Fundamentos da Doutrina Espirita
Fundamentos da Doutrina Espírita
No livro A Gênese no capitulo 1º:
10 – O caráter da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação maculada pelo erro ou sujeita a mudanças não pode emanar de Deus.
13 – Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: resulta, ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica. Resulta da primeira no sentido de que seu advento foi providencial, e não o resultado da iniciativa e de um desejo premeditado do homem; que os pontos fundamentais da doutrina são o fato do ensinamento dado pelos Espíritos encarregados por Deus para esclarecerem os homens sobre as coisas que ignoravam, que não poderiam aprender por si mesmos, e que lhes convinha conhecerem, hoje que estão amadurecidos para compreendê-las.
14 – Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente do mesmo modo que as ciências positivas, quer dizer, aplica o método experimental. Fatos de uma ordem nova se apresentam e não podem se explicar pelas leis conhecidas; observa-os, compara-os, analisa-os, e, dos efeitos remontando às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz suas consequências e procura as suas aplicações úteis. Não estabelece nenhuma teoria preconcebida; assim não colocou como hipótese, nem a existência e intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem nenhum dos princípios da Doutrina; concluiu da existência dos Espíritos quando essa existência se deduziu, com evidência, da observação dos fatos; e assim os outros princípios. Não foram os fatos que vieram confirmar a teoria, mas a teoria que veio, subsequentemente, explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação, e não o produto da imaginação. As ciências não tiveram progresso sério senão depois que o seu estudo se baseou no método experimental; mas, até esse dia, acreditou-se que este método não era aplicável senão à matéria, ao passo que o é, igualmente, às coisas metafísicas.
41 – O Espiritismo, bem longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza que revela, tudo o que o Cristo disse e fez; traz a luz sobre os pontos obscuros dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem, sem esforço, com a ajuda do Espiritismo, e as admitem; vêem melhor a sua importância, e podem separar a realidade da alegoria; o Cristo lhes parece maior: não é mais simplesmente um filósofo, é um Messias divino.
No livro dos espíritos na introdução item VI Alan Kardec apresenta esses princípios:
“Resumimos assim, em poucas palavras, os pontos mais importantes da doutrina que eles nos transmitiram, a fim de responder mais facilmente a certas objeções.”
è Deus;
è Espírito;
è Jesus.
(Conclusão minha)
No livro Fundamentos da Doutrina Espírita de José Benevides Cavalcante na segunda parte apresenta os seguintes Princípios:
1- Existência e crença em Deus;
2- Pluralidade dos mundos habitados;
3- Imortalidade da alma;
4- Lei de causa e efeito;
5- Reencarnação;
6- Comunicabilidade dos espíritos;
7- Fé raciocinada;
8- Evolução;
9- Moral de Jesus.
O autor do desse mesmo livro diz o seguinte: “para uma pessoa ser considerada espírita, ela precisa no mínimo, aceitar todos esses princípios ao mesmo tempo. Se não aceitar um só deles não pode ser reconhecida como espírita”. Eu acrescento que não se deve só aceitar, mas praticar.
1 – A Existência e Crença em Deus
No primeiro mandamento Revelado por Moises em Deuteronômio 6, 4 – 6 (Mc 12, 29 e Mt 22, 37) fala sobre o primeiro mandamento que:
“… Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;”
No Livro dos Espíritos na introdução item 6 diz:
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.”
“Criou o Universo que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais”
No Livro dos Espíritos diz:
13 – Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de Seus atributos?
R: Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma Lhe faltasse, ou não fosse infinita, já Ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.”
Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
É todo-poderoso; porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas e as que não tivesse feito seriam a obra de um outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar nem da sua justiça, nem da sua bondade.
No livro Obras Póstumas de Alan Kardec no capitulo Profissão de fé espírita raciocinada I. DEUS Diz:
3. Deus é infinito em todas as suas perfeições.
Supondo-se imperfeito um só dos atributos de Deus, se se diminui a menor parcela da eternidade, da imutabilidade, da imaterialidade, da unidade, da onipotência da justiça e da bondade de Deus, pode-se supor um outro ser possuindo o que lhe faltaria, e esse ser, mais perfeito do que ele, seria Deus.
No Livro dos Espíritos nas primeiras questões fala:
1 – O que é Deus?
R: Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
2 – Que se deve entender por Infinito?
R: O que não tem começo e nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.
3 – Poder-se-ia dizer que Deus é infinito?
R: Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência.
Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo pela própria coisa, e definir uma coisa que não é conhecida, por uma coisa que não o é mais.
No livro Evolução para o Terceiro Milênio na parte 4, capítulo 10 item 2 diz:
2 – Deus, acima de tudo justo, governa o universo por intermédio de princípios imutáveis e perfeitos conhecidos coletivamente como a Lei de Deus ou Lei Divina. Ela provê a ordem, corrigindo os abusos permitidos: a desordem é local e transitória, existindo como condições de uma ordem superior. A providência funciona para quem se coloca sob sua tutela, observando estritamente a Lei, e supera qualquer estrave quando há merecimento (daí dizer-se: “o impossível acontece”). A misericórdia existe na atenuação das provas e expiações quando méritos foram posteriormente adquiridos.
Portanto tudo acontece pela vontade de Deus.
No Livro dos Espíritos diz:
Provas da existência de Deus
4 – Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
R: Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.
5 – Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
R: A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio – não há efeito sem causa.
6 – O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?
R: Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?
Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.
8 – Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
R: Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.
A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.
9 – Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
R: Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!
Do poder de uma inteligência se julga pelas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à Humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe dêem.
No Livro do Divaldo Franco Entrega-te a Deus por Joanna de Ângelis no capitulo 1º, conta a seguinte historia
“Narra uma antiga história popular que um modesto trabalhador braçal encontrava-se no seu trato de terra lavrando-o, em um amanhecer de beleza arrebatadora, quando se lhe acercou um indivíduo citadino muito bem vestido, materialista confesso, que, impossibilitado de conter a emoção e a arrogância diante do festival de cor, som e magia que a natureza lhe apresentava, perguntou-lhe:
– Camponês, tu crês em Deus?
– Sim, senhor, eu creio em Deus! – respondeu-lhe o homem simples.
– Então, nesta manhã maravilhosa, mostra-me um lugar onde Deus se encontra – e sorriu, sarcástico.
O homem humilde olhou em volta, enquanto se apoiava ao cabo da enxada, e depois, com naturalidade, respondeu:
– Senhor, eu não sou capaz de mostrar um lugar onde Deus se encontra nesta paisagem iluminada. No entanto, eu peço ao senhor para mostrar-me um lugar onde Deus não está.
Tomado de espanto, o soberbo afastou-se desconsertado.”
Palestra Haroldo Dutra Dias – Seminário Apocalipse Mitos e Verdades (http://www.youtube.com/watch?v=NpkrrbxWtfw) do tempo 00:17:34 a 00:29:20 (algumas partes foram cortadas).
“Por muito tempo, meus irmãos, durante milênios de evolução na Terra nos todos adoramos um Deus que era um Deus de nosso bairro, deixa eu dizer melhor, no inicio da evolução do homem há mais ou menos 100 mil anos atrás lá no homem de neandertal, como ele imaginavam que tinha uma coisa superior, porque olhava para o céu olhava pra tudo e falava isso aqui não surgiu do nada, não é. porque se as coisa surgissem do nada eu ia gostar muito né ia esperar que dinheiro surgisse aqui agora do nada que comida surgisse aqui do nada que casa construísse sozinha mas não é assim que funciona alguém precisa produzir então o homem primitivo muito cedo percebeu que existe uma força superior criadora de tudo mas o que que eles achavam que essa força superior era um Deus protetor da tribo dele, um Deus que cuida da minha tribo da minha família a outra tribo e a família do outro é problema dele e por incrível que pareça passado 100 mil anos a maioria das pessoas hoje encarnadas na Terra ainda cultuam um Deus tribal então você pode andar pelas rua de São José do Rio Preto tem criaturas que acreditam que Deus é o Deus da igreja dele se você não for na igreja dele você está perdido com esse Deus porque ele vai te persegui então é uma visão de Deus infantil, infantil! quando não é um Deus de uma nação, então nós vamos ver uma potência como os EUA, que uma nação que tem uma orientação religiosa, perseguindo outras nações porque acredita que se as outras nações não acredita no Deus deles o outro é o mal e eu sou o bem, e do lado de lá criatura que acreditam que o Deus deles é superior do que o Deus daqui e se sente no direito de matar milhares de criaturas, destruindo prédios, jogando bombas, explodindo lugares então esse é denominador comum ainda da humanidade. O que que nós aprendemos com os espíritos superiores que revelaram as leis para Allan Kardec que Deus não é meu Deus, não é Deus de São José do Rio Preto, não é Deus de Jales e mais não é Deus de São Paulo, não é Deus do Brasil, e nem da América, e nem da Terra e Deus não é Deus do Sistema Solar, não é Deus da Via Láctea, É DEUS DO UNIVERSO INFINITO, então só na Via Láctea existem milhões de sistemas solares como o nosso, alias o nosso é um dos mais pálidos tem sistemas muito maiores muito mais belo do que o nosso e Deus é Deus de isso tudo quem tem que mudar não é Deus é a nossa visão de Deus é a nossa visão de Deus Essa é primeira Lei que temos que aprender existe um Deus Universal.” (caso do Chico). “Tudo esta dentro da ordem divina, tudo esta dentro da ordem divina, cada mundo, cada sistema, cada galáxia orientadas por inteligências divinas e Deus para lá disso tudo Deus está acima disso tudo sem que possamos fazer uma definição” … “para começar dar uma ideia de qual é o Deus que a Doutrina Espírita nos ensina o nosso Deus não é Deus de religião católica, protestante nosso Deus é Deus das nebulosas é Deus das Galáxias então se a criatura esta acreditando ainda num que é Deus de bairro Deus de País, Deus de religião ele esta muito aquém ainda não entendeu nada de Deus. Esse é o Deus que os espíritos revelam, Deus das nebulosas do universo infinito primeira lei que temos que aprender.”
No Livro dos Espíritos:
Atributos da divindade
10 – Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
R: Não; falta-lhe para isso o sentido.
11 – Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
R: Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.
A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem O confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.
12 – Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar idéia de algumas de Suas perfeições?
R: De algumas, sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento.
Como foi dito no começo na introdução do Livro dos Espíritos que Deus “Criou o Universo que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais”. Ele no mesmo capitulo continua:
Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, quer dizer, dos Espíritos.
O mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espírita.
2 – Pluralidade dos Mundos Habitados
No Livro dos Espíritos no capitulo 3 fala sobre a FORMAÇÃO DOS MUNDOS:
O Universo compreende a infinidade dos mundos que vemos e aqueles que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o enchem.
37 – O Universo foi criado ou existe de toda a eternidade como Deus?
– Sem dúvida que ele não pôde fazer-se por si mesmo, e se fosse de toda a eternidade, como Deus, não poderia ser obra de Deus.
A razão nos diz que o Universo não pôde se ter feito a si mesmo e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser obra de Deus.
38 – Como Deus criou o Universo?
