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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > DESOBSESSÃO > Exorcismo e desobsessão

Exorcismo e desobsessão

celcDESOBSESSÃO26 de maio de 2014 Leave a comment0
Conforme documentado nas tábuas de cerâmica em escrita cuneiforme, dos Sumerianos, o exorcismo já era conhecido como sendo uma doença do corpo e da mente, causada por espíritos demoníacos chamados de “Gidim”. Muitas destas tábuas contêm orações pedindo por proteção e ajuda para expelir os demônios que haviam invadido seus corpos. Estas crenças, usos e costumes eram comuns entre os povos antigos e ainda coexistem até hoje entre nós, através do sincretismo religioso, cultos de origem africana, indígena ou xamanista e crenças filosóficas ocultistas. Entre as crenças religiosas que possuem rituais específicos para lidar com as doenças ditas espirituais, podemos citar as de origem orientais como o Hinduísmo, Budismo e Taoísmo, e as ocidentais de origem judaica cristã como o Catolicismo, Evangélicas Pentecostais, Neo-Pentecostais, Islamitas (principalmente os sufistas), afro-brasileiras (Candomblé e Umbanda) e o Espiritismo que prova a ineficácia do ritualismo formal e irracional. Entre os profetas judeus, provavelmente influenciados pelos povos dominadores, era comum a lida com espíritos messiânicos, impuros ou obsessores.Podemos citar a passagem do Antigo Testamento (1) (I Samuel 16: 14 a 23), a saber: “O Espírito de Javé tinha se retirado de Saul, e um mau espírito, procedente de Javé o atormentava…..” . Esta passagem demonstra claramente que entre os israelitas, tanto os bons como os maus espíritos provinham de Deus e que a inferência de um profeta iria ajudá-los nas horas de crise ou domínio de um espírito mau.
 
Na cabala Judaica, uma pessoa pode ser possuída por um espírito chamado dybbuk, que se acredita ser a alma de uma pessoa morta, que retornou da Gehenna (I). De acordo com esta crença, existem bons e maus espíritos; os bons funcionam como guias espirituais ajudando as pessoas na sua vida cotidiana e os maus estariam ligados a elas para causar tentações e desajustes.
‘Era muito comum na época de Jesus, entre os judeus, curas espirituais de possessos como no caso de “Os endemoninhados gadarenos”, (Mt. 8: 28 a 3, Mc. 5: 1 a 20; Lc 8:37 a 39 e At. 8: 18 a 25 e 19: 11 a 20) “Ao chegar ao outro lado, no país dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois endemoninhados, saindo dos túmulos. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que se puseram a gritar: Que queres de nós, filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?…”.O que podemos constatar em todas passagens citadas é que tanto Jesus como seus apóstolos curavam os possessos, afastando os espíritos obsessores pela autoridade moral e não por gesticulações, rituais ou qualquer outra prática, a não ser a imposição das mãos. Em atos 19: 11 a 20 o espírito obsessor é muito enfático quando diz aos exorcistas judeus, filhos de Cevas (rabino judeu): “Jesus eu conheço, Paulo sei quem é, vós, porém, quem sois? “E investindo contra eles, o homem no qual estava o espírito mau dominou a uns e outros, e de tal modo os maltratou que, desnudos e feridos, tiveram de fugir daquela casa”.
Seguindo a tradição judaica e o exemplo de Jesus, os apóstolos transmitiram aos primeiros cristãos a prática de curar possessos, conforme os diversos relatos do novo testamento.
 
Tendo em vista esta tradição, as igrejas ortodoxas, católica e algumas evangélicas optaram por estabelecer rituais de exorcismo (apesar de negarem o diálogo com os espíritos).Estes rituais, além de agredirem os “possuídos” e os espíritos, são inócuos, tendo sido, muitos destes “doentes da alma”, supliciados na fogueira pela inquisição. A igreja católica ainda hoje tem um “Ritual de Exorcismos e Outras Súplicas (2)”, aprovado pelo Concílio do Vaticano II e promulgado pelo Papa João Paulo II. Este manual, em sua orientação para uso do rito, inclui fórmulas como gestos (sinal da cruz), aspersão de água benta, água com sal, sopro, ladainhas, salmos, imposição das mãos, intercessão de todos os santos e até diálogo com os espíritos obsessores. Alguns casos mais recentes ganharam destaques na mídia e, gerou até um filme (Exorcismo de Emily Rose), baseado no caso real de Anneliese Michel. Os seus pais e os padres Erives Alt e Arnold Renz foram condenados por homicídio causado por negligência médica, seguido de morte da paciente. Outro caso, também de consequência fatídica e, divulgado pela mídia, foi o da freira Maricica Irina Cornici, de 23 anos, que, “possuída” pelo demônio, morre acorrentada, amordaçada e crucificada em ritual de exorcismo na Romênia.
 
