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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos da Revista Reformador > Casamento e Divórcio

Casamento e Divórcio

celcArtigos da Revista Reformador6 de março de 2015 Leave a comment0

Casamento e Divórcio

CRISTIANO TORCHI

Como seria a vida conjugal de Romeu e Julieta, se os jovens apaixonados sobrevivessem à tragédia do amor proibido, assim retratado por Shakespeare, no famoso romance? Apesar de se amarem tanto, o matrimônio seria realmente harmônico e longevo? E se eles vivessem em nossa época, marcada pela revolução dos costumes? Estariam livres dos problemas de uma vida a dois? Temas como casamento e divórcio, relacionados à Lei de Reprodução, contida em O Livro dos Espíritos, das questões 695 a 697, sempre despertam reflexões importantes.

Nas eras primitivas, o consórcio entre os casais apresentava natureza semelhante ao dos animais irracionais, uma vez que prevalecia o estado de natureza, com a união promíscua e fortuita dos sexos, em que o ser humano não tinha o senso moral desenvolvido. O advento do matrimônio inaugurou um dos primeiros estágios de progresso nas sociedades humanas, porque instituiu a solidariedade fraterna, pelo consenso de duas almas que se unem pelos sentimentos recíprocos de afeto e de amor para a assistência mútua e para a constituição

da família. A comunhão sexual entre as criaturas que, de fato, se candidatam à elevação moral, “traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e para o coração e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna”.1

A família é uma instituição sólida, que varou os milênios, porque é de origem divina, tal como o casamento, que se destina “não só à conservação da Humanidade, como também a oferecer aos Espíritos, que se unem no grupo familiar, apoio recíproco para suportarem as provas da existência”.2

Buscando-se no espaço, os Espíritos programam reencarnações para, no mesmo grupo familiar, consanguíneo ou  não, darem sequência a projetos redentores. Por tais motivos, não procede a opinião de que o casamento e a família estão condenados ao desaparecimento.

Muitos casamentos têm curta duração ou apresentam problemas de incompatibilidade entre os pares, porque, na atual fase evolutiva da Humanidade, a grande maioria das uniões conjugais 3 sujeita-se à lei de causa e efeito, a qual reaproxima seres em ligações expiatórias ou provacionais, para dar continuidade a relacionamentos anteriores, proporcionando o resgate de erros pretéritos, com vistas à reabilitação e ao progresso moral.

Ultrapassada a fase de encantamento e afetividade que ocorre no início do união, a vida apresentará aos casados, nessas condições, certos desafios, de acordo com as necessidades de cada um. Ignorando o clamor da consciência e desconhecendo a origem verdadeira de seus dramas, cujas raízes geralmente estão fincadas em reencarnações passadas, muitos cônjuges desertam dos compromissos assumidos, em nome do comodismo e da falsa liberdade. Mal sabem que estão apenas adiando compromissos e que em futuras encarnações estarão sujeitos a recapitular experiências difíceis, talvez numa situação muito pior, ainda que em companhia de parceiros diferentes.

O casamento independe de formalismos, embora estes tenham sua utilidade do ponto de vista jurídico, mas o que prevalece mesmo é a união dos sentimentos do amor verdadeiro. Mola do progresso da Humanidade, cuja abolição teria por efeito “uma regressão à vida dos animais”, 4 o matrimônio é compromisso que implica, obviamente, em responsabilidade de parte a parte. Antes de fazerem uma escolha tão séria, os nubentes devem refletir maduramente, para que não venham a ser infelizes nem promovam a infelicidade de outras pessoas, principalmente dos filhos.

Inspirados na literatura espírita, erigimos a seguinte classificação para a vida a dois, a qual, sem ser absoluta, auxilia os casais a se autoanalisarem, com vistas à superação dos problemas em comum:

casamento de amor (afinidade máxima – almas em apurada sintonia: ditosos os raros casais que estiverem incluídos nesta categoria);

casamento de fraternidade (casais felizes, bem entrosados, que superam os problemas com facilidade);

casamento de sacrifício (em que há renúncia de um dos cônjuges, em geral mais evoluído, com o propósito de auxiliar na educação do Espírito retardatário);

casamento acidental (uniões eventuais sem planejamento espiritual, em regra por interesses imediatistas, que não raro conduzem os parceiros a uma saturação mútua e a um isolamento que, em pouco tempo, deterioram a relação conjugal);

casamento provacional (almas que se reencontram para reajustes necessários à evolução de ambos: nesta modalidade de união, não basta reparar o erro, suportar o cônjuge difícil; é preciso também superar barreiras, exercitar o amor, o carinho); e

casamento expiatório (cônjuges com graves débitos no passado reencarnatório, de convivência difícil e problemática: fase que antecede o casamento provacional).

