mais abundância nos que são os centros ou focos do movimento” (Chacras ou Centros Vitais).
Então aqui, temos mais um ponto importante esclarecido: Se as operações espirituais se dão nesse corpo espiritual, que tem a mesma constituição do nosso corpo material, devemos dispensar os mesmos cuidados e atenção que teríamos num procedimento realizado no médico da Terra.
E como se dão essas operações? O atendimento se dá por várias técnicas de acordo com a necessidade de cada paciente e de acordo com a leitura que o médico espiritual fará de cada caso.
Através da fluidoterapia, temos os desligamentos de companhias espirituais que possam por algum motivo estar nos prejudicando, realinhamento dos centros vitais, e provavelmente posterior trabalho de desobsessão e temos as cirurgias, todas acompanhadas das orientações que são tão importantes, se não mais importantes que as próprias operações. Vou falar disso logo mais.
No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz fala da Medicina no Mundo dos Espíritos: – Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
Resposta: Na Espiritualidade, os servidores da medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares. Aí os exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes da nova reencarnação, motivo por que numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas do mal sejam extirpadas da mente pelo contato direto com as lutas em que se configuram”.
Como se pode ver, nos círculos espirituais mais próximos da Terra, acontecem atividades médicas similares àquelas que se observam nos hospitais terrenos. Ora, se o períspirito de um desencarnado pode sofrer uma cirurgia, obviamente o de um encarnado também o pode. Inúmeras observações mediúnicas feitas na história do Espiritismo apontam curas orgânicas realizadas por médiuns. Nestes trabalhos, os espíritos operadores falaram destas cirurgias e das formas como elas se processavam.
Fluidoterapia
A fluidoterapia é a técnica de tratamento utilizada nos centros espíritas e as cirurgias perispirituais pertencem a este campo, devido serem atividades ligadas à manipulação dos fluidos.
A movimentação fluídica ocorre através da vontade do médium e dos espíritos que o circundam e contribui para afastar do enfermo parasitas fluídicos, espíritos enfermos ou obsessores e contaminações magnéticas que oprimem a vida mental, impedindo-a de sintonizar com as regiões mais elevadas.
Ainda nas enfermidades graves, o passe convencional mostra-se benéfico, porque o períspirito, à semelhança de uma esponja, absorve os fluidos espirituais que nele são depositados. Sua entrada na camada perispiritual é facilitada pela sintonia vibratória entre a fonte e o emissor. (Olha a importância de estarmos receptivos, de estarmos concentrados e conectados com a Espiritualidade Maior no momento do passe, do atendimento… eis a importância de se esforçar o tempo todo que estiver na casa para manter uma vibração elevada).
Fundamentados no que disse Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, acreditamos que o períspirito traz em si, um mecanismo de automação espiritual, onde os fluidos se concentram nas regiões mais carentes da estrutura. É uma ação parecida com a dos anticorpos da organização física, nos casos de infecções. Nas contaminações com baixo magnetismo, obsessões ou influenciações de espíritos sofredores, o passe produz um alívio imediato de sintomas e, por esta razão, é ministrado rotineiramente nas casas espíritas.
Cirurgias espirituais
E as cirurgias?? Vamos entender a possibilidade da existência no mundo invisível de instrumentos cirúrgicos, os quais têm sido observados nas operações no corpo astral. Vejam o que temos em “A Gênese”, capítulo XIV, item 14.
“Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não que os manipulem como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos aquilo que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles os aglomeram, os combinam ou os dispersam; formam com esses materiais, conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor, determinadas; mudam suas propriedades como um químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual”.
Então podem os Espíritos de médicos construírem, com seus pensamentos, instrumentos cirúrgicos, como os que eram utilizados por eles em vida corpórea? Tudo indica que sim. Vejamos uma vez mais, as palavras do Codificador, no mesmo item.
“O pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro, um militar terá suas armas e seu uniforme, um fumante, seu cachimbo, um trabalhador seu arado e seus bois, uma mulher velha, seus aparelhos de fiar. Esses objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, o qual é fluídico também, como o eram no estado material para o homem vivente; porém, pela mesma razão de que são criados pelo pensamento, sua existência é também fugitiva como o pensamento”.
