Prova e Expiação
PROVA E EXPIAÇÃO
Quando um motivo de aflição nos advém, se lhe procurarmos a causa, amiúde reconheceremos estar numa imprudência ou imprevidência nossa, ou, quando não, em um ato anterior. Em qualquer desses casos, só de nós mesmos nos devemos queixar. Se a causa de um infortúnio independe completamente de qualquer ação nossa, é ou uma prova para a existência atual, ou expiação de falta de uma existência anterior, caso, este último, em que, pela natureza da expiação, poderemos conhecer a natureza da falta, visto que somos sempre punidos por aquilo em que pecamos.
Evangelho – Cap.28 – Submissão e resignação, item 30 Prefácio
O problema da queda é também uma questão de aprendizado e o mal indica posição de desequilíbrio, exigindo restauração e corrigenda. A evolução confere-nos poder, mas gastamos muito tempo, aprendendo a utilizar esse poder harmonicamente. Demoramos séculos no serviço de iluminação íntima, porque não basta adquirir idéias e possibilidades, é preciso ser responsável, e nem é justo tenhamos tão-somente a informação do raciocínio, mas também a luz do amor. Daí as lutas sucessivas em continuadas reencarnações da alma! Temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim.
André Luiz – Missionários da Luz, cap.12 – Preparação de experiências
Livro dos Espíritos 171 – Em que se fundamenta o dogma da reencarnação?
_ Na Justiça de Deus e na revelação, pois não cansamos de vos repetir: Um bom pai sempre deixa aos seus filhos uma porta aberta ao arrependimento.
Todos os Espíritos tendem à perfeição, e Deus lhes fornece os meios de alcançá-la através das provações da vida corporal. Porém, em sua justiça, Ele lhes reserva – para suas novas existências – a realização daquilo que não puderam fazer ou cumprir numa primeira provação.
Livro dos Espíritos 262 a) – Quando o Espírito goza do seu livre arbítrio, depende exclusivamente da sua vontade a escolha da existência corporal, ou essa existência pode lhe ser imposta pela vontade de Deus como expiação?
– Deus sabe esperar: não apressa a expiação. Entretanto, Deus pode impor uma existência a um Espírito, quando este, por sua inferioridade ou sua má vontade, não está apto a compreender o que poderia ser-lhe mais salutar e quando vê que essa existência pode servir à sua purificação e adiantamento, ao mesmo tempo que encontra nela uma expiação.
O Espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.
André Luiz – Evolução em dois Mundos , cap.38 – Evolução e Destino
Para que possamos dar valor à felicidade é necessário sabermos quanto ela custa. A dor, as humilhações, os reveses, as enfermidades, o trabalho e o estudo são as provas e as expiações com as quais compramos nossa felicidade futura. 52 Lições de Catecismo Espírita – Eliseu Rigonatti, 37} Lição, As Provas e as Expiações, pág.74
André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – cap.15 “da mesma forma que existem alegrias para todos os gostos, existem dores para todas as necessidades”.
O Consolador 246 – Qual a diferença entre Provação e Expiação?
A provação é a luta que ensina o discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.
Resposta da questão 246 O Consolador
A expiação implica necessariamente a idéia de um castigo mais ou menos penoso, resultado de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumida, porquanto, aquele que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova e reciprocamente.
Revista Espírita – Ano VI – setembro de 1863 – Sobre provas e expiações
O Consolador 247 – A Lei da prova e da expiação é inflexível?
_ Os tribunais da justiça humana, apesar de imperfeitos, por vezes não comutam as penas e não beneficiam
os delinqüentes com o “sursis”? A inflexibilidade e a dureza não existem para a Misericórdia Divina, que, conforme a conduta do Espírito encarnado, pode dispensar na lei, em benefício do homem, quando a sua existência já demonstre certas expressões do amor que cobre a multidão dos pecados.
Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação.
Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento porque se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação.
Mas provas e expiações são sempre sinais de inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa de ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso, quanto mais penosa tiver sido a sua luta. O Evangelho – cap.V, item 9, Causas anteriores das aflições, pag.78
PROVA é lição retardada que nós mesmos acumulamos no caminho, através de erros impensados ou conscientes em transatas reencarnações, e que somos compelidos a rememorar e a reaprender.
Estude e Viva – Chico Xavier, cap.40, pag.230
Provas, em linguagem espírita, são situações que nos servem de aprendizado ou testam nossa capacidade. A Providência Divina nos faz passar por provas porque são necessárias ao nosso progresso intelecto-moral. Sem as provas, não atingiríamos o pleno desenvolvimento de nossas potencialidades nem teríamos merecimento para usufruirmos os benefícios da perfeição alcançada.
A vida corpórea nos enseja certo tipo de provas indispensáveis ao nosso progresso espiritual.
As provas pelas quais teremos de passar numa existência terrena costumam ser definidas antes da encarnação, quando ainda estamos na erraticidade. Livros e Coletâneas – CELC: Provas e Expiações
Livro dos Espíritos 258 - Quando no estado errante e antes de se reencarnar, o Espírito tem a consciência e a previsão das coisas que lhe sucederão durante a vida?
– Ele próprio escolhe o gênero de provas que quer suportar e é nisso que consiste o seu livre arbítrio.
258. a) – Então não é Deus que lhe impõe, então, as tribulações da vida como castigo?
– Nada ocorre sem a permissão de Deus, pois é Ele quem estabelece todas as leis que regem o Universo. Perguntai, então, porque fez tal lei ao invés de outra. Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade de seus atos e suas conseqüências, de maneira que nada entrava o seu futuro; o caminho do bem, como o do mal, lhe está aberto. Se sucumbe, resta-lhe a consolação de que nem tudo se acabou para ele; Deus, na sua bondade, lhe dá a oportunidade de recomeçar o que foi mal feito. É necessário, aliás, distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que criastes, mas Deus; contudo, pela própria vontade, a ele vos expondes porque vedes um meio de adiantar-vos e Deus o permitiu.
259 – Se o Espírito pode escolher o gênero de provas que deve suportar, segue-se daí que todas as tribulações que experimentamos na vida foram previstas e escolhidas por nós?
– Todas, não é a palavra, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas; escolhestes o gênero de provas, os detalhes são conseqüências da vossa posição e, freqüentemente, dos vossos próprios atos. Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, ele sabia a que arrastamentos se expunha, mas não cada um dos atos que viria a praticar, e que são resultado de sua vontade ou do seu livre arbítrio. O Espírito sabe que escolhendo tal caminho terá de suportar tal gênero de luta; sabe, também, a natureza das vicissitudes que enfrentará, mas não sabe quais os acontecimentos que o aguardam. Os detalhes dos acontecimentos nascem das circunstâncias e da força das coisas. Somente são previstos os grandes acontecimentos que influem no seu destino. Se tomas um caminho cheio de sulcos profundos, sabes que deves tomar grandes precauções para não caíres, e não
sabes em qual deles cairás; pode ser, também, que não caias se fores bastante prudente. Se, passando por uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, como vulgarmente se diz.
Sob a influência das idéias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso. Tal a razão de lhe parecer natural sejam escolhidas as que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os gozos materiais. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos.
Assim, pois, o Espírito pode escolher prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar de pronto.
Dizem todos os Espíritos que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, a fim de fazerem a sua escolha. Na vida corporal não se nos oferece um exemplo deste fato? Não levamos, freqüentemente, anos a procurar a carreira pela qual afinal nos decidimos, certos de ser a mais apropriada a nos facilitar p caminho da vida? Se numa o nosso intento se malogra, recorremos a outra. Cada uma das que abraçamos representa uma fase, um período da vida. Não nos ocupamos cada dia em cogitar do que faremos no dia seguinte? Ora, que são, para o Espírito, as diversas existências corporais, senão fases, períodos, dias da sua vida espírita, que é como sabemos, a vida normal, visto que a outra é transitória, passageira?
O Mensageiro – Revista Cristã do Terceiro milênio – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – FEB – Vida Espírita Escolha das Provas
http://www.omensageiro.com.br/cursos/csde/93.htm
A importância da escolha das provas
Uma boa escolha das provas é muito importante para que possamos ser bem sucedidos e tenhamos o maior progresso possível na nova encarnação.
Escolhemos, apenas, o gênero das provações e não as coisas todas e mínimas de nossa vida terrena. As particularidades correrão por conta da posição em que nos acharmos e de como as formos enfrentando.
Exemplo: escolhendo nascer entre malfeitores, o Espírito sabe a que arrastamentos se vai expor e quer, justamente, superar essas dificuldades. Ignora, porém, que atos virá a praticar, pois vão depender do exercício do seu livre-arbítrio, quando encarnado.
