Disciplina – Palestra 29.12.10
DISCIPLINA
CELC 29/12/10 Plinio
Definição de Disciplina – Aurélio.
O conjunto dos regulamentos destinados a manter a boa ordem em qualquer assembléia ou corporação; a boa ordem resultante da observância desses regulamentos: a disciplina militar. Submissão ou respeito a um regulamento.
Origem da palavra Disciplina.
Disciplina é uma palavra que tem a mesma etimologia da palavra “discípulo”, que significa “aquele que segue”. Também é um dos nomes que se pode dar a qualquer área de conhecimento estudada e ministrada em um ambiente escolar ou acadêmico. Geralmente diz respeito a uma Ciência ou Técnica, ou subderivados destas. Aqueles que seguem uma disciplina podem assim ser chamados de discípulos(Wikipédia- A enciclopédia livre).
Outros significados:
No geral, castigo que produz obediência. No entanto, este conceito é muito limitado. A palavra “disciplina” deriva-se de “discípulo” e tanto uma quanto outra palavra, ambas tem origem do termo latino para pupilo que, por sua vez, significa instruir, educar treinar, dando idéia de modelagem total de caráter. Assim, a palavra disciplina, além de significar, em sentido acadêmico, matéria, aula, cadeira ou cátedra, também é utilizada para indicar, em educação, a disposição dos alunos em seguir os ensinamentos e as regras de comportamento.
No campo militar, por exemplo, a disciplina é considerada uma qualidade a ser perseguida pelos soldados, com o objetivo de torná-los aptos a não se desviarem de uma conduta padrão, desejável para o bem comum da tropa, mesmo em situações de pressão extrema ( Wikipédia – A enciclopédia livre).
O Consoladsor – (Emmanuel – Chico Xavier).
258 – No caminho da virtude, o pobre e o rico da Terra podem ser identificados como discípulos de Jesus?
– O título de discípulo é conferido pelo Divino Mestre a todos os homens de boa vontade, sem distinção de situações, de classes ou de qualquer expressão sectária.
Com responsabilidade dos bens materiais ou sem ela, o homem é sempre rico pela sua posição de usufrutuário das graças divinas e, além do mais, temos de ponderar que, em toda situação, a criatura encontrará responsabilidade na existência, razão por que os sinceros discípulos do Senhor são iguais aos seus olhos, sem preferência de qualquer natureza.
CONCEITOS SOBRE DISCIPLINA.
*Disciplina é alma da eficiência.
*Inconstância e indisciplina são portas de frustração.
*Em qualquer atividade, a disciplina sedimenta o êxito.
*Verbo sem disciplina gera males sem conta.
*Desfazer idéias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.
*Auto disciplinar-se em todos os cometimentos a que se proponha, revestindo-se do necessário discernimento.
*Disciplinar-se na leitura, no que concerne a horários e anotações, melhorando por si mesmo o próprio aproveitamento, não se cansando de repetir estudos para fixar o aprendizado.
*Não há ordem sem disciplina.
*Ordem mantida, rendimento avançado.
*O silêncio favorece a ordem.
*A ordem significa artigo de lei para toda idade.
*A ordem prepara o aperfeiçoamento.
(Livro Conduta Espírita – André Luís / Waldo Vieira).
7 PECADOS 7 VIRTUDES
Gula Temperanca
Avareza Generosidade
Soberba Humildade
Luxuria Castidade
Preguiça Disciplina
Ira Paciencia
Inveja Caridade
Eles só foram enumerados no século VI, pelo Papa São Gregório Magno ( 540 – 604), tomando como referência as cartas de São Paulo.
DISCIPLINA – MOISES – JESUS – ESPIRITISMO.
CAPÍTULO I – Evangelho Segundo o Espiritismo.
1. NÃO VIM DESTRUIR A LEI
Mt:5:17e18.
17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem , nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
Moisés
2. Na lei mosaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.
A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes: Ex : 20.
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros.
– Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano. (¹)
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. E evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo”, não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório.
Genese
Cap. I Caráter da Revelação Espírita.
21. – Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem”. (Ti: 2:19- Bíblia Sagrada – Novo Testamento).).
O Consolador – Emmanuel – Chico Xavier ( 169 – 268 – 269 – 271 e 272 ).
169 – A emotividade deve ser disciplinada?
– Qualquer expressão emotiva deve ser disciplinada pela fé, porquanto a sua expansão livre, na base das incompreensões do mundo, pode fazer se acompanhar de graves conseqüências.
268 –Os dez mandamentos recebidos por Moisés no Sinai, base de toda justiça até hoje, no mundo, foram alterados pelas seitas religiosas?
-As seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação de seus sacerdotes,procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo de todos os códigos da justiça terrestre
269 –Como entender a palavra do Velho Testamento quando nos diz que Deus falou a Moisés no Sinai?
-Estais atualmente em condições de compreender que Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características de legislador humano.
É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o Espírito de Deus. Estais, porém habilitados a compreender, agora, que a Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus, porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio.
1Pe:1:20: o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós.(Bíblia Sagrada – Novo Testamento).
271 –Moises transmitiu ao mundo a lei definitiva?
–O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva.
Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A justiça, portanto, lhe aplanaram os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos.
Eis por que, com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas realizações do seu futuro espiritual, nos milênios porvindouros.
Livro dos Espíritos:
616. Será possível que Deus em certa época haja prescrito aos homens o que noutra época lhes proibiu?
“Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar suas leis, por
imperfeitas. As de Deus, essas são perfeitas. A harmonia que reina no universo material, como no universo moral, se funda em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade.”
272 – Qual a significação da lei de talião “olho por olho, dente por dente”, em face da necessidade da redenção de todos os Espíritos pelas reencarnações sucessivas?
A lei de talião prevalece para todos os Espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações e que representam a quase totalidade dos seres humanos.
Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras.
Moisés proclamou a Lei antiga, muitos séculos antes do Senhor. Como já dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça? mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente”, Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados”.
Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por ele, anulando com o bem todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.
Evang.Seg.Espiritismo – CAP. VI – 20
Deus, que não aplica punições arbitrárias, pois quer que a pena esteja sempre em correlação com a falta.
Se, por sua bondade, lançou um véu sobre os nossos atos passados, por outro lado nos aponta o caminho, dizendo: “Quem matou à espada, pela espada perecerá”, palavras que se podem traduzir assim: “A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.”(lei de talião).
»ISAÍAS [53] – Aparição às dores e a glória ao Messias.
1 Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor?
2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.
3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca.
8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo?
9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.
10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.
12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.
Mt:11:12e13:
12 E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
13 Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
( Bíblia Sagrada – Novo Testamento).
JESUS E O PRECURSOR – Cap.2 – Boa Nova (Humberto de Campos – Chico Xavier)
Após a famosa apresentação de Jesus aos doutores do Templo de Jerusalém,
Maria recebeu a visita de Isabel e de seu filho, em sua casinha pobre de Nazaré.
Depois das saudações habituais, do desdobramento dos assuntos familiares, as
duas primas entraram a falar de ambas as crianças, cujo nascimento fora antecipado por acontecimentos singulares e cercado de estranhas circunstâncias.
Enquanto o patriarca José atendia às últimas necessidades diárias de sua oficina
humilde, entre- tinham-se as duas em curiosa palestra, trocando carinhosamente
as mais ternas confidências maternais.
O que me espanta dizia Isabel com caricioso sorriso é o temperamento de João,
dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade. Não raro, procuro-o
inutilmente em casa, para encontrá-lo, quase sempre, entre as figueiras bravas, ou
caminhando ao longo das estradas adustas, como se a pequena fronte estivesse
dominada por graves pensamentos.
Essas crianças, a meu ver respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho suave de
seus olhos —, trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo.
Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de
incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de
outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou
as aldeias mais distantes, nas adjacências do lago. Quase sempre, surpreendo-lhe
a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores… Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca
encontrei nas observações dos nossos doutores e, contentemente, ando a cismar, em relação ao seu destino.
Apesar de todos os valores da crença murmurou Isabel, convicta —, nós, as
mães, temos sempre o espírito abalado por injustificáveis receios.
Como se se deixasse empolgar por amorosos temores, Maria continuou:
Ainda há alguns dias, estivemos em Jerusalém, nas comemorações costumeiras,e a facilidade de argumentação com que Jesus elucidava os problemas, que lhe eram apresentados pelos orientadores do templo, nos deixou a todos receosos e perplexos. Sua ciência não pode ser deste mundo: vem de Deus, que certamente se manifesta por seus lábios amigos da pureza. Notando-lhe as respostas, Eleazar chamou a José, em particular, e o advertiu de que o menino parece haver nascido para a perdição de muitos poderosos em Israel.
Com a prima a lhe escutar atentamente a palavra, Maria prosseguiu, de olhos
úmidos, após ligeira pausa:
Ciente desse aviso, procurei Eleazar, a fim de interceder por Jesus, junto de suas
valiosas relações com as autoridades do templo. Pensei na sua infância
desprotegida e receio pelo seu futuro. Eleazar prometeu interessar-se pela sua
sorte; todavia, de regresso a Nazaré, experimentei singular multiplicação dos
meus temores.
Conversei com José, mais detidamente, acerca do pequeno, preocupada com o
seu preparo conveniente para a vida!… Entretanto, no dia que se seguiu às nossas
íntimas confabulações, Jesus se aproximou de mim, pela manhã, e me interpelou:
“Mãe, que queres tu de mim? Acaso não tenho testemunhado a minha comunhão com o Pai que está no Céu!
Altamente surpreendida com a sua pergunta, respondi-lhe, hesitante: Tenho
cuidado por ti, meu filho! Reconheço que necessitas de um preparo melhor para a
vida… Mas, como se estivesse em pleno conhecimento do que se passava em
meu íntimo, ponderou ele: “Mãe, toda preparação útil e generosa no mundo é
preciosa; entretanto, eu já estou com Deus. Meu Pai, porém, deseja de nós toda a exemplificação que seja boa e eu escolherei, desse modo, a escola melhor.
No mesmo dia, embora soubesse das belas promessas que os doutores do templo
fizeram na sua presença a seu respeito, Jesus aproximou-se de José e lhe pediu,
com humildade, o admitisse em seus trabalhos. Desde então, como se nos
quisesse ensinar que a melhor escola para Deus é a do lar e a do esforço próprio
concluiu a palavra materna com singeleza —, ele aperfeiçoa as madeiras da
oficina, empunha o martelo e a enxó, enchendo a casa de ânimo, com a sua doce
alegria!
Isabel lhe escutava atenta a narrativa, e, depois de outras pequenas
considerações materiais, ambas observaram que as primeiras sombras da noite
desciam na paisagem, acinzentando o céu sem nuvens.
A carpintaria já estava fechada e José buscava a serenidade do interior doméstico
para o repouso.
As duas mães se entreolharam, inquietas, e perguntavam a si próprias para onde
teriam ido as duas crianças.
Nazaré, com a sua paisagem, das mais belas de toda a Galiléia, é talvez o mais
formoso recanto da Palestina. Suas ruas humildes e pedregosas, suas casas
pequeninas, suas lojas singulares se agrupam numa ampla concavidade em cima
das montanhas, ao norte do Esdrelon. Seus horizontes são estreitos e sem
interesse; contudo, os que subam um pouco além, até onde se localizam as
casinholas mais elevadas, encontrarão para o olhar assombrado as mais formosas
perspectivas. O céu parece alongar-se, cobrindo o conjunto maravilhoso, numa
dilatação infinita.
Maria e Isabel avistaram seus filhos, lado a lado, sobre uma eminência banhada
pelos derradeiros raios vespertinos. De longe, afigurou-se-lhes que os cabelos de
Jesus esvoaçavam ao sopro caricioso das brisas do alto. Seu pequeno indicador
mostrava a João as paisagens que se multiplicavam a distância, como um grande general que desse a conhecer as minudências dos seus planos a um soldado de confiança.
Ante seus olhos surgiam as montanhas de Sarnaria, o cume de Magedo, as eminências de Gelboé, a figura esbelta do Tabor, onde, mais tarde,
ficaria inesquecível o instante da Transfiguração, o vale do rio sagrado do
Cristianismo, os cumes de Safed, o golfo de Khalfa, o elevado cenário do Pereu,
num soberbo conjunto de montes e vales, ao lado das águas cristalinas.
Quem poderia saber qual a conversação solitária que se travara entre ambos?
Distanciados no tempo, devemos presumir que fosse, na Terra, a primeira
combinação entre o amor e a verdade, para a conquista do mundo. Sabemos,
porém, que, na manhã imediata, em partindo o precursor na carinhosa companhia
de sua mãe, perguntou Isabel a Jesus, com gracioso interesse: Não queres vir
conosco? ao que o pequeno carpinteiro de Nazaré respondeu, profeticamente,
com inflexão de profunda bondade: “João partirá primeiro.
Transcorridos alguns anos, vamos encontrar o Batista na sua gloriosa tarefa de
preparação do caminho à verdade, precedendo o trabalho divino do amor, que o mundo conheceria em Jesus-Cristo.
João, de fato, partiu primeiro, a fim de executar as operações iniciais para
grandiosa conquista. Vestido de peles e alimentando-se de mel selvagem ( A.T. 2Rs:1:7e8 –( 7 E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e
vos falou estas palavras?
8 E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pêlos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita). ( N.T. Mt:3:4: E este João tinha a sua veste de pêlos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre).
esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele
precedeu a lição da misericórdia e da bondade.
O Mestre dos mestres quis colocar a figura franca e áspera do seu profeta no
limiar de seus gloriosos ensinos e, por isso, encontramos em João Batista um dos
mais belos de todos os simbolos imortais do Cristianismo. Salomé representa a
futilidade do mundo, Herodes e sua mulher o convencionalismo político e o
interesse particular. João era a verdade, e a verdade, na sua tarefa de
aperfeiçoamento, dilacera e magoa, deixando-se levar aos sacrifícios extremos.
