Instinto, Sensação e Sentimento, palestra 26.0824
Instinto, Sensação e Sentimento
CELC – 26.08.24 – Fernando
Introdução
Esta palestra refere-se ao trecho do Livro Evangelho Segundo Espiritismo Capítulo 11. 8
8. O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.
Nesse trecho mostra o progresso do espírito e quando fala em progresso remetemos a evolução do ser, nesse pensamento Emmanuel diz no livro O Consolador
79 – Como interpretar nosso parentesco com os animais?
Considerando que eles igualmente possuem diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, através de numerosas experiências chegarão, um dia, ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de angelitude. A escala do progresso é sublime e infinita. No quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busquemos uma figura que nos convoque ao sentimento de solidariedade e de amor que deve imperar em todos os departamentos da natureza visível e invisível. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal.
Livro Evolução em dois mundos
Capitulo 3 – EVOLUÇÃO NO TEMPO — É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potên-cias Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.
Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos. Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a Civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisiopsicossomática do espírito humano as aquisi-ções morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica (6).
Capitulo 4 – EVOLUÇÃO E PRINCÍPIOS COSMOCINÉTICOS — Os dias da Criação, assinaladas nos livros de Moisés, equivalem a épocas imensas no tempo e no espaço, porque o corpo espiritual que modela o corpo físico e o corpo físico que representa o corpo espiritual constituem a obra de séculos numerosos, pacientemente elaborada em duas esferas diferentes da vida, a se retomarem no berço e no túmulo com a orientação dos Instrutores Divinos que supervisionam a evolução terrestre.
Com semelhante enunciado não diligenciamos, de modo algum, explicar a gênese do espírito, porque isso, por enquanto, implicaria arrogante e pretensiosa definição do próprio Deus.
Propomo-nos simplesmente salientar que a lei da evolução prevalece para todos os seres do Universo, tanto quanto os princípios cosmocinéticos, que determinam o equilíbrio dos astros, são, na origem, os mesmos que regulam a vida orgânica, na estrutura e movimento dos átomos.
Leon Diniz Diz “A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”
No mundo maior
Capitulo 4
Por mais esforços que envidemos por simplificar a exposição deste delicado tema, o retrospecto que a respeito fazemos sempre causa perplexidade. Quero dizer, André, que o princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, caminha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas
protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência… Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão. Nessa penosa romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós. Estamos, em todas as
épocas, abandonando esferas inferiores, a fim de escalar as superiores. O cérebro é o órgão sagrado de manifestação da mente, em trânsito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana.
114 – Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?
– São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior.
116 – Há Espíritos que permanecerão perpetuamente nas ordens inferiores?
– Não; todos se tornarão perfeitos. Eles mudam de ordem, mas lentamente; porque, como já dissemos de outra vez,um pai justo e misericordioso não pode banir eternamente seus filhos. Pretenderias pois, que Deus, tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior que vós mesmos?
Gabriel Delanne no livro A Evolução Anímica Capitulo II – A Alma Animal
A evolução
Se tivermos bem de vista os fatos citados, a respeito dos selvagens, compreenderemos melhor ainda a marcha ascendente do princípio pensante, a partir das mais rudimentares formas da animalidade, até atingir o máximo do seu desenvolvimento no homem.
Os povos primitivos aí estão, como vestígios que demonstra as fases do processo transformista. Não esqueçamos que estes seres, que se nos figuram tão degradados, são, ainda assim, superiores ao nosso ancestral da época quaternária, e poderemos, então, compreender que não há diferença essencial entre a alma animal e a nossa. Os diversos graus observados nas manifestações inteligentes, à medida que remontamos à série dos seres animados, são correlativos ao desenvolvimento orgânico das formas. Tanto mais o corpo se torna flexível, maneável, quanto mais as partes se lhe diferenciam e mais facilidades encontra a inteligência em exercitar-se, de sorte que, assim, sobe, da movera ao homem, sem hiatos nem solução de continuidade assinalável.
Havendo focalizado o desenvolvimento intelecto-animal, veremos agora que, no concernente aos sentimentos, eles nos oferecem surpreendente analogia.
Concluímos que estamos sempre evoluindo e a evolução é uma lei de natural (DEUS)
INSTINTO
Com a ideia de evolução vamos ver o que é o instinto como diz no trecho do livro evangelho “No seu ponto de partida o homem não tem senão instintos”
Livro dos espiritos
115 – Entre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
– Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência. Deu a cada um determinada missão com o fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e para aproximá-los dele. A felicidade eterna e pura é para aqueles que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Alguns aceitam essas provas com submissão e alcançam mais prontamente o fim de sua destinação. Outros não as suportam senão murmurando e, por suas faltas, permanecem distanciados da perfeição e da felicidade prometida.
Definição
Significado de Instinto s.m. Impulso natural: instinto de conservação. Primeiro movimento que dirige o homem e os animais em seu procedimento. Tendência; aptidão inata. loc. adv. Por instinto, por uma espécie de intuição; sem reflexão: ele agiu por instinto. http://www.dicio.com.br/instinto/
Instinto designa, em psicologia, etologia, biologia e outras ciências afins, predisposições inatas para a realização de determinadas sequências de ações (comportamentos) caracterizadas sobretudo por uma realização estereotipada, padronizada, predefinida. Devido a essas características, supõe-se uma forte base genética para os instintos, ideia defendida já por Darwin.1 Os mecanismos que determinam a influência genética sobre os instintos não são completamente compreendidos, uma vez que se desconhecem as estruturas genéticas que determinam sua hereditabilidade[carece de fontes].
