Parentela espiritual e parentela corporal – palestra 29.1.20
Parentela espiritual e parentela corporal
Estudo CELC – 29.01.20 – Fernando
1 – Importância
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
115 – Entre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
– Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência. Deu a cada um determinada missão com o fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e para aproximá-los dele. A felicidade eterna e pura é para aqueles que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Alguns aceitam essas provas com submissão e alcançam mais prontamente o fim de sua destinação. Outros não as suportam senão murmurando e, por suas faltas, permanecem distanciados da perfeição e da felicidade prometida.
766 – A vida social está na Natureza?
– Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.
768 – O homem, procurando a sociedade, não faz senão obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento um objetivo providencial mais geral?
– O homem deve progredir. Sozinho, ele não pode porque não tem todas as faculdades; é-lhe preciso o contato dos outros homens. No isolamento, ele se embrutece e se debilita.
Nenhum homem tem as faculdades completas. Pela união social, eles se completam uns pelos outros para assegurar seu bem-estar e progredir. Por isso, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados.
Nesse sentido:
Segundo o livro Estude e viva, ” Família” é grupo consanguíneo a que você forçosamente se vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal. (Estude e viva. O Espiritismo em sua vida. Espírito Emmanuel e André Luiz. Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira).
A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos. (As Leis Morais. Cap. 27. Rodolfo Calligaris).
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
774 – Há pessoas que inferem, no abandono dos pequenos animais pelos pais, que, entre os homens, os laços de família não são mais que um resultado dos costumes sociais e não uma lei natural; que devemos pensar disso?
– O homem tem destinação diversa da dos animais. Por que, pois, sempre querer identificá-lo com eles? Nele há outra coisa além da necessidade física: há a necessidade do progresso. Os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família estreitam os laços sociais. Eis aqui por que os laços de família são uma lei natural. Deus quis que os homens aprendessem assim a amar-se como irmãos.
3 – Evangelho
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. CAP. 14. ITEM 8. ALLAN KARDEC
A parentela corporal e a parentela espiritual
O PARENTESCO CORPORAL E O PARENTESCO ESPIRITUAL
- Os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque o Espírito existia antes da formação do corpo; não foi o pai quem criou o Espírito do filho, ele não fez senão fornecer-lhe um envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir.
Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo entre parentes próximos, são, o mais frequentemente, Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores, que se traduzem por sua afeição durante a vida terrestre; mas pode ocorrer também que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra, para lhes servir de prova. Os verdadeiros laços de família não são, pois, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após a sua encarnação. De onde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue; podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto que dois irmãos consanguíneos podem se repelir, como se vê todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13).
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais, e as famílias pelos laços corporais; as primeiras, duráveis, se fortalecem pela depuração, e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através de diversas migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, frequentemente, se dissolvem moralmente, desde a vida atual. Foi isso que Jesus quis fazer compreender em dizendo aos seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos, quer dizer, minha família pelos laços do Espírito, porque quem quer que faça a vontade do meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A hostilidade de seus irmãos está claramente expressa na narração de São Marcos, uma vez que, disse ele, se propunham se apoderar dele, sob o pretexto de que havia perdido o espírito. À notícia da sua chegada, conhecendo-lhes os sentimentos a seu respeito, era natural que dissesse, falando dos seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis meus verdadeiros irmãos”; sua mãe se encontrava com eles e generaliza o ensinamento, o que não implica de nenhum modo que tenha pretendido que sua mãe segundo o corpo não lhe era nada como Espírito, e que não tivesse por ela senão indiferença; sua conduta, em outras circunstâncias, provou suficientemente o contrário.
Fui dividido em partes a passagem acima para estudos complementares numerando cara trecho.
Trecho 1 – Os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque o Espírito existia antes da formação do corpo; não foi o pai quem criou o Espírito do filho, ele não fez senão fornecer-lhe um envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
203 – Os pais transmitem aos filhos uma porção da sua alma, ou se limitam a dar-lhes a vida animal a que uma nova alma, mais tarde, vem adicionar a vida moral?
– A vida animal somente, porque a alma é indivisível. Um pai estúpido pode ter filhos inteligentes, e vice-versa.
207 – Os pais transmitem, frequentemente, aos filhos uma semelhança física. Transmitem também uma semelhança moral?
– Não, uma vez que têm alma ou Espíritos diferentes. O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consanguinidade.
208 – Os Espíritos dos pais não exercem influência sobre o do filho, depois do nascimento?
– Uma influência muito grande; como dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso uns dos outros. Muito bem! Os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os dos seus filhos pela educação; é para eles uma tarefa: se falharem serão culpados.
Trecho 2 – Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo entre parentes próximos, são, o mais frequentemente, Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores, que se traduzem por sua afeição durante a vida terrestre; mas pode ocorrer também que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra, para lhes servir de prova.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
204 – Uma vez que temos tido várias existências, a parentela remonta além da nossa existência atual?
– Não pode ser de outra forma. A sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos laços que remontam às existências anteriores. Daí, muitas vezes, decorrem as causas da simpatia entre vós e certos Espíritos que vos parecem estranhos.