Como a dor que precede as poderosas manifestações da luz no íntimo dos
corações, ela recebe o bloco de mármore bruto e lhe trabalha as asperezas para
que a obra do amor surja, em sua pureza divina. João Batista foi a voz clamante
do deserto(A.T. Is:40:3: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus)(N.T. Mt:3:3: Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas). Operário da primeira hora, é ele o símbolo rude da verdade que
arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos
corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do
amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro
sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo
interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o
Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos. ( Mt:12:11: Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele).
O Grande Doador – JESUS.
Ele não era médico e levantou paralíticos e restaurou leprosos, usando o divino poder do amor.
Não era advogado e elegeu-se o supremo defensor de todos os injustiçados do mundo.
Não possuía fazendas e estabeleceu novo reino na Terra.
Não improvisava festas e consolou os tristes e reergueu o bom ânimo das almas desesperadas.
Não era professor consagrado e fez se o Mestre da Evolução e do Aprimoramento da Humanidade.
Não era Doutor da Lei e criou a universidade sublime do bem para todos os espíritos de boa vontade.
Padecendo amarguras – reconfortou a muitos.
Tolerando aflições – semeou a fé e a coragem.
Ferido – curou as chagas morais do povo.
Supliciado – expediu a mensagem do perdão e do amor, em todas as direções.
Esquecido pelos mais amados – ensinou a fraternidade e o reconhecimento.
Vencido na cruz – revelou a vitória da vida eterna, em plena e gloriosa ressurreição,renovando os destinos das nações e santificando o caminho dos povos.
Ele não era, portanto, rico e engrandeceu os celeiros dos séculos.
Quem oferecer, assim, o coração, em homenagem ao Divino Amor na Terra, poderá, desse modo, no exemplo de Jesus, embora anônimo, aflito, apagado ou crucificado, atender à santificada colaboração com Deus, a benefício da Humanidade.
Livro: “Antologia Mediúnica da Natal”(André Luiz – Chico Xavier).
O Cristo
Evang.Seg.Espiritismo- CAP. XVIII.
2- Os hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus ao conhecimento da sua Lei. Os profetas foram os que vinham exortar a seguir a trilha da verdadeira felicidade? suas palavras, porém, quase não eram escutadas? suas advertências eram desprezadas? muitos foram mesmo massacrados.
Era crença comum aos judeus de então que a nação deles tinha de alcançar supremacia sobre todas as outras.
Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos os povos eram idólatras e politeístas. Se alguns homens superiores ao vulgo conceberam a idéia da unidade de Deus, essa idéia permaneceu no estado de sistema pessoal, em parte nenhuma foi aceita como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que ocultavam seus conhecimentos sob um véu de mistério, impenetrável para as massas populares.
Os hebreus foram os primeiros a praticar publicamente o monoteísmo? é a eles que Deus transmite a sua lei, primeiramente por via de Moisés, depois por intermédio de Jesus. Foi daquele pequenino foco que partiu a luz destinada a espargir-se pelo mundo inteiro, a triunfar do paganismo e a dar a Abraão uma posteridade espiritual “tão numerosa quanto as estrelas do firmamento”. Entretanto, abandonando de todo a idolatria, os judeus desprezaram a lei moral, para se aferrarem ao mais fácil: a prática do culto exterior. O mal chegara ao cúmulo? a nação, além de escravizada, era esfacelada pelas facções e dividida pelas seitas? a incredulidade atingira mesmo o santuário. Foi então que apareceu Jesus, enviado para os chamar à observância da Lei e para lhes rasgar os horizontes novos da vida futura.
3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens.
Por isso é que se nos depara, nessa lei, o principio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substancia, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.
Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”, quis dizer Jesus ser necessário que a lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e conseqüências. Efetivamente, de que serviria haver sido promulgada aquela lei, se ela devesse constituir privilégio de alguns homens, ou, sequer, de um único povo? Sendo filhos de Deus todos os homens, todos, sem distinção nenhuma, são objeto da mesma solicitude.
4. Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos.
Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos implícitos. Para ser apreendido o sentido oculto de algumas palavras suas, mister se fazia que novas idéias e novos conhecimentos lhes trouxessem a chave indispensável, idéias que, porém, não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de madureza. A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois, dar à Ciência tempo para progredir ( Evang. Seg. Espiritismo – Cap. I ).
O Consolador – ( Emmanuel – Chico Xavier – 351 e 230).
351 – Como entender o “amor a nós mesmos”, segundo a fórmula do Evangelho?
– O amor a nós mesmos deve ser interpretado como a necessidade de oração e de vigilância, que todos os homens são obrigados a observar.
Amar a nós mesmos não será a vulgarização de uma nova teoria de auto – adoração.
Para nós outros, a egolatria já teve o seu fim, porque o nosso problema é de iluminação íntima,na marcha para Deus. Esse amor, portanto, deve traduzir se em esforço próprio, em auto-educação, em observação do dever, em obediência às leis de realização e de trabalho, em perseverança na fé, em desejo sincero de aprender com o único Mestre, que é Jesus Cristo.
Quem se ilumina cumpre a missão da luz sobre a Terra. E a luz não necessita de outros processos para revelar a verdade, senão o de irradiar espontaneamente o tesouro de si mesma.
Necessitamos encarar essa nova fórmula de amor a nós mesmos, conscientes de que todo bem conseguido por nós, em proveito do próximo, não é senão o bem de nossa própria alma, em virtude da realidade de uma só lei, que é a do amor, e um só dispensador dos bens, que é Deus ( O Consolador – Emmanuel – Chico Xavier).
230 – Como iniciar o trabalho de iluminação da nossa própria alma?
– Esse esforço individual deve começar com o autodomínio, com a disciplina dos sentimentos egoísticos e inferiores, com o trabalho silencioso da criatura por exterminar as próprias paixões.
Nesse particular, não podemos prescindir do conhecimento adquirido por outras almas que nos precederam nas lutas da Terra, com as suas experiências santificantes – água pura de consolação e de esperança, que poderemos beber nas páginas de suas memórias ou nos testemunhos de sacrifício que deixaram no mundo.
Todavia, o conhecimento é a porta amiga que nos conduzirá aos raciocínios mais puros, porquanto, na reforma definitiva de nosso íntimo, é indispensável o golpe da ação própria, no sentido de modelarmos o nosso santuário interior, na sagrada iluminação da vida.
Jo : 14 : 15 a 17.
15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.
16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.
17 a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.
Jo : 15 : 26 e 27
26 Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim.
27 E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.
Jo : 16 : 12 a 14 .
12 Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora.
13 Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
( Bíblia Sagrada – Novo Testamento).
Evang. Seg. Espiritismo – CAP. VI.
4. Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo havia dito. Se portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo? se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.
O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei? ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas.
Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias? levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem aventurados os aflitos, pois que serão consolados.”
Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra? atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.
O Espiritismo
5. O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domino do fantástico e do maravilhoso. E a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e dai vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil.
6. A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
7. Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.
( Evang. Seg.Espiritismo – Cap. I ).
O Consolador – (Emmanuel – Chico Xavier – 352 e 353).
352 – Devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo Redivivo?
– O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da
compreensão espiritual com o Cristo.
353 – O espiritismo veio ao mundo para substituir as outras crenças?
– O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: – “Eu não vim destruir a Lei”.
O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças, parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar para transformá-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da verdade
imortalista.
A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado
das glórias efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer
que se encontre, e revelando a verdadeira luz, pelos atos e pelos ensinamentos, o
espiritista sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da regeneração do Templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários
departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus
Cristo.
Nosso Lar – Cap. 43 – (Chico Xavier – André Luis).
O Espiritismo é a nossa grande esperança e, por todos os títulos, é o Consolador da humanidade encarnada? mas a nossa marcha é ainda muito lenta.
Trata-se de uma dádiva sublime, para a qual a maioria dos homens ainda não possuí “olhos de ver”. Esmagadora porcentagem dos aprendizes novos aproxima-se dessa fonte divina a copiar antigos vícios religiosos. Querem receber proveitos, mas não se dispõem a dar coisa alguma de si mesmos. Invocam a verdade, mas não caminham ao encontro dela. Enquanto muitos estudiosos reduzem os médiuns a cobaias humanas, numerosos crentes procedem à maneira de certos enfermos que, embora curados, crêem mais na doença que na saúde, e nunca utilizam os próprios pés.
TERRA – ESCOLA DOS ESPIRITOS.
Evang. Seg.Espiritismo – Cap. III – Há muitas moradas na casa de meu pai.
1. “ Não se turbe o vosso coração? Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai? se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais”. (S. JOÃO, 14:1 a 3.)
A casa do pai é o Universo. As diferentes moradas, são os mundos que circulam no espaço infinito, e oferecem aos espíritos encarnados, moradas apropriadas para o seu adiantamento.
Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem ser entendidas como o estado feliz ou infeliz do espírito na erraticidade.
CLASSIFICACAO DOS MUNDOS.
5ª. Classe: Mundos Primitivos.
4ª. Classe: Mundos de Expiação e Provas.
3ª. Classe: Mundos Regeneradores.
2ª. Classe: Mundos Felizes.
1ª. Classe: Mundos Celestes ou Divinos.
CLASSIFICACAO ESPIRITA DOS MUNDOS.
5ª. Classe: Mundos Primitivos.
Servem de morada para as primeiras encarnações dos espíritos.
Neste mundo não existe nenhuma vida moral.
O homem se preocupa somente com as sua necessidades materiais.
A ignorância domina totalmente sobre o conhecimento moral.
4ª. Classe: Mundos de Expiação e Provas.
É a situação do nosso planeta.
O mal predomina sobre o bem.
Os espíritos ai encarnados tem que expiar.
Ao mesmo tempo passar por provações.
3ª. Classe: Mundos Regeneradores.
Servem de transição.
É o próximo passo evolutivo que a terra passara.
É a reconstrução da sociedade sobre novos valores morais.
O bem predomina sobre o mal.
2ª. Classe: Mundos Felizes.
Onde o bem supera em muito a ignorância.
Neste mundo, a felicidade dos espíritos encarnados, supera em tudo o que compreendemos dela em nosso planeta.
A ciência e a tecnologia atingem patamares inimagináveis.
Não existira mais doenças, mortes prematuras, guerras, pestes, fome e tudo o que seja fruto do egoísmo e do orgulho.
1ª. Classe: Mundos Celestes ou Divinos.
Morada dos espíritos purificados.
Onde o bem reina e a ignorância não existe.
São as ultimas etapas reencarnatorias dos espíritos.
DESTINACAO DA TERRA.
Expiação e provas. Onde predomina o mal.
O Consolador- Emmanuel – Chico Xavier – 246 e 247 ).
246 – Qual a diferença entre provação e expiação?
A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.
247 – A lei da prova e da expiação é inflexível?
– Os tribunais da justiça humana, apesar de imperfeitos, por vezes não comutam as penas e não beneficiam os delinqüentes com o “sursis”?
A inflexibilidade e a dureza não existem para a misericórdia divina, que, conforme a conduta do Espírito encarnado, pode dispensar na lei, em benefício do homem, quando a sua existência já demonstre certas expressões do amor que cobre a multidão dos pecados.
MT:6:13: ( Biblia Sagrada- Novo Testamento).
E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Assim seja.
Mt.6:33e34: ( Biblia Sagrada- Novo Testamento).
33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Jo:7:7: ( Bíblia Sagrada – Novo Testamento).
O mundo não vos pode aborrecer, mas ele me aborrece a mim, porquanto dele testifico, que as suas obras são mas.
Jô:17:14ª15: ( Bíblia Sagrada – Novo Testamento).
14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo,
assim como eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
CONHECER O PASSADO, TRABALHAR NO PRESENTE, PREPARANDO O FUTURO.
Bencao de Paz – (Emmanuel – Chico Xavier).
Recorrer ao passado para ensinar e referir-se ao futuro para construir, mas viver nas realidades do presente, colaborando com os irmãos de Humanidade na solução dos problemas que lhes tumultuam a vida.
Mensageiros – André Luis. Cap. 3 – No Centro dos Mensageiros.
Raros triunfam, porque quase todos estamos ainda ligados a extenso pretérito de erros criminosos, que nos deformaram a personalidade. Em cada novo ciclo de empreendimentos carnais, acreditamos muito mais em nossas tendências inferiores do passado, que nas possibilidades divinas do presente, complicando sempre o futuro. É desse modo que prosseguimos, por lá, agarrados ao mal e esquecidos do bem, chegando, por vezes, ao disparate de interpretar dificuldades como punições, quando todo obstáculo traduz oportunidade verdadeiramente preciosa aos que já tenham “olhos de ver”.
RM:7:19ª21:
19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse
faço.
20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que
habita em mim.
21 Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal
está comigo.
PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS
Livro dos Espíritos:
115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?
“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”
a) — Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida?
“Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.”
Evang.Seg.Espiritismo – Cap. IV – Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo.
NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO – PONTO DE PARTIDA.
25. É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo,
Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos? assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre arbítrio.
Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. – S. Luís. (Paris, 1859.)
26. Nota – Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um
castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição? esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.
Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência? contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.
Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem
ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem.
Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo se novamente em contacto, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
Evang.Segundo Espiritismo – CAP.XVII – DEVER.
Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer. Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério. A igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos.
A LEI DE AMOR – Evang. Seg.Espiritismo – Cap.XI.
8. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito.
Em sua origem, o homem só tem instintos? quando mais avançado e corrompido, só tem sensações? quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.