O termo “instinto” foi usado nas primeiras traduções da obra de Freud para o inglês a fim de traduzir o termo alemão Trieb. Esse uso do termo “instinto” não corresponde ao conceito psicanalítico e foi, por isso, substituído pelo termo mais próprio pulsão (em inglês, drive).1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Instinto
No Livro de Gabriel Delanne – A Evolução Anímica
Capitulo 3 – Inteligência e instinto
O instinto
O instinto é a mais baixa forma, mediante a qual manifesta-se a alma. Já vimos que o animal tem uma tendência para reagir contra o meio exterior, e que a sensação lhe determina emoções de prazer ou de dor. Procurando umas e fugindo doutras, ele realiza atos instintivos, que se traduzem por ações reflexas de que pode ter consciência sem poder, muitas vezes, impedi-las, mas que se adaptam admiravelmente à sua existência (62). Assim, na lebre que dispara ao menor ruído, o movimento de fuga é involuntário, inconsciente, em parte reflexo, em parte instintivo, mas é, sobretudo, um movimento adaptado à vida do animal, tendo por finalidade a sua conservação. Para ele não há que escolher, foge fatalmente, porque os seus antepassados outro tanto fizeram em milhões de gerações; e é só na fuga que pode encontrar salvação.
Se destarte examinássemos todos os movimentos reflexos de conjunto, a conduta, a atitude dos animais, neles encontrariamos sempre os dois característicos da ação reflexa simples – a fatalidade e a finalidade.
O meio exterior em que vive cada animal excita, por sua atuação no aparelho sensorial, uma dupla série de efeitos: em primeiro lugar, uma sequencia de ações corporais reflexas; depois, uma classe de manifestações mentais correspondentes.
Já vimos que as ações mentais são vagas, primitivas, estreitamente limitadas ao organismo e seu ambiente.
Por outro lado, tendo cada família de animais a sua estrutura peculiar e quase idêntica para cada indivíduo do mesmo grupo, essa estrutura própria exige determinadas condições de existência física, as mesmas para todos.
Segue-se daí que ações e reações são sempre as mesmas, mais ou menos, para uma espécie e, por consequência, que provocam as mesmas operações intelectuais obscuras.
Essas operações, incessantemente repetidas, incrustam-se de alguma sorte no perispírito, que petrifica, por assim dizer, o aparelho cérebro-espinhal ou os gânglios que lhe equivalem nos seres inferiores, assim chegando a fazer parte do animal.
A aptidão para manifestar exteriormente essas operações, que se acabam tornando inconscientes, é transmitida por hereditariedade – diz a ciência -, perispiritualmente, dizemos nós, por isso que se trata, só, de seres modificados, que vêm habitar novos corpos.
Tal é, ao nosso ver, a gênese dos instintos naturais primitivos.
Ir nessa categoria que se colocam os instintos, cujo objetivo é: nutrição, conservação, reprodução.
Ao estado rudimentar dos instintos naturais primitivos sucede, com o tempo e com a experiência, uma noção mais clara das relações do organismo com o seu ambiente.
A inteligência acaba adquirindo uma certa intuição do fim que, sob o aguilhão das excitações exteriores e interiores, o princípio espiritual coluna sem cessar.
A inteligência um tanto desprendida do meio perispiritual grosseiro, intervém, portanto, para que o Espírito alicie, em proveito dos instintos naturais, melhor apropriação das condições ambientes.
Os instintos naturais são, portanto, mais ou menos modificados ou aperfeiçoados pela inteligência. (63)
Se as causas que acarretaram essas modificações são persistentes, vimos que elas se tornam inconscientes e se fixam no invólucro fluídico. Assim, ficam sendo verdadeiramente instintivas.
“Pouco a pouco, entretanto, diz Edmond Perrier (64), a consciência se amplia (segundo o grau de aperfeiçoamento cerebral), as ideias são mais claras, mais numerosas as relações compreendidas, a inteligência insinua-se mais nítida”.
“De começo, ela se mescla em todos os graus do instinto, até que lhe chega o momento de mascarar, mais ou menos, os instintos inatos, que é quando o que eles têm de fixo como que parece desaparecer sob a onda movediça das suas inovações”.
“O que se transmite por hereditariedade não é mais que a aptidão para conceber, quase inconscientemente, tal ou qual relação; é a aptidão para procurar e descobrir novas relações, até que possa, enfim, mostrar-se na maravilhosa florescência da razão humana.”
E como se torna compreensível este progresso, patrimonial de muitos milênios, quando admitimos a passagem da alma através da escala animal!
Como clara se torna a existência e a pertinácia dos instintos no homem! E que, na verdade, eles constituem, de qualquer maneira, os fundamentos da vida intelectual; são os mais prístinos e mais duradouros movimentos perispirituais que as incontáveis encarnações fixaram, incoercivelmente, em nosso invólucro fluídico, e, se o verdadeiro progresso consiste no domínio desses instintos brutais, infere-se que a luta seja longa, quão terrível, antes de conquistar esse poderio.
Era indispensável passasse o princípio espiritual por essas tramas sucessivas, a fim de fixar no invólucro as leis que inconscientemente regem a vida, e entregar-se, depois, aos trabalhos de aperfeiçoamento intelectual e moral, que o devem elevar à condição superior. A luta pela vida, por mais impiedosa nos pareça, é o meio único, natural e lógico para obrigar a alma infantil a manifestar as suas faculdades latentes, assim como o sofrimento é indispensável ao progresso espiritual.
E, a menos que vejamos na alma o efeito de um milagre, criação sobrenatural, é força reconhecer o magnífico encadeamento das leis que regem a evolução dos seres para um destino sempre melhor.
