Consciência Culpada – palestra 29.09.21
CONSCIÊNCIA CULPADA
CELC – 29.09.21 – Jane
O dicionário define a palavra “culpa”, como responsabilidade de uma ação que gerou dano ou prejuízo ao outro./ https://www.dicio.com.br Ângelis/ Conf. Ex:: A culpa é resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, voltada para dentro, em forma de sensação de algo que foi feito erradamente.
Hammed: Culpa quer dizer paralisação das nossas oportunidades de crescimento no presente em consequência da nossa fixação doentia em comportamentos do passado.
Quem se sente culpado se julga em “peccatum”, palavra latina que quer dizer “pecado ou culpa”. Logo, todos nós vestimos a densa capa da culpa desde a mais tenra infância. Certas religiões utilizam-se frequentemente da culpa como meio de explorar a submissão de seus fiéis. Usam o nome de Deus e suas leis como provedores do mecanismo de punição e repressão, afirmando que garantem a salvação para todos … que forem “tementes a Deus”.
Ângelis/Conf. Ex: Quando isto ocorre, o indivíduo experimenta insopitável angústia, e procura recurso de autopunição como mecanismo libertador para a consciência responsável pelo delito que ninguém conhece, mas se lhe encontra ínsito no mapa das realizações pessoais, portanto, intransferível.
… Duas são as causas psicológicas da culpa: a que procede da sombra escura do passado, da consciência que se sente responsável por males que haja praticado em relação a outrem e a que tem sua origem na infância, como decorrência da educação que é ministrada.
Apresenta-se como uma forte impregnação emocional, em forma de representações ou ideias (lembranças inconscientes), parcial ou totalmente reprimidas, que ressurgem no comportamento, nos sonhos, com fortes tintas de conflito psicológico.
Na segunda hipótese, a má formação educacional, especialmente quando impede a criança de desenvolver a identidade, conspira para a instalação da culpa.
Ex: Você ainda me mata do coração!”, tática muito comum para manter sob controle uma pessoa rebelde; ou dos filhos que aprenderam a tramóia da culpa, para obter aquilo que desejam: “Os pais de minhas amigas deixam elas fazer isso”. Culpar não é um método educativo, nem tampouco gerador de crescimento, mas um meio de induzir as pessoas a não se responsabilizar por seus atos. O CULPADO OU O QUE SE SENTE, POR SE ACHAR INJUSTIÇADO OU PERSEGUIDOS TAMBÉM CULPAM OS OUTROS: PESSOAS, SOCIEDADE E RELIGIÃO.
EXERCÍCIO DE SE AUTO- OBSERVAR DIA A DIA
Hammed: Dar importância às culpas é focalizar fatos passados com certa regularidade, sempre nos fazendo lembrar de alguma coisa que sentimos, ou deixamos de sentir, falamos ou deixamos de falar, permitimos ou deixamos de permitir, desperdiçando momentos valiosos do agora, quando poderíamos operar as verdadeiras bases para nosso desenvolvimento intelecto-moral. “Ninguém que lança mão ao arado e olha para trás é apto para o reino de Deus”. Olhando para trás, a alma não caminha resoluta e, consequentemente, não se liberta dos grilhões do passado. Todos nós fomos criados com possibilidades de acertar e errar; por isso, temos necessidade de exercitar para aprender..
Diálogo com as Sombras: Por outro lado, a culpa, o pavor, a timidez, que têm raízes próximas a partir da vida intrauterina – consciente individual – procedem, quase sempre, de atitudes indignas que foram praticadas em existências transatas, passando ignoradas por todas as pessoas menos por seu autor, que os transferiu, na condição de conflito, de uma para outra existência corporal.
Para que a culpa apareça, torna-se necessária a presença de Deus na consciência, mesmo que sem dar-se conta, porque é através da Sua transcendência que o indivíduo possui o padrão interno do que é certo e do que é errado.
JER 31:33 … diz o Senhor: Colocarei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
A doutrina espírita nos ensina que estamos em evolução e que vivemos em um planeta de provas e expiações. Então, a partir do momento em que erramos, devemos aprender e reconhecer as nossas falhas, assim como temos que aprender a compreender que somos filhos de Deus.
AÇÃO E REAÇÃO – ANDRÉ LUIZ, sumário: Os Espíritos que na vida física atendem aos seus deveres com exatidão, retomam pacificamente os domínios da memória, tão logo se desenfaixam do corpo denso, reentrando em comunhão com os laços nobres e dignos que os aguardam na Vida Superior, para a continuidade do serviço de aperfeiçoamento e sublimação que lhes diz respeito; contudo, para nós, consciências intranquilas, a morte no veículo carnal não exprime libertação. Perdemos o carro fisiológico, mas prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa, meu amigo, é sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão. (Grifo nosso)
LIBERTAÇÃO – CAP 11: A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos dentro de nós mesmos. Grifo nosso)
Evol. Em 2 Mundos/André Luiz: Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos… E entendendo-se que a Civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisiopsicossomática do espírito humano as aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica.