A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres? extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra – amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condú-lo à
conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar
para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento? trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que,
emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. Lázaro. (Paris, 1862
Significado de Sensação – Aurélio:
Impressão recebida pelo sistema nervoso central quando um dos órgãos dos sentidos recebe um estímulo exterior (muitas vezes associada a prazer ou dor): sensação de frio. / Fig. Impressão moral; emoção. / Surpresa, espanto seguido de certa agitação: notícia que causou sensação. / Vivência significativa que mobiliza afetos e emoções: viver à procura de novas sensações. // Fazer ou causar sensação, produzir nos outros impressão marcante de espanto, de admiração, de interesse etc.
O Consolador – (Emmanuel – Chico Xavier).
135 –Se o determinismo divino é o do bem, quem criou o mal?
-O determinismo divino se constitui de uma só lei, que é a do amor para a comunidade universal. Todavia, confiando em si mesmo, mais do que em Deus, o homem transforma a sua fragilidade em foco de ações contrárias a essa mesma lei, efetuando, desse modo, uma intervenção indébita na harmonia divina.
Eis o mal.
Urge recompor os elos sagrados dessa harmonia sublime.
Eis o resgate.
Vede, pois, que o mal, essencialmente considerado, não pode existir para Deus, em virtude de representar um desvio do homem, sendo zero na Sabedoria e na Providência Divinas.
O Criador é sempre o Pai generoso e sábio, justo e amigo, considerando os filhos transviados como incursos em vastas experiências. Mas, como Jesus e os seus prepostos são seus cooperadores divinos, e eles próprios instituem as tarefas contra o desvio das criaturas humanas, focalizam os prejuízos do mal com a força de suas responsabilidades educativas, a fim de que a Humanidade siga retamente no seu verdadeiro caminho para Deus.
A GÊNESE – CAP.III – O BEM E O MAL.( 06 /01/ 1.868 x 14/03/1879).
ORIGEM DO BEM E DO MAL
1. Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade,todo justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto. O mal que observamos não pode ter nele a sua origem.
2. Se o mal estivesse nas atribuições de um ser especial, quer se lhe chame Arimane, quer Satanás, ou ele seria igual a Deus, e, por conseguinte, tão poderoso quanto este, e de toda a eternidade como ele, ou lhe seria inferior.
No primeiro caso, haveria duas potências rivais, incessantemente em luta, procurando cada uma desfazer o que fizesse a outra, contrariando-se mutuamente, hipótese esta inconciliável com a unidade de vistas que se revela na estrutura do Universo.
No segundo caso, sendo inferior a Deus, aquele ser lhe estaria subordinado.
Não podendo existir de toda a eternidade como Deus, sem ser igual a este, teria tido um começo. Se fora criado, só o poderia ter sido por Deus, que, então, houvera criado o Espírito do mal, o que implicaria negação da bondade infinita. (Veja-se: O Céu e o Inferno, cap. IX: “Os demônios”.)
3. Entretanto, o mal existe e tem uma causa.
Os males de toda espécie, físicos ou morais, que afligem a Humanidade, formam duas categorias que importa distinguir: a dos males que o homem pode evitar e a dos que lhe independem da vontade. Entre os últimos, cumpre se incluam os flagelos naturais.
O homem, cujas faculdades são restritas, não pode penetrar, nem abarcar o conjunto dos desígnios do Criador? aprecia as coisas do ponto de vista da sua personalidade, dos interesses factícios e convencionais que criou para si mesmo e que não se compreendem na ordem da Natureza. Por isso é que, muitas vezes, se lhe afigura mau e injusto aquilo que consideraria justo e admirável, se lhe conhecesse a causa, o objetivo, o resultado definitivo. Pesquisando a razão de ser e a utilidade de cada coisa, verificará que tudo traz o sinete da sabedoria infinita e se dobrará a essa sabedoria, mesmo com relação ao que lhe não seja compreensível.
4. O homem recebeu em partilha uma inteligência com cujo auxílio lhe é possível conjurar, ou, pelo menos, atenuar os efeitos de todos os flagelos naturais. Quanto mais saber ele adquire e mais se adianta em civilização, tanto menos desastrosos se tornam os flagelos. Com uma organização sábia e previdente, chegará mesmo a lhes
neutralizar as conseqüências, quando não possam ser inteiramente evitados. Assim, com referência, até, aos flagelos que têm certa utilidade para a ordem geral da Natureza e para o futuro, mas que, no presente, causam danos, facultou Deus ao homem os meios de lhes paralisar os efeitos.
Assim é que ele saneia as regiões insalubres, imuniza contra os miasmas pestíferos, fertiliza terras áridas e se industria em preservá-las das inundações? constrói habitações mais salubres, mais sólidas para resistirem aos ventos tão necessários à purificação da atmosfera e se coloca ao abrigo das intempéries. É assim, finalmente, que, pouco a pouco, a necessidade lhe fez criar as ciências, por meio das quais melhora as condições de habitabilidade do globo e aumenta o seu próprio bem estar.
5. Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto são um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los.
Se ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor? o espírito se lhe entorpeceria na inatividade? nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o impede para a frente, na senda do progresso.
6. Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades.
Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem.
Em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para cumpri-las.
A consciência lhe traça a rota, a lei divina lhe está gravada no coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte. Se o homem se conformasse rigorosamente com as leis divinas, não há duvidar de que se pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra . Se assim procede, é por virtude do seu livre arbítrio:
sofre então as conseqüências do seu proceder. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, nos 4,5, 6 e seguintes.)
7. Entretanto, Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito
do seu livre arbítrio.
Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência (nº 5).
8. Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor.
Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo distinto? um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem? só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar? mas, tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre que o queira .
Tomemos para termo de comparação um fato vulgar. Sabe um proprietário que nos confins de suas terras há um lugar perigoso, onde poderia perecer ou ferir-se quem por lá se aventurasse. Que faz, a fim de prevenir os acidentes? Manda colocar perto um aviso, tornando defeso ao transeunte ir mais longe, por motivo do perigo.
Aí está a lei, que é sábia e previdente. Se, apesar de tudo, um imprudente desatende o aviso, vai além do ponto onde este se encontra e sai-se mal, de quem se pode ele queixar, senão de si próprio?
Outro tanto se dá com o mal: evitá-lo-ia o homem, se cumprisse as leis divinas. Por exemplo: Deus pôs limite à satisfação das necessidades: desse limite a saciedade adverte o homem? se este o ultrapassa, fá-lo voluntariamente. As doenças, as enfermidades, a morte, que daí podem resultar, provêm da sua imprevidência, não de Deus.
9. Decorrendo, o mal, das imperfeições do homem e tendo sido este criado por Deus,dir-se-á,Deus não deixa de ter criado, se não o mal, pelo menos, a causa do mal? se houvesse criado perfeito o homem, o mal não existiria.
Se fora criado perfeito, o homem fatalmente penderia para o bem. Ora, em virtude do seu livre arbítrio, ele não pende fatalmente nem para o bem, nem para o mal. Quis Deus que ele ficasse sujeito à lei do progresso e que o progresso resulte do seu trabalho, a fim de que lhe pertença o fruto deste, da mesma maneira que lhe cabe a responsabilidade do mal que por sua vontade pratique. A questão, pois, consiste em saber-se qual é, no homem, a origem da sua propensão para o mal .
13 O erro está em pretender-se que a alma haja saído perfeita das mãos do Criador, quando este, ao contrário, quis que a perfeição resulte da depuração gradual do Espírito e seja obra sua. Houve Deus por bem que a alma, dotada de livre arbítrio, pudesse optar entre o bem e o mal e chegasse a suas finalidades últimas de forma militante e resistindo ao mal. Se houvera criado a alma tão perfeita quanto ele e, ao sair-lhe ela das mãos, a houvesse associado à sua beatitude eterna, Deus te-lai-a feito, não à sua imagem, mas semelhante a si próprio. (Bonnamy, A Razão do Espiritismo , cap. VI.)
10. Estudando-se todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se que as raízes de umas e outros se acham no instinto de conservação, instinto que se encontra em toda a pujança nos animais e nos seres primitivos mais próximos da animalidade, nos quais ele exclusivamente domina, sem o contrapeso do senso moral, por não ter
ainda o ser nascido para a vida intelectual. O instinto se enfraquece, à medida que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a matéria.
O Espírito tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras fases da sua existência corpórea, somente às exigências materiais lhe cumpre satisfazer e, para tal, o exercício das paixões constitui uma necessidade para o efeito da conservação da espécie e dos indivíduos, materialmente falando. Mas, uma vez saído desse período, outras necessidades se lhe apresentam, a princípio semi-morais e semi-materiais, depois exclusivamente morais. É então que o Espírito exerce domínio sobre a matéria, sacode-lhe o jugo, avança pela senda providencial que se lhe acha traçada e se aproxima do seu destino final. Se, ao contrário, ele se deixa dominar pela matéria, atrasa-se e se identifica com o bruto. Nessa situação, o que era outrora um bem, porque era uma necessidade da sua natureza, transforma-se num mal, não só porque já não constitui uma necessidade, como porque se torna prejudicial à espiritualização do ser . Muita coisa, que é qualidade na criança, torna-se defeito no adulto. O mal é, pois, relativo e a responsabilidade é proporcionada ao grau de adiantamento.
Todas as paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, visto que, a não ser assim, Deus teria feito coisas inúteis e, até, nocivas. No abuso é que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu livre arbítrio.
Mais tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse, livremente escolhe entre o bem e o mal.
Livro dos Espíritos:
IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER
817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?
“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”
¾ PARTE NÃO CUMPREM PROVA.
PAULO, apóstolo.
Com o atrativo de recompensas e temor de castigos, procura se estimular o homem para o bem e desvia-lo do mal. Se esses castigos, porém, lhe são apresentados de forma que a sua razão se recuse a admiti-los, nenhuma influência terão sobre ele. Longe disso, rejeitará tudo: a forma e o fundo. Se, ao contrário, lhe apresentarem o futuro de maneira lógica, ele não o repelirá. O Espiritismo lhe dá essa explicação.
A doutrina da eternidade das penas, em sentido absoluto, faz do Ente Supremo um Deus implacável. Seria lógico dizer-se, de um soberano, que é muito bom, muito magnânimo, muito indulgente, que só quer a felicidade dos que o cercam, mas que ao mesmo tempo é cioso, vingativo, de inflexível rigor e que pune com o castigo extremo as três quartas partes dos seus súditos, por uma ofensa, ou uma infração de suas leis, mesmo quando praticada pelos que não as conheciam? Não haveria aí contradição? Ora, pode Deus ser menos bom do que o seria um homem?
Outra contradição. Pois que Deus tudo sabe, sabia, ao criar uma alma, se esta viria a falir ou não. Ela, pois, desde a sua formação, foi destinada à desgraça eterna. Será isto possível, racional? Com a doutrina das penas relativas, tudo se justifica. Deus sabia, sem dúvida, que ela faliria, mas lhe deu meios de se instruir pela sua própria experiência, mediante suas próprias faltas. É necessário que expie seus erros, para melhor se firmar no bem, mas a porta da esperança não se lhe fecha para sempre e Deus faz que, dos esforços que ela empregue para o conseguir, dependa a sua redenção. Isto toda gente pode compreender e a mais meticulosa lógica pode admitir. Menos cépticos haveria, se deste ponto de vista fossem apresentadas as penas futuras.
Na linguagem vulgar, a palavra eterno é muitas vezes empregada figuradamente, para designar uma coisa de longa duração, cujo termo não se prevê, embora se saiba muito bem que esse termo existe. Dizemos, por exemplo, os gelos eternos das altas montanhas, dos pólos, embora saibamos, de um lado, que o mundo físico pode ter fim e, de outro lado, que o estado dessas regiões pode mudar pelo deslocamento normal do eixo da Terra, ou por um cataclismo. Assim, neste caso, o vocábulo — eterno não quer dizer perpétuo ao infinito,
Quando sofremos de uma enfermidade duradoura, dizemos que o nosso mal é eterno. Que há, pois, de admirar em que Espíritos que sofrem há anos, há séculos, há milênios mesmo, assim também se exprimam? Não esqueçamos, principalmente, que, não lhes permitindo a sua inferioridade divisar o ponto extremo do caminho, crêem que terão de sofrer sempre, o que lhes é uma punição.
Demais, a doutrina do fogo material, das fornalhas e das torturas, tomadas ao Tártaro do paganismo, está hoje completamente abandonada pela alta teologia e só nas escolas esses aterradores quadros alegóricos ainda são apresentados como verdades positivas, por alguns homens mais zelosos do que instruídos, que assim cometem grave erro, porquanto as imaginações juvenis, libertando-se dos terrores, poderão ir aumentar o número dos
incrédulos. A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral (974). Os que têm acompanhado, como nós, as peripécias da vida e dos sofrimentos de além túmulo, através das comunicações espíritas, hão podido convencer-se de que, por nada terem de material, eles não são menos pungentes.
Mesmo relativamente à duração, alguns teólogos começam a admiti-la no sentido restritivo acima indicado e pensam que, com efeito, a palavra eterno se pode referir às penas em si mesmas, como conseqüência de uma lei imutável, e não à sua aplicação a cada indivíduo. No dia em que a Religião admitir esta interpretação, assim como algumas outras também decorrentes do progresso das luzes, muitas ovelhas desgarradas reunirá ( Livro dos Espíritos – Quest. 1.009 ).
PENALIDADES AOS ESPIRITOS ENDURECIDOS NO MAL.
SEGUNDA MORTE – NOVO TESTAMENTO
Apocalipse 2,11 – Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor não sofrerá dano algum da segunda morte.
Ap 20,6 – Feliz e santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo: reinarão com ele durante os mil anos.
Ap 20,14 – A morte e a morada subterrânea foram lançadas no tanque de fogo. A segunda morte é esta: o tanque de fogo.
