A Lei de Amor, palestra 29.05.24
A Lei de Amor
CELC – 29.05.24 – Letícia
1ª PARTE: A EVOLUÇÃO DO SENTIMENTO
Capítulo XI Evangelho Segundo o Espiritismo A lei de amor
8. O amor resume a doutrina de Jesus inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.
(…)
Aquele, pois, em quem predominam os instintos, ainda se acha mais próximo do ponto de partida do que da meta. A fim de avançar para a meta, é preciso vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria.
SAPIENS – UMA BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE
6 milhões de anos atrás: último ancestral em comum entre humanos e chimpanzés
2,5 milhões: Evolução do gênero Homo na África. Primeiras ferramentas de pedra.
2 milhões: Humanos se espalham da África para a Eurásia. Evolução de diferentes espécies humanas.
500 mil: Surgem os neandertais na Europa e no Oriente Médio.
300 mil: Uso cotidiano do fogo.
200 mil: Surge o Homo sapiens na África Oriental.
70 mil: Revolução Cognitiva. Surge a linguagem ficcional. Começo da história. Os sapiens se espalham a partir da África.
12 mil: Revolução Agrícola
500 anos: Revolução Científica
Homo sapiens = homem sábio, mal sabiam quão longe estávamos de sermos realmente sábios
O custo de pensar: O cérebro humano consome 25% da energia do corpo quando está em repouso. Em comparação, o cérebro de outros primatas requer apenas 8% de energia. Os músculos atrofiaram porque a energia necessária para os músculos foi transferida para o cérebro. Um chimpanzé não pode ganhar uma discussão com um Homo sapiens, mas pode parti-lo ao meio como uma boneca de pano.
O desenvolvimento de mãos com nervos e músculos bem ajustados para a realização de tarefas complexas e movimentos finos. A evolução do homem favoreceu o cérebro maior, a postura ereta, as habilidades manuais e a menor força muscular.
Ao andar em duas pernas, os quadris diminuíram levando a problemas durante o parto. A seleção natural (e nós sabemos que a seleção natural tem ajuda da espiritualidade pelo livro A caminho da luz) favoreceu o nascimento de bebês precoces. Esse fato contribuiu para evoluir as habilidades sociais da humanidade. Criar filhos requeria ajuda constante de outros membros da família e de vizinhos. É necessária uma tribo para criar um ser humano. A evolução assim favoreceu aqueles capazes de formar fortes laços sociais.
Diferentes espécies de humanos coexistiram na Terra, mas no final apenas os sapiens progrediram. Os sapiens eram melhores caçadores e coletores – graças à superioridade de sua tecnologia e de suas habilidades sociais – de modo que se multiplicaram e se espalharam. A competição por recursos pode ter irrompido em violência em genocídio. A tolerância não é uma marca registrada dos sapiens. Os neandertais e outras espécies provavelmente foram dizimadas pelos sapiens. O instinto reinava nesses humanos primitivos. Quando os sapiens chegavam a um novo local, a população nativa era extinta.
Livro dos Espíritos
702. O instinto de conservação é uma Lei da Natureza? -Sem dúvida. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o seu grau de inteligência; em uns é puramente mecânico e noutros é racional.
71. A inteligência é um atributo do princípio vital? -Não; pois as plantas vivem e não pensam, não tendo mais do que vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, pois um corpo pode viver sem inteligência, mas a inteligência não pode manifestar-se senão por meio dos órgãos materiais: somente a união com o espírito dá inteligência à matéria animalizada.
Comentário do Kardec: A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos, aos quais dá, com o pensamento de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer, a vontade de agir, a consciência de sua existência e relações com o mundo exterior e de prover às suas necessidades.
Podemos fazer a seguinte distinção: 1º) Os seres inanimados, formados somente de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2º) os seres animados não-pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; 3º) os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo ainda um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.
O instinto existe desde as plantas até os animais. A inteligência vem da consciência da individualidade e existência do ser, das relações com o mundo exterior e vontade de agir, ou seja, livre arbítrio.
73. O instinto é independente da inteligência? Precisamente, não, porque é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional; é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades.
74. Pode-se assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, ou seja, precisar onde acaba um e onde começa o outro? Não, porque eles frequentemente se confundem; mas podemos muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem à inteligência.
75. É acertado dizer que as faculdades instintivas diminuem, à medida que crescem as intelectuais? Não. O instinto existe sempre, mas o homem o negligencia. O instinto pode também conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre, e às vezes mais seguramente que a razão; ele nunca se engana. (Seria uma espécie de intuição?)
75a-Por que a razão não é sempre um guia infalível?
Ela seria infalível se não existisse falseada pela má educação, pelo orgulho e o egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite ao homem escolher, dando-lhe o livre-arbítrio.
Comentário do Kardec: O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita por serem quase sempre espontâneas as suas manifestações, enquanto as daquela são o resultado de apreciações e de uma deliberação. O instinto varia em suas manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o que quer dizer à vontade, à liberdade.
A busca do prazer
A busca do prazer constitui estímulo vigoroso para a luta do ser humano, buscar sair de situações de sofrimento faz parte do instinto de conservação de todos os seres vivos.
No entanto, o ser humano na sua fase mais primitiva busca a felicidade nas sensações, nos divertimentos fortes e extravagantes como os alcoólicos, o sexo, o tabaco, drogas. Essas sensações são passageiras e logo se instala novamente a insatisfação e a busca por novos prazeres.
O verdadeiro prazer para o Espírito elevado aos sentimentos se encontra em uma leitura prazerosa, uma paisagem relaxante, convivência com aqueles com quem temos afinidade, momentos de prece e reflexão, ação de socorro fraternal.
Segundo Joanna de Angelis, o prazer deve dilatar-se no sistema emocional, continuando a proporcionar bem-estar, mesmo depois do acontecimento que o desencadeia.
O Consolador. 322 – Há uma gradação do amor no seio das manifestações da natureza visível e invisível?
-Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso. O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal. Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas “precipitações” da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional.
No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade. Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo. Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.
