Literatura Espírita – Palestra
Flavio – CELC – 27/05/15
João 8;32 “Buscai a verdade e a verdade vos libertará”.
(ESE, Cap. 06, item 05) Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.
(Livro Depois da Morte, Cap. 53 O Estudo, Leon Denis)
O estudo é a fonte de ternos e puros deleites; liberta-nos das preocupações vulgares e faz-nos esquecer as tribulações da vida. O livro é um amigo sincero que nos dá bons augúrios nas horas felizes, bem como nas ocasiões criticas. Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima, e não ao livro frívolo, que diverte e, muitas vezes, desmoraliza. Ainda não nos compenetramos bem do verdadeiro caráter do bom livro. É como uma voz que nos fala através dos tempos, relatando-nos os trabalhos, as lutas, as descobertas daqueles que nos precederam no caminho da vida e que, em nosso proveito, aplanaram as dificuldades.
Não será grande felicidade o podermos neste mundo comunicar pelo pensamento com os Espíritos eminentes de todos os séculos e de todos os países? Eles puseram no livro a melhor parte da sua inteligência e do seu coração. Conduzem-nos pela mão, através dos dédalos da História; guiam-nos para as altas regiões da Ciência, das Artes e da Literatura. Ao contacto dessas obras que constituem o mais precioso dos bens da Humanidade, compulsando esses arquivos sagrados, sentimo-nos engrandecer, sentimo-nos satisfeitos por pertencermos a raças que produziram tais gênios. A irradiação do seu pensamento estende-se sobre nossas almas, reaquecendo-nos e exaltando-nos.
Saibamos escolher bons livros e habituemo-nos a viver no meio deles, em relação constante com os Espíritos elevados. Rejeitemos com objetivismo as obras pérfidas, escritas para lisonjear as paixões vis. Acautelemo-nos dessa literatura relaxada, fruto do sensualismo, que deixa em sua passagem a corrupção e a Imoralidade.
A maior parte dos homens pretende amar o estudo, e objeta que lhe falta tempo para se entregar a ele. Mas, quantos nessa maioria consagram noites Inteiras ao jogo, às conversações ociosas? Alguns replicam que os livros custam caro; entretanto, em prazeres fúteis e de mau gosto, despendem mais dinheiro do que o necessário para a aquisição de uma rica coleção de obras.
(LE, Introdução – Item 08) – Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, tal como a Doutrina Espírita, que nos lança de repente numa ordem de coisas tão novas e tão grandes, não pode ser feito com resultado senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de atingir um resultado. Não poderíamos dar essa qualificação àqueles que julgam, a priori, levianamente e sem ter visto tudo; que não dão aos seus estudos nem a continuidade, nem a regularidade, nem o recolhimento necessários; saberíamos menos ainda dá-la a certas pessoas que, para não faltar à sua reputação de pessoas de espírito, se empenham em procurar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou julgadas tais, por pessoas cujo saber, caráter e convicção dão direito ao respeito de quem se vanglorie de educado. Portanto, aqueles que não julgam os fatos dignos deles e da sua atenção, que se abstenham; ninguém sonha violentar suas crenças, mas que queiram, pois, respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Deve-se admirar de não se obter, frequentemente, nenhuma resposta sensata a questões, graves por si mesmas, quando são feitas ao acaso e à queima-roupa, no meio de uma multidão de questões extravagantes? Uma questão, aliás, frequentemente, é complexa e exige, para ser esclarecida, questões preliminares ou complementares. Quem quer adquirir uma ciência deve fazê-lo por um estudo metódico, começando pelo princípio e seguindo o encadeamento e o desenvolvimento das idéias. Aquele que dirige por acaso, a um sábio, uma questão sobre uma ciência da qual não sabe a primeira palavra, obterá algum proveito? O próprio sábio poderia, com a maior boa vontade, dar-lhe uma resposta satisfatória? Essa resposta isolada será forçosamente incompleta e, frequentemente, por isso mesmo, ininteligível, ou poderá parecer absurda e contraditória. Ocorre exatamente o mesmo nas relações que estabelecemos com os Espíritos. Se quisermos nos instruir em sua escola, devemos fazer com eles um curso; mas, como entre nós, é preciso escolher os professores e trabalhar com assiduidade.
