A Evolução do Espírito, palestra – 27.11.24
A EVOLUÇÃO DO ESPÍRITO
CELC – 27.11.24 – Geisa
“Sendo a marcha dos Espíritos sempre progressiva e jamais retrógrada (O Livro dos Espíritos, q.194), o nosso estudo de hoje vai falar um pouco das fases que todos nós passamos desde nossa criação como mônada celeste, percorrendo os diversos reinos da Natureza e, como bem colocou o Espírito Joanna de Angelis: “Avançar na programação de Deus que é a fatalidade do bem, do bom, do belo e do perfeito” (Livro: Dias Gloriosos).
INTRODUÇÃO
Iniciando, a chave para o nosso estudo está na questão 115 de O Livro dos Espíritos, quando os Espíritos respondem a Allan Kardec sobre a natureza dos Espíritos que: “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto e, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente a perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe e que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa a meta que lhes foi destinada. Outros só a suportam lamentando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”
Deus não cria ninguém pronto, nada sabemos, porém todos um dia se tornarão perfeitos, passando pelas diversas escalas da evolução.
“Os espíritos mesmos melhoram-se, e melhorando, passam de uma ordem inferior para uma superior” (O Livro dos Espíritos, questão 114).
O Livro dos Espíritos, questão 23: Que é o espírito?
R: “O princípio inteligente do Universo.”
O Livro dos Espíritos, questão 79: […] “Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material”.
O princípio inteligente passa por todos os reinos: mineral, vegetal, animal, fase hominal (Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Neanderthais, Homo Sapiens), onde se torna Espírito possuidor de inteligência, razão e a consciência de si mesmo, seguindo sua marcha evolutiva de milênios em milênios até chegar a Espírito Puro, porém a sua evolução não para aí, ela é infinita.
“Tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo” (O Livro dos Espíritos, questão 540).
Da mesma forma que: “[…] nada se opera na Natureza por brusca transição. Há anéis que ligam as extremidades das cadeias dos seres e dos acontecimentos”. (O Livro dos Espíritos, questão 609).
INÍCIO DO PLANETA TERRA
Os espíritos nos dizem que no início da formação do nosso Planeta, tudo era um caos, os elementos estavam em confusão e pouco a pouco cada coisa foi tomando o seu lugar (O Livro dos Espíritos, questão 43).
“Todos os elementos para a construção do Planeta, achavam-se, em estado de fluido no Espaço, no meio dos Espíritos, ou em outros planetas, a espera da criação da Terra para começarem uma existência nova em um novo globo”. (O Livro dos Espíritos, questão 45).
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3: Evolução e Corpo Espiritual – Item: Primórdios da Vida
“A imensa fornalha atômica estava pronta a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos Gênios Construtores, vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a estender-se na paisagem primitiva. Desta geleia cósmica, surge as primeiras manifestações do princípio inteligente. […] trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais trabalhando que lhes magnetizam os valores, trocando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes* manifestavam-se no mundo por meio da rede filamentosa do protoplasma, dando origem à existência organizada no planeta. Séculos de atividade silenciosa se desenrolam em sucessão”.
*OBS: André Luiz define “Monada Celeste” como sendo o Princípio Inteligente em suas primeiras manifestações, ou seja, na primeira fase da evolução do ser vivo (Eurípedes Kühl, site: O Consolador – Revista Ano 10/464.
Allan Kardec, no Livro A Gênese, Capítulo 10, item 3: “A formação dos primeiros seres vivos, por analogia, pode ser deduzida pela mesma lei pela qual foram formados — e se formam todos os dias — os corpos inorgânicos. Na proporção que aprofundamos as leis da natureza, vemos as engrenagens se simplificarem e se confundirem na grande lei de unidade que preside toda a obra da criação. Compreendemos isso melhor quando nos dermos conta da formação dos corpos inorgânicos, que é o seu primeiro degrau”.
EVOLUÇÃO NO REINO MINERAL
O Espírito André Luiz no Livro Evolução de Dois Mundos, Capítulo 3.
“Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas… o princípio inteligente ensaiou durante milênios…; de estágios em estágios… a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação”.
O reino mineral é constituído de matéria inerte (que não movimentos próprios), é a fase da atração, é onde o princípio inteligente inicia a sua fase de estruturação, de agregação atômica (união ordenada de átomo a átomo e as moléculas se unificam e se equilibram, formando um corpo individual).
O Espírito Joanna de Angelis no livro Iluminação Interior, Capítulo: A Divina Presença, assevera que o princípio inteligente: […] “Manifestando-se em sono profundo nos minerais através dos milhões de milênios, germina, mediante processo de modificação estrutural, transferindo-se para o reino vegetal”.
EVOLUÇÃO NO REINO VEGETAL
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3: Evolução e Corpo Espiritual – Item: Nascimento do Reino Vegetal.