– Por sua vontade. Nada traduz melhor essa vontade todo-poderosa que estas belas palavras do Gênese: “Deus disse: que a luz seja: e a luz foi”.
39 – Poderemos conhecer o modo da formação dos mundos?
– Tudo o que se pode dizer, e podeis compreender, é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada pelo espaço.
40 – Os cometas seriam, como se pensa atualmente, um começo de condensação da matéria e de mundos em via de formação?
– Isso é exato; mas o que é absurdo é crer-se em sua influência. Quero dizer, a influência que vulgarmente se lhe atribui; porque todos os corpos celestes têm sua parte de influência em certos fenômenos físicos.
41 – Um mundo completamente formado pode desaparecer e a matéria que o compõe disseminar-se de novo no espaço?
– Sim. Deus renova os mundos como renova os seres vivos.
42 – Poderemos conhecer a duração da formação dos mundos: da Terra; por exemplo?
– Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe, e bem louco seria quem pretendesse saber ou conhecer o número de séculos dessa formação.
No Livro dos Espíritos na introdução item VI diz:
Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
Os Espíritos não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda a parte, no espaço e ao nosso lado, nos vendo e nos acotovelando sem cessar; é toda uma população invisível que se agita em torno de nós.
Em João 14; 1 – 3 Jesus já dizia: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.
No Livro Evangelho segundo o Espiritismo no capitulo 3 diz:
2. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.
O Livro A Gênese no cap. 6 diz:
61 – … Não vedes, pois, ao redor de cada um dos sóis do espaço, sistemas semelhantes ao vosso sistema planetário; não vedes, sobre esses planetas desconhecidos, os três reinos da Natureza que brilham ao vosso redor; mas pensais que, do mesmo modo que um rosto de homem não se parece com nenhum outro rosto em todo o gênero humano, assim também uma diversidade prodigiosa, inimaginável, manifestou-se nas moradas etéreas que vagam no seio dos espaços.
Do fato de que a vossa natureza animada começou no zoófito para terminar no homem, de que a atmosfera alimenta a vida terrestre, de que o elemento líquido a renova sem cessar, de que as vossas estações fazem ocorrer, nessa vida, os fenômenos que a dividem, disso não concluais que os milhões e milhões de terras que vagam na amplidão, sejam semelhantes a esta; longe disso, elas diferem segundo as condições diversas que lhes foram reservadas, e segundo o seu papel respectivo no cenário do mundo; são as pedrarias variadas de um imenso mosaico, as flores diversificadas de um admirável canteiro.
No Livro dos Espíritos sobre a pluralidade dos mundos.
55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
– Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se creem muito fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.
Deus povoou os mundos de seres vivos, concorrendo todos ao objetivo final da Providência. Acreditar que os seres vivos estão limitados ao único ponto que habitamos no Universo, seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que não fez nada inútil; ele deve ter determinado para esses mundos um fim mais sério que o de recrear nossa visão. Nada, aliás, nem na posição, no volume, na constituição física da Terra, não pode razoavelmente fazer supor que só ela tenha o privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes.
56 – A constituição física dos diferentes globos é a mesma?
– Não, eles não se assemelham de modo algum.
57 – A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, seguir-se-á tenham organização diferente os seres que os habitam?
– Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.
58 – Os mundos mais afastados do Sol estão privados de luz e de calor, uma vez que o Sol se mostra a eles apenas com a aparência de uma estrela?
– Crede, pois, que não existem outras fontes de luz e de calor além do Sol, e não considerais em nada a eletricidade que, em certos mundos, tem um papel que desconheceis, e muito mais importante que sobre a Terra? Aliás, não dissemos que todos os seres sejam da mesma matéria vossa e com órgãos dispostos como os vossos.
As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio para o qual foram chamados a viver. Se não tivéssemos jamais visto os peixes, não compreenderíamos como esses seres podem viver dentro da água. Assim acontece em outros mundos que contêm, sem dúvida, elementos que desconhecemos. Não vemos nós, sobre a Terra, as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível que, em certos mundos, a eletricidade seja mais abundante que sobre a Terra e desempenhe um papel de ordem geral cujos efeitos não podemos compreender? Esses mundos podem, pois, conter em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias aos seus habitantes.
Evangelho segundo Espiritismo no cap. 3:
Diferentes categorias de mundos habitados
3. Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há-os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. A medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
4. Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos felizes, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
Destinação da Terra. – Causas das misérias humanas
6. Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista cm que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
7. Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.
Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
3 – Imortalidade da Alma
No Livro dos Espíritos na introdução item VI diz:
O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
Os Espíritos revestem, temporariamente, um envoltório material perecível, cuja destruição, pela morte, os torna livres.
Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.
A alma é um Espírito encarnado, do qual o corpo não é senão um envoltório.
Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
O homem tem assim duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, dos quais tem o instinto; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
O laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de envoltório semi-material. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro, o Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode, acidentalmente, tornar-se visível e mesmo tangível, como ocorre no fenômeno das aparições.
O Espírito não é assim um ser abstrato, indefinido, que só o pensamento pode conceber; é um ser real, circunscrito, que, em certos casos, é apreciado pelos sentidos da visão, audição e tato.
No livro Obras Póstumas no capitulo Discurso diz:
“Lei suprema da Natureza, o corpo não é senão um conjunto transitório de partículas que não lhe pertencem de nenhum modo, e que a alma agrupou segundo o seu próprio tipo, para se criarem órgãos pondo-a em relação com o nosso mundo físico. E, ao passo que o nosso corpo se renova assim, peça por peça, pela mudança perpétua das matérias, ao passo que um dia cai, massa inerte, para não mais se levantar, o nosso Espírito, ser pessoal, guardou constantemente a sua identidade indestrutível, reinou soberanamente sobre a matéria da qual estava revestido, estabelecendo assim, por esse fato constante e universal, a sua personalidade independente, a sua essência espiritual não submissa ao império do espaço e do tempo, sua grandeza individual, a sua imortalidade”.
No livro O Céu e o Inferno Capitulo 1º:
10 – Demais, estes sistemas não satisfazem nem a razão nem a aspiração humanas; deles decorrem dificuldades insuperáveis, pois são impotentes para resolver todas as questões de fato que suscitam. O homem tem, pois, três alternativas: o nada, a absorção ou a individualidade da alma antes e depois da morte.
É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe.
E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra consequência: a sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais, pois seria irracional admitir que a alma atrasada do selvagem, como a do homem perverso, estivesse no nível da do sábio, do homem de bem. Segundo os princípios de justiça, as almas devem ter a responsabilidade dos seus atos, mas para haver essa responsabilidade, preciso é que elas sejam livres na escolha do bem e do mal; sem o livre-arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não coexistiria a responsabilidade.
Esta historia é um anexo do item 3
Um moço de dezoito anos, afetado de uma enfermidade do coração, foi declarado incurável. A Ciência havia dito: Pode morrer dentro de oito dias ou de dois anos, mas não irá além. Sabendo-o, o moço para logo abandonou os estudos e entregou-se a excessos de todo o gênero.
Quando se lhe ponderava o perigo de uma vida desregrada, respondia: Que me importa, se não tenho mais de dois anos de vida? De que me serviria fatigar o espírito? Gozo o pouco que me resta e quero divertir-me até ao fim. Eis a consequência lógica do niilismo.
Se este moço fora espírita, teria dito: A morte só destruirá o corpo, que deixarei como fato usado, mas o meu Espírito viverá. Serei na vida futura aquilo que eu próprio houver feito de mim nesta vida; do que nela puder adquirir em qualidades morais e intelectuais nada perderei, porque será outro tanto de ganho para o meu adiantamento; toda a imperfeição de que me livrar será um passo a mais para a felicidade. A minha felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência. É portanto de meu interesse aproveitar o pouco tempo que me resta, e evitar tudo que possa diminuir-me as forças.
Qual destas doutrinas é preferível?
No livro O que é o espiritismo de Allan Kardec diz:
108 – Onde é a sede da alma?
A alma não está, assim como se acredita geralmente, localizada em uma parte do corpo; ela forma com o perispírito um todo fluídico, penetrável, se assimilando ao corpo inteiro, com o qual ela constitui um ser complexo, do qual a morte não é, de alguma sorte, senão um desdobramento. Podem-se figurar dois corpos semelhantes, penetrados um pelo outro, confundidos durante a vida e separados depois da morte. Na morte, um é destruído e o outro permanece.
Durante a vida, a alma age mais especialmente sobre os órgãos do pensamento e do sentimento. Ela é, ao mesmo tempo, interna e externa, quer dizer, ela irradia externamente; pode mesmo se afastar do corpo, se transportar para longe e aí manifestar sua presença, como provam a observação e os fenômenos do sonambulismo.
109 – A alma é criada ao mesmo tempo que o corpo ou anteriormente a ele?
Depois da existência da alma, esta questão é uma das mais capitais, porque da sua solução decorrem as mais importantes consequências; ela é a única chave possível de uma multidão de problemas insolúveis até hoje, por falta de a ter definido.
De duas coisas uma: ou a alma existe ou não existe antes da formação do corpo, sem que possa haver para isso um meio-termo. Com a preexistência da alma tudo se explica lógica e naturalmente; sem a preexistência, é mesmo impossível justificar certos dogmas da Igreja, e é essa impossibilidade de justificação que conduz tantas pessoas que raciocinam à incredulidade.
Os Espíritos resolveram a questão afirmativamente, e os fatos, tanto quanto a lógica, não podem deixar dúvida a esse respeito. Que não se admita, entretanto, a preexistência da alma senão a título de simples hipótese, se se quer, e se verá aplainar a maioria das dificuldades.
110 – Se a alma é anterior, antes da sua união com o corpo tinha sua individualidade e a consciência de si mesma?
Sem individualidade e sem consciência de si mesma, os resultados seriam os mesmos como se ela não existisse.
No livro Evolução para o Terceiro Milênio no capitulo 10 item 10 diz
10 – O espírito humano sobrevive à morte do corpo, conservando a personalidade qual era antes, e preexiste ao nascimento do corpo. Poderá ou não se modificar ulteriormente.
No Livro Depois da Morte de Léon Denis cap. 9 diz:
“… a imortalidade é a única sanção que se oferece à lei moral, a única concepção que satisfaz as nossas ideias de Justiça e responde às mais altas esperanças da Humanidade”… “As necessidades Infinitas da alma reclamam forçosamente uma vida sem limites.”
No livro Emmanuel de Chico Xavier no XV – A IDÉIA DA IMORTALIDADE diz:
Embalde os corifeus do ateísmo propagarão as suas amargas teorias, cujo objetivo é o aniquilamento da ideia da imortalidade entre os homens; embalde o ensino de novos sistemas de educação, dentro das inovações dos códigos políticos, tentará sufocá-la, porque todas as criaturas nascem na Terra com ela gravada nos corações, inclusive os pretensos incrédulos, cuja mentalidade, não conseguindo solucionar os problemas complexos da vida, se revolta, imprecando contra a sabedoria suprema, como se os seus gritos blasfematórios pudessem obscurecer a luz do amor divino, estacando os sublimes mananciais da vida. Pode a política obstar à sua manifestação, antepondo-lhe forças coercitivas: a ideia da imortalidade viverá sempre nas almas, como a aspiração latente do Belo e o do Perfeito.