Então resumindo, o mecanismo da cura não é difícil de ser compreendido, pois é conhecido de todos. Nas enfermidades localizadas no corpo carnal, o processo terapêutico convencional, através de medicação, procura substituir as moléculas desorganizadas, enfermiças, por outras saudáveis. Isto se faz com o uso da química farmacêutica e, em alguns casos, pela conduta cirúrgica.
Nas doenças provenientes do corpo espiritual o processo curativo é exatamente o mesmo, só que realizado por médicos desencarnados. Livres da matéria, os Espíritos podem se encarregar desta tarefa com precisão, pois a tudo penetram com facilidade. Neste último caso, as moléculas substituídas são as do períspirito, causando consequências diretas na organização física.
Importantíssimo lembrar que todo e qualquer auxílio recebido aqui, terá maior resultado se existir o esforço pessoal de cada um. O cumprimento das orientações é essencial para qualquer tratamento, assim como o tratamento receitado pelo médico terreno, se não for realizado haverá recidiva, prejuízo na recuperação, e até mesmo agravamento da enfermidade, não é? Nada diferente do atendimento espiritual. Sabemos que a mudança de conduta de vibração e de hábitos exercem resultados verdadeiramente duradouros e satisfatórios.
Desobsessão
E então, não podemos deixar de falar da Desobsessão, que é a cura da obsessão, portanto, falaremos muito que resumidamente sobre a obsessão.
A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. (Evangelho Segundo Espiritismo – Allan Kardec, Cap. XXVIII, item 81)
(Desobsessão – André Luiz, pág. 17 e 18): Terapêuticas diversas merecem estudos para a supressão dos males que flagelam a Humanidade. Antibióticos atacam processos de infecção, institutos especializados examinam a patologia do câncer, a cirurgia atinge o coração para sanar o defeito cardíaco e a vacina constitui defesa para milhões. Ao lado, porém, das enfermidades que supliciam o corpo, encontramos, as calamidades da obsessão que desequilibram a mente.
Para lá das teias fisiológicas que entretecem o carro orgânico de que se vale o Espírito para o estágio educativo do mundo, é possível identificar os quadros obscuros de semelhantes desastres, nos quais as forças magnéticas desajustadas pelo pensamento em desgoverno assimilam forças magnéticas do mesmo teor, estabelecendo a alienação mental, que vai do tique à loucura, escalando por fobias e moléstias fantasmas. Vemo-los instalados em todas as classes, desde aquelas em que situam as pessoas providas de elevados recursos da inteligência, àquelas outras onde respiram companheiros carentes das primeiras noções do alfabeto, desbordando, muita vez, na tragédia passional que ocupa a atenção da imprensa ou na insânia conduzida ao hospício. Isso tudo, sem relacionar os problemas da depressão, os desvarios sexuais, as síndromes de angústias e as desarmonias domésticas.
Espíritos desencarnados e encarnados de condição enfermiça sintonizam-se uns com os outros, criando prejuízos e perturbações naqueles que lhes sofrem a influência vampirizadora, lembrando vegetais nobres que parasitos arrasam, depois de solapar lhes todas as resistências.
E não podemos esquecer da questão 459 do Livro dos Espíritos: – Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?
– Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem.
O Espiritismo é, sem dúvida, a chave mestra na aplicação e cura da obsessão. Nele, encontramos os recursos que neutralizam a ação perniciosa que tenta invadir-nos a Casa Mental. Recursos consubstanciados na leitura edificante, no trabalho fraterno, no amor ao próximo. No perdão sincero, no estudo consciente, na vida equilibrada. No propósito de pôr em prática os princípios nobilitantes que extravasam do Evangelho e da Codificação Espírita.
Algumas vezes, sem embargo de tantos recursos que lhe são oferecidos pela Doutrina Espírita, o obsidiado recusa-se a cooperar na própria cura. Retarda-a, mantendo o obsessor nas teias das próprias criações mentais, com atitudes negativas. Tristeza e lamentações que não tem fim; irritação ou cólera; maledicência e inconformação.