Amor, imbatível amor – Joanna de Angelis
O processo de evolução do ser tem sido penoso, alongando-se pelos milênios sob o impositivo da fatalidade que o conduzirá à perfeição. Dos automatismos primevos nas fases iniciais da busca da sensibilidade, passou para os instintos básicos até alcançar a inteligência e a razão, que o projetarão a patamar de maior significado, quando a sua comunicação se fará, mente a mente, adentrando-se, a partir daí, pelos campos vibratórios da intuição.
Preservando numa fase a herança das anteriores, o mecanismo de fixação das novas conquistas e superação das anteriores torna-se um desafio que lhe cumpre vencer. Quanto mais largo foi o estágio no patamar anterior, mais fortes permanecem os atavismos e mais difíceis as adaptações aos valiosos recursos de que passa a utilizar.
Porque o trânsito no instinto animal foi de demorada aprendizagem, na experiência humana ainda predominam aqueles fatores afligentes que a lógica, o pensamento lúcido e a razão se empenham por substituir.
Agir, evitando reagir; pensar antes de atuar; reflexionar como passo inicial para qualquer empreendimento; promover a paz ao invés de investir na violência constituem os passos decisivos para o comportamento saudável.
A herança animal, no entanto, que o acostumar a tomar, a impor-se, a predominar, quando mais forte, se transformou em conflito psicológico, quando no convívio social inteligente as circunstâncias não facultaram esse procedimento primitivo.
Por outro lado, os fatores endógenos – hereditariedade, doenças degenerativas e suas sequelas – assim como aqueles de natureza exógena – conflitos familiares, pressões psicossociais, religiosas, culturais, socioeconômicas, de relacionamento interpessoal – e os traumatismos craniano, respondem pelos transtornos psicológicos e pelos distúrbios psiquiátricos que assolam a sociedade e desarticulam os indivíduos.
Criado o Espírito simples, para adquirir experiências a esforço próprio, e renascendo para aprimorar-se, as realizações se transferem de uma para outra vivência, dando curso aos impositivos da evolução que, enquanto não viger o amor, se imporão através dos processos aflitivos.
Inevitavelmente, porém, momento surge, no qual há um despertamento para a emoção superior e o amor brota, a princípio como impulso conflitivo, para depois agigantar-se de forma excelente, preenchendo os espaços emocionais e liberando as tendências nobres, enquanto dilui aquelas de natureza inferior.
As guerras, as lutas fratricidas, os conflitos domésticos e sociais, quando a consciência de justiça suplantar as tendências destrutivas… O amor vencerá!
Escutando sentimentos – Ermance Dufaux
Nossos núcleos de amor cristão e espírita alicerçaram bases seguras para informação doutrinária no século XX. Compete‐nos agora semear o afeto, as propostas renovadoras do coração, o desenvolvimento das habilidades emocionais. O século XXI é o século do sentimento.
Trabalhar pelo desenvolvimento dos potenciais e das virtudes humanas, esse o objetivo sagrado da mensagem imortalista do Espiritismo no século XXI. Educar para ser, educar para conviver bem consigo, educar para ser feliz, eis os pilares da harmonia interior e da felicidade à luz do Espírito imortal nesse século do coração.
(…)
O sentimento é a maior conquista evolutiva do Espírito. Aprendendo a escutá-lo, entenderemos melhor a nossa alma.
2ª PARTE: O QUE É AMOR?
Amor, imbatível amor – Joanna de Ângelis
O que é amor
O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais de divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais de doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas. Quando aparente – de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato – se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustração.
Quando real, estruturado e maduro – que espera, estimula, renova – não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, em altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reúne as amas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador de felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.
Há um período em que se expressa como compreensão, na fase intermediária entre a insegurança e a plenificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentam esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança – ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções – a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não-posse, não-dependência, não-exigência são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador, confiante, indestrutível.
Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida.
Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado…
O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos.
O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado.
Evolução em Dois Mundos – André Luiz
No Livro Evolução em dois mundos no capítulo sobre alimentação dos desencarnados: nas esferas Superiores a tomada de substância é tanto menor e mais leve quanto maior se evidencie o enobrecimento da alma, porquanto, pela difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses quimioeletromagnéticas, hauridas no reservatório da Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si.
Essa alimentação psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre aqueles que se amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa imaginar, de vez que, por ela, se origina a ideal euforia orgânica e mental da personalidade. Daí porque toda criatura tem necessidade de amar e receber amor para que se lhe mantenha o equilíbrio geral.
O amor resulta da emoção, que pode ser definida como uma reação intensa e breve do organismo a um lance inesperado, a qual se acompanha dum estado afetivo de concentração penosa ou agradável, do ponto de vista psicológico. Também pode ser definida como o movimento emergente de um estado de excitamento de prazer ou dor.
Como consequência, o amor sempre se direciona àqueles que são simpáticos entre si e com os quais se pode manter um relacionamento agradável. Este conceito, porém, se restringe à exigência do amor que se expressa pela emoção física, transformando-se em prazer sensual. Sob outro aspecto, há o amor profundo, não necessariamente correspondido, mas feito de respeito e de carinho pelo indivíduo, por uma obra de arte, por algo da Natureza, pelo ideal, pela conquista de alguma coisa superior ou transcendente, para cujo logro se empenham todas as forças disponíveis, em expectativa de um prazer remoto a alcançar.
L.E. 888-a. Então condenais a esmola? (…) Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e orgânicos, e a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
L.E. 1. O que é Deus? – Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
L.E. 10. O homem pode compreender a natureza íntima de Deus? –Não. Falta-lhe, para tanto, um sentido.
3ª PARTE: AMOR COMO MANDAMENTO MAIOR
Cap. XI E.S.E.: mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus respondeu “Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito, este é o maior mandamento e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus, 22:34 a 40).
Fazei aos homens tudo o que queiras que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Mateus, 7:12).
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (Lucas, 6:31).
Mas como amar ao próximo como a nós mesmos? Fazendo pelos outros tudo que quereríamos que os outros fizessem por nós.
No Evangelho: para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, é preciso que chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas será realizada: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, seja qual for a forma sob a qual ele se apresente.
