Reencarnação – palestra 30.01.19
Reencarnação
Estudo CELC – 30.01.19 – Plinio
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei – Allan Kardec
A reencarnação já vem sendo cultuada à vários milênios, principalmente pelos povos orientais. Surgiu no norte da Índia entre os anos 1.000 e 600 antes de Cristo, exatamente na época em que Davi e seus descendentes governavam Israel até a queda de Jerusalém.
A primeira referência à ideia de reencarnação tem no mínimo 2.600 anos. Aparece nas Upanichades, as escrituras sagradas do hinduísmo, até hoje a maior religião da Índia, com apaixonadamente 900 milhões de seguidores, representando 80% da população da Índia.
No século 6 antes de Cristo, duas novas religiões foram organizadas na Índia, ambas egressas do hinduísmo e ainda existentes. A primeira é o jainismo, fundado pelo príncipe indiano Nataputa Vardamana (cerca de 599 a 537 a.C.). A segunda é o budismo, fundado por Siddharta Gautama, mais conhecido como o Buda (563-483 a.C.). A maior preocupação de Vardamana e de Gautama, mais ou menos contemporâneos dos profetas bíblicos Ageu, Zacarias e Malaquias, era como atravessar o “rio” que separa a samsara (o ciclo interminável de renascimentos) do moksha (a soltura ou a libertação final). Revista Ultimato.
Neste mesmo século, a Grécia aparecia como o berço da cultura ocidental, encarnando ali vários filósofos da mais alta estirpe intelectual e filosófica, como Platão, Pitágoras, Aristóteles, Sócrates, sendo esse último o precursor do Cristo. No Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec e os Espíritos, dedicam lhe algumas linhas, onde o pai da filosofia, se mostra não só adepto ao processo reencarnacionista, bem como totalmente a seu favor. Nos diz Sócrates:” Erra se então, em torno dos monumentos e dos túmulos, junto aos quais já se tem vistos tenebrosos fantasmas, quais devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo, sem ainda estarem inteiramente puras, que ainda conservam alguma coisa da forma material, o que faz que a vista humana possa percebe-las. Não são as almas dos bons, são porém, as dos maus, que se veem forçadas a vagar por esses lugares, onde arrastam consigo a pena da primeira vida que tiveram e onde continuam a vagar até o apetite inerentes à forma material de que se revestiram, as conduzam a um corpo. Então, sem dúvida, retomam aos mesmos costumes que durante a primeira vida constituíam objetos de suas predileções.”
E Jesus, através de João 5:29 fortalece o posicionamento de Sócrates: João 5: 29. “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação “.
Já no Antigo Testamento, vários profetas enfatizam a reencarnação, mas vamos nos ater somente as passagens se Jó e Isaías: Nos diz Jó: “Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? – Tendo morrido uma vez, poderia o homem
reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha mutação”. (Jó,14:10,14.) Tradução de Le Maistre de Sacy. Em outra tradução referente ao mesmo texto:
“Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. Versão da Igreja grega.
Em Isaías: 26:19:¨
Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada, viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão¨.
Despertai do vosso sono e entonai louvores a Deus, vós que habitais do pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de Luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes.
Paulo de Tarso, também foi um ferrenho defensor dessa doutrina reencarnacionista, tanto que dedica um capítulo inteiro (15), em sua primeira carta aos Coríntios, falando sobre reencarnação. Em destaque especial reservamos os versículos de12 a 19, para elucidações.
1 Coríntios 15: 12. Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? 13. E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. 14. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. 15. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. 16. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 18. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. 19. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
E complementa Paulo, no versículo 32: “Se, como homem, combati em Éfeso contra as feras, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.
Com o advento do espiritismo, a reencarnação passa a ser mais estudada, entra mais em evidencia. Adentrando na codificação, no Livro dos Espíritos, Kardec formula duas perguntas aos espíritos sobre esse assunto. Na 132 ele pergunta sobre a finalidade da encarnação e na 167 ele pergunta sobre a finalidade da reencarnação. Vamos a elas:
- Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar mais dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
- Qual o fim objetivado com a reencarnação? “Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
No Evangelho Segundo o Espiritismo, no capitulo IV, no item, Necessidade da Reencarnação, os espíritos nos asseveram: ¨ É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofre-la? ¨
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia; 2 é-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. 3 Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. 4 Mas, a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre arbítrio. 5 Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõe rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. 6 Os que ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. — (SÃO LUÍS. Paris, 1859.)
Na questão 115, do livro dos Espíritos, Kardec nos assevera que: “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, como fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”
Na questão 168, Kardec, questiona a respeito dos números de encarnações dos espíritos. Vejamos: 168. ¨É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente? “A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”
NÃO HÁ TEMPO DETERMINADO PARA O INTERVALO DAS REENCARNAÇÕES?
A reencarnação só se verifica depois de um determinado tempo de vida espiritual no Além? Emmanuel. Livro Palavras do infinito. 3a parte
Resposta:
“Não há tempo determinado no intervalo das reencarnações da alma. No espaço compreendido entre elas, o Espírito estuda, nos planos em que se encontra, as possibilidades do futuro, ampliando seus conhecimentos e adquirindo experiências a fim de triunfar nas provas necessárias.