Dissemos que os Espíritos superiores não vêm senão em reuniões sérias e naquelas onde, sobretudo, reine uma perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem. A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, distanciam as pessoas razoáveis; o campo então, fica livre à turba de Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões para zombar e se divertir às nossas custas. Em que se torna, numa tal reunião, uma questão séria? Aí será respondida: mas por quem? É como se no meio de um bando de jovens lançássemos estas questões: o que é a alma? O que é a morte? e outras coisas também recreativas. Se quereis respostas sérias, sede sérios vós mesmos em toda a acepção da palavra, e colocai-vos em todas condições necessárias: só então obtereis grandes coisas. Sede mais laboriosos e perseverantes em vossos estudos, sem isso os Espíritos superiores vos abandonam, como faz um professor com os alunos negligentes.
[…]Este é um ponto capital, cujo estudo dará a explicação; por isso, dizemos que esses estudos requerem uma atenção firme, uma observação profunda e sobretudo, como de resto em todas as ciências humanas, continuidade e perseverança. (LE, Introdução item 13)
Jó 28:12-15 “Onde, porém, se poderá achar a sabedoria? Onde habita o entendimento? O homem não percebe o valor da sabedoria; ela não se encontra na terra dos viventes.
O abismo diz: ‘Em mim não está’; o mar diz: ‘Não está comigo’ Não pode ser comprada, mesmo com o ouro mais puro, nem se pode pesar o seu preço em prata.
Josué 1:7-8 Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem sucedido por onde quer que andar.
Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido.
Salmos 1:1-2 Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.
Mateus 18:18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
1 Tessalonicenses 5:21 Examinai tudo. Retende o bem.
2 Crônicas 1:7-10 Naquela noite Deus apareceu a Salomão e lhe disse: “Peça-me o que quiser, e eu lhe darei”. Salomão respondeu: “Tu foste muito bondoso para com meu pai Davi e me fizeste rei em seu lugar.
Agora, Senhor Deus, que se confirme a tua promessa a meu pai Davi, pois me fizeste rei sobre um povo tão numeroso quanto o pó da terra.
Dá-me sabedoria e conhecimento, para que eu possa liderar esta nação, pois, quem pode governar este teu grande povo? “
Carta recebida e publicada por Kardec na Revista Espírita – Jan / 1858.
SENHOR, Colocásseis a minha paciência em uma grande prova, pela demora na publicação de O Livro dos Espíritos, anunciada desde há muito tempo; felizmente, não perdi por esperar, porque ele sobrepassa todas as idéias que pude dele formar, de acordo com o prospecto. Pintar-vos o efeito que produziu em mim seria impossível: sou como um homem que saiu da obscuridade; parece-me que uma porta fechada, até hoje, veio a ser, subitamente, aberta; minhas idéias cresceram em algumas horas! Oh! quanto a Humanidade, e todas as suas miseráveis preocupações, me parecem mesquinhas e pueris, depois desse futuro, do qual não duvido mais, mas que era para mim tão obscurecido pelos preconceitos que eu o imaginava a custo!
Graças ao ensinamento dos Espíritos, ele se apresenta sob uma forma definida, compreensível, maior, bela, e em harmonia com a majestade do Criador. Quem ler, como eu, esse livro, meditando, nele encontrará tesouros inexauríveis de consolações, porque ele abarca todas as fases da existência. Eu fiz, na minha vida, danos que me afetaram vivamente; hoje, não me deixam nenhum remorso e a minha preocupação é a de empregar, utilmente, meu tempo e as minhas faculdades para apressar o meu adiantamento, porque o bem, agora, é um objetivo para mim, e compreendo que uma vida inútil é uma vida egoísta, que não pode nos fazer dar um passo, na vida futura.
Carta enviada a Kardec pelo Sr. Jobard, que até então era um antagonista da doutrina e foi publicada na Revista Espírita – Julho 1858.
Meu caro senhor Kardec, recebi e li com avidez vossa Revista Espírita, e recomendei aos meus amigos, não a simples leitura, mas o estudo aprofundado de vosso O Livro dos Espíritos. Muito lamento por minhas preocupações físicas não me deixarem tempo para os estudos metafísicos; mas eu as empurrei bastante longe por sentir o quanto estás perto da verdade absoluta, sobretudo quando vejo a coincidência perfeita que existe entre as respostas que me foram dadas e as vossas. Mesmo aqueles que vos atribuem pessoalmente a redação dos vossos escritos, estão estupefatos com a profundidade e a lógica que neles encontram. Teríeis vos elevado, de repente, ao nível de Sócrates e de Platão pela moral e a filosofia estética; quanto a mim, que conheceis, o fenômeno e vossa lealdade, não duvido da exatidão das explicações que vos são dadas, e abjuro todas as idéias que publiquei a esse respeito, quando não acreditava nisso ver, senão fenômenos físicos, ou charlatanice indigna da atenção dos sábios.