O obsessor maior, nesses casos, é o próprio encarnado: “A cura da obsessão é, sobretudo, um esforço conjunto: de quem está sob o jugo da entidade, esforçando-se por libertar-se desta, e dos companheiros incumbidos da tarefa mediúnica da desobsessão. (Mediunidade e Evolução – Martins Peralva, Cap. 9).
No Cap.10 do Livro Mediunidade e Evolução de Martins Peralva temos: As reuniões espíritas evangélicas, doutrinárias e mediúnicas, cooperam, eficazmente, para a cura da obsessão, beneficiando perseguidos e perseguidores, vítimas e algozes. Essa é uma das abençoadas tarefas do Espiritismo Cristão: libertar irmãos invigilantes que caíram nas malhas difíceis da influenciação espiritual em seu aspecto negativo.
Pra finalizar precisamos lembrar do que já nos ensinava Jesus, quando ele curava um doente: “vai e não tornes a pecar para que não te ocorra coisa pior”.
Mudanças comportamentais baseadas nos ensinos de Jesus, uma vivência de amor pleno em nós, paz em nossos corações, nos perdoando e perdoando o nosso próximo, atitudes enobrecedoras em cada novo dia vão nos levar a um novo despertar, para uma nova forma de ver a vida. Energias renovadoras, com certeza, irão fazer parte de nós, e que, com certeza, nos envolverão numa aura diferente de paz, equilíbrio e de cura. Trabalhar sempre, amar sem limites, perdoar a todo instante, sorrir para a vida são alguns aspectos que vamos nos curando de dentro para fora. Leitura edificante, tratamento espiritual, prática do Evangelho no Lar serão alguns elementos coadjuvantes que nos auxiliarão nesse processo de cura.
O processo obsessivo é algo importante para reflexão da cura. Companheiros espirituais que ainda se comprazem no mal irão nos submeter muitas vezes a desequilíbrios mentais físicos e espirituais. Tratamento espiritual, Evangelho no lar e pensamentos elevados são profilaxias reais para evitar esse mal que vem abalando a humanidade há muito tempo. Como o pensamento o monitoramento do mesmo, o estar consciente e o autoconhecimento interferem diretamente na nossa saúde física, psíquica e espiritual! Muitas vezes trazemos enfermidades desnecessárias por conta desse desalinho.
E falando em Mediunidade de cura, lembremos que temos a Mediunidade sem Jesus: perturbação, desequilíbrios, prepotência, vaidade e egoísmo, atraindo somente Espíritos perturbadores sem nada construtivo, pode nos levar a desequilíbrios psíquicos, orgânicos e espiritual. E a Mediunidade com Jesus: renovação íntima, capacidade de amar e perdoar, pois somente assim vamos ter ligação com a espiritualidade maior, promovendo um trabalho mediúnico produtivo e salutar, com sintonia elevada. Gerando saúde física, mental e espiritual.
Como nos ensina nosso Mestre Maior Jesus, amar sempre, pois encerra tudo entre o Céu e a Terra e nós espíritas temos o segundo mandamento, que o Mestre de Lion, Allan Kardec, nos diz: instruir-vos para entender a si próprio e a vida.
Buscamos sempre a felicidade, mas vamos perceber, com o tempo, que felicidade é trabalho e amor.
Antuza Ferreira Martins
Antuza Ferreira Martins , aos 4 anos, acometida de meningite, foi desenganada por muitos médicos, tendo, em consequência, ficado surda e perdido o sentido da fala, desde pequena via os espíritos. Cresceu dentro de um clima psíquico que não compreendia, nem mesmo os familiares, posto que ninguém na família era espírita. Quando completou 15 anos, em 1917, a família transferiu-se para Sacramento, cidade que, desde 1904, se transformara em ponto central do Espiritismo em todo o Brasil, pelo trabalho que vinha desempenhando o inesquecível EURÍPEDES BARSANULFO. Em lá chegando Antuza foi levada pela mãe à presença de Eurípedes, o qual, ao vê-la, foi logo dizendo da tarefa que deveria desempenhar no campo da mediunidade. Tornaram-se, a partir daí, espíritas.
