Deveres do Espírita, palestra 27.08.14
DEVERES DO ESPÍRITA
CELC 27.08.14 – Fernando
Segundo dicionário dever é: “Ter obrigação de; Estar na obrigação de pagar, de restituir; Ter de; precisar; Estar em agradecimento por; Ter dívidas ou deveres; Obrigação, tarefa; Obrigação moral”.
Allan Kardec no livro Obras Póstumas no capitulo Perguntas e problemas – As expiações coletivas diz: “Em todo homem há três caracteres: o do indivíduo, do ser em si mesmo: o de membro de família, e, enfim, o de cidadão; sob cada uma dessas três faces pode ser criminoso ou virtuoso, quer dizer, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão, e reciprocamente; daí as situações especiais que lhe são dadas em suas existências sucessivas”.
No livro Evangelho Segundo o Espiritismo no capitulo 3 – 4 diz: “A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas …” “… onde domina o mal …”.
No Livro dos Espíritos na questão 975 diz: “o Espírito sofre por todo o mal que praticou, ou de que foi causa voluntária, por todo o bem que houvera podido fazer e não fez e por todo o mal que decorra de não haver feito o bem”.
Esses trechos mostra que temos obrigações com todos e que somos devedores pela condição espiritual nossa e que temos que fazer o bem sempre.
No livro dos Espíritos:
558 – Alguma outra coisa incumbe aos Espíritos fazer, que não seja melhorarem-se pessoalmente?
“Concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, cujos ministros eles são. A vida espírita é uma ocupação contínua, mas que nada tem de penosa, como a vida na Terra, porque não há a fadiga corporal, nem as angústias das necessidades.”
559 – Também desempenham função útil no Universo os Espíritos inferiores e imperfeitos?
“Todos têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?”
560 – Tem atribuições especiais cada Espírito?
“Todos temos que habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos do Universo. Mas, como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo. Assim, tal Espírito cumpre hoje neste mundo o seu destino, tal outro cumprirá ou já cumpriu o seu, em época diversa, na terra, na água, no ar, etc.”
561 – São permanentes para cada um e estão nas atribuições exclusivas de certas classes as funções que os Espíritos desempenham na ordem das coisas?
“Todos têm que percorrer os diferentes graus da escala, para se aperfeiçoarem. Deus, que é justo, não poderia ter dado a uns a ciência sem trabalho, destinando outros a só a adquirirem com esforço.”
É o que sucede entre os homens, onde ninguém chega ao supremo grau de perfeição numa arte qualquer, sem que tenha adquirido os conhecimentos necessários, praticando os rudimentos dessa arte.
Em relação ao Espírita na Revista Reformador de 1964 Indalício Mendes diz: “Todo aquele que aceita a Doutrina Espírita assume o grave compromisso de Solidariedade, irmã gêmea da Responsabilidade. Elas andam sempre juntas.
O espírita verdadeiro não tem o direito de desconhecer os princípios básicos da Doutrina, porque, se não os conhece, não pode considerar-se propriamente um espírita.
É tão grande a responsabilidade do espírita que ele não pode desvencilhar-se da responsabilidade que, mais do que antes, decorre dos seus atos e palavras. Quem está integrado na Doutrina e sabe respeitá-la, transforma-se numa força atuante, positiva, no ambiente em que viva. Não é passivo nem dissimulado, não é indiferente nem apático. Pelo contrário, a sua integração nos postulados doutrinários confere-lhe a faculdade de se mostrar sempre ativo e franco, honesto e positivo, bem humorado e discreto. Todavia, a sua franqueza hão deve ser rude, contundente e negativa. Para ser útil, precisa mostrar-se amena, educativa e construtiva”.
Livro A vida escreve de Hilário Silva cap 1 Dever cristão
Rossi e Alves eram diretores de conhecido templo espírita e davam-se muito bem na vida particular. Afinidade profunda. Amizade recíproca. Sempre juntos nas boas obras, integravam-se perfeitamente no programa do bem.
Alves, com desapontamento, passou a saber que Rossi, nas três noites da semana sem atividades doutrinárias, era visto penetrando a porta de uma casa evidentemente suspeita, lugar tristemente adornado para encontros clandestinos de casais transviados.
Persistindo semelhante situação por mais de um mês, Alves, certa noite, informado de que o amigo entrara na casa referida, veio esperá-lo à saída.
Dez, onze, meia-noite…
Alguns minutos depois de zero hora, Rossi saiu calmo e o amigo abordou-o.
— Meu caro — advertiu Alves, sisudo —, não posso vê-lo reiteradamente neste lugar. Você é casado, pai de família e, além de tudo, carrega nos ombros a responsabilidade de mentor em nossa Casa. Nada podemos condenar, mas você não ignora que álcool e entorpecentes, aí dentro, andam em bica…
Rossi coçou a cabeça num gesto característico e observou:
— Não há nada. Estou apenas cumprindo um dever cristão.
— Dever cristão?