Acima do poder temporal dos governantes e da moral duvidosa dos pregadores das religiões, ela continuamente prosseguirá dulcificando os corações e exaltando as esperanças, porque significa em si mesma o luminoso patrimônio da alma encarnada, como recordação perene da sua vida no Além, simbolizando o laço indestrutível que une a existência terrena à Vida Eterna, vislumbrada, assim, pela sua memória temporariamente amortecida.
Palestra Haroldo Dutra Dias – Seminário Apocalipse Mitos e Verdades (http://www.youtube.com/watch?v=NpkrrbxWtfw) do tempo 00:29:21 a 00:34:44 (algumas partes foram cortadas)
“Segunda Lei Deus cria dois elementos gerais no Universo, um elemento é esse aqui elemento material e o outro elemento é o de que você é feito o elemento espiritual os espíritos imortais então certa vez perguntaram para o Chico assim Chico fala um pouco sobre o apocalipse ele fala assim olha não me sinto capaz de falar sobre o apocalipse naquela humildade dele mas eu sei de duas coisas Deus existe e nós somos imortais. Então tenho uma noticia para dar para vocês aqui sobre apocalipse o máximo que pode acontecer é você desencarnar fica tranquilo ‘há o que vai acontecer como vai ser transição da’ no máximo você vai desencarnar não uma boa noticia é uma ótima noticia então não tem motivo para pânico nenhum por nos somos serem imortais como é que um criador de um universo grandioso como esse criaria filhos para morrer, como é que um pai amoro como esse criaria obras perecíveis, não os filhos que Deus cria são indestrutíveis não são materiais, nós temos corpos materiais, esse vai morrer mesmo, esse vai morrer alias todo mundo aqui vai morrer, vai desencarnar corpo, e agente que estamos aqui fica morrendo de medo de desencanar e os espíritos que estão aqui morrendo de medo de encarnar porque sabe das dificuldades de estar na carne dos desafios que vida física apresenta então isso que o Chico falou nos consideramos duas leis fundamentais Deus infinito eterno criador soberanamente inteligente soberanamente amor que cria filhos imortais, olha gente a imortalidade é o maior presente que Deus poderia ter nos dado, é o maior presente, é só você pensar assim ‘você nunca não vai deixar de existir, nunca’.
3 – Lei de Causa e Efeito
No prefacio das Revistas espiritas diz:
“Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito.”
No Livro dos Espíritos
4 – Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
R: Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá.
Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O Universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pôde fazer alguma coisa.
7 – Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
R: Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.
Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.
Lembremos a Lei de Talião Olho por olho, dente por dente Deut. 19; 20
Em Galatas 6 – 7 Paulo dizia: Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá
No Livro dos Espíritos
764 – Jesus disse: Quem matou pela espada, perecerá pela espada. Essas palavras não são a consagração da pena de talião? A morte infligida ao homicida não é a aplicação dessa pena?
– Tomai cuidado! tendes vos enganado sobre essa palavra, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus e é ele que a aplica. Todos vós suportais, a cada instante, essa pena, porque sois punidos pelo que pecastes, nesta vida ou em uma outra. Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá, ele mesmo, o sofrimento que causou. É o sentido das palavras de Jesus; mas vos disse também: Perdoai aos vossos inimigos e vos ensinou a pedir a Deus perdoar as vossas ofensas, como vós mesmos tiverdes perdoado; quer dizer, na mesma proporção que tiverdes perdoado: compreendei-o bem.
No livro Evolução para o Terceiro Milênio parte 2 cap. 4 item 8 nº 2 diz: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”
No Livro dos Espíritos
192a – Pode o homem, ao menos, assegurar nesta vida uma existência futura menos cheia de amarguras?
R: Sim, sem dúvida, pode abreviar a extensão e as dificuldades do caminho. Só o negligente se encontra sempre na mesma situação.
921 – Concebe-se que o homem será feliz sobre a Terra quando a Humanidade estiver transformada; mas, até lá, cada um pode se garantir uma felicidade relativa?
R: O mais frequentemente, o homem é o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, ele se poupa dos males e chega a uma felicidade tão grande quanto o comporta sua existência grosseira.
O homem bem compenetrado de sua destinação futura não vê na vida corporal senão uma estada passageira. É para ele uma parada momentânea em má hospedaria. Ele se consola facilmente de alguns desgostos passageiros de uma viagem que deve conduzi-lo a uma posição tanto melhor quanto melhor tenha se preparado.
Somos punidos, desde esta vida, pelas infrações às leis da existência corporal, pelos males que são a consequência dessas infrações e de nossos próprios excessos. Se remontarmos, gradativamente, à origem do que chamamos nossas infelicidades terrestres, veremos a estas na maioria das vezes, como consequências de um primeiro desvio do caminho reto. Por esse desvio, entramos num mau caminho e, de consequência em consequência, caímos na infelicidade.
975 – Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?
– Sim, e é isso que faz seu suplício, porque compreendem que estão privados dela por suas faltas. É por isso que o Espírito, liberto da matéria, aspira depois a uma nova existência corporal, porque cada existência pode abreviar a duração desse suplício, se ela é bem empregada. Ele faz, então, a escolha das provas pelas quais poderá expiar suas faltas, porque, sabei-o bem, o Espírito sofre por todo o mal que faz, ou do qual foi a causa voluntária, por todo o bem que poderia fazer e que não fez, e por todo o mal que resulta do bem que ele não fez. O Espírito errante não tem mais véu, está como saído do nevoeiro e vê o que o afasta da felicidade. Então, sofre mais, porque compreende quanto é culpado. Para ele não há mais ilusão: vê a realidade das coisas.
O Espírito, no estado errante, abraça de um lado todas as suas existências passadas, de outro vê o futuro prometido e compreende o que lhe falta para atingi-lo. Tal como um viajor que chegou ao alto de uma montanha, vê o caminho percorrido e o que lhe resta a percorrer para chegar ao seu objetivo.
No livro O Céu e o Inferno no capitulo 7 da primeira parte diz:
A carne é fraca
“Pode admitir-se por conseguinte, ao menos em parte, que o temperamento é determinado pela natureza do Espírito, que é causa e não efeito.
E nós dizemos em parte, porque há casos em que o físico influi evidentemente sobre o moral, tais como quando um estado mórbido ou anormal é determinado por causa externa, acidental, independente do Espírito, como sejam a temperatura, o clima, os defeitos físicos congênitos, uma doença passageira, etc.
O moral do Espírito pode, nesses casos, ser afetado em suas manifestações pelo estado patológico, sem que a sua natureza intrínseca seja modificada. Escusar-se de seus erros por fraqueza da carne não passa de sofisma para escapar a responsabilidades.
A carne só é fraca porque o Espírito é fraco, o que inverte a questão deixando àquele a responsabilidade de todos os seus atos. A carne, destituída de pensamento e vontade, não pode prevalecer jamais sobre o Espírito, que é o ser pensante e de vontade própria.
O Espírito é quem dá à carne as qualidades correspondentes ao seu instinto, tal como o artista que imprime à obra material o cunho do seu gênio. Libertado dos instintos da bestialidade, elabora um corpo que não é mais um tirano de sua aspiração, para espiritualidade do seu ser, e é quando o homem passa a comer para viver e não mais vive para comer.
A responsabilidade moral dos atos da vida fica, portanto, intacta; mas a razão nos diz que as consequências dessa responsabilidade devem ser proporcionais ao desenvolvimento intelectual do Espírito. Assim, quanto mais esclarecido for este, menos desculpável se torna, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto.”
Código penal da vida futura (marcação minha)
O Espiritismo não vem, pois, com sua autoridade privada, formular um código de fantasia; a sua lei, no que respeita ao futuro da alma, deduzida das observações do fato, pode resumir-se nos seguintes pontos:
1º – A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza.
3º – Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo.
A soma das penas é, assim, proporcionada à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.
A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um quarto, menos sofrerá.
De todo extintas, então a alma será perfeitamente feliz. Também na Terra, quem tem muitas moléstias, sofre mais do que quem tenha apenas uma ou nenhuma. Pela mesma razão, a alma que possui dez perfeições, tem mais gozos do que outra menos rica de boas qualidades.
5º – Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito.
O inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras, e o céu igualmente onde houver almas felizes.
6º – O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos e, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.
7º – O Espírito sofre pelo mal que fez, de maneira que, sendo a sua atenção constantemente dirigida para as consequências desse mal, melhor compreende os seus inconvenientes e trata de corrigir-se.
8º – Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não na uma única ação meritória. um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso.
9º – Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em urna existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.
10º – O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências.
Pela natureza dos sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea, pode julgar-se a natureza das faltas cometidas em anterior existência, e das imperfeições que as originaram.
11º – A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida.
12º – Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: – a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.
13º – A duração do castigo depende da melhoria do Espírito culpado.
Nenhuma condenação por tempo determinado lhe é prescrita. O que Deus exige por termo de sofrimentos é um melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem.
Deste modo o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.
Uma condenação por tempo predeterminado teria o duplo inconveniente de continuar o martírio do Espírito renegado, ou de libertá-lo do sofrimento quando ainda permanecesse no mal. Ora, Deus, que é justo, só pune o mal enquanto existe, e deixa de o punir quando não existe mais (1); por outra, o mal moral, sendo por si mesmo causa de sofrimento, fará este durar enquanto subsistir aquele, ou diminuirá de intensidade à medida que ele decresça.
(1) Vede cap. VI, nº 25, citação de Ezequiel.
14º – Dependendo da melhoria do Espírito a duração do castigo, o culpado que jamais melhorasse sofreria sempre, e, para ele, a pena seria eterna.
15º – Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos é não lobrigarem o termo da provação, acreditando-a eterna, como eterno lhes parece deva ser um tal castigo.
16º – O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
17º – O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado. (1)
(1) A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça. que se pode considerar verdadeira lei de reabilitação morai dos Espíritos. Entretanto, essa doutrina religião alguma ainda a proclamou. Algumas pessoas repelem-na porque acham mais cômodo o poder quitarem-se das más ações por um simples arrependimento, que não custa mais que palavras, por meio de algumas fórmulas; contudo, crendo-se, assim, quites, verão mais tarde se isso lhes bastava. Nós poderíamos perguntar se esse principio não é consagrado pela lei humana, e se a justiça divina pode ser inferior à dos homens? E mais, se essas leis se dariam por desafrontadas desde que o indivíduo que as transgredisse, por abuso de confiança, se limitasse a dizer que as respeita infinitamente.
Por que hão de vacilar tais pessoas perante uma obrigação que todo homem honesto se impõe como dever, segundo o grau de suas forças?
Quando esta perspectiva de reparação for inculcada na crença das massas, será um outro freio aos seus desmandos, e bem mais poderoso que o inferno e respectivas penas eternas, visto como interessa a vida em sua plena atualidade, podendo o homem compreender a procedência das circunstâncias que a tornam penosa, ou a sua verdadeira situação.