“De um modo geral, são as próprias almas que se reconhecem necessitadas de luz e progresso e pedem o seu regresso ao Plano carnal. Contudo, em alguns casos como os de entidades cruéis, rebeldes e endurecidas, são os guias esclarecidos que se incumbem de lhes preparar a reencarnação amarga e penosa, mas necessária.
Ian Stevenson.
Ainda nos tempos contemporâneos, muitos estudiosos da doutrina conseguiram provas incontestes sobre a reencarnação. Um dos que mais se evidenciou, foi Ian Stevenson. Nascido em 31 de outubro de 1918, em Montreal, Canadá, tornou-se mundialmente conhecido pelas pesquisas que desenvolveu sobre a reencarnação. No livro Evolução para o Terceiro Milênio, Carlos Toledo Rizzini, enfatiza que o Prof. Ian Stevenson, Diretor do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, Estados Unidos, investigou inúmeros casos desta ordem, dos quais teve notícias. Viajou pela índia, Líbano, Estados Unidos, Brasil etc. para lá e para cá, incansavelmente. Em 1974, o arquivo da Divisão de Parapsicologia daquela Universidade encerrava 1.339 casos de pessoas que podiam contar recordações de vidas antigas; não era possível investigá-los todos. Um aspecto particularmente destacado pelos pesquisadores da reencarnação consta dos sinais de nascimento. Existem casos nos quais as crianças trazem no corpo marcas que muito se parecem com cicatrizes de antigas feridas curadas. Em diversas ocasiões, o Prof. Stevenson recolheu recordações dessas pequenas criaturas que davam conta de episódios de morte violenta, por exemplo, cm um tiro em certa parte do organismo onde, na existência atual, localiza-se o sinal congênito. Após a identificação das famílias, ele pôde mesmo, em algumas instâncias, encontrar os registros médicos da personalidade anterior e verificar que deveras, o local do ferimento corresponde às informações da criança e no local da marca de nascença.
Antes, porém, de entramos no estudo da Reencarnação, mister se faz elucidar a diferença entre Ressurreição e Reencarnação.
RESSURREIÇÃO: Quando o indivíduo, “supostamente” morto, torna a vida no próprio corpo.
REENCARNAÇÃO: Quando o indivíduo, realmente morre e torna a vida noutra existência, num outro corpo.
Evidenciaremos três exemplos de casos constantes na bíblia, para esclarecimento:
RESSURREIÇÃO DE LAZARO.
João 12: 17. A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura, testificava que ele o ressuscitara dentre os mortos.
Aqui podemos notar que Lázaro, chamado por Jesus sai da sepultura no mesmo corpo. Isso acontece porque não houve a morte orgânica. A doutrina nos ensina que enquanto houver um resquício de fluído vital no organismo, ainda não se concretizou a morte física.
Yvone Pereira, em sua magnífica obra, pelo Espírito de Charles – Recordações Mediúnicas, nos traz elucidações importantes sobre esse fenômeno, nos diz a benfeitora:
“Aí vemos um estado cataléptico superagudo, porque espontâneo relaxamento dos elos vitais, pela depressão causada por uma enfermidade, é fato patológico, portando, privando o despejo incontido que o espírito encarnado tinha se deixar a matéria, para alçar se ao infinito, é onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, ao encontrar se quase que totalmente extinto e cujos liames magnéticos do períspirito em direção à carne se encontravam de tal forma frágeis, danificados pelo enriquecimento das vibrações e da vontade.( Lázaro já cheirava mal, o que é frequente em casos de crises catalépticas agudas, mesmo se provocadas, quando o paciente o poderá ser mesmo sepultado vivo, ou antes, não de todo estado de cadáver), que fora necessário, com efeito, do poder restaurador de uma alma virtuosa, como a do Nazareno, para se impor ao fato, substituir células já corrompidas, renovar vitalidade animal, fortalecer liames magnéticos com o seu poderoso magnetismo em ação . Na filha de Jairo porem, e na filha de Naim as forças vitais se encontravam antes como que anestesiadas, pelo enfraquecimento físico derivado da enfermidade, mas não no mesmo grau sucedido a Lázaro. Neste, as mesmas forças vitais, se encontravam já em desorganização adiantada, e não fora o concurso dos líamos magnéticos ainda aproveitáveis e as reservas vitais conservadas pelo perispírito nas constituições físicas robustas( o períspirito age qual reservatório de forças vitais e o os laços magnéticos são agentes transmissores que suprem a organização física), e se não fossem essas reservas Jesus não se abalaria à cura, porque está seria impossível .
REENCARNAÇÃO DE ELIAS X JOÃO BATISTA.
Mateus, 11:12 – E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. 11:13 – Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. 11:14 – E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. 11:15 – Quem tem ouvidos, ouça.
Marcos 9: 12. E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado. 13. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito.
Está muito claro nas palavras de Jesus, que João era Elias reencarnado, ou seja, o mesmo espírito só que em outra composição física, noutro corpo.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, capitulo 3, item 6, Kardec elucida: “ A ideia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra, se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos. Se fosse errôneo essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária quando diz:” Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: “Não te admires que Eu te haja dito, ser preciso naças de novo.” (João:3:3 e João:3:7).