— Sim, a filha de um dos meus melhores amigos está frequentando este círculo. Jovem inexperiente. Ave desprevenida em furna de lobos. Enganada por lamentável explorador de meninas, acreditou nele… Mas a batalha está quase ganha. Convidei-a a pensar. Há mais de um mês prossegue a luta. Hoje, porém, viu com os próprios olhos o logro de que é vítima. Acredito que amanhã surgirá renovada…
E ante os olhos desconfiados do amigo:
— Você sabe. É preciso agir, sem rumor, sem escândalo. Quem sabe? Talvez em futuro próximo a invigilante pequena possa encontrar companheiro digno. E ser mãe respeitada.
Alves riu-se às pampas, de maneira escarninha, e falou:
— Vou ver se é verdade.
— Não, não! Não vá! — pediu Rossi, em súplica ansiosa.
— Tem medo de ser apanhado em mentira? — disse Alves, com a suspeita no rosto.
E sem mais nem menos entrou casa a dentro, encontrando, num pequeno salão, sua própria filha chorando ao pé de um cavalheiro desconhecido…
No Livro Depois da Morte de Leon Diniz no capitulo 43 O DEVER Diz:
“O dever é o conjunto das prescrições da lei moral, a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relações com seus semelhantes e com o Universo inteiro. Figura nobre e santa, o dever paira acima da Humanidade, inspira os grandes sacrifícios, os puros devotamentos, os grandes entusiasmos. Risonho para uns, temível para outros, inflexível sempre, ergue-se perante nós, apontando a escadaria do progresso, cujos degraus se perdem em alturas incomensuráveis.
O dever não é idêntico para todos; varia segundo nossa condição e saber. Quanto mais nos elevamos tanto mais a nossos olhos ele adquire grandeza, majestade, extensão. Seu culto é sempre agradável ao virtuoso, e a submissão às suas leis é fértil em alegrias íntimas, inigualáveis.”
No livro Pensamento e vida de Emmanuel no capitulo 21 – Dever diz:
“O dever define a submissão que nos cabe a certos princípios estabelecidos como leis pela Sabedoria Divina, para o desenvolvimento de nossas faculdades.
Para viver em segurança, ninguém desprezará a disciplina”.
No livro Tocando o barco – Emmanuel no capitulo 13 – Dever diz:
Dever é a série de lições a que fomos chamados pela Eterna Sabedoria no livro da vida, de cujo aprendizado dependerá sempre o nosso avanço para a Infinita Luz.
Superficialmente, por vezes, é uma coleção de serviços menos agradáveis, induzindo-nos a pequeninas renúncias, contudo, esses serviços são vínculos espirituais que nos sustentam a ligação com a Paternidade de Deus — de Deus, que através da Lei que nos rege — no-los traça como obrigações beneméritas e providenciais ao nosso próprio aperfeiçoamento.
No livro O Consolador
248–Como se verifica a queda do Espírito?
-Conquistada a consciência e os valores racionais, todos os Espíritos são investidos de uma responsabilidade, dentro das suas possibilidades de ação; porém, são raros os que praticam seus legítimos deveres morais, aumentando os seus direitos divinos no patrimônio universal.
Colocada por Deus no caminho da vida, como discípulo que termina os estudos básicos, a alma nem sempre sabe agir em correlação com os bens recebidos do Criador, caindo pelo orgulho e pela vaidade, pela ambição ou pelo egoísmo, quebrando a harmonia divina pela primeira vez e penetrando em experiências penosas, a fim de restabelecer o equilíbrio de sua existência.
No Evangelho segundo o Espiritismo no Capítulo 17 Sede Perfeitos – 7 – O Dever diz:
O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida: encontra-se desde os menores detalhes, assim como nos mais elevados atos. Refiro-me apenas ao dever moral e não ao dever que as profissões impõem.
Na carta de Paulo aos Coríntios capitulo 11:28 Diz “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice”
Livro Opinião Espírita capitulo 7
“Conhece-te a ti mesmo” – diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.
No livro dos espíritos
CONHECIMENTO DE SI MESMO
919 – Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
a) — Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer–se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?’ “Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.
“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.
“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.
Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.”
SANTO AGOSTINHO
Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que não outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.
No Livro Evolução para o Terceiro Milênio Parte IV capitulo 6
4- Três condições são necessárias à autoeducação. O conhecimento de si mesmo adquire- se pelo estudo da natureza humana, segundo os dados fornecidos pelas psicologias analíticas, e por meio do permanente exame de consciência, meditando- se nas próprias ações e motivos para decidir e agir com o intuito de corrigir o que parece errado. Pode-se mesmo observar as fraquezas e defeitos alheios, sem qualquer intenção de criticar já que cada um é responsável por si; vendo os efeitos do errôneo proceder; será mais fácil estudar-se pessoalmente e lutar por corrigir-se. O conhecimento do destino, oferecido pelo Espiritismo, leva, a, saber que a situação futura depende do atual estilo de vida e ajuda a dirigir a ação no sentido do bem geral. O conhecimento das qualidades a desenvolver e dos maus hábitos e obstáculos a remover auxilia a aprimora-se. Em síntese, o esclarecimento intelectual é basicamente importante para enfrentar os próprios defeitos quando não queremos permanecer na estagnação. Reconhecer as próprias imperfeições e fraquezas já é um “progresso admirável”, dizem André Luiz e o Irmão X (Estante de vida).