Ap 21: 8 Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.
LIVRO DOS ESPIRITOS
1018. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?
“O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.
“Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso.
Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam.
Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.
“Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.
Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.”
SÃO LUÍS
GÊNESE – CAP. 11
DOUTRINA DOS ANJOS DECAÍDOS E DO PARAÍSO PERDIDO.
43. – Os mundos progridem fisicamente pela elaboração da matéria, e moralmente pela depuração dos Espíritos que os habitam. Neles, a felicidade está em razão da predominância do bem sobre o mal, e a predominância do bem é o resultado do avanço moral dos Espíritos. O progresso intelectual não basta, uma vez que, com a inteligência, podem fazer o mal.
Então, pois, quando um mundo chega a um de seus períodos de transformação, que deve fazê-lo subir na hierarquia, mutações se operam na sua população encarnada e desencarnada; é então que ocorrem as grandes emigrações ou imigrações (nºs. 34, 35). Aqueles que, apesar de sua inteligência e de seu saber, perseveraram no mal, em sua revolta contra Deus e suas leis, serão doravante um entrave para o progresso moral ulterior, uma causa permanente de perturbação para o repouso e a felicidade dos bons, por isso eles são excluídos e enviados para os mundos menos avançados; ali aplicarão a sua inteligência e a intuição dos conhecimentos adquiridos ao progresso daqueles entre os quais são chamados a viver, ao mesmo tempo que expiarão, numa série de existências penosas e por um duro trabalho, as suas faltas passadas e o seu endurecimento voluntário.
Que serão, entre esses povos, novos para eles, ainda na infância da barbárie, senão anjos ou Espíritos decaídos enviados em expiação? A Terra, da qual foram expulsos, não é para eles um paraíso perdido? Não era para eles um lugar de delícias em comparação com o meio ingrato onde vão se achar relegados durante milhares de séculos, até o dia em que terão merecido a sua liberdade? A vaga lembrança intuitiva que dela conservam é para eles como uma miragem longínqua, que lhes lembra o que perderam por sua falta.
44. – Mas, ao mesmo tempo que os maus partiram do mundo que habitavam, são substituídos por Espíritos melhores, vindos seja da erraticidade do mesmo mundo, seja de um mundo menos avançado que mereceram deixar, e para os quais a sua nova morada é uma recompensa. Estando a população espiritual assim renovada e purgada de seus piores elementos, ao cabo de algum tempo o estado moral do mundo se acha melhorado.
Essas mutações, algumas vezes, são parciais, quer dizer, limitadas a um povo, a uma raça; de outras vezes, são gerais, quando o período de renovação chegou para o globo.
GÊNESE cap. 17 – JULGAMENTO FINAL
62. – Ora, quando o Filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á sobre o trono de sua glória; – e todas as nações estando reunidas diante dele, separará umas das outras como um pastor separa as ovelhas dos bodes, e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. – Então o Rei dirá àqueles que estão à sua direita: Vinde, vós, que fostes bendito por meu Pai, etc. (São Mateus, cap. XXV, v. de 31 a 46. – O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV).
63. – Devendo o bem reinar sobre a Terra, é necessário que os Espíritos endurecidos no mal, e que poderiam trazer-lhe perturbação, dela sejam excluídos. Deus deixou-lhes o tempo necessário para a sua melhoria; mas, tendo chegado o momento em que o globo deve se elevar na hierarquia dos mundos, pelo progresso moral de seus habitantes, a estada, como Espíritos e como Encarnados, nele será interditada àqueles que não aproveitaram as instruções que estiveram livres para aí receber. Serão exilados em mundos inferiores, como o foram outrora, sobre a Terra, os da raça adâmica, ao passo que serão substituídos por Espíritos melhores. É essa separação, à qual Jesus presidirá, que está figurada por esta palavras do julgamento final: “Os bons passarão à minha direita, e os maus à minha esquerda.” (Cap. XI, nº 31 e seguintes).
Evang. Seg. Espiritusmo – Cap. IX – Bem a Aventurados os Brandos e os Pacíficos.
5. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bemaventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?
Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra
para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais
importância do que aos primeiros.
Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos? que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade,
deixará de haver egoísmo? o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem
esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito da expulsao dos maus.
BENEFICIOS AOS QUE APROVEITAM AS OPORTUNIDADES.
Missionários da Luz – Cap. 12 – Definição sobre Completista.
Pondere a graça recebida, Silvério, e, depois de tomar-lhe a posse no plano físico, não volte aqui antes dos setenta. Trate de aproveitar a oportunidade. Todos os seus amigos esperam que você volte, mais tarde, à nossa colônia, na gloriosa condição de um«completista».
Meu amigo, que significa a palavra «completista»?
É o título que designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferecia. Em geral, quase todos nós, em regressando à esfera carnal, perdemos oportunidades muito importantes no desperdício das forças fisiológicas. Perambulamos por lá, fazendo alguma coisa de útil para nós e para outrem, mas,por vezes, desprezamos cinqüenta, sessenta, setenta per cento e, freqüentemente, até mais, de nossas possibilidades. Em muitas ocasiões, prevalece ainda, contra nós, a agravante de termos movimentado as energias sagradas da vida em atividades inferiores que degradam a inteligência e embrutecem o coração. Aqueles, porém, que mobilizam a máquina física, à maneira do operário fidelíssimo, conquistam direitos muito expressivos em nossos planos. O «completista», na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho.
Obreiros da Vida Eterna – Cap. 5 – Irmão Gotuzo.
Os Espíritos que se esforçam nas aquisições da luz divina, através do serviço persistente na própria iluminação, conquistam o intercâmbio direto com instrutores mais sábios, aprimoram-se, conseqüentemente, e, pelos atos meritórios a que se consagram, podem escolher seus elementos de vida nova na Crosta Terrestre, como o trabalhador digno que, pelos créditos morais conquistados, pode exigir as próprias ferramentas destinadas ao seu trabalho. Os servos do ódio e do desequilíbrio, da intemperança e das paixões, contudo, que se preparem para as exigências da vida. Aos primeiros, a reencarnação será verdadeira bênção em aprendizado feliz? todavia, aos segundos constituirá necessária e legítima imposição do destino criado por eles mesmos, com o menosprezo a que votaram as dádivas de Nosso Pai, no espaço e no tempo.
O Consolador (Emmanuel – Chico Xavier).
187 – Qual a atitude mental que mais favorecerá o nosso êxito espiritual nos trabalhos do mundo?
– Essa atitude deve ser a que vos é ensinada pela lei divina, na reencarnação em que vos encontrais, isto é, a do esquecimento de todo o mal, para recordar apenas o bem e a sagrada oportunidade de trabalho e edificação, no patrimônio eterno do tempo.
Esquecer o mal é aniquilá-lo e perdoar a quem o pratica é ensinar o amor, conquistando afeições sinceras e preciosas. Daí a necessidade do perdão, no mundo, para que o incêndio do mal possa ser exterminado, devolvendo-se a paz legítima aos corações.
ANTE A BONDADE DE DEUS
Quando a feição do mal se afigure terrível, a ponto de insinuar nos espíritos mais valorosos a falsa suposição de que se encontram à frente da derrota do bem, medita nos recursos de Deus e prossegue na execução do dever que as circunstâncias te atribuem para que o bem prevaleça.
Não te intimidem opiniões do desânimo, pareceres da dúvida, ameaças do crime ou exigências da inquietação.
Continua leal à tarefa edificante que a vida te reservou.
Medo e aflição alastram-se, geralmente, ante as arremetidas do mal; no entanto, a bondade de Deus, sem alarde, intervém nas causas que as produzem,restaurando a segurança da paz e a marcha do progresso.
Tiranos do passado, galardoados com as prerrogativas do poder, esmagaram povos inteiros, fornecendo a idéia de que lograriam perpetuar a iniqüidade entre as Nações, mas a bondade de Deus, em silêncio, esperou a renovação que orienta os processos da Natureza e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina dos escravos, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói a ferida dos que foram situados em servidão.
Malfeitores arguciosos, que a posse do ouro tantas vezes conserva impunes estenderam orfandade e viuvez, oferecendo a impressão de que propiciariam à ganância, força de lei sobre a Terra, mas em silêncio, a bondade de Deus esperou a grande transformação que lhes competia e, em novas reecarnações, deu-lhes as disciplina dos filhos das regiões desoladas, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o cativeiro da penúria e da fome.
Criminosos inteligentes, garantidos pelo favor das convenções sociais, estabeleceram o império temporário da delinqüência afetiva, parecendo arrasar toda a conceituação de respeito e de amor, entre as criaturas, mas em silêncio, a bondade de Deus esperou pelas metamorfoses inevitáveis da vida e , em novas reencarnações, deu-lhes as disciplina do corpo enfermo, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o infortúnio dos que foram atirados ao desequilíbrio emotivo.
Trabalha e confia no setor do bem que o mundo te entregou. E, quando o mal se alteie, diante de ti, prometendo esgotarte todas as reservas de serviço e de resistência, confia e trabalha, mesmo assim, na certeza de que, acima de todas as nossas forças podes contar, invariavelmente, com os recursos de Deus.– (Escrínio de Luz –Emmanuel-Chico Xavier)
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DISCIPLINA NOS TRABALHOS ESPIRITUAIS.
Chico Xavier: Disciplina:
– Quem abandona o cultivo de si mesmo permite que o matagal de suas imperfeições tome conta da alma. Sem disciplina, o espírito não avança. Se eu não me submetesse à disciplina na mediunidade, o esforço dos Espíritos teria sido em vão. O médium tem que ter horário. Não é ser escravo do relógio, mas também não é ignorar o valor do tempo ( Orações de Chico Xavier-ChicoXavier – Carlos A. Baccelli).
