Centro Espírita Leocádio Corrêia

Evangelização, Cura e Desobsessão

  • Início
  • O Centro
  • Horários
  • Biblioteca Virtual
  • Palestras
  • Artigos
    • Lista de Artigos
    • Ver Categorias
  • Links
    • Kardec
    • Revista Espírita
    • Biografias
    • Rádio
  • Contato
  • Início
  • O Centro
  • Horários
  • Biblioteca Virtual
  • Palestras
  • Artigos
    • Lista de Artigos
    • Ver Categorias
  • Links
    • Kardec
    • Revista Espírita
    • Biografias
    • Rádio
  • Contato

Artigo

Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos de Outras Revistas > Faces e mistérios de uma grande mãe

Faces e mistérios de uma grande mãe

celcArtigos de Outras Revistas29 de junho de 2014 Leave a comment0
Quem é essa Maria? Como ela se tornou a mulher mais louvada da história?
 
Ela não cingiu a auréola de mártir. Não realizou nenhum milagre. Não deixou nenhuma relíquia de si. Mas foi qualificada como deusa, apesar de não cumprir com nenhum destes três elementos essenciais do culto primitivo aos santos. Ela não é a figura central do Cristianismo, mas no Ortodoxismo Cristão, dominante na parte oriental da Europa, ela é considerada como um símbolo da própria igreja. Sobre ela, existem vagas referências nos Evangelhos: Marcos cita-a apenas uma vez. João a chama de “mãe de Jesus”.
Maria é o maior paradoxo na historia do Cristianismo, pois, ao mesmo tempo em que é a mais obscura personagem no Novo Testamento, ela é, também, a mais eminente figura do culto cristão, depois do próprio Cristo: Os fiéis da igreja Copta, que vivem na Etiópia e no Egito, têm por ela fortíssima veneração. Os Luteranos possuem a Irmandade Evangélica de Maria.  O próprio Martinho Lutero escreveu em seu comentário ao Magnificat que Maria é a mulher mais sublime da Terra, apesar da Virgem Maria ter sido uma das causas da ruptura da igreja Católica, que levou à criação do protestantismo. Até entre os muçulmanos Maria ocupa importante lugar no Corão, sendo a terceira pessoa mais mencionada no livro, atrás apenas de Moisés e Noé e bem à frente de seu filho, Jesus. Maria também aparece no Alcorão, que, num de seus versículos, a coloca entre as mulheres mais dignas do mundo, ao lado da mulher do profeta Maomé, Khadija, e de sua filha Fátima.
Mas quem é essa Maria? Como ela se tornou a mulher mais louvada da historia? Como cultuar uma figura que nem sempre parece convencida da natureza divina de seu filho e eclipsada no testemunho dos apóstolos?
 
INSPIRAÇÃO NA ARTE UNIVERSAL
Dois fatores intervieram para que Maria conquistasse a posição que desfruta já desde a Idade Média. Primeiro: a sobrevivência do paganismo nos cultos populares. Maria tende a substituir diversas deusas geradoras dos cosmos, como a egípcia Ísis, a Síria Astarté e demais divindades gregas ou romanas. Segundo houve um “artifício teológico”, um paralelo entre a Paixão de Cristo e a Compaixão da Virgem. Desde o século 5, Maria é alvo de grande devoção. Acredita-se que em 626 d.C., ela tenha salvado Constantinopla da invasão dos avaros. Os séculos 11 e12 foram culminantes no culto mariano. É quando surgem as grandes catedrais góticas em sua homenagem. Surgem os qualitativos como Rainha e Madona. No Renascimento, a imagem da melancolia profética de Maria, que tenta poupar ao filho a revelação de seu sacrifício, estampou obras de Michelangelo, como a Madona da Escada. Não apenas a mãe vive a sua compaixão, antecipando seu saber divino ao do próprio Cristo, como se coloca a serviço da proteção do Filho. Por extensão, do fiel, que tende a manter com Maria uma relação filial, fortalecida pela figura da Maria Avvocata, a Maria que advoga a causa de seus filhos perante o Criador, conforme proclamou São Bernardo de Claraval, abade francês do século 12. Na Idade Moderna, a piedade mariana dá peso a grandeza moral de Maria, estabelecendo um ideal de virtude. O novo papel de Maria não agrada nem mesmo alguns católicos, que se negavam a reconhecê-la numa posição mais elevada do que diziam as Escrituras. As informações ali contidas eram vagas e contraditórias.
 