Temos assinalado o desenvolvimento dos instintos, à medida que o sistema nervoso se aperfeiçoa, nos invertebrados, mas essa ascensão torna-se ainda mais notória nos vertebrados. De fato, nestes, a gradação é simplesmente espantosa.
É de Leuret o seguinte quadro do peso médio do encéfalo em relação com o do corpo:
1 – Nos peixes a razão é de – 1 para 5.668
2 – Nos répteis – 1 para 1321
3 – Nas aves – 1 para 212
4 – Nos mamíferos – 1 para 186
Verifica-se, portanto, uma progressão contínua, à medida que ascendemos na escala; mas, tenhamos em vista a condicional de que esses pesos abranjam cada grupo, em bloco, e não tal ou tal espécie, examinada separativamente.
Porque, se há hoje um fato bem demonstrado, é o de o progresso animal operar-se não em linha única e reta, mas em linhas desiguais e paralelas.
Esses conceitos já nos dão ideia de instinto. No livro dos espíritos tem perguntas diretas sobre o Instinto de Conservação.
No Livro dos espíritos
605 – Considerando-se todos os pontos de contato existentes entre o homem e os animais, não se poderia pensar que o homem possui duas almas: a alma animal e a alma espírita e que, se não tivesse esta última, ele poderia viver como o animal, em outras palavras, que o animal é um ser semelhante ao homem, menos a alma espírita? Nãoresultaria disso que os bons e os maus instintos do homem seriam efeitos da predominância de uma dessas duas almas?
– Não, o homem não tem duas almas, mas o corpo tem seus instintos que são o resultado da sensação dos órgãos. Não há nele senão uma dupla natureza: a natureza animal e a natureza espiritual. Pelo seu corpo, ele participa da natureza dos animais e de seus instintos; por sua alma, ele participa da natureza dos Espíritos.
– Assim, além das suas próprias imperfeições, das quais o Espírito deve se despojar, tem ainda que lutar contra a influência da matéria?
– Sim, quanto mais é ele inferior, mais os laços entre o Espírito e a matéria são apertados. Não o vedes? Não, o homem não tem duas almas, a alma é sempre única em cada ser. A alma do animal e a do homem são distintas uma da outra, de tal sorte que a alma de um não pode animar o corpo criado para a outra. Mas se o homem não tem alma animal que, por suas paixões, o coloque ao nível dos animais, tem seu corpo que o rebaixa, frequentemente, até eles, porque seu corpo é um ser dotado de vitalidade que tem instintos, porém, ininteligentes e limitados ao cuidado de sua conservação.
O Espírito, encarnando-se no corpo do homem, lhe traz o princípio intelectual e moral que o torna superior aos animais. As duas naturezas presentes no homem dão às suas paixões duas fontes diferentes: uma provém dos instintos da natureza animal, outra das impurezas do Espírito, do qual ele é a encarnação e que se afina mais ou menos com a grosseria dos apetites animais. O Espírito, purificando-se, liberta-se pouco a pouco da influência da matéria, sob a qual ele se aproxima da brutalidade. Liberto dessa influência, ele se eleva à sua verdadeira destinação.
Na Revista Espírita 02/1862 traz uma ideia melhor Sobre os Instintos Sobre os instintos
(Sociedade Espírita de Paris. – Médium, senhora Costel).
Eu te ensinarei o verdadeiro conhecimento do bem e do mal que o Espírito confunde tão freqüentemente. O mal é a revolta dos instintos contra a consciência, esse tato interior e delicado que é o toque moral. Quais são os limites que os separam do bem que costeia por toda a parte? O mal não é complexo: ele é um, e emana do ser primitivo que quer a satisfação do instinto às expensas (Gastos; quantia que se paga por alguma coisa) do dever. O instinto, primitivamente destinado a desenvolver no homem animal o cuidado de sua conservação e de seu bemestar, é a única origem do mal; porque, persistindo mais violento e mais áspero em certas naturezas, impele-os a se apoderar do que desejam ou a concentrar o que possuem. O instinto, que os animais seguem cegamente, e que lhes é a própria virtude, deve ser, sem cessar, combatido pelo homem que quer se elevar e substituir o grosseiro instrumento da necessidade pelas armas finamente cinzeladas da inteligência. Mas, pense, o instinto não é sempre mal, e, frequentemente, a Humanidade lhe deve sublimes inspirações, por exemplo, na maternidade e em certos atos de devotamento, onde substitui, segura e prontamente, a reflexão.
Nota. Apesar de todo o nosso respeito pelo Espírito de Lázaro, que nos tem dado, tão freqüentemente, belas e boas coisas, nos permitimos não ser de sua opinião sobre estas últimas proposições. Pode-se dizer que há duas espécies de instintos: o instinto animal e o instinto moral. O primeiro, como o diz muito bem Lázaro, é orgânico; é dado aos seres vivos para a sua conservação e a de sua prole; é cego, e quase inconsciente, porque a Providência quis dar um contrapeso à sua indiferença e à sua negligência. Não ocorre o mesmo com o instinto moral que é o privilégio do homem; pode-se defini-lo assim: Propensão inata para fazer o bem ou o mal; ora, essa propensão prende-se ao estado de adiantamento, maior ou menor, do Espírito. O homem cujo Espírito já está depurado, faz o bem sem premeditação e como uma coisa muito natural, e é por isso que se admira sendo louvado. Não é, pois, justo dizer que “os homens que não são bons e devotados senão instintivamente, o são mal, e sofrem uma cega dominação que pode, de repente, precipitálos no abismo”. Aqueles que são bons e devotados instintivamente denotam um progresso realizado; aqueles que o são com intenção, o progresso está em vias de se cumprir, é porque há trabalho, luta, entre dois sentimentos; no primeiro a dificuldade está vencida; no segundo, é preciso vencê-la; o primeiro é como o homem que sabe ler e lê sem dificuldade, e quase sem disso desconfiar; o segundo é como aquele que soletra. Um, por ter chegado mais cedo, tem, pois, menos mérito do que o outro?