(Revista Espírita, Maio/1868 – Educação de Além túmulo) Conta o caso de uma mãe e suas 03 filhas, todas as vezes que se reuniam para estudar o Livro dos Espíritos, começavam a passar mal e pedem ajuda ao grupo espírita de sua cidade. Estes reunidos em sua casa descobrem que o Espírito que provocava esta situação era o antigo padre de sua paróquia.
Mateus 26:38-43 “Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.
E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.”
Livro Obsessão e Desobsessão – Suely Caldas Shubert. Cap 38.
Sentir sono durante as reuniões de desobsessão pode ser, às vezes, conseqüência de fadiga física. Entretanto, o sono também pode ser provocado pela aproximação de certas entidades desejosas de perturbar o bom andamento dos trabalhos.
Vários tipos de Espíritos podem ocasionar esse estado de sonolência: os toxicômanos, por exemplo, produzem um estado torporoso, dando ao médium a sensação de estar anestesiado, a par de uma angústia indefinível.
Por outro lado, há também as entidades que desejam perturbar o desenvolvimento das tarefas programadas. Para isso tentam envolver os médiuns e demais participantes em vibrações de torpor, agindo por hipnose, à qual todos devem reagir para não serem dominados pela sonolência. Também aqueles Espíritos que se sentem enfraquecidos, debilitados e em estado de prostração podem transmitir ao médium o desejo de dormir.
Muitas pessoas, freqüentemente, adormecem não só quando estão em reunião mediúnica, mas também em palestras e outras atividades que exigem um mínimo de esforço mental. Manoel Philomeno de Miranda adverte-nos de que tal sono pode ser consequência de hipnose espiritual inferior, provocada por Espíritos que tentam impedir o nosso progresso através do trabalho no bem e do estudo que nos esclareça.
(Paulo e Estêvão, 1º Parte, Cap. 03 – Em Jerusalém).
Simão, admirado de tanto conhecimento dos sagrados textos, terminou dizendo:
… – Vou buscar-te os textos novos. São as anotações de Levi sobre o Messias redivivo.
E, em breves minutos, o Apóstolo lhe punha nas mãos os pergaminhos do Evangelho.
Jeziel não leu; devorou. Assinalou, em voz alta, uma a uma, todas as passagens da narrativa, seguido pela atenção de Pedro intimamente satisfeito.
Terminada a rápida análise, o jovem advertiu:
– Encontrei o tesouro da vida, preciso examiná-lo com mais vagar, quero saturar-me da sua luz, pois aqui pressinto a chave dos enigmas humanos.
Quase em lágrimas, leu o Sermão da Montanha, secundado pelas comovedoras lembranças de Pedro.
(LE 230) – O Espírito progride no estado errante?
Pode melhorar-se muito, sempre segundo a sua vontade e o seu desejo; mas é na existência corporal que ele põe em prática as novas idéias que adquiriu.
(LE 898) – Visto que a vida corporal não é senão uma estada temporária neste mundo, e que nosso futuro deve ser nossa principal preocupação, é útil esforçar-se por adquirir conhecimentos científicos que não tocam senão às coisas e às necessidades materiais?
Sem dúvida. Primeiro, isso vos coloca em condições de aliviar vossos irmãos; depois, vosso Espírito se elevará mais depressa se já progrediu em inteligência. No intervalo das encarnações, aprendeis em uma hora o que vos exigiria anos sobre a vossa Terra. Nenhum conhecimento é inútil, todos contribuem, mais ou menos, para o progresso, porque o Espírito perfeito deve tudo saber, e porque o progresso devendo se realizar em todos os sentidos, todas as idéias adquiridas ajudam o desenvolvimento do Espírito.
(Paulo e Estêvão – Cap.4 Segunda Parte).
Poderemos atender a muitos doentes, ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; mas sempre houve e haverá corpos enfermos e cansados, na Terra. Na tarefa cristã, semelhante esforço não poderá ser esquecido, mas a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades seria completamente modificado.
