Conhece-te a ti mesmo – Palestra
PALESTRA CONHECE-TE A TI MESMO
LIVRO “CONVITE À FILOSOFIA” DE MARILENA CHAUÍ (professora e historiadora de filosofia brasileira)
Quem viu o filme Matrix – antes que se tornasse o primeiro de uma série, há de se lembrar da cena em que o herói Neo é levado pelo guia Morfeus para ouvir o oráculo.
Que é um oráculo? A palavra oráculo possui dois significados principais, que aparecem nas expressões “consultar um oráculo” e “receber um oráculo”. No primeiro caso, significa “uma mensagem misteriosa” enviada por um deus como reposta a uma indagação feita por algum humano; é uma revelação divina que precisa ser decifrada e interpretada. No segundo, significa “uma pessoa especial”, que recebe a mensagem divina e a transmite para quem enviou a pergunta à divindade, deixando que o interrogante decifre e interprete a resposta recebida. Entre os gregos antigos, essa pessoa especial costumava ser uma mulher e era chamada sibila. (médium)
Em Matrix, aparece a sibila, uma mulher que recebeu o oráculo (isto é, a mensagem e que é também a transmissora da mensagem). Essa mulher pergunta a Neo se ele leu o que está escrito sobre a porta de entrada da casa em que acabou de entrar. Ele diz que não. Ela então lê para ele as palavras, explicando-lhe que são de uma língua há muito desaparecida, o latim. O que está escrito? “Conhece-te a ti mesmo.” O oráculo diz a Neo que ele, e somente ele ,poderá saber se é ou não aquele que vai livrar o mundo do poder de Matrix e, portanto, somente conhecendo a si mesmo ele terá a reposta.
Poucas pessoas que viram o filme compreenderam exatamente o significado dessa cena, pois ela é a representação, no futuro, de um acontecimento do passado, ocorrido há 23 séculos, na Grécia.
Havia na Grécia, na cidade de Delfos, um santuário dedicado ao deus Apolo, deus da luz, da razão e do conhecimento verdadeiro, o patrono da sabedoria. Sobre o portal de entrada desse santuário estava escrita a grande mensagem do deus ou o principal oráculo de Apolo: “Conhece-te a ti mesmo.” Um ateniense, chamado Sócrates, foi ao santuário consultar o oráculo, pois em Atenas, onde morava, muitos diziam que ele era um sábio e ele desejava saber o que significava ser um sábio e se ele poderia ser chamado de sábio. O oráculo, que era uma mulher, perguntou-lhe: “O que você sabe?”. Ele respondeu: “Só sei que nada sei.” Ao que o oráculo disse: “Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe.” Sócrates, como todos sabem, é o patrono da Filosofia.
Por que as personagens do filme afirmam que Neo é “o escolhido”? Por que eles estão seguros de que ele será capaz de realizar o combate final e vencer a Matrix?
Porque ele era um pirata eletrônico, isto é, alguém capaz de invadir programas, decifrar códigos e mensagens, mas, sobretudo, porque ele também era um criador de programas de realidade virtual, um perito capaz de rivalizar com a própria Matrix e competir com ela. Por ter um poder semelhante ao dela, Neo sempre desconfiou de que a realidade não era exatamente tal como se apresentava. Sempre teve dúvidas quanto à realidade percebida e secretamente questionava o que era a Matrix. Essa interrogação o levou a vasculhar os circuitos internos da máquina (tanto assim que começou a ser perseguido por ela como alguém perigoso) e foram suas incursões secretas que o fizeram ser descoberto por Morfeus.
Sócrates jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com os preconceitos de sua sociedade, com as crenças inquestionadas de seus conterrâneos. Ele costumava dizer que era impelido por um espírito interior (como Morfeus instigando Neo) que o levava a desconfiar das aparências e procurar a realidade verdadeira de todas as coisas. Sócrates andava pelas ruas de Atenas fazendo aos atenienses algumas perguntas: “O que é isso em que você acredita?”, “O que é isso que você está dizendo?”, “O que é isso que você está fazendo?”.
Os atenienses achavam, por exemplo, que sabiam o que era a justiça. Sócrates lhes fazia perguntas de tal maneira sobre a justiça que, embaraçados e confusos, chegavam à conclusão de que não sabiam o que ela significava. Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a coragem. Com suas perguntas incansáveis, Sócrates os fazia concluir que não sabiam o que significava a coragem. Os atenienses acreditavam também que sabiam o que eram a bondade, a beleza, a verdade, mas um prolongado diálogo com Sócrates os fazia perceber que não sabiam o que era aquilo em que acreditavam. A pergunta “O que é?” era o questionamento sobre a realidade essencial e profunda de uma coisa para além das aparências e contra as aparências. Com essa pergunta, Sócrates levava os atenienses a descobrir a diferença entre parecer e ser, entre mera crença ou opinião e verdade, e descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas idéias. Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia:
“Eu também não sei, por isso estou perguntando“. Donde a famosa expressão atribuída a ele quando respondeu à pergunta da sibila no templo de Apoio: “Sei que nada sei”.
Sócrates era filho de uma parteira. Ele dizia que sua mãe ajudava o nascimento dos corpos e que ele também era um parteiro, mas não de corpos e sim de almas. Assim como sua mãe lidava com a Matrix corporal, ele lidava com a Matrix mental, auxiliando as mentes a libertar-se das aparências e buscar a verdade.
Como os de Neo, os combates socráticos eram também combates mentais ou de pensamento
Propunha que, antes de querer conhecer a natureza e antes de querer convencer os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo..
Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembléia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno, a cicuta e obrigado a suicidar-se.