5- Dificuldades há e não poucas. Não se iluda o candidato à reforma íntima quanto à rapidez da colheita. O que levou séculos para alojar-se no espírito daí não sairá de um para o outro a golpes de vontade. As pessoas que, a meio caminho do aperfeiçoamento, se empenham por se melhorar moralmente, muitas vezes veem seus esforços frustrados porque o passado ainda exerce grande domínio e submeter-se à sua tirania. Sucede que impulsos possantes as levam a agir de maneira diversa da que desejariam. Essas quedas rápidas e imprevisíveis causam aborrecimento ou perturbação, mas exigem paciência e humildade para que, no curso dos anos possam ir rareando. É aquele conflito moral entre o que somos e o que deveríamos ser.
Temos aí o bom combate contra si mesmo. Em seguida a século de luta contra o semelhante, um dia o ser humano começa a enfrentar o seu próprio mundo intimo; é a guerra intestina. Isso significa sofrer, aborrecer-se ou perturbar-se toda vez que, vencido por um impulso ainda não subjulgado, ele pensa, fala e age de modo contrário ao qual gostaria; isto é, sempre que é derrotado em suas deliberações anteriores de conduzir-se com equilíbrio. Nessa luta pela reforma interior, trata-se de expulsar, do campo mental, velhos hábitos menos dignos, vícios emocionais e sentimentos inferiores; de trocar necessidades enfermiças e impulsos compulsivos por atividades espontânea e normal. É procurar novas maneiras de pensar e viver, tomando como base princípios mais fecundos, de modo a obter autodomínio e equilíbrio emocional.
Livro Opinião Espírita
1 – EXAMINEMOS A NÓS MESMO
L – Questão 919
O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.
Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.
Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.
Testa a paciência própria: – Estás mais calmo, afável e compreensivo?
Inquire as tuas relações na experiência doméstica: – Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?
Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: – Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?
Observa-te nas manifestações perante os amigos: – Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?
Reflete em tua capacidade de sacrifício: – Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?
Pesquisa o próprio desapego: – Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?
Usas mais intensamente os pronomes “nos”, “nosso” e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?
Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?
Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?
Dissipaste antigos desafetos e aversões?
Superastes os lapsos crônicos de desatenção e negligência?
Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?
Entendes melhor a função da dor?
Ainda cultivas alguma discreta desavença?
Auxilias aos necessitados com mais abnegação?
Teus ideais evoluíram?
Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?
Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?
Evangelho é alegria no coração: – Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?
Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!
Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.
Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.
Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.
Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil…
No Evangelho segundo o Espiritismo no Capítulo 17 Sede Perfeitos – 7 – O Dever diz:
Na ordem dos sentimentos o dever é muito difícil de ser cumprido, pois se encontra em antagonismo com as seduções do interesse e do coração. Suas vitórias não têm testemunhos e suas derrotas não estão sujeitas à repressão. O dever íntimo do homem é governado pelo seu livre arbítrio, este aguilhão da consciência, guardião da integridade interior, o adverte e o sustenta, mas permanece, muitas vezes, impotente perante os enganos da paixão. O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem, mas, como este dever pode ser determinado? Onde ele começa? Onde termina? O dever começa precisamente no ponto onde ameaçais a felicidade ou a tranquilidade de vosso próximo, e termina no limite em que não desejaríeis vê-lo transposto em relação a vós mesmos.
Consolador
362 – Poderemos receber um novo ensino sobre os deveres que competem aos espiritistas?
-Não devemos especificar os deveres do espiritista cristão, porque palavra alguma poderá superar a exemplificação do Cristo, que todo discípulo deve tomar como roteiro da sua vida.
Que o espiritista, nas suas atividades comuns, dispense o máximo de indulgência para com os seus semelhantes, sem nenhuma para consigo mesmo, porque antes de cogitar da iluminação dos outros, deverá buscar a iluminação de si mesmo, no cumprimento de suas obrigações.
No Livro dos Espíritos:
625 – Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
No Livro Evolução para o Terceiro Milênio Parte IV capitulo 6
Urge a renovação íntima, a Presença Divina, a adesão aos ensinos do Cristo, a pratica do estudo e do serviço útil (caridade), a oração e na meditação – a vida interior em nível superior com um ideal de elevação a planos mais altos.
6-qual caminho a seguir? O caminho da transformação interna é único, mas admite várias formulações humanas. Bastaria, por exemplo, dizer: seja bom e cumpra seus deveres. Surge logo,porem, o problema: como fazer isso? Disse o mestre da humanidade: “eu sou o caminho, a verdade e a vida” – é pelo estudo e pratica dos ensinamentos morais contidos no Evangelho que se poderá ser bom e cumprir os deveres. Por mais que se examine essa questão e se confrontem preceitos e lições, outros mais gerais e simples, embora tão profundos, não se encontram em parte alguma. Além disso, a experiência provou que eles são válidos e funcionais, hoje que se dispõe de numerosos elementos comprobatórios.
A outra maneira consistente de formular a orientação para a renovação espiritual consiste em afirmar que tudo se resume na luta pela aquisição do amor, absolutamente indispensável à vida normal do homem sadio. As dificuldades têm inicio logo que se pergunta: “o que é amor?” A resposta só será dada no fim deste volume, mas se praticarmos a cordialidade, tratando os outros com urbanidade; a solidariedade, sentindo participar das dores e necessidades alheias; e a cooperação, trabalhando para o bem comum – estaremos revelando possuir amor e isso basta para dar cumprimento à Lei e evoluir no plano material. Contudo, o ser inteligente (ou Espírito, segundo Kardec) precisa compreender o que se passa nele e saber o que faz. É necessário justificar-se perante si mesmo e a vida, ser consciente e responsável.