A compreensão do Evangelho e da exemplificação do Mestre renovaria as noções de dor e sofrimento. O necessitado encontraria recursos no próprio esforço, o doente sentiria, na enfermidade mais longa, um escoadouro das imperfeições; ninguém seria mendigo, por que todos teriam luz cristã para o auxílio mútuo, e, por fim, os obstáculos da vida seriam amados como corrigendas benditas de Pai amoroso a filhos inquietos.
O Consolador 68 – Como conceituar o estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer”?
Esse propósito do homem viciado, dos tempos atuais. Constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais.
Foi esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, que provocou a crise moral do mundo, em cujos espetáculos sinistros podemos reconhecer que o homem físico, da radiotelefonia e do transatlântico, necessita de mais verdade que dinheiro, de mais luz que de pão.
(EVSE, Cap. 13 item 12.) […]Não vos disse Jesus tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus, e meditai-as.
Homens fortes, armai-vos; homens fracos, fazei da vossa brandura, da vossa fé, as vossas armas. Sede mais persuasivos, mais constantes na propagação da vossa nova doutrina.
(Conduta Espírita, Cap. 41)
Consagrar diariamente alguns minutos à leitura de obras edificantes, esquecendo os livros de natureza inferior, e preferindo, acima de tudo, os que, por alimento da própria alma, versem temas fundamentais da Doutrina Espírita.
Luz ausente, treva presente.
Digerir primeiramente as obras fundamentais do Espiritismo, para entrar em seguida nos setores práticos, em particular no que diga respeito à mediunidade.
Teoria meditada, ação segura.
Dentro do tempo de que disponha, conhecer as obras reunidas na biblioteca do templo ou núcleo doutrinário a que pertença.
Livro lido, idéia renovada.
Oferecer obras doutrinárias aos amigos, inclusive as que jazem mofando sem maior aplicação dentro de casa, escolhendo o gênero e o tipo de literatura que lhes possa oferecer instrução e consolo.
Livro nobre, caminho para a ascensão.
Disciplinar-se na leitura, no que concerne a horários e anotações, melhorando por si mesmo o próprio aproveitamento, não se cansando de repetir estudos para fixar o aprendizado.
Aprende mais, quem estuda melhor.
Sem exclusão de autor ou de tema versado, analisar minuciosamente as obras que venha a ler, para não sedimentar no próprio íntimo os tóxicos intelectuais de falsos conceitos, tanto quanto as absurdidades literárias em torno das quais giram as conversações enfermiças ou sem proveito.
Os bons e os maus pensamentos podem nascer de composições do mesmo alfabeto.
Divulgar, por todos os meios lícitos, os livros que esclareçam os postulados espíritas, prestigiando as obras santificantes que objetivam o ingresso da Humanidade no roteiro da redenção com Jesus.
A biblioteca espírita é viveiro de luz.
(Cap 06 item: Terapia da Esperança do livro – autodescobrimento: Uma busca interior) “Conta-se que um sábio decidiu transmitir seus conhecimentos a um grupo de jovens e a cada aula percebeu que o número de participantes vinha diminuindo até que restasse um só, neste ponto ele avisa este aluno que só prosseguiria se este jovem conseguisse trazer os outros de volta. O jovem parte em busca de seus companheiros de sala, mas nenhum deles se interessou em voltar, o jovem então tem a idéia de pegar alguns manequins e levá-los para sala de aula. O mestre verificando a nova situação disse que não podia prosseguir, visto que manequins não tinham como compreendê-lo e que não perderia seu tempo com bonecos, mas para surpresa do mestre o aluno disse que nada mudaria entre os antigos alunos e os manequins, pois ele continuaria sendo o único a prestar a atenção, sendo que os demais tinham outras preocupações para o momento e o mestre diante da sabedoria do discípulo, decide continuar ensinando.”
RE Maio / 1865 – PG 204 (variedades – O tabaco e a Loucura) “Lê-se no Droit. “Josephine-Sophie D…, com a idade de dezenove anos, operária brunidora, morando em casa de seus pais, rua Bourbon-Villeneuve, se entregava com um ardor incrível à leitura dos romances que encerram as publicações ditas populares a cinco centavos. Os sentimentos exagerados, os caracteres indignados, os acontecimentos inverossímeis dos quais essas obras estão comumente cheias, tinham influído de maneira deplorável sobre sua inteligência. Ela se acreditava chamada aos mais altos destinos.