AUTODESCOBRIMENTO: UMA BUSCA INTERIOR = Espírito Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco
CONSCIÊNCIA E VIDA – Cap.3 Incursão na consciência
Remontando-se à origem da vida nos seus mais remotos passos, encontra-se a presença do psiquismo originado em Deus, aglutinando moléculas e estabelecendo a ordem que se consubstanciou na realidade do ser pensante. Etapa a etapa, através dos vários reinos, essa consciência embrionária desdobrou os germes da lucidez latente até ganhar o discernimento vasto, pleno. À medida que a complexidade de valores se torna unificada na sua atualidade, surgem, no comportamento do individuo, por caracteres das experiências anteriores, os conflitos e os distúrbios que respondem na área psicológica pelos muitos problemas que o afligem. Faz-se então indispensável, ao adquirir-se o conhecimento de si, o aprofundamento da busca da sua realidade, apurando os complicados mecanismo viciosos que impedem a marcha ascensional e não o levam à realização total. Os impulsos orgânicos propelem sempre para a comodidade, a satisfação dos instintos, o imediatismo do prazer, a prejuízo da meta essencial: a libertação dos processos determinantes dos renascimentos carnais, que são as paixões primitivas. A atração pelo mundo exterior conduz, por sua vez , a inumeráveis distonias emocionais, que atormentam e desvairam o individuo, afugentando-o de si mesmo num rumo difícil de ser mantido. Somente através de um grande empenho da vontade é possível olhar para dentro e pesquisar as possibilidades disponíveis para melhor identificar o que fazer, quando e como realizá-lo. Trata-se, essa tarefa, de um desafio que exige intenção lúcida até criar-se o hábito de interiorização, partindo da reflexão para o mergulho no oceano do Si, daí retirando as pérolas preciosas da harmonia e da plenitude, indispensáveis à vivência real de ser pensante. A mente não adestrada nessa busca hesita e retrai-se impedindo-se o descobrimento dos recursos inimagináveis, que esperam para ser desvelados. As tendências ao relaxamento e ao menor esforço, inerentes ao processo da evolução pelo trânsito nas fases anteriores, dificultam os procedimentos iluminativos imprescindíveis…
RECICLAGEM DO SUBCONSCIENTE =
A tendência para guardar coisas é inata na criatura humana. Pensando-se no futuro, armazenam-se objetos, alguns inúteis; medicamentos, que ficam sem validade; roupas e calçados usados, para providências posteriores; papeis e recortes de jornais, de revistas, para serem lidos ou relidos um dia, que nunca chega; materiais e ferramentas, que não são utilizados… Em determinada oportunidade, porém, com os móveis abarrotados, os espaços tomados e os guardados sob leves camadas de pó chamam a atenção, e a pessoa vê-se convidada a uma limpeza, uma nova arrumação, eliminando o que é inútil, distribuindo o que pode ser aproveitado e reservado apenas o que tem aplicação prática. Esse gesto representa uma forma de libertação, de desapego ao secundário, ao que acumulou desnecessariamente, ao sem valor. É IMPERIOSA, PERIODICAMENTE, UMA ATITUDE ENÉRGICA, EQUIVALENTE, EM RELAÇÃO AOS DEPÓSITOS DO SUBCONSCIENTE, EM FAVOR DA AUTO REALIZAÇÃO. Retirar o entulho psíquico torna-se fundamental para uma existência saudável. Certamente, o passado influencia o presente, e quanto mais seja conscientizado e eliminado de forma coerente e lúcida tanto melhor para a planificação do futuro. Um discípulo, que tivera a residência com tudo quanto nela havia destruída pelo fogo, queixou-se ao seu mestre da desgraça de que fora objeto. O sábio, que era um admirável psicanalista nato, respondeu-lhe jovial que agora seria mais fácil encarar com naturalidade a morte, pelo imperativo severo do desapego.
ESPÍRITO IMORTAL.COM.BR = FELIPE MOREL
Cada um de nós é uma individualidade, mas muitos de nós nunca tivemos acesso a essa individualidade. A sua imagem exterior, a máscara que você mostra aos outros e muitas vezes a si mesmo, é apenas uma personagem interpretada por você. Essa personalidade que você apresenta, e que normalmente pensa ser você mesmo, é uma máscara passageira. Pode ter muito de você nessa personalidade, mas não é você. O espírito progride lentamente. A cada reencarnação adiciona uns poucos traços às suas características individuais. Para reconhecermos um pouco de nós mesmos é preciso muita sinceridade íntima, é preciso analisar profundamente a si mesmo. Porque a maior parte do que acreditamos serem nossos valores e crenças são apenas aspectos transitórios, que abandonaremos antes de assumirmos um novo papel na matéria, antes de reencarnarmos da próxima vez.. Poucas pessoas conhecem a si mesmas. Poucas são capazes de fazer uma análise fria e isenta a respeito do que se passa no seu íntimo. A maioria não liga pra isso. E dos que dão importância, só uma pequena parte escapa de iludir a si mesma com intenções e aparências. Você é capaz de perceber as próprias falhas de caráter? Sabe quando você diz uma coisa e pensa outra? Sabe quando você responde uma coisa a uma pessoa e internamente, dentro da sua cabeça, você fala outra coisa? Você faz assim com você mesmo, também. Você se engana a si mesmo. Às vezes pensa que é bonzinho porque ora de vez em quando, porque contribui com alguma entidade assistencial, porque recolheu um gato abandonado ou ajudou uma velhinha a atravessar a rua, mas no fundo você é muito, muito diferente. É por isso que a reforma íntima, proposta pelo Espiritismo, é íntima. Tem que atingir o íntimo, tem que ser resultado de Vontade, não de mera intenção. Mais da metade das pessoas que eu conheço boicotam a si mesmas. Pensam de uma maneira e agem de outra. Gostariam de fazer ou deixar de fazer determinadas coisas mas se submetem ao mais cômodo. Ao imitar os outros deixamos de lado nossa originalidade, criamos um personagem, uma caricatura. Experimente abandonar o personagem que você criou. Seja você de verdade! Com toda a certeza você é bem melhor do que o personagem que você anda interpretando. Ah, você não acha que interpreta personagem algum? Então veja as pessoas à sua volta, observe as pessoas mais próximas, principalmente aquelas que você conhece mais. Veja que elas se comportam de uma maneira na sua frente e de outra maneira na frente de estranhos. Vai dizer que você não é assim? Não se preocupe com o modo como os outros vêem você. Você é você. A maior riqueza que temos é nossa individualidade. Seja grato a ela. Tenho certeza que quando você está só você se sente mais perto de si mesmo, mais à vontade. É porque você gosta mesmo é de ser quem você é de verdade, não do personagem que inventou.