No Livro dos Espíritos Instinto e Inteligência
73 – O instinto é independente da inteligência?
– Não, precisamente, porque é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional e é por esse meio que todos os seres provêm às suas necessidades.
74 – Pode-se assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, quer dizer, precisar onde termina um e começa a outra?
– Não, porque frequentemente eles se confundem; mas se podem muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto e aqueles que pertencem à inteligência.
75 – É exato dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que aumentam as faculdades intelectuais?
– Não; o instinto existe sempre, mas o homem o negligencia. O instinto pode também conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre e, algumas vezes, com mais segurança que a razão. Ele não se transvia nunca.
– Por que a razão não é sempre um guia infalível?
– Ela seria infalível se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e o egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.
O instinto é uma inteligência rudimentar que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, enquanto que as da inteligência são o resultado de uma combinação e de um ato deliberado.
O instinto varia em suas manifestações, segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, quer dizer, à vontade e à liberdade.
No Livro A Gênese
Capitulo 3 – O INSTINTO E A INTELIGÊNCIA
11 – Que diferença há entre o instinto e a inteligência? Onde termina um e onde começa a outra? O instinto é uma inteligência rudimentar, ou é uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?
O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a sua conservação. No atos instintivos, não há nem reflexão, nem combinação e nem premeditação.
É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e a terra nutritiva; que a flor se abre e se fecha, alternativamente, segundo a necessidade; que as plantas trepadeiras se enrolam em torno do seu apoio, ou se engancham com as suas gavinhas. É pelo instinto que os animais são advertidos do que lhes é útil ou nocivo; que se dirigem, segundo as estações, para os climas propícios; que constroem, sem lições preliminares, com mais ou menos arte, segundo as espécies, camas macias e abrigos para a sua prole, engenhos para prender, na armadilha, a presa da qual se nutrem; que manejam, com destreza, armas ofensivas e defensivas de que estão providos; que os sexos se aproximam; que a mãe alimenta os seus pequenos, e que estes procuram o seio da mãe. Entre os homens, o instinto domina exclusivamente no início da vida; é pelo instinto que a criança faz os seus primeiros movimentos, que agarra o seu alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que ensaia falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos: tais são os movimentos espontâneos para evitar um perigo, para se afastar de um risco, para manter o equilíbrio; tais são, ainda, o pestanejo das pálpebras para atenuar o clarão da luz, a abertura maquinal da boca para respirar, etc.
12 – A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, segundo a oportunidade das circunstâncias. Incontestavelmente, é um atributo exclusivo da alma.
Todo ato maquinal é instintivo; aquele que denota a reflexão, a combinação, uma deliberação, é inteligente; um é livre, o outro não o é.
O instinto é um guia seguro, que jamais se engana; a inteligência, só pelo fato de ser livre, por vezes, está sujeita a erro.
Se o ato instintivo não tem o caráter do ato inteligente, apesar disso, revela uma causa inteligente, essencialmente previdente. Se se admite que o instinto tem a sua fonte na matéria, é preciso admitir que a matéria é inteligente, seguramente, mesmo mais inteligente e previdente do que a alma, uma vez que o instinto não se engana, ao passo que a inteligência se engana.
Se se considera o instinto uma inteligência rudimentar, como se explica que seja, em certos casos, superior à inteligência racional? Que possa dar a possibilidade de executar coisas que esta não pode produzir?
Se é o atributo de um princípio espiritual, que vem a ser esse princípio? Uma vez que o instinto desapareça, esse princípio estaria aniquilado? Se os animais não estão dotados senão do instinto, seu futuro é sem resultado; seus sofrimentos não têm nenhuma compensação. Isso não estaria conforme nem com a justiça e nem com a bondade de Deus (cap. II, nº 19).
13 – Segundo um outro sistema, o instinto e a inteligência teriam um único e mesmo princípio; chegado a um certo grau de desenvolvimento, que no início não teria senão as qualidades do instinto, sofreria uma transformação que lhe daria as da inteligência livre.
Se fora assim, no homem inteligente que perde a razão e não é mais guiado senão pelo instinto, a inteligência retornaria ao seu estado primitivo; e, quando recobrasse a razão, o instinto tornar-se-ia inteligente, e assim alternativamente, a cada acesso, o que não é admissível.
Aliás, a inteligência e o instinto, com freqüência, se mostram simultaneamente no mesmo ato. No andar, por exemplo, o movimento das pernas é instintivo; o homem coloca um pé diante do outro, maquinalmente, sem nisso pensar; mas, quando quer acelerar, ou moderar a sua marcha, levantar o pé ou desviar para evitar um obstáculo, há cálculo, combinação; ele age de propósito deliberado. O impulso involuntário do movimento é ato instintivo; a direção calculada do movimento é ato inteligente.O animal carnívoro é levado, pelo instinto, a se alimentar de carne; mas as precauções que toma, e varia segundo as circunstâncias, para apanhar a sua presa e a sua previdência das eventualidades, são atos da inteligência.
17 – Todas essas maneiras de encarar o instinto são necessariamente hipotéticas, e nenhuma tem um caráter suficiente de autenticidade para ser dada como solução definitiva. A questão, um dia, será certamente resolvida, quando se tiver reunido os elementos de observação que faltam agora; até lá, é preciso limitar-se a submeter as diversas opiniões ao cadinho da razão e da lógica, e esperar que a luz se faça; a solução que mais se aproximará da verdade será, necessariamente, aquela que melhor corresponda aos atributos de Deus, quer dizer, à soberana bondade e à soberana justiça (cap. II, nº 19).