De acordo com Joanna de Ângelis, por meio da culpa somos manipulados consciente ou inconsciente por outras pessoas, crenças religiosas, por conta das nossas atitudes sociais, etc. essas pessoas acabam gerando outros sentimentos, por exemplo, angústia, vingança, egoísmo, depressão. Como no livro Momentos de Meditação: “A culpa surge como forma de catarse necessária para a libertação de conflitos. Encontra-se insculpida nos alicerces do espírito e manifesta-se em expressão consciente ou através de complexos mecanismos de autopunição inconsciente. Geradora de graves distúrbios, a culpa deve ser liberada a fim de que os seus danos desapareçam”.
CULPA CONSCIENTE E INCONSCIENTE
Bastou iniciar a reforma íntima que nos deparamos com vários sentimentos a serem libertos do porão de nosso subconsciente ”SOMBRAS”. Armazenados, como memórias de dor, mágoas, entre outros que um dia precisarão ser libertados. No livro Mereça ser feliz, cap. Silenciosa Expiação, o espírito de Ermance Dufaux esclarece que “Todo esforço de transformação interior gera reações penosas no controle dos impulsos do automatismo”. Ex. Bateu… levou (Grifo nosso)
Renovar é uma operação mental de contrariar a rotina, o habitual, gerando incômodos e dores variadas… A mudança interior significa o desapego de símbolos, mitos, costumes, ações e emoções. Essa ação leva a sentimentos de perda que se assemelham a verdadeiras “amputações psíquicas e afetivas”, causando, inicialmente, muita insatisfação, insegurança e revolta…. “perda do homem velho” para fazer a “aquisição do homem novo”,… Essa mudança, aliás, tem como único propósito nossa adesão consciente e espontânea à verdadeira fonte de vida e felicidade: a harmonia com o Pai que nos criou. (Grifo nosso)
Certamente alguns quadros mentais, incluindo doenças, podem conjugar-se aos efeitos do processo de reforma íntima,… Entre esses quadros vamos encontrar as questões traumáticas da infância, o estresse, as depressões, as influências espirituais (obsessores nos fazendo lembrar de nossos erros ou não), as recordações do passado em forma de tendências e ideias. Todavia, independentemente da natureza patológica da dor, chamemos de “pressões psíquicas” essas dores aparentemente inexplicáveis e catalogadas por muitos psiquiatras humanos como desajustamento ou fragmentação da personalidade. (Grifo nosso)
doloroso “expurgo vibratório” sob intenso “estado de pressão”…
Destaquemos alguns sintomas típicos desse mecanismo sutil do mundo mental que ocasiona a dor-evolução:
– Estado íntimo de desconforto e desassossego quase permanente.
– Sensação de perda de controle sobre a existência.
– Preocupação inútil sem causas justificáveis.
– Desordem nos raciocínios.
– Conflitos afetivos sem participação da vontade.
– Tendências acentuadas para a culpa.
– Processos físicos de drenagem de energias.
– Ansiedade de origem desconhecida.
– Medos incontroláveis de situações irreais.
– Irritações sem motivos claros… Entre outros
É um sofrimento muito sutil, que dificulta para a maioria das criaturas uma identificação plena do que ocorre consigo mesmo. Somente as incursões constantes e perseverantes na autoanálise ensejarão, (OBS. minha: e nas reuniões e estudos nos grupos da casa espírita), pouco a pouco, o discernimento e a constatação de semelhante prova da vida íntima. É tão sutil que muitos corações “acostumam-se” com os traços expiatórios descritos, supondo serem imperfeições integrante da sua personalidade, quando, em verdade, são reflexos e efeitos que podem perfeitamente serem educados e extirpados… “com a vontade ativa e consciente”.(Grifo nosso)
ARREPENDIMENTO
ESE, cap. XIV-item 9. “Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceita com o pensamento em Deus.”
LE Q. 992: Que consequência produz o arrependimento no estado corporal?
“Fazer que, já na vida atual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas. Quando a consciência faz uma censura e mostra uma imperfeição, o homem pode sempre melhorar-se.”
Ermance: A qualidade comum que estimula os passos da grande maioria das criaturas que agasalham a convicção nos princípios espíritas é o arrependimento… (Grifo nosso)
Para muitos, arrependimento é também um estado mental consolidado, que funciona como uma âncora de segurança e um impulso para a caminhada evolutiva das almas submissas aos grilhões da culpa,... Muita vez, para alcançar semelhante estágio, a criatura precisa padecer longamente até saturar-se no “cansaço espiritual”, passando a nutrir o desejo de melhora e progresso… (Grifo nosso)
Três são os traços (psicológicos e emocionais) que caracterizam o arrependimento: desejo de melhora, sentimento de culpa e esforço de superação. Se tirarmos o esforço de superação dessa sequência teremos o cruel episódio mental do remorso, ou seja, os arrependidos que nada fazem para se melhorar.
O desejo de melhora no estágio em que nos encontramos está, quase sempre, sob o jugo da vaidade e pode expressar-se por mecanismos psicológicos variados. Desejar melhora é ter que reconhecer a própria penúria moral,… É doloroso o encontro com as sombras interiores, mesmo quando queremos sinceramente nos ver libertos delas.