Somente são previstos os fatos principais, os que devem concorrer para o destino que Deus nos deu: o de evoluirmos para a perfeição. Os acontecimentos secundários se originarão das circunstâncias.
Se Deus nos permite a escolha de uma prova é que temos possibilidades de nela triunfar. Deixando-nos a liberdade de escolha, Deus nos deixa, obviamente, a inteira responsabilidade pelos nossos atos e as conseqüências que eles tiverem.
Os bons Espíritos podem nos ajudar a examinarmos as possibilidades, a fim de que tenhamos chance de acertar mais na escolha das provas, mas não decidem por nós.
Quando ainda não sabemos escolher
O espírito que ainda não tem experiência suficiente, não pode escolher com conhecimento de causa as provas pelas quais passará numa nova existência, nem ser responsável por essa escolha.
Deus, então, lhe supre a inexperiência, através dos Espíritos Superiores, que lhe traçam o caminho que ele deve seguir, como fazemos com a criança.
Mas será sempre responsável pelo que fizer, pelo que causar, quando enfrentar essas provas.
À medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, Deus deixa-o senhor de proceder à escolha. É então que lhe pode acontecer extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender aos conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a "queda" do homem, "queda" que acarreta para o espírito maiores males e sofrimentos, até que ele volte a se reabilitar ante as leis divinas. Livros Coletâneas – Celc: Provas e Expiações
O Consolador 336 – O culpado arrependido pode receber da Justiça Divina o direito de não passar por determinadas provas?
_ A oportunidade de resgatar a culpa já constitui, em si mesma, um ato de Misericórdia Divina, e, daí, o considerarmos o trabalho e o esforço próprio como a luz maravilhosa da vida. Estendendo, todavia, a questão à generalidade das provas, devemos concluir ainda, com o ensinamento de Jesus, que “o amor cobre multidão dos pecados”, traçando a linha reta da vida para as criaturas e representando a única força que anula as exigências da lei de talião, dentro do Universo infinito.
É possível que um Espírito reencarnado possa recuar diante da prova começada?
_ Sim, os Espíritos recuam freqüentemente, diante das provas que escolheram e que não têm mais a coragem não só de suportar, mas mesmo de afrontar quando vêem o momento chegado; é causa da maioria dos suicídios. Eles recuam ainda quando murmuravam e se desesperam, então perdem o benefício da prova.
Revista Espírita – Allan Kardec, ano 1862, 5º Ano, “Um Espírito pode recuar diante de uma prova?”, Tradução-Salvador Gentile, pág.309 e 310
Relativamente ao suicídio é oportuno repetir que a obra de Deus é a do amor e do bem, de todos os planos da vida, e devemos reconhecer que, se muitos Espíritos reencarnam com as provas das tentações ao suicídio e ao crime, é porque esses devem agir como alunos que, havendo perdido uma prova em seu curso, voltam ao estudo da mesma no ano seguinte, até obterem conhecimento e superioridade na matéria. Muitas almas efetuam a repetição de um mesmo esforço e, por vezes, sucumbem na luta, sem perceberem a necessidade de vigilância, sem que possamos, de modo algum, imputar a Deus o fracasso de suas esperanças, porque a Providencia Divina concede a todos os seres as mesmas oportunidades de trabalho e de habilitação. Resposta da questão 252 – O Consolador, 4º parágrafo
É permitido abrandar as nossas provas?
Perguntais se é permitido abrandar as vossas provas. Essa pergunta lembra estas outras: é permitido ao que se afoga procurar salvar-se? E a quem espetou-se num espinho, retirá-lo? Ao que está doente, chamar um médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação. Um homem pode nascer numa posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-lo a procurar os meios de vencer as dificuldades. Mérito consiste em suportar sem murmurações as conseqüências dos males que não se podem evitar, em perseverar na luta, em não se desesperar quando não se sai bem, e nunca em deixar as coisas correrem, que seria antes preguiça que virtude.
O Evangelho – cap.V, item 26, Provas voluntárias e verdadeiro cilício, pag. 92
Deus não faz as provas superiores às forças daqueles que as pede; só permite as que podem ser cumpridas, se isto não verifica, não é por falta de possibilidade, mas de vontade. As grandes provas são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde quês sejam aceitas por amor a Deus. É um momento supremo e é nele sobretudo que importa não falir pela murmuração, se não se quiser perder o fruto da prova e ter de recomeçar.
O Evangelho – cap. XIV, item 9, parágrafo 9º, pag.194
André Luiz – Nosso Lar, cap. 6 “Aprenda a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil”.
Há méritos em procurar as aflições, agravando as provas por meio de sofrimentos voluntários?
_ Sim, e um grande mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque se
trata da caridade pelo sacrifício; não, quando eles só têm por fim o bem próprio, porque se trata de egoísmo pelo fanatismo.
Evangelho – cap.V, Provas voluntárias e Verdadeiro Cilício, item 26
A prova pode ser individual e coletiva
O Consolador 250 – Como se processa a provação coletiva?
_ Na provação coletiva verifica-se a convocação dos espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro.
O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais “doloroso acaso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais.
Dentre os muitos Gêneros de provas, talvez os mais difíceis: Prova do Perdão; Prova da Riqueza e da Pobreza; Prova da Paciência; Prova do Casamento e Família; Prova da Doença
Prova do Perdão: O perdão, no conceito das religiões não-reencarnacionistas, significa “apagar faltas”. Limpar a alma do pecado, ou seja, do mal praticado. Eximir responsabilidade. Nos termos do perdão teológico, aquele que ofendeu alguém e recebe absolvições humanas, fica com a estrada livre para novos delitos. Há como se vê, nesse tipo de perdão, visível estimulo a novos erros, novos enganos, novas ilusões.
O perdão segundo a Doutrina Espírita, não alarga as portas do erro; pelo contrário, restringe-as, sobremaneira, por apontar responsabilidades para quem estima a leviandade e a injúria, a crueldade e o desapreço à integridade, moral ou física, dos companheiros de luta, na paisagem terrestre.
De acordo com os preceitos espíritas, não há perdão sem reparação.
O Pensamento de Emmanuel – Martins Peralva, cap.24 – Perdão
O Consolador 333 – Na Lei Divina, há perdão sem arrependimento?
_ A Lei Divina é uma só, isto é, a do amor que abrange todas as coisas e todas as criaturas do Universo ilimitado. A concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da Lei. Todavia, essa oportunidade só é concedida quando o Espírito deseja regenerar-se e renovar seus valores íntimos pelo esforço nos trabalhos santificantes. Eis por que a boa vontade de cada um é sempre o arrependimento que a Providencia Divina aproveita em favor do aperfeiçoamento individual e coletivo, na marcha dos seres para as culminâncias da evolução espiritual.
340 – Perdão e esquecimento devem significar a mesma coisa?
_ Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido precise olvidar plenamente a falta de seu irmão; entretanto, para o espírito evangelizado, perdão e esquecimento
devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os instantes da existência a necessidade de oração e vigilância. Aliás, a própria lei da reencarnação nos ensina que só o esquecimento do passado pode reparar a alvorada da redenção.
338 – Por que teria Jesus aconselhado perdoar “setenta vezes sete”?
_ A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos, e aquele que se sinta ofendido por alguém, não deve esquecer que ele próprio pode também errar setenta vezes sete.
Amai-vos uns aos outros e sereis felizes. Tomai, sobretudo de amar aos que vos inspiram indiferença, ódio, ou desprezo. O Cristo, que deveis considerar modelo, deu-vos o exemplo desse devotamento, Missionário do amor, ele amou até dar o sangue e a vida por amor, Penoso vos é o sacrifício de amardes os que vos ultrajam e perseguem; mas, precisamente, esse sacrifício é que vos torna superiores a eles. Se os odiásseis, como vos odeiam, não valeríeis mais do que eles. Amá-los é a hóstia imácula que ofereceis a Deus na ara dos vossos corações, hóstia de agradável aroma e cujo perfume lhe sobe até o seio. Se bem a lei de amor mande que cada um ame indistintamente a todos os seus irmãos, ela não couraça o coração contra os maus procederes; esta é, ao contrário, a prova mais angustiosa, e eu o sei bem, porquanto, durante a minha última existência terrena, experimentei essa tortura. Mas Deus lá está e pune nesta vida e na outra os que violam a lei de amor. Não esqueçais, meus queridos filhos, que o amor aproxima de Deus a criatura e o ódio a distancia dele.