Os incrédulos e os contrários à doutrina espírita e reencarnacionista, se apegam nesse versículo de João, para sustentaram a sua falsa tese. João 1: 21. E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
Atentem que não é Jesus e sim João Batista, quem atesta não ser Elias. A doutrina espírita nos revela, que ao reencarnarmos, descerra-se um véu sobre o nosso passado, a chamada bênção do esquecimento, para que esse passado não nos perturbe. No livro No Mundo Maior ( Chico Xavier e André Luiz), no capítulo 2, A Preleção de Euzébio, o benfeitor nos elucida: “Naturalmente, não podereis guardar plena recordação desta hora, em retomando o envoltório carnal, em virtude da deficiência do cérebro, incapaz de suportar a carga de duas vidas simultâneas; a lembrança de nosso entendimento persistirá, contudo, no fundo de vosso ser, orientando-vos as tendências superiores para o terreno da elevação e abrindo-vos a porta intuitiva para que vos assista nosso pensamento fraternal”. Daí, conclui-se que, João mesmo sendo um espírito luminar, ainda assim, não tinha plena lembrança de seu passado. Mas é na própria bíblia, que iremos encontrar respostas para isso.
Antigo Testamento: 2 Reis 1: 8. E eles lhe disseram: Era um homem peludo, e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o tisbita.
Novo Testamento: Mateus 3: 4. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
RESSURREIÇÃO DE JESUS.
JESUS RESSUSCITADO.
Jesus após o seu desencarne, aparece primeiramente a Maria de Magdala que havia ido visita-lo no túmulo, posteriormente aparece aos discípulos, que se encontravam reunidos, menos Tomé. Daí sucedeu-se este registro:
João 20: 24 a29. 24. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. 26. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. 27. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. 28. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! 29. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.
Claramente podemos concluir, que a ressurreição de Jesus se deu em corpo espiritual, uma vez que ele havia desencarnado, obedecendo as leis que regem a natureza, ou seja, esvaindo se os fluidos vitais do corpo orgânico, está consumada a morte do mesmo. Esse aparecimento fluídico, é explicado na Gênese de Kardec, em seu capitulo XIV – Os Fluidos – Item 3 – Agêneres. É de se assinalar que as aparições tangíveis têm apenas a aparência da matéria carnal, mas não saberia em ter as qualidades; em razão de sua natureza fluídica, não podem ter a mesma coesão porque, em realidade, esta não é a carne; elas se formam instantaneamente e desaparecem da mesma forma, ou se evaporam pela desagregação das moléculas fluídicas. Os seres que se apresentam nesta condição nem nascem nem morrem como os outros homens; vê-se-os e não se os vê mais sem se saber de onde vieram, como são vindos nem para onde vão; não se poderia destruí-los, nem acorrentá-los ou encarcerá-los, já que não possuem corpo carnal; os golpes que se lhes deferissem bateriam no vazio. Tal é o caráter dos agêneres com os quais se possa entreter sem se duvidar do que sejam, mas que não se fazem de longa duração e não podem se tornar os comensais habituais de uma casa, nem figurar entre os membros de uma família.
SEPULCROS:
Não poderíamos deixar de mencionar a passagem em que os mortos saem dos túmulos e caminham pela cidade. E o que dizer sobre isso?
Mateus 27: 52. E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; 53. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. 54. E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus.
TIPOS DE REENCARNAÇÃO.
Os processos da Reencarnação como os da desencarnação são diferentes, não existindo dois absolutamente iguais. As facilidades ou obstáculos são subordinados aos inúmeros fatores, muitas vezes relativos ao estado de consciência do Espírito encarnante.
O autor espírita Carlos T. Rizzini, na obra ‘Evolução para o Terceiro Milênio’, classifica a questão dos tipos de Reencarnação em três: Compulsória, Proposta e Livre, conforme veremos, a seguir:
- Reencarnação Compulsória: É aquela que acolhe o Espírito sem prévia concordância dele e até mesmo sem o seu conhecimento. É por sua índole, própria dos Espíritos cujo grau de perturbação impede análise clara da situação, ou cujas faltas são tão graves que anulam a liberdade de escolha. É uma imposição feita pela Lei Divina para atender aos casos cuja recuperação exige longas expiações. Ver Ação e reação de André Luiz e Chico Xavier, Capitulo 13 – Débito Estacionário.
- Reencarnação Proposta: É aquela que leva em consideração o livre-arbítrio relativo de que dispõe o Espírito. Mentores Espirituais estudam, sem imposição, seus débitos e méritos, programando em seguida os principais acontecimentos da próxima existência física, tendo em vista a liquidação ou diminuição de dívidas e possibilidades de progresso moral e espiritual. Foi assim com Jerônimo Mendonça Ribeiro, o eterno Gigante deitado. Um grande trabalhador pela causa espirita. Companheiro de perto de Chico Xavier, fundou vários centros espiritas, como: Seara de Jesus, Manoel Augusto da Silva e Lar Espirita Pouso do Amanhecer. Escreveu vários livros: Crepúsculo de um coração, Cadeira de rodas, Nas pegadas de um anjo, De mãos dadas com Jesus e Quatorze anos depois.