Introdução LE – “O Espírito, devendo passar por várias encarnações, disso resulta que todos tivemos várias existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, seja sobre a Terra, seja em outros mundos”.
Leis de Amor. Cap. 2. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier
6 — Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino?
Nos elos da consanguinidade reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal através das portas benditas da reencarnação.
Revista espírita — Ano V — Julho de 1862 (Édition Française) ENSINAMENTOS E DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS União simpática das almas (Bordeaux, † 15 de fevereiro de 1862 – Médium: Sra. H…)
- – Já me dissestes várias vezes que nos reuniríamos para não mais nos separarmos. Como poderá dar-se isto? As reencarnações, mesmo as que se seguem às da Terra, nem sempre separam por um tempo mais ou menos longo?
Resposta. – Eu to disse: Deus permite aos que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar suas faltas, reunir-se, a princípio no mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, a fim de conseguirem encarnações nos mundos superiores. Podem, pois, se o pedirem com fervor, deixar os mundos espíritas na mesma época, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações.
Uns terão pedido para serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e se sentirão felizes por o dirigirem no bom caminho, cercando-o dos ternos cuidados da família e da amizade. Outros terão pedido a graça de se unirem pelo matrimônio e verem escoar-se muitos anos de felicidade e de amor. Refiro-me ao casamento entendido no sentido da união íntima de dois seres que não querem separar-se mais. Entretanto, tal como é compreendido na Terra, o casamento não é conhecido nos mundos superiores. Nesses lugares de felicidade, de liberdade e de alegria, os laços são de flores e de amor; e não creias que, por isso, sejam menos duráveis. Só o coração fala e guia nessas uniões tão doces. Uniões livres e felizes, casamento de almas perante Deus, eis a lei do amor dos mundos superiores! E os seres privilegiados dessas regiões abençoadas, sentindo-se mais fortemente ligados por semelhantes sentimentos do que o são os homens da Terra, que muitas vezes desprezam os mais sagrados compromissos, não oferecem o deplorável espetáculo de uniões perturbadas incessantemente pela influência dos vícios, das paixões inferiores, da inconstância, da inveja, da injustiça, da aversão, de todas essas horríveis inclinações que conduzem ao mal, ao perjúrio e à violação dos mais solenes juramentos. Pois bem! esses casamentos abençoados por Deus, essas uniões tão afetuosas são a recompensa daqueles que, tendo-se amado profundamente no sofrimento, pedem ao Senhor, justo e bom, para continuarem a se amar em mundos superiores, sem, contudo, temerem uma próxima e dolorosa separação.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
205 – Na opinião de certas pessoas, a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família fazendo-os remontar às existências anteriores.
– Ela os estende, mas não os destrói. A parentela, estando baseada sobre as afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma família são menos precários. Ela aumenta os deveres da fraternidade, visto que, entre os vizinhos ou entre os servidores, pode se encontrar um Espírito que esteve ligado a vós pelos laços consanguíneos.
Introdução LE – “Na sua reentrada no mundo dos Espíritos, a alma aí reencontra todos aqueles que conheceu sobre a Terra, e todas as suas existências anteriores se retratam em sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez”.
O Evangelho Segundo Espiritismo – Allan Kardec Capítulo 14 Item 9 (ultimo paragrafo)
Os Espíritos que a semelhança dos gostos, a identidade de progresso moral e a afeição levam a se reunirem, formam famílias; esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrestres, se procuram para se agruparem como o fazem no espaço; daí nascem as famílias unidas e homogêneas; e se, em suas peregrinações, estão momentaneamente separados, reencontram-se mais tarde, felizes com os novos progressos. Mas como não devem trabalhar unicamente para si, Deus permite que Espíritos menos avançados venham a se encarnar entre eles para aí haurir conselhos e bons exemplos, no interesse do seu adiantamento; eles causam, por vezes, perturbações, mas aí está a prova, aí está a tarefa. Acolhei-os, pois, como irmãos; vinde em sua ajuda e, mais tarde, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará de haver salvo do naufrágio os que, a seu turno, poderão salvá-la de outros.
O Consolador Chico Xavier (Emmanuel)
175 – O instituto da família é organizado no plano espiritual, antes de projetar-se na Terra?
-O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva.
Preponderam nesse instituto divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro.
É nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando-se todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificadas.
Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.
Leis de Amor. Cap. 2. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier
17 — Todo laço de parentesco possui razão de ser?
Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.
Trecho 3 – Os verdadeiros laços de família não são, pois, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após a sua encarnação.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
207B – De onde provêm as semelhanças morais que existem, algumas vezes, entre pais e filhos?
– São Espíritos simpáticos, atraídos pela semelhança de suas tendências.
211 – De onde provém a semelhança de caráter que existe, muitas vezes, entre dois irmãos, sobretudo se gêmeos?
– São Espíritos simpáticos que se aproximam pela semelhança de seus sentimentos e que são felizes por estarem juntos.