Evangelho – Cap. XII – O Ódio, item 10
Prova da Riqueza e da Pobreza: Na riqueza, ou na pobreza, encontrará o ser humano, nas lições de Jesus e nos ensaios da Codificação, que harmoniosamente se identificam e se completam, os meios de viver, lutar e vencer com hombridade. Jesus não preconizou a miséria por condição indispensável a vida do homem, do mesmo modo que não indicou a fortuna por meio ideal, exclusivo, de o homem transitar, com êxito, pelos caminhos do mundo.
O que tem nos faltado, em nossas consecutivas experiências, é o fator “preparação”.
Não sabemos comportar-nos, cristãmente, numa ou noutra situação: na riqueza ou na pobreza.
Quando os ventos conduzem o barco de nossa vida aos portos engalanados da fortuna, tornamo-nos egoístas e, por vezes, cruelmente impiedosos ante o sofrimento que se desdobra, ante nós, como se fora sugestão divina, suave e doce convite para que ajudemos aos mais necessitados. Mas a riqueza, quase sempre oblitera os sentimentos do homem. Sufoca-lhe os germens da solidariedade. Insensibiliza-o de tal modo que, enquanto a Bondade vai fugindo, sutilmente humilhada, por uma das janelas do nosso coração, por uma das suas espaçosas e largas portas vai entrando o egoísmo, via de regra acompanhado do seu dedicado pajem, do seu vigilante companheiro o orgulho.
Quando o frio da adversidade, por sua vez, nos bate à porta, levando-nos às estações da pobreza, da dificuldade, caímos na paisagem da inconformação. Confiamo-nos, de imediato, à rebeldia. Entregamo-nos, levianamente, à revolta. Substituímos a prece humilde – de ontem, pela blasfêmia irreverente, desrespeitosa. Recusamos, assim, inconseqüentes, uma experiência que, muita vez, poderia representar a manifestação da Vontade do Senhor, que nos dá segundo o que necessitamos, e não segundo o que almeja a nossa mente.
A pobreza, tanto quanto a riqueza, como expressivos e complexos fenômenos sociológico-espirituais de um mundo desajustado, de um mundo que ainda demonstra não conhecer a Deus, nada valem em si mesmas, intrinsecamente. A forma por que nos conduzimos, numa e noutra experiência, é que falará por nós, acusando-nos ou defendendo-nos no tocante à destinação espiritual.
O rico generoso, o rico que não repudiou o seu próximo, receberá da Lei, mais cedo ou mais tarde, o que a Lei reserva, igualmente, para o pobre de coração compassivo, de alma misericordiosa.
O afortunado cruel, explorador da necessidade alheia, o rico que se encastelou na torre do egoísmo avassalante, receberá da Lei, em qualquer tempo, o que a Lei reserva para o pobre revoltado, insubmisso e blasfemo. A Lei é impessoal.
É tão infeliz o pobre que se revolta, diante da dificuldade, quanto o rico que se compraz, simplesmente, na satisfação do seu exclusivo interesse. A um e outro reservará a Lei a inevitável conseqüência: o retorno a novas experiências, para que novas experiências lhes abram, a pobres e ricos desajustados, o entendimento ante a Vontade e os Desígnios do Administrador Universal – Deus.
Estudando o Evangelho – Martins Peralva, cap.18 – Pobreza
Alguns podem impor a si mesmos uma vida de miséria e de privações, para tentar suportá-la com coragem; outros podem querer ser provados através das tentações da fortuna e do poder, muito mais perigosas pelo abuso e pelo mau uso que se pode fazer, e pelas más paixões que desenvolvem.
Livro dos Espíritos – resposta da questão 264
Livro dos Espíritos 814 – Por que Deus deu a uns as riquezas e o poder, e a outros a miséria?
– Para provar, cada um, de maneira diferente. Aliás, sabeis que os próprios Espíritos escolheram essa prova e, freqüentemente, nela sucumbem.
866 – A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida seriam, pois, o efeito de nosso livre arbítrio?
– Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude ela for, e melhor a suportares, mais te elevarás. Aqueles que passam sua vida na abundância e na felicidade humana são Espíritos frouxos que permanecem estacionários. Assim, o número dos infortunados sobrepuja em muito o dos felizes desse mundo, já que os Espíritos procuram, na maioria, a prova que resulte a mais frutífera. Eles vêem muito bem a futilidade das vossas grandezas e das vossas alegrias. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não o seria senão pela ausência da dor.
Allan Kardec – Revista Espírita de 1864 – Estudos Morais – Um retorno de fortuna, página 315
“Um Berlinense, Sr. X…, possuía uma fortuna muito grande. Seu pai, ao contrário, em conseqüência de seguidos revezes, tinha caído numa privação absoluta e se viu constrangido a recorrer à generosidade de seu filho. Este repeliu duramente o pedido do velho que, para não morrer de fome, precisou solicitar a intervenção da justiça. O Sr. X… foi condenado a fornecer ao seu pai uma pensão alimentícia. O Sr. X… havia tomado suas precauções. Pressentindo que, se recusasse a decidir-se, uma oposição seria posta sobre suas rendas, tomou a decisão de ceder sua fortuna ao seu tio paterno.
“O infeliz pai se via na sorte de levar sua última esperança. Ele protestou que a cessão era fictícia e que seu filho a ela não tinha recorrido senão para escapar à execução do julgamento. Mas lhe seria necessário poder prová-lo, e, longe de ser capaz de intentar um processo custoso, o velho não tinha as coisas as mais necessárias à vida.
“Um acontecimento imprevisto veio tudo mudar. O tio morreu subitamente e sem testar.
Não tendo família, a fortuna veio de direito ao seu parente mais próximo, quer dizer, ao seu irmão. “Compreende-se o resto. Hoje, os papéis estão invertidos. O pai é rico e seu filho pobre. O que deve, sobretudo, acrescer à exasperação deste último, é que não pode invocar o fato de uma cessão fictícia, a lei interditando formalmente esse gênero de transação.”
Se isso fosse sempre assim com o mal, dir-se-á, se compreenderia melhor a justiça do castigo; sabendo o culpado porque é punido, saberia do que deve se corrigir
Livro dos Espíritos 815 – Qual das duas provas é a mais terrível para o homem, a da infelicidade ou a da fortuna?
– Tanto uma quanto outra o são. A miséria provoca o murmúrio contra a Providência, e a riqueza leva a todos os excessos.
816 – Se o rico sofre mais tentações não dispõe, também, de maiores meios para fazer o bem?
– É justamente o que sempre não faz. Ele se torna egoísta, orgulhoso e insaciável. Suas necessidades aumentam com sua fortuna, e crê não haver jamais o bastante só para ele.
Os Mensageiros – André Luiz, capítulo 36 – Mães e filhos
Nesse instante, a pequenina Marieta, que parecia haver atingido os sete anos, perguntou à mâezinha, em tom comovedor: — Mamãe, se Jesus é tão bom, porque estamos comendo só uma vez por dia, aqui em casa? Na casa de Dona Fausta, eles fazem duas refeições, almoçam e jantam. Neli me contou que no tempo de papai também fazíamos assim, mas agora… Porque será?
A viúva esboçou um sorriso algo triste e falou: — Ora, Marieta, você vive muito impressionada com essa questão. Não devemos, filhinha, subordinar todos os pensamentos às necessidades do estômago. Há quanto tempo estamos tomando nossa refeição diária e gozando boa saúde? Quanto benefício estaremos colhendo com esta frugalidade de alimentação? Tenho visto muita gente adoecer por abuso da mesa. Nunca deveremos reclamar e sim louvar sempre. E possivelmente não saberia você compreender a situação, se estivéssemos em mesas lautas.
O menino que até então não compartilhava da conversação entre a mãe e as irmãs, pergunta: — Mamãe, que entende a senhora por pobreza?
Dona Isabel respondeu, muito serena: — Creio, meu filho, que a pobreza é uma das melhores oportunidades de elevação, ao nosso alcance. Estou convencida de que os homens afortunados têm uma grande tarefa a cumprir, na Terra, mas admito que os pobres, além da missão que lhes cabe no mundo, são mais livres e mais felizes. Na pobreza, é mais fácil encontrar a amizade sincera, a visão da assistência de Deus, os tesouros da natureza, a riqueza das alegrias simples e puras. É claro que não me refiro aos ociosos e ingratos dos caminhos terrenos. Refiro-me aos pobres que trabalham e guardam a fé. O homem de grandes possibilidades financeiras muito dificilmente saberá discernir entre a afeição e o interesse mesquinho; crente de que tudo pode, nem sempre consegue entender a divina proteção; pelo conforto viciado a que se entrega, as mais das vezes se afasta das bênçãos da Natureza; e em vista de muito satisfazer aos próprios caprichos, restringe a capacidade de alegrar-se e confiar no mundo.
