As Curas Ipressionantes do Príncipe de Hohenlohe
Allan Kardec, na “Revista Espírita” do mês de novembro de 1866, no artigo intitulado “O Príncipe de Hohenlohe, Médium Curador”, transcreveu as curas impressionantes obtidas por esse Príncipe, em 1829, através da prece, da confiança em Deus e da imposição das mãos, sobre a cabeça, as quais foram publicadas pelo jornal “La Verité”.
Em seguida, Allan Kardec publicou uma comunicação do Espírito Príncipe de Hohenlohe, dada na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 26 de outubro de 1866, através do médium Sr. Desliens. Nessa comunicação, o Espírito comunicante ofereceu os seguintes ensinamentos sobre a mediunidade curadora.
A faculdade de que ele era dotado, quando encarnado, era simples resultado da sua mediunidade.
Ele era um instrumento: os Espíritos agiam.
A sua colaboração na cura era o seu grande desejo de fazer o bem e a sua convicção íntima de que a Deus tudo é possível.
As curas que ele obtinha vinham incessantemente aumentar a sua fé.
A mediunidade curadora foi exercida em todos os tempos e por indivíduos pertencentes às diversas religiões.
Deus, como um bom Pai, ama igualmente a todos os Seus filhos. Assim, espalha a Sua solicitude sobre todos, mas, mais particularmente, sobre os que mais necessitam de apoio para avançar. Assim, não é raro encontrar homens dotados de faculdades extraordinárias na multidão dos homens simples.
Independentemente da crença íntima de um indivíduo, se suas intenções forem puras, e se ele estiver inteiramente convencido da realidade do que crê, em nome de Deus, ele pode operar grandes coisas.
Só há uma maneira melhor do médium curador exercer a sua faculdade: ser modesto e puro e transferir para Deus e às potências que dirigem a sua faculdade tudo o que realizar.
Os médiuns curadores que perdem os instrumentos da Providência são aqueles que não se julgam simples instrumentos. Eles querem que seus méritos sejam reconhecidos. Assim, o orgulho os embriaga e o precipício se entreabre sob os seus passos.
O príncipe Hohenlohe considerava como milagres as manifestações de que era objeto. Mas, agora, como Espírito, sabia que é uma coisa inteiramente natural. Tudo se acomoda na imutabilidade das leis do Criador, para que Sua grandeza e Sua justiça permaneçam intactas. Se Deus fizesse milagres, então se poderia presumir que a verdade não fosse bastante forte para afirmar-se por si mesma. Por outro lado, seria ilógico demonstrar a eterna harmonia das leis da natureza, perturbando-as com fatos que estão em desacordo com a sua essência.
Todo mundo pode adquirir, em certa medida, a faculdade do médium curador. Agindo em nome de Deus, cada um fará as suas curas.
Os privilegiados no ato de curar aumentarão em número, à medida que a Doutrina Espírita se vulgarizar, porque haverá mais indivíduos animados de sentimentos puros e desinteressados.