1ª carta de Paulo aos Coríntios 13, 1:7
Se eu falasse a língua dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine.
Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria.
Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria.
O amor é paciente, é benfazejo (que pratica ou proporciona o bem); não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.
1ª carta de João versículo 4, 7:21
O amor vem de Deus
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é plenamente realizado. A prova de que permanecemos nele e ele em nós, é que ele nos deu o seu Espírito. E nós vimos, e damos testemunho: o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Todo aquele que professa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco.
Deus é amor. E ele amou primeiro.
Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.
Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em que tenhamos firme confiança no dia do julgamento; pois assim como é Jesus, somos também nós neste mundo. No amor não há medo. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o medo, pois o medo implica castigo, e aquele que tem medo não chegou à perfeição do amor.
Nós amamos, porque ele nos amou primeiro. Se alguém disse: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.
A lei de amor. ESE.
9.O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
Jesus e Atualidade. Joanna de Angelis.
Cap. Jesus e Amor:
Portador de uma lídima coragem, se insurgia contra a injustiça onde e contra quem se apresentasse, nunca se omitindo, mesmo quando o consenso geral atribuía legalidade ao crime.
Paciente e pacífico, mantinha-se em serenidade nas circunstâncias mais adversas e jovial nos momentos de alta emotividade, demonstrando a inteireza dos valores íntimos em ritmo de harmonia constante.
Numa sociedade agressiva e perversa, elegeu o amor como a solução para todos os questionamentos e o perdão irrestrito como terapêutica eficaz para todas as enfermidades.
Não apenas ministrava-o através de palavras, mas, sobretudo mediante atitudes claras e francas, arriscando-se por dilatá-lo especialmente aos infelizes, aos detestados, aos segredados, aos carentes.
Em momento algum submeteu-se às conveniências perniciosas de raça, ideologia, partido e religião, em detrimento do amor indistinto quanto amplo a todos que O cercavam ou O encontravam.
Por amor, elegeu um samaritano desprezado para dele fazer o símbolo da solidariedade. Com amor, libertou uma mulher equivocada, tirando-lhe o complexo de culpa. Pelo amor, atendeu à estrangeira siro-fenícia que Lhe pedia socorro para a enfermidade humilhante. De amor estavam repletos Seu coração e Suas mãos para esparzi-lo com os espezinhados, fosse um cobrador de impostos, uma adúltera, o filho pródigo, a viúva necessitada, ou a mãe enlutada.
Sempre havia amor em Sua Trajetória, iluminando as vidas e amparando as necessidades dos corpos, das mentes, das almas.
Compadecia-se de todos; no entanto, mantinha a energia que educa, edifica, disciplina e salva. Chorou sobre Jerusalém, invectivou (censurou) a farsa farisaica, advertiu os distraídos, condenou a hipocrisia e deu a própria vida em holocausto (sacrifício) de amor. Nunca se perdeu em sentimentalismos pueris ou agressividades rudes. O amor norteava-Lhe os passos, as palavras e os pensamentos. Tornou-se e prossegue como sendo o símbolo do amor integral em favor da humanidade, à qual auspicia um sentimento humano profundo e libertador…
Como ainda é difícil para nós compreendermos o amor que Jesus tinha por nós. Nós confundimos amor com tantas coisas, e parece que quando amamos não conseguimos ser firmes. Uma mãe por exemplo quando permite que o filho faça tudo, sem colocar limites, ela pensa que está amando, quando na verdade não está.
Além disso, o amor de Jesus não está restrito apenas a seus familiares, mas a toda a humanidade. E como ainda estamos longe de amar a todos da forma como amamos nossos familiares…. Até os familiares mais próximos ainda não conseguimos amar verdadeiramente.
E o que é amar verdadeiramente?
10.(…) Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo (de caráter íntegro, honesto), consciencioso (regido pela consciência), para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana. (…)
3ª PARTE: AMOR COMO TRANSFORMAÇÃO DO CORAÇÃO
Evangelho Segundo o Espiritismo. 9.O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes no fundo do coração a centelha desse fogo sagrado. É um fato que muitas vezes pudestes constatar: por mais abjeto, vil e criminoso que possa ser, o homem dispensa, a um ser ou a um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente, à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la, alcançando, muitas vezes, sublimes proporções.
Eu disse por um ser ou objeto qualquer, porque existem, entre vós, indivíduos que dispensam tesouros de amor, cujos corações estão transbordantes desse sentimento em relação a animais, plantas e, até, a coisas materiais: espécies de misantropos a se lamentarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de instinto. Entretanto, por mais que façam, não conseguem sufocar o germe vivaz que Deus depositou em seus corações ao criá-los. Esse germe se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora oprimido muitas vezes pelo egoísmo, torna-se fonte de santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duráveis e vos ajudam a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.
E como é atual essa fala sobre pessoas que sentem mais afeição por animais do que por outras pessoas e desistem da humanidade. Quantas vezes ouvimos das pessoas, inclusive em posts espalhados pela internet, que quanto mais conhecem os seres humanos, mais gostam dos seus cachorros; em uma fala cheia de desgosto pela humanidade que demonstra a falta de conhecimento espiritual de quem a fala. Aquele que pronuncia isso se mostra igual ou pior aquele que está criticando, pela falta de caridade com o seu semelhante. O homem na sociedade atual isola do restante da humanidade, quando o verdadeiro sentido do amor ensinado por Jesus é justamente o contrário, é que nos aproximemos cada vez mais uns dos outros, como irmãos. Ainda estamos longe de compreender como humanidade o verdadeiro sentido do amor.
No Mundo Maior, capítulo 1. André Luiz, psicografia de Chico Xavier
Calderaro em conversa com André Luiz:
Nossa comunidade de trabalho se dedica, essencialmente, à manutenção do equilíbrio. Não ignoras que a modificação do plano mental das criaturas jamais a impõe: é fruto de tempo, de esforço, de evolução; e o edifício da sociedade humana, em o atual momento do mundo, vem sendo abalado nos próprios alicerces, compelindo imenso número de pessoas a imprevistas renovações. Certo, não te surpreenderás se eu disser que, em face do surto da inteligência moderna, que embate na paralisia do sentimento, periclita a razão. O progresso material atordoa a alma do homem desatento. Grandes massas, há séculos, permanecem distanciadas da luz espiritual. A civilização puramente científica é um Saturno devorador, e a humanidade de agora se defronta com implacáveis exigências de acelerado crescer mental. Daí o agravo de nossas obrigações no setor da assistência. As necessidades de preparação do espírito intensificam-se em ritmo assustador.
