As Curas de Jesus na Visão Espírita – palestra 25.11.20
As Curas de Jesus na Visão Espírita
Estudo – Geisa – 25.11.20
Introdução
Diversas curas foram operadas por Jesus: cegos, surdos, leprosos, obsediados, “ressurreição”, ou seja, pessoas enfermas do corpo e da alma. Sem dúvida alguma, Jesus foi o maior curador do corpo e do espírito que já conhecemos neste planeta, pois Ele foi capaz de nos mostrar a cura através da fé. Jesus sempre dizia: “Tua fé te curou” (Revista Cristã de Espiritismo, ano 1. No. 2).
Nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, há vários relatos das curas operadas por Jesus. São 25 curas descritas: Cura do filho do Oficial (João 4.46-54); Cura do Paralítico de Betesda (João 5.1-9); Libertação do Endemoninhado (Marcos 1.23-28; Lucas 4.31-36), Cura da Sogra de Pedro (Mateus 8.14,15; Marcos 1.29-31; Lucas 4.38,39); Purificação do Leproso (Mateus 8.2-4; Marcos 1.40-45; Lucas 5.12-16); Cura do Paralítico (Mateus 9.2-8; Marcos 2.3-12; Lucas 5.18-26); Cura da Mão Ressequida (Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-5; Lucas 6.6-10); Cura do Criado do Centurião (Mateus 8.5-13; Lucas 7.1-10); Ressurreição do Filho da Viúva de Naim (Lucas 7.11-15); Cura de um Endemoninhado Mudo (Mateus 12.22 e Lucas 11.14; Mateus 8.28-33; Marcos 5.1-14; Lucas 8.26-39); Cura da Mulher Enferma (Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48); Ressurreição da Filha de Jairo (Mateus 9.18, 23-26; Marcos 5.22-24, 35-43; Lucas 8.41,42,49-56); Cura de Dois Cegos (Mateus 9.27-31); Cura do Mudo Endemoninhado (Mateus 9.32,33); Cura da Filha da Cananéia (Mateus 15.21-28; Marcos 7.24-30); Cura de um Surdo e Gago (Marcos 7.31- 37); Cura do Cego de Betsaida (Marcos 8.22-26); Cura do Jovem Possesso (Mateus 17.14-18; Marcos 9.14-29; Lucas 9.38-42); Cura de um Cego (João 9.1-7); Cura de uma Mulher Enferma (Lucas 13.10-17); Cura de um hidrópico (Lucas 14.1-6); Ressurreição de Lázaro (João 11.17-44); Cura dos Leprosos (Lucas 17.11-19); Cura do Cego Bartimeu (Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52; Lucas 18.35-43); Restauração da Orelha de Malco (Lucas 22.49-51; João 18.10).
- A Cura da Mulher Enferma (Perda de Sangue)
(Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48)
E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
Porque essa mulher sofria de uma hemorragia?
Será que essa mulher talvez no seu passado, em desrespeito às Leis Divinas, praticou algum ato que nessa encarnação desencadeou esse sangramento? Seria uma enfermidade de expiação? Vale lembrar que a cura operada, foi a cura física, mas sabemos que toda enfermidade, ou grande parte dela, tem raízes nas ações do Espírito. Temos que lembrar que apesar do processo hemorrágico ser um problema físico, havia uma ascendência de ordem espiritual, afinal ela já havia passado por vários médicos e não havia conseguido a cura.
Compreendemos que os desequilíbrios ou enfermidades do Espírito tem início com os abusos e afastamento da Lei Divina. Quem cumpre a Lei Divina tem vida, como está no O Livro dos Espíritos, na questão 614: “A Lei de Deus é a única verdadeira para a felicidade do Homem, ela indica o que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz senão quando se afasta dela”. Ou seja, se eu me afasto da Lei de Deus, gero enfermidades.
Em Levítico, 17-14, diz que a vida está no sangue, então será que essa mulher não estava perdendo a vida? Ela precisava recuperá-la, ou seja, cumprir com as Leis.
Quantas pessoas hoje estão passando pelo mesmo processo dessa mulher, como se a vida estivesse indo embora… O Nosso estado de desarmonia com as Leis de Deus gera uma espécie de morte espiritual, uma sensação de que a vida perdeu o sentido, como se vida perdesse o brilho.
Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. (João, 10-10).
Livro Vinha de Luz, capítulo 157, Espírito Emmanuel diz:
A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto. A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.
Livro Mecanismos da Mediunidade, no capítulo 22, SANGUE E FLUIDOTERAPIA, Espírito André Luiz, diz:
— Salientando-se que o sistema hemático (sanguíneo) no corpo físico representa o conjunto das energias circulantes no corpo espiritual ou psicossoma (corpo e alma), energias essas tomadas em princípio pela mente, através da respiração, ao reservatório incomensurável do fluido cósmico, e para ele que nos compete voltar a atenção, no estudo de qualquer processo fluidoterápico de tratamento ou de cura. Relacionados com os centros psicossomáticos, os variados núcleos da vida sanguínea produzem as grandes coletividades corpusculares das hemácias, dos leucócitos, trombócitos, macrófagos, linfócitos, histiócitos, plasmócitos, monócitos e outras unidades a se dividirem, inteligentemente, em famílias numerosas, movimentando-se em trabalho constante, desde os fulcros geratrizes do baço e da medula óssea, do fígado e dos gânglios, até o âmago dos órgãos. Fácil entender que todo desregramento de natureza física ou moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais consequentes, sobre as províncias celulares, determinando situações favoráveis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico. O pensamento é a força que, devidamente orientada, no sentido de garantir o nível das entidades celulares no reino fisiológico, lhes facilita a migração ou lhes acelera a mobilidade para certos efeitos de preservação ou defensiva, seja na improvisação de elementos combativos e imunológicos ou na impugnação aos processos patogênicos, com a intervenção da consciência profunda.