21º – A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por erros alheios, salvo se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando poderia fazê-lo.
Assim, o suicida é sempre punido; mas aquele que por maldade impele outro a cometê-lo, esse sofre ainda maior pena.
22º – Conquanto infinita a diversidade de punições, algumas há inerentes à inferioridade dos Espíritos, e cujas consequências, salvo pormenores, são pouco mais ou menos idênticas.
A punição mais imediata, sobretudo entre os que se acham ligados à vida material em detrimento do progresso espiritual, faz-se sentir pela lentidão do desprendimento da alma; nas angústias que acompanham a morte e o despertar na outra vida, na consequente perturbação que pode dilatar-se por meses e anos.
Naqueles que, ao contrário, têm pura a consciência e na vida material já se acham identificados com a vida espiritual, o trespasse é rápido, sem abalos, quase nula a turbação de um pacífico despertar.
27º – O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta, está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências.
28º – A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea.
Mais tarde, outra encarnação se lhe faculta para novas provas de expiação e reparação, com maior ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se corrige, terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que aquele que muito sofre na Terra, muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente, em que pesem aos seus vícios e inutilidades, paga-la-ão mui caro em ulterior existência. Nesse sentido foi que Jesus disse: – “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados,” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.)
29º – Certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequência dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o caminho da redenção.
30º – Subordinadas ao arrependimento e reparação dependentes da vontade humana, as penas, por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares à cura do mal. Os Espíritos, em prova, não são, pois, quais galés por certo tempo condenados, mas como doentes de hospital sofrendo de moléstias resultantes da própria incúria, a compadecerem-se com meios curativos mais ou menos dolorosos que a moléstia reclama, esperando alta tanto mais pronta quanto mais estritamente observadas as prescrições do solícito médico assistente. Se os doentes, pelo próprio descuido de si mesmos, prolongam a enfermidade, o médico nada tem que ver com isso.
31º – As penas que o Espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são consequentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas. z na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como espólio do passado – herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade. (1)
32º – Deus, diz-se, não daria prova maior de amor às suas criaturas, criando-as infalíveis e, por conseguinte, isentas dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora preciso que Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo a adquirir, quer em conhecimentos, quer em moralidade. Certo, porém, Deus poderia fazê-lo, e se o não fez é que em sua sabedoria quis que o progresso constituísse lei geral. Os homens são imperfeitos, e, como tais, sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas. E pois que o fato existe, devemos aceitá-lo.
Inferir dele que Deus não é bom nem justo, fora insensata revolta contra a lei.
Injustiça haveria, sim, na criação de seres privilegiados, mais ou menos favorecidos, fruindo gozos que outros porventura não atingem senão pelo trabalho, ou que jamais pudessem atingir. Ao contrário, a justiça divina patenteia-se na igualdade absoluta que preside à criação dos Espíritos; todos têm o mesmo ponto de partida e nenhum se distingue em sua formação por melhor aquinhoado; nenhum cuja marcha progressiva se facilite por exceção: os que chegam ao fim têm passado, como quaisquer outros, pelas fases de inferioridade e respectivas provas.
Isto posto, nada mais justo que a liberdade de ação a cada qual concedida. O caminho da felicidade a todos se abre amplo, como a todos as mesmas condições para atingi-la. A lei, gravada em todas as consciências, a todos é ensinada. Deus fez da felicidade o prêmio do trabalho e não do favoritismo, para que cada qual tivesse seu mérito.
Todos somos livres no trabalho do próprio progresso, e o que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a recompensa. O romeiro que se desgarra, ou em caminho perde tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão de si mesmo.
O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre, o homem não é fatalmente impelido para um nem para outro.
33º – Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º – O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: – tal é a lei da Justiça Divina.
Livro Evolução em Dois Mundos de André Luiz cap. 12
LEI DE CAUSA E EFEITO — Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual, de consciência desperta e responsável, o homem começa a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encontrando em si mesmo os resultados enobrecedores ou deprimentes das próprias ações.
Quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os quadros inquietantes da imaginação em desvario, tecendo, com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormentado, as telas infernais em que as conseqüências de suas faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as reencarnações reparadoras; contudo, é também aí que começa, sobrepairando o inferno e o purgatório do remorso e da crueldade, da rebelião e da delinqüência, o sublime apostolado dos seres que se colocam em harmonia com as Leis Divinas, almas elevadas e heróicas que, em se agrupando íntimamente, tocadas de compaixão pelos laços que deixaram no mundo físico, iniciam, com a inspiração das Potências Angélicas, o serviço de abnegação e renúncia, com que a glória e a divindade do amor edificam o império do Sumo Bem, no chamado Céu, de onde vertem mais ampla luz sobre a noite dos homens.
4 – Reencarnação
João 3 – 3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
No Livro dos Espíritos diz:
132 – Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
– Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação. Para realizá-la é que, em cada mundo, ele toma um aparelho em harmonia com a matéria essencial desse mundo, cumprindo aí, daquele ponto de vista, as ordens de Deus, de tal sorte que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo, mas Deus, em sua sabedoria, quis que, por essa mesma ação, eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
133 – Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem, têm necessidade da encarnação?
– Todos foram criados simples e ignorantes; instruíram-se na lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não poderia fazer a alguns felizes, sem dificuldades e sem trabalho e, por conseguinte, sem mérito.
133a – Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta das dificuldades da vida corporal?
– Eles alcançam mais depressa o objetivo. Aliás, as dificuldades da vida, frequentemente, são consequência da imperfeição do Espírito; quanto menos tenha de imperfeições, menos tem de tormentos. Quem não é invejoso, nem ciumento, nem avarento, nem ambicioso, não terá os tormentos que nascem desses defeitos.
166 – A alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea, como acaba de depurar-se?
– Suportando a prova de uma nova existência.
166a – Como a alma realiza essa nova existência? É por sua transformação como Espírito?
– Depurando-se, a alma sofre, sem dúvida, uma transformação; mas para isso lhe é necessária a prova da vida material.
166b – A alma passa, pois, por várias existências corporais?
– Sim, todos nós passamos por várias existências físicas. Os que dizem o contrário, pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram; esse o seu desejo.
166c – Parece resultar desse princípio que a alma, depois de deixar um corpo toma outro, ou, então, ela se reencarna em novo corpo; é assim que se deve entender?
– É evidente.
167- Qual é o objetivo da reencarnação?
– Expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
168 – O número de existências corporais é limitado, ou, o Espírito se reencarna perpetuamente?
– A cada nova existência o Espírito dá um passo no caminho do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.
169 – O número de encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
– Não, aquele que caminha depressa se poupa das provas. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito.
170 – Em que se transforma o Espírito depois da sua última encarnação?
– Espírito bem-aventurado; é um Espírito puro.
JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO.
171 – Sobre o que está baseado o dogma da reencarnação?
– Sobre a justiça de Deus e a revelação, pois, repetimos sempre: Um bom pai deixa sempre aos seus filhos uma porta aberta ao arrependimento. Não lhe diz a razão que seria injusto privar para sempre, da felicidade eterna, todos aqueles cujo progresso não dependeu deles mesmos? Não são todos os homens filhos de Deus? Somente entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem perdão.
Todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea; mas, em sua justiça, lhes faculta realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.
Não estaria de acordo com a equidade, nem com a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu progresso, independentemente da sua vontade, no próprio meio onde foram colocados. Se o destino do homem está irrevogavelmente fixado após a sua morte, Deus não teria pesado as ações de todos na mesma balança, e não os teria tratado com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, isto é, aquela que admite para o homem várias existências sucessivas, é a única que responde à ideia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens colocados em uma condição moral inferior, a única que nos explica o futuro e fundamenta nossas esperanças, pois que nos oferece o meio de resgatar nossos erros através de novas provas. A razão indica essa doutrina e os Espíritos no-la ensinam.
O homem, consciente da sua inferioridade, tem, na doutrina da reencarnação, uma esperança consoladora. Se acredita na justiça de Deus, não pode esperar, por toda a eternidade, estar em pé de igualdade com aqueles que agiram melhor do que ele. O pensamento de que essa inferioridade não o deserdará para sempre do bem supremo, e que ele poderá superá-la por meio de novos esforços, o sustenta e lhe reanima a coragem. Qual é aquele que, no fim do seu caminho, não lamenta ter adquirido muito tarde uma experiência que não pode mais aproveitar. Essa experiência tardia não ficará perdida; ele a aproveitará numa nova existência.
Livro Missionários da Luz capitulo 13 diz:
13 – Reencarnação
– Não podemos esquecer, no entanto – refutou meu esclarecido interlocutor -, que a reencarnação é o curso repetido de lições necessárias. A esfera da Crosta é uma escola divina. E o amor, por intermédio das atividades «intercessórias», reconduz diariamente ao banco escolar da carne milhões de aprendizes.
O instrutor meditou gravemente e redarguiu: – André, o diamante perdido no lodo, por algum tempo, não deixa de ser diamante. Assim, também, a paternidade e a maternidade, em si mesmas, são sempre divinas. Em todo lugar desenvolve-se o auxilio da esfera superior, desde que se encontre em jogo o trabalho da Vontade de Deus. Entretanto, devemos considerar que, em tais circunstâncias, as atividades de auxilio são verdadeiramente sacrificiais. As vibrações contraditórias e subversivas das paixões desvairadas da alma em desequilíbrio comprometem os nossos melhores esforços, e, muitas vezes, nessas paisagens de irresponsabilidade e viciação, para ajudar, em obediência ao nosso ministério, devemos, antes de tudo, lutar contra entidades monstruosas, dominadoras dos círculos de vida dos homens e das mulheres que, imprevidentemente, escolhe o perigoso caminho da perturbação emocional, onde tais entidades ignorantes e desequilibradas transitam. Nesses casos, nem sempre a nossa colaboração pode ser perfeita, porquanto são os próprios pais que, menosprezando a grandeza do mandato que lhes foi confiado, abrem as portas de suas potências sagradas aos impiedosos monstros da sombra que lhes perseguem os filhos nascituros. Certas almas heroicas escolhem semelhante entrada na existência carnal, a fim de se fortalecerem nas resistências supremas contra o mal, desde os primeiros dias de serviço uterino. Entretanto, devemos considerar que é preciso ser suficientemente forte na fé e na coragem para não sucumbir. Nos renascimentos dessa espécie, o maior número de criaturas, porém, cumpre o programa salutar das provações retificadoras. Muitas fracassam; todavia, há sempre grande quantidade das que retiram os melhores lucros espirituais no setor da experiência para a vida eterna.
– Diz bem – acrescentou o orientador – ao se referir com semelhante admiração a esse soberano dever da criatura reencarnada. Sem atender às pesadas responsabilidades que lhe competem na preservação do vaso físico, homem algum poderá realizar o progresso espiritual. O Espírito renasce na carne para a produção de valores divinos em sua natureza; mas como atender ao semelhante imperativo, destruindo a máquina orgânica, base fundamental do serviço a fazer? Inda agora, referia-se você à lei da herança. O corpo terreno é também um patrimônio herdado há milênios e que a Humanidade vem aperfeiçoando, através dos séculos. O plasma, sublime construção efetuada ao influxo divino, com água do mar, nas épocas primitivas, é o fundamento primordial das organizações fisiológicas. Em voltando à Crosta, temos de aproveitar-lhe a herança, mais ou menos evolvida no corpo humano.