No Mundo Maior capítulos 4 e 5: O poder do amor
Trabalhavam juntos, numa grande cidade, entregues ao comércio de quinquilharias. O homicida desempenhava funções de empregado da vítima, desde a infância, e, atingida a maioridade, exigiu do chefe, que passara a tutor, o pagamento de vários anos de serviço. Negou-se o patrão, terminantemente, a satisfazê-lo, alegando as fadigas que vivera para assisti-lo na infância e juventude. Propiciar-lhe-ia vantajosa posição no campo dos negócios, conceder-lhe-ia interesses substanciais, ms não lhe pagaria vintém relativamente ao passado. Até ali, guardara-o a conta de um filho, que lhe reclamava contínua assistência. Estalou a contenda. Palavras rudes, trocadas entre vibrações de cólera, inflamaram o cérebro do rapaz, que, no auge da ira, o assassinou, dominado por selvagem fúria. Antes, porém, de fugir do local, o criminoso correu ao cofre, em que amontoavam fartos pacotes de papel-moeda, retirou a importância vultuosa a que se supunha com direito, deixando intacta regular fortuna que despistaria a polícia no dia imediato. Na manhã seguinte ele mesmo foi atrás dos guardas, fingiu espanto ao encontrar o morto, tomou todas as providências para ajudar a viúva e os filhinhos, para a justiça humana passou impune.
Conseguiu ludibriar os homens, mas não pôde iludir a si mesmo.
A entidade desencarnada, concentrando a mente na ideia de vingança, passou, perseverante, a segui-lo. Aferrou-se-lhe à organização psíquica, à maneira de hera sobre o muro viscoso. Tudo fez o homicida para atenuar-lhe o assédio constante.
Sempre que estamos com sentimento de injustiçados, estamos errados pois não existe injustiças nesse mundo. E mesmo que existisse, Jesus nos mandou dar a outra face em um sentido de humildade, de se colocar como o menor, pois os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino de Deus.
Calderaro e André vão socorrer um enfermo e seu obsessor durante o desdobramento do encarnado. André esperava que Calderaro fosse doutrinar os dois, mas não o fez. André então pergunta: “E porque não tentarmos o esclarecimento verbal, agora, a estes nossos amigos?” Calderaro: “Porque, se o conhecimento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro. Com a nossa cultura retificamos os efeitos, quanto possível, e só os que amam conseguem atingir as causas profundas. Ora, os nossos desventurados amigos reclamam intervenção no íntimo, para modificar atitudes mentais em definitivo… E nós ambos, por enquanto, apenas conhecemos, sem saber amar…”. Então, uma mulher sublime com olhos com brilho meigo e enternecedor apareceu na porta. Calderaro: “É a irmã Cipriana, a portadora do divino amor fraternal, que ainda não adquirimos.” (…) Cipriana acercou-se de ambos os infelizes, postando-se em atitude de oração. (…) Estendeu as mãos para os dois desventurados, atingindo-os com o seu amoroso magnetismo, e notei, assombrado, que o poder daquela mulher sublimada lhes modificava o campo vibratório. Sentiram-se ambos desfalecer, oprimidos por uma força que os compelia à quietação. Entreolharam-se com indizível espanto, experimentando o respeito e o temor, presas de comoção irreprimível e desconhecida… Seus olhos espelhavam, no silêncio, angustiosa perquirição, quando a mensageira, avizinhando-se, os tocou de leve na região visual; reparei, de minha parte, que ambos registraram abalo mais forte e indisfarçável.
Reconhecendo o poder divino de que era dotada a emissária, notei que o enfermo, parcialmente liberto do corpo, e o perseguidor implacável passaram a ver-nos com indescritível assombro. Gritaram violentamente, empolgados pela surpresa, e, por julgar cada um de nós o que vê através do prisma de conhecimentos adquiridos, cuidaram fossem visitados pela excelsa Mãe de Jesus: definiam o ambiente em harmonia com as noções religiosas que o mundo lhes inculcara.
O doente ajoelhou-se de súbito, dominado por incoercível comoção, e desfez-se em copioso pranto. Calderaro: “Praza a Deus, André, possamos também aprender a amar, adquirindo o poder de transformar os corações.”
Paulo e Estevão – Emmanuel psicografia de Chico Xavier
No caminho de Damasco
Quando Saulo encontra Jesus no caminho de Damasco, seus olhos magnéticos, imanados de simpatia e de amor, iluminando a fisionomia grave e terna
Saulo! Saulo! Por que me persegues?
Saulo genuflexo pergunta:
Quem sois vós, Senhor?
Aureolado de uma luz balsâmica e num tom de inconcebível doçura, o Senhor respondeu:
Eu sou Jesus!
Então, viu-se o orgulhoso e inflexível doutor da Lei curvar-se para o solo, em pranto convulsivo. Dir-se-ia que o apaixonado rabino de Jerusalém fora ferido de morte, experimentando num momento a derrocada de todos os princípios que lhe conformaram o espírito e nortearam, até então, na vida. Diante dos olhos tinha, agora, e assim, aquele Cristo magnânimo e incompreendido! Os pregadores do “Caminho” não estavam iludidos! A palavra de Estevão era a verdade pura! A crença de Abigail era a senda real. Aquele era o Messias! A história maravilhosa da sua ressureição não era um recurso lendário para fortificar as energias do povo. Sim, ele, Saulo, via-o ali no esplendor de suas glórias divinas! E que amor deveria animar-lhe o coração cheio de augusta misericórdia, para vir encontrá-lo nas estradas desertas, a ele, Saulo, que se arvorara em perseguidor implacável dos discípulos mais fiéis!… Na expressão de sinceridade da sua alma ardente, considerou tudo isso na fugacidade de um minuto. Experimentou invencível vergonha do seu passado cruel. Uma torrente de lágrimas impetuosas lavava-lhe o coração. Quis falar, penitenciar-se, clamar sua infindas desilusões, protestar fidelidade e dedicação ao Messias de Nazaré, mas a contrição sincera do espírito arrependido e dilacerado embargava-lhe a voz.