O Consolador ( Emmanuel – Chico Xavier – 373 e 376 ). 373 – Como deve ser conduzida uma sessão espírita, de sua abertura ao encerramento? – Nesse sentido, há que considerar a excelência da codificação kardequiana? contudo, será sempre útil a lembrança de que as reuniões doutrinárias devem observar o máximo de simplicidade, como as assembléias humildes e sinceras do Cristianismo primitivo, abstendo-se de qualquer expressão que apele mais para os sentidos materiais do que para a alma profunda, a grande esquecida de todos os tempos da Humanidade. 376 – Será aconselhável a determinação de dias da semana para a realização normal das sessões espíritas? – Qualquer dia e hora podem ser consagrados ao trabalho da fraternidade e do bem, sempre que necessário; mas, nas reuniões dedicadas ao esforço doutrinário, se faz imprescindível a metodização de todos os trabalhos em dias e horas prefixados. NO TEMPLO – Cap.11- CONDUTA ESPIRITA (Waldo Vieira – André Luis-). Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações. O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores. Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração. Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos. Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios vários. O silêncio favorece a ordem. Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes. O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos. Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral. A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos. Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor. A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos. Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos. Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas. Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas. Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz. Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios. Seja qual for o pretexto, nunca permitir que as instituições espíritas venham a depender econômica, moral ou juridicamente de pessoa ou organização meramente política, de modo a evitar que sejam prejudicadas em sua liberdade de ação e em seu caráter impessoal. A obra espírita cristã não se compadece com qualquer cativeiro A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo. “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Jesus. (MATEUS, 18:20.) DISCIPLINA – DESOBSESSAO. ( Waldo Vieira – André Luis-Chico Xavier) . 1.PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR No dia marcado para as tarefas de desobsessão, os integrantes da equipe precisam, a rigor, cultivar atitude mental digna, desde cedo. Intenções e palavras puras, atitudes e ações limpas. Evitar deliberadamente rusgas e discussões, sustentando paciência e serenidade, acima de quaisquer transtornos que sobrevenham durante o dia. 2- PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO A alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve. Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desnecessárias. Estômago cheio, cérebro inábil. 3- PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E MENTAL Após o trabalho, seja ele profissional ou doméstico, braçal ou mental, faça o seareiro da desobsessão o horário possível de refazimento do corpo e da alma. Repouso externo e interno. Relaxe, com ideações edificantes. Abstenção de pensamentos impróprios. Aspirações para cima. Distância de preocupações inferiores. Preparação íntima, podendo incluir leitura moralizadora e salutar. 4- PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO Pelo menos durante alguns minutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a posição que ocupe no conjunto, dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação em seu próprio lar. Ligue as tomadas do pensamento para o Alto. Retire-se, em espírito, das vulgaridades do terra-a-terra, e ore, buscando a inspiração da Vida Maior. 5- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA Hora de sair para a reunião. Necessário vencer os percalços que o tempo é capaz de oferecer. Não raro, é a promessa de aguaceiro iminente ou a ventania forte, comparecendo por empecilhos habituais. Chuva ou frio… O integrante da equipe não se prenderá em casa por semelhantes obstáculos. Conservará, sempre à mão, o agasalho preciso e enfrentará quaisquer desafios naturais, consciente das obrigações que lhe competem. 6- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS Na lista dos impedimentos naturais, um existe dos mais freqüentes: a visita inesperada. O tarefeiro da desobsessão esclarecerá o assunto delicadamente, empregando franqueza e humildade, sem esconder o móvel da ausência a que se vê compelido, cumprindo, assim, não apenas o dever que lhe assiste, como também despertando simpatia nos circunstantes e assegurando a si mesmo o necessário apoio vibratório. 7- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS Na série de obstáculos que, em muitas ocasiões, parecem inteligentemente determinados a lhe entravarem o passo, repontam os mais imprevistos contratempos à frente do servidor da desobsessão. O colaborador do serviço de socorro aos desencarnados sofredores não pode hesitar. Providencie, de imediato, as soluções razoáveis para esses pequeninos problemas e siga ao encontro das obrigações espirituais que o aguardam, lembrando-se de que mesmo as festas de natureza familiar, quais sejam as comemorações de aniversário ou os júbilos por determinados eventos domésticos, não devem ser categorizados à conta de obstrução. 8- IMPEDIMENTO NATURAL Circunstâncias existem que pesam na balança do trabalho por obstáculos naturais. Uma viagem inesperada, por exemplo. Pode acontecer que a obrigação profissional assim o exija. Noutros casos, a moléstia grave comparece em casa ou na pessoa do próprio cooperador, obstando-lhe o comparecimento à reunião. Temos ainda a considerar o impedimento por enfermidades epidêmicas, qual a gripe, e, em nossas irmãs, é razoável aceitar como motivos justos de ausência os cuidados decorrentes da gravidez e os embaraços periódicos característicos da organização feminil. Surgindo o impasse, é importante que o companheiro ou a companheira se comunique, rápido, com os responsáveis pela sessão, atentos a que se deve assegurar a harmonia do esforço de equipe tanto quanto possível. 10- RECINTO DAS REUNIÕES. O recinto das reuniões pede limpeza e simplicidade. A mesa, com alguns dos livros básicos da Doutrina Espírita, de preferência «O Livro dos Espíritos», «O Evangelho segundo o Espiritismo» e um volume que desenvolva o pensamento kardequiano, conjugado aos ensinamentos do Cristo, estará cercada pelas cadeiras devidas ao número exato dos componentes da reunião, apresentando-se despida de toalhas, ornamentos, recipientes de água e objetos outros. Um relógio será colocado à vista ou à mão, seja numa parede, no bolso ou no pulso do dirigente, para que o horário e a disciplina estabelecida não sofram distorções, e o aparelho para a gravação de vozes, na hipótese de existir no aposento, não deverá perturbar o bom andamento das tarefas e será colocado em lugar designado pelo orientador dos trabalhos. 11- CHEGADA DOS COMPANHEIROS Os benfeitores espirituais de plantão, na obra assistencial aos irmãos desencarnados sofredores, esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de serviço em posição respeitosa. Nada de vozerio, tumulto, gritos, gargalhadas. Lembrem-se os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores de atenção e carinho. A obra de socorro está prestes a começar. Necessário inclinar o sentimento ao silêncio e à compaixão, à bondade e à elevação de vistas, a fim de que o conjunto possa funcionar em harmonia na construção do bem. 12- CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO Se somos impelidos a conversar, durante os momentos que precedem a atividade assistencial, seja a nossa palestra algo de bom e edificante que auxilie e pacifique o clima do recinto, ao invés de conturbá-lo. 13- DIRIGENTE O dirigente das tarefas de desobsessão não pode esquecer que a Espiritualidade Superior espera nele o apoio fundamental da obra. Direção e discernimento. Bondade e energia. Certo, não se lhe exigirão qualidades superiores à do homem comum; no entanto, o orientador da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no instituto doméstico. Autoridade fundamentada no exemplo. Hábito de estudo e oração. Dignidade e respeito para com todos. Afeição sem privilégios. Brandura e firmeza. Sinceridade e entendimento. Conversação construtiva. 14- PONTUALIDADE Pontualidade — tema essencial no quotidiano, disciplina da vida. Administrações não respeitam funcionários relapsos. Em casa, estimamos nos familiares os compromissos em dia, os deveres executados com exatidão. Habitualmente não falhamos no horário marcado pelas personalidades importantes do mundo, a fim de corresponder-lhes ao apreço. A entrevista com um industrial… A fala com um Ministro de Estado… Nas lides da desobsessão, é forçoso entender que benfeitores espirituais e amigos outros desencarnados se deslocam de obrigações graves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e socorrer-nos. Pontualidade é sempre dever, mas na desobsessão assume caráter solene. Não haja falha de serviço por nossa causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na maioria das vezes, é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes. A hora de início das tarefas precisa mostrar-se austera, entendendo-se que o instante do encerramento é variável na pauta das circunstâncias. Aconselhável se feche disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horário marcado para a abertura da reunião, tempo esse que será empregado na leitura preparatória. 15- MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS O mobiliário no recinto dedicado à desobsessão não apenas necessita estar escoimado de objetos e apetrechos que recordem rituais e amuletos, simbolos e ídolos de qualquer espécie, mas também deve ser integrado por peças simples e resistentes. Evitarmos tapetes, jarros, telas e enfeites outros, porquanto o recinto é consagrado, além de tudo, ao alívio de Espíritos sofredores ou alienados mentais autênticos, necessitados de ambiente limpo e simples, capaz de auxiliá-los a esquecer ilusões ou experiências menos felizes vividas na Terra. 22-AUSÊNCIA JUSTIFICADA Freqüentemente, surge o caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele companheiro às atividades predeterminadas. Uma viagem rigorosamente inadiável… Um problema caseiro de grave expressão… Exigência profissional inopinada… Enfermidade súbita… Que o amigo numa situação assim não olvide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsessão e expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo de horas ou minutos, ao dirigente da reunião, justificando a ausência, para evitar indisciplinas que ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de apreensões e considerações descabidas. De qualquer modo, ainda mesmo com número reduzido de participantes, a reunião pode ser efetuada. 27- LIVROS PARA LEITURA Os livros para leitura preparatória no grupo serão, de preferência: 1. «O Evangelho segundo o Espiritismo». 2. «O Livro dos Espíritos». 3. Uma obra subsidiária que comente os princípios kardequianos à luz dos ensinamentos do Cristo. Bastarão esses recursos, porqüanto neles sintonizar-se-ão os assistentes no mesmo padrão de pensamento, em torno dos temas vitais do Espiritismo Cristão, compondo clima vibratório adequado ao trabalho em mira. 14 «O Livro dos Médiuns» e obras técnicas correlatas não devem ser lidos nas reuniões de desobsessão, mas sim em oportunidades adequadas, referidas nos capítulos 66 e 72. 53- IMPREVISTOS O grupo deve contar com imprevistos. Existem aqueles de natureza externa a que não se pode dar atenção, quais sejam chamamentos inoportunos de pessoas incapacitadas ainda para compreender a gravidade do trabalho socorrista que a desobsessão desenvolve, batidas à porta já cerrada, por irmãos do círculo, iniciantes e retardatários, ainda não afeitos à disciplina, ruídos festivos da vizinhança e barulhos outros, produzidos vulgarmente por insetos, animais, viaturas, etc. Há, porém, os embaraços no campo interno da reunião, dentre os quais se destacam a luz apagada de chofre ou o mal-estar súbito de alguém. Nesses casos, o dirigente da casa tomará providências imediatas para que os problemas em curso se façam compreensivelmente atendidos. 63- ASSIDUIDADE Assiduidade é lição que colhemos na escola da Natureza, todos os dias. Lavradores enriquecem os celeiros da Humanidade, confiando na pontualidade das estações. A desobsessão, para alcançar os objetivos libertadores e reconfortativos a que se propõe, solicita lealdade aos compromissos assumidos. Aprendamos, durante a semana, a remover os empecilhos que provavelmente nos visitarão no dia e na hora prefixados para o socorro espiritual aos desencarnados menos felizes. Observemos a folhinha, estejamos atentos às obrigações que os Benfeitores Espirituais depositam em nossas mãos e nas quais não devemos falhar. Muito natural que a ausência não justificada do companheiro a três reuniões consecutivas seja motivo para que se lhe promova a necessária substituição. 70- CULTO DO EVANGELHO NO LAR Todo integrante de uma equipe de desobsessão precisa compreender a necessidade do culto do Evangelho no lar. Pelo menos, semanalmente, é aconselhável se reúna com os familiares ou com alguns parentes, capazes de entender a importância da iniciativa, em torno dos estudos da Doutrina Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e sob a cobertura moral da oração. Além dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele, há outros irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação e alívio, da conversação espírita e da prece em casa. O culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual. 72- ESTUDOS EXTRAS É forçoso que os seareiros da desobsessão não se circunscrevam, em matéria de atividade espírita, aos assuntos do grupo. A fim de enriquecerem o próprio grupo com valores necessários à educação coletiva e à renovação de cada companheiro, é imprescindível aceitem o estudo nobre, qualquer que ele seja, nos arraiais da Doutrina Espírita ou fora deles, para que progridam em discernimento e utilidade na obra de recuperação que lhes cabe, iluminando convicções e dissipando incertezas. Aprender sempre e saber mais é o lema de todo espírita que se consagra aos elevados princípios que abraça. E na faina da desobsessão é preciso entesouremos conhecimento e experiência, para que os instrutores Espirituais nos encontrem maleáveis e proveitosos na extensão do bem que nos propomos cultivar e desenvolver. Missionário da Luz – 5 Influenciação. Creio que os instrutores da verdade espiritual desejam, antes de tudo, a nossa renovação íntima, para a vida superior. Se apenas buscarmos consolação, sem adquirir fortaleza, não passaremos de crianças espirituais. Se procurarmos a companhia de orientadores benevolentes, tão-só para o gozo de vantagens pessoais, onde estará o aprendizado? Acaso não permanecemos, aqui na Terra, em lição? Teríamos recebido o corpo, ao renascer, apenas para repousar? É incrível que os nossos amigos da esfera superior nos venham suprimir a possibilidade de caminhar por nós mesmos, usando os próprios pés. Naturalmente, não nos querem os benfeitores do Além para eternos necessitados da casa de Deus e, sim, para companheiros dos gloriosos serviços do bem, tão generosos, fortes, sábios e felizes quanto eles já o são. DEFESA DE NOSSA ¨ FORTALEZA¨ – Mensageiros – Cap. 20. É imprescindível considerar que estamos em serviço que precisaremos defender, em qualquer circunstância.Enquanto não imperar a lei universal do amor, é indispensável persevere o reinado da justica. Necessitamos defender a obra do bem contra os assaltos indébitos. As organizações dos nossos irmãos consagrados ao mal são vastíssimas. Não admitam a hipótese de serem, todos eles, ignorantes ou inconscientes. A maioria se constitui de perversos e criminosos. São entidades verdadeiramente diabólicas. Não tenham disso qualquer dúvida. Querem dominar antes de se dominarem, exigem antes de dar e entram em perene conflito com o espírito divino da lei. Estabelecido o duelo entre a fantasia deles e a verdade do Pai, resistem às corrigendas do Senhor e transformam-se, esses desventurados, em verdadeiros gênios da sombra, até que, um dia, se decidam a novos rumos. *********************************************************************************** DISCIPLINAR O VERBO. Antigo Testamento: Sl:34: 12 a 14: 12 Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem? 13 Guarda a tua língua do mal e os teus lábios, de falarem enganosamente. 