Evangelho – Cap.XVI, Utilidade Providencial da Fortuna, item 7
Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. E o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento.
Prova da Paciência: A verdadeira paciência é sempre uma exteriorização da alma que realizou muito amor em si mesma, para dá-lo a outrem, na exemplificação.
Esse amor é a expressão fraternal que considera todas as criaturas como irmãos, em quaisquer circunstâncias, sem desdenhar a energia para esclarecer a incompreensão, quando isso se torne indispensável. É com a iluminação espiritual do nosso íntimo que adquirimos esses valores sagrados da tolerância esclarecida. E, para que nos edifiquemos nessa claridade divina, faz-se mister educar a vontade, curando enfermidades psíquicas seculares que nos acompanham através das vidas sucessivas, quais sejam as de abandonarmos o esforço próprio, de adotarmos a indiferença e de nos queixarmos das forças exteriores, quando o mal reside em nós mesmos.
Resposta da questão 254 de O Consolador
A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus.
A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Cristo sofreu mais do que qualquer de nós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. Evangelho – cap.IX, item 7
Livro dos Espíritos 740 – Os flagelos não seriam igualmente para o homem provas morais que o submetem às mais duras necessidades?
– Os flagelos são provas que fornecem ao homem a ocasião de exercitar sua inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação à vontade de Deus, e o orientam para demonstrar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se ele não está mais dominado pelo egoísmo.
A crise acontece. É um momento infalível na existência de cada um.
A pessoa, bastas vezes, se acredita realizada, por haver concretizado aspirações que lhe pareciam demasiado altas, entretanto, o teste espiritual de confiança aparece de improviso.
É o parente que fraquejou em obrigações assumidas, comprometendo a tranqüilidade de todo o grupo familiar; a moléstia com gravidade imprevista; o afastamento de afeições das mais queridas ou a desencarnação de um ente amado…
Nessas ocorrências, surge o momento de exame em que as nossas aquisições da vida íntima se fazem avaliadas. Diante desses testemunhos, alguns companheiros se desmandam na revolta ou se acomodam com a rebeldia, fugindo habitualmente para aventuras infelizes, adquirindo débitos de resgate difícil.
Outros, porém, usam a coragem e a serenidade e aceitam as tribulações que os procuram, nelas reconhecendo valiosos fatores que os impelem à própria renovação.
Na atualidade terrestre, o homem se previne contra a carência de valores alimentícios, estocando gêneros de primeira utilidade; defende as estradas, afastando o risco de acidentes ou promove a vacinação, frustrando o surto de epidemias. Pensando nisso, entendamos o imperativo de exercitarmos fortaleza e compreensão, paciência e solidariedade, porque, de modo geral, em todas as existências do mundo, surge o dia em que a crise acontece. Usa a paciência e a tolerância.
Vive a própria vida e deixa que os outros vivam a existência que o Céu lhes concedeu.
Paciência – Emmanuel/Chico Xavier, cap.5 – Impaciência
Prova do Casamento e família:
Casamento: Há casamento de prova e de expiação
Casamento provacional (almas que se reencontram para reajustes necessários à evolução de ambos: nesta modalidade de união, não basta reparar o erro, suportar o cônjuge difícil; é preciso também superar barreiras, exercitar o amor, o carinho); Casamento expiatório (cônjuges com graves débitos no passado reencarnatório, de convivência difícil e problemática: fase que antecede o casamento provacional).
Revista Reformador/Outubro de 2010
Casamento é compromisso e compromisso gera, evidentemente, responsabilidade. Pelo encontro de almas, que se endividaram entre si, casamento é, sobretudo, ensejo de reabilitação e progresso. O reingresso de almas medianamente envolvidas, nas correntes da vida física, também depende da reencarnação. Espíritos infernizados no ódio e na crueldade encontram na benção do recomeço a grande oportunidade de no cadinho purificador do sofrimento, redimirem-se do pretérito.
O Pensamento de Emmanuel – Martins Peralva, cap.27, Casamento e sexo
Livro dos Espíritos 939 – Visto que os Espíritos simpáticos são levados a unir-se, como se dá que, entre os Espíritos encarnados, a afeição não esteja, freqüentemente, senão de um lado, e que o amor mais sincero seja recebido com indiferença e mesmo repulsa? Como, de outra parte, a afeição mais viva de dois seres pode mudar em antipatia e, algumas vezes, em ódio?
– Não compreendeis, pois, que é uma punição, mas que não é senão passageira. Aliás, quantos não há que crêem amar perdidamente, porque não julgam senão sobre as aparências, e quando são obrigados a viver com as pessoas, não tardam a reconhecer que isso não é senão uma admiração material.
Não basta estar enamorado de uma pessoa que vos agrada e a quem creiais de belas qualidades; é vivendo realmente com ela que podereis apreciá-la. Quantas também não há dessas uniões que, no início, parecem não dever jamais ser simpáticas, e quando um e outro se conhecem bem e se estudam bem, acabam por se amar com um amor terno e durável, porque repousa sobre a estima! É preciso não esquecer que é o Espírito que ama e não o corpo, e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade.
Há duas espécies de afeições: a do corpo e a da alma e, freqüentemente, se toma uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável; a do corpo é perecível. Eis porque, freqüentemente, aqueles que crêem se amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina.
940 – A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos, não é igualmente uma fonte de desgostos tanto mais amarga quanto envenena toda a existência?
– Muito amargas, com efeito. Mas é uma dessas infelicidades das quais, freqüentemente, sois a primeira causa. Primeiro, são vossas leis que são erradas. Por que crês que Deus te constrange a ficar com aqueles que te descontentam? Aliás, nessas uniões, freqüentemente, procurais mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua; suportareis, nesse caso, a conseqüência dos vossos preconceitos.
940 a) – Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
– Sim, e é para ela uma dura expiação; mas a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre aqueles que lhe foram a causa. Se a luz da verdade penetrou sua alma, ela terá sua consolação em sua fé no futuro.
De resto, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas de suas infelicidades íntimas desaparecerão também.
A grande maioria dos matrimônios caracteriza-se pela feição eminentemente reajustadora, comprovando, de maneira insofismável, a condição da Terra, de orbe expiatório e provacional. Almas que se desavieram, ou se acumpliciaram no passado, em eventos infelizes, reúnem-se, na atualidade, pelos vínculos do casamento, necessitadas da tolerância mútua.
O Pensamento de Emmanuel – Martins Peralva, cap.27 – Casamento e Sexo
Família: De todas as associações existentes na Terra excetuando naturalmente a Humanidade – nenhuma
talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição da família. De semelhante
agremiação, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces da civilização. Através do casal, aí estabelecido, funciona o princípio da reencarnação, consoante as Leis Divinas, possibilitando o trabalho executivo dos mais elevados programas de ação do Mundo Espiritual. Por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos créditos da Vida Superior. Daí, as fontes de alegria que se lhes rebentam do ser com as tarefas da procriação. Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do Mundo Maior, de vez que todos nós integramos grupos afins. Na arena terrestre, é justo que determinada criatura se faça assistida por outras que lhe respiram a mesma faixa de interesse afetivo. De modo idêntico, é natural que as inteligências domiciliadas nas Esferas Superiores se consagrem a resguardar e guiar aqueles companheiros de experiência, volvidos à reencarnação para fins de progresso e burilamento.
A parentela no Planeta faz-se filtro da família espiritual sediada além da existência física, mantendo os laços preexistentes entre aqueles que lhe comungam o clima. Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compõem, a família terrestre é formada, assim, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos. Para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino. Apesar disso, importa reconhecer que o clã familiar evolve incessantemente para mais amplos conceitos de vivência coletiva, sob os ditames do aperfeiçoamento geral, conquanto se erija sempre em educandário valioso da alma. Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor.
Emmanuel – Vida e Sexo, cap.2 – Família
Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas os a quem odiara, quiçá o ódio lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido. Do item 11, no Cap. V, de “o Evangelho Segundo o Espiritismo” Na comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de assistência não só de um para com o outro, mas também para com os filhos que procedem do laço afetivo. Não possuímos ainda na Terra institutos destinados à preparação da paternidade e da maternidade responsáveis. A evolução e o aprimoramento das ciências psicológicas de hoje, porém, garantir-nos-ão no futuro semelhante evento. Identifiquemos no lar a escola viva da alma. Emmanuel – Vida e Sexo, cap.4 – Ambiente Doméstico
Missionários da luz – André Luiz, capítulo 12, Preparação de experiências
– Imagine que voltará à Esfera do Globo, em breves dias, em tarefa de profunda abnegação por quatro entidades que, há mais de quarenta anos, se debatem em regiões abismais das zonas inferiores.