O Evangelho segundo espiritismo – Allan Kardec capítulo 4
- Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas; ao contrário, eles são fortalecidos e se estreitam; é o princípio oposto que os destrói.
Os Espíritos formam, no espaço, grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e semelhança de inclinações; esses Espíritos, felizes por estarem juntos, se procuram; a encarnação não os separa senão momentaneamente, porque, depois da sua reentrada na erraticidade, se reencontram, como amigos ao retorno de uma viagem. Frequentemente mesmo, eles se seguem na encarnação, onde se reúnem numa mesma família, ou num mesmo círculo, trabalhando em conjunto para seu mútuo adiantamento. Se uns estão encarnados e outros não o estejam, por isso não estão menos unidos pelo pensamento; os que estão livres velam sobre os que estão cativos, os mais avançados procuram fazer progredir os retardatários. Depois de cada existência, deram um passo no caminho da perfeição; cada vez menos ligados à matéria, sua afeição é mais viva, pelo fato mesmo de ser mais depurada, não perturbada mais pelo egoísmo, nem pelas nuvens das paixões. Eles podem, pois, assim percorrer um número ilimitado de existências corporais, sem que nenhum prejuízo afete sua mútua afeição.
Entenda-se que se trata aqui da afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos sentidos, não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não há de duráveis senão as afeições espirituais; as afeições carnais se extinguem com a causa que as fez nascer; ora, essa causa não existe mais no mundo dos Espíritos, enquanto que a alma existe sempre. Quanto às pessoas unidas pelo único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra: a morte as separa sobre a Terra e no céu.
Nos domínios da mediunidade — Chico Xavier (André Luiz). Capitulo 1 Estudando a Mediunidade.
Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência.
O orador fez pequeno intervalo que ninguém ousou interromper e prosseguiu comentando:
— Segundo é fácil de concluir, todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, dentro das dimensões que lhes são características ou na frequência que lhes é própria. Esse psiquismo independe dos centros nervosos, de vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma.
Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o Plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e à coloração dos pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e às interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
Um hotentote desencarnado, em se comunicando com um sábio terrestre, ainda jungido ao envoltório físico, não lhe poderá oferecer notícias outras, além dos assuntos triviais em que se lhe desdobraram no mundo as experiências primitivistas, e um sábio, sem o indumento carnal, entrando em relação com o hotentote, ainda colado ao seu “habitat” africano, não conseguirá facultar-lhe cooperação imediata, senão no trabalho embrionário em que se lhe encravam os interesses mentais, como sejam o auxílio a um rebanho bovino ou a cura de males do corpo denso. Por isso mesmo, o hotentote não se sentiria feliz na companhia do sábio e o sábio, a seu turno, não se demoraria com o hotentote, por falta desse alimento quase imponderável a que podemos chamar “vibrações compensadas”.
É da Lei, que nossas maiores alegrias sejam recolhidas ao contato daqueles que, em nos compreendendo, permutam conosco valores mentais de qualidades idênticas aos nossos, assim como as árvores oferecem maior coeficiente de produção se colocadas entre companheiras da mesma espécie, com as quais trocam seus princípios germinativos.
Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências
Pão nosso — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 141 Amor fraternal
“Permaneça o amor fraternal.” — PAULO (Hebreus, 13.1)
As afeições familiares, os laços consanguíneos, as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior, contudo, é razoável que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias.
O equilíbrio é a posição ideal.
Por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.
Por excesso de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.
Em razão da invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.
O apelo evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.
A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.
O homem que se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vítima dos fantasmas do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança.
Os que se amam fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com a ventura que lhes visita os semelhantes.
As afeições violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.
Na teia das reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.
Nosso Lar – Chico Xavier (André Luiz) – capítulo 30:
Ouçamos, papai, a lição de Jesus, que recomenda nos amemos uns aos outros. Atravessamos experiências consanguíneas, na Terra, para adquirir o verdadeiro amor espiritual. Aliás, é indispensável reconhecer que só existe um Pai realmente eterno, que é Deus; mas o Senhor da Vida nos permite a paternidade ou a maternidade no mundo, a fim de aprendermos a fraternidade sem mácula. Nossos lares terrestres são cadinhos de purificação dos sentimentos ou templos de união sublime, a caminho da solidariedade universal. Muito lutamos e padecemos, até adquirir o verdadeiro título de irmão. Somos todos uma só família, na Criação, sob a bênção providencial de um Pai único.
Trecho 4 – De onde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue; podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto que dois irmãos consanguíneos podem se repelir, como se vê todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13).