“Aparecem os vírus, com eles surge um campo principal para formação de nucleoproteínas e globulinas que oferecem um clima adequado aos princípios inteligentes ou as mônadas fundamentais”. […] “Bactérias rudimentares surgem divindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada, as primeiras células, que se responsabilizariam pela eclosão do reino vegetal. Milênios e milênios chegam e passam…”
É nessa fase, surgem os primeiros seres unicelulares realmente livres que se multiplicam nas águas mornas dos oceanos: as amebas e as bactérias primitivas. Os seres iniciais se moviam ao longo das águas onde encontrariam o oxigênio necessário a vida.
André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3: Evolução e Corpo Espiritual – Item: Formação das Algas
“Sustentados pelos recursos da vida presentes na bactéria e na célula, o princípio inteligente agora se alimenta da clorofila, contendo um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no reino animal. O tempo age sem pressa, e aparecem as algas nadadoras, quase invisíveis, alimentando-se de resíduos minerais, movendo-se espontaneamente e dotadas de sensibilidade, como formas monocelulares (uma só célula), a mônada já evoluída se ergue a estágio superior”.
Encontramos nesse período manifestações mais avançadas como por exemplo:
– Necessitam de luz, calor e água.
– Processo de Fotossíntese (produção do seu próprio alimento).
– Nascimento / alimentação / crescimento / reprodução / morte
– Plantas com sensação e instinto embrionário
– Expressões iniciais de sexualidade nas algas verdes – reprodução sexuada e metamorfose contínuas.
Allan Kardec, no Livro A Gênese, Capítulo 10, item 24: “Entre o reino vegetal e o reino animal não há nenhuma delimitação nitidamente marcada. Nos confins dos dois reinos estão os zoófitos (animais com aparência de plantas como os corais, esponjas e medusas) ou animais-plantas, cujo nome indica que eles participam de um e outro: é o traço de união.
REINO ANIMAL
A Era Paleozoica: durou 291 milhões de anos, é marcada pelo início da diversificação da vida e o surgimento de espécies de grandes dimensões, principalmente répteis e anfíbios, foi a era com maior extinção em massa já ocorrida no planeta. Na era paleozóica que o princípio inteligente inicia os primeiros traços da estrutura esquelética.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3 – Item: Dos Atrópodos aos Dromatérios e Anfitérios.
Eras e suas fases de evolução
– Equinodermos: invertebrados marinhos (estrela e ouriços do mar) e Crustáceos (lagostas, caranguejos): ensaiou durante milênios o sistema vascular e sistema nervoso.
– Ganóides: grupo de peixes de esqueleto cartilaginoso com ganoína, que é uma substância semelhante ao esmalte dos dentes.
– Artrópodes: aranha, borboleta, escorpião. Cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em sua estrutura molecular, para em seguida como crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, em cujo sangue, detém a hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco das individuações do Espírito.
– Arquegossauros: designação de um sáurio (lagarto) primitivo, réptil extinto, bípede, que precedeu as aves primitivas.
– Grandes Lacertinos: animal com característica de lagarto
– Pterossáurio: réptil fóssil voador e marinho, que viveu do período triássico ao período cretáceo.
– Primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos.
“Entre os dromatérios* e os anfitérios* o princípio espiritual adquire os rudimentos das reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência”.
OBS:
*Dromatério: réptil que melhor floresceu no triássico, período que se caracteriza pela presença de grandes sáurios (lagartos) aquáticos e terrestres; esse réptil desapareceu com o advento dos dinossauros carnívoros, e pode ser o último ancestral da maioria dos grupos mamíferos.
*Anfitério: designação de mamíferos sem placenta, primitivos, cuja importância no terreno da evolução é grande por serem considerados a possível fonte dos marsupiais, cujas fêmeas possuem bolsa formada pela pele do abdome, e dos placentários (mamíferos com placentas).
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3 – Item: Faixas Inaugurais da Razão
“Estagiando nos marsupiais e cetáceos do eoceno médio*, nos rinocerotídeos (rinocerontes), cervídeos, antilopídeos, equídeos, canídeos (lobos, coiotes, cachorro), proboscídeos (elefantes) e antropoides inferiores do mioceno* e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno*, o princípio espiritual incorpora aquisições de importância entre os megatérios e mamutes – precursores da fauna atual da Terra”.
*Eoceno médio, Mioceno e Plioceno: são épocas geológicas da Era Cenozoica, que teve início há 65 milhões de anos e se estende até o presente.
“Na era quartenária, alcançando os pitecantropóides – designação de um ser, intermediário ao homem e ao macaco, e de que se acharam em Java (ilha da Indonésia) alguns vestígios fósseis -, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico, atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão”.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 9: Evolução e Cérebro – Item: Formação do Mundo Cerebral.
“No desdobramento do tempo, os Arquitetos Divinos ajudam a consciência fragmentada na construção do cérebro, importante sede da mente, que precisa se expressar mais amplamente. […] Nos peixes, os hemisférios cerebrais são pequenos, nos anfíbios estão se desenvolvendo e nos répteis estão mais avançados, com o aqueduto de Sylvius já bem formado. A glândula pineal, relacionada com sensações sutis e estados mentais, começa a se desenvolver”.