O impulso para crescer espiritualmente para nós é um desafio de proporções sacrificiais. Chamemos de “neurose de perfeição” ou perfeccionismo a necessidade obsessiva de fazer o bem com exatidão, uma profunda inaceitação de suas falhas e as dos outros, gerando melindre e intolerância, face ao nível de exigência e cobrança para consigo e com o mundo à sua volta. A angústia decorrente do contato com o ego, o homem velho que queremos transformar, leva a ativar mecanismos de defesa para “acobertar” essa inferioridade que detectamos em nós; então entra em ação o orgulho, criando uma falsa imagem, uma imagem idealizada com a qual procuramos nos forrar de ter que olhar e admitir a pequenez da qual somos portadores. Essa luta nos recessos dos sentimentos e do pensamento traz à baila o conflito, a insatisfação e todo tipo de incômodo interior… Damos o nome de sentimento de culpa a todo esse conjunto de reações emocionais, quase sempre “indefiníveis” para quem os sofre. (Grifo nosso)
O sentimento de culpa tem camuflagens e nuanças muito versáteis. Deixemos claro que em nosso estágio de aperfeiçoamento podemos tomá-lo como um fator de impulsão para a melhora. Se a criatura arrependida não sentisse culpa, não garantiria a continuidade de seu progresso e desistiria, optando pela loucura ou pela queda moral. Digamos que a culpa é uma energia intrusa, porém necessária na sustentação do desejo de melhora. Jamais tomemo-la, no entanto, como essencial, porque é um sentimento aprendido, um resultado de vivências anteriores e não uma virtude… Suas manifestações podem ser percebidas na autopunição, no sentimento de desmerecimento e desvalor, nas fantasias de carma e dor, nas posturas de vítimas da vida, na inconformação, no azedume sistemático, nas crises de autopiedade ou ainda nos hábitos da lamúria e da queixa. É só estudar com atenção e perceberemos as relações entre esses processos de culpa e o orgulho que gerencia os mecanismos de defesa como, por exemplo, a “projeção” (Trave e o cisco), que se constitui de transferir para fora aquilo que não estamos suportando em nós mesmos, constatando nos outros o que não queremos ver em nossa intimidade. (Grifo nosso)
O esforço é a ação que promove o equilíbrio no processo do arrependimento. Não existe arrependimento real sem reparação. Querer melhorar, sentir-se culpado e nada fazer é muito doloroso. Eis aqui a importância dos serviços de amor ao próximo que alivia e consola alguém, mas que também estabiliza os níveis energéticos de quem o realiza. É comum verificarmos companheiros de ideal doutrinário orando compungidamente e indagando o que falta para sentirem-se melhor e mais felizes, considerando que estão no esforço educativo e no trabalho do bem. Oram sofregamente e com certa dose de desespero, sem saber ás razões de seus sentimentos de culpa, insatisfeitos com a sua realidade inferior diante de tanta luz que possuem no cérebro com os conhecimentos espíritas. Todavia, assinalemos, a quantos vivem esses instantes de angústia e solidão das experiências evolutivas, que esse é o caminho dos arrependidos. A felicidade vem logo a seguir quando se consegue superar as refregas, sem desistir dos ideais. Sem exageros, digamos que esses estados doridos assemelham-se a uma “loucura controlada”...Só existe uma solução: a oração do alívio seguida da perseverança libertadora.
Por isso, não permitamos nos enganar com virtudes que ainda não conquistamos, guardando a certeza de que evitar o mal é uma parte do retorno para Deus, porque o que realmente nos conferirá autoridade e paz perante a consciência será o volume e a qualidade do bem que fizermos o quanto antes.
Em Lucas, 15:7- “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. E ainda em Lucas 15: 11 no mesmo capítulo temos um bom exemplo dado por Jesus sobre o arrependimento e a culpa.
A PARABOLA DO FILHO PRODIGO– Um homem tinha dois filhos — narrou Jesus —. Disse o mais moço a seu pai: – Meu pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Ele repartiu os seus haveres entre ambos. Poucos dias depois o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para um país longínquo, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome e ele começou passar necessidades. Foi encontrar-se com um dos cidadãos daquele país e este o mandou para os seus campos guardar porcos. Ele queria matar a fome com a comida dos porcos, mas ninguém lhe dava nada. Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui morrendo de fome! Vou me levantar e irei até meu pai e lhe direi: — Pai, pequei contra o céu e contra o senhor. Já não mereço ser chamado seu filho; trata-me como um dos seus empregados. Levantando-se, foi para seu pai.
Ele ainda estava longe, quando seu pai o viu. E encheu-se de compaixão, e, correndo, o abraçou, e o beijou com ternura. Disse-lhe o filho: — Vai, pequei contra o céu e contra o senhor. Já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: — Tratei-me depressa a melhor roupa e vesti-la, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pês; tracei também o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a regozijar-se. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltou e foi chegando a casa, ouviu a música e a dança, e chamando um dos criados, perguntou-lhe o que era aquilo. Este lhe respondeu: — Chegou teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; e saindo seu pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: — Eu há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos, mas quando veio este teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado. Replicou-lhe o pai: — Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; entretanto, cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou.