Já na puberdade, Jerónimo, começou a sentir dores nas articulações, principalmente nos joelhos e tornozelos. Esses pontos do seu corpo começaram a inchar, e aos dezoito anos já andava com muita dificuldade. Posteriormente, o quadro foi se agravando, até culminar com uma artrite reumatoide progressiva, que o deixou acamado, até o fim se seus dias. Some- se a isso, a progressiva perda da visão, acabou por torna-lo cego. Certa feita consultando pelo Espírito Dr. Fritz, este o diagnosticou com a doença dos três “CES”: Cama, Carma e Calma.
- Reencarnação Livre: É aquela que é própria dos missionários, Espíritos redimidos perante a Lei Divina ou próximos da redenção no plano terreno. São os que possuem ampla liberdade de escolha. Chegam ao plano material para o desempenho de tarefas elevadas em qualquer segmento do conhecimento humano, tanto nas ciências como na filosofia ou religião. Neste último, tornam-se: Um Sócrates; um Buda; um Krishina, e, notadamente, Jesus de Nazaré.
Nossa menção para esse tipo de reencarnação, vai para Chico Xavier. No Livro Obras Póstumas de Allan Kardec, no capitulo: Meu Retorno, datado de 10 de junho de 1860, registra (…)¨ prossegui o caminho sem medo, e se ele está semeado de espinhos, asseguro-te que terás grandes satisfações antes de retornares “por um pouco” entre nós. Perg. Que entendeis por essas palavras “por um pouco”? Resp. Não ficaras muito tempo entre nós; é necessário que retornes para terminar a tua missão, que não pode ser rematada nesta existência. Se isso fosse possível, não te irias daí de modo algum, mas é preciso suportar a lei da Natureza. Estarás ausente durante alguns anos e, quando voltares, isso será em condições que te permitirão trabalhar cedo. No entanto, há trabalhos que é util que termines antes de partir; é porque te deixaremos o tempo necessário para acaba-los.
Nota.¨ Supondo aproximadamente a duração dos trabalhos que me restam a fazer, e tendo em conta o tempo de minha ausência e os anos da infância e da juventude, até a idade que um homem pode desempenhar um papel no mundo, isso nos leva, forçosamente, ao fim deste século ou ao começo do outro.¨ Ora quem reencarnou no início do século, começou a tarefa ¨cedo¨, e deu continuidade ‘as obras de Kardec, senão Chico Xavier. Por dedução lógica, sendo, Chico Xavier então Allan Kardec, teria Chico a necessidade de passar por todas as privações que passou, por todas asa dores que sofreu. Notoriamente que não. Mas, sendo um espirito de alta luz, já que Allan Kardec era um espirito superior, dotado de bondade, ciência e moral, veio Chico com a missão de mostrar a humanidade, que mesmo sendo ele quem foi, sofreu as atrocidades da carne, e que por isso qualquer um também passaria pelas experiencias difíceis, da dor e do sofrimento, através das expiações e das reparações.
Rizzini, nos coloca mais um tipo de reencarnação: a reencarnação acidental.
Reencarnação Acidental: Há circunstâncias diversas que promovem a alteração no planejamento reencarnatórias, que pode ocorrer sem o detalhamento necessário nos casos de reencarnações acidentais. A fecundação não estava prevista. Ocorre uma união sexual fortuita. O espírito que esteja próximo ao casal será “atraído” pelo óvulo fecundado. Mecanismos automáticos, por vezes incompreensíveis, encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o espírito, nessa circunstância, necessite. Nesses casos, encaixam-se os reencarnastes oriundos de estupros e outros “acidentes” semelhantes.
Em princípio tudo pode ocorrer, desde que esteja dentro das leis naturais. O processo reencarnatório se opera dentro das leis de sintonia entre espíritos e dentro das leis biológicas da hereditariedade. Assim, supondo que espíritos caracterizados como obsessores, estejam afinizados com o casal, e, se não houver proteção por parte de espíritos que se interessem pelo par, pelo menos teoricamente, isto seria possível. No entanto, as circunstâncias que cercam a ligação, mesmo fortuita entre duas pessoas são muito difíceis de serem analisadas. Mesmo que tal fato se dê, não sairá nunca das condições de afinidade e de merecimento que envolvem todos os espíritos afetados. E sendo assim, está tudo dentro da Lei, mesmo não sendo especialmente previsto.
FECUNDAÇÃO.
A vida intrauterina e o Espírito. LUIS ROBERTO SCHOLL Santo Ângelo, RS (Brasil). Site O Consolador.
Na vida embrionária (intrauterina) enquanto ocorre o desenvolvimento do corpo físico, o Espírito, ser pré-existente que começa o processo de ligação ao corpo em desenvolvimento, não tem plena consciência da situação, mas as experiências que se passam nesse período ficam marcadas e são importantes na vida futura.