Emmanuel = “OS CENÁRIOS MUDAM, MAS OS PROTAGONISTAS SÃO OS MESMOS”
LUCAS 18:10 Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
( Jesus conta que o publicano, em confissão íntima, fez justa avaliação de seu estado espiritual, suplicou o amparo divino para se melhorar e, com esse proceder, alcançou o benefício que pedira.)
O AMOR A SI MESMO Estudando o Espiritismo 31 de julho de 2011
Ouve-se muito: “Conheço fulano como a palma da minha mão, ele não me engana.” Ou seja, conheço o outro, conheço para fora, mas quando perguntam “Quem é você?”, dizemos um nome que nem ao menos foi de nossa livre escolha e completamos informando profissão, estado civil e endereço. Pronto, qualquer um nos encontra, o que não significa um encontro pessoal.
LE 919 Santo Agostinho nos aconselha: “Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a lamentar de mim.”
Estava dada a receita da espiritualidade prática e eficaz para melhorar já nesta vida: conhecer a si mesmo examinando a consciência.
Ele especificou que o modo de fazer é realizar um interrogatório preciso e diário a si mesmo sob o amparo de Deus e do anjo guardião. Sugeriu que colocássemos para nossa reflexão ao menos cinco questões, a saber:
1) “Perguntai-vos o que fizeste e com qual objetivo agistes em tal circunstância”.
A primeira parte da questão é tranqüila, basta recordar as atitudes do dia. A segunda aprofunda- se pedindo para identificarmos os objetivos de nossas ações, os interesses e propósitos que as motivaram, os quais podem estar escondidos muito fundo, num canto sombrio do nosso ser, e ainda se apresentarem mascarados.
2) “Se fizeste alguma coisa que censurais em outrem”.
A nossa capacidade de olhar para fora é bem desenvolvida, então vamos aproveitar e conhecer o que estamos projetando. É sempre fácil apontar erros, condenar e exigir dos outros esquecendo que só conseguimos reconhecer aquilo que também possuímos. Esse é um procedimento importante da receita que se repetirá.
3) “Se fizeste alguma coisa que não ousaríeis confessar”.
Um questionamento ético em relação à minha conduta com o próximo e também pessoal, na medida em que devemos responder se tudo o que pensei, senti e fiz pode ficar exposto à luz? Ou falta coragem para assumir opiniões, atitudes, vontades.
4) “Se aprouvesse a Deus me chamar neste momento, reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém?”.
Queremos distância da morte. Não é agradável pensar nela ou falar sobre ela. Aceitá-la não é fácil, trabalhar as perdas é um processo doloroso e delicado. Imagine pensar na própria morte, diariamente. Frente a cada decisão, refletir como ficaria a situação se morrêssemos naquele momento. Brigamos com um filho, ou com o marido, ou com um amigo, ficamos magoados, com raiva e morremos num ataque fulminante do coração. Que situação! Essa questão nos põe em xeque com um mundo onde as máscaras não enganam senão quem as usa. Se pensarmos sob esse enfoque, mudaremos muitas atitudes.
5) “Examinai o que podeis ter feito contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos”.
Discutimos muito as nossas relações amorosas, profissionais e familiares, mais ou menos nessa ordem de prioridade. Mas a relação com Deus vai entre tapas e beijos e não paramos para discuti-Ia. Começa que Dele nem sempre fazemos um juízo claro, a nossa resposta pessoal é em geral vaga ou politicamente correta. Confundimos repetição mecânica de palavras com falar com Ele. Nós o bendizemos quando a vida corre como desejamos, mas é sobre Ele que lançamos nossas incompreensões e ingratidões quando as coisas não são como queríamos.
“Não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, freqüentemente, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho para vos advertir com mais franqueza que o faria um amigo.” É o verdadeiro “te enxerga”. É uma proposta valiosa para reformularmos comportamento sobre críticas e inimizades, vendo nelas auxiliares divinos para nosso crescimento .
Superestimar os próprios conhecimentos ou subestimar as dificuldades são erros que levam infalivelmente ao fracasso. Qualquer teoria, se confirmada através de estudos teológicos, provará que Cristo se preparou para a missão. Ele buscou o auto-aperfeiçoamento para ter o que dizer, mostrar e ensinar. Seus exemplos não deixavam dúvidas sobre seu poder. Sua missão provou o quanto o Mestre conhecia bem a si mesmo e do que era capaz.
Divaldo Pereira Franco aos membros da reunião da FEB em 8/11/2008 em Brasília-DF.
A BUSCA DA ILUMINAÇÃO INTERIOR = E se você soubesse que iria morrer hoje, o que faria?
Essa pergunta foi feita a um homem, no século XIII. Um ser iluminado.
Nascido em berço de ouro, conheceu as delícias da abastança. Filho de rico mercador, trajava-se com os melhores tecidos da época. Sua adolescência e juventude foram impregnadas das futilidades daqueles dias, em meio a expressivo número de amigos.
Assim transcorria sua vida, quando um chamado se deu a esse jovem.
Ele então se despiu dos trajes da vaidade e se transformou no Irmão Francisco, o Irmão dos Pobres.
Sua alma se encheu de poesia e ele passou a compor versos para as coisas pequeninas, mas muito importantes, da natureza. Chamou irmãos à água, ao vento, ao sol, aos animais. Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, Frei Leão, que o observava, lhe perguntou:
Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria?
Francisco descansou o ancinho, por um instante. Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno: Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim.