Nessa passagem podemos ver que a mulher vai em busca da cura, então se analisarmos aqui, podemos concluir que o ato de ela ir em busca já mostra que ela queria a mudança, partiu dela. E o que ela faz: Ela toca na orla da veste de Jesus e Jesus pergunta? Quem me tocou? Porque bem conheci que de mim saiu virtude.
O que acontece no momento que a mulher toca o manto de Jesus? Aqui vou fazer uma pausa para falar um pouco sobre os fluidos.
Livro A Gênese, no capítulo 14, item 31, Allan Kardec
[…] A cura se opera pela substituição de uma molécula sã a uma molécula malsã. O poder curador está, pois, em razão da pureza da substância inoculada; ele depende ainda da energia da vontade, que provoca uma emissão fluídica mais abundante e dá ao fluido uma maior força de penetração; enfim, as intenções que animam aquele que quer curar, quer seja homem ou Espírito.
[…] O fluido, sendo dado como matéria terapêutica, deve atingir a desordem orgânica para repará-la; pode ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador ou atraído pelo desejo ardente, a confiança, em uma palavra a fé do enfermo (que foi o que aconteceu com a mulher). Ela desejou.
Item 18 – Qualidade dos Fluídos
[…]. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido.
Livro A Força Soberana, Miramez
Quanto mais puro o coração, mais puros os fluidos que atraímos. Jesus, nos mostrou a pureza de sentimentos mais elevados que já se viu no planeta, com os quais operou curas instantâneas.
Podemos notar que a mulher não tocou em qualquer lugar, ela toca exatamente na orla da veste de Jesus. Porque o texto traz na orla? Aqui está a chave do ensinamento.
Em Números, capítulo 15-37 a 41, diz assim:
E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Que nas bordas das suas vestes façam franjas pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham um cordão de azul. E as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e não seguireis o vosso coração, nem após os vossos olhos, pelos quais andais vos prostituindo. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sejais a vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para ser vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus.
Qual o sentido espiritual da mensagem?
Em hebraico “orla” significa “franjas”. Estas franjas serviam para que os judeus se lembrassem da sua responsabilidade para o cumprimento com os mandamentos de Deus. Essas franjas ficavam a vista de todos. Podemos concluir que a mulher conhecia os mandamentos, pois tocou exatamente sobre o cordão azul mandamentos, então, provavelmente a hemorragia que ela sofria era decorrente da transgressão as Leis Divinas.
Voltando ao ensinamento, Jesus chama a mulher e diz a ela: Filha, tem bom ânimo a tua fé te salvou. A fé da mulher foi uma fé ativa, ela foi ao encontro de Jesus, não ficou esperando que Jesus a curasse, ela agiu.
Livro A Gênese, capítulo 15, item 11, Allan Kardec
[…] Jesus tinha, pois, razão em dizer: “A vossa fé vos salvou”. Compreende-se aqui que a fé não é a virtude mística, tal como certas pessoas entendem, mas uma verdadeira força atrativa, ao passo que aquele que não a tem opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia, que paralisa a ação. Segundo isto, compreende-se que dois enfermos atingidos pelo mesmo mal, estando em presença de um curador, um pode ser curado e o outro não.
A Cura pela Fé
Hebreus, 10-38: “O justo viverá pela fé” e em Hebreus 11-1: “A fé é o firme fundamento das coisas que esperam e a prova das coisas que não se veem”.
Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 19: “A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, nas pequenas como nas grandes coisas”.
[…] “Para crer, não basta ver, é preciso sobretudo compreender”.
- Cura do Paralítico da Piscina
João, cap. 5 – 1 a 17.
– Depois disto, tendo chegado a festa dos Judeus, Jesus foi para Jerusalém. – Ora, havia em Jerusalém a piscina das Ovelhas, que se chama em hebreu: Bethsaida, que tinha cinco corredores, – nos quais eram deitados, em grande número, os enfermos, cegos, coxos, e aqueles que tinham os membros ressecados, e todos esperavam que a água se agitasse. – Porque o anjo do Senhor, em um certo tempo, descia nessa piscina e lhe agitava a água; e aquele que entrasse primeiro, depois que a água assim se agitasse, era curado, qualquer que fosse a enfermidade que tivesse. Ora, havia ali um homem que estava enfermo há trinta e oito anos. – Jesus, tendo-o visto deitado, e sabendo que estava enfermo há muito tempo, disse-lhe: Queres ser curado? – O enfermo respondeu: Senhor, não tenho ninguém para me lançar na piscina, depois que a água for agitada; e, durante o tempo que ponho para ir lá, um outro nela desce antes de mim. – Jesus lhe disse: Levantai-vos, transportai a vossa cama e andai. – Imediatamente esse homem foi curado; e tomando o seu leito, começou a caminhar. Ora, aquele dia era um dia de sábado.