De Ângelis “Em busca da Verdade” explica sobre a parábola do Mestre: Na parábola de Jesus, o ego do jovem filho é perverso e ingrato. Ao solicitar a herança que diz pertencer-lhe, inconscientemente deseja a morte do pai, que seria o fenômeno legal para conseguir a posse dos bens sem qualquer problema. Mascara o conflito sob a justificativa inapropriada de querer desfrutar a juventude, em considerando que mesmo na idade provecta, o genitor não morria… Logo depois, viajando para um país longínquo procura arrancar as raízes existenciais…
Jesus deixa transparecer na expressiva parábola, que simboliza todos nós, o caráter terapêutico, quando o filho volta em busca da paz (e da saúde), embora humilhado, mas certo de ser recebido na casa do Pai.
Por muito tempo estabeleceu-se que a humildade deve ser vivida em forma de desprezo por si mesmo… O autoabandono, a autodesconsideração e o autodesprezo tinham prioridade na conduta do adepto religioso, no passado,… Pessoas amargas, que mantinham autorrejeição, refugiando-se em falsas justificativas religiosas, procuravam escamotear a mágoa em relação às demais, a raiva contra si mesmas e os outros, negando-se a felicidade, que acreditavam não a merecer, porque se encontravam sob o impositivo da sombra ancestral, defluente das culpas dos atos ignóbeis praticados em existências anteriores…(MEREÇA SER FELIZ).
Esse Pai, no entanto, deseja a felicidade do filho, ele pode estar configurado no superconsciente, em expectativa agradável de que tudo será resolvido, e para que isso ocorra, compreende as desilusões e as experiências malogradas que aquele viveu, não lhe aumentando a carga de culpa nem de remorso, antes liberando-o … A culpa do filho pródigo cedeu lugar à confiança do amor do pai,… Esperava ser tratado como empregado, porque a culpa estava nele insculpida,…
Ex: Os fariseus que não atiraram as pedras, As meretrizes e os publicanos entrarão primeiro no Reino de Deus”….
Essa parábola explica claramente o processo do deotropismo, isto é, fomos criados por Deus, portanto, saímos “das suas mãos”, mas, por imaturidade e ignorância, perdemo-nos na estrada da evolução e afastamo-nos dEle, até o momento em que, extenuados pelo sofrimento e famintos de amor e conhecimento, caímos em nós e optamos por voltar à casa do Pai Celestial, que, generoso e confiante, sempre nos aguardava.
Joanna chama de “Despertar da consciência” : A consciência desperta quando identificamos que somos Espíritos imortais a caminho da plenitude e que a vida no corpo tem um sentido ético, devendo abranger o crescimento intelecto-moral.
Obviamente que é o primeiro passo na direção de regresso a Deus, pois outros desafios evolutivos surgirão, tais como, libertar-se dos conflitos cultivados, harmonizar o eixo ego-self, eliminar os defeitos morais e converter o despertar da consciência em atitudes renovadas sob a égide do amor. Joanna de Ângelis fala do “Eu-Angélico” (recursos divinos em nossa intimidade), que estimula a culpa, pois a presença desta é sinal de instalação do despertar da consciência, que nos aponta o certo e o errado, o bem e o mal proceder.
No capítulo quarto da citada obra, Joanna de Ângelis compara o despertar da consciência com o mito da expulsão do paraíso.
Enquanto vivemos, simbolicamente, no jardim do Éden, o ego (carga de egoísmo presente no inconsciente, fruto da evolução nos reinos inferiores da criação) toma todo o espaço do Self (ser espiritual que contém o germe divino para a plenitude), gerando uma vida materialista, de acomodação e deleite. Era a conduta do filho pródigo, cuja consciência ainda estava adormecida.
Paulo ao cair em si, verbalizou “já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim.
Diante da presença da culpa, cabe-nos não repetir o erro e reparar o mal causado, se possível. Caso não seja, basta fazer o bem em favor de alguém ou da vida, porquanto a ação fraterna é ponto positivo na contabilidade divina a anular ou amenizar o mal causado (o amor cobre a multidão de pecados – Pe).
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará” dos equívocos, da ignorância. Naturalmente, chegará um momento da evolução em que não mais precisaremos sofrer, pois a consciência e a conduta estarão perfeitamente afinadas com as diretrizes do evangelho./
Trechos desta página baseados no Artigo http://www.oconsolador.com.br › alessandro_paula
A culpa não liberada /J. Ângelis- Conflitos existenciais: Acabrunha e desarticula os mecanismos da fraternidade, tornando o paciente arredio e triste, quando não infeliz e desmotivado.
As suas ações tornam-se policiadas pelo medo de cometer novos desatinos e quase sempre é empurrado para a depressão. Esse medo muitas vezes é expandido ou incentivado pelos nossos inimigos de passado que se tornam obsessores, e que também carregam em si muitas culpas e projetam nos outros suas dores.
