Série psicológica de Joanna de Ângelis – Parte I, palestra 31.7.24
Série psicológica de Joanna de Ângelis – Parte I
CELC – 31.07.24 – Vinícius
1.1 Biografia Joanna de Ângelis 3
1.1.1 Joana de Cusa 3
1.1.2 SÉRIE PSICOLÓGICA DE JOANNA DE ÂNGELIS 3
1.1.3 Joana Inês de La Cruz 4
1.1.4 Soror Joana Angélica de Jesus 5
1.1.5 Joanna atualmente 6
1.2 Surgimento da psicologia 8
1.3 Revista espirita 1858 9
2 O ser consciente (1995) 11
2.1 A psicologia transpessoal 11
3 Por que Joanna de Ângelis escreveu a série psicológica? 14
3.1 Obras póstumas – 2ª parte – cap. Minha iniciação no espiritismo: acontecimentos 15
3.2 Obras póstumas – 2ª parte: regeneração da humanidade 17
4 Como se livrar dos dramas psicológicos? 20
4.1 A gênese dos nossos comportamentos 21
5 O Homem Integral (1990) 24
5.1 Capítulo – Maturidade psicológica 24
5.1.1 Ter e ser 24
5.2 Capítulo – Fatores de perturbação 28
5.2.1 Solidão 28
6 Conclusão 33
7 Bibliografia consultada 34
1 SÉRIE PSICOLÓGICA DE JOANNA DE ÂNGELIS
1.1 Biografia Joanna de Ângelis
Nesse início vamos comentar sobre trajetória reencarnatória da autora. Dessa forma, temos uma ideia da grandeza desse espírito, das lutas que enfrentou e do exemplo que deixou em todas as existências que nos é conhecida.
Joana de Cusa
Joana de Cusa, esposa de Cusa, um alto funcionário de Herodes, pessoa difícil de lidar. Ela quando encontra Jesus, encontra consolo nos ensinamentos e decide que vai largar tudo para seguir Jesus. Jesus então diz a ela que fique com o marido, que ela tem um compromisso com ele e que ela O siga, mas dentro de casa, amando e compreendendo o marido.
O marido da Joana desencarna, ela perde aquela boa condição material e passa a cuidar de crianças. Chega o momento do julgamento de Jesus e ela tenta interceder por Jesus através da mulher de Pôncio Pilatos, a Cláudia, essa por sua vez teve um sonho, em que um mensageiro diz para que ela avise o marido para que não permita que Jesus seja condenado mas sabemos que a história toma outro rumo. Joana de Cusa também é uma das mulheres que vai até onde Jesus foi sepultado e encontra vazio. E ela tem dois filhos. Quando ela está mais velha ela é condenada pelos romanos por ser cristã. Vai ela e um dos filhos à condenação, que é fogueira em praça pública. E naquela loucura, azafama, o filho pede para que a mãe abjure, para que ela admita que eles perderam, que não vale a pena manter a posição de ser uma seguidora de Jesus. Ela então ali chorando diz para o filho se calar.
E no momento em que ela ali já sendo incendiada na fogueira, vem um soldado romano e faz um comentário sarcástico para ela e pergunta: foi isso que seu Mestre Jesus te ensinou, a morrer? Ela responde: não só a morrer, como também a vos amar. Onde está esse soldado hoje. Deve ser espírita com certeza.
Quem foi esse filho dela?
Nílson de Souza foi o filho queimado junto e ele relata que até essa reencarnação ele tinha medo de fogo. Ou seja, um trauma de 2.000 anos atrás ainda reverberando no espírito. Joana de Cusa também foi muito próxima de Simão Pedro, de João Evangelista. Ela custeava muitas atividades de Jesus, ajudava com comida, nas viagens.
Clara de Assis
Companheira de trabalho de Francisco de Assis, que reencarnou no ano de 1182, em uma família muito rica e enfrentou muita dificuldade por que sentia que devia se dedicar aos pobres, mas isso não seria possível vivendo em um palácio. Quem leu o livro sabe do que estamos falando, ela se encontra com Francisco e eles se apaixonam, ela sente algo por ele, mas ambos se mantêm firme no objetivo de despertar a humanidade para os ensinamentos de Cristo, porque naquela época a Igreja estava no ápice dos desvios dos ensinamentos deixados por Jesus. Francisco de Assis reencarna com mais 200 espíritos e Clara é um deles, sendo a reencarnação de Joana de Cusa. Francisco de Assis desencarna e ela continua o trabalho fundando a ordem das Clarissas em 1212, dando então espaço para as mulheres nessa área.
Joana Inês de La Cruz
Reencarna no século 17, no México, com uma inteligência ímpar, já desde criança aprende o idioma dela, o latim e o português. E logo cedo ela diz ao pai que vai à faculdade e ele ri, dizendo que só se ela se vestir de homem, e ela imediatamente fala para a mãe: mãe, por favor, me ajude a providenciar um traje masculino. O que ela quer dizer com essa atitude? Que ela veio para fazer a diferença e enfrentar o sistema.
Aos 15 anos é convidada para ser dama de honra de uma senhora da corte e lá ela chama muita atenção. Até que o vice-rei contrata especialistas de todas as áreas para entrevista-la e ela passa horas respondendo perguntas de todos os temas possíveis.
E por muito tédio ali, ela vai para ordem das carmelitas, mas por conta da rigidez ela fica doente e retorna à corte. Depois ela encontra a ordem de São Jerônimo da Conceição. Lá ela fica por vários anos, E com uma biblioteca enorme, ela aprende muitas coisas, tem contato com instrumentos musicais, aprende sobre teologia. Pessoas da Europa vem até ela para conversar e ela fica muito conhecida. Acaba se tornando uma das maiores poetisas da língua hispânica. É conhecida por ser a primeira feminista da língua espanhola.
Convidada a fazer uma escrita sobre um sermão do padre Antônio Vieira, se dizendo contrária as atitudes do padre, ela é repreendida pela igreja, dizendo que ela se dedique mais as questões religiosas e ela escreve uma carta enorme dizendo que ela defende a atuação da mulher em atividades intelectuais e essa carta dela acaba ficando conhecido como carta magna da liberdade intelectual da mulher americana. Ela bem feminista, colocando todos em igualdade de atuação.
A imagem dela foi parar na nota da moeda mexicana.
Vende tudo, fica com poucos livros. Se dedica a uma vida mais simples. E em 1695 tem uma epidemia de peste que acomete o convento e ela passa a cuidar das irmãs e contrai a peste, vindo a desencarnar com 44 anos.