No livro O Consolador:
337 – “Concilia-te depressa com o teu adversário” – Essa é a palavra do Evangelho, mas se o adversário não estiver de acordocomo bom desejo defraternidade, como efetuar semelhante conciliação?
-Cumpra cada qual o seu dever evangélico, buscando o adversário para a reconciliação precisa, olvidando a ofensa recebida. Perseverando a atitude rancorosa daquele, seja a questão esquecida pela fraternidade sincera, porque o propósito de represália, em si mesmo, já constitui numa chaga viva para quanto o conservam no coração.
351 –Como entender o “amor a nós mesmos”, segundo a fórmula do Evangelho?
-O amor a nós mesmos deve ser interpretado como a necessidade de oração e de vigilância, que todos os homens são obrigados a observar.
Amar a nós mesmos não será a vulgarização de uma nova teoria de auto-adoração. Para nós outros, a egolatria já teve o seu fim, porque o nosso problema é de iluminação íntima, na marcha para Deus. Esse amor, portanto, deve traduzir-se em esforço próprio, em auto-educação, em observação do dever, em obediência às leis de realização e de trabalho, em perseverança na fé, em desejo sincero de aprender com o único Mestre, que é Jesus-Cristo.
Quem se ilumina, cumpre a missão da luz sobre a Terra. E a luz não necessita de outros processos para revelar a verdade, senão o de irradiar espontaneamente o tesouro de si mesma.
Necessitamos encarar essa nova fórmula de amor a nós mesmos, conscientes de que todo bem conseguido por nós, em proveito do próximo, não é senão o bem de nossa própria alma, em virtude da realidade de uma só lei, que é a do amor, e um só dispensador dos bens, que é Deus.
275 –Os cinco livros maiores da Bíblia encerram símbolos especiais para a educação religiosa do homem?
-Todos os documentos religiosos da Bíblia se identificam entre si, no todo, desde a primeira revelação com Moisés, de modo a despertar no homem as verdadeiras noções do seu dever para com os semelhantes e para com Deus.
No Livro Palavras da vida eterna no capitulo 15 – NO ROTEIRO DA FÉ
“Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.” Jesus – LUCAS 9:23
O aviso do Senhor é insofismável.
“Siga-me” – diz o Mestre.
Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.
Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.
Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita.
Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado à demonstração de todas as virtudes.
Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da própria sublimação.
Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integração com o Benfeitor Eterno.
E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposição de buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando desapontamento e amargura.
O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.
Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos, muitas vezes escabrosos. Daí o recomendar-nos: – “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me”.
Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta corajosamente as consequências dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo.
Não olvides que há muita diferença entre seguir o Cristo e seguir os cristãos.
Renuncia-se a si mesmo: Nossas maiores preocupações (abrir mão do que me agrada e se dedicar a coisas melhores);
Toma sua cruz: o que é difícil para nós (são as provas);
E me siga: curar, expulsar demônio e evangelizar.
No livro O Consolador
364 – O espiritista para evoluir na Doutrina necessita estudar e meditar por si mesmo, ou será suficiente frequentar as organizações doutrinárias, esperando a palavra dos guias?
-É indispensável a cada um o esforço próprio no estudo, meditação, cultivo e aplicação da Doutrina, em toda a intimidade de sua vida.
A frequência às sessões ou o fato de presenciar esse ou aquele fenômeno, aceitando-lhe a veracidade, não traduz aquisição de conhecimentos.
Um guia espiritual pode ser um bom amigo, mas nunca poderá desempenhar os vossos deveres próprios, nem vos arrancar das provas e das experiências imprescindíveis à vossa iluminação.
Daí surge a necessidade de vos preparardes individualmente, na Doutrina, para viverdes tais experiências com dignidade espiritual, no instante oportuno
No Evangelho segundo o Espiritismo no Capítulo 17 Sede Perfeitos – 7 – O Dever diz:
O dever reflete, na prática, todas as virtudes morais; é uma fortaleza da alma que enfrenta as angústias da luta; é severo e dócil; pronto para dobrar-se às diversas complicações, mas permanece inflexível perante suas tentações. O homem que cumpre seu dever ama mais a Deus do que às criaturas, e às criaturas mais do que a si mesmo. É, ao mesmo tempo, juiz e escravo em sua própria causa.
Livro dos espíritos 893
893 – Qual a mais meritória de todas as virtudes?
“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”
No livro Nosso Lar capitulo 12 diz:
“O Umbral – continuou ele (Lísias), solícito – começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.
Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai; entretanto, ao recapitular experiências no planeta, é muito difícil fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica a economia da vida. Pois bem: todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo à obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada”.
“– Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores.
Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, ao invés de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão. Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições? O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena”.
Lembrar-se do livro trajetória de uma alma.