Durante alguns meses, quase dois anos, Antuza trabalhou lado a lado de Eurípedes Barsanulfo, ora ajudando na limpeza da farmácia, ora auxiliando na manipulação dos medicamentos homeopáticos. Com esse estágio espiritual, junto ao grande Missionário da Caridade, Antuza equilibrou-se, aprendeu a viver dentro de suas limitações, a comunicar-se por meio de sinais e as suas faculdades psíquicas ampliaram-se dando-lhe extraordinária lucidez. Quando Eurípedes desencarnou, em 1918, ela e a família mudaram-se definitivamente para Uberaba.
Mas, antes disso, ainda em Sacramento, Antuza encontrava-se desconsolada com a partida do Benfeitor para o Plano Espiritual e chorava muito. Através da mímica e de algumas poucas palavras que com o tempo aprendeu a articular, conta-nos ela que, certo dia, quando, em prantos, ouviu uma voz a chamar-lhe: – “Antuza, Antuza!..” Ela, assustada, ao voltar-se, percebeu Eurípedes pairando no ar a dizer-lhe ainda: –; não chore. Você precisa trabalhar muito!
Quando ainda morava em fazenda, uma criança foi levada pela mãe até Antuza para ser “benzida”. a criança estava muito mal, com o abdome muito dilatado. Antuza conversou com os espíritos (via-se que ela estava ouvindo e respondia, com gestos e com balbucios a alguém invisível), estendeu as mãos com as palmas para cima e da espiritualidade desceu uma quantidade grande de fluido esverdeado e luminoso (a irmã mais velha de Antuza era médium e viu essa massa fluídica). Antuza modelou essa massa com as mãos e colocou sobre o abdome da criança, massageando de leve. O abdome da criança foi diminuindo e em poucos dias ela estava saudável.
Quando a família se instalou em Uberaba, contava ela 17 anos e começou a frequentar o tradicional Ponto Bezerra de Menezes , onde começou a transmitir passes, cuja mediunidade curadora, coadjuvada pela vidência, audição, desdobramento e efeitos físicos, foi empregada para ajudar aos necessitados com raro discernimento evangélico.
A seu respeito, o nosso estimado Chico já se pronunciou em diversas ocasiões, tendo, inclusive, afirmado trazer Antuza o remédio nas mãos. Quando homenageado na Capital do Estado, Chico disse que existia em Uberaba uma senhora que, no anonimato de seu trabalho em favor dos que sofrem, deveria ali estar sendo alvo das homenagens prestadas a ele, que reconhecia não as merecer, de forma alguma, e citou o nome de Antuza Ferreira Martins!
Em sua própria casa e depois no “Barracão”, recebia extensa fila de pessoas, entre crianças e adultos. Quantas vezes, após exaustiva concentração, Antuza nos descrevia o problema orgânico, ou espiritual, de quem lhe buscava o concurso carinhoso e abnegado! Uma senhora obsedada foi trazida amarrada para a casa onde morava Antuza. Era necessário, mesmo assim que várias pessoas a segurassem, ela se debatia e retorcia constantemente. Antuza entrou em prece e daí a pouco uma médium vidente presente viu uma luz vinda de muito alto descer e tomar a forma de Eurípedes Barsanulfo. Este, incorporado na médium, disse “boa noite, irmãos” e os espíritos que subjugavam aquela senhora afastaram-se imediatamente. Aí Eurípedes pediu que desamarrassem e soltassem a mulher. Ela se tornou imediatamente lúcida e curada daquela obsessão. Uma moça vinda do estado de Mato Grosso chegou até a casa da Antuza andando de “quatro”, isto é, como um quadrúpede, sem falar e sem consciência de si mesmo. A família já havia procurado inúmeros médicos sem resultados. Antuza “conversou” com o espírito que a obsedava, fez gestos indicando a ele que se retirasse, fosse embora e em alguns minutos a moça se levantou e perguntou ao pai que a acompanhava: onde estamos? O que estamos fazendo aqui? Na sessão de desobsessão que ocorria à noite, no Barracão, dois espíritos vingadores da moça foram doutrinados: haviam sido torturados e mortos por ordem dela, quando eram seus escravos e a perseguiam desde então. Faziam-na ficar como um animal e montavam sobre ela, fazendo-a conduzi-los no “lombo”, entre outras coisas.