– Como vê, ao renascermos na Crosta do Mundo, recebemos com o corpo uma herança sagrada, cujos valores precisamos preservar, aperfeiçoando-o. As forças físicas devem evoluir como as nossas almas. Se nos oferecem o vaso de serviço para novas experiências de elevação, devemos retribuir, com o nosso esforço, auxiliando-as com a luz de nosso respeito e equilíbrio espiritual, no campo de trabalho e educação orgânica. O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução, credoras de seu reconhecimento e auxilio efetivo. Sem esse entendimento de harmonia no império orgânico, é inútil procurar a paz.
– Todo plano traçado na Esfera Superior tem por objetivos fundamentais o bem e a ascensão, e toda alma que reencarna no círculo da Crosta, ainda aquela que se encontre em condições aparentemente desesperadoras, tem recursos para melhorar sempre.
No Livro Evangelho segundo o Espiritismo diz:
CAPÍTULO IV – Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo
Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, são ininteligíveis, em sua maioria, as máximas do Evangelho, razão por que hão dado lugar a tão contraditórias interpretações. Está nesse princípio a chave que lhes restituirá o sentido verdadeiro.
A reencarnação fortalece os laços de família, ao passo que a unicidade da existência os rompe
18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.
19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou, Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatizas se esvaem. E desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.
20. O temor de que a parentela aumente indefinidamente, em consequência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas, tranquilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título.
23. Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 1ª, o nada, de acordo com a doutrina materialista; 2ª, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; 3ª, a individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja; 4ª, a individualidade, com progressão indefinita, conforme a Doutrina Espírita. Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Limites da encarnação
24. Quais os limites da encarnação?
A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados, se tivermos em vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito a vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o invólucro apropriado à natureza desse mundo.
O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais etéreo, até à depuração completa, que é a condição dos puros Espíritos. Se mundos especiais são destinados a Espíritos de grande adiantamento, estes últimos não lhes ficam presos, como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas.
Se se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende, portanto, de oEspírito libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua purificação.
Deve também considerar-se que no estado de desencarnado, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo a que o liga o grau do seu adiantamento. Assim, na erraticidade, é ele mais ou menos ditoso, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado. S. Luís. (Paris, 1859.)
Necessidade da encarnação
25. É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. E uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. – S. Luís. (Paris, 1859.)
26. NOTA. – Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.
Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.
Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo-se novamente em contacto, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
Livro Evolução em Dois Mundos de André Luiz cap. 19
PARTICULARIDADES DA REENCARNAÇÃO — Perguntar-se-á razoavelmente, se existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório Seria o mesmo que indagar se a morte na Terra é única em seus processos para todas as criaturas.
Cada entidade reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte parecerem iguais.
Os Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas, com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar.
Os Espíritos categoricamente inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino, em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente, que, após desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos a que obedece, tão logo encontre o favor ambiencial.
Entre ambas as classes, porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e esmero de previsão.
6 – Comunicabilidade dos Espíritos
Livro dos espíritos conclusão item 8 (marcação minha):
As comunicações com os seres de além-túmulo tiveram por resultado nos fazer compreender a vida futura, de nos fazer vê-la, de admitirmos as penas e os gozos que nela nos esperam segundo nossos méritos, e por isso mesmo de reconduzir ao espiritualismo aqueles que não viam em nós senão a matéria, uma máquina organizada. Por isso, tivemos razão em dizer que o Espiritismo matou o materialismo pelos fatos. Não tivesse produzido senão esse resultado e a sociedade lhe deveria reconhecimento; mas ele faz mais: mostra os inevitáveis efeitos do mal e, por conseguinte, a necessidade do bem. O número daqueles que ele reconduziu a sentimentos melhores, dos quais neutralizou as más tendências e desviou do mal, é maior do que se crê e aumenta todos os dias. É que para eles o futuro não é mais incerto, não é uma simples esperança, é uma verdade que se compreende, que se explica, quando se veem e quando se ouvem, aqueles que nos deixaram, se lamentar ou se felicitar do que fizeram sobre a Terra. Quem quer que disso é testemunha, reflete e sente a necessidade de se conhecer, de se julgar e de se corrigir.
No livro O Céu e o Inferno cap. 11 da primeira parte:
15 – Repelir as comunicações de além-túmulo é repudiar o meio mais poderoso de instruir-se, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que tais comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, o bem que podemos fazer, desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os que sofrem a desprenderem-se da matéria e a se aperfeiçoarem. Interdizer as comunicações é, portanto, privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar…
No Livro dos espíritos Introdução item 6:
As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas ocorrem pela influência, boa ou má, que eles exercem sobre nós com o nosso desconhecimento; cabe ao nosso julgamento discernir as boas e más inspirações. As comunicações ostensivas ocorrem por meio da escrita, da palavra, ou outras manifestações materiais, e mais frequentemente por intermédio dos médiuns que lhes servem de instrumento.
Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou por evocação. Podem-se evocar todos os Espíritos: aqueles que animaram homens obscuros, como aqueles de personagens mais ilustres, qualquer que seja a época na qual tenham vivido; os de nossos parentes, de nossos amigos ou de nossos inimigos, e com isso obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a sua situação no além-túmulo, sobre seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes são permitidas nos fazer.
No livro O Céu e o Inferno cap. 11 da primeira parte:
Continuação item 15 “…As seguintes palavras de um Espírito resumem admiravelmente as consequências da evocação, quando praticada com fim caritativo:
“Todo Espírito sofredor e desolado vos contará a causa da sua queda, os desvarios que o perderam. Esperanças, combates e terrores; remorsos, desesperos e dores, tudo vos dirá, mostrando Deus justamente irritado a punir o culpado com toda a severidade. Ao ouvi-lo, dois sentimentos vos acometerão: o da compaixão e o do temor! compaixão por ele, temor por vós mesmos. E se o seguirdes nos seus queixumes, vereis então que Deus jamais o perde de vista, esperando o pecador arrependido e estendendo-lhe os braços logo que procure regenerar-se. Do culpado vereis, enfim, os progressos benéficos para os quais tereis a felicidade e a glória de contribuir, com a solicitude e o carinho do cirurgião acompanhando a cicatrização da ferida que pensa diariamente.” (Bordéus, 1861.)”
No Livro dos Espíritos Introdução item 6
Os Espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se alegram nas reuniões sérias onde dominem o amor do bem e o desejo sincero de se instruir e se melhorar. Sua presença afasta os Espíritos inferiores que aí encontram, ao contrário, um livre acesso, e podem agir com toda liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas só pela curiosidade, e por toda parte onde se encontrem os maus instintos. Longe de deles obter bons avisos ou ensinamentos úteis, não se deve esperar senão futilidades, mentiras, maus gracejos ou mistificações, porque eles tomam emprestado, frequentemente, nomes venerados para melhor induzir ao erro.
A distinção dos bons e dos maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, marcada pela mais alta moralidade, livre de toda paixão inferior; seus conselhos exaltam a mais pura sabedoria, e têm sempre por objetivo nosso progresso e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, frequentemente trivial e mesmo grosseira; se dizem por vezes coisas boas e verdadeiras, mais frequentemente, dizem coisas falsas e absurdas, por malícia ou por ignorância. Eles se divertem com a credulidade e se distraem às custas daqueles que os interrogam, se vangloriando da sua vaidade, embalando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na total acepção da palavra, não ocorrem senão nos centros sérios, naqueles cujos membros estão unidos por uma comunhão de pensamentos para o bem.
No livro A Gênese Capitulo 1º:
58. – Mas não são apenas os Espíritos superiores que se manifestam, são também os Espíritos de todas as ordens, e isso era necessário para nos iniciar no verdadeiro caráter do mundo espiritual, no-lo mostrando sob todas as suas faces; com isso, as relações entre o mundo visível e o mundo invisível são mais íntimas, a conexão é mais evidente; vemos mais claramente, de onde viemos e para onde vamos; tal é o objetivo essencial das comunicações. Todos os Espíritos, a qualquer grau que tenham chegado, nos ensinam, pois, alguma coisa, mas, como são mais ou menos esclarecidos, cabe a nós discernir o que há neles de bom e de mau, e de tirar o proveito que os seus ensinamentos comportam; ora, todos, quaisquer que sejam, podem nos ensinar ou revelar coisas que ignoramos, e que, sem eles, não saberíamos.
Livro Emmanuel de Emmanuel
29 – O PROCESSO DAS COMUNICAÇÕES
O processo das comunicações entre os planos visível e invisível, mormente quando se trata de trabalhos que interessam de perto o progresso moral das criaturas, trabalhos esses que requerem a utilização de inteligências nobilíssimas do Espaço, cujo grau de elevação o meio terrestre não pode comportar, verifica-se, quase que invariavelmente, dentro de um teledinamismo poderoso, que estais longe ainda de apreciar nas vossas condições de espíritos encarnados.
Entidades sábias e benevolentes, que já se desvencilharam totalmente dos envoltórios terrenos, basta que o desejem, para que distâncias imensas sejam facilmente anuladas, a fim de que os seus elevados ensinamentos sejam ministrados, desde que haja cérebro possuidor de capacidade receptiva e que lhes não ofereça obstáculos insuperáveis.
OS APARELHOS MEDIÚNICOS
Aqueles que possuem essas faculdades registradoras dos pensamentos, que dimanam dos planos invisíveis, são os chamados sensitivos ou médiuns, porém, essa condição será a de todos os homens do porvir. São inúmeras as legiões de seres que perambulam convosco, sem os indumentos carnais, e que permanecem nas latitudes do vosso planeta, sendo necessário considerar que a maioria dos que evolutiram e se conservam nas esferas de um conhecimento muito superior ao vosso, pelas condições inerentes à sua própria natureza, não vos podem estar próximos. Enviam aos homens a sua mensagem luminosa dos cimos resplandecentes em que se encontram, e, formulando o desejo de ação nos planos da matéria, atuam com a sua vontade superior sobre o cérebro visado, o qual se encontra em afinidade com as suas vibrações e, através de forças teledinâmicas, que podereis avaliar com os fluidos elétricos, cuja utilização encetais na face do Globo, influenciam a natureza particular do sensitivo, afetando-lhe o sensório, atuando sobre os seus centros óticos e aparelhos auditivos, desaparecendo perfeitamente as distâncias que se não medem; na alma do “sujet” começa então a operar-se uma série de fenômenos alucinatórios sob a ação consciente do Espírito que o guia dos planos intangíveis. Este, segundo a sua necessidade, o induz a ver essa ou aquela imagem, em vibrações que o envolvem, as quais são traduzidas pelo sensitivo de acordo com as suas possibilidades intelectivas e sentimentais. Há instrumentos que interpretam com fidelidade o que se lhes entrega; outras, porém, não dispõem de elementos necessários para esse fim.