– As mães que não completaram a obra de amor que o Pai lhes confia junto dos filhos amados, devem ser bastante fortes para recomeçarem os serviços imperfeitos. Não se deve mencionar sacrifício onde existe apenas obrigação.
– Regressará, então, dentro em breve. De qualquer maneira, sua resolução traduz devotamento e bondade.
– Já recebeu todos os projetos? – Sim – respondeu ela -, não somente os que se referem aos meus pobres filhos, mas também a planta relativa à minha própria forma futura.
– Está satisfeita? – Muitíssimo! – redargüiu a dama.
– Na lei do Pai, a justiça está cheia de misericórdia e continuo na condição de grande devedora. Em seguida, despediu-se, calma e afável.
Manassés compreendeu-me a curiosidade e explicou:
– Anacleta é um exemplo vivo de ternura e devotamento, mas voltará às lutas do corpo a fim de operar determinadas retificações no coração materno. Por imprevidência dela, noutro tempo, os quatro filhos,
que o Senhor lhe confiara, caíram desastradamente. A pobrezinha albergava certas noções de carinho que não se compadecem com a realidade. Seu esposo era homem probo e trabalhador e, apesar de abastado, nunca se esqueceu dos deveres que lhe prendiam as atividades de homem de bem ao campo da sociedade em geral. Caracterizava-se por uma energia sempre construtiva, mas a esposa, embora devotadíssima, contrariava-lhe a influência do lar, viciando o afeto de mãe com excessos de meiguice desarrazoada. E, como conseqüência indireta, quatro almas não encontraram recursos para a jornada de redenção. Três rapazes e uma jovem, cuja preparação intelectual exigira os mais árduos sacrifícios,
caíram muito cedo em desregramentos de natureza física e moral, a pretexto de atenderem a obrigações sociais. E tão degradantes foram esses desregramentos que perderam muito cedo o templo do corpo, entrando em regiões baixas, em tristes condições.
Anacleta, contudo, voltando ao campo espiritual, compreendeu o problema e dispôs-se a trabalhar afanosamente para conseguir, não só a reencarnação de si própria, senão também a dos filhos que deverão segui-la nas provas purificadoras da Crosta.
– Quantos anos gastaram para obter semelhante concessão? – perguntei, impressionado.
– Mais de trinta.
– Imagino-lhe os sacrifícios futuros! – exclamei.
– Sim – esclareceu Manassés -, a experiência ser-lhe-á bem dura, porque dois dos rapazes deverão regressar na condição de paralíticos, um na qualidade de débil mental e, para auxiliá-la na viuvez precoce, terá tão-somente a filha, que, por si mesma, será também portadora de prementes necessidades de retificação.
De todas as provas, as mais penosas são as que afetam o coração. Deus permite que espíritos menos adiantados venham encarnar-se entre eles, a fim de haurirem conselhos e bons exemplos, no interesse do seu próprio progresso. Eles causam, por vezes, perturbações no meio, mas é lá que está a prova, lá que se encontra a tarefa.
Evangelho – cap.14, A ingratidão dos filhos e os laços de família, item 9
É por meio da reencarnação e graças exclusivamente a ela que os laços da fraternidade se ampliam e se fortalecem, notadamente nos círculos da consanguinidade. Por seu intermédio, estabelecem-se ligações eternas entre corações que se reencontram, inúmeras vezes, nas paisagem do mundo, renovando experiencias de aprimoramento.
Existe, ainda, outro aspecto que igualmente revela a excelsitude, a benemerência da reencarnação: se, por ela, amigos se reaproximam no mesmo lar, também no mesmo lar adversários se reencontarm para a definitiva extinção dos ódios cuja origem se perde nas brumas do pretérito.
Logo, benefícios são os efeitos, as consequencias da reencarnação. Como poderíamos, igualmente, restabelecer o contacto com almas que semearam espinhos em nosso caminho e com almas que tiveram em seu caminho pedras colocadas por nós?
Estudando o Evangelho – Martins Peralva, cap.13 – Reencarnação e Família
Prova da Doença: As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários.
Evangelho – Cap.28, Preces pelos doentes e os obsedados, 77. Prefácio
Um homem, vê arruinada a sua saúde, em conseqüência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.
Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos, ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.
Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam.
Evangelho – Cap.27, Ação da Prece, Transmissão de pensamento, item 11 e 12
Missionários da Luz – André Luiz, cap.12 – Preparação de experiências
– Desejo sua obsequiosa interferência na retificação do meu plano.
E abrindo pequeno mapa, onde se via desenhado com extrema perfeição um organismo de mulher, acentuou: – Veja bem o meu projeto para o sistema endocrínico. Sei que os amigos me favoreceram, planejando-o com muita harmonia nas menores disposições; entretanto, desejaria modificações…
– Em que sentido? – indagou o interpelado, r surpreso.
A recém-chegada indicou os pontos do projeto onde se localizava o colo e falou:
– Fui advertida por benfeitores daqui, no sentido de não me apresentar na Crosta, dentro de linhas impecáveis para a forma física e, em razão disso, para que eu tenha mais probabilidades de êxito em meu favor, na tarefa que me proponho desempenhar, estimaria que a tireóide e as paratireóides não estivessem tão perfeitamente delineadas. Como sabe, Manassés, minha tarefa não será fácil. Devo reaver um
patrimônio espiritual de grandes proporções. Preciso fugir de qualquer possibilidade de queda e a perfeita harmonia física me perturbaria as atividades.
O novo companheiro endereçou-me expressivo olhar e disse-lhe:
– Tem razão. A sedução carnal é imenso perigo, não só para aqueles que emitem a sua influenciação, como também para quantos a recebem. – Prefiro a fealdade corpórea – tornou ela. – Não estou interessada num corpo de Vênus e, sim, na redenção de meu espírito para a Eternidade.
Chico Xavier ao completar sessenta anos de trabalho, Chico foi surpreendido por uma pneumonia. Seu estado de saúde, já delicado, ficou quase insustentável. Atacado também por uma infecção renal, o aniversariante não teve escapatória: cama durante quase quarenta dias. Desapareceu do Centro Luiz Gonzaga, evitou os visitantes e se lançou como um desesperado sobre as páginas em branco. Precisava
trabalhar, cumprir sua missão, resgatar dívidas. Naquele ano, com o coração, o pulmão e os rins em frangalhos, ele pingou o ponto final em nada menos do que vinte títulos. Em carta ao amigo Carlos Bacelli, comemorou a nova doença como uma benção: “Louvado seja o Senhor que me permite resgatar o passado e desejar melhorar-me pelos processos ocultos do corpo.”
E garantiu: “Sou possuído de muita alegria, como devedor que consegue liquidar alguns dos próprios débitos…” As Vidas de Chico Xavier – Marcel Souto Maior, capítulo – Diante da Morte
De todas as provas talvez a de Paulo de Tarso tenha sido a mais difícil…
Em Atos dos Apóstolos 9: 3-9
“E na poeira levantada pelo tropear dos cavalos, a escolta foi envolvida por uma luz mais resplandecente do que a luz do sol e todos caíram por terra, mas somente Saulo ouviu uma voz que lhe dizia em hebraico: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os agulhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. E os varões que iam com ele pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.”
Segunda Carta de Paulo a Timóteo 4:7-8
“Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. Agora só me resta a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me entregará naquele dia; e não somente para mim, mas para todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação”
EXPIAÇÃOconsiste nos sofrimentos físicos e morais, que são a conseqüência da falta cometida, seja desde a vida presente, seja, depois da morte, na vida espiritual, seja em nova existência corporal, até que os traços da falta tenham se apagado.
O Céu e o Inferno – 1ª parte, cap.VII, item 17, pag.81 e 82
Todas as leis que regem o Universo, quer sejam físicas ou morais, materiais ou intelectuais, foram descobertas, estudadas, compreendidas, procedendo do estudo e da individualidade, e do da família à de todo o conjunto, generalizando-as gradualmente, e constatando-lhe a universalidade dos resultados.
Ocorre o mesmo hoje para as leis que o estudo do Espiritismo vos faz conhecer; podeis aplicar, sem medo de errar, as leis que regem a família, a nação, as raças, o conjunto de habitantes dos mundos, que são individualidades coletivas.
