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Centro Espírita Leocádio Corrêia > Artigos > BIBLIOTECA VIRTUAL > Artigos da Revista Reformador > Paulo exorta à fidelidade e à união

Paulo exorta à fidelidade e à união

celcArtigos da Revista Reformador18 de abril de 2015 Leave a comment0

Paulo de Tarso, como principal divulgador da mensagem do Mestre, fundou em muitos locais as chamadas igrejas cristãs (eclesia – local de reunião, atualmente significando “igreja”). A igreja de Corinto foi fundada durante os 18 meses em que Paulo lá viveu entre os anos 50 e 52 d.C. À época, Corinto era uma cidade cosmopolita, a principal do mundo helênico, conhecida pelas tendências ao paganismo, à proliferação de cultos e à devassidão.
Paulo dedicou-se muito a Corinto. A Primeira Epístola aos Coríntios foi escrita no ano 54 d.C. quando ele se encontrava em Éfeso,1 para atender aos companheiros que lhe solicitavam apoio ou aos que ele não poderia visitar. Trata-se, segundo esclareceu Emmanuel, de orientações vindas do Cristo e complementa:
[…] Estêvão permanecerá mais conchegado a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo.2

O apóstolo sentia a necessidade de passar novas orientações aos companheiros de Corinto, pois, segundo Emmanuel, “o Apóstolo costumava dizer que dos pântanos nasciam, muitas vezes, os lírios mais belos”.2

O estudioso dos textos bíblicos Russel Norman Champlin comentou: “A primeira epístola aos Coríntios é um dos escritos clássicos de Paulo”;3 preserva acima de tudo o “padrão da ética cristã”.3

[…] encontramos os problemas enfrentados pelos primeiros cristãos gentios, e como Paulo deu solução a esses problemas.
[…] Paulo considerava a igreja de Corinto uma das provas palpáveis do ministério apostólico. Por causa da penetração de certos problemas ali, como práticas más e vis, contendas e divisões que chegaram a ameaçar a sua aceitação como um apóstolo de Cristo por aquela igreja, é que Paulo lhes escreveu com consternação mesclada com repreensão e demonstrações de afeto.3

Para o autor, as duas Epístolas “registram a história de uma querela”,3 eram as várias questões que vinham sendo discutidas entre os cristãos de Corinto.

Da epístola em análise transcrevemos alguns trechos que merecem reflexões e adequações para o Movimento Espírita:
1:10 – “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.”
Champlin esclarece que as divisões em Corinto seriam decorrentes “da alienação de sentimentos e do partidarismo contencioso”.3 Na atualidade, a literatura espírita detalha o valor e a força da mente e do sentimento, e, por isso, torna-se claramente compreensível a proposta de Paulo para que todos tenham “concórdia mental e nos sentimentos, em seus desígnios e em seus alvos.”3 Emmanuel tratou do assunto em comentário à carta de Paulo aos Efésios (4:3):

A união fraternal é o sonho sublime da alma humana, entretanto, não se realizará sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, à face do ambiente a que fomos chamados a servir. Somente alcançaremos semelhante realização “procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz”.4

3:3 a 11 – “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.”

A expressão “andais segundo o homem”, significa o contraste existente entre o homem material e o “homem espiritual”, numa crítica às inclinações carnais daquela comunidade. Outro detalhe interessante é que o referido pesquisador entende que todos os nomes citados seriam os “heróis das diversas facções”.3 As obras do codificador deixam claro que o Espiritismo está fundamentado no ensino moral do Cristo. Cada seareiro deve ser o prudente construtor, como cooperador de Deus, ou seja, aprendemos e somos testados em serviço. Sobre o assunto, Emmanuel, após citar a visão do Cristo às portas de Damasco e a indagação de Saulo, comentou:
[…] perguntem a si próprios o que fariam nas esferas mais altas, se ainda não se apropriaram dos valores educativos que a Terra lhes pode oferecer. […]5

3:12 a14 – “Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão.” Numa leitura apressada, a passagem pode remeter o leitor à ideia da aquisição de valores materiais.

Acerca das várias interpretações, Champlin considerou que  […] diversos intérpretes têm ido mais longe, procurando identificar cada material como se houvesse um sentido específico para cada qual.3

Assim sendo, o ouro significaria as doutrinas mais excelentes do Evangelho, enquanto outros materiais significariam as doutrinas heréticas. Alguns dos materiais citados poderiam significar “a influência exercida por esses ensinamentos sobre eles mesmos […] amoldando essa conduta sobre o alicerce, que é o Cristo”,3 ou seja, seria a qualidade da ação ou do esforço. A provação do fogo pode ser entendida como
os testes da experiência reencarnatória e a consequente avaliação no mundo espiritual. Assim, o galardão – a recompensa real – não seriam os reconhecimentos efêmeros e materiais, mas os espirituais. Torna-se oportuna a colocação de Emmanuel:

Recordemos que o supremo Orientador das equipes de serviço cristão é sempre Jesus. Dentro delas, a nossa oportunidade de algo fazer constitui só por si valioso prêmio.4 .