Foi quando notou que Jesus se aproximava e, contemplando-o carinhosamente, o Mestre tocou-lhe o ombro com ternura, dizendo com inflexão paternal:
-Não recalcitres os aguilhões…!
Saulo compreendeu. Desde o primeiro encontro com Estevão, forças profundas o compeliam a cada momento, e em qualquer parte, à meditação dos novos ensinamentos. O Cristo chamara-o por todos os meios e de todos os modos.
(…)
O moço de Tarso soluçava. Ante a expressão doce e persuasiva do Messias Nazareno, considerava o tempo perdido em caminhos escabrosos e ingratos. Doravante necessitava reformar o patrimônio dos pensamentos mais íntimos; a visão de Jesus ressuscitado, aos seus olhos mortais, renovava-lhe integralmente as concepções religiosas. Certo, o Salvador apiedara-se do seu coração leal e sincero, consagrado ao serviço da Lei, e descera da sua glória estendendo-lhe as mãos divinas. Ele, Saulo, era a ovelha perdida no resvaladouro das teorias escaldantes e destruidoras. Jesus era o Pastor amigo que se dignava fechar os olhos para os espinheiros ingratos, a fim de salvá-lo carinhosamente. Num ápice, o jovem rabino considerou a extensão daquele gesto de amor. As lágrimas brotaram-lhe do coração amargurado, como a linfa pura, de uma fonte desconhecida. Ali mesmo, no santuário augusto do espírito, fez o protesto de entregar-se a Jesus para sempre.
O amor funciona como uma força invisível, tem uma ação magnética sobre as criaturas, levando-as a dobrar seu joelho. A melhor forma de desarmar alguém é usando de amor nas palavras e nas ações.
4ª PARTE: AMOR E AS RELAÇÕES HUMANAS
Amor imbatível amor
Conflito afetivo
Na área das manifestações afetivas, o desenvolvimento da percepção deve dar-se de maneira espontânea, sem qualquer tipo de manipulação dos sentimentos.
Inata, em a criatura humana, a afetividade é fundamental para um desenvolvimento emocional saudável, respondendo pela felicidade e auto-realização do ser.
(…)
Somente o amor real, destituído de interesses perturbadores, consegue irradiar a luz da harmonia entre as criaturas. Será ele que oferecerá recursos para uma conduta saudável, pela força intrínseca de que é portador, anulando a possibilidade da instalação de conflitos.
Nesse estado, aquele que ama, não somente vive um sentimento de união com o ser amado, como também com tudo e todos, em um estado de perfeita identificação. Alteram-se, ante as suas emoções, os painéis da natureza, e a vida flui de forma generosa, harmônica.
Indispensável que a conduta se encontre estabelecida entre parâmetros que definam como agir e como vivenciar as próprias experiências.
O conhecimento oferece recursos hábeis para o conhecimento. No entanto, a espontaneidade não deve ser banida dessa conquista, em razão dos benefícios que proporciona. Uma atitude natural é muito mais valiosa do que aquela que se fez estruturar artificialmente, oferecendo uma postura robotizada.
Amar a si mesmo
O amor a si mesmo começa por aceitar quem se é, respeitar os próprios sentimentos, acolher as próprias dores, sem melindres e sem autopiedade, mas com amor e caridade, entendendo quem se é.
Escutando Sentimentos –Ermance Dufaux Capítulo 17 – Pedagogia da felicidade
Nunca a humanidade mendigou tanta atenção e afeto. Uma crise de autodesvalor, sem precedentes, assola multidões. O sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que causam a sensação de inferioridade, abandono e falência. Não se sentindo amadas, almas sem conta não conseguem superar os dramas da rejeição e os tormentos da solidão. Optam pela falência não assumida. Uma existência sem sentido, vazia de significados, sem metas; a caminho da derrocada moral e espiritual.
Somente o tratamento lento e perseverante de tecer o manto protetor da segurança íntima, utilizando o fio do autoamor, poderá renovar essa condição interior do ser humano.
(…)
Sem medo do individualismo, que é muito diferente da individuação, é imperioso aprendermos a investigar o coração em busca do mapa singular do Pai à nossa jornada de aprimoramento. Quem se ama vive a maravilhosa experiência de sentir brotar em sua alma, espontaneamente, uma cumplicidade poderosa com a vida, o próximo e a Obra Divina.
Quanto mais amor a quem somos, mais amamos a vida. O sentimento da existência está no ato de percebermos o que significamos na Obra Paternal. O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de superar o sofrimento.
(…)
Quem ama a si mesmo sente-se rico. É excelente companhia para si mesmo. Descobriu seu valor pessoal na Obra da Criação e tem consciência plena da Bondade do Pai em favor de sua caminhada individual.
Amorterapia Cap. 60 Amor, imbatível amor – Joanna de Angelis
Na causalidade atual dos distúrbios psicológicos, como naquelas anteriores, sempre se encontrará o amor-ausente como responsável.
Animalizado pelos instintos em predomínio, fez-se responsável pelos comprometimentos morais e psicológicos que engendram os distúrbios complexos desencadeadores das personalidades psicopáticas, ora exigindo-lhes alteração de conduta interior, a fim de experimentarem equilíbrio, sem os transtornos afligentes.
A conquista do amor é resultado de processos emocionais amadurecidos, vivenciados pela conquista do Si.
Inicialmente, dá-se a paulatina conscientização da própria humanidade em latência, quando lampejam os sentimentos de solidariedade, de interdependência no grupo social, de afetividade desinteressada, de participação no processo de crescimento da sociedade.
Cada conquista que vai sendo adquirida enseja maior perspectiva de possível desenvolvimento, enquanto as necessidades da evolução desenham mais amplos espaços de movimentação emocional.