No livro Os Mensageiros no capitulo 6
Desde as primeiras tarefas do Espiritismo renovador, “Nosso Lar” tem enviado diversas turmas ao trabalho de disseminação de valores educativos. Centenas de companheiros partem daqui anualmente, aliando necessidades de resgate ao serviço redentor; mas ainda não conseguimos os resultados desejáveis. Alguns alcançaram resultados parciais nas tarefas a desenvolver, mas a maioria tem fracassado ruidosamente. Nossos institutos de socorro debalde movimentam medidas de assistência indispensável. Raríssimos conquistam algum êxito nos delicados misteres da mediunidade e da doutrinação.
Outras colônias de nossa esfera providenciam tarefas da mesma natureza, mas pouquíssimos são os que se lembram das realidades eternas, no “outro lado do véu”… A ignorância domina a maioria das consciências encarnadas. E a ignorância é mãe das misérias, das fraquezas, dos crimes. Grandes instrutores, nos fluidos da carne, amedrontam-se por sua vez, diante dos atritos humanos, e se recolhem, indevidamente, na concepção que lhes é própria. Esquecem-se de que Jesus não esperou que os homens lhe atingissem as glórias magnificentes e que, ao invés, desceu até ao plano dos homens para amar, ensinar e servir. Não exigiu que as criaturas se fizessem imediatamente iguais a Ele, mas fez-se como os homens, para ajudá-los na subida áspera.
E, com profundo brilho no olhar, Telésforo acentuou, depois de pequeno Intervalo:
— Se o Mestre Divino adotou essa norma, que dizer das nossas obrigações de criaturas falidas?
Abstraindo-nos das necessidades imensas de outros grupos, procuremos identificar as falhas existentes naqueles que nos são afins.
Em derredor de nós mesmos, os laços pessoais constituem extenso campo de atividade para o testemunho.
Cesse, para nós outros, a concepção de que a Terra é o vale tenebroso, destinado a quedas lamentáveis, e agasalhemos a certeza de que a esfera carnal é uma grande oficina de trabalho redentor. Preparemo-nos para a cooperação eficiente e indispensável. Esqueçamos os erros do passado e lembremo-nos de nossas obrigações fundamentais.
A causa geral dos desastres mediúnicos é a ausência da noção de responsabilidade e da recordação do dever a cumprir.
Quantos de vós fôstes abonados, aqui, por generosos benfeitores que buscaram auxiliar-vos, condoídos de vosso pretérito cruel? Quantos de vós partistes, entusiastas, formulando enormes promessas? Entretanto, não soubestes recapitular digna-mente, para aprender a servir, conforme os desígnios superiores do Eterno. Quando o Senhor vos enviava possibilidades materiais para o necessário, regressáveis à ambição desmedida; ante o acréscimo de misericórdia do labor intensificado, agarrastes a idéia da existência cômoda; junto às experiências afetivas, preferistes os desvios sexuais; ao lado da família, voltastes à tirania doméstica, e aos interesses da vida eterna sobrepusestes as sugestões inferiores da preguiça e da vaidade. Destes-vos, na maioria, à palavra sem responsabilidade e à indagação sem discernimento, amontoando atividades inúteis. Como médiuns, muitos de vós preferíeis a inconsciência de vós mesmos; como doutrinadores, formuláveis conceitos para exportação, jamais para uso próprio.
Que resultado atingimos? Grandes massas batem às fontes do Espiritismo sagrado, tão só no propósito de lhe mancharem as águas. Não são procuradores do Reino de Deus os que lhe forçam, desse modo, as portas, e sim caçadores dos interesses pessoais. São os sequiosos da facilidade, os amigos do menor esforço, os preguiçosos e delinquentes de todas as situações, que desejam ouvir os Espíritos desencarnados, receosos da acusação que lhes dirige a própria consciência. O fel da dúvida invade o bálsamo da fé, nos corações bem intencionados. A sêde de proteção indevida azorraga os seguidores da ociosidade. A ignorância e a maldade entregam-se às manifestações Inferiores da magia negra.
Tudo porque, meus irmãos? Porque não temos sabido defender o sagrado depósito, por termos esquecido, em nossos labores carnais, que Espiritismo é revelação divina para a renovação fundamental dos homens. Não atendemos, ainda, como se faz indispensável, à construção do “Reino de Deus” em nós.
Contudo, não abandonemos nossos deveres a meio da tarefa. Voltemos ao campo, retificando as semeaduras. O Ministério da Comunicação vem incentivando esse movimento renovador. Necessitamos de servidores de boa vontade, leais ao espírito da fé. Não serão admitidos os que não desejarem conhecer a glória oculta da cruz do testemunho, nem atendem aqui os que se aproximem com objetivos diferentes…
Aqui estamos todos, companheiros da Comunicação, endividados com o mundo, mas esperançosos de êxito em nossa tarefa permanente. Levantemos o olhar. O Senhor renova diariamente nossas benditas oportunidades de trabalho, mas, para atingirmos os resultados precisos, é imprescindível sejamos seguidores da renunciação ao inferior. Nenhum de nós, dos que aqui nos encontramos, está livre do ciclo de reencarnações na Crosta. Todos, portanto, somos sequiosos de Vida Eterna. Não olvidemos, desse modo, o Calvário de Nosso Senhor, convictos de que toda saida dos planos mais baixos deve ser uma subida para a esfera superior. E ninguém espere subir, espiritualmente, sem esforço, sem suor e sem lágrimas!…
No Livro Sinal Verde 17 – DEVER E TRABALHO
O compromisso de trabalho inclui o dever de associar-se a criatura ao esforço de equipe na obra a realizar.
Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade.
Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove às tarefas consideradas maiores.
A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.
Quem escarnece da obra que lhe honorifica a existência, desprestigia a si mesmo.
Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação.
Na formação e complementação de qualquer trabalho, é preciso compreender para sermos compreendidos.
Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.
No Livro Vivendo o evangelho 221 – Deveres do coração
Você trabalha.
Executa a tarefa.
Mas normas de serviço não obrigam à caridade.
Você dirige.
Obedece aos sinais.
Mas regras de trânsito não obrigam ao perdão.
Você leciona.
Aplica o método de ensino.
Mas pedagogia não obriga à misericórdia.
Você negocia.
Paga impostos.
Mas contrato não obriga à humildade.
Você escreve.
Respeita a língua.
Mas gramática não obriga à abnegação.
Você administra.
Sujeita-se à disciplina.
Mas estatuto não obriga ao devotamento.
Você convive.
Trata bem todos.
Mas etiqueta não obriga ao amor sem exigências.
Obrigações materiais regem-se pelas leis humanas. Obrigações morais dependem de você.
OS deveres do coração, calçados nas lições de Jesus, são assunto de sua consciência, fora do alcance da legislação dos homens. Contudo, a menor dívida quanto a eles é da alçada do Código Divino que usa o anestésico da misericórdia, mas não esquece o bisturi da justiça.
No Livro Instruções Psicofônicas capitulo 55
É por isso que oferecemos, despretensiosamente, aos companheiros, alguns lembretes, que consideramos de importância na garantia de nossa concentração espiritual.
1º — Não olvide, fora do santuário de sua fé, o concurso respeitável que compete a você dentro dele.
2º — Preserve seus ouvidos contra as tubas de calúnia ou da maledicência, sabendo que você deve escutar para a construção do bem.
3º — Não empreste seu verbo a palavras indignas, a fim de que as sugestões da Esfera Superior lhe encontrem a boca limpa.
4º — Não ceda seus olhos à fixação das faltas alheias, entendendo que você foi chamado a ver para auxiliar.
5º — Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradável ou constrangedor lhe pareça, reconhecendo que a educação não surge sem disciplina.
6º — Aprenda a encontrar tempo para conviver com os bons livros, melhorando os próprios conhecimentos.
7º — Não se entregue à cólera ou ao desânimo, à leviandade ou aos desejos infelizes, para que a sua alma não se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da oração.
8º — Caminhe no clima do otimismo e da boa-vontade para com todos.
9º — Não dependure sua imaginação no cinzento cabide da queixa e nem mentalize o mal de ninguém.
10º — Cultive o auxílio constante e desinteressado aos outros, porque, no esquecimento do próprio “eu”, você poderá então concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que, desse modo, o seu pensamento erguer-se-á, vitorioso, para servir em nome de Deus.
Livro Opinião espírita Capitulo 7
O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes.
Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura.
Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros.
Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifuidade, incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão.
Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem.
Claro, mas não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros.
Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza.
Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra.
Calmo, mas não tão sossegado que se afogue em preguiça.
Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio.
Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se.
Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
“Conhece-te a ti mesmo” – diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.
No livro Depois da Morte de Leon Diniz diz:
O homem não deve isolar-se de seus semelhantes. Convém, entretanto, escolher suas relações, seus amigos, empenhar-se por viver num meio honesto e puro, onde só reinem boas influências.
Evitemos as conversas frivolas, os assuntos ociosos, que conduzem à maledicência. Digamos sempre a verdade, quaisquer possam ser os resultados. Retemperemo-nos fre-qüentemente no estudo e no recolhimento, porque assim a alma encontra novas forças e novas luzes. Possamos dizer, ao fim de cada dia: Fiz hoje obra útil, alcancei alguma vantagem sobre mim mesmo, assisti, consolei desgraçados, esclareci meus Irmãos, trabalhei por torná-los melhores; tenho cumprido o meu dever!
No Livro O Céu e o Inferno diz:
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo d’alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume “no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo”.
No Evangelho segundo o Espiritismo no Capítulo 17 Sede Perfeitos – 7 – O Dever diz:
O dever é o mais belo laurel* da razão; provém dela, como um filho nasce de sua mãe. O homem deve amar o dever, não porque o preserve dos males da vida, aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas sim por dar à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e se irradia, sob forma mais elevada, em cada uma das etapas superiores da Humanidade; a obrigação moral da criatura para com Deus nunca cessa; ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, pois quer que a beleza de sua obra resplandeça perante Ele.
Lazaro – Paris, 1863
A vontade
No livro O Céu e o Inferno diz:
O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
17º – O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
No livro dos Espíritos
909 – Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?
“Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
Livro dos Médiuns 131 “Vontade é atributo essencial do Espírito, é do ser pensante.”
Livro Mecanismo da Mediunidade Cap.11 – Onda mental.
E para manejar as correntes mentais, em serviço de projeção das próprias energias e de assimilação das energias alheias, dispõe a alma, em si, da alavanca da vontade, por ela vagarosamente construída em milênios e milênios de trabalho automatizante.