A reencarnação é resultado de um cuidadoso planejamento elaborado e conduzido pelos Espíritos Superiores onde, na própria fecundação, há a seleção do espermatozoide mais apropriado para as experiências daquele Espírito que retorna à matéria, fruto desse projeto. Hoje a moderna ciência confirma que não é o gameta masculino mais rápido, nem o mais qualificado, nem o primeiro que chega ao óvulo feminino que rompe a sua membrana e o fertiliza, mas aquele que é “energeticamente compatível”. Isso ocorre porque é nesse momento que são determinadas as características genéticas e hereditárias necessárias ao aprendizado do ser que renasce.
No momento da fecundação, o Espírito que já se aproximava fluidicamente da futura mamãe agora começa seu processo físico reencarnatório. A energia vital do Espírito vai se acoplando a cada célula multiplicada a partir do zigoto, dando-lhe vida e direcionamento no desenvolvimento do corpo físico do feto.
O pleno êxito da gestação depende, além da condição biológica favorável, mas especialmente do perfeito acoplamento e aceitação do Espírito ao processo. (Ver o caso de Segismundo – Missionários da luz). Se alguma dessas condições não está a contento, poderá ocorrer o abortamento espontâneo.
Durante essa etapa o Espírito fica, de certa forma, “inconsciente”, porque o órgão de manifestação dessa consciência – o cérebro – está em processo de formação. Mas, apesar disso, os fatos que ocorrem, as situações familiares, o estado psicológico da mãe, os estresses, as preocupações, tanto quanto as alegrias e o bem-estar provocam profundas repercussões no Espírito, podendo afetá-lo durante toda a sua vida.
Da mesma forma, o Espírito que se liga ao embrião também provoca reflexos na mãe gestante. As alterações de humor, desejos incoerentes e pensamentos conflitantes dela podem ser resultados da influência do Espírito que, atuando fluidicamente sobre a mãe, transformam-na em uma espécie de “médium” dele. Podemos citar, como exemplo, a aversão repentina que algumas gestantes passam a ter de seus maridos, especialmente no início da gravidez: em alguns casos, justifica-se essa atitude pela vinda de um Espírito antagônico ao próprio pai e que vem justamente para o reajustamento das animosidades. Finda a gestação ou até antes disso, quando se equilibram as emoções, os sentimentos do casal retornam ao nível normal.
É importante lembrar que todos já tiveram muitas existências e cada uma delas deixou marcas profundas. Muitas são perceptíveis como o conhecimento inato, as experiências marcantes, os sentimentos, as tendências adquiridas, as emoções que surgem, os traumas e temores que afloram desde tenra idade.
Tudo isso demonstra a imensa responsabilidade dos pais frente à alma que reencarna sob sua égide. Esta programação se inicia no plano espiritual onde há a preparação emocional dos pais e do filho, o planejamento familiar e conscientização das provas que terão que passar no mundo físico.
Uma gestação emocionalmente tranquila, as conversas serenas dos pais com o bebê ainda no ventre, a manutenção de uma vida saudável à gestante, com uma alimentação equilibrada e sem substâncias nocivas, bem como a presença amorosa do pai, proporcionando uma atmosfera harmônica ao lar, são fatores de profunda importância para o desenvolvimento físico, mental e emocional do bebê e, consequentemente, uma vida mais equilibrada e feliz ao ser que retorna à Terra com propósitos evolutivos.
MINIATURIZACAO DO ESPIRITO.
A redução volumétrica do corpo espiritual tem um papel muito importante na facilitação das tarefas do espírito na nova encarnação. Além de propiciar a integração ao novo corpo biológico, determina a perda de consciência progressiva com a importante consequência do esquecimento do passado. No processo de redução volumétrica ou miniaturização, as moléculas perispirituais se aproximam, reduzindo os espaços intermoleculares. Existe um mecanismo de atração recíproca – de um lado o corpo espiritual e o espírito como polo penetrante ou positivo, do outro lado a matéria receptora como polo negativo. O polo positivo assim é denominado por ser o elemento diretor, embora influenciado pela matéria. O princípio espiritual automaticamente coordena, molda e domina completamente toda a cadeia de reações que se desenvolvem no processo reencarnatório.
Em Obras póstuma, no capitulo Morte Espiritual, Kardec, menciona: “Na reencarnação, as coisas se passam de outra maneira. No momento da concepção do corpo que se lhe destina, o Espírito é apanhado por uma corrente fluídica que, semelhante a uma rede, o toma e aproxima da sua nova morada. Desde então, ele pertence ao corpo, como este lhe pertencerá até que morra. Todavia, a união completa, o apossamento real somente se verifica por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, a perturbação ganha o Espírito; suas ideias se tornam confusas; suas faculdades se somem; a perturbação cresce à medida que os liames se apertam; torna-se completo nas últimas fases da gestação, de sorte que o Espírito não aprecia o ato de nascimento do seu corpo, como não aprecia o da morte deste; nenhuma consciência tem, nem de um, nem de outro. Desde que a criança respira, a perturbação começa a dissipar-se, as ideias voltam pouco a pouco, mas em condições diversas das verificadas quando da morte do corpo”.
A REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO. Livro: Missionários da luz Autor: André Luiz, psicografia de Chico Xavier.
Adelino e Raquel, futuros pais; Segismundo, espírito reencarnante; André Luiz e Herculano, aprendizes; Alexandre, o mentor. Local: residência de Adelino e Raquel. No livro Missionários da luz, nos capítulos 12 e 13. André Luiz fala do auxílio que sua equipe de cooperadores ofereceu ao trio Segismundo-Adelino-Raquel. A preparação para o reencarne “- O caso é típico. O drama de Segismundo é demasiadamente complexo para ser comentado em poucas palavras. Basta, todavia, recordar que ele, Adelino e Raquel são os protagonistas culminantes de dolorosa tragédia, ocorrida ao tempo de minha última peregrinação pela Crosta. Em seguida a uma paixão desvairada, Adelino foi vitima de homicídio; Segismundo, do crime; e Raquel, do prostíbulo. Desencarnaram, cada um por sua vez, sob intensa vibração de ódio e desesperação, padecendo vários anos, em zonas inferiores.[…] A equipe de Alexandre, Herculano e André Luiz partiu em socorro dos três para o serviço de reencarnação de Segismundo que terá como pais Adelino e Raquel. […]- Segismundo, voltará ao rio da vida física. A situação assim o exige e não devemos perder a oportunidade de encaminhá-lo ao necessário resgate. Segundo está informado, Raquel, a pobre criatura que ele desviou, em nossa época de laços afetivos mais fortes, e Adelino, o infeliz marido que o nosso irmão assassinou em lamentável competição armada, já se encontram na Crosta desde muito e, há quatro anos, religaram-se nos elos do matrimônio. Tudo está preparado a fim de que Segismundo regresse à companhia da vítima e do inimigo do pretérito, no sentido de santificar o coração. Será ele, de conformidade com a permissão de nossos Maiores o segundo filhinho do casal. Todavia, estamos lutando com grandes dificuldades para localizá-lo. Infelizmente, Adelino, que lhe será o futuro pai transitório, repele-o com calor, tão logo surgem as horas de sono físico, trabalhando contra os nossos melhores propósitos de harmonização. Em vista disso, o trabalho preparatório da nova experiência tem sido muito moroso e desagradável.- E Segismundo? – indagou o mentor, preocupado – qual a sua atitude dominante? Herculano, o mensageiro que nos visitava, in formou com fraternal interesse:- A princípio, animava-se da melhor esperança. Agora, porém, que o rival antigo lhe oferece pensamentos de ódio e ciúme, olvidando compromissos assumidos em nossa esfera de ação, sente-se novamente desventurado e sem forças para reparar o mal. De outras vezes, enche-se-lhe a tristeza de profunda revolta e, nesse estado negativo, subtrai-se à nossa cooperação eficiente. O visitante fez ligeira pausa e acrescentou, com inflexão de rogativa:- Não poderá você ajudar-nos nesse difícil processo de reencarnação? Lembro-me de que sua amizade dividia-se entre ambos. Quem sabe se a sua intervenção afetuosa conseguiria convencer Adelino?- Conte comigo – redargüiu o orientador, atenciosamente, farei quanto estiver em minhas possibilidades para que não se perca o ensejo em vista. Ante o sorriso de satisfação do outro, Alexandre concluiu:- Na próxima semana, estarei a seu lado para conversar espiritualmente com Adelino e solucionar o problema da reaproximação. Estejamos confiantes no auxílio divino.” (p. 154-156). “- Foi excelente medida – falou Alexandre, bem-humorado – consagrarei aos meus amigos a minha noite próxima. Veremos o que é possível fazer. Entramos. O casal Adelino-Raquel tomava a refeição da tarde, junto de um pequenino, no qual adivinhei o primogênito da casa.” (p. 181). Durante algum tempo a equipe visitou a família, observando que lá estava Segismundo preocupado. Também Adelino estava mal humorado e pouco disposto. Dormia mal. Alexandre, após oração cooperadora, conversa com Adelino: “– É assim que recebes os irmãos mais infelizes? É assim que te portas, ante os desígnios supremos? Onde pusestes as noções de solidariedade humana? Por que fugir aos mais infortunados da sorte? […] Contempla o pobrezinho que te pede socorro! Observa-lhe o estado de humilhação e necessidade. Imagina-te na posição dele e reflete! Não te doeria a indiferença dos outros? Não te dilaceraria a alma a crueldade alheia? […] (p. 193). Adelino não hesitou e, embora o grande esforço íntimo, visível à nossa percepção espiritual, apertou a destra do ex adversário, fundamente comovido. Perdoe-me, irmão! – murmurou Segismundo, com infinita humildade. – O Senhor recompensá-lo-á pelo bem que me faz!… (p. 195). […] Ao retirar-se, Alexandre, satisfeito, comentou paternalmente:- Com o auxilio de Jesus, a tarefa foi executada com êxito. E, fixando Segismundo, acrescentou:- Creio que na próxima semana poderá iniciar o seu serviço definitivo de reencarnação. Acompanhá-lo-emos com carinho. Não receie coisa alguma. […]- Voltaremos a vê-los no dia da ligação inicial de Segismundo com a matéria física. Preciso cooperar, na ocasião, com os nossos amigos construtores, aos quais pedi me apresentassem os mapas cromossômicos, referentemente aos serviços a serem encetados.” (p. 195-196).