Diálogo com as Sombras: O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, é, em verdade, alguém colhido pela própria aflição. Na existência terrena experimentou injunções que o tornaram rebelde… Vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu a responsabilidade de seu fracasso a outra pessoa que, por circunstância qualquer, interferiu negativamente na mecânica de seus malogros, pois é mais fácil encontrar razões de desdita em mãos de algozes imaginários, do que reconhecer a pesada canga de responsabilidade que deve repousar sobre os próprios ombros, como consequência de nossas atitudes infelizes. Deambulando na névoa da inconsciência, com os centros do discernimento superior anestesiados pelos vapores das dissipações e loucuras a que se entregou, ele imanta-se por processo de sintonia psíquica ao aparente verdugo, conservando no íntimo as matrizes da culpa, que constituem verdadeiros “plugs” para a sincronização perfeita entre a mente de quem se crê dilapidado e a consciência dilapidadora. (Grifo nosso)
Muitos espíritos se tornarão obsessores pelo distanciamento da prática das Leis Divinas, como assevera Manoel Philomeno De Miranda: “Somente há obsidiados e obsessões porque há endividados espirituais, facultando a urgência da reparação das dívidas”. Todo problema de obsessão redunda, pois, em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal, espiritual. Como ninguém se libera da conjuntura da consciência culpada, onde esteja o devedor aí se encontram a dívida e, logo depois, o cobrador… Assim, graças às condições que facultam ligações recíprocas entre os envolvidos na trama das dívidas, eles retornam ao mesmo sítio e se reencontram, para que, através do perdão e do amor, refaçam a estrada interrompida … (Prolusão, pp. 20 e 21).Ex. da mulher que vira loba/licantropia – libertação, André luiz
… os hipnotizadores e magnetizadores das trevas…, manipulam com extrema habilidade os dispositivos da culpa e da cobrança, ou seja, a própria lei de causa e efeito. O Espírito culpado, convencido dessa culpabilidade, cede e entrega-se.
Então se pensarmos que estamos em planeta de expiações e provas, todos ainda carregamos em nossa subconsciência erros a serem expiados, aprendizados a serem desenvolvidos e culpas a serem liberadas e que estas poderão submergirem à consciência para serem resolvidas, a medida de nossa capacidade moral para suportar as dores dessa ebulição, já que hoje estamos melhores que a 100 anos atrás. LEMBREMOS
Q 975 LE:… O Espírito sofre por todo o mal que fez, ou do qual foi a causa voluntária, por todo o bem que poderia ter feito e que não fez, e por todo o mal que resulta do bem que ele não fez. O Espírito errante não tem mais véu, está como saído do nevoeiro e vê o que o afasta da felicidade. Então, sofre mais, porque compreende quanto é culpado. Para ele não há mais ilusão: vê a realidade das coisas.
Q 954- Uma imprudência que compromete a vida sem necessidade é repreensível?
Não há culpabilidade quando não há intenção ou consciência positiva de fazer o mal.
Evolução para o 3º Milênio cap. 10-30 – Após a desencarnação, não há tribunal nem juízes para condenar o espírito, ainda o mais culpado. Fica ele simplesmente diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais – pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais. A constante lembrança de seus erros e a presença inevitável de suas vítimas, constituem acerbo sofrimento, o qual só terminará quando depois de arrependido puder encetar nova vida física para as devidas reparações e expiações. Compreende-se, pois a alegria dos que bem se conduziram, sem prejudicar ninguém e cumprido suas obrigações.
Q 159 LE: 159. Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos?
“Depende. Se praticasse o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente. Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador.”
Então cada um receberá de acordo com suas obras… e o que ligares na Terra será ligado nos céus. Uma categoria de espíritos que por muitas reencarnações sofrerão o peso na culpa, são os suicidas. No livro “Memórias de um Suicida”, de Yvonne A. Pereira. Tornara-se imperioso encontrar um grupo de médiuns em condições de socorrerem Espíritos de suicidas: “Chegara a um “impasse” o processo de recuperação. A despeito do desvelo e competência dos técnicos e mentores da organização espiritual especializada no tratamento dos suicidas, um grupo deles se mantinha irredutivelmente fixo nas suas angústias. Os casos estavam distribuídos, segundo sua natureza, a três ambientes distintos: o hospital propriamente dito, o isolamento e o manicômio. Uns tantos desses, porém, “permaneciam atordoados, semi-inconscientes, imersos em lamentável estado de inércia mental, incapacitados para quaisquer aquisições facultativas de progresso”. Tornara-se, pois, urgente despertá-los para a realidade que se recusavam, mais inconsciente do que conscientemente, a enfrentar. Trata-se aqui de um conhecido mecanismo de fuga defensiva. Inseguro e temeroso diante da dor que ele sabe ser aguda, profunda e inexorável, o Espírito culpado se aliena, na esperança de pelo menos adiar o momento duro e fatal do despertamento. Em casos como esses é necessário, quase sempre, recorrer à terapêutica da mediunidade…o recurso empregado com maior eficácia é o do choque, a que o autor chama de “revivescência de vibrações animalizadas”. (Grifo nosso)
Diálogo c/as Sombras:… Já lembrei, noutro ponto deste livro, o caso da irmã que se empenhava em perturbar uma família, tentando destruir um lar, para o que contava com o apoio de um sacerdote desencarnado, que a incentivava, e a isentava de culpa, “absolvendo-a”, provavelmente no confessionário, da responsabilidade, sob a alegação de que, em encarnação anterior, ela também fora traída.