Soror Joana Angélica de Jesus
É muito conhecida em Salvador, pela forma que desencarnou, à época da independência do Brasil, nos poucos conflitos que ocorreram contra Portugal.
Em um desses em 1822, os soldados embriagados vão se adentrar ao convento para abusar das mulheres e ela se põe a frente da entrada e diz que só iriam entrar por cima do cadáver dela, e então o soldado a golpeia (ponta da espingarda), atingindo a região abdominal, causando seu desencarne. A coragem dela acaba freando a ação dos soldados, ficando conhecida como heroína. E nesse momento de resistência as outras irmãs tem a chance de fugir por um túnel e ficam salvas.
Joanna atualmente
Atualmente é mentora do médium Divaldo Pereira Franco, e ditou inúmeros livros, e alguns deles vamos utilizar nesses estudos. Uma das obras dela é a série psicológica, objeto de nosso estudo, que se inicia neste agora em 2024. Ano passado estudamos o livro 1, o 2 e uma parte do livro número 5. Esse ano vamos continuar no livro 2 que é o “Homem integral”, que é o livro em que a gente percebe que ela começa a usar conceitos mais específicos, ela começa a aprofundar um pouco mais. Você pega o livro “Jesus e atualidade” e depois o “Homem integral” você não diz que é da mesma série. Mas entendo que é uma introdução à série, ela acaba deixando mais leve ali senão a gente desiste já no começo.
O Divaldo foi questionado pelos psicólogos sobre qual era a autoridade dela para tecer linhas sobre isso, qual era a formação dela.
O Divaldo diz que leva a ela a questão e ela com muito amor responde: meu filho, não sabes que o conhecimento vem daqui para aí? As grandes descobertas, as grandes revoluções cientificas são todas levadas do plano espiritual para o plano físico. Todos esses gênios já estudaram muito antes de reencarnar.
Santo Agostinho relatava que em sonho era levado para cidades parecidas com as nossas, mas em níveis mais perfeitos, como se fossem versões mais aprimoradas e quando ele acordava via que tudo era meio parecido, mas meio corrompido. Ele estava falando das colônias espirituais. Para dar a ideia que as coisas vêm de lá para cá, até mesmo na arquitetura.
E ela diz que participa de um grupo de espíritos que preparam estudiosos para novas reencarnações, principalmente na área da filosofia e da psicologia. E ela revela que participou do processo reencarnatório de Carl Gustav Jung e também foi uma das mentoras dele, o acompanhou. E tanto Freud quanto Jung eles tinham sim o objetivo de chegar no conteúdo da reencarnação.
Freud foi maravilhoso, foi um dos pioneiros a falar do inconsciente, sistematizou. Ele via que as pessoas tinham traumas que não se explicavam na fase adulta e foi voltando no tempo, chegou na primeira infância e parou ali, então para ele os traumas vêm da infância. Não está errado, mas não se pode desconsiderar os traumas das vidas passadas. Não falamos do Nilson que tinha medo de fogo? Esse medo vem da época de Jesus, 2 mil anos atrás, não vem da infância, portanto.
Jung avançou um pouco e conseguiu chegar na reencarnação, porque alguns biógrafos dele dizem que ele teve visões de suas vidas passadas e para ele isso era uma realidade. Mas não publicou nada porque ele dizia que não tinha provas cientificas e sim pessoais, e por isso, por conta do pragmatismo cientifico acabou guardando para ele esse conhecimento. Ele conseguiu trazer a ideia do inconsciente individual e coletivo, que são as lembranças, mas ele não relaciona isso com a reencarnação. Aí está o equívoco.
E os dois então ficaram “devendo” esse segredo do inconsciente, porque é uma ideia muito boa algum de nossos comportamentos estarem no inconsciente, mas se você não considera a reencarnação… fica um pouco desconexo, porque muita coisa não se explica nessa vida, mas se explica em outras vidas, vidas passadas, vivencias anteriores.
E a título de curiosidade, segundo o Divaldo, Joanna de Ângelis quando estiver reencarnada irá atuar na academia, ou seja, será uma cientista que fará a ponte entre a psicologia transpessoal e a ciência. Provavelmente será uma cientista ou um cientista que vai se destacar muito nessa área e, quem sabe, não vai ser pelas mãos dela que a ciência vai provar a existência de Deus? Os espíritos aqui nos falam que logo a ciência vai provar a existência de Deus. E quando a ciência provar, aí acabou as objeções, porque se tem um povo que é materialista, esse povo é o cientista. Quando eles encontrarem a prova, aí quero ver quem vai contrariar a religião, porque aí juntam duas forças que tem muita influência sobre o ser humano: ciência e religião. Segundo o Divaldo esse processo reencarnatório se daria a partir de 2015. Ela termina a série e se prepara para reencarnar. Imagino que ela vai se deparar com a própria série e por ser a autora conseguir ter uma certa eloquência ao falar disso quando levar o assunto para a academia.
Ele não dá nenhuma data, apenas que seria a partir desse ano.
Os textos do Evangelho segundo o espiritismo “A paciência”, cap. 9, item 7 e “Dar-se-á àquele que tem” cap. 18, itens 13 a 15 são de autoria da Joanna de Ângelis.
Até o momento, através da psicografia de Divaldo Franco, é autora de mais de 60 obras – 31 traduzidas para oito idiomas e cinco transcritas em Braile. Além dessas Obras, já escreveu milhares de mensagens. Atualmente é mentora do médium Divaldo Franco.
1.2 Surgimento da psicologia
Parte que se repete em todos os estudos, seja para quem chega pela primeira vez no centro seja para quem vem pela primeira vez no estudo.
Psicologia é um termo grego: psico (alma), logia (estudo), e foi utilizado pela primeira vez por Felipe de Melanchthon, nas universidades alemãs, em 1550. Antes disso, tudo que tinha relação com pensamento, linguagem, memória, era tratado pela filosofia.
Nas fontes que eu busquei, falou-se muito que a psicologia nasceu entrelaçada com a filosofia, porque a filosofia era o campo do conhecimento que estudava o comportamento humano, os valores morais, as correntes de pensamento, etc – e isso tudo envolve psicologia também.
Vamos trazer uma definição de psicologia do americano Charles Cofer, que diz: “A psicologia em geral é definida como o estudo ou a ciência do comportamento dos seres humanos e dos animais. Procura estabelecer teorias ou interferências a respeito da mente, a partir de informações que obtém sobre o comportamento. ”
Mas a psicologia como ciência nasceu mesmo no século XIX. Alguns autores dizem que nasceu em 1861, com a publicação do artigo Elements of Psychophysics de Gustav Theodor Fechner; outros dizem que nasceu em 1879, com a fundação do primeiro instituto de estudos psicológicos, por Wilhelm Wundt na cidade de Leipizig, Alemanha. Muitos espíritos na área da filosofia e da psicologia reencarnaram ou atuaram na Alemanha, porque não pensem vocês que Hitler não tinha conhecimentos de filosofia e psicologia.