A principio adstrita aos círculos angustos do primitivismo, a vontade, agarrada ao instinto de preservação, faz do Espírito um inveterado monomaníaco do prazer inferior.
No Livro Evolução para o Terceiro Milênio Parte IV capitulo 6
1. Acabamos de anotar que o universo é regido por um conjunto de princípios que funcionam automaticamente. Homens e mulheres são espíritos imortais encarnados em trabalho de auto-aperfeiçoamento, que objetiva alcançar uma vida mais ampla e feliz. A grande maioria negará isso, preferindo acreditar na desordem e na injustiça aparentes no plano material. A verdade, porém, é que todos acabarão reconhecendo tal fato e começarão a esforçar-se por progredir individualmente; até chegar esse momento , a Lei promove as condições propícias ea pessoa vai sendo empurrada para a frente, seja como for.
Precisa, já foi dito, o Espírito percorrer a dupla via do progresso espiritual: intelectual (conhecimento, sabedoria) e moral(amor, virtude), ou inteligência e sentimento. Por isso, a vida terrena é a escola da perfeição possível neste plano. É, pois,um erro considerar a encarnação como castigo; ela é antes uma necessidade para o espírito. Cumprindo o seu programa de serviços,que todos trazem ao nascer; trabalhar pelo próprio adiantamento por meio da atividade e da inteligência que precisa empregar para conseguir os seus fins e viver bem. Passa a encarnação a ser castigo ou expiação,quando, depois de recomeçar a tarefa e multiplicar existência, cada vez mais difíceis;daí inúmeras vidas serem meras repetições em condições crescentemente árduas.
O ser humano atingiu cabedal intelectual. Sua inteligência e seu acervo de conhecimentos positivos são tão grandes que ele já pisou a crosta lunar algumas vezes (primeiro em 20 de julho de 1969), assiste televisão diretamente da Lua e dispõe de provas cientificas da existência do espírito como entidade distinta e sobrevivente ao corpo. Desenvolvida a razão – e com ela o raciocínio, a compreensão e o discernimento – podendo criticar e selecionar, crescem o livre arbítrio e a responsabilidade. É verdade que o progresso moral não acompanha o progresso intelectual; mas isso deve-se à vontade individual, que leva a querer permanecer nos velhos caminhos já muito percorridos no passado. Podemos decidir por si mesmo a enfrentar as consequências do que faz, não é lícito esperar receber tudo pronto quando se trata do próprio crescimento espiritual. A educação externa é muito importante, mas quando a pessoa já pode caminhar sozinha precisa assumir a direção do aprimoramento de si mesma. Ao atingir certo grau de evolução racional, ninguém poderá abandonar tal tarefa por muito tempo. O motivo é que cada filho de Deus recebeu a incumbência de construir a própria personalidade, que deve ser produto de seus esforços pessoais: não haverá felicidade nem paz sem mérito conquistado por meio da atividade individual. Tal é o objetivo da vida na Terra: renovara a mente, aperfeiçoar o espírito. Tolice é argumentar que o espírito é eterno e as vidas sucessivas, pelo que o esforço evolutivo pode ser deixado para outra existência; à medida que o tempo passa, a ociosidade vai complicando cada vez mais a situação do indolente.
2 – A instrução transmitida por outros é útil, mas passa a ser mero auxiliar por não poder fornecer tudo quanto é necessário. Nessa fase de plena consciência, o espírito maneja os elementos educativos que recebe de fora segundo sua maneira de entender e integra-os, a seu modo, no quadro de conhecimentos que possua. Para consegui-lo, precisa ter vontade porque o interesse é a mola de tudo na vida. Portanto, “plena consciência” e “vontade” são indispensáveis à autoeducação. Quando está maduro para a reforma interior, o espírito sente-se impelido para frente e põe- se a procurar novos elementos com o fito de ampliar suas aquisições.
3- O propósito deste trabalho é fornecer materiais racionais pra ajudar a auto-reforma de quem a esteja buscando; a vida, posteriormente, tratará de por a prova o que for aprendido afim de que seja assimilado mediante a vivência. Dirigimo-nos, portanto, aqueles que reconhece suas necessidades espirituais, que identificam valores imateriais no mundo material e entram a procurar satisfazer os anseios íntimos, daí derivados, por meio do estudo, da pratica do bem e de uma vida mais regrada. Afirmar os mentores da Espiritualidade que reconhecer a própria situação interior já é um sinal favorável de adiantamento, visto conduzir à busca do aperfeiçoamento, moral. Para aqueles que mantêm toda a atenção e atividade concentradas na vida material de cada dia, conhecimentos espiritualizantes serão, no máximo, sementes para o futuro desenvolvimento; no momento, só serviriam para perturbá-los e, por isso, devemos deixá-los em paz para que a vida os modifique. Tão- somente aos primeiros é útil conhecer o motivo de suas ações porque podem aceitar novas normas de ação, receber valores superiores e, com isso, dar um passo á frente no progresso espiritual.
Os deveres do Espírita
Indalício Mendes
Todo aquele que aceita a Doutrina Espírita assume o grave compromisso de Solidariedade, irmã gêmea da Responsabilidade. Elas andam sempre juntas.