O Evangelho segundo espiritismo – Allan Kardec – capítulo 4:
- Esta passagem de Isaías também é bem explícita: “Aqueles do vosso povo que se tenham feito morrer viverão de novo”. Se o profeta pretendesse falar da vida espiritual, se quisesse dizer que aqueles que se tenham feito morrer não estavam mortos em Espírito, ele teria dito: vivem ainda e não viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra senso uma vez que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, elas seriam a negação das penas eternas, uma vez que estabelecem, em princípio, que todos aqueles que estão mortos, reviverão.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
132 – Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
– Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação. Para realizá-la é que, em cada mundo, ele toma um aparelho em harmonia com a matéria essencial desse mundo, cumprindo aí, daquele ponto de vista, as ordens de Deus, de tal sorte que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo, mas Deus, em sua sabedoria, quis que, por essa mesma ação, eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
Rumo certo — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 20 Familiares e amigos
(O Livro dos Espíritos — 773-775)
No torvelinho das preocupações em torno dos familiares queridos, pausemos, de algum modo, para enxergá-los, não com os olhos da afeição possessiva, e sim na posição de criaturas de Deus, como são, tanto quanto nós.
Queríamos talvez que eles cressem pelos nossos padrões; no entanto, possuem caminhos outros pelos quais chegarão às mesmas fontes da fé em que se nos apoia a existência.
Desejávamos pensassem pelas ideias que nos orientam a estrada, mas trazem consigo vocações e tendências, ideal e visão muito diversos daqueles que nos caracterizam a marcha.
Aspirávamos a tê-los no mesmo trabalho que mais se nos adapta à maneira de ser; todavia, nem sempre se destinam a fazer aquilo que nos compete realizar.
Anelávamos situá-los nos figurinos de felicidade que nos parecem mais justos e aconselháveis; entretanto, permanecem guiados pelo Governo da Vida para outros tipos de felicidade que ainda não chegamos a conhecer.
Às vezes, não nos conformamos ao vê-los sofridos ou inquietos, porém, é forçoso considerar que, como nos ocorre, estarão carregando débitos e compromissos que, nem nós e nem eles, resgataremos sem dificuldade ou sem dor.
Por tudo isso, aprendamos a observar nos entes amados criaturas independentes de nós, orientadas, frequentemente, noutros rumos e matriculadas em outras classes, na escola da experiência.
E, acima de tudo, reconhecendo quão importante se faz a liberdade para o desempenho das obrigações que nos foram assinaladas, saibamos respeitar neles a liberdade que igualmente desfrutamos, perante as Leis do Universo, a fim de crescerem e se aperfeiçoarem na condição de livres filhos de Deus.
Material de construção — Chico Xavier (Emmanuel) – Capítulo 15 Laços afetivos
Ama a quem vai contigo, nas estradas do tempo.
Laços de amor na vida, mesmo feitos de dor, são áreas de trabalho que o Céu já te entregou.
Se sofres, não desistas de amar sem ter amor.
Nada reclames. Serve.
Deus te apoia e te vê.
Trecho 5 – Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais, e as famílias pelos laços corporais; as primeiras, duráveis, se fortalecem pela depuração, e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através de diversas migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, frequentemente, se dissolvem moralmente, desde a vida atual.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Comentário da questão 938
A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores prazeres que lhe seja concedido sobre a Terra é o de reencontrar corações que simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um prazer negado ao egoísta.
939 – Visto que os Espíritos simpáticos são levados a unir-se, como se dá que, entre os Espíritos encarnados, a afeição não esteja, frequentemente, senão de um lado, e que o amor mais sincero seja recebido com indiferença e mesmo repulsa? Como, de outra parte, a afeição mais viva de dois seres pode mudar em antipatia e, algumas vezes, em ódio?
– Não compreendeis, pois, que é uma punição, mas que não é senão passageira. Aliás, quantos não há que creem amar perdidamente, porque não julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a viver com as pessoas, não tardam a reconhecer que isso não é senão uma admiração material. Não basta estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e a quem creiais de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que podereis apreciá-la. Quantas também não há dessas uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a estima! É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade.
Há duas espécies de afeições: a do corpo e a da alma e, frequentemente, se toma uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável; a do corpo é perecível. Eis porque, frequentemente, aqueles que creem se amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina.
Inspiração — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 21 Antipatia
Não olvides que o passado revive no presente.
Quando a aversão te visite o mundo íntimo, à maneira de nuvem, subtraindo-te a paz, lembra-te de que a Divina Misericórdia situou à frente de tua alma a bendita oportunidade da reconciliação, ainda hoje, com os desafetos de ontem.
Qual acontece com o tesouro do carinho amealhado pelo amor, no escrínio do coração, de existência a existência, o espinheiro da antipatia é veneno acumulado pelo ódio no vaso de nossa mente, de século a século, conturbando-nos o caminho.
Recorda que, se o amor nos eleva aos cimos estelares, o ódio nos impele aos vales da sombra e atende à própria libertação, procurando renovar a fonte de teus desejos, em benefício da própria felicidade.
A aversão, quase sempre, destaca-se de improviso, no ambiente mais íntimo de nossa experiência em comum, por desafio à nossa capacidade de auxiliar e compreender.
Assinalando-a no lar ou na vizinhança, em teu círculo de trabalho ou no santuário de tua fé, roga ao Senhor, através da oração, para que as tuas energias se refaçam, de modo que a treva te encontre o sentimento por bênção de luz, exemplificando a fraternidade e o entendimento, o sacrifício e o perdão.