[…] Depois, Jesus encontrou esse homem no Templo, e lhe disse: Vede que estais curado, não pequeis mais no futuro, de medo que não vos chegue alguma coisa pior.
Este homem foi procurar os Judeus e lhes disse que fora Jesus quem o curara. – Por esta razão é que os Judeus perseguiam a Jesus, porque fazia essas coisas no dia de sábado. – Então, Jesus lhes disse: Meu Pai não cessa de agir até o presente, e eu ajo também incessantemente.
Percebemos aqui que o homem não pediu para ser curado, foi Jesus que percebeu que dentre outros enfermos ele estava receptivo para receber a cura. Já vimos na cura da mulher que tinha o sangramento, a fé produz a receptividade necessária, o que ele precisava era mudar o seu pensamento. Ele achava que a cura seria material sendo que a verdadeira cura é do espírito. Este homem simboliza o espírito sem ação, sem inércia, acomodado, descrente de si mesmo, são os que vivem choramingando.
Jesus diz a ele: Levanta toma a sua cama e anda. Toma o teu leito, ou seja, o corpo físico, anda, age. A sua enfermidade era a falta de ação. A cura que ele esperava era a cura material, enquanto ele esperou a cura através da matéria ele não a encontrou, só quando ouviu o Cristo, quando percebeu dentro de si um filho de Deus, quando saiu da inércia, do comodismo, acordou ou “levantou” para a vida. O homem não era exatamente um exemplo de fé – mas demonstrava boa vontade, estava disposto a curar-se, e foi suficiente para que a misericórdia de Deus agisse sobre ele. Depois, Jesus encontrou esse homem no Templo, e lhe disse: Vede que estais curado, não pequeis mais no futuro, de medo que não vos chegue alguma coisa pior. Aqui fica claro que a enfermidade do homem se devia aos seus próprios erros.
Livro A Gênese, capítulo 15, item 22, Allan Kardec
Piscina (da palavra latina piscis, peixe) dizia-se entre os Romanos, dos reservatórios ou viveiros onde se alimentavam os peixes. Mais tarde a acepção desta palavra foi estendida aos tanques onde se banhava em comum. A piscina de Bethsaida, em Jerusalém, era uma cisterna junto ao Templo, alimentada por uma fonte natural, cuja água parecia ter propriedades curativas. Era, sem dúvida, uma fonte intermitente que, em certas épocas do ano, jorrava com força e agitava a água. Segundo a crença vulgar, esse momento era o mais favorável para as curas; pode ser que, em realidade, no momento de sua saída, a água tivesse uma propriedade mais ativa, ou que a agitação produzida pela água jorrada movimentasse lodo salutar para certas enfermidades. Estes efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos hoje; mas, então, as ciências estavam pouco avançadas, e se via uma causa sobrenatural na maioria dos fenômenos incompreendidos. Os Judeus atribuíam, pois, a agitação dessa água à presença de um anjo, e esta crença lhes parecia tanto melhor fundada porque, nesse momento, a água era mais salutar.
Depois de ter curado esse homem, Jesus lhe disse: “No futuro não pequeis mais, para que não vos aconteça alguma coisa de pior.” Por estas palavras, fê-lo entender que a sua enfermidade era uma punição, e que, se não melhorasse, poderia ser de novo punido ainda mais rigorosamente.
Livro Vivendo com Jesus, capítulo 23, Espírito Amélia Rodrigues
A paralisia do homem de Betsaida toma conta da hodierna sociedade, que vive à procura das novas piscinas dos milagres, após a exaustão naquelas dos prazeres insanos e degenerativos, a fim de retemperar o ânimo e restabelecer as forças para novamente atirar-se na intoxicação da volúpia em que se aturdem e enlouquecem. A palavra, no entanto, do incomparável Rabi permanece como o único roteiro de segurança para os caminhantes terrestres, que se perderam nas estradas do prazer utópico e alucinante, gerando os tormentos em que se rebolcam. A necessidade de não voltar aos comportamentos anteriores é o primeiro passo para a recuperação do bem-estar, e quando ainda se encontre sob as chuvas das consequências dos erros anteriores, a mudança de pensamento e de atitude para o Bem logo proporciona alteração emocional que irá contribuir eficazmente para a alegria de viver e a paz. É necessário, portanto, carregar o catre das próprias misérias, a fim de libertar-se da sua injunção penosa, de modo a poder seguir livre na conquista dos espaços do amor e da solidariedade. Ainda hoje, vinte séculos transcorridos, os habitantes da Betsaida contemporânea em que se converteu a Terra, exigem fenômenos espetaculares, curas fantásticas, surpreendentes acontecimentos, sem a consequente responsabilidade de aplicar os seus ensinamentos ocultos na conduta real, de maneira a integrar-se nos elevados postulados da Verdade e do Bem. Vive-se o primado da ilusão, da busca das sensações em clima de renovação incessante, dos prazeres que levam à exaustão, embora o conhecimento que se encontra em abundância em toda parte, convidando a reflexões profundas a respeito do significado existencial, dos objetivos terrestres. A ilusão campeia assustadoramente, o seu ópio, que fascina, entorpece os sentimentos e anestesia o discernimento, mantendo as suas vítimas em estado de confusão e de ansiedade.
Livro Vigiai e Orai, irmão José, Resignação Inconveniente.