Isso influenciou o surgimento de algumas abordagens dentro do ramo, como Psicanálise, Comportamentalismo, humanista, entre outras. As diferentes perspectivas ajudam a entender a complexidade humana e seus eventos, considerando fatores biológicos, psicológicos e socioculturais que impactam o comportamento e o pensamento das pessoas.
1.3 Revista espirita 1858
Nosso quadro, como se vê, compreende tudo quanto se liga ao conhecimento da parte metafísica do homem; estudá-la-emos em seu estado presente e no futuro, porquanto estudar a natureza dos Espíritos é estudar o homem, tendo em vista que ele deverá fazer parte, um dia, do mundo dos Espíritos. Eis por que acrescentamos, ao nosso título principal, o de jornal de estudos psicológicos, a fim de fazer compreender toda a sua importância.
8° Problemas morais e psicológicos a resolver;(porque temos muitos problemas morais e psicológicos para resolver)
Se eu perguntar para vocês aqui quem tem problemas moral e psicológico para resolver e algum de vocês não levantar a mão… aí tem algum problema.
Ou seja, psicologia e doutrina espírita são coisas entrelaçadas, isso acontece porque todos os caminhos da doutrina levam ao autoexame, a auto-observação, a melhora, quando a pessoa vê ela já está em um processo de melhora intima. Ela já está em um processo de autoterapia. É isso que a psicologia nos proporciona.
2 O ser consciente (1995)
2.1 A psicologia transpessoal
Durante os livros a gente vê que ela cita muito os autores da psicologia transpessoal. Stanislav Grof, Roberto Assagioli, Vitor Frankl
Criada por Abraham Maslow, em 1970.
A Psicologia Transpessoal se trata de uma terapia concentrada em trabalhar os aspectos espirituais do ser humano. Antes de mais nada ela é realizada de maneira humanista e se vale de variados métodos para ganhar espaço e aprofundamento na questão espiritual do paciente. Ainda que tenha essa premissa, a mesma se baseia em teorias psicológicas para trabalhar.
Essa abordagem surgiu porque começou-se a questionar as explicações que as outras abordagens davam para os problemas mais profundos da psique humana. Freud trata das questões da infância, mas não é só isso. Jung engloba quase tudo nos arquétipos, nos símbolos, que também faz sentido, mas ainda deixa brecha (não consideraram a reencarnação).
E aquela coisa de falar que os fenômenos que não se explicam são coisas paranormais, ficaram incompletos. Creio que foram vindos espíritos que já tinham um conhecimento maior sobre psicologia, e quando eles entravam em contato com esses conteúdos, eles sentiam que isso não encaixava, e começaram a questionar.
Começaram a perceber que as abordagens psicológicas não estavam lidando com os problemas profundos da alma. Ainda ficavam algumas respostas. Na verdade, faltava alguns elementos para a psicologia progredir.
Quais elementos seriam?
Lembrando que o pensamento dos psicologistas era material, eles consideravam o homem como um ser dual: alma e matéria. Psico = alma // logia = estudo -> alma já nos leva a uma ideia de algo espiritual, então como pode o psicólogo ser materialista?
Era necessário revisar o potencial humano em toda a sua complexidade, sem preconceitos nem receios. As teorias apressadas, que pretendiam reduzir a alma a um epifenômeno de vida efêmera (elemento secundário, acessório), vinham sendo superadas pelas pesquisas de laboratório na área da Parapsicologia e da Ciência Espírita, cujos dados valiosos avolumaram-se de tal forma, que não havia outra alternativa senão ampliar o esquema de interpretação do psiquismo, criando-se o que se convencionou denominar como a Quarta Força — além do Comportamentalismo (Behaviorismo), da Psicanálise e da Psicologia Humanista — que é a Psicologia Transpessoal ou profunda.
Então foi isso, vieram mais e mais pesquisas, e começou-se um questionamento sobre essa vida efêmera. Como assim, o homem nasce, vive e morre e acabou tudo? Essa questão começou a perturbar alguns cientistas. Eles viram que durante as consultas algo a mais se revelava, as pessoas davam sinais.
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O ser dual — Espírito e matéria — do espiritualismo ortodoxo, permanece incompleto, deixando escapar incontáveis expressões de conteúdo, por falta do elemento intermediário, processador de inúmeros fenômenos que lhe completam a existência.
Somente quando estudado na sua plenitude — Espírito, períspirito e matéria — podem-se resolver todos os questionamentos e desafios que o compõem, alargando-lhe as possibilidades de desenvolvimento do deus interno, facultando completude e realização plenificadora. (L.E. )
Essa tarefa ficou para a psicologia transpessoal, que veio trazer uma nova compreensão do ser humano, como um ser imortal que está destinado à felicidade.
§
Com base nisso, quando pensamos na psicologia transpessoal, é como se alargássemos as definições da psicologia convencional, e essa ciência passa então a compreender o ser humano em sua estrutura física, psíquica e principalmente transcendental. Quais eram os elementos faltantes então?
Faltava compreender o ser humano como um ser trino (espírito, perispírito e matéria, um ser que reencarna), onde o perispírito é o que a Joanna chama de M.O.B. -> DNA para formar o feto puxa as informações do períspirito. Ex.: nascer sem braço ou com câncer no cérebro.
§
Graças ao advento da psicologia espírita com Allan Kardec, recupera-se o ser humano do conflito em que se encontrava, promovendo-o à condição de possuidor de valores preciosos que lhe cumpre desenvolver, embora a esforço de trabalho paciente e constante.
Nesse homem transpessoal cantam, então, as glórias da vida e se dilatam os dons nele existentes, em pleno desenvolvimento da sua realidade, que supera as culpas e as dores, as angústias e as inquietações, tornando-o pleno e feliz.
Por muito tempo as pessoas sofreram com a crença de um Deus severo, de um inferno eterno, e isso tirou a esperança de dias melhores. As pessoas foram reencarnando com esses pensamentos e isso cristalizou no inconsciente, se tornando um inconsciente coletivo, que é tão abordado por Jung. Ou seja: errei e vou pagar por isso para sempre. A doutrina vem mostrar que essa visão é completamente equivocada.
3 Por que Joanna de Ângelis escreveu a série psicológica?
Depois de entrar em contato com essa série, fiquei me perguntando quais os motivos que levaram a um espírito da condição da Joanna a produzir um material vasto, rico e ao mesmo tempo complexo e que levou mais de 20 anos para ficar pronto.