Aconselha-te com a piedade do Cristo, tanta vez revelada, em nosso favor, e compadece-te daqueles que te ensombram a alegria… Ei-los que surgem, a cada hora, na pessoa do familiar que se nos agregou à rede consanguínea, no companheiro de jornada justaposto ao nosso clima, no parente indireto que as circunstâncias nos ofertaram ao templo doméstico, no chefe humano chamado a orientar-nos o serviço, no subordinado trazido à cooperação na obra que o Senhor nos pede realizar…
Alça a própria fé nas asas da boa vontade e ajuda-os quanto possas, de vez que antipatia superada é anexação de mais amor ao campo de nossa vida e mais amor em nossa vida significa mais ampla ascensão de nosso próprio Espírito, no rumo da Luz Eterna.
Caminho Verdade e Vida – Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 62 Parentela
“E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar.” — (ATOS, capítulo 7, versículo 3.)
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. Frequentemente, pelas imposições da consanguinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “família” e “parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus Cristo.
Boa Nova – Chico Xavier (Humberto de Campos) – Capítulo 15 Joana de Cusa
– Joana, só há um Deus, que é o Nosso Pai, e só existe uma fé para as nossas relações com o seu amor. Certas manifestações religiosas, no mundo, muitas vezes não passam de vícios populares nos hábitos exteriores. Todos os templos da Terra são de pedra; eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. Entre o sincero discípulo do Evangelho e os erros milenários do mundo, começa a travar-se o combate sem sangue da redenção espiritual. Agradece ao Pai o haver-te julgado digna do bom trabalho, desde agora. Teu esposo não te compreende a alma sensível? Compreender-te-á um dia. eviano e indiferente? Ama-o, mesmo assim. Não te acharias ligada a ele se não houvesse para isso razão justa. Servindo-o com amorosa dedicação, estarás cumprindo a vontade de Deus. Falas-me de teus receios e de tuas dúvidas. Deves, pelo Evangelho, amá-lo ainda mais. Os sãos não precisam de médico. Além disso, não poderemos colher uvas nos abrolhos, mas podemos amanhar o solo que produziu cardos envenenados, a fim de cultivarmos nele mesmo a videira maravilhosa do amor e da vida.
Joana deixava entrever no brilho suave dos olhos a íntima satisfação que aqueles esclarecimentos lhe causavam; mas, patenteando todo o seu estado dalma, interrogou:
– Mestre, vossa palavra me alivia o espírito atormentado; entretanto, sinto dificuldade extrema para um entendimento recíproco no ambiente do meu lar. Não julgais acertado que lute por impor os vossos princípios? Agindo assim, não estarei reformando o meu esposo para o céu e para o vosso reino?
O Cristo sorriu serenamente e retrucou:
– Quem sentirá mais dificuldade em estender as mãos fraternas, será o que atingiu as margens seguras do conhecimento com o Pai, ou aquele que ainda se debate entre as ondas da ignorância ou da desolação, da inconstância ou da indolência do espírito? Quanto à imposição das ideias – continuou Jesus, acentuando a importância de suas palavras -, por que motivo Deus não impõe a sua verdade e o seu amor aos tiranos da Terra? Por que não fulmina com um raio o conquistador desalmado que espalha a miséria e a destruição, com as forças sinistras da guerra? A sabedoria celeste não extermina as paixões: transforma-as. Aquele que semeou o mundo de cadáveres desperta, às vezes, para Deus, apenas com uma lágrima. O Pai não impõe a reforma a seus filhos: esclarece-os no momento oportuno. Joana, o apostolado do Evangelho é o de colaboração com o céu, nos grandes princípios da redenção. Sê fiel a Deus, amando o teu companheiro do mundo, como se fora teu filho. Não percas tempo em discutir o que não seja razoável. Deus não trava contendas com as suas criaturas e trabalha em silêncio, por toda a Criação. Vai!… Esforça-te também no silêncio e, quando convocada ao esclarecimento, fala o verbo doce ou enérgico da salvação, segundo as circunstâncias! Volta ao lar e ama o teu companheiro como o material divino que o céu colocou em tuas mãos para que talhes uma obra de vida, sabedoria e amor!…
Joana de Cusa experimentava um brando alívio no coração. Enviando a Jesus um olhar de carinhoso agradecimento, ainda lhe ouviu as últimas palavras:
– Vai, filha!… Sê fiel!
Trecho 6 – Foi isso que Jesus quis fazer compreender em dizendo aos seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos, quer dizer, minha família pelos laços do Espírito, porque quem quer que faça a vontade do meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A hostilidade de seus irmãos está claramente expressa na narração de São Marcos, uma vez que, disse ele, se propunham se apoderar dele, sob o pretexto de que havia perdido o espírito.
Marcos, capítulo III, vv. 20, 21 e 31 a 35; Mateus, capítulo XII, vv. 46 a 50
E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição. — Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito.
Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lado de fora, mandaram chamá-lo. — Ora, o povo, se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. — Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? — E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; — pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
No portal da Luz — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 7 Parentes e companheiros
Por mais nos queixemos de familiares ou amigos deficientes que nos causam prejuízo ou decepção, amargura ou desalento, somos forçados a perceber que possuímos neles os reflexos de nós próprios.
Quando afastados da experiência física, por força da desencarnação, encontramos, além do mundo, os resultados de nossos erros, permeando-nos os acertos.
Raramente qualquer de nós encerra o balanço de uma existência terrestre com todos os compromissos equacionados. Desse modo, somos recorporificados no berço humano para retomar o curso dos problemas que desencadeamos no caminho dos outros, a fim de resolvê-los.
Aceita os parentes-enigmas e os companheiros testes, à feição dos credores com que a Justiça Divina te promove o aperfeiçoamento e a tranquilidade.
A perda do corpo físico não exonera o Espírito imortal das obrigações que haja contraído, tanto quanto o desgaste da veste não apaga a dívida de um homem, dívida que ele assume em plenitude de responsabilidade individual.
A esposa ou a filha desajustadas, via de regra, são as irmãs que, um dia, atiraste ao desrespeito de si próprias e o marido ou o filho que te retalham a alma, a rigor, são aqueles mesmos companheiros que lançaste ao malogro das esperanças mais caras.
A penúria de hoje é a consequência da cobiça de ontem. A doença de agora vem do excesso de antes.
Renteando com qualquer pessoa que te faça sofrer, exerce paciência e compreensão, auxílio e bondade.
Nós mesmos somos induzidos pela própria consciência, sequiosa de felicidade e elevação, a extirpar os espinhos que semeamos no solo bendito do tempo e da vida.
Todo débito tem sistema de resgate e todo resgate solicita execução na forma prevista de pagamento. Isso é justo.
Sinal verde — Chico Xavier (André Luiz) – capítulo 7 Parentes difíceis
Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que sé nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre, estamos pagando pelo sistema de prestações, certas dívidas contraídas por atacado.
Trecho 7 – À notícia da sua chegada, conhecendo-lhes os sentimentos a seu respeito, era natural que dissesse, falando dos seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis meus verdadeiros irmãos”; sua mãe se encontrava com eles e generaliza o ensinamento, o que não implica de nenhum modo que tenha pretendido que sua mãe segundo o corpo não lhe era nada como Espírito, e que não tivesse por ela senão indiferença; sua conduta, em outras circunstâncias, provou suficientemente o contrário.
O Evangelho segundo espiritismo – Allan Kardec capítulo 14
- Admira-se, e com razão, ver, nessa circunstância, Jesus mostrar tanta indiferença para com os seus parentes e, de alguma sorte, renegar sua mãe.
No que tange a seus irmãos, sabe-se que não tiveram jamais simpatia por ele; Espíritos pouco avançados, não tinham compreendido a sua missão; sua conduta, a seus olhos, era bizarra, e seus ensinamentos não lhes haviam tocado, uma vez que não houve nenhum discípulo entre eles; parecia mesmo que partilhavam, até um certo ponto, das prevenções dos seus inimigos; é certo, de resto, que o acolhiam mais como estranho do que como irmão quando ele se apresentava na família, e São João disse, positivamente, (cap. VII, v. 5) “que não acreditavam nele.”
Quanto à sua mãe, ninguém poderia contestar sua ternura por seus filhos; mas é preciso convir também que ela não parecia ter feito uma ideia muito justa da sua missão, porque não se a viu jamais seguir seus ensinamentos, nem lhe prestar testemunho como o fez João Batista; a solicitude maternal era, nela, o sentimento dominante. A respeito de Jesus, supor-lhe ter renegado sua mãe seria desconhecer-lhe o caráter: um tal pensamento não poderia animar aquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. É preciso, pois, procurar um outro sentido para as suas palavras, quase sempre veladas sob a forma alegórica.
Jesus não negligenciou nenhuma ocasião de dar um ensinamento; tomou, pois, a que lhe oferecia a chegada de sua família para estabelecer a diferença que existe entre o parentesco corporal e o parentesco espiritual.
4 – Qual caminho seguir para evolução espiritual
O Consolador – Chico Xavier (Emmanuel)
110 –Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra?
-A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.
Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.
Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade.
Fonte Viva – Chico Xavier (Emmanuel) capítulo 156 Parentes
“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” Paulo (I Timóteo, 5:8)
A casualidade não se encontra nos laços da parentela.
Princípios sutis da Lei funcionam nas ligações consanguíneas.
Impelidos pelas causas do passado a reunirnos no presente, é indispensável pagar com alegria os débitos que nos imanam a alguns corações, a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Humanidade.
Inútil é a fuga dos credores que respiram conosco sob o mesmo teto, porque o tempo nos aguardará implacável, constrangendonos à liquidação de todos os compromissos.
Temos companheiros de voz adocicada e edificante na propaganda salvacionista, que se fazem verdadeiros trovões de intolerância na atmosfera caseira, acumulando energias desequilibradas em torno das próprias tarefas.