4:1, 2 e 6 – “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel. Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.”
Paulo não aceitava os caprichos e visões equivocadas das comunidades com relação a lideranças e fazia objeção a esse comportamento. Segundo ele, os líderes e divulgadores, entre outras qualidades, deveriam ter fidelidade. A referência “a mim mesmo e a Apolo” remete à ideia de que os autênticos seareiros não devem ser rivais entre si, pois segundo Emmanuel:

Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. […]6

5:6 a 8 – “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.”

Pode-se compreender o “fermento” como um “pequeno início”, com a finalidade “de desenvolvimento grandioso”. A “nova massa” poderia significar a substituição da “massa velha”, a vida antiga, referindo-se aos maus fermentos na comunidade cristã,3 tratando-se de clara referência ao orgulho.

Em contrapartida, surgem novos valores, como: sinceridade, transparência, integridade… E Emmanuel alerta:
Paulo de Tarso não recomenda sem razão o cuidado a observar-se, ante o assédio dos maus obreiros.
Em todas as atividades do bem, o trabalhador sincero necessita preservar-se contra o veneno que procede do servidor infiel.7 .

9:22-23 – “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.”

Os “fracos na fé”,3 segundo Champlin, seriam as pessoas que se mostravam muito escrupulosas e apegadas ao cerimonial judaico. Em realidade, trata-se de pessoas, “que não tinham forças para crer no evangelho”.3 Paulo destaca a importância de se cooperar com a Boa-Nova libertadora, mas considera a experiência de sua abnegação,3 como grande divulgador, principalmente na prática, pelo exemplo e pela renúncia. Este conjunto pode ser entendido com base na seguinte frase de Emmanuel: “Cristo possui embaixadores permanentes em seus discípulos sinceros”.5

10:23 e 24 – “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.”

A passagem faz referência à liberalidade predominante em Corinto, que Paulo não aprovava. O altruísmo e a alteridade devem sobrepujar objetivos pessoais. É a essência da mensagem do Cristo: amar e respeitar o próximo. A oportunidade do trabalho na Seara Espírita é, conforme Emmanuel, um grande teste na trajetória espiritual:
[…] segundo os conhecimentos que possuímos, por “acréscimo de misericórdia”, já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.7 .

11:19 – “Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio.” Para Champlin há certa ironia na expressão “até mesmo importa”, mas também considera que é no contexto de facções ou de divisões, que se pode identificar o que é genuíno.3 O assunto é sério e delicado, a ponto de Emmanuel, com base em trecho da Carta de Paulo aos Hebreus (10:24), comentar:
Muitas instituições da vida cristã, respeitáveis por seus programas e fundamentos, sofrem prejuízos incalculáveis, em razão da leviandade com que muitos companheiros se observam uns aos outros.
[…]Por isso mesmo, recomendou-nos o apóstolo Paulo: “E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras”, porque somente nessa diretriz estaremos servindo à construção do Reino do Amor.4 .

16:13 e 14 – “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos atos sejam feitos com amor.”

Relacionada com o assunto do trecho epistolar há a seguinte orientação de Emmanuel:

Tenhamos cuidado contra as tristezas e sombras esterilizadoras. Má vontade, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas atividades no mundo. Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que o Pai ama o filho que contribui com alegria.6

Nos trechos analisados da Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo exorta à fidelidade, vigilância, constância, união e fraternidade! Oportunas sugestões para estudo e reflexões em nossos dias.

REFERÊNCIAS:

1 WALKER, Peter. Pelos caminhos do apóstolo Paulo. Trad. Mariz, Andréa. São Paulo: Ed. Rosari, 2009. cap. 9, p.122 a 127.

2 XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão.Pelo Espírito Emmanuel. 45. ed. 6. imp.Brasília: FEB, 2014. cap. 7, p. 377, 376 e 378, respectivamente.

3 CHAMPLIN, Russel Norman. O novo testamento interpretado: versículo por versículo. v. 4. São Paulo: Ed. Hagnos, 2014. p. 3, 5, 17, 52, 60, 94, 95, 184, 185 e 229, respectivamente.

4 XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 7. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 49, p. 114; cap. 163, p.344; cap. 176, p. 369-370, respectivamente.

5 ____. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 7. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 39, p. 94; cap. 115, p. 245, respectivamente.

6 ____. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel.

7. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 1, p. 16; cap. 58, p. 130, respectivamente.

7 ____. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 6. imp. Brasília: FEB, 2014.cap. 74, p. 161; cap. 48, p. 110, respectivamente

 

R.Reformador 3/2015

 

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