19 – O homem que não agisse, constantemente, senão pelo instinto, poderia ser muito bom, mas deixaria dormir a sua inteligência; seria igual à criança que não deixasse as andadeiras e não soubesse se servir dos seus membros. Aquele que não domina as suas paixões pode ser muito inteligente, mas, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto se aniquila por si mesmo; as paixões não se domam senão pelo esforço da vontade.
Palestra Anette Guimarães O fardo com Jesus é mais leve Comentário da palestra Parte cérebro
Sistema analgésico central fica no cérebro arquicórtex produz substancia Área do cérebro chamada de
O arquicórtex é a parte mais primitiva do nosso cérebro, a que gerencia nossos mecanismos mais instintivos e primários ligados à autopreservação e à da própria espécie, como também o medo e a raiva. Ali está o controle de duas substâncias que, se ativadas, promovem o alívio da dor – a endorfina e a encefalina.
O neocórtex é a parte que tem evoluído à medida que evoluímos no conhecimento, nas relações interpessoais, nas emoções como a fraternidade, a confiança, o perdão, o amor. Oferece suporte nas atividades cognitivas e voluntárias.
No livro dos Espíritos
702 – O instinto de conservação é uma lei natural?
– Sem dúvida. Ele é dado a todos os seres vivos, qualquer que seja o grau de sua inteligência. Em uns, ele é puramente maquinal, em outros, ele é racional.
703 – Com qual objetivo Deus deu a todos os seres vivos o instinto de conservação?
– Porque todos devem concorrer para os objetivos da Providência. É por isso que Deus lhes deu a necessidade de viver. Aliás, a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres, e eles o sentem instintivamente sem se aperceberem.
845 – As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer, não são um obstáculo ao exercício do livrearbítrio?
– As predisposições instintivas são as do Espírito antes de sua encarnação. Conforme for ele mais ou menos avançado, elas podem solicitá-lo para atos repreensíveis, e ele será secundado nisso pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições, mas não há arrebatamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (361).
Sensação
“mais avançado e corrompido, só tem sensações”. Definição
Em epistemologia, a sensação é o impacto de um corpo exterior ao corpo de um animal no corpo do animal. Sensação é reação física do corpo ao mundo físico, sendo regida pelas leis da física, química, biologia, etc. que resulta na ativação das áreas primárias do cortéx cerebral.
Vivência simples, produzida pela ação de um estímulo (externo ou interno: luz, som, calor, etc.) sobre um órgão sensorial, transmitida ao cérebro através do sistema nervoso.
Nosso organismo recebe constantemente um número infinito de estímulos (sensações), sendo que interpretamos somente os necessários. Os estímulos (sensações) recebidos serão iguais para todos, o que muda é a percepção.
Embora por vezes se considere a sensação como o ponto de partida para a construção da experiência e do saber, ela não é, no entanto, um dado imediato da consciência: a sensação só se apresenta ao nosso espírito sob uma forma mais complexa, a forma de percepção. Apenas podemos falar de sensações nas percepções se as considerarmos em si mesmas, sem considerar o que significam.
As sensações principais do nosso corpo são: visuais, auditivas, tactivas, gustativas e olfativas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sensa%C3%A7%C3%A3o
Segundo dicionário online Sensação é s.f. Fisiologia. Psicologia. Processo através do qual um estímulo (interno ou externo) é capaz de causar um resultado determinado, provocando uma reação física ou emocional em: sensação de sede; sensação de cárcere. Conhecimento instantâneo e percebido a partir de uma intuição: tenho a sensação de aquele trabalho não vai durar. Percepção provocada por alguma situação comum: originar sensações. Figurado. Impressão moral; emoção. P.ext. Espanto que resulta de determinada agitação: o boato que causou sensação. (Etm. do latim: sansatio.onis/ francês: sensation)
http://www.dicio.com.br/sensacao/
No livro de Gabriel Delanne – A Evolução Anímica Capitulo 4 – Sensação
Sensação e percepção
Neste estudo e no subsequente, recorreremos às investigações dos cientistas contemporâneos, respigando em seus estudos, tão claros e convincentes, mas, precatando-nos para introduzir, na boa medida, o elemento perispírito, tornando, assim, compreensíveis os fenômenos, e dando-lhes uma explicação lógica, que de outra forma lhes faltaria. (66)
Distingamos, preliminarmente, a sensação da percepção. Quando um agente externo impressiona os sentidos, produz-se no aparelho sensorial uma certa alteração a que chamamos sensação. Essa modificação é transmitida ao cérebro pelos nervos sensitivos e, depois de um trajeto mais ou menos longo, chega às camadas corticais.
Nesse instante, dois casos podem apresentar-se: ou bem a alma toma conhecimento da alteração sobrevinda ao organismo e dizemos que há percepção, ou bem a alma não é advertida da ocorrência, a sensação registra-se sem embargo, mas fica inconsciente. Como anteriormente observamos, essa transformação da sensação (fenômeno físico) em percepção ( Fenômeno Psíquico).torna-se absolutamente inexplicável desde que se não admita a existência do eu, ou seja, do ser consciente.
Isto posta, examinemos mais atentos os fatos sucessivos que se encadeiam, do choque inicial à percepção.
Já sabemos que tudo é movimento na natureza. Os corpos que nos parecem em repouso não o estão nem exteriormente, de vez que participam do movimento da Terra, nem interiormente, de vez que as moléculas são incessantemente agitadas por forças invisíveis, que lhes dão as suas propriedades físicas particulares: estados sólidos, líquidos, gasosos e, para os sólidos, consistência, brilho, cor, etc.