Recentemente, chamou nossa atenção um artigo publicado pela revista Época (3) sobre programas de televisão do tipo “Reality show”, exibidos pelas Igrejas neo-pentecostais em horário nobre. Nesta edição especial os autores documentaram as teatrais exibições de “exorcismo” ou seção de “descarrego”.
Segundo o exposto, perguntamos: O que é verdade e ético perante os conhecimentos científicos e a moral religiosa?
Conforme os lexicólogos a palavra exorcismo provém etimologicamente do grego exorkismós e do latim exorcismu, que significa oração e cerimônia religiosa com que se esconjura o demônio ou os espíritos maus. Assim, diz-se que exorcismar é valer-se do exorcismo para expulsar do corpo de alguém maus espíritos ou demônios.
Carl Jung foi quem estudou os problemas espirituais e disse que o fenômeno pertencia às imagens gravadas no coletivo humano. Atualmente, como podemos constatar, nenhum cientista, após Jung, desenvolveu um trabalho sério sobre o assunto.A medicina classifica as doenças espirituais como DSM-IV ou doenças mentais (histeria, mania, psicoses), ICD-10 desordem dissossiativa de identidade e mais recentemente a “demonopathy” (II) ou monomania na qual o paciente acredita que está possuído por um ou mais demônios ou espíritos (29% dos pacientes).
Apesar de desconhecido no meio científico internacional, Allan Kardec, sistematizador da Doutrina dos Espíritos, foi quem desenvolveu o melhor estudo sobre a “possessão demoníaca”, ou seja, a posse momentânea de um corpo por um espírito ou espíritos.
 
No livro dos Médiuns (4), capítulo XXIII, da Obsessão, A. K. inicia afirmando que obsessão é o domínio de alguns Espíritos sobre certas pessoas e que pode ser uma simples obsessão, fascinação ou subjugação. Sobre a subjugação, Kardec afirma ser uma constrição que paralisa a vontade e subjuga o possesso. No item 240 ele afirma que não há possesso e sim obsediados, já na Revista Espírita (5) de dezembro 1863, sobre o caso de Possessão da Srta. Júlie, AK reconhece haver possessão. Outro fato também relatado por A. K. na revista de dezembro e agosto de 1862 foi o da epidemia demoníaca de Morzine, uma pequena aldeia da França, noticiada pela imprensa, à qual ele considerou imprudente a intervenção espírita, mas advertiu que esta deveria consistir de uma tríplice ação, a saber: a ação fluídica que liberta o perispírito do doente da pressão do Espírito malévolo, o ascendente moral sobre ele e a influência moralizadora dos conselhos que se lhes dá.
No EVSE (6), Cap. V, “Preces pelos Obsediados”, item 81, A. K. afirma: “A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo e apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. Na observação final deste capítulo, Kardec afirma também que a cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e habilidade e que nenhum resultado se obtém pelo constrangimento do espírito e sim pelo ascendente moral do interlocutor. Assim, fica demonstrado, pela experiência, a completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores ou quaisquer sinais materiais (sinal da cruz, etc.).
Atualmente o Espiritismo alcançou um grande progresso no tratamento espiritual de obsedados e possessos, através do passe magnético/espiritual e das reuniões mediúnicas privativas com trabalhadores treinados e experientes. Finalizando, esclarecemos que o tratamento espiritual de obsessões (inclusive possessões), após sua diagnose, deve ser baseado no sentimento de caridade para com os assistidos e na autoridade moral dos médiuns e interlocutores, através de um dialogo fraterno com os espíritos (obedecendo sempre seu livre arbítrio).
 
I – Gehenna do latim, géenna do grego e Hebraico, lugar de suplício pelo fogo e vermes, dor e tormentos, inferno.
II – Demonopaty demonomania – do grego daemon + páthos, paty, doença mental ou monomania, na qual o paciente acredita ser ou atua como possuído por um espírito demoníaco, ou do mal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 – Bíblia de Jerusalém, 3ª Edição da língua portuguesa, Editora Paulus-2004.
2 – Ritual de Exorcismo e Outras Súplicas, trad. portuguesa pela editora Paulus, 2004.
3 – “Exorcismo é o dono da Noite”, revista Época, edição 258 de 25/4/2003.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG57053-6014,00.html
4 – Allan Kardec (AK), “Lê Livre dês Médiuns ou Guide dês Médiuns et dês Evocateurs”, Livro dos Médiuns (LM), Trad. de Guilon Ribeiro da 49ª Ed. Francesa, 67ª Ed. da FEB, 2001.
5 – Allan Kardec, Revista Espírita Jornal de Estudos Psicológicos, Ano 1862 e 1863, trad. de Júlio Abreu Filho, 1965.
6 – Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo (EVSE), 3ª Edição Francesa, Trad. de Guillon Ribeiro, 2007.
 
Revista Internacional de Espiritismo 01.2009 – 
Henri B. F. Barreto
 

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