Vinte anos para ficar pronto e um conteúdo difícil como muitos falam. Na verdade, é complexo, porque o ser humano é complexo. Então não tinha jeito. Mas ao mesmo tempo, seria fácil falar dos problemas íntimos do ser? Seria fácil e rápido esmiuçar o comportamento humano e expor, assim, de uma forma tão esclarecedora, amável, se baseando em autores que já levantaram alguma coisa de importante sobre o comportamento humano?
Uma série de 16 livros, que todos trazem os dramas íntimos do ser humano, não é algo que deve ser passado despercebido. Dúvida de alguns: um espirito que passou 50 anos (as vezes vemos a pessoa em 4 anos de faculdade já não aguentando mais. Eu era uma dessas pessoas) no plano espiritual estudando psicologia de forma geral e psicanalise em específico, é porque tinha um objetivo grandioso nessa área da problemática intima do ser. E por que nessa época? Porque começar no final dos anos 80 e finalizar no início da segunda década (2011) dos anos 2000? (Estatísticas suicídio aumentando. Alguma relação?). Porque não foi antes e porque não foi depois?
Alguém arrisca?
Um espirito dessa ordem não erraria de época, concordam? Uma coisa é certa: essa série veio no momento que deveria vir. Isso não há dúvidas.
CHEGUEI EM DOIS MOTIVOS (não tenho a pretensão de estar certo – e se a Joanna quiser nos esclarecer, estamos de orelhas em pé):
-
O principal: fazer uma ponte entre a psicologia tradicional e a psicologia espírita – usando o que já existe: psicanálise e transpessoal, e assim não despreza o esforço dos autores que chegaram perto de um dos ensinamentos mais importantes para o ser humano, que é considerar a reencarnação. Muitas pessoas com depressão revelam que esse mundo não é para elas, que elas não aguentam mais. Isso porque elas estão considerando apenas esse mundo. Se suicidar é descobrir da pior forma que sim, há uma outra realidade. Ter a noção de reencarnação nos livra muitas vezes do desespero, que é o primeiro passo para a loucura.
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Os tempos são chegados.
PORQUE OS TEMPOS SÃO CHEGADOS.
3.1 Obras póstumas – 2ª parte – cap. Minha iniciação no espiritismo: acontecimentos
Mensagem de 12 de maio de 1856
P — Você confirma então o que foi dito: que não haverá cataclismos?
R — Certamente, não receiem nem dilúvio nem um incêndio de seu planeta (atualmente pontuais), nem outras coisas desse tipo, porque não se pode chamar de cataclismo as perturbações locais, que acontecem em todas as épocas. Só haverá um cataclismo moral, de que os Homens serão os instrumentos.
Um cataclismo moral. O que seria isso então?
Pelo dicionário cataclismo é uma mudança brusca, radical, uma transformação em grandes proporções
Então vamos trazer isso para o nosso comportamento.
Um conflito psicológico; uma crise existencial; um abalo emocional que gera uma ansiedade, uma depressão, uma insônia, algo que eu me mexo, nem se for para levantar e tomar um remédio ou fazer uma terapia.
Em muitos casos, os indivíduos precisam ser tocados nas suas fibras mais intimas, na sua parte emocional, para despertarem para uma realidade que ainda desprezam (a realidade existe, ele só despreza). E se tem uma coisa que faz a pessoa parar e pensar, e eu posso afirmar isso, é a tal da ansiedade. Quando chega uma crise de ansiedade, a pessoa pensa. A crise de ansiedade, no mínimo, faz a pessoa ver os horizontes entre a vida e a morte, porque quase todas as pessoas, ao sentirem crise de ansiedade, pensam que estão morrendo (e isso já é um despertar). Quando encaramos a morte, vemos a vida de uma forma diferente. Uma espécie de cataclismo intimo.
Coração dispara do nada, extremidades do corpo adormecem, medo excessivo, a pessoa fala: chama a funerária que é hoje que eu visto o paletó de madeira.
E posso até ser duro em falar isso, mas foi minha experiência e ao falar aqui por quase duas horas, não tem como a gente não envolver nossa vivencia em um assunto que fala do comportamento humano, então, será que alguns indivíduos não precisam de uma crise de ansiedade ou outra crise a nível psíquico para passar a considerar uma realidade que ela desprezou até ali?
Por que eu, gente, ah, eu me mexi depois das crises de ansiedade, hein. Ah, falar para vocês. As vezes a gente precisa que Deus pega a gente assim, como se fossemos uma roupa encardida, e esfrega a gente naquele tanque de pedra, que a gente não sai totalmente limpo, mas sai um caldo escuro na água, que clareia um pouco nossa visão das coisas. Aquele caldo escuro é a nossa visão materialista, estreita, que traz ansiedade, que traz depressão, que traz insônia…
E estamos nessa fase do cataclismo moral. Nunca houve tantos jovens com ansiedade, tantos jovens com depressão, com síndrome do pânico, pensando em suicídio, automutilando-se. Nunca houve tanto. Converso com os jovens e isso é fato constatado.
Então nós podemos concluir que a crise psicológica da sociedade se não chegou no ápice está perto de chegar. E quando a gente chega no ápice de uma crise não é o melhor momento de reavaliar nossos comportamentos? Quando eu chego no fundo do poço não é o momento que eu mais preciso encontrar uma forma de sair dali? Já desci até o máximo. Porque as vezes estou entrando no poço não percebo. Percebo quando já estou no fundo.
Fim de tarde -> cansado -> deitei na cama -> visão de outro prédio e uma parte do céu -> Luz nos aptos a noite -> no momento que a escuridão toma conta é quando eu sinto mais necessidade de iluminação.
Essa luz é o autoconhecimento. A escuridão é a crise psicológicas, evidenciando a falta de conhecimento de si mesmo.
3.2 Obras póstumas – 2ª parte: regeneração da humanidade
E, como se a destruição não caminhasse suficientemente rápida, se verá os suicídios se multiplicarem em uma proporção inédita (peguem as estatísticas), até entre as crianças (momento de escuridão). A loucura atingirá como nunca um número muito grande de homens que, mesmo antes da morte, estarão eliminados do mundo dos vivos (suicídio indireto). Esses são os verdadeiros sinais dos tempos. E tudo se cumprirá pelo encadeamento das circunstâncias, como dissemos, sem que nada transgrida as leis da Natureza. Escuridão -> momento de nos iluminar -> senão é loucura -> passaporte para o suicídio.
