As Doenças e a Antecipação Espírita
“A doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do Espírito, em realidade o portador da mesma.” Joanna de Ângelis.
A medicina atual está valorizando mais a interação do psiquismo com o corpo sem, evidentemente, aceitar a dualidade Espírito e matéria que se interagem, creiam os homens ou não. Aliás, ditado antigo já traduzia essa verdade na frase consagrada: “mens sana in corpore sano”, da Civilização Greco-Romana. Esses lampejos de uma realidade ainda não descoberta pelo homem estiveram presentes na história do ser humano. Maimônides, um médico mouro do século XII, afirmava que uma consulta devia durar uma hora; durante dez minutos o médico deveria examinar o físico e nos cinquenta minutos restantes deveria o facultativo sondar-lhe a alma. Mal sabia esse médico a profundidade da realidade que anunciava em século tão distante.
Fizemos essa pequena introdução para abordarmos uma reportagem da revista VEJA, edição de n.º 2037, de 5 de dezembro de 2007, inclusive com chamada de capa onde lemos o título Emoções E Saúde. Nessa reportagem, é afirmado que a medicina psicossomática deixou de ser um ramo de segunda classe. A influência dos sentimentos sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada e o controle das perturbações psíquicas entrou para os receituários clínicos. Continua a reportagem informando que “é quase certo que, ao demonstrar um desconforto físico, você já tenha ouvido que está “somatizando”. Mas o que é exatamente somatização? Trata-se de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional, traduzem-se em mal-estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais relatados pelos somatizadores são dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor.”
Enquanto essas pequenas e tímidas arremetidas da medicina atual na interação mente-corpo são iniciadas, Joanna de Ângelis no livro O despertar do espírito, da LEAL Editora, afirmava através da psicografia de Divaldo, no ano 2000, o seguinte: “As enfermidades psicossomáticas são geradas na consciência espiritual – a sede mental do ser eterno – geradora dos recursos indispensáveis ao crescimento emocional e intelectual, ao desenvolvimento dos tesouros ético-morais, onde está escrita a Lei de Deus.”
Entretanto, como não é possível colocar a consciência, e muito menos o Espírito, sob a óptica de microscópios eletrônicos ou fatiá-los com lâminas afiadíssimas dos mais exímios bisturis ou invadi-los com as mais sofisticadas reações químicas e físicas, a afirmativa de Joanna e dos demais Espíritos Superiores serão relegadas ao esquecimento pelos detentores da realidade definitiva do século XXI, da mesma forma como se comportaram os demais detentores da verdade plena nos tempos que antecederam o atual.
Em outro trecho da reportagem identificamos um passo adiante em direção à realidade que um dia viremos a conhecer de forma plena e convincente: “No plano estatístico, as evidências entre o psicológico e o físico sempre foram elusivas. Não são mais (destacamos). Dois estudos publicados neste ano, um no Jornal da Associação Médica Americana (Jama) e outro no Archives of Internal Medicine, atestam a conexão.”
Enquanto a verdade sofre um parto lento para surgir e convencer de maneira definitiva o Espírito imortal, Joanna de Ângelis, no livro Autodescobrimento, páginas 38 e 39, afirma: “A vida orgânica é resultado da harmonia vibratória do ser, que equilibra as células nos campos onde se aglutinam, dando forma aos órgãos e estes ao corpo físico, com as suas complexidades, através das quais se exterioriza o psiquismo. Na raiz, portanto, de qualquer enfermidade encontra-se a distonia do Espírito, que deixa de irradiar vibrações harmônicas, rítmicas, para descarregá-las com baixo teor e interrupções que decorrem da incapacidade geradora da Fonte de onde procedem.”
No livro E.S.E., 333ª edição, IDE, na parte denominada Introdução, página 31, item XIX, encontramos o seguinte: “Se os médicos fracassam na maioria das doenças, é que tratam o corpo sem a alma, e que, o todo não estando em bom estado, é impossível que a parte se porte bem. O Espiritismo dá a chave das relações que existem entre a alma e o corpo, e prova que há reação incessante de um sobre o outro. Ele abre, assim, um novo caminho à ciência e, em lhe mostrando a verdadeira causa de certas doenças, lhe dá os meios de combatê-las. Quando ela se inteirar da ação do elemento espiritual na economia, fracassará menos freqüentemente.”
Antecipação bastante clara feita há 150 anos sobre a real origem das enfermidades que tanto importunam. E essa verdade vai bater como água mole na pedra dura do orgulho do Espírito em sua caminhada evolutiva. Afinal, a VERDADE não tem pressa porque ela existiu desde todo o sempre e nós somos Espíritos imortais. Essa realidade vai fazer com que a encontremos ao longo da trajetória rumo à perfeição.
Ricardo Orestes Forni – Jornal O Clarim 5/2008