As faltas dos indivíduos, as da família, as da nação, e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expiam
em virtude da mesma lei. O carrasco expia para com a sua vítima, seja achando-se em sua presença no espaço, seja vivendo em contato com ela numa ou várias existências sucessivas, até à reparação de todo o mal cometido, Ocorre o mesmo quando se trata de crimes cometidos solidariamente, por um certo número; as expiações são solidárias, o que não aniquila a expiação simultânea das faltas individuais.
Allan Kardec – Obras Póstumas, cap. Perguntas e Problemas – As Expiações Coletivas
Nossas obras acompanham-nos; o passado revive no presente. Conforme exprime-se André Luiz, o espírito é constrangido a viver no centro de suas criações. Em conclusão: há um encadeamento causal lógico e a longo prazo – o presente derivou do passado e o futuro promanará do presente.
A nossa vida atual não foi improvisada; o acaso é ingenuidade. Nada surge do nada.
Tudo na Obra Divina, está inter-relacionado pelo princípio de casualidade ou de causa e efeito, que afirma a relação da causa com o efeito; originam-se as coisas por derivação causal. Como vemos, o conceito é próximo e ligado ao determinismo, sendo difícil separá-los, mas não igual.
Jesus fez várias referências à lei de causa e efeito no código evangélico, acentuando a importância dela para a redenção do espírito humano. Afirma o Mestre: “Não julgueis pra não serdes julgado (Mateus 7:1); Com a medida com que medirdes sereis medidos (Mateus 7:2); Todo o que comete pecado é escravo do pecado (Jo 8:34); Se perdoarmos as ofensas recebidas, Deus igualmente perdoará nossos pecados (Mateus 6:14-15). Em suma: E o que quereis que vos façam os homens, isso mesmo fazei vós a eles (Lucas 6:31)”. São várias formulações equivalentes.
Sem o conhecimento da reencarnação, teríamos uma noção completamente nula das relações de causa e efeito. Evolução para o Terceiro Milênio – Carlos Rizzini, Parte II, Cap.4, item 15 – Lei de Causa e Efeito, parág nºs 1,2,3
Qual o tempo de duração da expiação?
Eis o que diz a Doutrina Espírita a esse respeito:
A duração do castigo está subordinada ao aprimoramento do Espírito culpado. Nenhuma condenação por tempo determinado é pronunciada contra ele. O que Deus exige para pôr termo ao sofrimento, é o arrependimento, a expiação e a reparação, em uma palavra, um aprimoramento sério, efetivo, e um retorno sincero ao bem. O Espírito tem, assim, o arbítrio de sua própria sorte; ele pode prolongar seus sofrimentos pela sua obstinação no mal, abrandá-los ou abreviá-los pelos seus esforços em fazer o bem.
A duração do castigo estando subordinada ao arrependimento, disso resulta que o Espírito culpado que não se arrependesse e não se melhorasse jamais, sofreria sempre, e que, para ele, a pena seria eterna. A eternidade das penas, pois, deve-se entender no sentido relativo e não no sentido absoluto.
O que é o Espiritismo – Allan Kardec – cap. Terceiro Diálogo – O Padre, pág.46
Expiação não é reparação
O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso,
laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap.7, As penas futuras segundo o espiritismo – Código penal da vida futura, item 16/17
Todas as existências penosas, as vidas de luta e sofrimento explicam-se pelas mesmas razões. São formas transitórias, mas necessárias, da vida imortal; cada alma as conhecerá por sua vez. A provação e o sofrimento são outros tantos meios de reparação, de educação, de elevação; é assim que o ser apaga um passado culposo e readquire o tempo perdido. É desse modo que os caracteres se retemperam, que se ganha experiência e o homem se prepara para novas ascensões. A alma que sofre procura Deus, lembra-se de o invocar e, por isso mesmo, aproxima-se dele.
Leon Denis – Cristianismo e Espiritismo – Cap.10, A Nova Revelação – a Doutrina dos Espíritos
Mateus 5:25-26 “Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil”.
Leon Diniz – Cristianismo e Espiritismo: Praticai a reparação, que é o fim da vossa nova existência;
retificai vosso passado, espiritualizai-vos, porque não saireis do domínio terrestre, do círculo das provações,
senão depois de “haverdes pagado até o último ceitil”. (Mateus 5:26)
Leon Denis – Cristianismo e Espiritismo – Cap.4, A Doutrina Secreta
O próprio Jesus nos deixou material de pensamento para o assunto em exame, quando nos asseverou que se a nossa mão ou os nossos olhos fossem motivos de escândalo deveriam ser cortados ao penetrarmos no templo da vida. Compete-nos transferir a imagem literal para a interpretação simples do espírito. Se já falimos muitas vezes em experiências da autoridade, da riqueza, da beleza física, da inteligência, não seria lógico receber idêntica oportunidade nos trabalhos retificadores.
André Luiz – Missionários da Luz, cap.12 – Preparação de experiências
O Consolador – 307 Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas aí daquele por quem o escândalo vier”?
_ Num plano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo
que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta aquele “amor que cobre a multidão de pecados”.
Evangelho – Cap.VIII, item 16 – Escândalo: cortar a mão
Mas, ai daquele por quem venha o escândalo. Quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que a seu mau grado servir de instrumento à justiça divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados, nem por isso deixou de praticar o mal e de merecer punição. Assim é, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que sofre com isso, porque esse pai talvez tenha sido também um mau filho que fez sofrer seu pai. Passa ele pela pena de talião. Mas, essa circunstancia não pode servir de escusa ao filho que, a seu turno, terá de ser castigado em seus próprios filhos, ou de outra maneira.
A Expiação pode ser individual e coletiva
Expiação individual
Muitas desgraças nos parecem imerecidas, somente porque apenas vemos o presente.
O Sr. Leitil, fabricante de perto de Paris, morreu em abril de 1864, de um modo horrível. Uma caldeira de verniz em ebulição tendo pegado fogo, e tendo se derramado sobre ele, foi, numa piscadela de olhos, coberto por uma matéria incendiada e compreendeu, em seguida, que estava perdido. Sozinho, nesse momento, na oficina, com um jovem aprendiz, teve a coragem de ir para o seu domicilio, distante mais de duzentos metros. Quando se pode dar-lhe os primeiros socorros, as carnes estavam queimadas e caiam aos pedaços; os ossos de uma parte do corpo, e da face, estavam à vista. Ele viveu doze horas, nos mais horríveis sofrimentos. Era um homem muito honrado, de um caráter doce e benevolente, amado e estimado por todos aqueles que o conheceram.
Evocado na Sociedade de Paris, em 29 de abril de 1864, poucos dias depois de sua morte, e sob o império da terrível cena da qual fora vítima, deu a comunicação seguinte:
“há dois séculos, fiz estender sobre uma fogueira uma jovem, inocente como se o é na sua idade, pois, tinha de 12 a 14 anos mais ou menos. De que se a acusava? Eu era italiano e juiz inquisidor; os carrascos não ousaram tocar o corpo da criança: eu mesmo fui o juiz e o carrasco. Ó justiça, justiça de Deus, tu és grande! A ela me submeti; tanto prometera de não vacilar no dia do combate, que tive a força para manter a palavra; eu não murmurei, e me perdoates, ó meu Deus!
O caráter do senhor Letil, na sua última existência, prova quanto o seu Espírito melhorou. A sua conduta foi o resultado de seu arrependimento e das resoluções que tomou; mas isso não bastava; era-lhe necessário
selar as suas resoluções por uma grande expiação; era lhe necessário suportar como homem o que fizera os outros suportarem. E, felizmente para ele, não faliu.
O Céu e o Inferno – Allan Kardec, Cap. VIII – Expiações Terrestre, Sr.Letil
O caso do menino João Hélio que foi arrastado pelo cinto de segurança – RJ.
Mensagem do Espírito João Hélio recebida no Centro Espírita Leon Dennis que freqüentava com os pais.
Nasci na Gália no ano de 22 AC e desencarnei na Líbia no ano 20 da era cristã. Fui oficial da legião dos leões que estava na Líbia, Núbia.
Como governador de Al Katrim, me comprazia atrelar na minha biga, puxada por dois cavalos velozes, crianças, homens, mulheres, novos e velhos, que eram puxados através da estrada seca e pedregosa daquela região da África.
Os corpos se despedaçavam e eu era exaltado pelos meus pares. Morri em combate com tropas egípcias e me deparei em uma região de treva profunda, talvez uma caverna.
Muitos gritos e rostos aterradores me esperavam.
Fui levado a um estado de total animalidade por mil e quinhentos anos, quando servos de Maria me resgataram. Sendo levado a outro plano, fui aos poucos tendo meu espírito reajustado, minha mente normalizada e meus pensamentos corrigidos. E compreendi os horrores que cometi.