*A Glândula Pineal está presente em quase todas as espécies de vertebrados, exceto nos anfioxos.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 10: Palavra e Responsabilidade – Item: Linguagem Animal.
“Aprimorando o funcionamento do cérebro, a inteligência sentiu a necessidade de comunicação. A linguagem surgiu entre os animais com o patrocínio dos Gênios Veneráveis. Primeiramente, o fonema e a mímica foram essenciais para troca de impressões e defesa contra o perigo”.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 3: Evolução no Tempo.
“É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe
foi traçada do Plano Superior, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, estabelece os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma”.
“Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, que passa a ser dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu nada menos de um bilhão e meio de anos. Entendendo-se que a civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade […]”.
Allan Kardec, no Livro A Gênese, Capítulo 10, item 27: “Na classe dos mamíferos, o homem pertence à ordem dos bímanos. Imediatamente abaixo dele vêm os quadrúmanos ou macacos, alguns dos quais, como o orangotango, o chimpanzé, têm certas semelhanças com o homem, a tal ponto que por muito tempo foram denominados homens das florestas; como o homem, eles caminham eretos, usam cajados, constroem cabanas e levam os alimentos à sua boca com a mão — sinais característicos do elo de ligação entre um e outro.
Charles Darwin no seu livro a Descendência do Homem, afirma que homens e macacos evoluíram separadamente a partir de um tronco comum primitivo. Ele observa as semelhanças entre as estruturas presentes no ser humano e em outras espécies de mamíferos. Muito criticado na sua época.
O instrutor Calderado, no livro o Mundo Maior, Capítulo 3, Item Casa Mental:
“A crisálida de consciência, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha em processo liberatório; as árvores que por vezes se aprumam centenas de anos, a suportar os golpes do Inverno e acalentadas pelas carícias da Primavera, estão conquistando a memória; a fêmea do tigre, lambendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos do amor; o símio, guinchando, organiza a faculdade da palavra”.
OBS:
Elos desconhecidos da Evolução: variados elos da evolução fogem a pesquisa dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal, onde essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil.
EVOLUÇÃO NO REINO HOMINAL
“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”.
(Gênesis, 2:7)
Deixa de ser princípio inteligente e passa a ser Espírito.
Entramos na Era Cenozoica, que é a era geológica atual, que começou há 65,5 milhões de anos e se estende até o presente. É um período de grande diversificação biológica e geológica, que moldou o planeta Terra como o conhecemos hoje. É a era na qual surgiu a vida humana, o Homo Sapiens.
O Livro dos Espíritos, questão 607: A alma pareceria assim ter sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação?
R: Não dissemos que tudo se encadeia na Natureza e tende a unidade? o princípio inteligente se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida. É de alguma sorte um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. É então que começa para ele o período de humanidade e com ele a consciência de seu futuro e a responsabilidade dos seus atos.
Allan Kardec, no Livro A Gênese, Capítulo 10, item 26: “ Do ponto de vista corporal e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais ele não se diferencia senão por nuances na forma exterior; de resto, é a mesma composição química de todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção e de reprodução; ele nasce, vive e morre nas mesmas condições, e, quando morre, seu corpo se decompõe como todo aquele que vive. Não há em seu sangue, nem na sua carne e nem nos seus ossos um átomo diferente daquele encontrado no corpo dos animais; como estes, ao morrer, ele restitui à terra o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono que estavam combinados para formá-lo, e, por novas combinações, eles vão formar outros corpos minerais, vegetais e animais. A semelhança é tão grande que se estuda as suas funções orgânicas em certos animais quando as experiências não podem ser feitas nele próprio”.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 7: Evolução e Hereditariedade – Item: Hereditariedade e Afinidade.
“Nas eras antigas, os Semeadores Divinos orientavam a criação das formas, estabelecendo diretrizes para o mundo celular em prol do princípio inteligente. Conforme aumenta o conhecimento, o ser humano passa a se responsabilizar por si mesmo, trilhando o caminho para obter a Herança Celestial por meio da Consciência Cósmica. Com base na hereditariedade, a alma toma forma física, se liberta dela e retorna em nova encarnação para evoluir cultural e moralmente. A ligação com princípios de sequência torna o renascimento na Terra inevitável, exceto por poucas exceções”.
Entrando no período de Humanidade, o Espírito está equipado pela Providência das potencialidades com as quais rumará para toda eternidade:
– Pensamento e Inteligência contínuos para o desenvolvimento intelectual e moral
– Livre-arbítrio, liberdade de ação, escolha do bem e do mal, Responsabilidade (passamos a ter a consciência de nós mesmos)
– Consciência dos atos praticados (onde estão gravadas as Leis Divinas). A consciência constrói gradativamente suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 10: Palavra e Responsabilidade, item: Linguagem Convencional.