Sem dúvida, a equipe familiar no mundo nem sempre é um jardim de flores. Por vezes, é um espinheiro de preocupações e de angústias, reclamandonos sacrifício. Contudo, embora necessitemos de firmeza nas atitudes para temperar a afetividade que nos é própria, jamais conseguiremos sanar as feridas do nosso ambiente particular com o chicote da violência ou com o emplastro do desleixo.
Consoante a advertência do Apóstolo, se nos falha o cuidado para com a própria família, estaremos negando a fé.
Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos deu a realizar. Ajudemolos, através da cooperação e do carinho, atendendo aos desígnios da verdadeira fraternidade. Somente adestrando paciência e compreensão, tolerância e bondade, na praia estreita do lar, é que nos habilitaremos a servir com vitória, no mar alto das grandes experiências.
Palavras da Vida Eterna – Chico Xavier (Emmanuel) capítulo 107 PAIXÃO EM FAMÍLIA
“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente dos da sua família, negou a fé …”
Paulo. (I Timóteo, 5:8. )
São muitos assim,
Descarregam primorosa mensagem nas assembleias, exortando o povo à compaixão; bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada; Entretanto, no instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.
Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não gravam a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.
Promovem subscrições de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades ocorridas em outros continentes, transformando-se em titulares da grande benemerência; contudo, negam simples olhar de carinho ao servidor que lhes pões a mesa.
Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico, no levantamento de albergues e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome; entretanto, não hesitam exportar, no rumo do asilo, o avô menos feliz que a provação expões à caducidade.
Não seremos nós quem lhes vá censurar semelhante procedimento.
Toda migalha de amor está registrada na lei, em favor de quem a emite.
Mais vale fazer bem aos que vivem longe, que não fazer bem algum.
Ajudemos, sim, ajudemos aos outros, quanto nos seja possível; entretanto, sejamos igualmente bons para com aqueles que respiram em nosso hálito. Devedores de muitos séculos, temos em casa, no trabalho, no caminho, no ideal ou na parentela, as nossas principais testemunhas de quitação.
Ceifa de Luz — Chico Xavier (Emmanuel) Capitulo 10 – Doentes em casa
“E a paz de Deus domine em vossos corações para a qual também fostes chamados em um corpo, e sede agradecidos.” — PAULO (Colossenses, 3:15)
Se abordasses agora o Plano Espiritual, para lá da morte física, e aí encontrasses criaturas queridas em dificuldade, que farias?
Aqui, talvez surpreendesses um coração paterno em frustração, mais além abraçarias um companheiro ou um associado, um filho ou um irmão, carregando o resultado infeliz de certas ações vividas na Terra…
Que comportamento adotarias se as Leis Divinas te outorgassem livre passaporte para as Esferas Superiores, facultando-te, porém, a possibilidade de permanecer com os seres inesquecíveis, em tarefas de amor?
Decerto, estarias a decidir-te pela opção insopitável. Não desejarias compartilhar os Céus com a dor de haver abandonado corações inolvidáveis à sombra transitória a que se empenharam com os próprios erros.
Reconhecê-los-ias por doentes reclamando proteção. Demorar-te-ias junto deles, na prestação do auxílio necessário.
Referimo-nos à imagem para considerar que os parentes enfermos ou difíceis são criaturas, às quais, antes do berço em que te refizeste no Plano Físico, prometeste amparo e dedicação.
Nascem no grupo familiar, realmente convidados por ti mesmo ao teu convívio, para que possas assisti-los no devido refazimento.
Entendemos no assunto que existem casos para os quais a segregação hospitalar demorada e distante é a medida que não se pode evitar, mas se tens contigo alguém a quem ames, a erguer-se por teste permanente de compreensão e paciência, no instituto doméstico, não afastes esse alguém do clima afetivo em que te encontres, sob o pretexto de asserenar a família ou beneficiá-la.
Guarda em tua própria casa, tanto quanto puderes, os parentes portadores de provações e não lhes decretes o exílio, ainda mesmo a preço de ouro. Apoia-os, qual se mostrem, com as necessidades e lutas que lhes marcam a existência, na certeza de que todos eles são tesouros de Deus, em tarefas sob a tua responsabilidade, ante a assistência e a supervisão dos Mensageiros de Deus.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
887 – Disse Jesus também: Amai mesmo vossos inimigos. Ora, o amor por nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provém da ausência de simpatia entre os Espíritos?
– Sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso que ele quis dizer. Amar os inimigos é perdoar lhes e restituir bem por mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo-nos abaixo deles.
Leis de Amor – Chico Xavier (Emmanuel) Capítulo 2
7 – Que precisamos para vencer na luta doméstica?
Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta doméstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilitação e do reajuste.
O Evangelho segundo espiritismo – Allan Kardec capítulo 10
PERDÃO DAS OFENSAS
- Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Eis uma dessas palavras de Jesus que mais devem atingir a vossa inteligência e falar mais alto ao vosso coração. Comparai essas palavras de misericórdia com as da oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que Jesus dá aos seus discípulos, e encontrareis sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, ainda que a ofensa te seja feita frequentemente; ensinarás aos teus irmãos esse esquecimento de si mesmo que os torna invulneráveis contra o ataque, os maus procedimentos e as injúrias; serás brando e humilde de coração, não medindo jamais a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial faça por ti; não tem ele que te perdoar frequentemente, e conta o número de vezes que seu perdão desce para apagar tuas faltas?