O problema do espaço físico, que contribui para a agressividade animal, à medida que se faz reduzido para a população que o habita, passa a ser enfocado de maneira diversa, em razão de o sentimento de amor demonstrar que a pessoa ao lado ou distante não é mais a competidora, aquela adversária da sua liberdade, mas se trata de participante das mesmas alegrias e oportunidades que se apresentam favoráveis a todos os seres.
O pensamento, irradiando essa onda de simpatia afetuosa, estimula os neurônios à produção de enzimas saudáveis que respondem pela harmonia do sistema nervoso simpático e estímulo das glândulas de secreção endócrina, superando as toxinas de qualquer natureza, responsáveis pelos processos degenerativos e pela deficiência imunológica que facultam a instalação das doenças.
Por outro lado, em face do enriquecimento emocional que o amor proporciona, a alegria de viver estimula a multiplicação de imunoglobulinas que preservam o organismo físico de várias infecções, tornando-se responsáveis por um estado saudável.
Ao mesmo tempo, a irradiação psíquica produzida pelo amor direciona vibrações específicas em favor das pessoas enfocadas que, permitindo-se sintonizar com essa faixa, beneficiam-se das suas ondas carregadas de vitalidade salutar.
O Universo é estruturado em energia que se expande na forma de raios, ondas, vibrações… O ser humano, por sua vez, é um dínamo produtor de força que vem descobrindo e administrando tudo quanto o cerca.
À medida que penetra a sonda do conhecimento no que jazia ignorado, descobre a harmonia em tudo presente, identificando um fator comum, causal, predominando em a Natureza, que pode ser decodificado como sendo o hálito do Amor, do qual surgiram os elementos constitutivos do Cosmo.
A identificação dessa força poderosa, que é o amor, faculta a sua utilização de maneira consciente em favor de si mesmo como de todas as formas vivas.
As plantas absorvem as emanações do amor ou sentem-lhe a ausência, ou sofrem o efeito dos raios desintegradores do ódio, que é o amor enlouquecido e destruidor. Os animais enternecem-se, domesticam-se, quando submetidos ao dinamismo do amor que educa e cria hábitos, vitalizando-se com a ternura ou deperecendo com a sua falta, ou extinguindo-se com as atitudes que se lhe opõem.
Ex: leões que se afeiçoam a humanos
O ser humano, mais sensível, porque portador de mais amplas possibilidades nervosas de captação – pode-se afirmar com segurança – vive em função do amor ou desorganiza-se em razão da sua carência.
Amorterapia, portanto, é o processo mediante o qual se pode contribuir conscientemente em favor de uma sociedade mais saudável, logo, mais justa e nobre.
Essa terapia decorre do auto-amor, quando o ser se enriquece de estima por si mesmo, descobrindo o seu lugar de importância sob o sol da vida e, esplendente de alegria reparte com as demais pessoas o sentimento que o assinala, ampliando-o de maneira vigorosa em benefício das demais criaturas.
Enquanto as irradiações do ódio, da suspeita, do ciúme, da inveja e da sensualidade são portadoras de elementos nocivos com alto teor de energias destrutivas, o amor emite ondas de paz, de segurança, sustentando o ânimo alquebrado pela confiança que transmite, de bondade pelo exteriorizar do afeto, de paz em razão do bem-estar que proporciona, de saúde como efeito da fonte de onde se origina.
Ao descobrir-se a potência da energia do amor, faz-se possível canalizá-la terapeuticamente a benefício próprio como do próximo.
Desaparecem, então, a competição doentia e perversa, o domínio arbitrário e devorador do egoísmo, surgindo diferente conduta entre os indivíduos, que se descobrirão portadores de inestimáveis recursos de paz e de saúde, promotores do progresso e realizadores da felicidade na Terra.
O Homem Integral – Joanna de Angelis
Cap. Relacionamentos perturbadores
O amor é uma conquista do espírito maduro, psicologicamente equilibrado; usina de forças para manter os equipamentos emocionais em funcionamento harmônico. É uma forma de negação de si mesmo em autodoação plenificadora. Não se escora em suspeitas, nem exigências infantis; elimina o ciúme e a ambição da posse, proporcionando inefável bem-estar ao ser amado que, descomprometido com o dever de retribuição, também ama. Quando, por acaso, não correspondido, não se magoa nem se irrita, compreendendo que o seu é o objetivo de doar-se, e não de exigir. Permite a liberdade ao outro, que a si mesmo se faculta, sem carga de ansiedade ou de compulsão.
Quando estas características estão ausentes, o amor é uma palavra que veste a memória condicionada da sociedade, em torno dos desejos lúbricos, e não do real sentimento que ele representa.
Esse relacionamento perturbador faz da outra pessoa um objeto possuído, por sua vez, igualmente possuidor, gerando a desumanização de ambos.
Ao dizer-se meu amigo, minha esposa, meu filho, meu companheiro, meu dinheiro, a posse está presente e a submissão do possuído é manifesta sem resistência, evitando conflitos no possuidor, não obstante, em conflito aquele que se deixa possuir, até o momento da indiferença, por saturação e desinteresse, ou da reação, do rompimento, transformando-se o afeto-posse em animosidade, em ódio.
Necessária uma nova conduta e para isto a psicologia profunda se torna o estudo de uma nova linguagem libertadora. A palavra é um símbolo que veste a ideia; por sua vez, formulação de pensamento, que se torna uma memória acumulada e retorna quando se deseja vesti-lo.
A memória da sociedade adicionou conceitos sobre o amor e o relacionamento, estabelecendo sinais que os caracterizam, sem que auscultasse as suas estruturas psicológicas despidas de símbolos.
Os prazeres da alma – espírito Hammed
Afetividade
Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer
Na Grécia Antiga nasceu a lenda das almas gêmeas na mitologia. “Em uma civilização diferente, os seres possuíam duas cabeças, quatro braços e pernas e dois corpos distintos – masculino e feminino – mas com apenas uma alma… Viviam em pleno amor e harmonia, e justamente esse equilíbrio provocou a inveja e a ira de deuses do Olimpo. Enfurecidos, enviaram àquela civilização uma tormenta repleta de trovões e relâmpagos, que dividiram os corpos, separando a parte feminina e a masculina, repartindo as almas no meio… Diz a lenda que até hoje os seres lutam na busca de sua outra metade, a sua alma gêmea”.