Seus pais, que, numa posição pouco cômoda, tinham feito, no entanto, para lhe dar instrução, todos os sacrifícios possíveis, não sendo, aos seus olhos, senão pobres pessoas, incapazes de compreendê-la e de se elevarem à esfera onde ela aspirava.
“Há muito tempo Sophie D… se entregava a esses pensamentos romanescos.
Vendo, enfim, que nenhum ser sobrenatural se ocupava dela, e que sua vida deveria se escoar, como a de outras operárias, no meio do trabalho e dos cuidados da família, ela resolveu colocar fim aos seus dias, esperando, sem dúvida, que, no outro mundo, seus sonhos se realizassem.
“Ontem de manhã, como se admirava de não vê-la aparecer na hora em que ela deveria ir para seu trabalho, sua jovem irmã foi para chamá-la. Tendo aberto a porta, foi tomada de um tremor nervoso, percebendo Sophie enforcada no grampo que sustenta a trave de seu leito; ela chamou seus pais, que acorreram e se apressaram em cortar a corda, mas todas as tentativas feitas para chamar a jovem à vida foram infrutíferas.”
Eis, pois, um caso de loucura e de suicídio causado por aqueles mesmos que acusam o Espiritismo de povoar os hospícios. Os romances podem, pois, exaltar a esse ponto a imaginação que a razão com isso seja perturbada? Poder-se-ia dele citar um bom número de semelhantes, sem contar os loucos que fez o medo do diabo sobre os Espíritos fracos…”
O livro edificante é a pérola que passa a guarnecer o tesouro crescente da sabedoria que nunca morre.
…Em verdade, nesse ou naquele documentário, o livro é o comando mágico das multidões e só o livro nobre, que esclarece a inteligência e ilumina a razão, será capaz de vencer as trevas do mundo. (Seara dos Médiuns, Cap. 58 – Fenômenos e Livros)
(LE 905) – Certos autores publicaram obras muito bonitas e de grande moralidade que ajudam o progresso da Humanidade, mas das quais eles mesmos não se aproveitaram; como Espíritos, lhes será levado em conta, o bem que fizeram através de suas obras?
A moral sem a ação é a semente sem o trabalho. De que serve a semente se não fazeis frutificar para vos nutrir? Esses homens são mais culpáveis, porque tinham inteligência para compreender; não praticando as máximas que deram aos outros, renunciaram a colher os frutos.
O Consolador 209 – O escritor de determinada obra será julgado pelos efeitos produzidos pelo seu labor intelectual na Terra?
-O livro é igualmente como a semeadura. O escritor correto, sincero e bem intencionado é o lavrador previdente que alcançará a colheita abundante e a elevada retribuição das leis divinas à sua atividade. O literato fútil, amigo da insignificância e da vaidade, é bem aquele trabalhador preguiçoso e nulo que “semeia ventos para colher tempestades”. E o homem de inteligência que vende a sua pena, a sua opinião e o seu pensamento no mercado da calúnia, do interesse, da ambição e da maldade, é o agricultor criminoso que humilha as possibilidades generosas da Terra, que rouba os vizinhos, que não planta e não permite o desenvolvimento da semeadura alheia, cultivando espinhos e agravando responsabilidades pelas quais responderá um dia, quando houver despido a indumentária do mundo, para comparecer ante as verdades do Infinito.
(Nosso Lar, Cap. 17) Contexto – André Luiz ao receber o convite de Lísias para que ficasse hospedado em sua casa, parte com ele para conhecer-lhe a família e a residência, disto decorre o diálogo abaixo com sua irmã Iolanda:
Em seguida aos conceitos obrigatórios de apresentação, com que relacionei minha procedência, vim a saber que a família de Lísias vivera em antiga cidade do Estado do Rio de Janeiro; que sua mãe chamava-se Laura e que, em casa, tinha consigo duas irmãs, Iolanda e Judite.
Respirava-se, ali, doce e reconfortante intimidade. Não conseguia disfarçar meu contentamento e enorme alegria. Aquele primeiro contacto com a organização doméstica na colônia, enlevava-me. A hospitalidade, cheia de ternura, arrancava-me ao espírito notas de profunda emoção.
Em face do tiroteio de perguntas, Iolanda exibiu-me livros maravilhosos.