O espírita verdadeiro não tem o direito de desconhecer os princípios básicos da Doutrina, porque, se não os conhece, não pode considerar-se propriamente um espírita.
É tão grande a responsabilidade do espírita que ele não pode desvencilhar-se da responsabilidade que, mais do que antes, decorre dos seus atos e palavras. Quem está integrado na Doutrina e sabe respeitá-la, transforma-se numa força atuante, positiva, no ambiente em que viva. Não é passivo nem dissimulado, não é indiferente nem apático. Pelo contrário, a sua integração nos postulados doutrinários confere-lhe a faculdade de se mostrar sempre ativo e franco, honesto e positivo, bem humorado e discreto. Todavia, a sua franqueza hão deve ser rude, contundente e negativa. Para ser útil, precisa mostrar-se amena, educativa e construtiva.
Há mil maneiras de se dizer e demonstrar o que nos vai na alma. Entre essas maneiras, há a que nunca se separa da compreensão, da tolerância, do comedimento, da sinceridade e, sobretudo da verdade simples.
O espírita tem o dever de policiar mais os seus atos e palavras do que os alheios, sem que isto importe em estimular, pela omissão ou tibieza, a má ação de que tenha conhecimento. Queremos dizer: se enérgico em profligar o que não lhe parece bem, quando feito por seus semelhantes, bem mais enérgico quando analisar os próprios atos e palavras.
Nunca o “conhece-te a ti mesmo” foi mais necessário do que em nossos dias. O espírita, antes de pensar reformar os outros, deve começar a reformar-se a si mesmo.
O exemplo é que define a legitima personalidade da criatura humana.
A Doutrina Espírita é um roteiro de auto-educação. Seu primacial objetiva é tornar cada
um de nós melhor, mais .humano, mais compreensivo, mais cristão. O mundo está cheio de cristãos sem Cristo, isto é, de criaturas que se intitulam cristãs quando não o são, porquanto não procedem consoante as lições do Mestre.
A Doutrina codificada por Allan Kardec educa, reforma, eleva, redime. Tudo, porém, depende de nós. Jesus veio dar-nos ensinamentos e exemplos para que saibamos buscar a salvação pelo nosso próprio esforço. Esta é a verdade. A sua missão na Terra foi grandiosa, sublime, incomparável. Desvirtuaram-na, deixaram-na ficar na superfície da pele, quando ela deveria alojar-se no coração humano.
A Doutrina Espírita está restabelecendo, a pouco e pouco, o domínio da idéia cristã na vida do homem, ensinando-o a compreender a razão da existência terrena, a necessidade retificadora da dor, o mapa cármico e sua ligação com e problema da reencarnação.
A solidariedade sadia é fraternidade cristã. “O Espiritismo amplia a noção de fraternidade. Demonstra por meio de fatos que ela não é unicamente um mero conceito, mas uma lei fundamental da Natureza, lei cuja ação se exerce em todos os planos da evolução humana, assim no ponto de vista físico como no espiritual, no visível como no invisível. Por sua origem, pelos destinos que lhes são traçados, todas as almas são irmãs. Assim, essa fraternidade, que os messias proclamaram em todas as grandes épocas da História, encontra no ensino dos Espíritos uma base nova e uma sanção. Não é mais a inerte e banal afirmação na fachada dos nossos monumentos, é a fraternidade palpitante das almas que emergem, conjuntas, das obscuridades do abismo, e palmilham o calvário das existências dolorosas; é a iniciação comum no sofrimento; é a reunião final na plena luz.” (Léon Denis.)
Solidariedade e responsabilidade são elos de uma mesma corrente. A vida nos mostra a todos os instantes que o auxílio mútuo se afirma eloqüentemente como força de coesão da existência moral. Essa é também uma imposição biológica a que ninguém escapa, nem, os mais fracos nem os mais fortes.
Todos somos como que elementos moleculares da vida de relação, na vida social, na vida espiritual. Isto esclarece a razão das pequenas e grandes coletividades, quer entre os chamados irracionais, quer entre os ditos racionais.
O instinto desempenha papel preponderante na aglutinação do seres. Mas só a educação facilita, com acerto, o disciplinamento do instinto. Ela refina o sentimento e prepara o homem para uma vida progressivamente mais compreensiva e melhor. Todavia, não podemos eximir-nos às conseqüências da Lei de Causa e Efeito, que é a bússola do Carma. Do nosso comportamento, em face dessa lei, depende a felicidade que ambicionamos.
O Espiritismo educa o homem para uma vida mais simples e sadia. O Espiritismo respeita a personalidade humana, porque lhe reconhece o livre-arbítrio, acatando-o. Nada impõe, nada exige, nada reclama. Mostra o roteiro e ensina como se pode segui-lo.
Eminentemente democrática, a Doutrina Espírita envolve toda a Humanidade, mas são os humildes e sofredores que nela encontram mais depressa o bálsamo para as suas dúvidas e aflições. Respeitando a liberdade da pessoa humana o Espiritismo afirma a necessidade de deixar ao homem, depois de esclarecido, a decisão dos rumos que desejar tomar, convencido, como diz Kardec, que, “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas a épocas da Humanidade”.
Com a Doutrina Espírita, o homem se torna senhor do seu destino.
(Reformador de maio de 1964)