Existe um tipo de resignação inconveniente – a passividade de quem se compraz na prova. São muitos os que a pretexto de aceitação, se acomodam na situação que lhes proporcione prazer. Referimo-nos aos que não lutam para melhorar, porque se habituaram a usufruir do carma. São os que se queixam do peso do fardo aos ombros, mas estimam carregá-lo, para terem do que se queixar. São os que aprenderam a chantagear emocionalmente os outros, exibindo as suas feridas. São, ainda, os que, ante a fatalidade da prova, se sentem desobrigados de qualquer esforço de autosuperação. Viciando o espírito, semelhantes companheiros demorarão longo tempo para se libertarem do que tiveram interesse em cultivar.
O Espírito não pode adquiri conhecimentos e se elevar senão pela atividade. Se adormece na negligencia, não avança. (O Livro dos Espíritos, questão 988).
Revista Cristã de Espiritismo – Ano 1, n0. 2
O importante não é apenas a restauração da saúde do paciente, em termos físicos, o que muitos podem operar pelo magnetismo. O segredo das curas, conduzidas por Jesus, era o fim a que visavam: reestruturação moral da alma, fortificando-a e preparando-a para os embates da edificação espiritual, agora sob novas bases, com a estrutura orgânica sadia.
Livro Mecanismos da Mediunidade, capítulo 26, Espírito André Luiz:
No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram equilíbrio. É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias. Reajustando as células enfermas da mulher hemorroíssa, diz-lhe, convincente: — «Filha, tem bom ânimo! A tua fé te curou. » (Mateus, capítulo 9, versículo 22). Logo após. Tocando os olhos de dois cegos que lhe recorrem à caridade, exclama: — «Seja feito, segundo a vossa fé.» (Mateus, capítulo 9, versículo 29). Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento dos princípios mentais, na direção da cura. E encarecendo o imperativo do pensamento reto para a harmonia do binômio mente-corpo, por várias vezes o vemos impelir os sofredores aliviados à vida nobre, como no caso do paralítico de Betesda, que, devidamente refeito, ao reencontrá-lo no templo, dele ouviu a advertência inesquecível: —«Eis que já estás são. Não peques mais, para que te não suceda coisa pior. ” (João, capítulo 5, versículo 14).
- A Cura da Mulher Encurvada
Lucas 13:10-16
E ensinava no sábado, numa das sinagogas. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus. E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado. Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e não o leva a beber? E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?
A gente pode ver aqui que é nítido um caso de obsessão.
Livro A Gênese, capítulo 15, item 20, Allan Kardec
Este fato prova que naquela época a maior parte das enfermidades era atribuída ao demônio e que todos confundiam, como ainda hoje, os possessos com os doentes, mas em sentido inverso, isto é, hoje, os que não acreditam nos maus Espíritos confundem as obsessões com as moléstias patológicas.
Se não fosse assim a indústria farmacêutica não faturaria 110 bilhões por ano (reportagem mundo do marketing 07.01.20). Quantos hospitais psiquiátricos e pessoas do nosso próprio convívio estão iguais a essa mulher?
Livro Recordações da Mediunidade, capítulo O Complexo Obsessão, item 18, Yvonne Amaral Pereira.
O obsediado se não procurar-se diariamente num trabalho perseverante de autodomínio ou autoeducação, progredindo em moral e edificação espiritual jamais deixará de se sentir obsediado ainda que o seu primitivo obsessor se regenere. Sua renovação moral, portanto, será a principal terapêutica nos casos em que ele possa agir.
Segunda parte
Livro Evolução Para o Terceiro Milênio, página 163, capítulo 5, item 2, Carlos Toledo Rizzini.
Caro Leitor, não há injustiça no Universo, pois Deus é amor, justiça e sabedoria – tudo impregnado da perfeição suprema. Esse princípio fundamental leva a procurar a causa da enfermidade dentro de nós mesmos. Vimos que o sofrimento é resultante de violações erros e abusos, no curso dos quais a Lei Divina é desrespeitada e os deveres negligenciados. A prática do mal, a repetição de abuso, a acumulação de erros, os vícios, enfraquecem os centros de força do perispírito e geram lesões nele, que é sensível ao estado moral do Espírito. Sabe-se hoje, depois das experiências do Prof. Hans Selye, que os estados de tensão muito prolongados originam lesões graves em vários órgãos. Informa Selye que as piores tensões são: ansiedade, frustação e ódio, capazes de produzirem úlceras gastroduodenais, arteriosclerose e hipertensão arterial por exemplo.
Espírito André Luiz, no Livro Sinal Verde
“Quanto mais avança a ciência médica mais compreende que o ódio em forma de vingança, condenação, ressentimento, inveja, hostilidade está na raiz de numerosas doenças e que o único remédio eficaz contra semelhantes calamidades da alma é o específico do perdão no veículo do amor”.
Revista Cristã de Espiritismo – Ano 1, n0. 2
Classificação dos tipos de doenças.
Podemos classificar as doenças em 3 tipos: físicas, espirituais ou simbióticas, que vem de simbiose, o mesmo que doenças causadas por associação, assimilação, influência, vinculo.
As doenças físicas são distúrbios provocados por algum acidente, excesso de esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem os órgãos não funcionarem como deveriam, criando uma indisposição orgânica.
