Famintos do corpo e da alma
“Se nosso planeta possui comida suficiente para alimentar toda a sua população, por que 854 milhões de pessoas continuam a ir para a cama com barriga vazia?”, perguntou em Roma Jacques Diouf, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO)
“Estudos realizados pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2006, 14 milhões de pessoas conviveram com a fome e outros 72 milhões sofreram algum tipo de insegurança alimentar”.
Enquanto isso, insidiosa enfermidade alastra-se, gerando outra realidade não menos trágica: a imensa população constituída pelos famintos da alma. São eles: os carentes de afeto, os deserdados da fé, os angustiados pela solidão, os prisioneiros da depressão, que buscam com sofreguidão preencher o vazio interior, que, paradoxalmente, cresce cada vez mais.
“Em todo o mundo os deprimidos são milhões. As estatísticas mais recentes indicam que 5% da população sofre de depressão, com mais prevalência nas mulheres (4,5 a 9,3%) comparativamente aos homens (2,3 a 3,2%). De qualquer modo, prevê-se que 10% das pessoas pode sofrer pelo menos um episódio depressivo ao longo da sua vida.”(*)
É uma realidade incontestável, tornada pública diariamente pelos órgãos de divulgação em massa, na repetição triste de dramas, que mudam apenas de personagens.
– “Estima-se que no ano de 2000 um milhão de pessoas cometeram suicídio;
– A cada 03 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida;
– O suicídio está entre as três maiores causas de morte na faixa de idade entre 15-35 anos.”(**)
Não se pode esperar diferente enquanto predominar no mundo o utilitarismo e a inversão de valores. Alguém já afirmou que o homem parece ter perdido o endereço de Deus; o que parece se confirmar quando vemos surgir, a cada dia, religiões divorciadas dos princípios libertadores do amor universal, tão bem exemplificados por Jesus. Escravizadas à ganância das conquistas materiais, muitas delas prometem soluções imediatas a troco apenas de adesão pessoal ou de contribuições financeiras, como se a fé fosse mercadoria, obedecendo às leis de mercado. As verdades ensinadas por Jesus: “Dai de graça o que de graça recebestes”; “Nem todos que dizem: Senhor, senhor, entrarão no Reino dos Céus, mas apenas aquele que faz a vontade do pai que está no céu”; “Onde colocares o teu tesouro ali estará o teu coração”, continuam grafadas nos livros, que são manuseados diariamente, mas que parecem funcionar como colírio, que lhes atingem a visão, porém nunca o coração. As vertiginosas mudanças impostas pelo desenvolvimento tecnológico e através deste a invasão nos lares pelos programas de televisão e recursos da internet, fascinam espíritos imaturos, que aderem às mais fantasiosas propostas que contribuem fortemente para enfraquecimento dos laços de família e da fé. A banalização do sexo, o desrespeito à vida, a ganância incontrolável de açambarcar os bens materiais, não importando os meios utilizados, são reflexos do nível de desenvolvimento espiritual do nosso planeta. A humanidade parece caminhar a toda velocidade, realizando no âmbito material conquistas inimagináveis, há algumas décadas. Porém, recalcitrando quanto às conquistas espirituais. Desta forma, se comporta como piloto que trafega célere em auto-estrada, cujo percurso desconhece, candidatando-se a ser vítima de acidente espetacular. Ante esta realidade do mundo contemporâneo, constituído pelo imenso contingente de famintos do corpo e do espírito, abrem-se as portas de acesso aos espíritos inferiores, tornando as obsessões uma verdadeira epidemia. A violência atingiu níveis insuportáveis, não apenas pela freqüência, mas muito mais pela crueldade como é praticada (crimes passionais, parricídios, infanticídios, etc.). Paradoxalmente, nunca Jesus foi tão lembrado (são inúmeros os templos religiosos inaugurados para louvar e exaltar seu nome), entretanto, o seu ensinamento: “Um mandamento vos deixo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” nunca foi tão esquecido. Mas, apesar desse momento em que o mundo convulsiona sob o guante da violência, do desrespeito e dos interesses mesquinhos, gerando obstáculos para os que optam pelos valores éticos e respeito à vida, o convite do Mestre inesquecível continua como fonte de água cristalina, esperando os sedentos de amor e apoio espiritual: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30) (*) http://www.pfizer.pt/saude/nerv_dep_risco.php (**) Prevenção do Suicídio – Manual para Profissionais de Saúde Primária (www.febnet.org.br) Revista Internacional de Espiritismo 03/2008 – F. Altamir da Cunha
Não se pode esperar diferente enquanto predominar no mundo o utilitarismo e a inversão de valores. Alguém já afirmou que o homem parece ter perdido o endereço de Deus; o que parece se confirmar quando vemos surgir, a cada dia, religiões divorciadas dos princípios libertadores do amor universal, tão bem exemplificados por Jesus. Escravizadas à ganância das conquistas materiais, muitas delas prometem soluções imediatas a troco apenas de adesão pessoal ou de contribuições financeiras, como se a fé fosse mercadoria, obedecendo às leis de mercado. As verdades ensinadas por Jesus: “Dai de graça o que de graça recebestes”; “Nem todos que dizem: Senhor, senhor, entrarão no Reino dos Céus, mas apenas aquele que faz a vontade do pai que está no céu”; “Onde colocares o teu tesouro ali estará o teu coração”, continuam grafadas nos livros, que são manuseados diariamente, mas que parecem funcionar como colírio, que lhes atingem a visão, porém nunca o coração. As vertiginosas mudanças impostas pelo desenvolvimento tecnológico e através deste a invasão nos lares pelos programas de televisão e recursos da internet, fascinam espíritos imaturos, que aderem às mais fantasiosas propostas que contribuem fortemente para enfraquecimento dos laços de família e da fé. A banalização do sexo, o desrespeito à vida, a ganância incontrolável de açambarcar os bens materiais, não importando os meios utilizados, são reflexos do nível de desenvolvimento espiritual do nosso planeta. A humanidade parece caminhar a toda velocidade, realizando no âmbito material conquistas inimagináveis, há algumas décadas. Porém, recalcitrando quanto às conquistas espirituais. Desta forma, se comporta como piloto que trafega célere em auto-estrada, cujo percurso desconhece, candidatando-se a ser vítima de acidente espetacular. Ante esta realidade do mundo contemporâneo, constituído pelo imenso contingente de famintos do corpo e do espírito, abrem-se as portas de acesso aos espíritos inferiores, tornando as obsessões uma verdadeira epidemia. A violência atingiu níveis insuportáveis, não apenas pela freqüência, mas muito mais pela crueldade como é praticada (crimes passionais, parricídios, infanticídios, etc.). Paradoxalmente, nunca Jesus foi tão lembrado (são inúmeros os templos religiosos inaugurados para louvar e exaltar seu nome), entretanto, o seu ensinamento: “Um mandamento vos deixo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” nunca foi tão esquecido. Mas, apesar desse momento em que o mundo convulsiona sob o guante da violência, do desrespeito e dos interesses mesquinhos, gerando obstáculos para os que optam pelos valores éticos e respeito à vida, o convite do Mestre inesquecível continua como fonte de água cristalina, esperando os sedentos de amor e apoio espiritual: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30) (*) http://www.pfizer.pt/saude/nerv_dep_risco.php (**) Prevenção do Suicídio – Manual para Profissionais de Saúde Primária (www.febnet.org.br) Revista Internacional de Espiritismo 03/2008 – F. Altamir da Cunha