Terapeutas e psicólogos, com base em pesquisas bem orientadas, constataram que o casamento dura quando um admite que o outro tem qualidades e defeitos, hipótese em que é necessário aprender a “renunciar, suportar a existência de sentimentos contraditórios, tolerar”, e que “um dos momentos mais marcantes na relação duradoura é aquele em que, conscientemente ou não, o casal abdica do mito do parceiro ideal”. 5

Estudos antropológicos revelam também que “homens e mulheres pensam diferente, reagem diferente, têm diferentes expectativas, e, sem uma boa dose de compreensão e boa vontade mútuas, não há união que resista ao embate [das diferenças]”. 6

No livro de autoajuda Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, 7 o terapeuta John Gray dedica-se a explicar algumas dessas diferenças, com o propósito de auxiliar os casais a se entenderem melhor. Já a escritora espírita, Dalva Silva Souza, conclui, na sua excelente obra Os Caminhos do Amor, que “o homem e a mulher, tanto na família quanto na sociedade, completam-se”, mas “o grande desafio está em se estabelecer uma interação harmoniosa que possibilite o equilíbrio”.8

De fato, “o lar é o sagrado vértice no qual o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável”, pois “é o templo onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente”. 9

A superação desses problemas exige permanente trabalho de entrosamento entre os cônjuges, sob o pálio da caridade, consistente na compreensão, no perdão e na tolerância. Estudando o Evangelho de Jesus, à luz dos ensinamentos do Espiritismo, o casal terá meios de detectar, com maior segurança, a origem de seus problemas e enfrentá-los com as armas da razão e do sentimento. Para auxiliá-los nesse mister, a realização do Evangelho no Lar e as preces constituem, também, excelente terapêutica.

Inobstante as diferenças de personalidade entre o homem e a mulher, próprias das circunstâncias que os ligam ao corpo físico, não se olvide que, enquanto entidades espirituais, são rigorosamente iguais perante Deus e têm os mesmos direitos, tanto que podem reencarnar ora num sexo, ora em outro, condição em que, por força das leis naturais, exercem funções diferentes.

Como adverte o Espírito Emmanuel, “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. 10

Contudo, o divórcio “não é contrário à lei de Deus, pois apenas reforma o que os homens fizeram e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina”. 11

Portanto, é um erro considerar a indissolubilidade do casamento uma lei natural, uma vez que “o divórcio é lei humana que tem por fim separar legalmente o que já está, de fato, separado”. 12

Nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento, ao afirmar: “foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu que despedísseis as vossas mulheres”. 13

Muitas vezes, a separação é até mesmo necessária, para evitar que a experiência a dois se transforme numa

tragédia e que um dos cônjuges ou ambos agravem os débitos contraídos em encarnações anteriores.

Em nosso Planeta de provas e expiações, o amor ainda é obra em andamento, que não se constrói com meras afirmações verbais. Daí a necessidade das reencarnações, com o seu cortejo de experiências, a consolidar em nós, etapa por etapa, as virtudes que nos faltam para vivenciarmos integralmente as lições do Evangelho de Jesus, que nos legou exemplo inesquecível, independente do sexo e do estado civil das pessoas: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. 14

Que possamos, cada vez mais, enobrecer o casamento, contribuindo para o fortalecimento moral da família e da sociedade e preparando a Terra do futuro, para a vivência de elos de fraternidade pura, como já acontece nos mundos superiores.

Referências:

1 XAVIER, Francisco C. Missionários da luz, Pelo Espírito André Luiz. 43. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 13, p. 251.

2CALLIGARIS, Rodolfo. O sermão da montanha. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. O divórcio em face da moral cristã, p. 63. Apud SOBRINHO, Geraldo C. (Coor- denador). O espiritismo de A a Z . 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Vocábulo “casamento”.

3 XAVIER, Francisco C. Nosso lar . Pelo Espírito André Luiz. 61. ed. Rio de Janei-ro: FEB, 2010. Cap. 20.

4 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos . Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010.Q. 696.

5 Revista VEJA. São Paulo. Ed. Abril, Vale a pena con-sertar?, ed. 1.946, ano 39, n. 9, p. 106, março 2006.

6 ______. Até que o casamento os separe. ed. 1.641, ano 33, n. 12, p. 121, março 2000.

7 GRAY, John.Homens são de marte, mulheres são de Vênus. Trad. Alexandre Jordão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1996.

8 SOUZA, Dalva Silva. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Proposta de nova interpretação do ensino dos espíritos, p. 35.

9 XAVIER, Francisco C. Nosso lar . Pelo Espírito André Luiz. 61. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 20, p. 132.

10______. Vida e sexo . Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 8.

11 KARDEC, Allan.  O evangelho segundo o espiritismo . Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 22, item 5, p. 410.

12 ______. ______. p. 410.

13 ______. ______. p. 410-411.

14 JOÃO, 15:1

 

Revista Reformador 10/2010

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