“O homem aprende com o auxílio dos Sábios Tutores que o inspiram, a constituição mecânica das palavras, provindo da mente a força com que aciona os implementos da voz, gerando vibrações nos músculos torácicos, incluindo os pulmões e a traqueia como num fole, e fazendo ressoar o som na laringe e na boca, para a criação enfim da linguagem convencional, com que reforça a linguagem mímica e primitiva, por ele adquirida na longa viagem através do reino animal”.
Os homens primitivos, os primeiros seres tinham uma linguagem primitiva, baseada em gestos, gritos, grunhidos, posturas e símbolo, passando de uma tribo para outra. As primeiras comunicações escritas (pinturas rupestres) são datadas de 15.000 a.C encontradas em cavernas na África.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 10: Palavra e Responsabilidade, item: Pensamento Contínuo.
“Por intermédio da palavra que assegura o pronto intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo, e por semelhante maravilha da alma, as ideias-relâmpagos ou ideias-fragmentos da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e ideias de acalentada substancia íntima”.
Pensamento contínuo, o homem passa a questionar, investigar, raciocinar.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 10: Palavra e Responsabilidade, item: Luta Evolutiva.
“Entre a alma que pergunta, a existência que se expande, a ansiedade que se agrava e o Espírito que responde ao Espírito, no campo da intuição pura, esboça-se imensa luta. O homem que lascava a pedra e que se escondia na caverna, escravizando os elementos com a violência da fera e matando indiscriminadamente para viver, instado pelos Instrutores Amigos, que lhe ampararam na senda passou a indagar sobre a causa das coisas… Constrangido a aceitar os princípios de renovação e progresso, refugia-se no amor-egoísmo, na intimidade da prole, que lhe entretém o campo íntimo, ajudando-o a pensar”.
A ideia moral da vida começa a ocupar-lhe o crânio.
O Sol propicia-lhe a concepção de um Criador, oculto no seio da Natureza, e a noite povoa-lhe a alma de visões nebulosas e pesadelos imaginários.
Abraça os filhinhos com enternecimento feroz, buscando a solidariedade possível dos semelhantes na selva que o desafia.
Mentaliza a constituição da família e padece na defesa do lar.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 10: Palavra e Responsabilidade, item: Nascimento da Responsabilidade.
A ideia de Deus iniciando a Religião, a indagação prenunciando a Filosofia, a experimentação anunciando a Ciência, o instinto de solidariedade prefigurando o amor puro, e a sede de conforto e beleza inspirando o nascimento das indústrias e das artes, eram pensamentos nebulosos torturando-lhe a cabeça e inflamando-lhe o sentimento. Nesse concerto de forças, a morte passou a impor-lhe angustiosas perquirições e, enterrando os seus entes amados em sepulcros de pedra, o homem rude, a iniciar-se na evolução de natureza moral, perdido na desértica vastidão do paleolítico, aprendeu a chorar, amando e perguntando para ajustar-se às Leis Divinas a se lhe esculpirem na face imortal e invisível da própria consciência. Foi, então, que, em se reconhecendo ínfimo e frágil diante da vida, compreendeu que, perante Deus, seu Criador e seu Pai, estava entregue a si mesmo. O princípio da responsabilidade havia nascido.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 11: Existência da Alma, item: Noção do Direito.
Em razão do apego aos rebentos da própria carne, institui a propriedade da faixa de solo em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afetividade, traça a si próprio determinadas regras de conduta, para que não imponha aos semelhantes ofensas e prejuízos que não deseja receber. Acontece, assim, o inesperado. O homem selvático que não pretende abandonar os apetites e prazeres da experiência animal fabrica para si mesmo os freios que lhe controlarão a liberdade, a fim de que se lhe enobreça o caráter iniciante. Estabelecendo a posse tirânica em tudo o que julga seu, desiste de aproveitar o que pertence ao vizinho, sob pena de expor-se a penalidades cruéis. Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 12: Alma e Desencarnação, item: O Selvagem Desencarnado.
E o homem primitivo que desencarnou, suspirando pelo devotamento dos pais e, notadamente, pelo carinho do colo materno, expulso do vaso fisiológico, não tem outro pensamento senão voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 13: Alma e Fluidos.
[…] “Se o plano terrestre é o seio tépido da vida em que o princípio inteligente deve nascer, medrar, florir e amadurecer em energia consciente, o plano espiritual é a escola em que a alma se aperfeiçoará em trabalho de frutescência antes que possa desferir mais amplos vôos no rumo da Luz Eterna.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 13: Alma e Fluidos, item: Centros Encefálicos.