As doenças espirituais são aquelas provenientes de nossas vibrações. O acumulo de energias nocivas em nosso perispírito gera a autointoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões, rins, estomago, entre outros…. As energias nocivas que provocam as doenças espirituais podem ser oriundas de reencarnações anteriores, que se mantém no perispírito enfermo, enquanto não são drenadas. Em cada reencarnação, já ao nascer ou até mesmo na vida intrauterina, podemos trazer os efeitos das energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se agravam à medida que acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual. Enquanto persistem as energias nocivas no perispírito, a cura não se completará. As doenças atraídas ou simbióticas são aquelas que chegam o reio de uma sintonia com fluidos negativos, o que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente. Ai, a pessoa vai ao médico e este nada encontra. André luzi afirma que “se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimenta paixões (ódio, vingança, inveja,), ela entrará em sintonia com os irmãos do plano espiritual que emitirão fluidos maléficos para impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e podendo leva-lo até a doença”.
O surgimento da doença
A cada pensamento, emoção, sensação ou sentimento negativo, o perispírito imediatamente adquire uma forma mais densa e sua cor fica mais escura, por causa da absorção de energias nocivas. Durante os momentos de indisciplina, o homem mobiliza e atrai fluidos primários e grosseiros, os quais se convertem em um resíduo denso e tóxico.
Devido a densidade, estas energias nocivas não conseguem descer de imediato ao corpo físico e vão se acumulando no perispírito. Com o passar do tempo, as cargas energéticas nocivas que não forem dissolvidas ou não descerem ao corpo físico formam manchas e placas que aderem a superfície do perispírito, comprometendo seu funcionamento e se agravando quando a carga deletéria acumulada é aumentada com desatino da existência atual. Em seus tratados didáticos, a medicina explica que, no organismo do home, desde o seu nascimento físico, existem micróbios, bacilos, vírus e bactérias capazes de produzirem várias doenças humanas. Graças a quantidade ínfima de cada tipo de vida microscopia existente, eles não causam incômodos, doenças ou afecções mórbidas. Pois ficam impedidos de terem uma proliferação além da “cota mínima “que o corpo humano pode suportar sem adoecer. No entanto, quando esses gérmens ultrapassam o limite de segurança biológica fixado pela sabedoria da natureza, motivados pela presença de energias nocivas no corpo físico, eles se proliferam e destroem os tecidos de seu próprio “hospedeiro”.
Partindo das estruturas energéticas do perispírito na direção do corpo, em ondas sucessivas, essas radiações nocivas criam áreas específicas nas quais ordem se instalar ou se desenvolver as vidas microscópicas encarregadas de produzir os fenômenos compatíveis com os quadros das necessidades morais para o indivíduo. Elas se alimentam destas energias nocivas que chegam ao físico conseguindo se multiplicar mais rapidamente e, em consequência, causando as doenças. A recuperação do espírito enfermo só poderá ser conseguida mediante a eliminação da carga tóxica que está impregnada em seu perispírito. Embora o pecador já arrependido esteja disposto a uma reação construtiva no sentido de se purificar, ele não pode se subtrair dos imperativos da Lei de Causa e Efeito. Para cada atitude correspondente um efeito de idêntica expressão, impondo uma retificação de aprimoramento na mesma proporção, ou seja, a pessoa tem que despender um esforço para repor as energias positivas da mesma maneira que dispende esforços para produzir as energias negativas que se acumulam em seu perispírito.
[…] Estados de indisciplina são os maiores responsáveis pela convocação de energias primárias e daninhas que adoecem o home pelas reações de seu perispírito contra o corpo físico. Sentimentos como orgulho, avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio, vingança, luxúria, cólera, maledicência, intolerância, hipocrisia, amargura, tristeza, amor próprio ofendido, fanatismo religioso, bem como as consequências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos, são também geradores das energias nocivas. Ou seja, a causa das doenças está na própria leviandade no trato com a vida. Analisando criteriosamente o comportamento, verse-a que os males que atormentam as pessoas persistirão enquanto não forem destruídas as causas.
Livro Missionários da Luz, capítulo 18, título Obsessão, Espírito André Luiz.
– Ante os distúrbios fisiológicos que me foi dado verificar nos enfermos psíquicos, devo considerá-los como doentes do corpo também?
– Perfeitamente – asseverou o instrutor –; o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. É por este motivo que as obsessões, quase sempre, se acompanham de característicos muito dolorosos. As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo.
Livro Mecanismos da Mediunidade, capítulo 4, Espírito André Luiz.
Tanto quanto no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contato visível, no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico. Porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegrai ou dor, otimismo ou desespero, que nãos e reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.
Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustenta-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.
Livro O Consolador, Espírito Emmanuel.
Questão 96 –Toda moléstia do corpo tem ascendentes espirituais?
R: As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente reflete o panorama interior do espírito enfermo. A patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho psíquico. E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio espírito enfermiço. Podeis objetar que as injeções e os comprimidos suprimem a dor; todavia, o mal ressurgirá mais tarde nas células do corpo. Indagareis, aflitos, quanto às moléstias incuráveis pela ciência da Terra e eu vos direi que a reencarnação, em si mesma, nas circunstâncias do mundo envelhecido nos abusos, já representa uma estação de tratamento e de cura e que há enfermidades d ‘alma, tão persistentes, que podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma intensidade nos processos regeneradores.
Livro Pensamento e Vida, capítulo 28, Espírito Emmanuel.