E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade.
Essa reflexão tem me chegado à mente todos os dias e, numa auto análise, procuro observar como estaria, caso a pergunta me houvesse sido feita, se continuaria tranquilamente fazendo aquilo que estava realizando, e surpreendo-me ao constatar quanto ainda necessitaria fazer, a fim de poder viajar em paz.
Certa vez, quando Sidartha Gautama, se sentou à sombra de uma árvore defronte de um rio e mergulhou no mundo íntimo interior para meditar, iluminou-se. Dias mais tarde, um jovem discípulo, vendo-o meditando, comoveu-se e ficou contemplando-o .Quando ele abriu os olhos, o jovem indagou-lhe:
Mestre, tu és Deus? Não, não sou.Então, tu és um anjo?Não, também não sou. Por que me perguntas?Porque brilhas, mestre! Por que brilhas?Porque estou desperto, consciente da verdade. Todo aquele que encontra a verdade adquire brilho interior. A iluminação faz parte dos ensinamentos de Jesus, por exemplo, quando Ele propõe: Busca primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça, e tudo o mais te será acrescentado.Buscar primeiro o Reino de Deus e Sua justiça é o grande desafio que todos devemos enfrentar, qual aconteceu com Paulo, que após fazê-lo e consegui-lo, declarou: Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim. (Gálatas 2:20)
REDAÇÃO DO MOMENTO ESPÍRITA
Narra-se que, certa vez, uma jovem indiana, desejando que seu filho tivesse saúde invejável, decidiu que seria importante para ele deixar de comer açúcar.
Por largo tempo ela falou ao filho para deixar de consumir o produto. Mas, a criança adorava açúcar e não o dispensava, deliciando-se com os doces mais variados.
Finalmente, a mãe procurou o Mahatma Gandhi e contou seu problema, pedindo que ele, com sua grande autoridade, falasse ao filho. Com certeza, ele seria ouvido e atendido pelo menino.
O sábio não afirmou que ela estava certa, nem errada. Contudo, pediu-lhe um prazo de 15 dias. Decorrido o tempo, ela deveria retornar com o filho até ele.
A mulher se foi, com a alma embalada pelas mais suaves esperanças. Os dias demoraram a passar. Até que chegou o dia marcado para pôr fim à ansiedade da indiana.
Ela tomou o filho pela mão e o levou até a presença de Gandhi, que se demorou a falar com o garoto, por mais de uma hora.
Terminado o diálogo, Gandhi se despediu do pequeno e devolveu-o à sua mãe.
A mulher estava muito curiosa. E, assim que pôde, perguntou ao Mahatma porque ele a fez esperar quinze dias, para só depois conversar com a criança.
É muito simples, respondeu Gandhi. Há quinze dias eu também consumia açúcar e precisava do prazo para abandonar o hábito, pois se não o fizesse, não teria autoridade moral para lhe pedir que o evitasse.
A utilização ou não do açúcar na dieta alimentar não é o mais importante, no caso em pauta. O que se deve levar em conta é o fator exemplo.
O ilustre Gandhi não se sentia à vontade para pedir a uma criança que deixasse de fazer alguma coisa, se ele mesmo ainda a fazia.
Não desconhecia ele que, enquanto as palavras comovem multidões, o exemplo as arrasta.
Pensemos em quantas vezes temos tentado modificar os hábitos dos outros, utilizando-nos simplesmente das recomendações ponderadas, sem nos prendermos ao fato de que não estamos exemplificando corretamente.
Assim é no que diz respeito ao uso de drogas como o fumo e o álcool, que afirmamos que agridem e matam, que seu uso é maléfico, sem deixarmos, nós mesmos, do velho cigarro e dos aperitivos de vez em quando.
Assim é, ainda, com relação à frequência no templo religioso, nas aulas específicas de evangelização, quando dizemos aos filhos que são importantes, edificantes. Mas, nós mesmos sequer comparecemos ao templo para o estudo e a oração.
LIVRO MEREÇA SER FELIZ CAP 32 – ERMANCE DUFAUX = VENCENDO O PERSONALISMO
ESE 14:9 “Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indicio de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus.”
Espíritos saindo do primarismo para conquistas medianas, nossa principal qualidade é a disposição de mudança na melhora íntima, já que nos arrependemos sinceramente do mal. Iniciamos, a exemplo do filho pródigo do Evangelho (Lucas 15-20), a nossa viagem de volta à Casa Paterna buscando o aconchego e amor. Essa volta, porém, exigir-nos-á o preço da reeducação, a começar pelo personalismo que se solidifica na intimidade como um dos pilares de nossas imperfeições. Podemos entender o personalismo como sendo o apego com tudo que parte de nós. Esse apego é fator sinalizador de gratificação afetiva escassa conosco mesmo, insuficiência de auto-amor. Quando nos amamos verdadeiramente não há motivo para atitude personalista, porque nos realizamos com o ato de ser sem aguardar compensação. Seu traço mais comum é a paixão crônica com o eu manifestada de formas variadas, algumas delas são: vaidade intelectual, dificuldade de conviver pacificamente com a diversidade humana, manipulação interpretativa de conceitos,autoritarismo nas decisões, agastamento ante as cobranças e correções, coleção de animosidades, excessiva valorização que conferimos a nós mesmos, , pretensões de destaque e vício de ser elogiado. Suas causas podem ser encontradas na história de conservação um importante fator de fixação e agregação de valores morais . A conservação como fonte de defesa e automatização da consciência de si tornou-se egoísmo, uma exageração dessa necessidade natural, na qual nos encontramos até hoje. Na Infância, encontramos outras tantas razões muito bem abordadas por Sigmund Freud na questão da personalidade egocêntrica, cujo processo de amadurecimento psíquico é mal conduzido, ensejando carências afetivas profundas que irão refletir no homem adulto como insegurança e fantasias nascisitas. Em torno de seus passos sempre se encontram a fama, o autoritarismo, a vaidade, o desejo de realce, a inveja:. O personalista é alguém que não sabe dialogar, dividir, intercambiar. Não sabendo interagir com o outro, entender-lhe os motivos e necessidades, está sempre com uma “receita de viver” nos lábios, Como seu dinamismo é a centralização no “eu”, a reeducação dessa tendência está em aprender a ouvir o outro. O ato de ouvir não se restringe a escutar palavras. Ouvir é o estado de plena receptividade para o outro, independentemente de quem seja. Essa conquista será um exercício doloroso ao personalista. Exigirá desprendimento, humildade, renúncia, assertividade, falar menos e meditar mais….. A vitória sobre o personalismo, portanto, está em sair de si acolhendo o outro diferente do eu com interesse altruísta e fraterno, aprendendo a “esvaziar-se do ego”, sentindo o outro. O retorno à Casa Paterna inclui o ato de desprender-se de si para ouvir o Pai. Tal lição será aprendida na escola da convivência diuturna com quantos passem pelos nossos caminhos. Fazendo assim assumiremos definitivamente a condição de filhos pródigos em plenitude de sintonia com as riquezas de Deus.