O fanatismo, a intolerância, perdem terreno, enquanto que a liberdade de consciência se introduz nos costumes e se torna um direito. As ideias fermentam em toda parte. Enxerga-se o mal e procura-se o remédio, mas muitos caminham sem direção e perdem-se em utopias.
Agora, vamos imaginar que no mundo seja mais comum uma abordagem psicológica que trabalha o indivíduo como um ser transcendental, que tem passado e esse passado reflete no hoje, e toda uma nova geração de crianças e jovens, quando necessitarem de terapia, encontrarem profissionais que conseguem lidar com os problemas profundos com naturalidade, um terapeuta que fale para um jovem que aquela depressão ou aquela ansiedade pode ser por um problema do passado não resolvido ainda, e que não só a medicação vai ser ponto central do tratamento, e sim a mudança de pensamento e hábitos. Um equilíbrio entre medicina e esforço próprio. Atualmente eu deixo de lado meu esforço para jogar tudo na mão da medicação. A prova disso é que os consultórios e hospitais estão lotados e a população continua doente. Esse monte de remédio não traz cura?
Já que estamos nesse assunto de medicação….
Tive um pensamento sobre um assunto e eu procurei conversar com algumas pessoas sobre aquilo para ter uma certa confirmação. Não é estatística. Falei: vi que você toma uma medicação para dormir, e não é nem tanto a insônia o problema, não é? É que tomando a medicação você deita na cama com a segurança que o sono virá, não é mesmo? Você deita na segurança de que um trabalho será feito ali e você fica tranquilo.
Qual foi a resposta?
Pasmem! As pessoas confirmaram.
Agora, eu fiquei pensando – não sei se eu perco muito tempo ou se ganho muito tempo pensando nessas coisas: não era para a pessoa se perguntar, pelo menos uma vez, o porque ela chegou àquele ponto? De que, para deitar tranquila, ela precisa que tenha um comprimido no estomago, e esteja talvez terceirizando um trabalho que seria dela. Será que essa pessoa não quer “ter trabalho para dormir”? Não tem jeito, estamos no mundão brabo, uma hora teremos dificuldades. E se toda vez que eu tiver dificuldade eu terceirizar, onde estará o meu mérito?
Claro que essas pessoas que eu conversei, não são pessoas que tem um distúrbio psicológico gravíssimo, não são pessoas que estão internadas em hospital psiquiátrico, não são esquizofrênicos, não são nem pessoas que tem depressão grave e crise de ansiedade. Deve ter gente até trabalhando na doutrina. Não aqui, mas em outro lugar.
Outra coisa: estou comentando desses casos e que tem relação com o assunto, que vemos que um tratamento espiritual iria ajudar muito. Não estou falando que é o problema da maioria da população.
Exercício: chegar em casa depois do serviço pensar: Como era a vida da pessoa antes de chegar nesse ponto? O que mudou de lá para cá? Qual foi o desequilíbrio que ela entrou para chegar nisso? (Celular, rede social, uso de entorpecentes, tem gente que usa droga e tem crise de pânico como reação). São perguntas, que talvez, faz a pessoa chegar na conclusão, de que as vezes uma oração mais longa, uma meditação, uma higiene do sono (não mexer em telas 2 horas antes de ir dormir) em alguns casos, vai livra-la de tomar um remédio, porque vai saber as consequências da ingestão prolongada desses remédios. Uma hora a pessoa está viciada nisso, e aí pronto, ela tem dois problemas, porque o primeiro problema que a levou a tomar a medicação não só não resolveu, como também trouxe mais um vício ou desequilíbrio de um neurotransmissor, e aí tenho que tomar outro remédio para controlar.
Esses dias (umas 4 semanas) o Flávio no estudo disse que para se observar precisamos estar em silencio. Fiquei pensando nisso. E não dormia. Para me observar preciso de silencio. Para dormir preciso de silencio!
Qual a única hora do dia que somos obrigados a ficar em silêncio?
Na hora de ir dormir. Tanto um silencio verbal quanto um silencio mental. Sem isso eu não durmo. Se eu deito e fico e silencio da boca apenas, eu não durmo, se silencio apenas a mente e fico falando, não durmo também. Eu preciso de um silencio absoluto.
E eu pergunto: esse monte de gente tomando remédio será que um silencio interior não resolveria? Como chegar nesse silêncio é trabalho de cada um. Isso ajudaria a começar a resolver os dramas psicológicos.
4 Como se livrar dos dramas psicológicos?
Insônia, desespero, crise nervosa – vem de dramas psicológicos.
Drama psicológico é uma questão que está em alta! Divaldo Franco diz que o suicídio vai ser a primeira causa de morte a partir de 2024, 2025… comete suicídio quem está em desespero por causa de um drama íntimo, não é?
Você pega uma pessoa desesperada, ela aceita qualquer sugestão que vier.
– ”Meu Deus, estou em apuros! ”
– “Faz tal coisa! ”
A pessoa faz, ela nem pensa. Ela vai e faz. Já está em desespero mesmo, se ela está em desespero ela não sabe o que fazer.
E seu eu estou em desespero e tem inúmeros espíritos em volta de mim me enviando pensamentos de suicídio… onde vai dar isso?
Muitas vezes não sabemos o que fazer. Mas, e aí, o que fazer quando não sabemos o que fazer? Pergunto e saio correndo. Não me atreverei a responder.
Muitas vezes a inação não é a saída. O comportamento passivo em meio a uma crise psicológica não é a melhor opção. Eu tenho que me mexer. Ex. do cantor sertanejo. A crise fez ele parar para pensar. Pensar em algo que ele talvez não pensaria ganhando um rio de dinheiro. E aí a gente chega em uma frase do Divaldo, que diz que a causa dos dramas psicológicos, muitas vezes é a junção de excesso de conforto com ausência de objetividade.
Bom, como os problemas são complexos, nos parece que a resposta também é complexa; parece até que queremos que a resposta seja complexa para que a gente justifique nossa dificuldade em superar esses problemas. Tipo assim: é difícil mesmo, por isso que eu não supero, por isso que eu preciso de remédios (pressão por falar disso).
Claro que um drama psicológico não se resolve da noite para o dia, requer muito esforço e trabalho. Mas existe uma terapia preventiva para isso que, embora seja difícil prevenir o que já está em curso, essa terapia preventiva proporciona já ir resolvendo aos poucos. Eu, enquanto enfermo da alma, já posso ir aplicando isso, porque sou um ser imortal destinado a felicidade, e o tanto que essa felicidade vai demorar parar chegar, depende do tanto que eu vou demorar para aplicar essa terapia preventiva.