Ninguém poderá dizer que toda enfermidade, a rigor, esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental, mas todo podemos garantir que os processos e elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças. Há moléstias que têm, sem dúvida, função preponderante nos serviços de purificação do espírito, surgindo com a criatura no berço ou seguindo-a, por anos a fio, na direção do túmulo. As inibições congeniais, as mutilações imprevistas e as enfermidades dificilmente curáveis catalogam-se, indiscutivelmente, na tabela das provações necessárias (enfermidades de expiação decorrentes de abusos e transgressões da Lei Divina no passado); contudo, os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos reflexos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações. Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição amealhada é como ferrugem destruidora, prejudicando-lhe o funcionamento. Sabe hoje a medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea (ou seja intoxicar o nosso corpo físico), estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna. Guardemos, assim, compreensão e paciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessante renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade, aproveitando os dons do Senhor e evitando os reflexos letais que se fazem acompanhar do suicídio indireto.
Revista Espírita, julho de 1862 – Estatística de Suicídios, Allan Kardec
As afecções orgânicas são alimentadas e mesmo provocadas pelas disposições morais. O desgosto da vida o mais das vezes é fruto da sociedade. O homem que tudo usou, não vendo nada além está na situação de bêbado que tendo esvaziado a garrafa nada mais tendo, a quebra. Os abusos e os excessos de toda sorte conduzem forçosamente a um enfraquecimento e a uma perturbação das funções vitais. Daí uma porção de doenças cuja fonte é desconhecida que são julgadas causativas quando são consecutivas. Daí uma sensação de apatia, de cansaço e de falta de coragem. O que falta ao hipocondríaco para combater as suas ideias melancólicas? Um objetivo na vida. Um móvel à sua atividade.
Condições essenciais para a Cura
Reforma Íntima
Revista Cristã de Espiritismo – Ano 1, n0. 2
Reformar-se intimamente é um processo que se realiza de forma lenta, pela aquisição de recursos espiritais através da pratica do amor fraterno, da prece, da meditação e da realizado de boas obras. A história do cristianismo mostra que a reforma íntima pode ocorrer de maneira instantânea como aconteceu com Saulo de Tarso na estrada de Damasco e Maria de Magdala.
A reforma íntima promove a cura das doenças que acometem o ser humano através do aprimoramento espiritual. A pessoa vai eliminando suas arestas negativas, suas falhas no relacionamento com seus semelhantes e, à medida que pratica o bem, vai melhorando seu estado de saúde. Esse processo se baseia nos ensinamentos de Jesus, que relacionam as doenças as faltas cometidas. Reformar-se intimamente promove a melhoria do estado de saúde do corpo, da mente e da alma. Em sua conotação intrínseca, produz mudanças estruturais no perispírito. Consiste no aprimoramento dos atributos da alma, segundo o paradigma universal de “amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”. Constitui-se em um trabalho de educação espiritual, complementado pelo firme propósito do ser humano de eliminar de sua estrutura espiritual os pensamentos de ódio, inveja, vingança traição, ciúmes, raiva, maledicência, bem como as paixões inferiores e os vícios, como jogo, cigarro, álcool, drogas e sexo. Desta forma, nesse processo lento e progressivo de reforma íntima, vamos realizando transformações sutis nas estruturas magnéticas de nosso perispírito e ampliando as potencialidades de nosso espírito.
O Livro dos Espíritos, questão 909, Allan Kardec
P – O Homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?
R: sim, e, algumas vezes, por fracos esforços. É a vontade que lhe falta. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!
O Livro dos Espíritos, questão 911, Allan Kardec
P – Não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha poder para superá-las?
R: Há muitas pessoas que dizem: eu quero, mas a vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão bem contentes que assim não seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em consequência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las, compreende sua natureza espiritual; as vitórias são para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.
E quem quer fazer a reforma íntima? Quem se esforça para vencer as más atitudes? A maioria ainda se compraz com os vícios e as más atitudes. Nós mesmos acordamos e dizemos: ah hoje eu não vou fazer isso e acaba caindo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 27, item 12, Allan Kardec
“O homem é o autor da maioria das suas aflições e que delas se pouparia se agisse sempre com sabedoria e prudência”.
Jesus disse: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”. (Mateus 7:24).
Livro o Espírito da Verdade, capítulo 53, Espíritos Diversos
Comece orando. A prece é luz na sombra em que a doença se instala.
Semeie alegria. A esperança é medicamento no coração.
Fuja da impaciência. Toda irritação é desastre magnético de consequências imprevisíveis.
Guarde confiança. A dúvida deita raios de morte.
Não critique. A censura é choque nos agentes da afinidade.
Conserve brandura. A palavra agressiva prende o trabalho na estaca zero.
Não se escandalize. O corpo de quem sofre é objeto sagrado.
Ajude espontaneamente para o bem. Simpatia é cooperação.
Não cultive desafetos. Aversão é calamidade vibratória.
Interprete o doente qual se fosse você mesmo. Toda cura espiritual lança raízes sobre a força do amor..
O Espírito Emmanuel no Livro Fonte Viva diz que ratos alcançam a cura completa, genuína: é mister apreciável cota de esforço próprio na renovação dos conteúdos mentais, para mudar as maneiras de pensar e de agir.
Como ter saúde?