RESSUREIÇÃO E VIDA – Leon Tolstoi/vonne Pereira Cap. VII – O paralítico de Kiev
1865, Kiev,na Rússia, Capitão Conde Dimitri Dolgorukov, oficial da Guarda Imperial Nicolau I Imperador da Rússia (1825/1855) dez anos, dores, mal do reumatismo ,revoltado .Homem belo, 42 anos nunca quis se casar.Em1868. Paralítico, na metade inferior do corpo, limitado a uma cadeira de rodas . Dois anos após morreu sua mãe.
Uma mulher faz falta, e falta desesperadora, na existência de um homem. E Dimitri só o compreendeu à beira dos quarenta anos de idade, após a morte de sua genitora. Seja ela a mãe, a irmã, a esposa, a amante ou a simples criada, há horas na vida de um homem em que a mulher é tão necessária ao seu trato que ele se desorienta e amarga tristeza lhe penetra o coração, desanimando-o, se não a vê servindo-o nas suas mil necessidades cotidianas. Quando contamos apenas vinte ou trinta anos de idade e vivemos ainda ao lado de nossa mãe e irmãs, amparados por seus múltiplos desvelos, não sabemos dar à mulher o seu devido valor. Quando possuímos um lar e temos a esposa como esteio das nossas fraquezas, lenitivo das nossas preocupações e companhia fiel do nosso repouso, também não saberemos reconhecer O tesouro que sua presença representa na existência, onde lutas diárias se multiplicam ao nosso derredor. Possuídos do tradicional egoísmo, que torna o homem feroz, acreditamos que assim mesmo é que deve ser, que merecemos tudo isso porque temos direito a tudo, e que elas, as mulheres, não cumprem senão um restrito dever, qualquer que seja a sua condição no lar, aturando as nossas impertinências e ingratidões e nos adorando humildemente, como o cão fiel que nos lambe as mãos e os pés em muda veneração, não obstante o mau trato que recebe.
Sondai, porém, o coração do homem que, por qualquer circunstância, vive só, desacompanhado dessa vigilância enternecida e passiva que sua mãe, sua esposa ou sua amante lhe concedem. Indagai dos sentimentos de um homem enfermo, que não encontra ao seu redor a mão suave e branda que lhe ajeite as cobertas no inverno, que lhe sirva e adoce o chá, como se o fizesse a uma criança, ou lhe alise os cabelos com ternura, tentando adormecê-lo. E, então, compreendereis que ele se sentirá o maior dos desgraçados, embora não o confesse jamais, porque o homem é orgulhoso sempre e não confessa que necessita do auxílio da mulher para se sentir feliz.
Melania, governanta 30 anos, cuidava dele com carinho,rapaz de 10 anos filho do intendente, viu ele maltratando o pai, disse a ele” Pelo fato de ser doente o senhor não precisava ser assim tão rude para com o coitado do meu pai… O meu irmão também é paralítico, e em muito piores condições… No entanto, jamais alguém o ouviu queixar-se ou pronunciar uma palavra impaciente contra quem quer que fosse. ..
Peters Fedorovitch, filho do intendente. Tem um irmão doente?.. . assim como eu… paralítico ?… Meu irmão mais velho é paralítico. Chama-se Yvan Fedorovitch. E a paralisia ?… Igual à minha ?.. Muito pior…
Ele nem sequer se movimenta com os braços, a cabeça e o corpo. Somente com os olhos e a boca. É resignado e paciente. Tem Vinte anos. Na manhã seguinte, Chamou o criado foi visitar o doente
1ª VISITA = Diante do irmão de Peters, Dimitri observou que o semblante do enfermo era sereno, que seus olhos eram grandes e muito inteligentes, e a voz mansa e suave como a de uma criança.
Eu de forma alguma me julgo desgraçado. Outros existem tão mais destituídos do que eu, que, pensando neles, antes me considero bem feliz.
Nada me falta, servido a tempo por dez mãos prestativas, bem alimentado, bem agasalhado no inverno, Falta-me só a saúde para caminhar e trabalhar. Mas poderia ser pior… e este mundo é mesmo local de dores e aflições. O Tito Jerkov… Aquele, sim, é sofredor. Está doente há quase vinte anos… Fez a guerra da Criméia, como o senhor, e voltou de lá assim.
No dia seguinte foi procurar Tito,casebre pobre, não tinha quase nada.
2ª VISITA = Encontrava-se diante de um paralítico e cego que vivia só,dependia dos visinhos para trazer algum alimento e trocá-lo, vivia preso no leito. Se dizia feliz que nada lhe faltava
Mas como poderás sentir satisfeito, vivendo nestas condições e, além de tudo, completamente cego? …..porque ainda não viu as condições em que vive o Elias Peterof
3ª VISITA = Paralítico, cego, mudo e surdo, explosão fabrica de álcool. A mãe que odiava cuidar dele,
perguntou se ele conheceu, ou ouviu falar, do droguista Kozlovsky. Aquele sofre mais do que meu filho….