Também os tecidos do corpo estão em movimento, e, durante a longa travessia pelas formas inferiores, vimos como certas partes do corpo se diferenciaram pouco a pouco do conjunto, para engendrar os órgãos dos sentidos.
Essas modificações fixadas no perispírito iam cada vez mais se encarnando na substância, à medida que aumentava o numero de passagens pela Terra, e nós verificamos que não foram necessários menos do que milhões de anos para graduar o organismo ao nível em que o vemos hoje.
No Livro A Gênese
Capitulo 3 – O INSTINTO E A INTELIGÊNCIA
18 – Sendo o instinto o guia, e as paixões, os impulsos das almas, no primeiro período do seu desenvolvimento, se confundem em seus efeitos. Há, entretanto, entre esses dois princípios, diferenças que é essencial considerar.
O instinto é um guia seguro, sempre bom; em um tempo dado, pode se tornar inútil, porém, jamais nocivo; enfraquece-se pela predominância da inteligência.
As paixões, nas primeiras idades da alma, têm, de comum com o instinto, o fato de que os seres delas são solicitados por uma força igualmente inconsciente. Elas nascem, mais particularmente, das necessidades do corpo, e se prendem, mais do que o instinto, ao organismo. O que as distingue, sobretudo, do instinto, é que são individuais e não produzem, como este último, efeitos gerais e uniformes; vê-se, ao contrário, que variam de intensidade e de natureza, segundo os indivíduos. Elas são úteis, como estimulantes, até a eclosão do senso moral que, de um ser passivo, faz um ser racional; nesse momento, elas não só se tornam inúteis, mas nocivas ao adiantamento do Espírito, no qual retardam a desmaterialização; enfraquecem-se com o desenvolvimento da razão.
No livro dos Espíritos
908 – Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
– As paixões são como um cavalo que é útil quando está dominado, e que é perigoso, quando ele é que domina. Reconhecei, pois, que uma paixão torna-se perniciosa a partir do momento em que não podeis governá-la e que ela tem por resultado um prejuízo qualquer para vós ou para outrem.
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência. Mas se, em lugar de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai nos excessos e a própria força que, em suas mãos, poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade natural. O princípio das paixões, portanto, não é um mal, visto que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Ela está no excesso e não na causa, e esse excesso torna-se um mal quando tem por consequência um mal qualquer.
Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal, o distancia da natureza espiritual.
Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia a predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
Evolução para o terceiro milênio pagina 172
No livro do Divaldo – Vida – Desafios e Soluções de Joanna de Ângelis Capitulo 4 – Energias da vida
4.3 – Sensações e emoções
A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural dos períodos primários da evolução, em trânsito para a realidade das emoções. As largas experiências vividas nas faixas primitivas do passado deixaram impressões profundas que se tornaram prevalecente exigência no comportamento pessoal social e principalmente psicológico. Impulsos e reações fazem parte desse processo que estabelece os paradigmas da conduta, quando fora do crivo da razão.
Nesse estágio da vida, nutre-se emocionalmente das sensações objetivas, dos contatos com o mundo e suas manifestações, comprazendo-se no jogo desmedido do querer ter, longe da aspiração de ser.
Adormecida para as percepções mais sutis da existência, acumula coisas e compraz-se com elas até à saturação, quando se transfere para possuir pessoas, que não são fáceis de se deixaram pertencer, produzindo choques emocionais, que desarticulam a planificação interior do ambicioso. Sentindo a frustração do desejo não transformado em prazer, amargura-se e rebela-se, fugindo, não poucas vezes, para as libações alcoólicas, o tabagismo ou para as drogas aditivas.
É lento o curso de mudança da faixa grosseira do imediatismo para as sutilezas da emoção dignificada. Nesse trânsito, é comum deparar-se com a fase da sensação-emotiva, quando há um descontrole no sistema nervoso e o excesso de emotividade domina-lhe as paisagens comportamentais. Não acostumado às expressões da beleza, da sinceridade, do amor, facilmente se deixa comover, derrapando no desequilíbrio perturbador, no entanto, passo inicial para o clima de harmonia que o aguarda.
O homem-sensação é exigente e possuidor, não se apercebendo do valor da liberdade dos outros, que pretende controlar, nem dos deveres para com a sociedade que se lhe não submete. Sentindo-se marginalizado, graças à hostilidade que mantém em relação a todos quantos se lhe não subalternizam, volta-se contra os estatutos vigentes e as pessoas livres, brutalizando-se e agredindo, pelos meios ao alcance, os demais.
Ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do próximo e da vida, o respeito pelos valores humanos e gerais, ao mesmo tempo que trabalha em favor do progresso, que preza, ampliando os horizontes de entendimento e de realização interior.
A sensação é herança do instinto dominador; a emoção é tesouro a conquistar pelos caminhos da ascensão.
Quando desperta a consciência para a necessidade da emoção, a única alternativa que resta é a luta por alcançá-la. Esse empenho torna-se fácil quando o combate se inicia, facultando o encontro com a sua realidade, energia pensante que é e não somente grupo de células em departamentos especializados formando o corpo.
No período da emoção, o indivíduo não está isento das sensações, que lhe permanecem oferecendo prazeres, alegrias e advertências, só que sob controle, em equilíbrio, orientadas e produtivas. Na fase da sensação, igualmente, o ser experimenta emoções algo desordenadas e, vez que outra, propiciadoras de bemestar, o que lhe constitui estímulo para crescer e esforçar-se por consegui-las.
Nas diferentes psicopatologias há predominância das sensações e grande descontrole das emoções, o que traduz o transtorno da mente, refletindo-se no comportamento alienado.