- Conhece a ti mesmo
Comece por analisar-se. Conhecer-se. Ver aquilo que preciso mudar.
Fazer as transformações necessárias. Quais as minhas atitudes diárias? Com o que me comprazo, o que eu busco? Quais as minhas tendências, dificuldades e fraquezas? Quais as sensações que me dominam?
- Vigie os Pensamentos
Quais são os meus pensamentos diários?
Ser o vigilante das tuas próprias ideias. Elas são tuas. Os pensamentos são sementes, que podem ser de luz ou de trevas, do bem ou do mal. (Livro Força Soberana, Miramez).
Precisamos analisar o que pensamos. André Luiz no Livro Mecanismos da Mediunidade, capítulo 25: Somente a conduta reta sustenta o reto pensamento.
A nossa mente precisa se educar e o maior educador dela é o Cristo, que nos deixou o Evangelho como código divino, nos favorecendo todos os meios de aprimoramento espiritual, capazes de nos libertar do enredo das sombras. Tudo o que fazemos passa primeiro pelos pensamentos, depois para a realização. Surge no abstrato e materializa-se no concreto. Analisa os pensamentos que surgem em tua mente durante o dia e os quais, por vezes, não te preocupas em desfazer. (Livro Força Soberana, Miramez).
Precisamos pensar bem se queremos ter imunidade. O nosso viver é uma consequência do que pensamos, dizemos e fazemos. (Revista Reformador, abril 2012).
A renovação do homem deve começar nos pensamentos. Neles se encontra a chave de todo o entendimento. Indo mais adiante, dominemos o verbo, andemos mais e chegaremos a vivencia do que pensamos (Livro Força Soberana, Miramez).
Proverbio da tribo Navajo que diz assim: os pensamentos são como flechas, uma vez lançadas alcançam o seu alvo. Seja cauteloso ou poderá um dia ser sua própria vítima.
- Observa o que falas
Já paraste alguns minutos para observar o que falas? Já analisastes o desastre que uma conversa mal pensada pode causar em ti e nos outros? Deves pensar nisso e passar a educar o teu verbo. Lembra-se que Jesus curava toda ordem de enfermidade falando. Os sons da palavra do Mestre eram portadores de um magnetismo divino, pela harmonia do Seu magnânimo coração. (Livro Força Soberana, Miramez).
Jesus disse aos fariseus e aos escribas que o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca. (Mateus 15:11).
- Ter o hábito da Oração
Romanos 12:12 – Sedes alegres na esperança, pacientes nas tribulações e perseverantes na oração. Não te esqueças da oração todos os dias. Não a súplica sem participação dos sentimentos, mas aquela integrada no cultivo dos dons espirituais, aquela que nos faz acordar para a verdade.
- Acreditar, desenvolver a Fé
Antes de tudo, há que se ter uma fé sincera, atuante, não vacilante. Um dos motivos pelo qual, muitas vezes, a cura espiritual não se realiza é simplesmente pela falta de fé. Entenda-se aqui que esta fé é a convicção, não o fanatismo.
André Luiz diz no Livro Os Mensageiros, no capítulo 22, que “A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. Ou seja, se eu não exercitar, como vou desenvolver a fé? Tudo é possível para aquele que crê. Precisamos acreditar em Deus, mas também em nós mesmos, lembrando que nada acontece sem a permissão de Deus.
- Não cultivar sentimentos inferiores
Não podemos cultivar o sentimento de culpa, nem se sentir inferior ou superior aos demais. Medo, culpa e vaidade são portas abertas para os obsessores entrarem.
A inveja é falta de acreditar em si mesmo, no seu potencial.
Começa a partir de agora a ver somente as coisas boas nos outros, que elas te darão um bem-estar indizível ao coração. Quem mentaliza somente as coisas boas, não deixa lugar para as imprestáveis. Toda enfermidade é desarmonia de pensamentos, palavras e atos. Faze, todos os dias da tua vida, cirurgias morais, e procura participar da melhoria que os outros fizeram. Se queres ter vida saudável, e a disciplina no trabalho, em casa e na tua vida, não alimentes ideias de fracasso na tua cabeça. Cuida da boca, para que dela não saiam palavras em desarmonia com o amor, porque as consequências são desastrosas para quem agir assim. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Renovar-se
A vida é uma consequência de fatos, e é nesses fatos que devemos acompanhar o acontecido, modificando o que deve ser modificado em ressonância com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sejamos fortes e corajosos em todo o bem empreendido, sem vacilarmos. Não fiques querendo saber o que os outros pensam a teu respeito; vê o que tu pensas sobre os outros e se tua opinião não traduz respeito, muda o modo de pensar. (Livro Força Soberana, Miramez).
A transformação moral pode te atormentar um pouco. A natureza animal pode rejeitar as mudanças; porém, se persistires até o fim da tua educação, serás salvo das guerras internas e dos distúrbios orgânicos. Deixa que morra o homem velho para que o novo ascenda para a liberdade a felicidade espiritual. Onde ele estiver, será uma presença benfeitora para tudo e para todos, por ser consciente da verdade.
Livro Fonte Viva, capítulo 25 – “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”, disse Jesus (João 3:3). Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.
Por mais difícil que seja, fale sempre a verdade.
- Parar de reclamar e comece a agradecer
Agradecer por tudo que por vezes te chega no caminho. A alma agradecida se liberta com facilidade das prisões forjadas pela ignorância. (Livro Força Soberana, Miramez).