Durante séculos essa crença foi cultivada, e grande parte da humanidade ainda procura ansiosamente encontrar sua “alma afim”. No entanto, com o espiritismo, vêm os Espíritos superiores esclarecer-nos a respeito do conceito das metades eternas, ensinando-nos que essa expressão é inexata e que não existe união entre as almas.
298 L. E. As almas que se devem unir estão predestinadas a essa união desde a sua origem, e cada um de nós tem, em alguma parte do Universo, a sua metade, à qual um dia se unirá fatalmente?
Não; não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre os Espíritos, mas em graus diferentes, segundo a ordem que ocupam, a perfeição que adquirem: quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta felicidade completa.
301. Dois Espíritos simpáticos são o complemento um do outro, ou essa simpatia é resultado de uma afinidade perfeita?
A simpatia que atrai um Espírito para o outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos; se um devesse completar o outro, perderia a sua individualidade.
302. A afinidade necessária para a simpatia perfeita consiste apenas na semelhança dos pensamentos e sentimentos, ou também na uniformidade dos conhecimentos adquiridos?
Na igualdade dos graus de elevação.
303-a. Nota: a teoria das metades eternas é uma imagem que representa a união de dois Espíritos simpáticos. É uma expressão usada até mesmo na linguagem vulgar, e que não deve ser tomada ao pé da letra.
O Espiritismo vai mais além quando nos explica que a nossa mentalidade sobre as almas gêmeas é exclusivamente alicerçada sobre uma visão romântica de união afetiva; na realidade, antes de sermos homens ou mulheres, somos espíritos imortais vivendo temporariamente na Terra. Muitos possuem uma compreensão difusa e narcisista sobre o amor, o que faz com que interpretem sua afetividade somente abaixo da cintura, isto é, não conseguem desenvolver seus sentimentos, abandonando-os a um permanente estado embrionário.
Estamos vivenciando inúmeras experiências terrenas com as mais diversas criaturas; conhecendo e, ao mesmo tempo, estreitando elos afetivos com outras tantas através de várias encarnações. Então, por que alimentarmos a ideia da busca ilusória de uma pessoa predeterminada, com a qual fatalmente viveríamos felizes pela eternidade, juntamente com os outros tantos milhares de pares eternos que já teriam se encontrado anteriormente? Tudo isso mais se assemelha a um egotismo do amor, contrário à fraternidade cristã, que nos ensina que um dia todos se amarão de forma incondicional.
Os aspectos do amor não podem ser vistos como se nosso “eu” seja o único referencial e que qualquer coisa que não se enquadre em nosso modo de ser seja rotulada de desamor ou de “não ser nossa metade eterna”. Enquanto estivermos pensando dessa maneira, não amaremos verdadeiramente; estaremos, sim, criando uma “idealização amorosa”, na ânsia de que os outros jamais ousem discordar de nosso ponto de vista. Em outras palavras, se alguém divergir da nossa opinião, teremos a certeza de que não é nossa “alma gêmea” e, por consequência, nunca poderá nos proporcionar o amor real, o que será um grande equívoco. Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer.
Amor, imbatível amor – Joanna de Angelis
Afetividade perturbada – Capítulo 52
A afetividade é o sentimento que se expressa mediante reações físicas positivas. O ser humano tem necessidade de prazer, e todos os seus esforços são direcionados para usufruí-lo, evitando a experiência do sofrimento, excetuando-se os casos de transtornos masoquistas. Toda e qualquer busca, conscientemente ou não, aguarda a compensação do bem-estar, que é sempre a fonte motivadora para toda luta.
Desse modo, a afetividade produz uma reação de adrenalina no sangue que leva o indivíduo ao aquecimento orgânico, do qual decorre a sensação agradável do prazer, do desejo de estar próximo, do contato físico, do aperto de mão, do abraço, da carícia.
A afetividade é inerente ao ser humano, não podendo ser dele dissociada, já que também é natural em todos os animais, inicialmente como instinto de proteção à prole.
O ser humano tem necessidade de afeto, que traz uma sensação de bem-estar natural.
Psicologicamente, a sua exteriorização tem muito a depender do convívio perinatal e suas experiências no ambiente do lar, particularmente com a mãe.
Por uma necessidade imperiosa de segurança – que a criança perde ao sair do claustro materno – o contato físico é de vital importância para o equilíbrio do ser. Inicialmente a criança não tem ainda desenvolvido o sentimento de afeição ou de amor, mas a necessidade de ser protegida, de ter atendidas as suas carências, o que lhe oferece prazer, surgindo a partir daí, a expressão emocional, também sinônima de garantia em relação ao que necessita para viver.
O sentimento da afetividade, porém, é quase sempre acompanhado dos conflitos pessoais, que decorrem da estrutura psicológica de cada um.
Quando não se viveu plenamente na infância a experiência tranquilizadora do amor, a insegurança que se instala gera conflitos em relação à sua realidade, e todos os relacionamentos afetivos se manifestam assinalados pela presença do ciúme, da raiva ou do ressentimento.
O ciúme, que retrata a falta de auto-estima, predominando a autodesvalorização, como decorrência da não confiança em si mesmo, transforma-se em terrível algoz do ser e daqueles que fazem parte do seu relacionamento.
As exigências descabidas, as suspeitas insuportáveis produzem verdadeiros cárceres privados, nos quais se desejam aprisionar aqueles que se tornam asfixiados pela afetividade do enfermo emocional. Nesse comportamento, a desconfiança abre terríveis brechas para a hostilidade e a raiva, que sempre se unem como mecanismo de proteção daquele que se sente desamado.
De alguma forma, essa conduta resulta do abandono emocional a que se foi relegado na infância, quando as necessidades físicas e psicológicas não se faziam atendidas convenientemente, resultando nesse terrível transtorno de desestruturação da personalidade, da autoconfiança.