É, pois, em novo plano, a dividir-se em variados setores de ação e de luta, que a consciência desencarnada, agora relativamente responsável, vai conhecer o resultado de suas próprias criações na passagem pelo campo carnal, através dos reflexos respectivos em seu pensamento, o fluido em que se lhe imprimem os mais íntimos sentimentos e que lhe define os mais íntimos desejos. Com a supervisão dos Orientadores Divinos, associaram-se-lhe no cérebro o centro coronário e o centro cerebral em movimento sincrônico de trabalho e sintonia. Por intermédio do primeiro, a mente administra o seu veículo de exteriorização, utilizando-se, a rigor, do segundo que lhe recolhe os estímulos, transmitindo impulsos e avisos, ordens e sugestões mentais aos órgãos e tecidos, células e implementos do corpo por que se expressa.
O cérebro reptiliano é a parte do cérebro humano que é compartilhada com os répteis e outros animais, e é responsável por funções básicas de sobrevivência como a regulação da frequência cardíaca, da respiração, da temperatura corporal e do equilíbrio; resposta instintiva de “luta ou fuga” em situações perigosas.
O cóccix: também é considerado um vestígio evolutivo, que no passado contribuiu para manter o equilíbrio. É o vestígio de uma cauda que, no caso de embriões humanos, aparece no final da quarta semana de desenvolvimento embrionário e desaparece no início da oitava semana.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 13: Alma e Fluidos, item: Inteligência Artesanal.
O plano físico é o berço da evolução que o plano extra-físico aprimora. O primeiro insufla o sopro da vida, cujas edificações o segundo aperfeiçoa. A reencarnação multiplica as experiências, somando-as, pouco a pouco. A desencarnação subtrai-lhes lentamente as parcelas inúteis ao progresso do Espírito e divide os remanescentes, definindo os resultados com que o Espírito se encontra enobrecido ou endividado perante a Lei. Consolidada a incessante eclosão do fluido mental entre as duas esferas, começa para o homem novo ciclo de cultura. Em verdade, a mente da era paleolítica mostra-se, ainda, limitada, nascitura, mas não tanto que não possa absorver, embora em baixa dosagem, as ideias renovadoras que lhe são sugeridas no Plano Superior. Em razão disso, pela reflexão possível, aparece entre os homens, mal saídos da selva, a inteligência artesanal, instalando no mundo a indústria elementar do utensílio. Por ela, o habitante do império verde encontra meios de efetuar com mais segurança velhos atos instintivos, utilizando o varapau para alongar o braço na colheita dos frutos dificilmente acessíveis, fabricando anzóis e arpões que lhe substituam os dedos na profundez das águas, burilando o sílex que lhe veicule a energia dos punhos e plasmando a roda que lhe poupe, de alguma sorte, o sacrifício dos pés.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 13: Alma e Fluidos, item: Plasma Criador da Mente.
É pelo fluido mental com qualidades magnéticas de indução que o progresso se faz notavelmente acelerado. Pela troca dos pensamentos de cultura e beleza, em dinâmica expansão, os grandes princípios da Religião e da Ciência, da Virtude e da Educação, da Indústria e da Arte descem das Esferas Sublimes e impressionam a mente do homem, traçando-lhe profunda renovação ao corpo espiritual, a refletir-se no veículo físico que, gradativamente, se acomoda a novos hábitos. Épocas imensas despendera o princípio inteligente para edificar os prodígios da sensação e do automatismo, do instinto e da inteligência rudimentar; entretanto, com a difusão do plasma criador oriundo da mente, em circuitos contínuos, consolida-se a reflexão avançada entre o Céu e a Terra, e os fluidos mentais ou pensamentos atuantes, no reino da alma, imprimem radicais transformações no veículo fisiopsicossomático, associando e desassociando civilizações numerosas para construí-las de novo, em que o homem, herdeiro da animalidade instintiva, continua, até hoje, no trabalho progressivo de sua própria elevação aos verdadeiros atributos da Humanidade.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 14: Simbiose Espiritual, item: Início da Mentossíntese.
Erguido, porém, à geração do pensamento ininterrupto, alterasse-lhe, na individualidade, o modo particular de ser. O princípio inteligente inicia-se, desde então, nas operações que classificaremos como sendo de mentossíntese (como fotossíntese), porque baseadas na troca de fluidos mentais multiformes, através dos quais emite as próprias ideias e radiações, assimilando as radiações e ideias alheias. O impulso que lhe surgia na mente embrionária, por interesse acidental de posse, ante a necessidade de alimento esporádico e agora desejo consciente. E, sobretudo, o anseio genésico instintivo que se lhe sobrepunha à vida normal, em períodos certos, converteu-se em atração afetiva constante. Aparece, assim, a sede de satisfação invariável como estímulo à experiência e prefigura-se-lhe n’alma a excelsitude do amor encravado no egoísmo, como o diamante em formação no carbono obscuro. A morte física interrompe-lhe as construções no terreno da propriedade e do afeto e a criatura humana, a iniciar-se no pensamento contínuo, sente-se quebrada e aflita, cada vez que se desvencilha do corpo carnal adulto. A liberação da veste densa impõe-lhe novas condições vibratórias, como que o obrigando à ocultação temporária entre os seus para que se lhe revitalizem as experiências, qual ocorre à planta necessitada de poda para exaltar-se em renovação do próprio valor. Épocas numerosas são empregadas para que o homem senhoreie o corpo espiritual, nos círculos da consciência mais ampla, porque, como deve compreender por si o caminho em que se conduzirá para a Glória Divina, cabe-lhe também debitar a si mesmo os bens e os males e as alegrias e as dores da caminhada. Arrebatado aos que mais ama e ainda incapaz de entender a transformação da paisagem doméstica de que foi alijado, revolta-se comumente contra as novas lições da vida a que é convocado, em plano diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se lhe afinam com o sangue e com os desejos, comungando-lhes a experiência vulgar. Nesse sentido, será, pois, razoável recordar que em seu recuado pretérito aprendeu, automaticamente, a respirar e a viver, justaposto ao hausto e ao calor alheios.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 17: Mediunidade e Corpo, item: Aura Humana.
Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam. Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza. No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 17: Mediunidade e Corpo, item: Mediunidade Inicial.
[…] Exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais. A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de intercâmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distância, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do sentimento e da ideia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental, assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia e na televisão.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 17: Mediunidade e Corpo, item: Sono e Desprendimento.
Releva, contudo, assinalar que, em se iniciando a criatura na produção do pensamento contínuo, o sono adquiriu para ela uma importância que a consciência em processo evolutivo, até aí, não conhecera. Encetado o processo de sonolência, com as reações motoras empobrecidas e impondo mecanicamente a si mesma o descanso temporário, no auxílio às células fatigadas de tensão, isto desde as eras remotas em que o pensamento se lhe articulou com fluência e continuidade, permanece a mente, através do corpo espiritual, na maioria das vezes, justaposta ao veículo físico, à guisa de um cavaleiro que repousa ao pé do animal de que necessita para a travessia de grande região, em complicada viagem, dando-lhe ensejo à recuperação e pastagem, enquanto ele se recolhe ao próprio íntimo, ensimesmando-se para refletir ou imaginar, de conformidade com seus problemas e inquietações, necessidades e desejos.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 17: Mediunidade e Corpo, item: Mediunidade Espontânea.
Nessa fase primária de novo desenvolvimento, encontra-se, como é natural, ao pé dos objetos que lhe tomam o interesse. É assim que o lavrador, no repouso físico, retorna, em corpo espiritual, ao campo em que semeia, entrando em contacto com as entidades que amparam a Natureza; o caçador volta para a floresta; o escultor regressa, frequentemente, no sono, ao bloco de mármore de que aspira a desentranhar a obra-prima; o seareiro do bem volve à leira de serviço em que se lhe desdobra a virtude, e o culpado torna ao local do crime, cada qual recebendo de Espíritos afins os estímulos elevados ou degradantes de que se fazem merecedores. Consolidadas semelhantes relações com o Plano Espiritual, por intermédio da hipnose comum, começaram na Terra os movimentos da mediunidade espontânea, porquanto os encarnados que demonstrassem capacidades mediúnicas mais evidentes pela comunhão menos estreita entre as células do corpo físico e do corpo espiritual, em certas regiões do campo somático, passaram das observações durante o sono às observações da vigília, a princípio fragmentárias, mas acentuáveis com o tempo, conforme os graus de cultura a que fossem expostos.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 19: Alma e Reencarnação, item: Reencarnação e Evolução.
Urge reparar, entretanto, em que a reencarnação não é mero princípio regenerativo. A evolução natural nela encontra firme apoio. Criaturas que avultam na bondade, em muitas ocasiões requerem conhecimento nobilitante, e muitas que se agigantaram na inteligência permanecem à míngua de virtude. Outras inumeráveis, embora detendo preciosos valores, nos domínios do coração e do cérebro, após longo estágio no plano extra-físico, sentem fome de progresso renovador por inabilitadas, ainda, a ascensões maiores e renunciam à tranquilidade a que se integram nos grupos afins, porque, no cadinho efervescente da carne, analisam, de novo, as próprias imperfeições, testando-lhes a amplitude nas rudes experiências da vida humana, obtendo mais avançado ensejo de corrigenda e transformação. Isso não significa que a consciência desencarnada deixe de encontrar possibilidades de expansão nas cidades espirituais que gravitam em torno da Terra. Outras modalidades de estudo e trabalho aí lhe asseguram novos fatores de evolução; contudo, escassa percentagem de criaturas humanas, além da morte, adquire acesso definitivo aos planos superiores. A esmagadora maioria jaz ainda ligada às ideologias e raças, pátrias e realizações, famílias e lares do mundo. É por isso que artistas eméritos, ao notarem o curso diferente das escolas que deixaram no Planeta, sentem-se irresistivelmente atraídos para a reencarnação, a fim de preservar-lhes ou enriquecer-lhes os patrimônios. Cientistas eminentes, interessados na continuidade dos empreendimentos redentores que largaram em mãos alheias, volvem ao trabalho e à experimentação entre os homens, e, no mesmo espírito missionário, religiosos e filósofos, professores e condutores, homens e mulheres que se distinguem por nobres aspirações retornam, voluntariamente, à esfera física, em sagradas ações de auxílio que lhes valem honrosos degraus de sublimação na escalada para a Divina Luz. Entendamos, assim, que tanto a regeneração quanto a evolução não se verificam sem preço. O progresso pode ser comparado à montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação ou a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos. Se soubermos, porém, suar no trabalho honesto, não precisaremos suar e chorar no resgate justo. E não se diga que todos os infortúnios da marcha de hoje estejam debitados a compromissos de ontem, porque, com a prudência e a imprudência, com a preguiça e o trabalho, com o bem e o mal, melhoramos ou agravamos a nossa situação, reconhecendo-se que todo dia, no exercício de nossa vontade, formamos novas causas, refazendo o destino.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Responsabilidade e Consciência