Que tristeza Deus! Por trezentos anos permaneci em preparo para reencarnação e pedia a graça de receber para desencarne o mesmo destino dado por mim a outros.
No ano do Senhor de 2001, após busca incessante por quem me recebesse como filho, um casal tiranizado por mim aceitou. Reencarnei.
Agora em comoção generalizada, como irmão Joãozinho, desencarnei e agradeço ao Pai ter me atendido dando destino igual ao que dei às minhas vítimas. Estou em paz, estou na luz. Resgatei um pouco do meu passado, outros momentos virão. Confio em Deus. Titus Aelius.
Livros e Coletâneas – CELC: Provas e Expiações
A morte prematura é um grande benefício que Deus concede aquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda.
Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos? é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
Evangelho S. E. – Cap.V – Item 20 – Bem Aventurados os aflitos – Perda de pessoas amadas.
A reencarnação explica, à luz da lógica, o problema dos resgates. Poe no justo lugar a Justiça Divina. Esclarece o problema dos resgates dolorosos, semelhante ao do cego de nascença da época do Cristo e do nosso tempo. Nascer cego ou paralitico, demente ou surdo-mudo, ou com propensão a moléstia grave, ou incurável, que se manifestará mais tarde, é benção que nem sempre o individuo sabe agradecer. É benção, porque estará resgatando dívida. É benção, porque estará sendo reabilitado. É benção, porque estará se libertando.
Tendo ensinado Jesus que a cada um seria dado de acordo com as próprias obras _ Lei de Causa e Efeito, não iria ele insinuar a absurda, a inconseqüente idéia de que a lei aplica sanções e corretivos a
pessoa sem culpa. As obras de Deus se manifestam no cumprimento da Lei. Lei de Justiça, Lei de Amor. Lei que corrige o pecador, agora ou mais tarde, concedendo-lhe sucessivas moratórias, quantas se façam necessárias.
Estudando o Evangelho – Martins Peralva, cap.17 – Reencarnação e Resgate
Livro dos Espíritos 167 – Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
198 – Não tendo podido praticar o mal, o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade pertence a alguma das categorias superiores?
_ “Se não fez o mal, igualmente não fez o bem e Deus não o isenta das provas que tenha de padecer. Se for um Espírito puro, não o é pelo fato de ter animado apenas uma criança, mas porque já progredira até a pureza.”
199 – Por que tão freqüentemente a vida se interrompe na infância?
_ “A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de
existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.”
Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. O futuro a todos toca sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que o homem tenha o merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade.
Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque seus Espíritos muito pouco hão progredido.
Sofrem então, por efeito dessa falta de progresso, as conseqüências, não dos atos que praticam na infância, mas dos de suas existências anteriores.
Assim é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos pela justiça de Deus.
Resposta da questão 199 a) livro dos Espíritos
Expiação coletiva
Para a imensa maioria das criaturas provas coletivas constituem um enigma insolúvel, pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.
O Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.
As orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.
O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em “O Céu e o Inferno” (Ed. FEB), cap. 7 – As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que “o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem”. Assim – expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação. “O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.
Tragédia do circo
Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro “Cartas e Crônicas”, cap. 6 – ed. FEB
Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.
Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -“Cristãos às feras!” Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/celuz/textos/tragedias-coletivas.html
A tragédia do Edifício Joelma
Era sexta-feira, 1º de fevereiro de 1974, e aproximadamente 756 pessoas distribuíam-se pelos 25
andares do edifício Joelma, na região central. Por volta das 8h50 um funcionário ouviu um ruído de vidro rompendo, vindo de um escritório no 12º andar. Em uma hora e meia, consumira não apenas as partes inflamáveis do edifício, mas também a vida de 179 pessoas. Outras 300 estavam feridas. Aterrorizada, a multidão que se comprimia na rua vira 40 ocupantes do prédio jogarem-se do alto do Joelma para escapar ao intenso calor.
http://www.constelar.com.br/revista/edicao20/joelma1.htm
Esclarecimentos dos Benfeitores Espirituais: Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas.
Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro “Diálogo dos Vivos”.* Herculano Pires (no livro retrocitado), pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.
http://www.forumespirita.net/fe/lei-de-causa-e-efeito/tragedias-e-mortes-coletivas-22833/
Pergunta endereçada a Emmanuel, por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 28/02/1972, em Uberaba, Minas
Pergunta: Sendo Deus a bondade infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?
Resposta: Realmente reconhecemos em Deus o perfeito amor aliado à Justiça Perfeita. E o homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizamos nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos do passado e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
_ Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos na volúpia do sangue, tornamos a Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
_ Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao
corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
_ Promotores de guerras manejadas para o assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o plano físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
_ Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
Lamentamos sem desespero quantos se fizeram vitimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos. Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se
renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
Chico Xavier pede licença – Chico Xavier/Herculano Pires – Espíritos diversos, cap.19, Desencarnações Coletivas, Emmanuel
O Consolador – 272 Qual a significação da lei de talião “olho por olho, dente por dente”, em face da necessidade da redenção de todos os espíritos pelas reencarnações sucessivas?
_ A lei de talião prevalece para todos os espíritos que não edificaram ainda o santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres humanos.
Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras.
Moisés proclamou a Lei antiga, muitos séculos antes do Senhor. Como foi dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da justiça; mas, com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor. Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente”, Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados”.
Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se elevarão a Deus por ele, anulando com o bem todas as forças que lhes possam encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.
A Pena de Talião que se cumpre…
O Sr. Antonio B…, escritor de mérito, tendo cumprido com distinção e integridade funções públicas na Lombardia, caiu, há mais ou menos dez anos, em conseqüência de um ataque apoplexia, num estado de
morte aparente que se toma, infelizmente, como isso ocorre algumas vezes pela morte real. Quinze dias depois do sepultamento, uma circunstancia fortuita determinou a família pedir a exumação; tratava-se de um medalhão esquecido por inadvertência no caixão; mas o estupor dos assistentes foi grande quando,
na abertura, reconheceu-se que o corpo tinha mudado de posição, que estava virado e, que uma das mãos estava em parte comida pelo defunto. Antonio B… havia sido enterrado vivo; deveria sucumbir sob os apertos do desespero e da fome.
Evocação de Antonio B…
R: Que quereis de mim?
Lembrai-vos das circunstâncias de vossa morte?
R: Ah! Certamente sim!
É certo que fostes enterrado vivo por engano? R: Isso deveria ser assim, porque a morte aparente teve todos os caracteres de uma morte real; eu estava quase exangue. Não se deve imputar a ninguém um fato previsto desde antes de meu nascimento.
Poderíeis descrever as sensações que experimentastes nesse terrível momento?
R: Oh! Que dolorosa prova! Sentir-se encerrado entre quatro tábuas, de maneira a não poder mexer, nem mudar de lugar! Não poder chamar; a voz não ressoando mais num meio privado de ar. Oh! Que tortura senão a de um infeliz que se esforça em vão para respirar numa atmosfera insuficiente e desprovida da parte respirável! AI de mim! Estava como um condenado na goela de um forno, salvo o calor. Ai! Cruel punição de uma cruel e feroz existência!
Dissestes: cruel punição de uma feroz existência; mas vossa reputação, até este dia intacta, não fazia nada supor de semelhante. Podereis nos explicar isto?
R: Certamente, tratei de agir bem em minha última encarnação; mas esse fim fora aceito por mim antes de reentrar na humanidade. Sabei, pois, uma vez que falta vo-lo dizer, que numa existência anterior, eu emparedara a minha mulher, toda viva numa sepultura. Foi a pena de talião que devi me aplicar! “Dente por dente, olho por olho”.
Revista Espírita – Allan Kardec, ano 1861, 4º ano, Conversas familiares além túmulo – A pena de talião, pág. 270/271
OBS; não se encontra na íntegra
Livro dos Espíritos 764 – Jesus Disse: Quem matou pela espada morrerá pela espada. Essas palavras não são a consagração da pena de talião, e a morte infligida ao assassino não é aplicação dessa pena?
_ A pena de talião é a justiça de Deus; é Ele que a aplica. Todos vós sofreis essa pena a todo instante, pois sois punidos pelos pecados que cometeis, nessa vida ou numa outra. Aquele que fez seus semelhantes sofrerem irá encontrar-se numa condição em que sofrerá o mesmo que tiver causado. É esse o sentido dessas palavras de Jesus. Ele também não vos disse: “Perdoais vossos inimigos?” E não vos ensinou a pedir a Deus que perdoe vossas ofensas, assim como vós houverdes perdoado; isto é, na mesma proporção que houverdes perdoado? Compreendei bem isso.