O criminoso terreno deve pagar pelo que fez, independentemente do que acontece com aquele a quem ele prejudicou. A lei humana não toma conhecimento da sobrevivência do espírito. A lei divina pede do ser, através de sua própria consciência, que ele se recomponha perante a sua vítima. Ante a lei humana, a prisão ou a indenização redimem o criminoso; a lei divina vai adiante e lhe pede a reconciliação, mesmo que, em face dos códigos terrenos, ele esteja quite. Por outro lado, a lei humana não leva em conta o fato de que o homem sofre justamente aquilo que está nos seus compromissos cármicos, respondendo por desatinos cometidos. E se não colocamos um ponto final nessa espiral de horrores, ela continuará a abrir-se para baixo e para o futuro, cada vez mais dolorosa e ampla. Dessa forma, não haveria direito líquido e certo de cobrarmos, nós mesmos, as faltas cometidas contra nós, pois que direito é esse, que reabre o ciclo da culpa e nos obriga a pagar aquilo que consideramos simples reparação? Mas, como explicar tudo isso, de forma convincente, ao Espírito tumultuado pela paixão da vingança? Como iremos mostrar-lhe a falácia da sua filosofia da reparação? Em muitos casos, ele já está convencido dessa realidade, ou seja, a de que, exercendo a vingança por suas próprias mãos, ele se inscreve novamente como culpado, no tribunal invisível da sua própria consciência. Não importa. Ele quer cobrar, assim mesmo. Quando chegar a hora da dor, ele arcará com as suas responsabilidades, e as sofrerá, diz ele, com prazer, porque pelo menos terá saciado o seu rancor.
É preciso, no entanto, distinguir bem uma coisa da outra. O esquecimento proporcionado ao Espírito, na fase da reencarnação, é uma bênção, uma concessão, para que ele tente a reconstrução de si mesmo, como se estivesse momentaneamente desligado das suas culpas, embora ainda responsável por elas.
Severos porém Sem Culpa… Ermance … O sentimento de culpa, com suas lamentáveis consequências, tem comparecido em boa parte dos aprendizes da doutrina espírita em razão de reminiscências da condenação eterna, fundamento da formação religiosa tradicional. Surge na forma de sutil desconfiança na possibilidade verdadeira de crescimento e melhoria individual, gerando uma atmosfera de descrença nos ideais e no seu próprio esforço. Quanto mais passa o tempo, mais a criatura estabelece cobranças no seu aperfeiçoamento moral e não atingindo os patamares desejados, cai no desânimo e na deserção.
PERDÃO E AUTOPERDÃO
“Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo… “… porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência?… “ (ESE Capítulo 10, item 15.)
Hammed: O texto em estudo – quer dizer: enquanto não nos libertarmos da necessidade de castigar e punir o próximo, não estaremos recebendo a dádiva da compreensão para o autoperdão. Adaptando o excerto do apóstolo Paulo às nossas vidas, perguntamo-nos: “…porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por uma ofensa leve…”, como haveremos de criar oportunidades novas para que o “Divino Processo da Vida” nos fecunde a alma com a plenitude do Amor e, assim, possamos perdoar-nos?
… nossa forma de avaliar e de reagir e, as atitudes que tomamos em relação aos outros, conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado em nossos “níveis de consciência” mais profundos. Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, a qual pode nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com o “código moral” modelado na intimidade de nosso psiquismo.
Esse ‘julgador interno” foi formado sobre as bases de conceitos que acumulamos nos tempos passados das vidas incontáveis, também com os pais atuais, com os ensinamentos de professores, com líderes religiosos, com o médico da família, com as autoridades políticas de expressão, com a sociedade enfim… nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas. Essa “consciência crítica”, que julga e cataloga nossos feitos, autocensurando ou auto-aprovando, influencia a criatura a agir do mesmo modo que os adultos agiram sobre ela quando criança, punindo-a, OU aprovando-a.
O não-perdão a si mesmo está baseado nesse acúmulo que armazenamos em nosso espírito A gênese do não-perdão a si mesmo está baseada no tipo de informações e mensagens que acumulamos através das diversas fases de evolução de nossa existência de almas imortais. Podemos experimentar culpa e condenação, perdão e liberdade de acordo com os nossos valores, crenças, normas e regras, vigentes, podendo variar de indivíduo para indivíduo, conforme seu país, sexo, raça, classe social, formação familiar e fé religiosa. Entendemos assim que, para atingir o autoperdão, é necessário que reexaminemos nossas convicções profundas sobre a natureza do nosso próprio ser, estudando as leis da Vida Superior, bem como as raízes da educação que recebemos na infância, nesta existência. Ex: Reencarnações em países, culturas e famílias diferentes/ experiências/ o estudo da doutrina nos reeduca.
Uma das grandes fontes de auto-agressão vem da busca apressada de perfeição absoluta, como se todos devêssemos ser deuses ou deusas de um momento para outro. Aliás, a exigência de perfeição é considerada a pior inimiga da criatura, pois a leva a uma constante hostilidade contra si mesma, exigindo-lhe capacidades e habilidades que ela ainda não possui. OU… Se padrões muito severos de censura foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança,… Os viciados em perfeição acham que podem fazer tudo sempre melhor, portanto, rejeitam quase tudo o que os outros fazem ou fizeram. Não aceitam suas limitações e não enxergam a “perfeição em potencial” que existe dentro deles mesmos, perdendo assim a oportunidade de crescimento pessoal e de desenvolvimento natural, gradativo e constante, que é a técnica das leis do Universo.