Podemos encontrar raízes desse estado na estrutura do lar desajustado, de pais imediatistas, ambiciosos, incapazes de amar, que transmitiram aos filhos a ideia de que todo aquele que possui, vale; enquanto que os outros existem para servir aos primeiros.
Essencialmente, porém, é o Espírito, em si mesmo, em fase de desenvolvimento, que se revela no corpo, experimentando mais as expressões fortes em detrimento das manifestações mais elevadas.
O esforço bem direcionado, o cultivo das ideias enobrecedoras e o trabalho edificante promovem de uma para outra faixa todo aquele que aspira à libertação da fase primitiva em que ainda estagia.
No livro dos Espíritos
484 – Os Espíritos se afeiçoam de preferência por certas pessoas?
– Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem; os Espíritos
inferiores, com os homens viciosos ou que possam vir a sê-lo. Daí sua afeição, por causa da semelhança das sensações.
SENTIMENTO
“mais instruído e purificado, tem sentimentos” Significado
s.m. Ação ou efeito de sentir, de perceber através dos sentidos, de ser sensível. Emoção; capacidade de se deixar impressionar ou se comover por algo ou alguém. Expressão de afeição, de amizade, de amor, de carinho, de admiração. Senso ou consciência; conhecimento intuitivo sobre alguma coisa: tinha o sentimento de tarefa realizada. Modo de se comportar definido pelo afeto: sentimento ufanista. Entusiasmo; demonstração de vigor, de energia: atuava com sentimento. Pressentimento; intuição pessoal: tenho um sentimento de que isso vai dar errado! Tristeza; sensação de pesar; expressão de mágoa.
s.m.pl. Sentimentos. Pêsames; manifestação de pesar, de tristeza: meus sentimentos por sua perda. Reunião das características ou capacidades morais de um indivíduo.
No livro O consolador
117 – A inteligência, julgada pelo padrão humano, será a súmula de várias experiências do Espírito sobre a Terra?
-Os valores intelectivos representam a soma de muitas experiências, em várias vidas do Espírito, no plano material. Uma inteligência profunda significa um imenso acervo de lutas planetárias. Atingida essa posição, se o homem guarda consigo uma expressão idêntica de progresso espiritual, pelo sentimento, então estará apto a elevarse a novas esferas do Infinito, para a conquista de sua perfeição.
120 – Pode existir inteligência sem desenvolvimento espiritual?
-Diremos, melhor: inteligência humana sem desenvolvimento sentimental, porque nesse desequilíbrio do sentimento e da razão é que repousa atualmente a dolorosa realidade do mundo. O grande erro das criaturas humanas foi entronizar apenas a inteligência, olvidando os valores legítimos do coração nos caminhos da vida.
Livro Evangelho Segundo Espiritismo Capítulo 11 nº 8
O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés são leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina – amor –, ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo, a seu turno, vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino; estai atentos, porque esta palavra ergue a pedra dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando sobre a morte, revela ao homem maravilhado seu patrimônio intelectual; não é mais aos suplícios que ela o conduz, mas à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve hoje resgatar o homem da matéria.
Disse eu que no seu início o homem não tem senão instintos e aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que bens terrestres, levar-vos-á à gloriosa elevação; é então que, compreendendo a lei de amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes. (LÁZARO, Paris, 1862).
No livro dos Espíritos
625 – Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
– Vede Jesus.
Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra.
Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus, algumas vezes a extraviaram por meio de falsos princípios, foi por se deixarem dominar, eles mesmos, por sentimentos muito terrestres e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com aquelas que regem a vida do corpo. Vários deram como leis divinas o que não eram senão leis humanas, criadas para servir às paixões e dominar os homens.
São Mateus, cap. XXII, v. 34a 40).
Os Fariseus, tendo sabido que ele tinha feito calar a boca aos Saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, veio lhe fazer esta pergunta para o tentar: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito; é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos,
São Mateus, cap. VII, v. 12. Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam; porque é a lei e os profetas.
São Lucas, cap. VI, v. 31. Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem.
Livro dos Espíritos
647 – Toda a lei de Deus está contida na máxima de amor ao próximo ensinada por Jesus?
– Certamente, essa máxima encerra todos os deveres dos homens entre si. Mas é preciso mostrar-lhes a aplicação, de outra forma eles podem negligenciá-la, como o fazem hoje. Aliás, a lei natural compreende todas as circunstâncias da vida e essa máxima não é dela senão uma parte. Os homens necessitam de regras precisas, pois os preceitos gerais e muito vagos deixam muitas portas abertas à interpretação.
O Consolador
344 – O “amar ao próximo” deve ser levado até mesmo à sujeição, às ousadias e brutalidades das criaturas menos educadas na lição evangélica, sendo que o ofendido deve tolera-lo humildemente, sem o direito de esclarecelas, relativamente aos seus erros?
-O amor ao próximo inclui o esclarecimento fraterno, a todo tempo em que se faça útil e necessário. A sujeição passiva ao atrevimento ou à grosseria pode dilatar os processos da força e da agressividade; mas, ao receber as suas manifestações, saiba o crente pulveriza-las com o máximo de serenidade e bom senso, a fim de que sejam exterminada em sua fonte de origem, sem possibilidades de renovação.
Esclarecer é também amar.
Toda a questão reside em bem sabermos explicar, sem expressões de personalismo prejudicial, ainda que com a maior contribuição de energia, para que o erro ou o desvio do bem não prevaleça.
Quanto aos processos de esclarecimentos, devem eles dispensar, em qualquer tempo e situação, o concurso da força física, sendo justo que demonstrem as nuanças de energia, requeridas pelas circunstâncias, variando, desse modo, de conformidade com os acontecimentos e com fundamento invariável no bem geral.