A redução da forma física de Segismundo “Ponderei, então, no concurso enorme que todos recebemos ao regressar ao círculo carnal. Aqueles devotados benfeitores auxiliavam Segismundo, desde o primeiro dia, e, ainda ali, diante do possível recuo do interessado, eles mesmos se mostravam dispostos a consolar-lhe todas as tristezas, levantando-lhe o ânimo para o êxito final. Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço. Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que “alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada”. Quase que imperceptivelmente, à medida que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido. A certa altura, Alexandre falou-lhe com autoridade :- Segismundo, ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme! Tive a impressão de que o reencarnante se esforçava por obedecer.- Agora – continuou o instrutor – sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! Imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem! Compreendi que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. Surpreendido, reconheci que, ao influxo magnético de Alexandre e dos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida. A operação não foi curta, nem simples. Identificava o esforço geral para que se efetuasse a redução necessária. Segismundo parecia cada vez menos consciente. Não nos fixava com a mesma lucidez e suas respostas às nossas perguntas afetuosas não se revelavam completas. Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança.” (p. 214-215). A ligação de Segismundo ao corpo “ Estávamos a duas horas depois de meia-noite. Permaneciam agora, ao nosso lado, não somente Alexandre e os Construtores, mas também diversos amigos espirituais da família. Congregando todos os companheiros em torno de si, como figura máxima daquela reunião, Alexandre falou, gravemente:- Agora, meus irmãos, penetremos a câmara de nossos dedicados colaboradores para que se efetue o júbilo da união espiritual. E, depositando Segismundo nos braços da entidade que fora na Crosta Terrestre a carinhosa mãe de Raquel, acentuou:- Seja você, minha irmã, a portadora do sagrado depósito. O coração filial que nos espera sentirá novas felicidades ao contato de sua ternura. Raquel bem merece semelhante alegria. Voltando-se para a assembléia ali congregada, explicou:- Faremos agora o ato de ligação inicial, em sentido direto, de Segismundo com a matéria orgânica. Espero, porém, caros companheiros, a visita reiterada de todos vocês ao nosso irmão reencarnante, principalmente no período de gestação do seu corpo futuro. Não ignoram o valor da colaboração afetuosa nesse serviço. Somente aqueles que semearam muitas afeições podem receber o concurso de muitos amigos e Segismundo deve receber esse prêmio pelos seus nobres sentimentos e elevados trabalhos a todos nós, nestes últimos anos em que se devotou a grandes obras de benemerência e fraternidade. Logo após, penetrávamos o aposento conjugal, onde o espetáculo íntimo era divinamente belo. No leito de madeira, em macios lençóis de linho, repousavam dois corpos que a bênção do sono imobilizava, mas, ali mesmo, Adelino e Raquel nos esperavam em espírito, conscientes da grandeza da hora em curso. Em despertando na esfera densa de luta e aprendizado, seus cérebros carnais não conseguiriam fixar a reminiscência perfeita daquela cena espiritual, em que se destacavam como principais protagonistas; contudo, o fato gravar-se-ia para sempre em sua memória eterna. (p. 223-224). A presença de amigos invisíveis “Os amigos invisíveis do lar, companheiros de nosso plano, haviam enchido a câmara de flores de luz. Desde a meia-noite, haviam obtido permissão para ingressar no futuro berço de Segismundo, com o amoroso propósito de adornar-lhe os caminhos do recomeço. Mais de cem amigos se reuniam ali, prestando-lhe afetuosa homenagem. Alexandre caminhou à nossa frente, cumprimentando carinhosamente o casal, temporariamente desligado dos veículos físicos. Em seguida, com a melhor harmonia, os presentes passaram às saudações, enchendo de conforto celeste o coração dos cônjuges esperançosos. O quadro era lindo e comovedor. Duas entidades, ao meu lado, comentavam fraternalmente : E’ sempre penoso voltar à carne, depois de havermos conhecido as regiões de luz divina; entretanto, é tão sagrado o amor cristão que, mesmo em tal circunstância, sublime é a felicidade daqueles que o praticam- Sim – respondeu a outra -, Segismundo tem lutado muito pela redenção e, nessa luta, vem sendo um servo devotado de todos nós. Bem merece as alegrias desta hora. A esse tempo, observei que a entidade convidada a guardar o reencarnante se mantinha à pequena distância de Raquel, entre os Espíritos Construtores. […] Valendo-me daquele instante, indiquei Segismundo, recolhido nos braços acolhedores que o guardavam, e perguntei:- Nosso irmão reencarnante apresentar-se-á, mais tarde, entre os homens, tal qual vivia entre nós? Já que as suas instruções se baseiam na forma perispiritual preexistente, terá ele a mesma altura, bem como as mesmas expressões que o caracterizavam em nossa esfera? Alexandre respondeu sem titubear:– Raciocine devagar, André! Falamos da forma preexistente, nela significando o