Notando-me o interesse, a dona da casa advertiu:
– Temos em “Nosso Lar”, no que concerne à literatura, uma enorme vantagem; é que os escritores de má-fé, os que estimam o veneno psicológico, são conduzidos imediatamente para as zonas obscuras do Umbral. Por aqui não se equilibram, nem mesmo no Ministério da Regeneração, enquanto perseveram em semelhante estado dalma.
Não pude deixar de sorrir, continuando a observar os primores da arte fotográfica, nas páginas sob meus olhos.
Indicação de Leitura:
Bíblia Sagrada
Allan Kardec:
Livro dos Espíritos / Livro dos Médiuns / O Evangelho Segundo o Espiritismo / O Céu e o Inferno / A Gênese / 12 Anos da Revista Espírita (1858 a 1969)
Chico Xavier (466 livros publicados):
Obras de André Luiz (Série 12) / Obras de Humberto de Campos / Obras de Emmanuel
Outros Autores (Espíritos Diversos):
Divaldo Pereira Franco / Yvonne Pereira / Suely Caldas Schubert / Cammille Flammarion / Leon Denis
Conclusão:
(Imitação de Cristo, Cap. 01) Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus. Todo homem tem desejo natural de saber; mas que aproveitará a ciência, sem o temor de Deus? Melhor é, por certo, o humilde camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo que observa o curso dos astros, mas se descuida de si mesmo.
Renuncia ao desordenado desejo de saber, porque nele há muita distração e ilusão. Os letrados gostam de ser vistos e tidos por sábios. Muitas coisas há cujo conhecimento pouco ou nada aproveita à alma. E mui insensato é quem de outras coisas se ocupa e não das que tocam à sua salvação. As muitas palavras não satisfazem à alma, mas uma palavra boa refrigera o espírito e uma consciência pura inspira grande confiança em Deus.
Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado, se com isso não viveres mais santamente. Não te desvaneças, pois, com qualquer arte ou conhecimento que recebeste. Se te parece que sabes e entendes bem muitas coisas, lembra-te que é muito mais o que ignoras. Não te presumas de alta sabedoria (Rom 11,20); antes, confessa a tua ignorância. Como tu queres a alguém te preferir, quando se acham muitos mais doutos do que tu e mais versados na lei? Se queres saber e aprender coisa útil, deseja ser desconhecido e tido por nada.
Não há melhor e mais útil estudo que se conhecer perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é de grande sabedoria e perfeição. (Imitação de Cristo, Cap. 02)
O Consolador 212 – O homem sem grandes possibilidades intelectuais é sempre um homem medíocre?
O conceito de mediocridade modifica-se no plano de nossas conquistas universalistas, depois das transições da morte.
Aí no mundo, costumais entronizar o escritor que enganou o público, o político que ultrajou o direito, o capitalista que se enriqueceu sem escrúpulos de consciência, colocados na galeria dos homens superiores. Exaltando-lhes os méritos individuais com extravagâncias louvaminheiras, muitos falais em “mediocridade”, sem “rebanho”, em “rotina”, em “personalidade superior”.
Para nós, a virtude da resignação dos pais de família, criteriosos e abnegados, no extenso rebanho de atividades rotineiras da existência terrestre, não se compara em grandeza com os dotes de espírito do intelectual que gesticula desesperado de uma tribuna, sem qualquer edificação séria, ou que se emaranha em confusões palavrosas na esfera literária, sem a preocupação sincera de aprender com os exemplos da vida.
O trabalhador que passa a vida inteira trabalhando ao Sol no amanho da terra, fabricando o pão saboroso da vida, tem mais valor para Deus que os artistas de inteligência viciada, que outra coisa não fazem, senão perturbar a marcha divina das suas leis.
(ESE – Cap. 15, Item 3) Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade…”
(ESE – Cap. 15, Item 9) Fora da verdade não há salvação equivaleria ao Fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as ideias? A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirara uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento. Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, pode ser praticada por todos.
O Consolador 213 – Devemos acalentar a preocupação de adquirir os elementos do chamado magnetismo pessoal?
Essa preocupação é muito nobre, mas ninguém suponha realiza-la tão-só com a experiência da leitura de livros pertinentes ao assunto.
Não são poucos os que buscam essa literatura, desejosos de fórmulas mágicas no caminho do menor esforço.