4ª VISITA = Leproso,cego tinha ajuda de um anão, conhecia a Doutrina dos Espíritos, havia sido IVAN O TERRÍVEL .Recebia correspondência de Alexandre Aksakof (pesquisador da Ciência Espírita e tradutor das Obras de Kardec para o idioma russo) e já estava expiando a 300 anos pelas crueldades praticadas. Volta para casa e pede para seu administrador cuidar de todos, construir casa melhor, dar conforto material, médicos, remédios etc…viaja para São Petersburgo em busca de conhecer Alexandre Aksakof
Materialização de sua mãe.
Fica certo, meu filho, de que me servi do pequeno Peters para lançar, no teu coração, a primeira advertência sobre a impiedade em que vivias, absorvido na revolta do próprio egoísmo, que te levava a supor seres o maior dos desgraçados, quando bem suavizada é a provação da enfermidade que te acometeu! Guiei-te, eu mesma, à peregrinação pela casa dos demais enfermos que visitaste, desejosa de que soubesses que — enquanto, rodeado de fausto e atenções, vivias blasfemando contra Deus —, dentro das tuas terras, ignorados pelo teu orgulho e pela tua indiferença, existiam aqueles que viviam no isolamento da miséria, mas também viviam com o coração humildemente voltado para Deus, .Medita sobre quanto há sucedido ao redor de ti nestes últimos dias, Dimitri… e observa que o Altíssimo se manifesta clemente para contigo em tudo o que te cerca… até mesmo nesta possibilidade que tiveste de me ver e ouvir. E curva-te, submisso, a essa paralisia que te permite ascensão para Deus, através da expiação de delinquências em vidas pretéritas. E aprende a ser conformado e paciente, porque, mesmo retido numa cadeira de rodas, como no fundo de um leito de dores, o homem poderá realizar obras que testemunhem boa-vontade em ser útil aos semelhantes, adornando a própria alma com virtudes que não poderia adquirir por outra forma.
Perdoa, querida mãe, e por Deus te peço que me ajudes na reforma que se impõe no meu caráter! Sim,! Somente agora, meditando sobre os enfermos que visitei, me caiu dos olhos a venda do orgulho que me cegava. Perdoa-me e ampara-me.
Voltando para casa fica sabendo que o leproso havia falecido.O Conde Dolgorukov casava-se com Melania, constrói hospital para abrigar necessitados, trabalha para a Divulgação do Espiritismo, custeando artigos, publicações, etc….
Dimitri se ressurgira para a prática dos deveres para com Deus, dedicando-se à reforma de si mesmo; dedicara-se também aos empreendimentos beneficentes que estivessem ao seu alcance, sempre lembrado da indicação recebida daquele capítulo 25:31 de São Mateus .. E porque entendesse que a origem da lepra reside na dívida consciencial do seu portador, e que, sem que existam motivos de expiação trazidos pelo Espírito para a nova reencarnação, como herança de vidas passadas, não haverá contágio,Entregou ao anão Karl a gerência do Hospital.( HOSPITAL KOZLOVSKY) No dia da inauguração do Hospital, já podendo locomover-se amparado por duas bengalas, porque renovou a sua mente e fortaleceu o seu sistema nervoso pela reforma moral que se impusera. Nasceu o filhinho com Melania.
EVOLUÇÃO PARA 3º. MILÊNIO PARTE IV – RENOVAÇÃO MENTAL – CAP. 6
NECESSIDADE DA AUTO-EDUCAÇÃO
Homens e mulheres são espíritos imortais encarnado em trabalho de auto-aperfeiçoamento, que objetiva alcançar uma vida mais ampla e feliz. A grande maioria negará isso, preferindo acreditar na desordem e na injustiça aparentes no plano material. A verdade, porém é que todos acabarão reconhecendo tal fato e começarão a esforçar-se por progredir individualmente; até chegar esse momento, a Lei promove as condições propícias e a pessoa vai sendo empurrada para frente, seja como for. O ser humano atingiu imenso cabedal intelectual. …É verdade que o progresso moral não acompanha o progresso intelectual; mas isso deve-se à vontade individual, que leva a querer permanecer nos velhos caminhos já muito percorridos no passado. Podendo decidir por si mesmo a enfrentar as conseqüências do que faz, não é lícito esperar receber tudo pronto quando se trata do próprio crescimento espiritual. A educação externa é muito importante, mas quando a pessoa já pode caminhar sozinha precisa assumir a direção do aprimoramento de si mesma. .Cada filho de Deus recebeu a incumbência de construir a própria personalidade, que deve ser produto de seus esforços pessoais: ….
Reconhecer as próprias imperfeições e fraquezas já é um “progresso admirável”, dizem André Luiz e o Irmão X (Estante da Vida) , visto conduzir à busca do aperfeiçoamento moral. Para aqueles que mantêm toda atenção e atividade concentradas na vida material de cada dia, conhecimentos espirituais serão, no máximo, sementes para futuro desenvolvimento. Dificuldades há e não poucas. Não se iluda o candidato à reforma íntima quanto à rapidez da colheita. O que levou séculos para alojar-se no espírito daí não sairá de um dia para o outro a golpes de vontade. As pessoas que, a meio caminho do aperfeiçoamento, se empenham por se melhorar moralmente, muitas vezes vêem seus esforços frustrados porque o passado ainda exerce grande domínio e submete-as à sua tirania. Sucede que impulsos possantes as levam a agir de maneira diversa da que desejariam. Essas quedas rápidas e imprevisíveis causam aborrecimento ou perturbação, mas exigem paciência e humildade para que, no curso dos anos possam ir rareando. É aquele conflito moral entre o que somos e o que deveríamos ser. Temos ai o bom combate contra si mesmo.. (2 Timóteo 4:7 )Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Nesta luta pela reforma interior; trata-se de expulsar, do campo mental, velhos hábitos menos dignos, vícios emocionais e sentimentos inferiores; de trocar necessidades enfermiças e impulsos compulsivos por atividade espontânea e normal. É procurar novas maneiras de pensar e viver, tomando como base princípios mais fecundos, de modo a obter autodomínio e equilíbrio emocional.