14 Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a. Novo Testamento: Ti:1:26: Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua,antes, engana o seu coração, a religião desse é vã. Ti: 3:1ª10: 1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. 2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo. 3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. 4 Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. 5 Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. 6 A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. 7 Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; 8 mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. 9 Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: 10 de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. 1:Co:15:33: Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. ORAÇÃO DIANTE DA PALAVRA. Senhor! Deste-me a palavra por semente de luz. Auxilia-me a cultivá-la. Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto. Ensina-me a falar para que se faça o melhor. Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a tua bondade espera se lance no esquecimento. Onde a irritação me procure, induze-me ao silêncio, e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira. Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato, e faze-me vigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação. Não me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam junto de mim. Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre. Espírito: MEIMEI Médium: Francisco Cândido Xavier Livro: “Caminho Espírita” – ORDENAR AS PALAVRAS – Cap. 2 – Obreiros da Vida Eterna.(André Luís e Chico Xavier). Logo de início, em nossa administração — explicava-nos — procuramos estabelecer o aproveitamento máximo do tempo com o mínimo de oportunidade. Há que ordenar as palavras e selecioná-las, criando-se campo favorável aos nossos propósitos de serviço. A conversação cria o ambiente e coopera em definitivo para o êxito ou para a negação. Compreendendo a extensão das tarefas por fazer e o respeito que devemos àqueles que nos ajudam, somos de parecer que precisamos sanar os velhos desequilíbrios das intromissões verbais desnecessárias e, muitas vezes, perturbadoras e dissolventes. Aliás, o profeta enunciou, há muitos séculos, que a palavra dita a seu tempo é maçã de ouro em cesto de prata(Pr;25:11). Se estamos, portanto, verdadeiramente interessados na elevação, constitui-nos inalienável dever o conhecimento exato do valor “tempo” estimando-lhe a preciosidade e definindo cada coisa e situação em lugar próprio, para que o verbo, potência divina, seja em nossas ações o colaborador do Pai. É lamentável se dê tão escassa atenção, na Crosta da Terra, ao poder do verbo, atualmente tão desmoralizado entre os homens. Nas mais respeitáveis instituições do mundo carnal, segundo informes fidedignos das autoridades que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente, através de conversações ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos somente às “mais respeitáveis”. Não se precatam nossos irmãos em Humanidade de que o verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo conseqüências boas ou más, segundo a sua origem. Essas formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis, se bem que invisíveis. Toda conversação prepara acontecimentos de conformidade com a sua natureza. Dentro das leis vibratórias que nos circundam por todos os lados, é uma força indireta de estranho e vigoroso poder, induzindo sempre aos objetivos velados de quem lhe assume a direção intencional. Encarregados de assumir a chefia desta casa, trouxemos instruções de nossos Maiores para suprimir todos os comentários tendentes à criação de elementos adversos aos júbilos da Bênção Divina. É por isso que, graças ao amor providencial de Jesus, temos conseguido a manutenção de um instituto em que os nossos mentores de Mais Alto se fazem sentir. A ausência de qualquer palavra menos digna e a presença contínua de fatores verbais edificantes facilitam a elaboração de forças sutis, nas quais os orientadores divinos encontram acessórios para se adaptarem, de algum modo, às nossas necessidades na edificação comum. Cap.14- Obreiros da Vida Eterna (André Luís e Chico Xavier). No estado atual da educação humana. é muito difícil alimentar, por mais de cinco minutos, conversação digna e cristalina, numa assembléia superior a três criaturas encarnadas. *********************************************************************************** DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO – ( Misssionários da Luz – Cap. 3). Vaidade, tudo é vaidade. Vaidade que gera aflição do espírito, que gera enfermidade. Eclesiastes. Indisciplina = Excessos = Desiquilibrio = Vícios = Enfermidade do corpo e da alma. Toda perturbação mental é ascendente de graves processos patológicos. Afligir a mente é alterar as funções do corpo. Por isso, qualquer inquietação intima chama-se desarmonia e as perturbações orgânicas chamam-se enfermidades ( Missionários da Luz – Cap.19). Parte 1 . Os serviços particulares não proporcionavam ensejo a excursões dilatadas e freqüentes, em companhia de Alexandre; entretanto, valia-me de todas as folgas nos trabalhos comuns. Havia sempre o que aprender. E constituía enorme satisfação seguir o ativo missionário das atividades de comunicação. – Hoje, à noite – disse-me o devotado amigo -, observará algumas demonstrações de desenvolvimento mediúnico. Aguardei as instruções com interesse. No instante indicado, compareci ao grupo. Antes do ingresso dos companheiros encarnados, já era muito grande a movimentação. Número considerável de trabalhadores. Muito serviço de natureza espiritual. Admirava as características dos socorros magnéticos, dispensados às entidades sofredoras, quando Alexandre acentuou: – Por enquanto, nossos esforços são mais frutíferos ao círculo dos desencarnados infelizes. As atividades beneficentes da casa concentram-se deles, em maior porção, porque os encarnados, mesmo aqueles que já se interessam pela prática espiritista, muito raramente se dispõem, com sinceridade, ao aproveitamento real dos valores legítimos de nossa cooperação. E, depois de longa pausa, prosseguiu: – É muito lenta e difícil à transição, entre a animalidade grosseira e a espiritualidade superior. Nesse sentido, há sempre, entre os homens, um oceano de palavras e algumas gotas de ação. Nesse instante, os primeiros amigos do plano carnal deram entrada no recinto. – Veremos hoje – exclamava um senhor de espessos bigodes -, veremos hoje se temos boa sorte. – Não tenho vindo com assiduidade às experiências – comentou um rapaz -, porque vivo desanimado… Há quanto tempo mantenho o lápis na mão, sem resultado algum? – É pena! – respondia outro senhor a dificuldade desencoraja, de fato. – Parece-me que nada merecemos, no setor do estímulo, por parte dos benfeitores invisíveis! – acrescentava uma senhora de boa idade – há quantos meses procuro em vão desenvolver-me? Em certos momentos, sinto vibrações espirituais intensas, junto de mim, contudo, não passo das manifestações iniciais. A palestra continuou interessante e pitoresca. Decorridos alguns minutos, com a presença de outros pequenos grupos de experimentadores que chegavam, solícitos, foi iniciada a sessão de desenvolvimento. O diretor proferiu tocante prece, no que foi acompanhado por todos os presentes. Dezoito pessoas mantinham-se em expectativa. – Alguns – explicou Alexandre – pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Infelizmente, porém, quase todos confundem poderes psíquicos com funções fisiológicas. Acreditam no mecanismo absoluto da realização e esperam o progresso eventual e problemático, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança. Mediunidade construtiva é a língua de fogo do Espírito Santo, luz divina para a qual é preciso conservar o pavio do amor cristão, o azeite da boa vontade pura. Sem a preparação necessária, a excursão dos que provocam o ingresso no reino invisível, é quase sempre, uma viagem nos círculos de sombra. Alcançam grandes sensações e esbarram nas perplexidades dolorosas. Fazem descobertas surpreendentes e acabam nas ansiedades e dúvidas sem fim. Ninguém pode trair a lei Impunemente,e, para subir, Espírito algum dispensará o esforço de si mesmo, no aprimoramento íntimo… Dirigindo-se, de maneira especial, para os circunstantes, o instrutor recomendou: – Observemos. CASO 1. Postara-se ao lado de um rapaz que esperava, de lápis em punho, mergulhado em fundo silêncio. Ofereceu-me Alexandre o seu vigoroso auxílio magnético e contemplei-o, com atenção. Os núcleos glandulares emitiam pálidas irradiações. A epífise principalmente semelhava-se à reduzida semente algo luminosa. – Repare no aparelho genital – aconselhou-me o instrutor, gravemente. Fiquei estupefato. As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade, que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam as movimentações sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas, nas vesículas seminais, na próstata, nas massas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros, na mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis? Enunciando semelhante indagação íntima, explicou-me Alexandre, sem que eu lhe dirigisse a palavra falada: – Não, André. Não temos sob os olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos das torturas sexuais, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não os conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afinam com as predileções dele, entidades que o visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, equilíbrio da vida e, recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo, no exame da fé religiosa. A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si. Esquece-se de que tudo é espírito, manifestação divina e energia eterna. O erro de nosso amigo é o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual. Novos mundos de pensamento raiavam-me no ser. Começava a sentir definições mais francas do que havia sido terríveis incógnitas para mim, no capítulo da patogenia em geral. Não saíra do meu intraduzível espanto, quando o instrutor me chamou a atenção para um cavalheiro maduro que tentava a psicografia. CASO 2. – Observe este amigo – disse-me, com autoridade -, não sente um odor característico? Efetivamente, em derredor daquele rosto pálido, assinalava-se à existência de atmosfera menos agradável. Semelhava-se-lhe o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mas incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele usar alcoólicos em quantidade regular. Vali-me do ensejo para notar-lhe às singularidades orgânicas. O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porqüanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e, começando a fazer-se sentir nas paredes do esôfago, manifestava a sua influência até no bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se, vorazes, ao longo da veia porta, lutando desesperadamente com os elementos sanguíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas. O baço apresentava anomalias estranhas. – Os alcoólicos – esclareceu Alexandre, com grave entonação – aniquilavam-no vagarosamente. Você está examinando as anormalidades menores. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação. Em vão, esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhes são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons. O pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos. Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas. Profundas alterações modificam-lhe as disposições do sistema nervoso vegetativo e, não fossem as glândulas sudoríparas, tornar-se-lhe-ia talvez impossível à continuação da vida física. Não conseguia dissimular minha admiração. Alexandre indicava os pontos enfermiços e esclarecia os assuntos com sabedoria e simplicidade tão grandes que não pude ocultar o assombro que se apoderara de mim. CASO 3. O instrutor colocou-me, em seguida, ao lado de uma dama simpática e idosa. Após examiná-la, atencioso, acrescentou: – Repare nesta nossa irmã. É candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação. Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas. O estômago dilatara-se-lhe horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações. O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação. Desde o duodeno ao sigmóide, notavam-se anomalias de vulto. Guardava a idéia de presenciar, não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e, sim, de vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitos conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição. Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro: – Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição. E porque me conservasse em silêncio, incapacitado de argumentar, ante ensinamentos tão novos, o instrutor considerou: – Perante estes quadros, pode você avaliar a extensão das necessidades educativas na esfera da Crosta. A mente encarnada engalanou-se com os valores intelectuais e fez o culto da razão pura, esquecendo-se de que a razão humana precisa de luz divina. O homem comum percebe muito pouco e sente muito menos. Ante a eclosão de conhecimentos novos, em face da onda regeneradora do Espiritualismo que banha as nações mais cultas da Terra angustiadas por longos sofrimentos coletivos, necessitamos acionar as melhores possibilidades de colaboração, para que os companheiros terrestres valorizem as suas oportunidades benditas de serviço e redenção. Compreendi que Alexandre se referia, veladamente, ao grande movimento espiritista, em virtude de nos encontrarmos nas tarefas de uma casa doutrinária, e não me enganava, porque o bondoso mentor continuou a dizer, gravemente: – O Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados «médiuns». Todas as criaturas a possuem, porqüanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não bastará, entretanto, perceber. É imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo – e sorriu -, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver. – Oh! – exclamei – e por que motivo não dizer tudo isto aos nossos irmãos congregados aqui? Porque não adverti-los austeramente? Alexandre sorriu, benévolo, e acentuou: – Não, André. Tenhamos calma. Estamos no serviço de evolução e adestramento. Nossos amigos não são rebeldes ou maus, em sentido voluntário. Estão espiritualmente desorientados e enfermos. Não podem transformar-se, dum momento para outro. Compete-nos, portanto, ajudá-los no caminho educativo. O orientador deixou de sorrir e acrescentou: – É verdade que sonham edificar maravilhosos castelos, sem base; alcançar imensas descobertas exteriores, sem estudarem a si próprios; mas, gradativamente, compreenderão que mediunidade elevada ou percepção edificante não constituem atividades mecânicas da personalidade e sim conquistas do Espírito, para cuja consecução não se pode prescindir das iniciações dolorosas, dos trabalhos necessários, com a auto-educação sistemática e perseverante. Excetuando-se, porém, essas ilusões infantis, são boas companheiras de luta, aos quais estimamos carinhosamente, não só como nossos irmãos mais jovens, mas também por serem credores de reconhecimento pela cooperação que nos prestam, muitas vezes inconscientemente. Os tenros embriões vegetais de hoje serão as árvores robustas de amanhã o As tribos ignorantes de ontem constituem a Humanidade de agora. Por isso mesmo, todas as nossas reuniões são proveitosas, e, ainda que os seus passos sejam vacilantes na senda, tudo faremos por defendê-los contra as perigosas malhas do vampirismo. A EPIFÍSE – Missionários da Luz – Cap.1 (André Luis – Chico Xavier). É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. ****************************************************************** SANTIFICAI O CORPO. 1Co:6:13: Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. (Bíblia Sagrada – Novo Testamento). 1Co:6:19: Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1Co:6:20: Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus(Bíblia Sagrada – Novo Testamento). Cl:3:23: as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne. (Bíblia Sagrada – Novo Testamento). Evang.Segundo Espiritismo – CAP. VII CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO 11. Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral? Para resolver essa questão, apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Máquina divina – Os Mensageiros – Cap. 49 – A.L.- X.C. Não se passaram muitos minutos e estávamos ao lado do agonizante, cuja situação preocupava o clínico espiritual. Era um cavalheiro de sessenta anos presumíveis, que a leucemia aniquilava morosamente. – Há muitos dias se encontra em coma – explicou o facultativo –, mas temos necessidade de mais forte auxílio magnético, para facilitar o desprendimento. No aposento, além de duas senhoras desencarnadas – a mãe do agonizante e uma parenta próxima –, viam-se familiares encarnados, dando mostras de grande aflição. Nosso orientador examinou o enfermo detidamente e sentenciou: – Nada resta senão a necessidade de concurso para o desligamento final. Aniceto, a seguir, recomendou observássemos o moribundo com atenção. Concentrando todas as minhas possibilidades, fixei o enfermo prestes a desencarnar. Notei, com minúcias, que a alma se retirava lentamente através de pontos orgânicos insulados. Assombrado, verifiquei que, bem no centro do crânio, havia um foco de luz mortiça, candelabro aceso às ondulações brandas do vento. Enchia toda a região encefálica, despertando-me profunda admiração. – A luz que você observa – disse o instrutor amigo – é a mente, para cuja definição essencial não temos, por agora, conceituação humana. Notando minha estranheza, Aniceto colocou-me a destra na fronte, transmitindo-me vigoroso influxo magnético, e acentuou: – Repare a máquina divina do homem, o tabernáculo sagrado que o Senhor permitiu se formasse na Terra para sublime habitação temporária do espírito.Agora, André, não está você diante duma demonstração anatômica da ciência terrestre, examinando carne morta e músculos enrijecidos. Observe agora! O olho mortal não poderá contemplar o que se encontra à sua vista neste instante. O microscópio é ainda pobre, não obstante representar uma nobre conquista para a limitada visão humana. A cooperação magnética do querido mentor modificara a cena e fui compelido a concentrar todas as minhas energias, a fim de não inutilizar a observação pelo golpe do espanto. A luz mental, embora fosca, tornara-se mais nítida e o corpo do moribundo agigantou-se, oferecendo-me espetáculo surpreendente aos olhos ansiosos. Parecia-me o corpo, agora, maravilhosa usina nos mais íntimos detalhes. O quadro científico era simplesmente estupefativo. Identificava, em grandes proporções, os nove sistemas de órgãos da máquina humana?(1) o arcabouço ósseo,(2) a musculatura,(3) a circulação sangüínea,(4) o aparelho de purificação do sangue consubstanciado nos pulmões e nos rins,(5) o sistema linfático,(6) o maquinismo digestivo,(7) o sistema nervoso,(8)as glândulas hormonais e(9) os órgãos dos sentidos. Tal revelação histológica era diferente de tudo que eu poderia sonhar nos meus trabalhos de medicina. A circulação do sangue semelhava-se a movimento de canais vitalizadores daquele pequeno mundo de ossos, carne, água e resíduos. Milhões de organismos microscópicos iam e vinham na corrente empobrecida de glóbulos vermelhos. Presenciava a passagem de formas esquisitas, à maneira de minúsculas embarcações carregadas de bactérias mortíferas. Elementos maiores da flora microbiana transformavam-se em pequeninos barcos hospedando feras minúsculas, às centenas. Invadiam todos os núcleos organizados. Os órgãos, como os pulmões, o fígado e os rins, estavam sendo assaltados, irremediávelmente, por incalculável quantidade de sabotadores infinitesimais. E à medida que se consolidavam os micróbios invasores, em determinadas regiões celulares, alguma coisa se destacava, lentamente, da zona atacada, como se um molde sempre novo fosse expulso da forma gasta e envelhecida, reconhecendo eu, desse modo, que a desencarnação se operava através de processo parcial, facultando-me ilações preciosas. Reparei que algumas glândulas faziam desesperado esforço para enviar aos centros invadidos determinadas porções de hormônios, que eram incontinente/e absorvidos pelos elementos letais. O plasma sanguíneo figurava-se líquido estranho e gangrenoso. Pela excessiva movimentação da onda mental, observei que o moribundo tentava readquirir a direção dos fenômenos orgânicos, mas em vão. Todos os complexos celulares atritavam entre si e as bactérias pareciam gozar o direito de multiplicação crescente e festiva. – Está vendo a máquina divina, formada pelo molde espiritual preexistente? – perguntou Aniceto, compreendendo-me a profunda admiração. O corpo do homem encarnado é um tabernáculo e uma bênção.Nesta hecatombe angustiosa de uma existência, pode você reparar que todos os movimentos do corpo estão subordinados à administração da mente. O organismo vivo, André, representa uma conquista laboriosa da Humanidade terrestre, no quadro de concessões do Eterno Pai. Pode você, agora, identificar os movimentos da matéria viva. Cada órgão é um departamento autônomo na esfera celular, subordinado ao pensamento do homem. Cada glândula é um centro de serviços ativos. Há muita afinidade entre o corpo físico e a máquina moderna. São ambos impulsionados pela carga de combustível, com a diferença de que no homem a combustão química obedece ao senso espiritual que dirige a vida organizada. É na mente que temos o governo dessa usina maravilhosa. Não possuímos, aí, tão somente o caráter, a razão, a memória, a direção, o equilíbrio, o entendimento? mas, também, o controle de todos os fenômenos da expressão corpórea. Na sede mental e, conseqüentemente, no cérebro, temos todos os registros de distribuição dos princípios vitais aos núcleos celulares, inclusive a água e o açúcar. Os centros metabólicos são grandes oficinas de trabalho incessante. A mente humana, ainda que indefinível pela conceituação científica limitada, na Terra, é o centro de toda manifestação vital no planeta. Cada órgão, cada glândula, meu amigo, integra o quadro de serviço da máquina sublime, construída no molde sutil do corpo espiritual preexistente e, por isso mesmo, chegará o tempo em que a ciência reconhecerá qualquer abuso do homem como ofensa causada a si mesmo. A usina humana é repositório de forças elétricas de alto teor construtivo ou destrutivo. Cada célula é minúsculo motor, trabalhando ao impulso mental. Aniceto calou-se por momentos e, enquanto eu via, aterrado, os mais estranhos fenômenos microbianos no corpo do moribundo, volveu ele à palavra educativa: – Vemos aqui um irmão no momento da retirada. Repare a incapacidade dele para governar as células em conflito. A corrente sangüínea transformou-se em veículo de invasores mortíferos, que não encontraram qualquer fortificação na defensiva. Observe e identificará milhões de unidades da tuberculose, da lepra, da difteria, do câncer, que até agora estavam contidos nos porões da atividade fisiológica, pela defesa organizada, e que se multiplicam assustadoramente, de par com outros micróbios tão prolíferos quão terríveis. A nutrição foi interrompida. Não há possibilidade de novos suprimentos hormonais. O agonizante retrai-se aos poucos e ainda não abandonou totalmente a carne, por falta de educação mental. Vê-se pelo excesso de intemperança das células, sobre as quais não exerce nem mesmo um controle parcial, que este homem viveu bem distante da disciplina de si mesmo. Seus elementos fisiológicos são demasiadamente impulsivos, atendendo muito mais ao instinto que ao movimento da razão concentrada. A falar verdade, este nosso amigo não se está desencarnando, está sendo expulso da divina máquina, onde, pelo que vemos, não parece ter prezado bastante os sublimes dons de Deus. ***************************************************************** O SERVO INCONSTANTE. (Jesus no Lar) – Cap. 5 – Neio Lúcio e Chico Xavier. À frente do todos os presentes, o Mestre narrou com simplicidade: — Certo homem encontrou a luz da Revelação Divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os Anjos do Céu. Tanto suplicou essa bênção ao Pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha. Por intermédio de vários amigos, orientados pelo Poder Divino, o candidato, que demonstrava acentuada tendência pela escultura, foi conduzido a colaborar com antigo mestre, em mármore valioso. No entanto, a breve tempo, demitiu-se, alegando a impossibilidade de submeter-se a um homem ríspido e intratável; transferiu-se, desse modo, para uma oficina consagrada à confecção de utilidades de madeira, sob as diretrizes de velho escultor. Abandonou-o também, sem delongas, asseverando que lhe não era possível suportá-lo. Em seguida, empregou-se sob as determinações de conhecido operário especializado em construção de colunas em estilo grego. Não tardou, entretanto, a deixá-lo, declarando não lhe tolerar as exigências. Logo após, entregou-se ao trabalho, sob as ordens de experimentado escultor de ornamentações em arcos festivos, mas, finda uma semana, fugiu aos compromissos assumidos, afirmando haver encontrado um chefe por demais violento e irritadiço. Depois, colocou-se sob a orientação de um fabricante de arcas preciosas, de quem se afastou, em poucos dias, a pretexto de se tratar de criatura desalmada e cruel. E, assim, de tarefa em tarefa, de oficina em oficina, o aspirante ao Céu dizia, invariavelmente, que lhe não era possível incorporar as próprias energias à experiência terrestre, por encontrar, em toda parte, o erro, a maldade e a perseguição nos que o dirigiam, até que a morte veio buscá-lo à presença dos Anjos do Senhor. Com surpresa, porém, não os encontrou tão sorridentes quanto aguardava. Um deles avançou, triste, e indagou: — Amigo, por que não te preparaste ante os imperativos do Céu? O interpelado que identificava a própria inferioridade, nas sombras em que se envolvia, clamou em pranto que só havia encontrado exigência e dureza nos condutores da luta humana. O Mensageiro, no entanto, observou, com amargura: — O Pai chamou-te a servir em teu próprio proveito e, não, a julgar. Cada homem dará conta de si mesmo a Deus. Ninguém escapará à Justiça Divina que se pronuncia no momento preciso. Como pudeste esquecer tão simples verdade, dentro da vida? O malho bate a bigorna, o ferreiro conduz o malho, o comerciante examina a obra do ferreiro, o povo dá opinião sobre o negociante, e o Senhor, no Conjunto, analisa e julga a todos. Se fugiste a pequenos serviços do mundo, sob a alegação de que os outros eram incapazes e indignos da direção, como poderás entender o ministério celestial? E o trabalhador inconstante passou às conseqüências de sua queda impensada. Jesus fez uma pausa e concluiu: Quem estiver sob o domínio de pessoas enérgicas e endurecidas na disciplina, excelentes resultados conseguirá recolher se souber e puder aproveitar-lhes a aspereza, inspirando-se na madeira bruta ao contacto da plaina benfeitora. Abençoada seja a mão que educa e corrige, mas bem-aventurado seja aquele que se deixa aperfeiçoar ao seu toque de renovação e aprimoramento, porque os mestres do mundo sempre reclamam a lição de outros mestres, mas a obra do bem, quando realizada para todos, permanece eternamente. *********************************************************************************** Vampiro (Cap. 31) – Nosso Lar. Definição de Vampiro – ( Missionários da Luz. – Cap. 4 – André Luis – Chico Xavier). Sem nos referirmos aos morcegos sugadores, o vampiro, entre os homens, é o fantasma dos mortos, que se retira do sepulcro, alta noite, para alimentar-se do sangue dos vivos. Não sei quem é o autor de semelhante definição, mas, no fundo, não está errada. Apenas cumpre considerar que, entre nós, vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qual quer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens. Cap. 31: Eram vinte e uma horas. Ainda não havíamos descansado, senão em momentos de palestra rápida, necessária à solução de problemas espirituais. Aqui, um doente pedia alívio? ali, outro necessitava passes de reconforto. Quando fomos atender a dois enfermos, no Pavilhão 11, escutei gritaria próxima. Fiz instintivo movimento de aproximação, mas Narcisa deteve-me, atenciosa: – Não prossiga – disse – localizam se ali os desequilibrados do sexo. O quadro seria extremamente doloroso para seus olhos. Guarde essa emoção para mais tarde. Não insisti. Entretanto, fervilhavam- me no cérebro mil interrogações. Abrira se um mundo novo à minha pesquisa intelectual. Era indispensável recordar o conselho da genitora de Lísias, a cada momento, para não me desviar da obrigação justa. Logo após às vinte e uma horas, chegou alguém dos fundos do enorme parque. Era um homenzinho de semblante singular, evidenciando a condição de trabalhador humilde. Narcisa recebeu o com gentileza, perguntando: – Que há, Justino? Qual é a sua mensagem? O operário, que integrava o corpo de sentinelas das Câmaras de Retificação, respondeu, aflito: – Venho participar que uma infeliz mulher está pedindo socorro, no grande portão que dá para os campos de cultura. Creio tenha passado despercebida aos vigilantes das primeiras linhas. – E por que não a atendeu? – interrogou a enfermeira. O servidor fez um gesto de escrúpulo e explicou: – Segundo as ordens que nos regem, não pude fazê-lo, porque a pobrezinha está rodeada de pontos negros. – Que me diz? – revidou Narcisa, assustada. – Sim, senhora. – Então, o caso é muito grave. Curioso, segui a enfermeira, através do campo enluarado. A distância não era pequena. Lado a lado, via se o arvoredo tranqüilo do parque muito extenso, agitado pelo vento caricioso. Havíamos percorrido mais de um quilômetro, quando atingimos a grande cancela a que se referira o trabalhador. Deparou se nos, então, a miserável figura da mulher que implorava socorro do outro lado. Nada vi, senão o vulto da infeliz, coberta de andrajos, rosto horrendo e pernas em chaga viva? mas Narcisa parecia divisar outros detalhes, imperceptíveis ao meu olhar, dado o assombro que estampou na fisionomia, ordinariamente calma. – Filhos de Deus – bradou a mendiga ao avistar-nos – daí me abrigo à alma cansada! Onde está o paraíso dos eleitos, para que eu possa fruir a paz desejada. Aquela voz lamuriosa sensibilizava-me o coração. Narcisa, por sua vez, mostrava se comovida, mas falou em tom confidencial: – Não está vendo os pontos negros? – Não – respondi. – Sua visão espiritual ainda não está suficientemente educada. E, depois de ligeira pausa, continuou: – Se estivesse em minhas mãos, abriria imediatamente a nossa porta? mas,quando se trata de criaturas nestas condições, nada posso resolver por mim mesma. Preciso recorrer ao Vigilante Chefe, em serviço. Assim dizendo, aproximou se da infeliz e informou, em tom fraterno: – Faça o obséquio de esperar alguns minutos. Voltamos apressadamente ao interior. Pela primeira vez, entrei em contacto com o diretor das sentinelas das Câmaras de Retificação. Narcisa apresentou-me e notificou lhe a ocorrência. Ele esboçou um gesto significativo e ajuntou: – Fez muito bem, comunicando-me o fato. Vamos até lá. Dirigimo-nos os três para o local indicado. Chegados à cancela, o Irmão Paulo, orientador dos vigilantes, examinou atentamente a recém chegada do Umbral, e disse: – Esta mulher, por enquanto, não pode receber nosso socorro. Trata se de um dos mais fortes vampiros que tenho visto até hoje. É preciso entregá – la à própria sorte. Senti me escandalizado. Não seria faltar aos deveres cristãos abandonar aquela sofredora ao azar do caminho? Narcisa, que me pareceu compartilhar da mesma impressão, adiantou se suplicante: – Mas, Irmão Paulo, não há um meio de acolhermos essa miserável criatura nas Câmaras? – Permitir essa providência – esclareceu ele –, seria trair minha função de vigilante. E indicando a mendiga que esperava a decisão, a gritar impaciente, exclamou para a enfermeira: – Já notou, Narcisa, alguma coisa além dos pontos negros? Agora, era minha instrutora de serviço que respondia negativamente. – Pois vejo mais – respondeu o Vigilante Chefe,baixando o tom de voz, recomendou: – Conte as manchas pretas. Narcisa fixou o olhar na infeliz e respondeu, após alguns instantes: – Cinqüenta e oito. O Irmão Paulo, com a paciência dos que sabem esclarecer com amor, explicou: – Esses pontos escuros representam cinqüenta e oito crianças assassinadas ao nascerem. Em cada mancha vejo a imagem mental de uma criancinha aniquilada, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia. Essa desventurada criatura,foi profissional de ginecologia. A pretexto de aliviar consciências alheias, entregava se a crimes nefandos, explorando a infelicidade de jovens inexperientes. A situação dela é pior que a dos suicidas e homicidas, que, por vezes, apresentam atenuantes de vulto. Recordei, assombrado, os processos da medicina, em que muitas vezes enxergara, de perto, a necessidade da eliminação de nascituros para salvar o organismo materno, nas ocasiões perigosas? mas, lendo-me o pensamento, o Irmão Paulo acrescentou: – Não falo aqui de providências legítimas, que constituem aspectos das provações redentoras, refiro-me ao crime de assassinar os que começam a trajetória na experiência terrestre, com o direito sublime da vida. Demonstrando a sensibilidade das almas nobres, Narcisa rogou: – Irmão Paulo, também eu já errei muito no passado. Atendamos a esta desventurada. Se me permite, eu lhe dispensarei cuidados especiais. – Reconheço, minha amiga – respondeu o diretor da vigilância, impressionando pela sinceridade –, que todos somos espíritos endividados? entretanto, temos a nosso favor o reconhecimento das próprias fraquezas e a boa vontade de resgatar nossos débitos? mas esta criatura, por agora, nada deseja senão perturbar quem trabalha. Os que trazem os sentimentos calejados na hipocrisia emitem forças destrutivas. Para que nos serve aqui um serviço de vigilância? E, sorrindo expressivamente, exclamou: – Busquemos a prova. O Vigilante Chefe aproximou se, então, da pedinte e perguntou: – Que deseja a irmã, do nosso concurso fraterno? – Socorro! Socorro! Socorro!