Afirmam “essas” pessoas: “Recrimino-me por ter sido tão ingênuo naquela situação…”; “Tenho raiva de mim mesmo por ter aceitado tão facilmente aquelas mentiras…” “Deveria ter previsto estes problemas atuais”; “Não consigo perdoar-me, pois pensei que ele mudaria…”. São maneiras de expressarmos nossa culpa e o não-perdão a nós mesmos – exigências desmedidas atribuídas às pessoas perfeccionistas.
Devemos compreender que cada um de nós está cumprindo um destino só seu, e que as atividades e modos das outras pessoas ajustam-se somente a elas mesmas.
Perdoar-nos resulta no amor a nós mesmos – o pré-requisito para alcançarmos a plenitude do “bem viver”. Perdoar-nos é não importar-nos com o que fomos, pois a renovação está no instante presente; o que importa é como somos hoje e qual é nossa determinação de buscar nosso progresso espiritual. Perdoar-nos é conviver com a mais nítida realidade, não se distraindo com ilusões de que os outros e nós mesmos “deveríamos ser” algo que imaginamos ou fantasiamos. Perdoar-nos é compreender que os que nos cercam são reflexos de nós mesmos, criações nossas que materializamos com nossos pensamentos e convicções íntimas.
Anteriormente, por não existir a psicologia, a religião albergava todas as necessidades humanas e a confissão auricular produzia um efeito psicoterápico na liberação da culpa, “confessai-vos uns aos outros. Mas hoje sabemos, que o individuo se mantinha irresponsável perante seus atos, que achava muito fácil errar e ser perdoado, ferir e ser desculpado, sem realizar o processo de autoiluminaçáo. Confiava à terceiros. Quando Jesus enunciou que é necessário tomar a sua cruz e segui-lO, Ele propôs a conquista da autoconsciência, a definição para assumir as próprias responsabilidades, ao invés de permanecer-se divagando em torno de como encontrar o melhor processo para o equilíbrio, que não se expressa em formas exteriores, nem em medicamentos ou mediante as fugas de transferência de responsabilidades, ou para os prazeres que se extinguem, por mais se prolonguem…
Hammed: A culpa se estrutura nos alicerces do perfeccionismo. Alimentamos a ideia de que não seremos suficientemente bons se não fizermos tudo com perfeição. Esquecemo-nos, porém, de que todo o nosso comportamento é decorrente de nossa idade evolutiva e de que somos tão bons quanto nos permite nosso grau de evolução. A todo momento, fazemos o melhor que podemos fazer, por estarmos agindo e reagindo de acordo com nosso “senso de realidade”. O “arrependimento” resulta do quanto sabíamos fazer melhor e não o fizemos, enquanto que a culpa é, invariavelmente, a exigência de que deveríamos ter feito algo, porém não o fizemos por ignorância ou impotência.
Evolução em dois mundos/André luiz: Predisposições mórbidas — Como apreendermos a existência das predisposições mórbidas do corpo espiritual? – Não podemos olvidar que a imprudência e o ócio se responsabilizam por múltiplas enfermidades, como sejam os desastres circulatórios provenientes da gula, as infecções tornadas de higiene, os desequilíbrios nervosos nascidos da toxicomania e a exaustão decorrente de excessos vários. De modo geral, porém, a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas. A recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de “zona de remorso”, em torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. Estabelecida a ideia fixa sobre esse “nódulo de forças desequilibradas”, é indispensável que acontecimentos, reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser, para que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo ou exatamente redimidos perante a Lei. Essas enquistações de energias profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dívidas cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra. Isso porque, se nos comprometemos diante da Lei Divina em qualquer idade da nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros. É assim que o remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendo-se, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão. Todavia, ainda mesmo quando sejamos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral.
Céu e Inferno, cap. VII, 16: O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
17: O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
J.Angelis/Conf. Ex: O Self, ao longo das vivências acumuladas, exterioriza as inquietações e culpas que necessitam de ser liberadas mediante a catarse pelo sofrimento reparador, a fim de harmonizar-se.
Quando isso não ocorre, o ego apresenta-se estremunhado, inquieto, ansioso…
Especificamente no distúrbio da ansiedade, esses fenômenos atormentadores sucedem-se, como liberação dos dramas íntimos que jazem no inconsciente profundo – arquivados nos recessos do períspirito – e afetam o sistema emocional. (Grifo nosso)
PROCESSOS DE LIBERAÇÃO DA CULPA
Há uma culpa saudável que deve acompanhar os atos humanos quando os mesmos não correspondem aos padrões do equilíbrio e da ética. Esse sentimento, porém, deve ser encarado como um sentido de responsabilidade….Sem desaminar na luta da evolução moral..
O antídoto para a culpa é o perdão. Esse perdão poderá ser direcionado a si mesmo, a quem foi a vítima, à comunidade, à Natureza.
Desde que a paz e a culpa não podem conviver juntas, porque uma elimina a presença da outra, torna-se necessário o exercício da compreensão da própria fraqueza, para que possa a criatura libertar-se…
A coragem de pedir perdão e a capacidade de perdoar são dois mecanismos terapêuticos liberadores da culpa.