À medida que a responsabilidade se lhe apossou do espírito, iluminou-se a consciência do homem. A centelha da razão convertera-se em chama divina. A inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e compreendeu a própria humildade, reconhecendo em suas entranhas a ideia inalienável de Deus. Conduzindo-se, então, de modo racional, experimentou profundas transformações. Percebe, nesse despertamento, que, além das operações vulgares da nutrição e da reprodução, da vigília e do repouso, estímulos interiores, inelutáveis, trabalham-lhe o âmago do ser, plasmando-lhe o caráter e o senso moral, em que a intuição se amplia segundo as aquisições de conhecimento e em que a afetividade se converte em amor, com capacidade de sacrifício, atingindo a renúncia completa. (passa a pensar tb no próximo e não somente nele mesmo e nos parentes) Até a época recuada do paleolítico, interferiram as Inteligências Divinas para que se lhe estruturasse o veículo físico, dotando-a com preciosas reservas para o futuro imenso. Envolvendo-a na luz da responsabilidade, conferiam-lhe o dever de conservar e aprimorar o patrimônio recebido, e, investindo-a na riqueza do pensamento contínuo, entregaram-lhe a obrigação de atender ao aperfeiçoamento de seu corpo espiritual. Aceitar-se-á, razoavelmente, que até semelhante fase os tremendos conflitos da Natureza, em que se mesclavam a violência e a brutalidade, foram debitados à conta da evolução necessária para a discriminação de indivíduos e agrupamentos, espécies e raças.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Enxerto Revitalizador.
Nesse sentido, a Espiritualidade Sublime, amparando o homem, jamais lhe menosprezou a sede de consolo e esclarecimento. Quando mais angustiosos se lhe esboçavam os problemas da dor, com a guerra íntima entre a razão e a animalidade, grande massa de Espíritos ilustrados, mas decaídos de outro sistema cósmico, renasceu no tronco genealógico das tribos terrestres, qual enxerto revitalizador, embora isso representasse para eles amarga penitência expiatória. Constituiu-se desse modo a raça adâmica, instilando no homem renovadas noções de Deus e da vida.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Religião Egipciana
Depois de longos e porfiados milênios de luta espiritual, surgem no mundo, como grupos por eles organizados, a China pré-histórica e a Índia védica, o antigo Egito e civilizações outras que se perderam no abismo das eras, nos quais a religião assume aspecto enobrecido como ciência moral de aperfeiçoamento, para mais alta ascensão da mente humana à Consciência Cósmica. Dentre todos, desempenha o Egito missão especial, organizando escolas de iniciação mais profunda. A unidade de Deus é o alicerce de toda a religião egipciana, em sua feição superior.
Allan Kardec, Livro A Gênese, capítulo 11, item 3: “A ideia da perpetuidade do ser espiritual é natural no homem; ela está nele em estado de intuição e de aspiração; ele compreende que somente aí está a compensação pelas misérias da vida: essa a razão por que sempre houve e haverá cada vez mais espiritualistas do que materialistas, e mais crentes em Deus do que ateus”.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Missão de Moisés.
Os padres tebanos conheciam, de maneira precisa, a evidência do corpo espiritual que pode exteriorizar-se de cada criatura para ações úteis ou criminosas. Cultivam a mediunidade em grau avançado, atendem a complexas aplicações do magnetismo, traçam disciplinas à vida íntima e comunicam-se com os desencarnados de modo iniludível, consagrando-lhes reverência especial. Nesse campo de conhecimento mais nobre, reencarna-se Moisés como missionário da renovação, para dar à mente do povo a concepção do Deus Único, transferindo-a dos recintos iniciáticos para a praça pública. Entretanto, porque a evolução dos princípios religiosos implica sempre em levantamento dos costumes, com a elevação da alma, o desbravador enfrenta batalhas terríveis do pensamento acomodado aos circuitos da tradição em que as classes se exploram mutuamente, agravando assim os próprios compromissos, para afinal receber os fundamentos da Lei, no Sinai. Desde essa hora, o conhecimento religioso, baseado na Justiça Cósmica, generaliza-se no âmago das nações, porquanto, através da mensagem de Moisés, informa-se o homem comum de que, perante Deus, o Senhor do Universo e da Vida, é obrigado a respeitar o direito dos semelhantes para que seja igualmente respeitado, reconhecendo que ele e o próximo são irmãos entre si, filhos de um Pai Único.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Jesus e a Religião.