Todavia, indispensável salientar que nenhum estudioso pode conquistar simpatia sem que haja transformado o coração em manancial de bondade espontânea e sincera. Na vida não basta saber. É imprescindível compreender. Os livros ensinam, mas só o esforço próprio aperfeiçoa a alma para a grande e abençoada compreensão. Esqueça a conquista fácil, a operação mecânica; injustificáveis nas edificações espirituais, e volvei a atenção e o pensamento para o vosso próprio mundo interior. Muita coisa aí se tem a fazer e, nesse bom trabalho, a alma se ilumina, naturalmente, aclarando o caminho de seus irmãos.
O Consolador 232 – Em matéria de conhecimento, onde poderemos localizar a maior necessidade do homem?
Como nos tempos mais recuados das civilizações mortas, temos de reafirmar que a maior necessidade da criatura humana ainda é a do conhecimento de si mesma.
(Revista Espírita – Ago/1860 – Concordância Espírita e Cristã)
“…O saber está muito abaixo da caridade; ele nos eleva na hierarquia espírita, mas não contribui em nada para o restabelecimento da ordem perturbada pelo mau. O saber nada expia, nada resgata, em nada influi sobre a justiça de Deus: a caridade, ao contrário, expia e apazigua. O saber é uma qualidade, a caridade é uma virtude…”
Quando Chico publicou Parnaso de Além Túmulo ele tinha apenas 25 anos e o livro sendo analisado por Humberto de Campos (ainda encarnado) decretou que se o livro fosse obra de sua própria mente ele mereceria urgente uma cadeira da academia brasileira de letras. (Depoimento de Saulo Gomes – DVD Data Limite)
O Consolador 205 – Podemos ter uma idéia da extensão de nossa capacidade intelectual?
A capacidade intelectual do homem terrestre é excessivamente reduzida, em face dos elevados poderes da personalidade espiritual independente dos laços da matéria.
Os elos da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra, reside o acervo de lembranças vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e espontâneos, a que chamais subconsciência.
O homem comum é uma representação parcial do homem transcendente, que será reintegrado nas suas aquisições do passado, depois de haver cumprido a prova ou a missão exigidas pelas suas condições morais, no mecanismo da justiça divina.
Aliás, a incapacidade intelectual do homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela necessidade de provas amargas.
O cérebro humano é um aparelho frágil e deficiente, onde o Espírito em queda tem de valorizar as suas realizações de trabalho.
Imaginai a caixa craniana, onde se acomodam células microscópicas, inteiramente preocupadas com sua sede de oxigênio, sem dispensarem por um milésimo de segundo; a corrente do sangue que as irriga, a fragilidade dos filamentos que as reúnem, cujas conexões são de cem milésimos de milímetro, e tereis assim uma idéia exata da pobreza da máquina pensante de que dispõe o sábio da Terra para as suas orgulhosas deduções, verificando que, por sua condição de Espírito caído na luta expiatória, tudo tende a demonstrar ao homem do mundo a sua posição de humildade, de modo que, em todas as condições, possa ele cultivar os valores legítimos do sentimento.
(Prefácio de Emmanuel – Missionários da Luz) “A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no livro da evolução e do aperfeiçoamento. Ao seu influxo, ninguém deve esperar soluções finais e definitivas, quando sabemos que cem anos de atividade no mundo representa uma fração relativamente curta de tempo para qualquer edificação na vida eterna……Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas malhas. Lembra-te de que a revelação da verdade é progressiva e, rogando o socorro divino para o teu coração, atende aos sagrados deveres que a Terra te designou para cada dia, consciente de que a morte do corpo não te conduzirá à estagnação e sim a novos campos de aperfeiçoamento e trabalho, de renovação e luta bendita, onde viverás muito mais, e mais intensamente.”
FONTES DE CONSULTA:
Bíblia Sagrada – Nova Versão Internacional – João Ferreira de Almeida
(LE) O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
(ESE) O Evangelho Segundo o Espiritismo -AllanKardec
Revista Espírita – AllanKardec
Conduta Espírita – André Luiz / Chico Xavier e Waldo Vieira
Nosso Lar – André Luiz / Chico Xavier
Missionários da Luz – André Luiz / Chico Xavier
O Consolador – Emmanuel / Chico Xavier
Paulo e Estêvão – Emmanuel / Chico Xavier
Obsessão e Desobsessão – Suely C. Shubert
Imitação de Cristo – Frei Tomás de Kempis