modelo de configuração típica ou, mais propriamente, o ‘uniforme humano’. Os contornos e minúcias anatômicas vão desenvolver-se de acordo com os princípios de equilíbrio e com a lei da hereditariedade. A forma física futura de nosso amigo Segismundo dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione, porém, a esse fator primordial, a influência dos moldes mentais de Raquel, a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores, que agirão como funcionários da natureza divina, invisíveis ao olhar terrestre, o auxílio afetuoso das entidades amigas que visitarão constantemente o reencarnante, nos meses de formação do novo corpo, e poderá fazer uma idéia do que vem a ser o templo físico que ele possuirá, por algum tempo, como dádiva da Superior Autoridade de Deus, a fim de que se valha da bendita oportunidade de redenção do passado e iluminação para o futuro, no tempo e no espaço. Alguns fisiologistas da Crosta concordam em asseverar que a vida humana é uma resultante de conflitos biológicos, esquecidos de que, muitas vezes, o conflito aparente das forças orgânicas não é senão a prática avançada da lei de cooperação espiritual. […]. O próprio Segismundo e o nosso irmão Herculano estão de posse dos informes a que nos reportamos, porque ninguém penetra num educandário, para estágio mais ou menos longo, sem finalidade específica e sem conhecimento dos estatutos a que deve obedecer. Nesse ponto, o mentor generoso fez ligeiro intervalo e continuou em seguida:- Os contornos anatômicos da forma física, disformes ou perfeitos, longilíneos ou brevilíneos, belos ou feios, fazem parte dos estatutos educativos. Em geral, a reencarnação sistemática é sempre um curso laborioso de trabalho contra os defeitos morais preexistentes nas lições e conflitos presentes. Pormenores anatômicos imperfeitos, circunstâncias adversas, ambientes hostis, constituem, na maioria das vezes, os melhores lugares de aprendizado e redenção para aqueles que renascem. Por isso, o mapa de provas úteis é organizado com antecedência, como o caderno de apontamentos dos aprendizes nas escolas comuns. Em vista disso, o mapa alusivo a Segismundo está devidamente traçado, levando-se em conta a cooperação fisiológica dos pais, a paisagem doméstica e o concurso fraterno que lhe será prestado por inúmeros amigos daqui. Imagine, pois, o nosso amigo voltando a uma escola, que é a Terra; assim procedendo, alimenta um propósito que é o da aquisição de valores novos. Ora, para realizá-lo terá de submeter-se às regras do educandário, renunciando, até certo ponto, à grande liberdade de que dispõe em nosso meio.” (p. 224-227). Fim dos trabalhos Alguns dias após terminada a operação da reencarnação de Segismundo, Alexandre exclamou: “ – Está terminada a tarefa inicial de ligação. Que Deus nos proteja. Sentindo a admiração com que eu seguia, agora, o processo da divisão celular, em que se formava rapidamente a vesícula de germinação, o orientador acentuou: O organismo maternal fornecerá todo o alimento para a organização básica do aparelho físico, enquanto a forma reduzida de Segismundo, como vigoroso modelo, atuará como ímã entre limalhas de ferro, dando forma consistente à sua futura manifestação no cenário da Crosta.” (p. 156).
CONTABILIDADE E DESTINO “Há quem peça a provação da riqueza para desvencilhar-se de pesados grilhões nos círculos da economia terrestre e há quem rogue penúria, buscando aprender como se deve agir na fartura. Há quem suplique doenças do corpo para valorizar a saúde e há quem solicite saúde para estender assistência aos enfermos dos quais se fez devedor. Há quem exore mutilações e defeitos no campo físico para reconquistar a felicidade na vida imperecível e há quem advogue para si mesmo a concessão de harmonia corpórea para a realização de tarefas determinadas em benefício dos outros. Há quem se proponha a receber um cérebro claro e forte para servir aos ignorantes e há quem peça um cérebro frustrado para restaurar-se, através da humildade e da dor, perante o próprio destino. Se já te conscientizaste quanto à grandeza da Criação, confere os talentos e as inibições que te assinalam e por eles compreenderás de que tarefa mais alta a vida te incumbe no curto espaço da existência terrestre, porque facilidade ou obstáculo, ouro fácil e recurso difícil, raciocínio pronto e idéia tardia, são empréstimos da Providência Divina, com tempo exato para o acerto preciso em nosso próprio favor, diante das Leis de Deus.” (Emmanuel, nascer e renascer, 2. ed., p. 20-21). JESUS: O Bom Pastor “Eu sou o Bom Pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim e Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” (João, 10:14-15).
Fontes:
Missionários da Luz. André Luiz e Chico Xavier.
No Mundo Maior. André Luiz e Chico Xavier.
Evolução para o Terceiro Milênio. Carlos Toledo Rizzini.
Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
Evangelho segundo o espiritismo. Allan Kardec.
Obras Póstumas. Allan Kardec.
A Gênese. Allan Kardec.
Recordações mediúnicas. Yvone do Amaral Pereira.
Site: O Consolador.
Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida.
Nascer e renascer. Emmanuel e Chico Xavier.
Palavras do infinito. Emmanuel e Chico Xavier.