O espírito sempre vai atrair aquilo com o que sintoniza, aquilo que vibra na mesma frequência. Se só reclamo, atrairei espíritos da mesma sintonia.
Reclamar é ferir-se (Emmanuel).
- Autocontrole de si mesmo.
Aprenda a se controlar. Porque tudo é energia, se eu sou uma pessoa irritada, nervosa, briguenta, preocupada, a energia que circula em mim, envolve as pessoas ao meu redor que se contagiam. Se eu não tiver saúde não consigo cumprir com as minhas provas e expiações.
- Aprenda a perdoar
Esquece as ofensas e não dês ouvidos as discórdias. As reclamações devem sair do dicionário do espírito. Se queres melhorar, viver melhor, renova a tua mente, ela é capaz de curar todos os teus desequilíbrios, desde quando aprendas com Jesus a pensar e a desenvolver teus sentimentos. Ajuda a vida a te responder pela paz de consciência. Se, com todo esforço no bem, ainda sofres, é o mal que está chegando como fruto que plantaste no passado, e o teu dever é continuar fazendo o bem para limpar o fardo e suavizar o jugo. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Converse consigo mesmo
Se queres harmonizar teus órgãos em decadência, fala com eles, pede à consciência que os comanda o que desejas de saúde, de bem-estar. Saber pedir é um passo no caminho de receber. Até as células entendem a vontade da mente; elas são vivas e obedientes. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Tenha uma alimentação sadia
Se queres recuperar a saúde, busca as coisas naturais. Vê o que comes, principalmente nos grãos existe o alimento energético procedente da Divindade. Quando sentares à mesa de refeição, não te esqueças da serenidade, pois também comes o que pensas e está juntando ao repasto a serenidade como saúde para o corpo e paz para o espírito. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Aprenda a beber água
A água que bebe carrega consigo bem mais valores do que pensas. Ela não possui somente uma composição física, mas, em sua estrutura molecular vibram energia superior, que renovam a vida das células em decadência. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Exercite-se.
Pratique o exercício físico, pelo menos uma caminhada ao ar livre.
- Trabalhe no auxílio do próximo
Se desejas morar em uma casa saudável, torna-a saudável; se desejas um ambiente de luz em torno de ti mesmo, deves iluminá-lo e a caridade é o melhor caminho, porém quando ela é feita com amor. Olha as tuas mãos e vê o que elas estão fazendo em favor dos outros. Se paradas, estimula-as no trabalho do amor. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Busque a Natureza
A criatura quando nasce respira normalmente a respiração profunda, levando o ar a circular em todas as células. Depois de adulto, vai viciando esse exercício valioso, de modo a predispor o organismo a certas enfermidades, que a medicina se sente incapaz de debelar com os seus métodos de cura. É preciso compreender a necessidade de voltar à natureza e naturalidade para que surja o equilíbrio da vida. De vez em quando pratique a respiração profunda, visualizando uma corrente de energia divina a penetrar em teu ser. Com a prática, sentirás um bem-estar inefável. Metaliza-te circundado de forças superiores, que a natureza responderá ao teu pedido e te dará a cota de que necessitares. (Livro Força Soberana, Miramez).
- Praticar o desapego
O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar e o que deixa ao partir, usufrui durante a sua permanência na Terra; que possui ele, então? Nada daquilo que é para uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Eis o que traz e o que leva. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 16, item 9, Allan Kardec).
Devemos nos lembrar sempre que nada nos pertence nesse mundo, somos usufrutuários e deveremos prestar contas de tudo o que Deus nos concedeu. Busquemos a vida mais simples para ter a mente mais calma, mais tempo para nós mesmos e nos ligarmos a Deus.
- Não nos preocupemos com o dia de amanhã
Não ser negligente, mas tem pessoas que já começam a fantasiar coisas que nem aconteceram ou sequer irão acontecer. Lembremos que Jesus disse: Não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal (Mateus 6: 34).
- Cumpra com o seu dever
Não devemos esperar dos outros aquilo que cabe a cada um de nós fazer.
- Questão 625 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.
Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? “Jesus.” Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
Jesus é o divino médico, Ele nos ensina a nos curar e não adoecer novamente. Ele disse: Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância (João 10:10).
Bibliografia
- O Livro dos Espíritos; O Evangelho Segundo o Espiritismo e A Gênese, Allan Kardec.
- Revista Espírita, julho de 1862, Allan Kardec.
- Revista Cristã do Espiritismo, Ano 1, Número 2.
- Revista Reformador, abril 2012.
- Os Mensageiros, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz.
- Missionários da Luz, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz.
- Mecanismos da Mediunidade, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, pelo Espírito André Luiz.
- Sinal Verde, Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz
- O Espírito da Verdade, psicografia de Chico Xavier, Espíritos Diversos
- Vinha de Luz, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel.
- Pensamento e Vida, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel.
- Vivendo com Jesus, psicografia de Divaldo Franco, pelo Espírito Amélia Rodrigues.
- Força Soberana, psicografia de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez.
- Recordações da Mediunidade, Yvonne Amaral Pereira.
- Evolução para o Terceiro Milênio, Carlos Toledo Rizzini.
- Vigiai e Orai, psicografia de Carlos A. Baccelli, Espírito Irmão José
- Bíblia Sagrada.