Não se conjeture a necessidade, por parte dos desencarnados, de trabalho fatigante para que tais fenômenos se verifiquem, concretizando-se no plano físico; tais fatos se realizam naturalmente, bastando para isso o seu desejo e o poder de fazê-la.
28 – O QUE REPRESENTAM AS COMUNICAÇÕES
Dos motivos expostos, infere-se que a suposta vulgaridade dos ditados mediúnicos é um fato naturalismo, porque emanam das almas dos próprios homens da Terra, imbuídos de gosto pessoal, já que o corpo das suas impressões persiste com precisão matemática, e somente os séculos, com o seu consequente aglomerado de experiências, conseguem modificar as disposições cármicas ou perispirituais de cada indivíduo. Procuram agir no plano físico unicamente para demonstração da sobrevivência além da morte, levantando os ânimos enfraquecidos, porque dilatam os horizontes da fé e da esperança no futuro, porém, jamais serão portadores da palavra suprema do progresso, não só porque a sua sabedoria é igualmente relativa, como também porque viriam anular o valor da iniciativa pessoal e a insofismável realidade do arbítrio humano.
No Livro dos Médiuns na 2ª parte cap. 14diz:
159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.
No Livro Evangelho segundo o Espiritismo cap. 26 diz:
Mediunidade gratuita
7. Os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante ideia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? E fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.
9. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. E que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa ideia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. – O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)
10. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.
Livro Os Mensageiros cap. 45
Os médiuns são simples colaboradores do trabalho de espiritualização. Cada um responderá pelo que fez das possibilidades recebidas, como também nós seremos compelidos a contas necessárias, algum dia. Não poderíamos cometer o absurdo de atribuir a concentração de todas as verdades divinas somente na cabeça de alguns homens, candidatos a novos cultos de adoração. A doutrina, Dr. Fidélis, é uma fonte sublime e pura, inacessível aos pruridos individualistas de qualquer de nós, fonte na qual cada companheiro deve beber a água da renovação própria.
7 – Fé Raciocinada
Livro evangelho segundo Espiritismo
Fé inabalável só é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Mateus cap. 17: 14 – 20
Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse: Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar. E Jesus, respondendo, disse: ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. Então Jesus repreendeu ao demônio, o qual saiu de menino, que desde aquela hora ficou curado. Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo? Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível. mas esta casta de demônios não se expulsa senão à força de oração e de jejum. Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressurgirá. E eles se entristeceram grandemente.
No Livro Evangelho segundo o Espiritismo diz:
CAPÍTULO XIX – A fé transporta montanhas
Poder da fé
A fé religiosa. Condição da fé inabalável
6. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.
7 – “A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
7(cont.) Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Tende, pois, como certo que os que dizem: “Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos”, apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela.
Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.
No Livro Depois da Morte de Léon Denis cap. 44 diz:
FÉ, ESPERANÇA, CONSOLAÇÕES
A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.
Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime fanal aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.
É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juizo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.
Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.
A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interna.
A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é Imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.
Para produzir tais resultados, necessita a fé repousar na base sólida que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensamento. Em vez de dogmas e mistérios, cumpre-lhe reconhecer tão-somente princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.
A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta, O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e segurança.
Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a alma é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis?
Essencializados da idéia de que esta vida não é mais que um instante no conjunto da existência integral, suportaremos, com paciência, os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem dar-nos-á o poder de dominar as mesquinharias presentes e de nos colocarmos acima dos vaivéns da fortuna. Assim, sentir-nos-emos mais livres e mais bem armados para a luta.
O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encon¬trar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus. Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.
Mas essa fé, poucos ainda a possuem, O Espírito de Verdade tem falado à Terra, mas insignificante número o tem ouvido atentamente. Entre os filhos dos homens, não são os poderosos os que o escutam, e, sim, os humildes, os pequenos, os deserdados, todos os que têm sede de esperança. Os grandes e os afortunados têm rejeitado os seus ensinos, como há dezenove séculos repeliram o próprio Cristo. Os membros do clero e as associações sábias coligaram-se contra esse “desmancha-prazeres”, que vinha comprometer os interesses, o repouso e derruir-lhes as afirmações. Poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessarem que se enganaram. O orgulho escraviza-os totalmente! Preferem combater toda a vida esta verdade ameaçadora que vai arrasar suas obras efêmeras. Outros, muito secretamente, reconhecem a beleza, a magnitude desta doutrina, mas se atemorizam ante suas exigências morais. Agarrados aos prazeres, almejando viver a seu gosto, Indiferentes à existência futura, afastam de seus pensamentos tudo quanto poderia induzi-los a repudiar hábitos que, embora reconheçam como perniciosos, não deixam de ser afagados. Que amargas decepções irão colher por causa dessas loucas evasivas!
A nossa sociedade, absorvida completamente pelas especulações, pouco se preocupa com o ensino moral. Inúmeras opiniões contraditórias chocam-se; no meio desse confuso turbilhão da vida, o homem poucas vezes se detém para refletir.
Mas todo ânimo sincero, que procura a fé e a verdade, há de encontrá-la na revelação nova. Um influxo celeste estender-se-á sobre ele a fim de guiá-lo para esse sol nascente, que um dia Iluminará a Humanidade Inteira.
No livro Os Mensageiros no cap. 40 diz:
“… a existência terrestre é uma gloriosa oportunidade para os que se interessam pelo conhecimento e elevação de si mesmos. E, por esta mesma razão, ensinamos a necessidade da fé religiosa entre as criaturas humanas. Desenvolvendo essa campanha, não pretendemos intensificar as paixões nefastas do sectarismo, mas criar um estado positivo de confiança, otimismo e ânimo sadio na mente de cada companheiro encarnado. Até agora, apenas a fé pode proporcionar essa realização. As ciências e as filosofias preparam o campo; entretanto, a fé que vence a morte, é a semente vital. Possuindo-lhe o valor eterno, encontra o homem bastante dinamismo espiritual para combater até à vitória plena em si mesmo.”
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A fé: mãe da esperança e da caridade
11. Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.
A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?
Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.
A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.
Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. – José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
A fé humana e a divina
12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)
No livro A Gênese cap. 18 item 17 diz:
17. – A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas não há fraternidade real, sólida e efetiva, se ela não se apóia sobre uma base inabalável; esta base é a fé; não a fé em tais ou quais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos, e se atiram pedra, porque se anatematizando, eles mantêm o antagonismo; mas a fé em princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar: Deus, a alma, o futuro, O PROGRESSO INDIVIDUAL INDEFINIDO, A PERPETUIDADE DAS RELAÇÕES ENTRE OS SERES. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada pode querer de injusto; que o mal vem dos homens e não dele, eles se olharão como os filhos de um mesmo Pai e estender-se-ão as mãos.
É esta fé que o Espiritismo dá, e que será doravante o eixo sobre o qual moverá o gênero humano, quaisquer que sejam o modo de adoração e as crenças particulares.
Livro o Consolador nas questões 354 a 361 diz:
FÉ
354 – Poder-se-á definir o que é ter fé?
-Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido.
Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo do espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor”.
355 – Será fé acreditar sem raciocínio?
-Acreditar é uma expressão de crença, dentro da qual os legítimos valores da fé em si mesma. Admitir as afirmativas mais estranhas, sem um exame minucioso, é caminhar para o desfiladeiro do absurdo, onde os fantasmas dogmáticos conduzem as criaturas a todos os despautérios. Mas também interferir nos problemas essenciais da vida, sem que a razão esteja iluminada pelo sentimento, é buscar o mesmo declive onde os fantasmas impiedosos da negação conduzem as almas a muitos crimes.
356 – A dúvida racionada, no coração sincero, é uma base para a fé?
-Toda dúvida que se manifesta na alma cheia de boa-vontade, que não se precipita em definições apriorísticas dentro de sua sinceridade, ou que não busca a malícia para contribuir em suas cogitações, é um elemento benéfico para a alma, na marcha da inteligência e do coração rumo à luz sublimada da fé.
358 – Para os Espíritos desencarnados, que já adquiriram muitos valores em matéria de fé, qual o melhor bem da vida humana?
-A vida humana, nas suas características de trabalho pela redenção espiritual, apresenta muitos bens preciosos aos nossos olhos, na sequência das lutas, esforços e sacrifícios de cada espírito. Para nós outros, porém, o tesouro maior da existência terrestre reside na consciência reta e pura, iluminada pela fé e edificada no cumprimento de todos os deveres mais elevados.
359 – Nas cogitações da fé, o Espírito encarnado deve restringir suas divagações ao limite necessário às suas experiências na Terra?
-Pelo menos, é justo que somente cogite das expressões transcendentes ao seu meio, depois de realizar todo o esforço de iluminação que o mundo lhe pode proporcionar nos seus processos de depuração e aperfeiçoamento.
Boa Nova Joana de Cusa Capitulo 15
Joana, só há um Deus, que é o Nosso Pai, e só existe uma fé para as nossas relações com o seu amor. Certas manifestações religiosas, no mundo, muitas vezes não passam de vícios populares nos hábitos exteriores. Todos os templos da Terra são de pedra; eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. Entre o sincero discípulo do Evangelho e os erros milenários do mundo, começa a travar-se o combate sem sangue da redenção espiritual. Agradece ao Pai o haver-te julgado digna do bom trabalho, desde agora. Teu esposo não te compreende a alma sensível? Compreender-te-á um dia. É leviano e indiferente? Ama-o, mesmo assim. Não te acharias ligada a ele se não houvesse para isso razão justa. Servindo-o com amorosa dedicação, estarás cumprindo a vontade de Deus. Falas-me de teus receios e de tuas dúvidas. Deves, pelo Evangelho, amá-lo ainda mais. Os sãos não precisam de médico. Além disso, não poderemos colher uvas nos abrolhos, mas podemos amanhar o solo que produziu cardos envenenados, a fim de cultivarmos nele mesmo a videira maravilhosa do amor e da vida.
Em Mateus 15; 24-28 diz:
“Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ç mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.”
8 – Evolução
No livro dos espíritos diz:
115 – Entre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
R: Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência. Deu a cada um determinada missão com o fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e para aproximá-los dele. A felicidade eterna e pura é para aqueles que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Alguns aceitam essas provas com submissão e alcançam mais prontamente o fim de sua destinação. Outros não as suportam senão murmurando e, por suas faltas, permanecem distanciados da perfeição e da felicidade prometida.
115a – Segundo isto, os Espíritos seriam em sua origem, como são as crianças, ignorantes e sem experiência, adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam em percorrendo as diferentes fases da vida?
R: Sim, a comparação é justa; a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; segundo sua docilidade, ela aproveita mais ou menos. Todavia, a vida do homem tem um termo e a dos Espíritos se estende ao infinito.