A terapia preventiva vocês já devem ter sacado e outros podem até questionar se isso funciona mesmo, porque vejam: a não aplicação dessa terapia no passado é que trouxe os dramas atuais – a famosa frase de Jesus: “não faça aos outros o que não gostaria que lhe fosse feito. ”
Essa terapia resume qualquer abordagem psicológica, resume qualquer ensinamento cristão, resume qualquer reflexão em torno da moral; é o maior tratado de psicologia do homem antigo, contemporâneo, moderno, do futuro, e da eternidade. Se eu ou qualquer pessoa que se encontra em conflito psicológico, em qualquer época da humanidade aplicasse essa terapia, os sofrimentos atuais não seriam de teor psicológico, seriam problemas de outros ramos da vida.
Estaríamos sofrendo como um Chico Xavier, por exemplo: um sofrimento apenas por estar fazendo o bem, por estar no caminho reto. Claro que ele enfrentou dificuldades, mas, que benção enfrentar dificuldade por fazer o bem, não é? Quem está nessa fase, está bem.
Mas vejam, quando eu não aplico essa terapia, eu sofro em virtude de mim mesmo, vou acumulando transtornos, de forma que meu sofrimento é só para me livrar daquilo, resolver aquilo, fico preso.
4.1 A gênese dos nossos comportamentos
Então ok, eu já estou em dificuldades psicológicas, não apliquei ainda a terapia preventiva mais eficiente do planeta e cá estou, com meus problemas de ordem psicológica, espiritual, emocional. O que fazer?
Aí você vai fazer o caminho contrário, você vai fazer algo que você não fez e por isso você se encontra em conflito: vai olhar para si e buscar entender o que te motivou a ter atitudes que desembocaram nesses transtornos e trabalhar em cima disso. Por que antes eu olhei para mim, sim, mas não no sentido de me melhorar, e sim de me beneficiar em algo -> fomos egoístas -> colheita do egoísmo é crise psicológica.
Porque olhar para si primeiro? Porque só assim eu enxergo onde está a minha dificuldade. Se eu não enxergar, nunca vou tratar, porque eu só trato aquilo que eu enxergo. Tem uma frase que de certa forma confirma isso:
“Nenhum problema pode ser resolvido no mesmo nível de consciência em que foi criado” – atribuída a Albert Einstein
Demonstra uma necessidade de tomada de consciência, para uma mudança de rota na caminhada evolutiva e para essa tomada de consciência eu preciso ir no ponto nevrálgico do meu íntimo e investigar a partir dali.
Conversando com uma adolescente sobre isso ela não entendia porque tínhamos que chegar na raiz do problema. Dei o exemplo da infiltração: goteira na parede, fungo por todo lado. Vazando aqui, mas o cano está rachado lá atrás. Com nossos comportamentos, as vezes começou lá a trás e hoje eu estou com o balde inundado. A casa mental. Colocar um balde na goteira resolve o problema? É um tanto quanto paliativo, apenas. Isso traduzindo para o intimo é a fuga psicológica, que é para não lidar com o problema, com a crise.
Encontrar o vazamento requer quebrar a parede, cortar o cano, remendar ou trocar, depois tem que rebocar, pintar. Essa é a terapia atual (encontrar a raiz do problema), e tratar o problema atual, porque a terapia preventiva a gente já conhece, Jesus já ensinou.
Então, todos os caminhos que eu pego dentro da doutrina, todos, vão nos levar até a gênese dos nossos comportamentos.
E não é um dos assuntos mais interessantes para um ser humano? Avaliar seu próprio comportamento, suas ideias, porque vejam, o criminoso, ele tem a ideia de que o crime é algo que o ajuda, é algo que o beneficia. Ele tem aquela ideia e aquilo gera um comportamento. As consequências trarão situações para a vida dele que o farão alterar esse rumo das ideias e isso irá alterar seu comportamento. A doutrina vem nos ajudar, portanto, a ter novas ideias, para termos novos comportamentos. Por isso Jesus vem trazer a Boa Nova, evangelho significa Boa Nova, ou seja, novos ares no pensamento, na conduta moral.
5 O Homem Integral (1990)
5.1 Capítulo – Maturidade psicológica
Ter e ser
Um livro de 1990, mas quem ler verá que ele é mais atual do que nunca. Um dos motivos de eu continuar falando desse livro esse ano e vou falar ano que vem, é porque ele é de uma atualidade que assusta.
Pegamos esse capítulo porque é um assunto que está em alta embora ninguém tenha se dado conta disso, justamente porque as pessoas sofrem as consequências disso e esse comportamento ainda está no inconsciente (coletivo) delas, faltando ser passado para o consciente e a partir daí ser tratado.
O psicólogo americano James Hollis, ele diz: “toda vez que o indivíduo perde a referência do autoconhecimento, busca as referências exteriores”. E com isso vem o culto ao trabalho, às riquezas, numa tentativa de medir quem se é pelo que se tem.
A psicologia sociológica do passado recomendava a posse como forma de segurança (será que só no passado?). A felicidade era medida em razão dos haveres acumulados, e a tranquilidade se apresentava como sendo a falta de preocupação em relação ao presente como ao futuro.
Aguardar uma velhice descansada, sem problemas financeiros, impunha-se como a grande meta a conquistar.
A escala de valores mantinha como patamar mais elevado a fortuna endinheirada, como se a vida se restringisse a negócios, à compra e venda de coisas, de favores, de posições.
E eu fico me perguntando: quantas pessoas não estão ainda presas a esse conceito do Ter para Ser, a cultura do materialismo trouxe essa falsa ideia que ser alguma coisa está subordinado a ter alguma coisa. Você pega os ricos, eles têm privilégios, eles conseguem as coisas mais facilmente, cometem crimes e, aos olhos da justiça humana, são inocentados. Tudo isso porque? Por que as pessoas dão créditos aos ricos, as pessoas dão poder a eles porque valorizam o material: o que eles têm, não o que eles são. O dia que as pessoas, na sua maioria não forem tão materialistas, mudarão a ótica, e o pobre vai ter as mesmas oportunidades que o rico. Pergunta se um rico entra tão facilmente no reino dos céus. Não tem aquela famosa frase de Jesus: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus”, e depois vem o E.S.E. no Cap. 16, dizendo: na sua chegada ao mundo dos espíritos, não lhe perguntarão se na vida fosseis príncipe ou operário, lhes perguntarão o que dela trazeis. Não se computará a soma de seus bens e seus títulos, mas a soma de suas virtudes.
História do tênis:
1ª parte: comprou vários tênis -> na hora de sair muitas opções ->muitas opções -> supérfluo gera dúvidas, indecisão e perda de tempo. Quanto tempo ele perdeu nessa indecisão? Ele não me contou.