CRESCE A LENDA EM SEU REDOR
Alguns diziam que Maria nasceu em Nazaré, outros, em Jerusalém. Depois da crucificação de Jesus, não se sabe para onde Maria foi. Porém, esse quase “silêncio” dos Evangelhos Canônicos sobre a figura de Maria aumentava ainda mais sua lenda, fomentada pelos Evangelhos apócrifos: o Proto-Evangelho de Tiago, de onde surge uma verdadeira “biografia” de Maria – as historias de Joaquim e Ana, idosos, e sem filhos que recebem a visita de um anjo que diz a  Ana sobre a filha que será conhecida no mundo todo. O nascimento imaculado de Maria, a educação refinada, a apresentação ao templo aos 3 anos, seu noivado com um velho marceneiro, viúvo com filhos adultos; de seu casamento casto (a virgindade de Maria, aliás, é um foco do Proto-Evangelho),  de dar à luz a Jesus quando tinha 16 anos, de sua participação no sacrifício do Filho, sua liderança junto aos apóstolos, sua morte e sua assunção, seguido do coroamento celestial.
Em 1517, Martinho Lutero defendia a salvação pela fé, dispensando intermediários, como Maria. A partir do século 19, a dimensão da figura de Maria fica ainda maior, movida pela luta da igreja contra o racionalismo e a reação da figura feminina dentro da igreja, cuja instituição é fortemente masculina. Assim, a figura do Pai divino cede espaço para a Mãe, reforçando o papel social das mulheres na religião. Os apóstolos e os outros santos sofrem um esvaziamento como fenômeno da massa. As aparições de Maria se multiplicam. O Concílio Católico Vaticano II, de 1962 a 1965, enfatiza que Maria é um ser humano e que a veneração à Virgem e a outros santos não deveria diminuir a reverência a Deus. Mesmo assim, nos últimos 30 anos, o culto à mãe de Jesus só vem aumentando, inclusive em países sem tradição cristã, como Ruanda, Coréia e Japão. Até mesmo os protestantes já mostram mais interesse por ela, talvez reavaliando o que perderam ao abrir mão de Maria, a face feminina de Deus, tema de algumas das maiores obras artísticas da humanidade – na pintura, na literatura, na música. Um paradoxo por ser, ao mesmo tempo, a mais humilde das personagens e a mais poderosa entidade entre todas as mitologias.
 
REVISTA CORREIO FRATERNO * FILOSOFIA E RELIGIÃO – 13 – MAIO/JUNHO DE 2007
George de Marco

Share This Post!

Leave a Reply

Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Uma história de 13,7 bilhões de anos

Plantas Medicinais – SUS Brasil

Pesquisar Assunto

Categorias

Tópicos recentes

  • Glândula Pineal – Epífise – palestra 27.08.25
  • Estudo Sobre A Revista Espírita 1861, palestra 25.06.25
  • Fé Raciocinada, palestra 29.01.25
  • Livre arbítrio e responsabilidade, palestra 26.02.25
  • Bem-aventurados os que tem os Olhos Fechados, palestra 30.04.25

Arquivos

  • agosto 2025
  • julho 2025
  • maio 2025
  • abril 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • setembro 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • fevereiro 2024
  • janeiro 2024
  • dezembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • outubro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • janeiro 2022
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • janeiro 2021
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • agosto 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • fevereiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • maio 2019
  • março 2019
  • janeiro 2019
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • março 2017
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • abril 2016
  • fevereiro 2016
  • janeiro 2016
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • setembro 2013
  • junho 2013
  • maio 2013
  • março 2013
  • fevereiro 2013
  • janeiro 2013
  • dezembro 2012
  • outubro 2012
  • junho 2012
  • abril 2012
  • março 2012
  • fevereiro 2012
  • janeiro 2012
  • dezembro 2011
  • novembro 2011
  • outubro 2011
  • setembro 2011
  • junho 2011
  • maio 2011
  • abril 2011
  • fevereiro 2011
  • janeiro 2011
  • dezembro 2010
  • setembro 2009
  • março 2009
  • fevereiro 2009
  • agosto 2008
  • março 2008
Conhecer o Passado, Trabalhar no Presente e Construir o Futuro
O espiritismo não será a religião do futuro, e sim o futuro das religiões.
Copyright CELC