Consciente do erro, torna-se exequível que se busque uma forma de reparação, e nenhuma é mais eficiente do que a de auxiliar aquele a quem se ofendeu ou prejudicou…
Tratando-se de culpa que remanesce no inconsciente, procedente de existência passada, a mudança de atitude em relação à vida e aos relacionamentos, ensejando-se trabalho de edificação, torna-se o mais produtivo recurso propiciador do equilíbrio e libertador da carga conflitiva. ESTUDO/ EVANGELIZAR-SE
Ignorando-se-lhe a procedência, não se lhe impede a presença em forma de angústia, de insegurança, de insatisfação, de ausência de merecimento a respeito de tudo de bom e de útil quanto sucede… Assim mesmo, o esforço em favor da solidariedade/CARIDADE e da compaixão, elabora mecanismos de diluição do processo afligente.
A saúde mental e comportamental impõe a liberação da culpa, utilizando-se do contributo valioso do discernimento que avalia a qualidade das ações e permite as reparações quando equivocadas e o prosseguimento delas quando acertadas.
OS RESPONSÁVEIS SÃO FELIZES
Ermance: O sentimento de culpa é um aprendizado profundamente enraizado nos recessos da vida mental. As experiências religiosas nas vidas sucessivas dos últimos quinze séculos insculpiram fortemente a conduta autopunitiva como forma de solucionar nossas questões com Deus e a consciência.
Passando de geração em geração, constata-se na atualidade uma trágica manifestação coletiva da culpa nas sociedades sustentando o sofrimento humano.
Não fomos educados para ser responsáveis, fomos “educados” para sermos culpados: perante as falhas, castigos; perante os êxitos, recompensas.
Pedagogicamente os instrumentos do castigo e da repreensão vão ganhando novas e mais ajustadas conceituações. Melhor que punir é ensinar, melhor que gratificar é promover. O ato de ensinar implica na arte de fazer uma viagem pelas ignoradas paisagens da vida interior descobrindo valores, pesquisando sentimentos, criando ideias novas, ajudando a pensar.
Assim, à luz da pedagogia da esperança e do bem, ensinar é abrir caminhos para a liberdade e promover é convocar a maior maturidade através de obrigações mais amplas. A criança educada nesses moldes aprenderá a lidar melhor com suas emoções perante as falhas, buscando responder por seus atos, reparando caminhos ao invés de manter-se na postura de queixume e desvalor pessoal. Será alguém ativo perante si mesmo. Arrependerá, mas não se consumirá em maus sentimentos, ao contrário, procurará trabalhar consigo as legítimas emoções que caracterizam uma ação de caridade a si próprio. Eis a palavra que define com exatidão nosso remédio nos problemas da culpa, caridade. R LE 886– “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
Em nosso caso, os que buscamos a renovação espiritual, a culpa surge com frequência… E causa muitas neuroses pelas discrepâncias entre o que somos e o que já gostaríamos de ser, e tudo isso gera muita dor emocional,… culpa é dor.
Evitando o mal ficamos na culpa. Reparar inclui esforço, sacrifício, comprometimento e amor.
Portanto, queremos tratar de uma nova ótica sobre responsabilidade com a tarefa espírita.
Responsável não é somente aquele que tem boa assiduidade e disciplina.
Acima disso, é aquele que vive a tarefa de amor para os outros enquanto ela se realiza, e a internaliza para si quando encerra para os demais.
Se queremos realmente vencer os estágios enfermiços da culpa estéril que em nada colabora para nossa harmonia, pensemos em como criar o bem.
Comecemos por indagar: o que é o bem? Onde ele está para cada um de nós?
Verificaremos que o bem não está nessa ou naquela tarefa, porque ele é uma questão interior, consciencial,… Exige o gesto incomum, o risco, a quebra com o padrão, o servir incondicional, a disposição para experimentar o novo sem medo de normas, aprender a respeitar todas as experiências alheias por mais imaturas que sejam. E muita vontade de ser útil à vida na pessoa do próximo e da sociedade.
O ato de ser responsável significa assumir nossa vida…; é assumir o “chamado específico” de Deus para conosco; é desvendar quais os sábios Desígnios do Criador para com nosso destino.
Ante tudo isso, somos convidados a reformar o modo de pensar sobre tudo que fazemos. Como destaca a codificação, muitas vezes a perda de um dedo mínimo será mais valorosa para nós que toda uma série de sofrimentos, isso ocorre porque nossas perdas foram um ato responsável.
Sem dúvida, os responsáveis são mais felizes, porque descobriram seu papel divino no Universo simplesmente pelo fato de que resolveram experimentar não seguir o rumo da maioria, procurando ouvir a voz da consciência, onde se encontram as Excelsas Mensagens de Deus para cada um de nós.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Ação e Reação/ Chico Xavier pelo espírito André Luiz
Bíblia Sagrada
Céu e Inferno/ Allan Kardec
Conflitos Existenciais/ Divaldo Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis
Diálogo com as Sombras/ Hermínio C. Miranda
Em Busca da Verdade/ Divaldo Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis
ESE- Evangelho segundo o Espiritismo/ Allan Kardec
Evolução em dois mundos/ Chico Xavier pelo espírito André Luiz
Evolução para o Terceiro Milênio/ Carlos Toledo Rizzini
LE- Livro dos Espíritos/ Allan Kardec
Mereça ser Feliz/ Wanderley S. de Oliveira pelo espírito de Ermance Dufaux
Renovando Atitudes/ Francisco do Espírito Santo Neto pelo espírito de Hammed