2ª parte: momento difícil -> materialista -> foi ver se o material resolvia -> viu os tênis = contemplar -> contemplar não deu, tentou usufruir -> vestiu devagar para sentir o bem-estar chegando -> o mais barato não funcionou (mas é porque era mais barato) -> no terceiro já meio sem graça -> depositou a esperança no mais caro -> ficou pior -> porque teve que constatar que aquilo não resolvia -> e pior, constatou que o materialismo não era mais uma fuga para ele. Ele estuda a doutrina e chegou nessa conclusão, teve consciência disso.
Conclusão: aí eu pergunto para vocês: quantas pessoas não estão tentando resolver seus problemas íntimos no acumulo de bens, fazendo uso de bens e no fim das contas estão apenas ficando confusas, perdidas e sem tempo. Esse mecanismo da história não é o mesmo para quem acumula carros, casas, contas com dinheiro de corrupção, suborno? Não é isso que acontece na maioria dos casos. Não são todos, claro, mas a maioria. E quando será que vamos nos dar conta disso? Porque se dar conta depois que desencarnou… aí fica ruim, porque são circunstancias que te forçaram a isso, não tem mérito nenhum quase constatar as coisas depois de desencarnado. Claro, não vamos ser o juiz impiedoso aqui, mas, vocês sabem o que estamos tentando dizer.
Esse comportamento do Ter e o Ser tem relação com a maturidade psicológica.
Esses atavismos infantis (comportamento padrão) não absorvidos pela idade adulta, impedindo o amadurecimento psicológico encarregado do discernimento, são igualmente responsáveis pela insegurança que leva o indivíduo a amontoar coisas e a cuidar do ego, em detrimento da sua identidade integral. Sem que se dê conta, desumaniza-se e passa à categoria de semideus, desvelando os caprichos infantis, irresponsáveis, que se impõem, satisfazendo as frustrações.
Muitas vezes um comportamento de desequilíbrio nas conquistas materiais é uma forma de compensar uma carência de infância, e essa carência se manifesta em forma de insegurança e a pessoa tenta suprir essa insegurança, possuindo. Tem gente que chega a um nível de descontrole financeiro tão grande que para pagar conta ela faz conta. Quem chega nesse nível, está em um conflito psicológico grave (e não financeiro). História da amiga (R.T.) exemplo prático do que a autora aponta nesse capítulo -> a pessoa está evoluindo e entendendo onde está a gênese do comportamento dela.
É óbvio que não fazemos a apologia da escassez ou da miséria, na busca da realização pessoal. Tampouco, propomos o desdém à posse, levando a mente a ilhas onde se homiziam o despeito e a falsa autossuficiência.
Ou seja, os recursos são para o homem utilizá-los e não para ser escravo deles. Os recursos são mecanismos de progresso e não de degeneração.
Pensando nesse desejo irrefreável de ter, quis encontrar uma forma de saber quais são os desejos das pessoas em relação ao ter e ao ser.
A maioria da população mundial está na internet atualmente. Segundo dados levantados em 2022, cerca de 67% da população tem acesso à internet, isso é quase 5 bilhões e meio de pessoas com esse recurso.
No Brasil é ainda maior, 87,2% da população tem acesso à internet.
Então o que as pessoas pesquisam é uma forma de saber quais são seus desejos
Eu zerei meu histórico do google, escrevi algumas frases e esperei o google completar, porque o que aparece embaixo é o que é mais pesquisado. Fiz isso em abril e fiz de novo em julho.
Escrevi 3 coisas e vi o que aparecia.
Como ser |
Como ter |
Como ficar |
Como ser entregador do mercado livre |
Com ter 2 WhatsApp no mesmo celular |
Como ficar rico |
Como ser entregado da shopee |
Como terminar um relacionamento |
Como ficar mais bonito |
Como será o inverno em 2024 |
Como ter internet de graça |
Como ficar mais alto |
Como ser afiliado shopee |
Com ter gympass |
Como ficar off-line no instagram |
Com ser afiliado shein |
Com ter robux de graça |
Como ficar milionário |
Como ser feliz |
Como ter renda extra |
Como ficar rico da noite pro dia |
Como ser uma pessoa melhor |
Como ter perna grossa em uma semana |
Como ficar rico em 2024 |
Como ter uma alimentação saudável |
Como ficar com sono |
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Como ficar rico sendo pobre |
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Com isso, vemos que a busca das virtudes quase não aparece nas pesquisas que as pessoas fazem na internet. Ou pelo menos isso não está no radar dessa porção da população
A integridade e a segurança defluem do que se é, jamais do que se tem.
Quando eu foco somente naquilo que eu tenho, eu só estou realizando um mecanismo compensatório, estou expondo meu conflito.
5.2 Capítulo – Fatores de perturbação
Solidão
Solidão tem sido outro assunto em alta porque cada vez mais as pessoas estão nas telas e sozinhas, na companhia de um aparelho.
Espectro cruel que se origina nas paisagens do medo, a solidão é, na atualidade (1990), um dos mais graves problemas que desafiam a cultura e o homem. A necessidade de relacionamento humano, como mecanismo de afirmação pessoal, tem gerado vários distúrbios de comportamento, nas pessoas tímidas, nos indivíduos sensíveis e em todos quantos enfrentam problemas para um intercâmbio de ideias, uma abertura emocional, uma convivência saudável
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O homem faz questão de ser visto, de estar cercado de bulha, de sorrisos embora sem profundidade afetiva, sem o calor sincero das amizades, nessas áreas, sempre superficiais e interesseiras. O medo de ser deixado em plano secundário, de não ter para onde ir, com quem conversar, significaria ser desconsiderado, atirado à solidão.
Aqui lembramos, de novo, os jovens que tentam, a todo custo, se incluir em algum grupo, não importa sejam eles grupos de usuários de drogas ou bebidas; importa que eles sejam parte de um grupo, porque a ideia de estar fora desse contexto, o perturba. Problema muitas vezes está em casa. Se não se sente incluído dentro de casa, busca compensar isso fora.
Há uma terrível preocupação para ser visto (mais atual impossível), fotografado, comentando, vendendo saúde, felicidade, mesmo que fictícia. A conquista desse triunfo e a falta dele produzem solidão.
Olha essa frase, gente! Só essa frase já oferece estudo para horas.
Quem tem prestígio demais, se sente só. Que tem de menos, também.
Quando estou em conflito, não importa se sou visto ou não, eu vou me sentir só de qualquer jeito, porque aquilo não resolve meu problema. É algo que vem de fora, é algo que não preenche vazio algum.