Conta-nos Nice (intérprete de Antuza para os que não se familiarizam com a sua maneira de falar com as pessoas) que, certa vez, uma mulher, chorando muito e extremamente desesperada, ao receber o passe, é indagada pela médium se tinha bebido alguma coisa corrosiva, pois o interior dela estava parecendo. Ainda em lágrimas, a infeliz irmã lhe diz que, tempos atrás, havia ingerido soda cáustica e ainda sentia fortes dores, encontrando dificuldade de alimentar-se normalmente. Para que tenhamos uma ideia da presença dos espíritos na vida de Antuza, vejamos o que ocorreu quando ainda era criança. Ela e a mãe, morando na fazenda, foram até a horta colher legumes e sua mãe a deixou um pouco para trás; nisto, surge uma cobra prestes a picar a menina. Ela ficou como que hipnotizada e, como não falava, não tinha como gritar por socorro. Eis quando, ao seu lado, um espírito, com aspecto de padre, a pega pelos braços e lhe dá um violento impulso, distanciando-a, assim, do peçonhento réptil. Antuza começa a chorar e sua mãe, correndo, chama alguns lavradores, os quais dão cabo da enorme serpente.
Dr. Henrique Krüger, médico uberabense, Agostinho, Eurípedes Barsanulfo e muitos outros a quem não conhece pelo nome, são os espíritos que lhe assistem o trabalho cristão ao qual devotou a própria vida.
Antuza era capaz de ver dentro do corpo das pessoas, a doença que tinha ou não tinha; fazia curas à distância, especialmente à noite. Após a refeição, Antuza se dirigia para a sala onde se encontrava o piano, e acomodando-se em uma poltrona, permanecia imóvel por mais de uma hora. Depois, levantando-se, vinha dizer em seu modo característico (gestos e fala precária) que Frederico, um rapaz muito bonito, estava tocando piano para ela; e que sua música era maravilhosa. Tai fato se repetiu por anos, e era de conhecimento de toda a família. Certa vez, em visita a outro sobrinho: Euphranor Jr., que era professor de História e possui uma bela biblioteca em sua casa; este entregou à Antuza um belo exemplar de um livro sobre os maiores compositores da música clássica (nota-se que tal livro continha fotografias de todos os compositores, os quais, já haviam desencarnado). Enquanto Antuza folheava o livro, Euphranor Jr. ia lhe perguntando se ela conhecia as pessoas das fotos, o que lhe era negado: “Não…, não…, não!” Em dado momento, diante da foto do grande músico Frederico Chopin ela se manifestou por gestos: É ele! Frederico, o moço que toca piano para mim”.
Como Eurípedes, Antuza igualmente casou-se com os mais pobres doando-se inteiramente ao serviço cristão, na edificação do Reino de Deus no coração das criaturas. Em seus lábios, a palavra trabalhar (uma das poucas que conseguia articular com certa nitidez) soava de maneira diferente: é imperiosa e definitiva! Por mais de 70 anos ela exerceu seu legítimo mandato mediúnico E não são poucos os que, através de suas abençoadas mãos, receberam o amparo do Mais Alto. Antuza foi um dos expoentes do Espiritismo em Uberaba. Muitos artistas de televisão vinham visitá-la, inclusive Dercy Gonçalves. Em seu humilde recanto de trabalho, sobre tosca mesa de madeira, cujos pés estão fincados no piso, um único livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo o qual, de quando em quando, solicitava a um dos colaboradores ler uma página.
Nos últimos seis anos de existência física, Antuza ficou cega, agravando as suas limitações físicas e no dia 30 de julho de 1996, aos 94 anos incompletos, desencarnou em Uberaba, em decorrência de complicações naturais da idade avançada. Antuza, uma baixinha; de um metro e alguns quebrados de altura, mas um espírito gigante na seara evangélica foi, sem dúvida alguma, uma das mais legítimas representantes da mediunidade com Jesus! Um exemplo a ser seguido pelos espíritas de hoje e de amanhã!…