Disse o Mestre da Humanidade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” – é pelo estudo e prática dos ensinamentos morais contidos no Evangelho que se poderá ser bom e cumprir os deveres.
Afiança o nosso amigo André Luiz (Falando às Almas) que tal pessoa alcançou a fase em que o espírito precisa libertar-se do personalismo e do egoísmo que lhe restringem a atividade, a expansão. Aquela tristeza, ansiedade, inquietude vaga, aqueles males indefinidos, mas que impõem profundo sofrimento, “são os apelos do teu espírito, clamando por exteriorizar seus potenciais de ação construtiva” Urge a renovação íntima, a Presença Divina, a adesão aos ensinos do Cristo, a prática do estudo e do serviço útil (caridade), a oração e a meditação. Não podemos ir nos deixando ficar para trás, presas da preguiça mental, fugindo ao dever de aprimorar o espírito imortal.. Cada um é o artífice do próprio progresso e, pois do destino pessoal.” André Luiz diz (Sinal verde) que a felicidade “reside com endereço exato na consciência tranquila”. Certamente, tal mercadoria não se acha exposta na Terra! Observe que para alcançar a felicidade nem é preciso passar fome num deserto, nem frio numa geleira; não é mister mudar o estilo exterior de vida nem de emprego ou deixar de comer carne. O problema não é exterior é interior, questão da atitude mental.
EMMANUEL – CAMINHO, VERDADE E VIDA, CAP.92 – MADALENA
“Disse-lhe Jesus: Maria! — Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre!” – (JOÃO:20:16.)
Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos a indagar por que não teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de Mãe ou aos discípulos amados… Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova, ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível obsediada de Magdala.
Nem mesmo “morta” nas sensações que operam a paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor de sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou a João, à sua Mãe ou aos amigos.
Todavia, é igualmente razoável reconhecermos que, com o seu gesto inesquecivel, Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro das vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor.
OS TRÊS PASSOS DO AUTOCONHECIMENTO = IRMÃO JOSÉ
Poderíamos, numa ligeira síntese do que se encontra exposto no livro, afirmar que os 3 passos do Autoconhecimento se encerra na inesquecível máxima que Jesus enunciou: “Amarás o senhor teu Deus de Todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Irmão José – Uberaba-MG, 11 de agosto de 2003.
1º. Passo :Pg 42 : Conflito Inevitável
O caminho do autoconhecimento é repleto de percalços. A princípio, à medida que avança no conhecimento de si, o homem se surpreenderá com o quase total desconhecimento que revela de seu próprio “eu”. É que, até então, ele nunca havia se introjetado. Há milênios, desde que vive, vive para fora de si. Os seus sentidos físicos o colocam em contato com o mundo exterior. A cultura materialista, que lhe nega a essência, e a formação religiosa que lhe situa o Céu alhures, o escravizaram a interesses subalternos. O “ter” sempre oprimiu e sufocou o “ser”. Não é realmente fácil essa reorientação de sentido de vida, a que o homem vem aspirando. O Conflito se faz inevitável. Narra-nos o Evangelho que, de sua entrevista com Jesus, o jovem rico “retirou-se triste”, porque, para alcançar a vida eterna, não se sentia capaz de maior renuncia.
2º Passo : Pg 68: Por conveniência: Além da morte do corpo, o homem se despoja de todo disfarce. Feliz, pois, daquele que não se ilude, adornando-se de virtudes que não possui. Que o homem não tema confessar a si mesmo as suas fraquezas. Um dia, todas as chagas humanas haverão naturalmente de se expor. Em que não se admite doente, a doença se cronifica.Os erros que o homem mais facilmente detecta nos outros são aqueles que já pode identificar em si. E, por conhecê-los bem, é capaz de defini-los com impressionante precisão. Portanto o homem, quando fala do homem, falando de si mesmo, presta àquele de quem fala inestimável favor. As críticas são lunetas que o observam por ângulos a que não está habituado se ver. Por ignorância , ou, o que é pior, por conveniência.
3º. Passo: pag 88: Homem-Velho: Sem que identifique os seus pontos falhos, o homem não avança na senda do aperfeiçoamento. Conhecer-se em seus defeitos é mais importante que conhecer-se em suas virtudes. “O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em principio aniquila, por essa única razão, os méritos que efetivamente pode ter.” Quem já não se compraz no homem-velho nunca mais voltará a ser o que era. Poderá, inclusive, por um tempo mais ou menos longo, continuar a lhe sofrer a influência, mas não se deixará dominar. É que em seu espírito se operou uma cisão definitiva. E o inimigo posto, assim, a descoberto, já não se lhe constitui em obstáculo à vitória.
Conclusão Pg 125: Aceitação e Mudança : O homem que não se aceita como é, há de ser sempre o mesmo. Não efetuará em si as mudanças que deseja. Porque, se ele não se apassiva na aceitação, não se ativa em sua vontade de transformação. Amargura é revolta. Falta de serenidade é arrogância. Toda renovação é do centro para a periferia, mas, não raro, o estímulo que a promove dá-se em sentido inverso. Assim, o homem deve começar a concretizar com as mãos, ao derredor de si, o que ainda não pode fazê-lo de maneira transcendente. Servir, não com a finalidade de ser servido, mas com a de servir. Auxiliar-se, auxiliando. Admitir-se com todos os seus vícios, para a partir disso, conquistar a sua primeira virtude.
“O CONFERENCISTA ATRIBULADO“
Gustavo Torres, em seu gabinete de estudo, alinhava preciosos conceitos sobre a arte de ajudar.