Mateus 26:51-52 “E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão”.
Apocalipse 13:9-10 “Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto”.
A Justiça exige que toda infração à Lei seja punida e desde a origem dos tempos isso tem acontecido, infalivelmente. Aliás, todos os grandes missionários religiosos que tem vindo a Terra, inspirados que foram pelo Alto, estabeleceram em seus códigos a pena de talião, ou seja, castigo igual a culpa.
O “olho por olho e dente por dente”, de Moisés, por exemplo, e o “quem com espada fere, com espada será ferido”, do Cristo, são preceitos que consagram esse princípio fundamental da Justiça.
Moisés, todavia, dava ao ofendido o direito de tirar desforra, pessoalmente e na proporção da ofensa recebida, enquanto o Cristo, surgindo entre nós quando era chegado o momento de os terrícolas darem inicio a uma fase mais avançada de sua evolução espiritual, trouxe como missão ensiná-los a quebrar as cadeias do mal a que se jungiam pela lei de ação e reação. Introduziu nas relações humanas, então, uma nova ética: “amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos tem ódio e orai pelos que vos perseguem e caluniam”, exemplificando-a, ele mesmo, até às últimas conseqüências.
Não deixou, porém, de adverti-los, mui explicitamente: “Se perdoardes aos outros as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados, mas, se não lhes perdoardes quando vos tenham ofendido, tão pouco vosso Pai celestial vos perdoará os pecados”.
Analisando, a fundo, estas novas regras de conduta, percebe-se conterem elas a mesma justiça da pena de talião, com a diferença de que, ao invés de “castigo igual à culpa”, acenam com “prêmio igual ao merecimento”.
Sendo o ofensor perdoado pelo ofendido, ficará sem punição devida?
_ Absolutamente! A Providencia cuidará disso e, seja na mesma existência ou em outra (s) posterior (es), ele “sofrerá o que tenha feito sofre”, não porque apraza a Deus castigar os culpados, mas para que todos se corrijam,, progridam e sejam felizes.
E é assim, deixando-nos experimentar os funestos resultados de nossas más ações, bem como nos ensejando a oportunidade de emendar-nos através das vidas sucessivas, que Deus se revela, a um só tempo, soberanamente justo e misericordioso.
As Leis Morais – Rodolfo Calligaris, cap. A Pena de Talião, Feb, 3ª edição, páginas 103 à 106
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra
Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. – Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; – e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhes entregueis o manto; – e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. – Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (Mateus 5:38-42.)
Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei moisaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos
bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.
Evangelho – cap. XII, Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra, item 7 e 8
Expiação de João Batista – pena de talião
Mateus 11:12-15 “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Mateus 17:10-13 “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista”
Conclusão de prova e Expiação
Mateus 7:13-14 "Entrai pela porta estreita", convida-nos Jesus, "porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem".
Antes de começar sua existência no mundo material o espírito escolhe o gênero de provas ou de expiações, pelas quais terá de passar. Escolhendo ele próprio suas provas e expiações, o espírito usa o seu livre-arbítrio. Aqueles que não cumprirem suas provas ou não suportarem suas expiações terão de recomeçá-las de novo. Os que murmuram; os que não têm paciência nas aflições; os que falam contra a pobreza em que vivem; os que não se contentam com o que possuem; os que usam a riqueza apenas para a satisfação de seus caprichos; os que usam do poder apenas para oprimir os outros; os que se orgulham de seus talentos; todos esses não sabem cumprir suas provas nem suportar suas expiações. Ninguém recebe uma prova ou uma expiação superior a suas forças. O Pai misericordioso e bom só dá a seus filhos um fardo que eles possam carregar.
52 Lições de Catecismo Espírita – Eliseu Rigonatti, 37} Lição, As Provas e as Expiações, pág.74
Em todas as provas que te assaltem os dias considera a quota das bênçãos que te rodeiam. E, escorando-te na fé e na paciência, reconhecerás que a Divina Providencia está agindo contigo e por teu intermédio, sustentando-te em meio dos problemas que te marcam a estrada, para doar-lhes a solução.
Chico Xavier pede licença – Chico Xavier/Herculano Pires-Espíritos diversos – cap.17, Provas e Bênçãos – Emmanuel
É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado
logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.
Evangelho – Cap.V, Causas Anteriores das Aflições, item 10, pág.78
O homem sofre sempre a conseqüência de suas faltas; não há uma só infração à lei de Deus que fique sem a correspondente punição. A severidade do castigo é proporcionada à gravidade da falta.
Indeterminada é a duração do castigo, para qualquer falta; fica subordinada ao arrependimento do culpado e
ao seu retorno a senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento.
Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas, não basta o simples pesar do mal causado; é necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito.
O homem é, assim, constantemente, o árbitro de sua própria sorte; pertence-lhe abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem. Tal a lei, lei imutável e em conformidade com a bondade e a justiça de Deus.
Evangelho – Cap.23 – Da Prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores, item 21
André Luiz; “Deus é Equidade Soberana, não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas. Nossa conduta é o processo, nossa consciência o tribunal”.
O Espírito da verdade – Chico Xavier e Waldo V, cap.82 – Nem castigo nem perdão
Emmanuel; “O Céu começará sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um”.
O Pensamento de Emmanuel – Martins Peralva, cap.38 – Espiritismo e Penas Futuras
Médico Espiritual Casa Dr Leocádio Correa 12/06/2012 (terça-feira)
“Por que prova, expiação, reparação, resgate?
_ Para aprender. Aprender a lição, porque somos doentes, deficitários de conhecimento de Deus”.
Oração de encerramento
André Luiz - Ação e Reação, cap.16 – Débito aliviado
Deus de Bondade, Pai de Infinito Amor, que criaste o tempo como incansável guardião de nossas almas destinadas ao Teu seio, fortalece-nos para a renovação necessária!…
Tu, que nos conheces os crimes e deserções, concede-nos a bênção das dores e das horas para redimi-los, unge-nos com o entendimento de Tuas leis, para que não repilamos as oportunidades do resgate!
Emprestaste-nos os tesouros do trabalho e do Sofrimento, como favores de Tua misericórdia, para que nos consagremos à reabilitação dolorosa, mas justa…
Nós, os prisioneiros da culpa, somos também operários de nossa libertação, ao bafejo de Teu carinho.
O Pai, infunde-nos coragem para que nossas fraquezas sejam esquecidas, inflama em nosso espírito o entusiasmo santo do bem, para que o mal não nos apague os bons propósitos, e conduze-nos pelo carreiro da renunciação para que a nossa memória não se aparte de Ti!…
Que possamos orar como Jesus, o Divino Mestre que nos enviaste aos corações, a fim de que nos rendamos, de todo, aos Teus desígnios!…
Referências Bibliográficas
Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Céu e o Inferno – Allan Kardec
Obras Póstumas – Allan Kardec
O que é o Espiritismo – Allan Kardec
Revista Espírita – Ano 1861 – Allan Kardec
Revista Espírita – Ano 1862 – Allan Kardec
Revista Espírita – Ano 1863 – Allan Kardec
Revista Espírita – Ano 1864 – Allan Kardec
Missionários da Luz – André Luiz
Evolução em dois Mundos – André Luiz
Obreiros da Vida Eterna – André Luiz
Os Mensageiros – André Luiz
Ação e Reação – André Luiz
Vida e Sexo – Emmanuel
O Consolador- Emmanuel
Paciência – Emmanuel/Chico Xavier
Estude e Viva – Chico Xavier
Chico Xavier pede licença – Herculano Pires/Chico Xavier
O Espírito da verdade – Chico Xavier/Waldo Vieira
Cristianismo e Espiritismo – Leon Denis
Evolução para o Terceiro Milênio – Carlos Rizzini
As Vidas de Chico – Marcel Souto Maior
As Leis Morais – Rodolfo Calligaris
52 Lições de Catecismo Espírita – Eliseu Rigonatti
O Pensamento de Emmanuel – Martins Peralva
Estudando o Evangelho – Martins Peralva
Livros e Coletâneas – CELC: Provas e Expiações
O Mensageiro – Revista Cristã do Terceiro milênio
Revista Reformador/Outubro de 2010
Médico Espiritual Casa Dr Leocádio Correa
Bíblia Sagrada
Endereços Eletrônicos
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/celuz/textos/tragedias-coletivas.html
http://www.constelar.com.br/revista/edicao20/joelma1.htm
http://www.forumespirita.net/fe/lei-de-causa-e-efeito/tragedias-e-mortes-coletivas-22833/
http://www.omensageiro.com.br/cursos/csde/93.htm
CELC – Rosane 6/2012