Lembrando que Deus é bom e justo, as causas desse sofrimento na infância remontam de outras vidas e são expiações que o Espírito encarnado tem que sofrer. No entanto, cabe a cada ser trabalhar para sair dessa condição emocional, buscando o amadurecimento das emoções e do psicológico por meio das experiências vividas, do estudo de si mesmo, do auxílio de psicólogos quando necessário e do trabalho no bem.
A desconfiança de não merecer o amor – inconscientemente – e a necessidade de impor o sentimento – acreditando sempre muito doar e nada receber – levam a patologias profundas de alienação, que derrapam em crimes variados, desde os mais simples aos mais hediondos…
O medo de não ter de volta o amor que se oferece conduz à raiva contra aquele que é alvo desse comportamento mórbido, porque o afeto sempre doa e não exige retribuição, é um sentimento ablativo, rico de oferta.
Toda vez que o amor aflora, um correspondente fisiológico irriga de sangue o organismo e advém a sensação agradável de calor, enquanto a animosidade, a antipatia, a indiferença proporcionam o refluxo do sangue para o interior, deixando a periferia do corpo fria, portanto, desagradável, perturbadora.
Todo aconchego produz calor na pele, bem-estar, enquanto afastamento gera frio, desagrado, tornando-se difícil de aceitação a presença física de quem é causador de tal sensação.
O amor não pode ser imposto, mas desenvolvido, treinado, quando não surgir espontaneamente. Esse aflorar natural tem suas raízes nas experiencias anteriores do Espírito, que renasce em condições ambientais propiciatórias ou não ao seu aparecimento, ao lado de uma família afetuosa ou destituída desse sentimento, o que contribui decisivamente para a sua existência, para a sua eclosão.
Em muitos relacionamentos o amor brota com espontaneidade e cresce harmônico. Noutros, no entanto, é conflitivo, atormentado, com altibaixos de alegria e de raiva, ansiedade e medo, de hostilidade e posse.
A necessidade de amor é imperiosa, e subjacente à mesma encontra-se o desejo do contato físico, enriquecedor, estimulante.
Quando se é carente de afetividade, a mesma se apresenta em forma de ansiedade perturbadora, que gera conflitos e insatisfações, logo seja atendida.
Em tal caso, produz incerteza de prosseguir-se amando, após atendida a fome do contato físico ou emocional. Enquanto se está presente, harmoniza-se, para logo ceder lugar à insegurança, à desconfiança.
Assim sendo, o amor se torna dependente e não plenificador. Transfere sempre para o ser amado as suas necessidades de segurança, exigindo receber a mesma dose de emoção, às vezes desordenada, que descarrega no ser elegido. Essa é uma exteriorização infantil de insatisfação afetiva, não completada, que foi transferida para a idade adulta e prossegue insaciada.
A afetividade madura proporciona prazer, sem o qual permaneceria perturbada, angustiante, caótica.
Amar é um passo avançado do desenvolvimento psicológico do ser, uma conquista da emoção, que deve superar os conflitos, enriquecendo de prazer e júbilo aquele a quem é dirigido o afeto.
Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exigência.
Boa Nova (Chico Xavier – Humberto de Campos) – Cap. 12 Amor e Renúncia
Após as bodas de Caná, Pedro questiona Jesus se a festa não seria mundana e o vinho iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula. Jesus responde: As bodas de Cana foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do Reino de Deus nos corações. Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos da alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os confortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo-lhes as satisfações íntimas.
Simão Pedro: “E como deveremos proceder quando os amigos não nos entendam, ou quando nos retribuam com ingratidão?” Jesus: “Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é em si mesma um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, quando a luz do entendimento tardar no espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros. Ainda que todos os nossos amigos do mundo se convertessem, um dia, em nossos adversários, ou mesmo em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa…”
Ação e Reação – André Luiz
Cap 2 – pág. 27
Como pode o amor contrair tamanho débito?
Druso: O amor é a força divina que frequentemente aviltamos. Tomamo-la pura e simples da vida com que o Senhor nos criou e com ela inventamos o ódio e o desequilíbrio, a crueldade e o remorso, que nos fixam indefinidamente nas sombras… Quase sempre, é mais pelo amor que nos enredamos em pungentes labirintos no tocante à Lei… amor mal interpretado… mal conduzido…
O ódio é o amor que adoeceu
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VIII Bem-aventurados os que têm puro o coração item 19 (Deixai vir a mim as criancinhas)
Deixai que venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai que venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai que venham a mim os ignorantes, para que Eu os esclareça; deixai que venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: Eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? É o amor, é a caridade! Se possuis esse fogo divino, o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: “Meu pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porque é para meu bem, eu o sei, que a tua mão se abate sobre mim. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua frágil criatura, dar-lhe ao coração as alegrias puras, bendito sejas ainda. Mas faze que o amor divino não adormeça em sua alma, e que incessantemente faça subir aos teus pés a voz do seu reconhecimento!”
Se tendes amor, possuís tudo o que se pode desejar na Terra, possuís a pérola por excelência, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiam e perseguem poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se insensivelmente da vossa alma tudo o que possa conspurcar a sua pureza. Sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que voeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que a vossa alma, inebriada, possa saciar-se do seu elemento de vida no seio do Senhor. – Um Espírito Protetor. (Bordeaux, 1861).
Amor, imbatível amor – Joanna de Ângelis Cap. 63 Amor de plenitude
Em qualquer circunstância a terapia mais eficiente é amar.
O amor possui um admirável condão que proporciona felicidade, porque estimula os demais sentimentos para a conquista do Self, fazendo desabrochar os tesouros da saúde e da alegria de viver, conduzindo aos páramos da plenitude.
Ao estímulo do pensamento e conduzido pelo sentimento que se engrandece, o amor desencadeia reações físicas, descargas de adrenalina, que proporcionam o bem-estar e o desejo de viver na sua esfera de ação.
Inato no ser humano, porque procedente do Excelso Amor, pode ser considerado como razão da vida, na qual se desenvolvem as aptidões elevadas do Espírito, assinalado para a vitória sobre as paixões.