… – respondeu lacrimosa. – Mas, minha amiga – ponderou acertadamente –, é preciso sabermos aceitar o sofrimento retificador. Por que razão tantas vezes cortou a vida a entezinhos frágeis, que iam à luta com a permissão de Deus? Ouvindo o, inquieta, ela exibiu terrível carantonha de ódio e bradou: – Quem me atribui essa infâmia? Minha consciência está tranqüila, canalha!… Empreguei a existência auxiliando a maternidade na Terra. Fui caridosa e crente, boa e pura… – Não é isso que se observa na fotografia viva dos seus pensamentos e atos. Creio que a irmã ainda não recebeu, nem mesmo o benefício do remorso. Quando abrir sua alma às bênçãos de Deus, reconhecendo as necessidades próprias, então, volte até aqui. Irada, respondeu a interlocutora: – Demônio! Feiticeiro! Sequaz de Satã!… Não voltarei jamais!… Estou esperando o céu que me prometeram e que espero encontrar. Assumindo atitude ainda mais firme, falou o Vigilante Chefe com autoridade: – Faça, então, o favor de retirar se. Não temos aqui o céu que deseja. Estamos numa casa de trabalho, onde os doentes reconhecem o seu mal e tentam curar se,junto de servidores de boa vontade. A mendiga objetou atrevidamente: – Não lhe pedi remédio, nem serviço. Estou procurando o paraíso que fiz por merecer, praticando boas obras. E, endereçando nos dardejante olhar de extrema cólera, perdeu o aspecto de enferma ambulante, retirando se a passo firme, como quem permanece absolutamente senhor de si. Acompanhou a o Irmão Paulo com o olhar, durante longos minutos, e, voltando se para nós, acrescentou: – Observaram o Vampiro? Exibe a condição de criminosa e declara-se inocente? é profundamente má e afirma se boa e pura? sofre desesperadamente e alega tranqüilidade? criou um inferno para si própria e assevera que está procurando o céu. Ante o silêncio com que lhe ouvíamos a lição, o Vigilante Chefe rematou: – É imprescindível tomar cuidado com as boas ou más aparências. Naturalmente, a infeliz será atendida alhures pela Bondade Divina, mas, por princípio de caridade legítima, na posição em que me encontro, não lhe poderia abrir nossas portas. II CORINTIOS 13 2 Já o disse quando estava presente a segunda vez, e estando agora ausente torno a dizer aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não os pouparei. (Bíblia Sagrada – Novo Testamento). Missionários da Luz – Cap.19 ( André Luis – Chico Xavier). Lastimável! — exclamou o chefe do auxilio, depois de longa perquirição.–Entretanto, apenas poderemos aliviá-lo. Agora, após dez vezes de socorro completo, é preciso deixá-lo entregue a si mesmo, até que adote nova resolução. DISCIPLINA COM OS FILHOS. Antigo Testamento: Bíblia Sagrada. Pr : 3 : 11 a 13 : 11 Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão; 12 porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem. 13 Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; Pr : 23 : 13 e 14 : 13 Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. 14 Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol. Pr : 23 : 23 e 24 : 23 Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento. 24 Grandemente se regozijará o pai do justo; e quem gerar um filho sábio, nele se alegrará. Novo Testamento: Bíblia Sagrada. Ef : 6 : 1 a 4 : 1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 2 Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), 3 para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. 4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor. Hb : 12 ; 5 a 8 : 5 e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; 6 pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. 7 É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? 8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos. O Consolador – (Emmanuel – Chico Xavier – 109 – 110 e 113). 109 – O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa? -O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar. Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas. Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos. 110 – Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra? -A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade. 113 – Os pais espiritistas devem ministrar a educação doutrinária a seus filhos ou podem deixar de fazê-lo invocando as razões de que, em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos? O período infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença. O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo? Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade. Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime. Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira. Conduta Espírita – Cap.2 (Waldo Vieira – André Luis). Os compromissos assumidos pelo Espírito reencarnante têm começo no momento da concepção Conduta Espírita – Cap.25 (Waldo Vieira – André Luis). Responsabilidade pessoal, patrimônio intransferível. MENSAGEM DA CRIANÇA Dizes que sou o futuro. Não me desampares no presente. Dizes que sou a esperança da paz. Não me induzas à guerra. Dizes que sou a promessa do bem. Não me confies ao mal. Dizes que sou a luz dos teus olhos. Não me abandones às trevas. Não espero somente o teu pão. Dá-me luz e entendimento. Não desejo tão só a festa de teu carinho. Suplico-te amor com que me eduques. Não te rogo apenas brinquedos. Peço-te bons exemplos e boas palavras. Não sou simples ornamento de teu caminho. Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus. Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão. Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo… Corrige-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra… Ajuda-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar. Livro: “Antologia da Criança” (Meimei – Chico Xavier). Conduta Espírita – Cap.21 (Waldo Vieira – André Luis). PERANTE A CRIANÇA Ver no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções. Orientação da infância, profilaxia do futuro. Solidarizar-se com os movimentos que digam respeito à assistência à criança, melhorando métodos e ampliando tarefas. Educar os pequeninos é sublimar a Humanidade. Colaborar decididamente na recuperação das crianças desajustadas e enfermas, pugnando pela diminuição da mortalidade infantil. Na meninice corpórea, o Espírito encontra ensejo de renovar as bases da própria vida. Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena. Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da carne. Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna. O livro edificante vacina a mente infantil contra o mal. Observar quando se deve ou não conduzir as crianças a reuniões doutrinárias. A ordem significa artigo de lei para toda idade. Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prêmios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-lhes a mente. A noção de responsabilidade nos deveres mínimos é o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações. Não permitir que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos, e, em nenhuma oportunidade, oferecer-lhes presentes suscetíveis de incentivar-lhes qualquer atitude agressiva ou belicosa, tanto em brinquedos quanto em publicações. A criança sofre de maneira profunda a influência do meio. Furtar-se de incrementar o desenvolvimento de faculdades mediúnicas em crianças, nem lhes permitir a presença em atividades de assistência a desencarnados, ainda mesmo quando elas apresentem perturbações de origem mediúnica, circunstância esta em que devem receber auxílio através da oração e do passe magnético. Somente pouco a pouco o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação. Em toda a divulgação, certame ou empreendimento doutrinário, não esquecer a posição singular da educação da infância na Seara do Espiritismo, criando seções e programas dedicados à criança em particular. Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir-lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros. Sem boa semente, não há boa colheita. O lar é a escola primeira. “Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus.” Jesus. (lc:18:16). ENCONTRO MARCADO Quando a aflição lhe bateu à porta, o discípulo tomou as notícias do Senhor e leu-lhe a promessa divina:- “Estarei convosco até ao fim dos séculos…”(Mt:28:20) ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Acendeu-se-lhe a esperança no imo dalma. E, certa manhã, partiu à procura do Mestre, à feição da corça transviada no deserto, quando suspira pela fonte das águas vivas. Entrou num templo repleto de luzes faiscantes, onde se venerava a memória; todavia, não obstante sentir que a fé aí brilhava entre cânticos reverentes e flores devotas, não encontrou o Divino Amigo. Buscou-o nos vastos recintos, onde se lhe pronunciava o nome com inflexão de supremo respeito; contudo, apesar de surpreender-lhe o ensinamento puro, no verbo daqueles que sobraçavam dourados livros, não lhe anotou a presença. Na jornada exaustiva, gastou as horas… Em vão, atravessou portadas e colunas, altares e jardins. Descia, gélida, a noite, quando escutou os gemidos de uma criança doente, abandonada à sarjeta. Ajoelhando-se, asilou-a amorosamente na concha dos próprios braços. Ao levantar os olhos, viu Jesus, diante dele, e, fremente, bradou: – Mestre! Mestre!… O Excelso Benfeitor afagou-lhe a cabeça fatigada, como quem lhe expungia toda a chaga de angústia, e falou, compassivo: – Realmente, filho meu, estarei com todos e em toda parte, até ao fim dos séculos; no entanto, moro no coração da caridade, em cuja luz tenho encontro marcado com todos os aprendizes do bem eterno… Debalde, tentou o discípulo reter o Senhor de encontro ao peito… Através da neblina, espessa das lágrimas a lhe inundarem o rosto mudo, reparou que a celeste visão se diluía no anilado fulgor do céu vespertino, mas, na acústica do próprio ser, ressoavam para ele agora as palavras inesquecíveis: – Toda vez que amparardes a um desses pequeninos, por amor de meu nome, é a mim que o fazeis… Livro: “O Espírito da Verdade” (Meimei – Chico Xavier). ************************************************************************************************ DADI JANKI – A MENTE MAIS ESTÁVEL DOMUNDO. Reformador agosto de 2.010. Na contra partida do caos, uma postura nova para o ser. No final da década de 1.970, uma ioguina indiana, Dadi Janki, 86 anos, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica e Cientifica da Universidade do Texas,como a “mente mais estável do mundo “, porque mesmo testada em situações tensas e perigosas, seu eletroencefalograma marcou a presença constante de ondas deltas, as ondas mais positivas e lentas produzidas pela atividade cerebral. Ela recebeu da ONU o titulo muito raro de ser concedido, de uma Guardiã do Planeta, por seu trabalho em prol das mentes mais livres e pacificas. Quando lhe perguntaram, em sua visita a São Paulo, a receita de uma mente tão tranqüila e sem pesos, ela respondeu: “Muito amor no coração por todos e nenhum apego por ninguém, tentar não prejudicar pessoa alguma minimamente e eliminar da mente qualquer pensamento negativo, fazendo um exercício diário e ter certeza que não estamos aqui a toa,mas para cumprir o destino da evolução. Que somos caminhantes, sem dependências ou estabilidades. Afirmou ainda que aquele que não percebe isso se torna escravo do desnecessário e polui a mente. A questão da sintonia e tema recorrente nas reflexões espíritas. Emmanuel propõe o seguinte, a esse respeito: Quando coléricos e irritadiços, agressivos e ásperos para com os outros, criamos por atividade reflexa o desalento e a intemperança, a crueldade e a secura para nos mesmos, quando generosos e compreensivos, prestimosos e úteis para com aqueles que nos cercam, criamos, conseqüentemente a alegria e a tranqüilidade, a segurança e o bom animo para nos próprios. Meu desejo com este artigo, é lembrar que precisamos colocar alguma coisa no lugar da confusão em que pode ser transformar a mente e o coração do ser humano. Em vez de guerrinhas mentais contra as adversidades, a disciplina da meditação suave e generosa, através da prece e da leitura evangélico doutrinária. Alguns minutos por dia, todos os dias. Na contramão da impaciência, a mudança do padrão respiratório. Ser mais pleno e intenso no uso dos pulmões, todos os dias. Ao contrario da raiva, experiências pequeninas e progressivas com o perdão. Um pouco cada dia, todos os dias. O desafio esta posto. O que nos falta para começar? O Consolador – (Emmanuel – Chico Xavier). 254 – Que é paciência e como adquiri-la? – A verdadeira paciência é sempre uma exteriorização da alma que realizou muito amor em si mesmo, para dá-lo a outrem, na exemplificação. Esse amor é a expressão fraternal que considera todas as criaturas como irmãos, em quaisquer circunstâncias, sem desdenhar a energia para esclarecer a incompreensão, quando isso se torne indispensável. É com a iluminação espiritual do nosso íntimo que adquirimos esses valores sagrados da tolerância esclarecida. E, para que nos edifiquemos nessa claridade divina, faz se mister educar a vontade, curando enfermidades psíquicas seculares que nos acompanham através das vidas sucessivas, quais sejam as de abandonarmos o esforço próprio, de adotarmos a indiferença e de nos queixarmos das forças exteriores, quando o mal reside em nós mesmos. Para levarmos a efeito uma edificação tão sublime, necessitamos começar pela disciplina de nós mesmos e pela continência dos nossos impulsos, considerando a liberdade do mundo interior, de onde o homem deve dominar as correntes da sua vida. O adágio popular considera que “o hábito faz a segunda natureza” e nós devemos aprender que a disciplina antecede a espontaneidade, dentro da qual pode a alma atingir, mais facilmente, o desiderato da sua redenção. Fontes de Pesquisa: O Consolador – Emmanuel – Chico Xavier. Reformador Espírita – Edição 2010. O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec. A Gêneses – Allan Kardec. O Livro dos Espíritos – Allan Kardec. O Espírito da Verdade – Meimei – Chico Xavier. Antologia da Crianca – Meimei – Chico Xavier. Conduta Espírita – Waldo Vieira – Chico Xavier. Missionários da Luz – André Luiz – Chico Xavier. Os Mensageiros – Andr,e Luiz Chico Xavier. Nosso Lar – André Luiz – Chico Xavier. Obreiros da Vida Eterna – André Luiz- Chico Xavier. Jesus no Lar – Néio Lúcio – Choco Xavier, Caminho Espírita – Meimei – Chico Xavier. Desobsessao – Waldo Vieira- André Luiz – Chico Xavier. Orações de Chico Xavier – Chico Xavier – Carlos A. Baccelli.. Escrínio de Luz- Emmanuel – Chico Xavier. Bencao de Paz – Emmanuel – Chico Xavier. Antologia Mediúnica de Natal – André Luiz – Chico Xavier. Boa Nova –Humberto de Campos – Chico Xavier. Wikipédia- A enciclopédia livre. Bíblia Sagrada – Antigo e Novo Testamento. Dicionário – Aurélio.