Espírita conciso, atendendo às exigências do próprio ideal, enfileirava tranqüilo, frase primorosas para o comentário evangélico que pretendia movimentar na noite seguinte.
Depois de renovadora prece, começou a escrever, sentidamente:
– O próximo, de qualquer procedência, é nosso irmão, credor de nosso melhor caminho.
– O caluniador é um teste de paciência.
– se alguém aparece, como instrumento de aflição em tua casa, não fujas ao exercício da tolerância.
– A calma tonifica o espírito. . .
Nesse momento, a velha criada veio o trazer o chocolate, sobre o qual, sem que ela percebesse, pousara pequena mosca, encontrando a morte.
Torres notou o corpo estranho, e, repentinamente indignado, bradou para a servidora:
– Como se atreve a semelhante desconsideração? Acredita que eu deva engolir um mosquito deste tamanho?
Impressionada com o golpe que o patrão vibrara na bandeja, a pobre mulher implorou:
– Desculpe-me, senhor! A enfermidade ensombra os olhos. . .
– Se é assim – falou áspero – fique sabendo que não preciso de empregados inúteis…
Nesse momento, o recinto foi invadido pelo estrondo de um desmoronamento.
Um caminhão, bateu contra o muro da sua residência.
O dono da casa desceu para a via publica, como se fora atingido por um raio.
Abeirou-se do motorista mal trajado e gritou, colérico. – Criminoso! Que fizeste?
– Senhor – rogou o mísero -, perdoe-me o desastre. Pagarei as despesas de reconstrução. Tenho a cabeça tonta com a moléstia de meu filhinho, que agoniza, há muitos dias . . .
– Desgraçado! O problema é seu, mas o meu caso será entregá-lo a policia.
Com a chegada da polícia, Torres regressou ao gabinete, qual se estivesse acordando de um pesadelo. . .
Da mesa, destacava-se minúsculo cartaz, em que releu a frase grafada por ele mesmo:
– “Quando Jesus domina o coração, a vida esta em paz. “
Atribulado, sentou-se.
Deteve-se novamente, na frase preciosa que escrevera, reconheceu quanto é fácil é ensinar com as palavras e quanto é difícil instruir com os exemplos, e, envergonhado, passou a refletir. . .
FINAL
PAULO I CORINTIOS 11:28
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disto há entre vós muitos, fracos e doentes, e muitos que dormem.
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
(A palavra não precisa nos exortar a examinarmos os outros, porque a natureza humana possui uma inclinação natural para fazer isso. É fácil para nós encontrarmos erros nos outros. O difícil é encontrarmos em nós mesmos )
Os navios usam os faróis costais como referências para definirem seus trajetos e para se orientarem em meio à tempestades. O melhor momento de verificar essas referências e essas bússolas, é em tempos de bonança, tempos de tranqüilidade.
Por isso Paulo nos exorta a revermos a nossa fé. Por isso somos incentivados a avaliarmos o caminho que temos percorrido, para que não tenha sido em vão.
“Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos” Salmos 26:2
PSICOGRAFIA 29/ 12/ 2014 = PADRE JOSÉ / Tarcila
Boa noite, meus filhos! Que a luz de Nosso Mestre Jesus vos ilumine verdadeiramente a todos, aliviando seus corações de todas as dúvidas, de todas as dores, próprias da vivência material.
Queridos irmãos,
Vós sois os trabalhadores da última hora? Será que estão a todo tempo disponíveis para a obra do Senhor? Como na parábola? Ou sois os trabalhadores da única hora? A hora de vir à reunião no Centro Espírita?
Vejam a cada dia vossas atitudes. Se esqueceis de orar, de buscar o equilíbrio, se esqueceis de ampliar vossa dedicação ao próximo, postergando essa ação para quando for conveniente; se esqueceis de redobrar a atenção sobre vós mesmos e vossos pensamentos, vossos desejos; se esqueceis de conectar vosso coração a Deus a cada dia, ao amanhecer, ao entardecer e ao anoitecer.
Se, apenas vos lembrais de pensar na vida espiritual durante o horário das reuniões, quando conseguem; então meus filhos, não sois os trabalhadores da última hora, mas da única hora.
E lhes convido e conclamo a retomarem vossos princípios espíritas. Não deixemos que o Amor a Deus, à Jesus e à Verdade dos espíritos se torne morna em vossos corações. Que caia na ação cotidiana, desvalorizando cada um dos ensinamentos trazidos pelo Senhor Jesus.
Vamos nos lembrar, irmãos meus, vamos aquecer nossos corações a toda hora! Vamos conversar com o Pai da forma mais íntima e devotada possível.Vamos aquecer a nossa fé!
Vamos fortalecer nossas crenças. E isso se faz pelo estudo, sim, também. Mas, principalmente neste caso, pela Vontade! Domando nossa vontade, disciplinando nossos corações ao contato do calor de Jesus.
Como uma mão amiga, que possamos criar o hábito de afagar. Para que no dia em que não a busquemos, nosso próprio coração sinta falta. Se não nos disciplinarmos neste contato, não sentiremos falta nunca, ou, apenas nos dias de sofrimento. Pois apenas aquele que une o seu coração ao Senhor em todos os dias da vida, poderá ser considerado como trabalhador da última hora, que se manteve à disposição do Senhor no decorrer das horas.
O trabalhador da última hora não estava distraído. Estava à espera de poder servir. Não estava cuidando de si mesmo, ou passeando, ou brincando, ou conversando com amigo. Estava apenas à espera do trabalho.
Quando nosso coração se coloca à disposição, nos distraímos menos!
Fiquem com Deus, hoje e sempre, e atentos, Pois o Senhor a qualquer hora vos chama!
Amém,
Padre José
Sueli Padilha – Centro Espírita Dr.Leocádio Correa/Bauru/SP – Bauru, 25/Fevereiro/2015