Em Paulo aos Romanos 15: 1-6
1 Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. 2
Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação. 3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. 4 Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança. 5 Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. 6 Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Em Pedro cap 4 8-10
8 tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados; 9 sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração; 10 servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
Consolador
119 – Como devemos proceder para dilatar nossa capacidade espiritual?
-Ainda não encontramos uma fórmula mais elevada e mais bela que a do esforço próprio, dentro da humildade e do amor, no ambiente de trabalho e de lições da Terra, onde Jesus houve por bem instalar a nossa oficina de perfectibilidade para a futura elevação dos nossos destinos de espíritos imortais.
No mundo maior cap 4
Segundo verificamos, Jesus-Cristo tinha sobradas razões recomendando-nos o amor aos inimigos e a oração pelos que nos perseguem e caluniam. Não é isto mera virtude, senão princípio científico de libertação do ser, de progresso da alma, de amplitude espiritual: no pensamento residem as causas. Época virá, em que o amor, a fraternidade e a compreensão, definindo estados do espírito, serão tão importantes para a mente encarnada quanto
o pão, a água, o remédio; é questão de tempo. Lícito é esperar sempre o bem, com o otimismo divino. A mente
humana, de maneira geral, ascende para o conhecimento superior, apesar de, por vezes, parecer o contrário.
Livro Leon Diniz O problema do Ser
O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.
Comentário palestra Anete Raiva ódio Orgulho
Sentimentos de ingratidão (orgulho), traição (orgulho, vaidade e egoísmo), saudade (egoísmo,) Amor é quer bem.
Câncer: não existe câncer sem magoa ou ódio Infecção renal esta ligado ao ciúme; Processos reumáticos está ligado ao orgulho.
Vivendo o Evangelho 1 131 – AMOR DE VERDADE
Falas de amor e tens os olhos marejados de lágrimas à lembrança de tantas desditas.
Entregaste o coração ao companheiro amado,cobrindo de ternura o lar que ergueste com sacrifício e renúncia. Entretanto, experimentaste depois a amargura do abandono. Dedicaste o amor sem limites à esposa de teus sonhos, enfeitando de júbilo o convívio de longo tempo. Contudo, certa manhã tateaste o leito vazio e descobriste que estavas sozinho.
Empenhaste todo o teu carinho no filho querido, plantando nos canteiros da alma as flores da afeição mais pura. No entanto, com o passar dos anos, ouviste cobranças indevidas e colheste os espinhos da ingratidão.
Destinaste profundo afeto ao irmão de sangue, com quem dividiste as alegrias da infância e os devaneios da adolescência. Todavia, mais tarde, sentiste o golpe impiedoso de desprezo e ódio, perturbando- te a paz com ataques caluniosos.
Culminastes o noivo de afagos e demonstrações apaixonadas, tecendo com entusiasmo o manto de amor, salpicado de juras recíprocas. Entretanto, de repente percebeste que as caricias se transformavam em estocadas dolorosas, despedaçando- te os anseios de felicidade
Deste o melhor de ti aos parentes de todos os graus , estabelecendo na família as conexões afetuosas com tua presença desinteressada e a ajuda espontânea. Contudo, recebeste a critica irônica, quando as dificuldades te impediram a atuação mais completa.
Ofertaste o ombro firme e consolados ao amigo em sofrimento, construindo a ponte de confiança e coragem para a travessia do momento infeliz. No entanto, tua atitude amorosa não foi o pequeno mal entendido.
Expandiste teus sentimentos mais nobres aos estranhos do caminho, amaste, serviste, sofreste com as dores alheias. Todavia, ao invés de palavras de fraternidade, suportaste insultos e impropérios.
Consumido pela revolta e a desilusão, não acreditas mais no amor.
Queres, agora, o prazer imediato, o desejo realizado, a paixão aventureira que não liga à responsabilidade, nem se importa com as consequências desastrosas para o próximo.
O evangelho, porém, te convida à reflexão. Realmente, é difícil amar com o sacrifício do egoísmo.
O amor fácil, que se cansa e se esgota, nada mais é do que um relâmpago que passa, troveja e muitas vezes destrói .
Contudo, o amor de verdade nasce e evolui no silencio da renuncia, abençoando a todos sem restrições, como o orvalho da noite que oferta sua gota de ternura ao jardim e ao pântano.
132 – O BEM É SIMPLES
O gesto de amor em dado momento, se resume a simples palavras de
Entendimento- na discórdia, Perdão- na ofensa, Misericórdia- na magoa, Compreensão – no conflito.
Coragem- na fraqueza, Paz- na agressão, Calma- no desespero, Humildade- na arrogância, Animo- na provação,
Fé- na descrença Esperança- na tristeza, Caridade- na intolerância, Resignação- na dor, Benevolência- na aflição,
O bem é simples.
Não imagine que o ato de amor tenha de ser espetacular. O sol guarda na intimidade poderosa usina de energia, mas basta um raio de luz para afugentar a escuridão.
Concluir
Estamos em processo continuo de evolução, falta muito para chegarmos ao sentimento de amor ao próximo como Jesus ensinou, mas o esforço é de cada um e lembrando que Deus nunca desampara nenhum trabalhador no bem dando sempre condições de fortalecimento da nossa fé.
Livro: Fonte Viva Capítulo: 34 – Guardemos o cuidado
“… mas nada é puro para os contaminados e infiéis.” – Paulo. (Tito, 1:15.)
O homem enxerga sempre através da visão interior. Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora. Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.
Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares. Daí o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal. Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais. Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade. Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.
Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.
Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas. Os males, contudo, sobram sempre. Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.
Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.