Escutai, pois, essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos; perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos mesmo de vosso amor. Dai, porque o Senhor vos restituirá; perdoai, porque o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, porque o Senhor vos elevará; humilhai-vos, porque o Senhor vos fará sentar à sua direita.
Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo, da parte d’Aquele que, do alto dos esplendores celestes, está voltado sempre para vós, e continua com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoai, pois, aos vossos irmãos como tendes necessidade que eles vos perdoem. Se os seus atos vos foram pessoalmente prejudiciais, é um motivo a mais para serdes indulgentes, porque o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal; não haveria nenhum em relevar os erros de vossos irmãos, se eles não houvessem feito senão ofensas leves.
Espíritas, não olvideis jamais de que, tanto por palavras, como por ações, o perdão das injúrias não deve ser uma palavra vã. Se vós vos dizeis espíritas, sede-o pois; olvidai o mal que se vos pôde fazer, e não penseis senão uma coisa: o bem que podeis realizar. Aquele que entrou neste caminho dele não deve se afastar mesmo pelo pensamento, porque sois responsáveis pelos vossos pensamentos, que Deus conhece. Fazei, pois, que eles estejam despojados de todo sentimento de rancor; Deus sabe o que permanece no fundo do coração de cada um. Feliz, pois, aquele que pode cada noite adormecer dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. (SIMEÃO, Bordéus, 1862).
- Perdoar aos inimigos, é pedir perdão para si mesmo: perdoar aos amigos, é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porque se sois duros, exigentes, inflexíveis, se tendes rigor mesmo por umaofensa leve, como quereis que Deus esqueça que, cada dia, tendes maior necessidade de indulgência? Oh! ai daquele que diz: “Eu nunca perdoarei”, porque pronuncia a sua própria condenação. Quem sabe, aliás, se, descendo em vós mesmos, não fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por um golpe de espinho e acaba por uma ruptura, não iniciastes o primeiro golpe? se uma palavra ofensiva se não vos escapou? se usastes de toda a moderação necessária? Sem dúvida, vosso adversário errou em se mostrar muito suscetível, mas é para vós uma razão para serdes indulgentes e de não merecer a censura que lhe endereçais. Admitamos que fostes realmente o ofendido numa circunstância, quem diz que não envenenastes a coisa por represálias, e que não fizestes degenerar em querela séria aquilo que teria podido facilmente cair no esquecimento? Se dependia de vós impedir-lhe as consequências, e se não o fizestes, sois culpados. Admitamos, enfim, que não tendes absolutamente nenhuma censura a vos fazer, e, com isso, não tereis senão maior mérito em vos mostrar clementes.
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem de seus adversários: “Eu lhe perdôo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer do mal que lhe acontece, dizendo para si mesmas que ele não tem senão o que merece. Quantos dizem: “Eu perdôo” e que acrescentam: “mas não me reconciliarei nunca; não quero vê-lo pelo resto da vida.” Está aí o perdão segundo o Evangelho? Não; o verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado; é o único que vos será contado, porque Deus não se contenta com a aparência: ele sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos; não se lhe engana com palavras e vãos simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de rebaixamento e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, bem mais que pelas palavras. (PAULO, apóstolo, Lião, 1861).
7 – REFERÊNCIAS
Livro Evangelho segundo espiritismo, Allan Kardec, Capitulo 14 – Honrai a vosso Pai e a Vossa mãe, item 8 – Parentela corporal e parentela espiritual.
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec.
– O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
– As Leis Morais. Rodolfo Calligaris.
– Leis de Amor. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
– O Consolador. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.
– Nosso Lar. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.
– Boa Nova. Os discípulos. Espírito Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier.
– Estude e viva. O Espiritismo em sua vida. Espírito Emmanuel e André Luiz. Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira.
– Bíblia: Marcos 6:3
Ceifa de Luz — Chico Xavier (Emmanuel) Capitulo 10 – Doentes em casa
Palavras da Vida Eterna – Chico Xavier (Emmanuel) capítulo 107 Paixão em Família
Fonte Viva – Chico Xavier (Emmanuel) capítulo 156 Parentes
Sinal verde — Chico Xavier (André Luiz) – capítulo 7 Parentes difíceis
No portal da Luz — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 7 Parentes e companheiros
Caminho Verdade e Vida – Chico Xavier (Emmanuel) – 6 2 Parentela
Inspiração — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 21 Antipatia
Material de construção — Chico Xavier (Emmanuel) – Capítulo 15 Laços afetivos
Rumo certo — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 20 Familiares e amigos
Pão nosso — Chico Xavier (Emmanuel) – capítulo 141 Amor fraternal
Nos domínios da mediunidade — Chico Xavier (André Luiz)
Revista espírita. Allan Kardec — Ano V — Julho de 1862