No Livro Evolução para o Terceiro Milênio
Capitulo 4 item 12 n 1
Em 6.2, tocamos de raspão no conceito de evolução como a imperiosa necessidade de renovar, com frequência, os valores do Espírito para não mergulhar na rotina estagnante, que anula as capacidades e potencialidades do Espírito. Sabemos já que a evolução orgânica começou oficialmente com Darwin, em 1859, por meio do seu livro clássico A Origem das Espécies, e que Kardec não só aceitou como ampliou no sentido do progresso indefinido da alma humana. O aspecto psíquico fora antes indicado a ele pelos instrutores da Espiritualidade; dizem em O Livro dos Espíritos, e.g.: ”Os espíritos mesmos melhoram-se; melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma superior” e todos se tornarão perfeitos. Eles mudam…” E, hoje, evolução é na Ciência, e sem a qual quase tudo em a Natureza e no Reino Mental é ininteligível.
As ciências biológicas possuem atualmente uma teoria evolucionista altamente elaborada, muito elegante e complexa, que é uma construção engenhosa servida por inúmeros fatos. Satisfaz em o nível em que vigora, mas apresenta lacunas já na própria base; terá, no futuro, que sofrer acertos vários. Já fizemos referência ao ignorado papel do corpo fluídico (perispírito), agora revelado por cientistas russos, na evolução, como órgão imortal que registra os progressos realizados pelo ser (6.2) e transfere-os para a vida seguinte.
As escolas espirituais, e particularmente a espírita, têm a evolução espiritual não somente como provada, mas também como necessidade lógica. O princípio espiritual, criado por Deus, desenvolve-se ao longo do tempo, aprimorando-se paulatinamente. Por isso, sendo desiguais as idades dos espíritos e o curso da evolução (pelo respeito ao livre-arbítrio quando surge), há homens em todos os níveis de adiantamento, desde o selvagem até Einstein e Gandhi. Por ora, o estado moral do planeta admite a heterogeneidade, que é útil às lutas evolutivas. O progresso do espírito processa-se pela assimilação de experiências vividas e de conhecimentos adquiridos. Esse material, em cada existência, é absorvido e manipulado pela mente consciente; mas, a sua integração no acervo acumulado no espírito dá-se pela transferência para o inconsciente (subconsciente), onde fica armazenado. Contudo, isso não o anula, portanto, sempre que preciso, renasce como aptidão e vocação. A evolução espiritual consiste na transferência dos novos elementos de progresso do consciente para o inconsciente e, nessa passagem, na transformação deles (conhecimentos e experiências) em faculdades – donde as aptidões e vocações, não raro bem manifestadas em crianças. A aptidão para o mal reconhece idêntico mecanismo de formação. Se durante várias vidas lidamos com ervas, drogas e doentes, hoje facilmente seremos bons médicos; numa turma de estudantes, alguns aprendem tudo sem dificuldade e outros arrastam-se mal entendendo as coisas: divergem as aptidões, discrepam as experiências passadas. Nesse caminhar para a perfeição, deve o Espírito percorrer um duplo caminho, pois dois são os tipos de progresso: intelectual e moral. Inicialmente, andam separados, por que a inteligência, mesmo alta, não acarreta a necessidade do bem e pode até ser usada para fazer o mal, como é óbvio. Porém, depois que o sofrimento cobra o seu tributo, na qualidade de agente retificador das violações da Lei, inteligência e moralidade acabaram acertando o passo e assumindo crescimento proporcional. Surge a Terra, em consequência, como um canteiro onde o Grande Agricultor planta os Espíritos para que cresçam e produzam muito fruto; não devem ficar lá mais tempo do que o necessário para mudarem interiormente e tornarem-se produtivos. Isso é a evolução psíquica.
No Livro Missionários da Luz cap. 13 diz:
“- Não se esqueça, André, de que a reencarnação significa recomeço nos processos de evolução ou de retificação. Lembre-se de que os organismos mais perfeitos da nossa Casa Planetária procedem inicialmente da ameba. Ora, recomeço significa «recapitulação» ou «volta ao princípio». Por isso mesmo, em seu desenvolvimento embrionário, o futuro corpo de um homem não pode ser distinto da formação do réptil ou do pássaro. O que opera a diferenciação da forma é o valor evolutivo, contido no molde perispirítico do ser que toma os fluidos da carne. Assim, pois, ao regressar à esfera mais densa, como acontece a Segismundo, é indispensável recapitular todas as experiências vividas no longo drama de nosso aperfeiçoamento, ainda que seja por dias e horas breves, repetindo em curso rápido as etapas vencidas ou lições adquiridas, estacionando na posição em que devemos prosseguir no aprendizado. Logo depois da forma microscópica da ameba, surgirão no processo fetal de Segismundo os sinais da era aquática de nossa evolução e, assim por diante, todos os períodos de transição ou estações de progresso que a criatura já transpôs na jornada incessante do aperfeiçoamento, dentro da qual nos encontramos, agora, na condição de humanidade.”
No Livro Emmanuel de Emmanuel
28 – OS PLANOS DA EVOLUÇÃO
Assim como o Infinito é uma lei para os estados das consciências, temos o infinito de planos no Universo e todos os planos se interpenetram, dentro da maravilhosa lei de solidariedade; cada plano recebe, daquele que lhe é superior, apenas o bastante ao seu estado evolutivo, sendo de efeito contraproducente ministrar-lhe conhecimentos que não poderia suportar.
A evolução, sob todos os seus aspectos, deve ser procurada com afinco, pois é dentro dessa aspiração que vemos a verdade da afirmação evangélica – “a quem mais tiver, mais será dado”. ‘
À medida que o homem progride moralmente, mais se aperfeiçoará o processo da sua comunhão com os planos invisíveis que lhe são superiores.
24 – A EVOLUÇÃO INFINITA
E como se tem operado a evolução do corpo espiritual?
Remontai ao caos telúrico do vosso Globo nas épocas primárias.
Cessadas as perturbações geológicas, estabelecido o repouso em algumas grandes extensões de matéria resfriada, eis que, entre as forças cósmicas associadas, aparece o primeiro rudimento de vida organizada – o protoplasma. Eis que os séculos se escoam… eis as amebas, os zoófilos, os seres monstruosos das profundidades submarinas…Recapitulemos os milênios passados e acharemos a nossa própria história; a individualidade, o nosso “ego” constitui o nosso maior triunfo. E, chegados ao raciocínio e ao sentimento da Humanidade, através de vidas inumeráveis, teremos atingido o zênite da nossa evolução anímica? Não. Se nos achamos acima dos nossos semelhantes inferiores – os irracionais -, acima de nós se encontram os seres superiores da espiritualidade, que se hierarquizam ao infinito e cuja perfeição nos compete alcançar.
No Livro dos Espíritos:
778 – O homem pode retrogradar até o estado natural?
– Não, o homem deve progredir sem cessar e não pode retornar ao estado de infância. Se ele progride é porque Deus quer assim. Pensar que ele pode retroceder à sua condição primitiva, seria negar a lei do progresso.
779 – O homem possui em si a força de progredir ou o progresso não é senão o produto de um ensinamento?
– O homem se desenvolve, ele mesmo, naturalmente. Mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma; é então que os mais avançados ajudam o progresso dos outros, pelo contato social.
780 – O progresso moral segue sempre o progresso intelectual?
– É sua consequência, todavia, não o segue sempre imediatamente. (192-365)
780 a – Como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral?
– Fazendo compreender o bem e o mal: o homem, então, pode escolher. O desenvolvimento do livre arbítrio segue o desenvolvimento da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.
– Como ocorre então, que os povos mais esclarecidos sejam, frequentemente, os mais pervertidos?
– O progresso completo é o objetivo, mas os povos, como os indivíduos, não o alcançam senão passo a passo. Até que o senso moral se tenha neles desenvolvido, eles podem mesmo se servir de sua inteligência para fazer o mal. O moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo. (365-751)
783 – O aperfeiçoamento da Humanidade segue sempre uma marcha progressiva e lenta?
– Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. Mas quando um povo não avança muito depressa, Deus lhe suscita, de tempos em tempos, um abalo físico ou moral, que o transforma.
O homem não pode ficar, perpetuamente, na ignorância, porque deve atingir o fim marcado pela Providência: ele se esclarece pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente, estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações.
O homem não percebe, frequentemente, nessas comoções, senão a desordem e a confusão momentâneas que o atingem nos seus interesses materiais. Aquele que eleva seu pensamento acima da personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz surgir o bem. A tempestade e a agitação saneiam a atmosfera depois de a ter perturbado.
785 – Qual é o maior obstáculo ao progresso?
– O orgulho e o egoísmo. Quero falar do progresso moral, porque o progresso intelectual caminha sempre e, à primeira vista, parece dar a esses vícios um redobramento de atividade, desenvolvendo a ambição e o amor das riquezas que, a seu turno, excitam o homem às procuras que esclarecem seu Espírito. É assim que tudo se tem no mundo moral como no mundo físico e que do mal mesmo pode surgir o bem. Mas esses estado de coisas é breve e mudará, à medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres dos bens terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável. (Vede Egoísmo, cap. XII).
Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral. Entre os povos civilizados, o primeiro recebe, neste século, todos os incentivos desejáveis e, por isso, atingiu um grau desconhecido até nossos dias. Falta ao segundo para que esteja no mesmo nível, todavia, se comparam os costumes sociais aos de alguns séculos atrás, seria preciso ser cego para negar o Progresso. Por que, pois, a marcha ascendente se deteria antes pelo moral que pela inteligência? Por que nisso não haveria entre o século dezenove e o vigésimo quarto século igual diferença que entre o décimo quarto e décimo nono? Duvidar seria pretender que a Humanidade está no apogeu da perfeição, o que seria absurdo, ou que ela não é perfectível moralmente, o que é desmentido pela experiência.
Livro o Consolador nas questões diz:
241 – Onde o maior auxílio para nossa redenção espiritual?
-No trabalho de nossa redenção individual ou coletiva, a dor é sempre o elemento amigo e indispensável. E a redenção de um Espírito encarnado, na Terra, consiste no resgate de todas as dívidas, com a consequente aquisição de valores morais passíveis de serem conquistados nas lutas planetárias, situação essa que eleva as personalidades espiritual a novos e mais sublimes horizontes na vida no Infinito.
243 – Todos os Espíritos que passaram pela Terra tiveram as mesmas características evolutivas, no que se refere ao problema da dor?
-Todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo espiritual do planeta, desde os seus primórdios.
249 – A queda do Espírito somente se verifica na Terra?
-A Terra é um plano de vida e de evolução como outro qualquer, e, nas esferas mais variadas, a alma pode cair, em sua rota evolutiva, porquanto precisamos compreender que a sede de todos os sentimentos bons ou maus, superiores ou indignos, reside no âmago do espírito imperecível e não na carne que se apodrecerá com o tempo.
252 – Somente se recebe a ofensa a que se fez jus no cumprimento das provas? E considerando a intensidade dessa ou daquela provação, poderá alguém reencarnar fadado ao suicídio e ao crime?
-Receberemos a dor de acordo com as necessidades próprias, com vistas ao resgate do passado e à situação espiritual do futuro.
No capítulo da ofensa, quando a recebemos de alguém que se encontra dentro do nosso nível de compreensão e do plano evolutivo, é certo que se trata de provação bem amarga, indispensável ao nosso processo de regeneração própria.