O irreal, que esconde o caráter legítimo e as lídimas aspirações do ser, conduz à psiconeurose de autodestruição. A ausência do aplauso amargura, face ao conceito falso em torno do que se considera, habitualmente como triunfo.
Há terrível ânsia para ser-se amado, não para conquistar o amor e amar, porém, para ser objeto de prazer, mascarado de afetividade. Dessa forma, no entanto, a pessoa se desama, não se torna amável nem amada realmente. Campeia, assim, o “medo da solidão”, numa demonstração caótica de instabilidade emocional do homem, que parece haver perdido o rumo, o equilíbrio.
Talvez, por isso, facilmente identificamos jovens e adultos que se prendem aos sucessos irreais das redes sociais. A pessoa posta uma foto e você a desconhece, porque é tanto filtro que a feição muda. A pessoa quer se ver acima do que é, pois acredita que assim será melhor aceita, melhor vista. Isso na verdade é uma compensação de uma insegurança que ela traz. Querer parecer bem e em boas condições, já é sinal de conflito, porque não tem como saber como as pessoas nos veem. Cada um tira a conclusão que quiser.
A pessoa mais bonita e a mais rica não está livre de julgamentos. A pessoa deposita tudo na beleza, achando que se ela fosse bela, ela seria mais segura, mais feliz. Mas é um engano, porque a pessoa bonita que está em conflito – e tem bastante gente assim – ela não se vê dessa forma. Ela pode ser bonita, mas antes ela enxerga os conflitos dela, e ela se vê como ela é por dentro, e isso para ela não é uma visão muito bela. O rico a mesma coisa: o inseguro que tem dinheiro, só acumula posses, mas não resolve seus problemas. Precisamos parar de pensar que beleza e riqueza é terapia para conflito íntimo -> riqueza e beleza pode ser na verdade um fomento para os conflitos.
Um post dizendo que uma moça foi falar do Instagram para a avó dela:
– O que é Instagram?
– Para postar fotos, vó.
– Para que, minha filha?
Para os outros verem.
Para que, minha filha?
A pessoa vai no restaurante e posta que está comendo. Na academia posta puxando ferro. Será que as pessoas querem saber o que ela está comendo? A pessoa está comendo também, está preocupado com o dela. Mas é para dizer: também faço parte disso.
A neurose da solidão é doença contemporânea, que ameaça o homem distraído pela conquista dos valores de pequena monta, porque transitórios.
Aqui no final a autora nos dá um roteiro para combater esse problema profundo da alma. Fiz questão de trazer do jeito que está escrito porque assim faz mais sentido.
Resolvendo-se por afeiçoar-se aos ideais de engrandecimento humano, por contribuir com a hora vazia em favor dos enfermos e idosos, das crianças em abandono e dos animais, sua vida adquiriria cor e utilidade, enriquecendo-se de um companheirismo digno.
O remédio para o solitário é ser solidário – porque dando um pouco de si, receberá muito de quem não tem nada, e essa troca o alimentará.
O homem solitário, todo aquele que se diz em solidão, exceto nos casos patológicos, é alguém que se receia encontrar (2x), que evita descobrir-se, conhecer-se, assim ocultando a sua identidade na aparência de infeliz, de incompreendido e abandonado.
Prefere ser visto assim.
Quando íamos imaginar que a solidão é, na verdade, o medo de encontrar a si mesmo, olhar para si e enxergar o que tem de ruim ali dentro; parece que é um buraco fundo e escuro, onde eu olho e falo: “hum… hoje não”. E ai eu vou caçar alguma coisa para fazer para não olhar para dentro (fugas). Mas, se eu nunca olho para mim, quando vou me resolver, me melhorar? Será, então, que muitas crises que temos hoje em dia, não é resultado dessa fuga incessante de nós mesmos? Será que não são forças conflitantes dentro de mim, mostrando que há um trabalho a ser feito?
§
Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, ao sugerir o “amor ao próximo como a si mesmo” após o “amor a Deus” como a mais importante conquista do homem, conclama-o a amar-se, a valorizar-se, a conhecer-se de modo a plenificar-se com o que é e tem, multiplicando esses recursos em implementos de vida eterna, em saudável companheirismo, sem a preocupação de receber resposta equivalente.
O homem solidário, jamais se encontra solitário.
O egoísta, em contrapartida, nunca está solícito, por isto, sempre atormentado.
A fé no futuro, a luta por conseguir a paz íntima — eis os recursos mais valiosos para vencer-se a solidão, saindo do arcabouço egoísta e ambicioso para a realização edificante onde quer que se esteja.) (essa parte: 18 min)
6 Conclusão
Para concluir, nós devemos ter um objetivo que dê sentido à vida e pelo que estou entendendo nosso maior objetivo na atual reencarnação deve ser uma caminhada em direção à conquista dos tesouros que nem a traça e nem a ferrugem corroem, e nem os ladrões roubam. E nessa caminhada em direção a Deus há uma parada obrigatória, que é a parada na conquista da maturidade psicológica. Não há traça, ferrugem, ladrão, não há nada que nos tire isso.
Gosto muito da historinha de um jovem, ele já cedo se debatia em algumas questões intimas. Ele em uma oração bem sincera ele disse a Deus: Deus, não quero as glórias do mundo, não quero as conquistas terrenas, quero saber amar, saber dar sem receber, quero ser útil.
Um anjo protetor se aproxima dele e diz: meu filho, só de você saber o que você quer, você está bem.
Olha como vai longe isso. Ter noção do que se quer é ter objetivo, é ter um rumo, é buscar um caminho reto para Deus usando Jesus como modelo. Por que está bem que sabe o que quer? Porque a maioria de nós não sabemos ainda o que queremos, e por isso perdemos a referência, ficamos perdidos, sem direção e em conflitos íntimos.
“Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a própria escuridão. ” – Carl Gustav Jung
7 Bibliografia consultada
Evolução para o terceiro milênio: tratado psíquico para o homem moderno, Carlos Toledo Rizzini – Catanduva, SP: EDICEL, 2016.
Introdução à Psicologia, Lannoy Dorin – Campos Elíseos, SP: Editora do Brasil, 1978.
O Novo testamento, Centro Bíblico de São Paulo – 4ª ed. – Editora “AVE MARIA” LTDA, 1969.
O Homem integral, pelo espírito Joanna de Ângelis – Psicografia de Divaldo Pereira Franco – Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 1990.
O ser consciente, pelo espírito Joanna de Ângelis – Psicografia de Divaldo Pereira Franco – Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 1995.
O evangelho segundo o espiritismo, Allan Kardec. Editora IDE,1864.