Com Jesus, no entanto, a religião, como sistema educativo, alcança eminência inimaginável. Nem templos de pedra, nem rituais. Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano. O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros. Dirige-se aos homens simples de coração, curvados para a gleba do sofrimento e ergue-lhes a cabeça trêmula para o Céu. Aproxima-se de quantos desconhecem a sublimidade dos próprios destinos e assopra-lhes a verdade, vazada em amor, para que o sol da esperança lhes renasça no ser. Abraça os deserdados e fala-lhes da Providência Infinita. Reúne, em torno de sua glória que a humildade escondia, os velhos e os doentes, os cansados e os tristes, os pobres e os oprimidos, as mães sofredoras e as crianças abandonadas e entrega-lhes as bem-aventuranças celestes. Ensina que a felicidade não pode nascer das posses efêmeras que se transferem de mão em mão, e sim da caridade e do entendimento, da modéstia e do trabalho, da tolerância e do perdão. Afirma-lhes que a Casa de Deus está constituída por muitas moradas, nos mundos que enxameiam o firmamento, e que o homem deve nascer de novo para progredir na direção da Sabedoria Divina. Proclama que a morte não existe e que a Criação é beleza e segurança, alegria e vitória em plena imortalidade. Pelas revelações com que vence a superstição e o crime, a violência e a perversidade, paga na cruz o imposto de extremo sacrifício aos preconceitos humanos que lhe não perdoam a soberana grandeza, mas, reaparecendo redivivo, para a mesma Humanidade que o escarnecera e crucificara, desvenda-lhe, em novo cântico de humildade, a excelsitude da vida eterna.
O Espírito André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, Capítulo 20: Corpo Espiritual e Religiões, item: Revivência do Cristianismo.
Moisés instalara o princípio da justiça, coordenando a vida e influenciando-a de fora para dentro. Jesus inaugurou na Terra o princípio do amor, a exteriorizar-se do coração, de dentro para fora, traçando-lhe a rota para Deus. E eis que o Cristianismo grandioso e simples ressurge agora no Espiritismo, induzindo-nos à sublimação da vida íntima, para que nossa alma se liberte da sombra que a densifica, encaminhando-se, renovada, para as culminâncias da Luz.
Moisés implantou a justiça de fora para dentro. Jesus introduziu o amor de dentro para fora. O espiritismo ressurge como forma de elevar a vida interior, liberando a alma da sombra em direção à luz.
CONCLUSÃO
A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem.
Léon Denis
O Espírito só avança gradativamente, a evolução não dá saltos. Há uma distância que separa a civilização da barbárie e esta é uma das razoes que nos mostram ser necessária a reencarnação (que se funda numa Lei da Natureza), que verdadeiramente corresponde a Justiça de Deus. De outro modo, que seria desses milhões de criaturas que todos os dias morrem na maior degradação, se não tivessem meios de alcançar a superioridade? Por que os privaria Deus dos favores concedidos aos outros homens? (O Livro dos Espíritos, questão 271)
De Mônada Celeste, passamos a ser Princípio Inteligente para, enfim, como criaturas humanas tornar-se Espírito e, como o Espírito, caminhar para alcançar a primeira ordem: Espíritos Puros, que já chegaram a perfeição. Essa trajetória até a perfeição exige que o Espírito se despoje de todas as impurezas da matéria, transformando as suas sombras interiores em luz.
A Doutrina Espírita esclarece de onde viemos, onde estamos, a nossa condição espiritual e para onde rumaremos.
A caminhada pode ser feita a passos mais rápidos ou vigorosos, tudo depende do empenho da criatura no cumprimento do dever que é a transformação do Eu interior: praticar o bem que atenua o mal e acender a luz que extingue as trevas.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 17, item 7.
“O Dever é a Lei da Vida. […] a obrigação moral não cessa jamais da criatura para com Deus, ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça diante dele”. Mensagem do Espírito Lázaro – Paris, 1863.
“Portanto, sejam perfeitos, como perfeito é seu Pai celestial” (Jesus – Mateus 5:48).
BIBLIOGRAFIA
Evolução em Dois Mundos – psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira pelo Espírito André Luiz
No Mundo Maior – psicografia de Chico Xavier pelo Espírito André Luiz
A Gênese – Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Dias Gloriosos – psicografia de Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Angelis
Iluminação Interior – psicografia de Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Angelis
O Problema do Ser, do Destino e da Dor – Léon Denis
Bíblia Sagrada