Existem, porém, no mundo, as pedradas da ignorância e da má-fé, partidas dos sentimentos inferiores e convém que o cristão esteja preparado e sereno, de modo a não recebe-las com sensibilidade doentia, mas com o propósito de trabalho e esforço próprio, conhecendo que as mesmas fazem parte do seu plano de vida temporária, aonde veio para se educar, colaborando ao mesmo tempo na educação de seus semelhantes.
Relativamente ao suicídio é oportuno repetir que a obra de Deus é a do amor e do bem, de todos os planos da vida, e devemos reconhecer que, se muitos Espíritos reencarnam com a prova das tentações ao suicídio e ao crime, é porque esses devem agir como alunos que, havendo perdido uma prova em seu curso, voltam ao estudo da mesma no ano seguinte, até obterem conhecimento e superioridade na matéria. Muitas almas efetuam a repetição de um mesmo esforço e, por vezes, sucumbem na luta, sem perceberem a necessidade de vigilância, sem que possamos, de modo algum, imputar a Deus o fracasso de suas esperanças, porque a Providência Divina concede a todos os seres as mesmas oportunidades de trabalho e de habilitação.
No livro Evangelho Segundo o Espiritismo no cap. 3 diz:
5. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se veem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.
Progressão dos mundos
19. O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas uni meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
Ao mesmo tempo em que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
O Livro A Gênese no cap. 11 item 28 diz:
28. – Quando os Espíritos adquiriram, sobre um mundo, a soma do progresso que o estado desse mundo comporta, deixam-no para se encarnarem num outro mais avançado, onde adquirem novos conhecimentos, e assim por diante até que, não lhes sendo mais útil a encarnação num corpo material, vivem exclusivamente da vida espiritual, onde progridem ainda num outro sentido e por outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade; admitidos nos conselhos do Todo-Poderoso, têm seu pensamento, tornam-se seus mensageiros, seus ministros diretos para o governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos em diferentes graus de adiantamento.
9 – Moral de Jesus
Em João 13; 34-35 diz:
34 Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.
Em João 14; 6, 12, 15-16 diz:
6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
12 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai;
15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre.
Em Mateus 10; 37-39 diz:
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.
No Livro dos Espíritos na Introdução item 6:
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: “Agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco”; quer dizer, fazer o bem e não fazer o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta para as suas menores ações.
Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade, são paixões que nos aproximam da natureza animal e nos prendem à matéria; que o homem que, desde este mundo, se desliga da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas, e pelo amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve se tornar útil segundo suas faculdades e os meios que Deus colocou entre suas mãos para o provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco, porque aquele que abusa de sua força e do seu poder, para oprimir seu semelhante, viola a lei de Deus. Ensinam, enfim, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo ser oculto, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas descobertas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com os quais agimos mal, é um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos são fixados penas e gozos que nos são desconhecidos sobre a Terra.
Mas eles nos ensinaram também que não há faltas irremissíveis, e que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio, nas diferentes existências, que lhe permite avançar, segundo seu desejo e seus esforços, na senda do progresso e na direção da perfeição que é seu objetivo final.
Conclusão nº 8
Os Espíritos, dizem certas pessoas, nos ensinam uma moral nova, alguma coisa superior à do Cristo? Se essa moral não é outra senão a do Evangelho, por que o Espiritismo? Esse raciocínio assemelha-se singularmente ao do califa Omar falando da biblioteca de Alexandria: “Se ela não contém, disse, senão o que há no Alcorão, é inútil, portanto, é preciso queimá-la; se ela encerra outra coisa, é má, portanto, é preciso ainda queimá-la”. Não, o Espiritismo não encerra uma moral diferente da de Jesus; mas perguntaremos, por nossa vez, se antes de Cristo os homens não tinham a lei dada por Deus a Moisés? Sua doutrina não se encontra no Decálogo? Dir-se-á por isso que a moral de Jesus era inútil? Perguntaremos ainda àqueles que negam a utilidade da moral espírita, por que a do Cristo é tão pouco praticada e por que estes mesmos que lhe proclamam, a justo título, a sublimidade, são os primeiros a violar a primeira de suas leis: a caridade universal? Os Espíritos vêm não somente confirmá-la, mas nos mostram sua utilidade prática. Eles tornam inteligíveis e patentes, verdades que não haviam sido ensinadas senão sob a forma alegórica; e ao lado da moral, vêm definir os problemas mais abstratos da psicologia.
Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que Deus, que o havia enviado para lembrar sua lei esquecida, não enviaria hoje os Espíritos para a lembrar-lhes de novo e com mais precisão, quando a esquecem para tudo sacrificar ao orgulho e à cupidez? Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e traçar-lhe seus caminhos? Quem diz que, como afirmam os Espíritos, os tempos preditos não estão cumpridos, e que não atingimos aqueles em que as verdades mal compreendidas ou falsamente interpretadas devem ser ostensivamente reveladas ao gênero humano para apressar, seu progresso? Não há alguma coisa de providencial nessas manifestações que se produzem simultaneamente sobre todos os pontos do globo? Não é um só homem, um profeta, que vem nos advertir, é a luz que surgiu de toda a parte, é todo um mundo novo que se desenrola aos nossos olhos. Como a invenção do microscópio nos descobriu o mundo dos infinitamente pequenos, que não suspeitávamos; como o telescópio nos descobriu os milhares de mundos que não suspeitávamos mais, as comunicações espíritas nos revelam o mundo invisível que nos cerca, que nos acotovela sem cessar e, sem que o saibamos, toma parte em tudo o que fazemos. Algum tempo ainda e a existência desse mundo, que é o que nos espera, será também incontestável como a do mundo microscópico e dos globos perdidos no espaço. Portanto, não é nada nos ter feito conhecer todo um mundo? nos ter iniciado nos mistérios da vida de além-túmulo? É verdade que essas descobertas, se lhes pode dar esse nome, contrariam um pouco certas ideias firmadas; mas todas as grandes descobertas científicas igualmente não modificaram, transtornaram, mesmo as ideias mais acreditadas, e não foi necessário que o nosso amor-próprio se curvasse diante da evidência?
Ocorrerá o mesmo com respeito ao Espiritismo e, dentro em pouco, ele terá direito de cidadania entre os conhecimentos humanos.
No livro O Consolador:
259 – No que se refere à prática da caridade, como interpretar o ensinamento de Jesus: Aquele que tem será concedido em abundância e àquele que não tem, até mesmo o que tiver, lhe será tirado?
-A palavra de Jesus, em todas as circunstâncias, foi tocada de uma luz oculta, apresentando reflexos prismáticos, em todos os tempos, para a alma humana, na sua ascensão para a sabedoria e para o amor.
Antes de tudo, busquemos ajustar o conceito a nós próprios.
Se possuirmos a verdadeira caridade espiritual, se trabalhamos pela nossa iluminação íntima, irradiando luz, espontaneamente, para o caminho dos nossos irmãos em luta e aprendizado, mais receberemos das fontes puras dos planos espirituais mais elevados, porque, depois de valorizarmos a oportunidade recebida, horizontes infinitos se abrirão no campo ilimitado do Universo, para as nossas almas, o que não poderá acontecer aos que lançaram mão do sagrado ensejo de iluminação própria nas estradas da vida, com a mais evidente despreocupação de seus legítimos deveres, esquecendo o caminho melhor, trocado, então, pelas sensações efêmeras da existência terrestre, contraindo novas dívidas e afastando de si mesmo as oportunidades para o futuro, então mais difíceis e dolorosas.
271 – Moises transmitiu ao mundo a lei definitiva?
-O profeta de Israel deu à Terra as bases da Lei divina e imutável, mas não toda a Lei, integral e definitiva.
Aliás, somos obrigados a reconhecer que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva.
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o Espiritismo em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A justiça, portanto, lhe aplanaram os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos. Eis por que, com o Espiritismo simbolizando a Terceira Revelação da Lei, o homem terreno se prepara, aguardando as sublimadas realizações do seu futuro espiritual, nos milênios por-vindouros.
283 – Com Referência a Jesus, como interpretar o sentido das palavras de João: – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade?”.
-Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrícolas.
Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito.
Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes, dando ensejo às palavras do apóstolo, acima referidas.
No Livro Evolução em Dois Mundo de André Luiz cap. 20
JESUS E A RELIGIÃO — Com Jesus, no entanto, a religião, como sistema educativo, alcança eminência inimaginável.
Nem templos de pedra, nem rituais.
Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano.
O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros.
Dirige-se aos homens simples de coração, curvados para a gleba do sofrimento e ergue-lhes a cabeça trêmula para o Céu. Aproxima-se de quantos desconhecem a sublimidade dos próprios destinos e assopra-lhes a verdade, vazada em amor, para que o sol da esperança lhes renasça no ser. Abraça os deserdados e fala-lhes da Providência Infinita. Reúne, em torno de sua glória que a humildade escondia, os velhos e os doentes, os cansados e os tristes, os pobres e os oprimidos, as mães sofredoras e as crianças abandonadas e entrega-lhes as bem-aventuranças celestes. Ensina que a felicidade não pode nascer das posses efêmeras que se transferem de mão em mão, e sim da caridade e do entendimento, da modéstia e do trabalho, da tolerância e do perdão. Afirma-lhes que a Casa de Deus está constituída por muitas moradas, nos mundos que enxameiam o firmamento, e que o homem deve nascer de novo para progredir na direção da Sabedoria Divina. Proclama que a morte não existe e que a Criação é beleza e segurança, alegria e vitória em plena imortalidade.
Pelas revelações com que vence a superstição e o crime, a violência e a perversidade, paga na cruz o imposto de extremo sacrifício aos preconceitos humanos que lhe não perdoam a soberana grandeza, mas, reaparecendo redivivo, para a mesma Humanidade que o escarnecera e crucificara, desvenda-lhe, em novo cantico de humildade, a excelsitude da vida eterna.
Referência
A Gênese de Allan Kardec
Biblia Sagrada
Boa Nova de Chico Xavier pelo espirito de Humberto de Campos
Depois da Morte de Léon Diniz
Emmanuel de Chico Xavier pelo espirito de Emmanuel
Entrega-te a Deus de Divaldo P. Franco pelo espirito de Joana de Ângelis
Evolução em Dois Mundos de Chico Xavier pelo espirito de André Luiz
Evolução para o Terceiro Milenio de Carlos Toledo Rizzini
Fundamentos da Doutrina Espirita de José Benevides Cavalcante
Missionários da Luz de Chico Xavier pelo espirito de André Luiz
O Céu e o Inferno de Allan Kardec
O Consolador de Chico Xavier pelo espirito de Emmanuel
O Livro dos Espíriros de Allan Kardec
O Livro dos Médiuns de Allan Kardec
O Livro Evangelho Segundo Espiritismo de Allan Kardec
O Que é o Espiritismo de Allan Kardec
Obras Póstumas de Allan Kardec
Os Mensageiros de Chico Xavier pelo espirito de André Luiz
CELC Agosto/2012 Fernando