Obsessão e Desobsessão por Manoel Philomeno de Miranda – palestra 30.11.22
Obsessão e Desobsessão por Manoel Philomeno de Miranda
CEL – 30.11.22 – Geisa
“A cruz da obsessão é peso que tomba sempre sobre os ombros das consciências comprometidas”.
Manoel Philomeno de Miranda (14.11.1876 – 14.07.1942)
Manoel Philomeno de Miranda, nasceu em Jangada (nome da antiga fazenda), hoje Siribinha, no município de Conde-BA. Diplomou-se em Salvador pela Escola Municipal da Bahia, hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, colando grau na turma de 1910, como Bacharel em Comércio e Fazenda. Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços. Tomou conhecimento da Doutrina Espírita em 1914 através do médium Saturnino Fávila, na cidade de Alagoinhas-BA, que o curou de uma grave enfermidade de origem obsessiva. Na mesma época, conheceu o valoroso trabalhador espírita baiano José Petitinga, passando a frequentar a União Espírita Baiana (atual Federação Espírita do Estado da Bahia), fundada em 1915.
Presidia as reuniões mediúnicas e os trabalhos do Grupo Fraternidade, e a partir de 1921 passou a integrar a Diretoria da União Espírita Baiana. Sucedeu a José Petitinga na Presidência da União Espírita Baiana, função que exerceu até desencarnar. Durante esse longo período Miranda foi um baluarte do Espiritismo. Onde estivesse, aí estaria a Doutrina e sua propaganda exercida com proficiência de um abnegado. Delicado no trato, mas heroico na luta. Em 1950 o médium Francisco Cândido Xavier psicografou para Divaldo Pereira Franco uma mensagem assinada pelo espírito de Manoel Philomeno, mas somente em 1970 é que esta Entidade se apresentou a Divaldo como um trabalhador atuante na área da desobsessão quando em vida, e que teria prosseguido nesses estudos, após a morte física. Teve início, desse modo, uma parceria mediúnica que trouxe a público diversas obras enfocando o tema “obsessão”, visando auxiliar o seu entendimento e oferecer suporte aos trabalhos mediúnicos nessa área desenvolvidos pelos Centros Espíritas no Brasil. (Fonte: Facebook Mansão do Caminho).
Livros Psicografados
Obras do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografadas pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco: Nos Bastidores da Obsessão 1970; Grilhões Partidos 1974; Tramas do Destino 1976; Nas Fronteiras da Loucura 1982; Painéis da Obsessão 1983; Loucura e Obsessão 1988; Temas da Vida e da Morte 1989; Trilhas da Libertação 1996; Tormentos da Obsessão 2001; Sexo e Obsessão 2003; Entre os Dois Mundos 2004; Reencontro com a Vida 2006; Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos 2008; Transição Planetária 2010; Mediunidade: Desafios e Bênçãos 2012; Amanhecer de Uma Nova Era 2012; Perturbações Espirituais 2015; No Rumo do Mundo de Regeneração 2020.
A Obsessão nas Obras de Manoel Philomeno de Miranda
Os livros de Manoel Philomeno de Miranda, são caracterizados e lidos como romances. Relatos profundos compõem os enredos e as respectivas tramas que envolvem os personagens, baseados em casos verídicos. Embora mantenham o anonimato os verdadeiros protagonistas, participam encarnados e desencarnados desse fantástico litígio entre os dois mundos, um visível, outro invisível. Todo o desenvolvimento das histórias apresenta seres que se deixaram envolver e dominar pelos sentimentos das emoções em desequilíbrios, provocando o exacerbar das paixões, as quais culminaram em ódios, rancores e ressentimentos que os conduziram ao flagelo da obsessão.
Introdução
Pululam ao redor da Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como prova ou expiação e aceita com esse caráter. (A Gênese, Allan Kardec, capítulo 14 – Obsessões e Possessões)
“A obsessão, mesmo nos dias de hoje, constitui tormentoso flagício social. Está presente em toda parte, convidando o homem a sérios estudos. As grandes conquistas contemporâneas não conseguiram ainda erradicá-la. Ignorada propositadamente pela chamada Ciência oficial, prossegue colhendo nas suas malhas, diariamente, verdadeiras legiões de incautos que se deixam arrastar a resvaladouros sombrios e truanescos, nos quais padecem irremissivelmente, até a desencarnação lamentável, continuando, não raro, mesmo após o traspasse…Isso porque a morte continua triunfando, ignorada, qual ponto de interrogação cruel para muitas mentes e incontáveis corações. As disciplinas e doutrinas decorrentes da Psicologia Experimental, nos seus diversos setores, preferem continuar teimosamente arregimentando teorias que não respondem aos resultados da observação demorada e das constatações de laboratório, como se a imortalidade somente merecesse acirrado combate e não investigação imparcial, capaz de ensejar ao homem esperanças e consolações, quando tudo lhe aprece conspirar contra a paz e a felicidade”. (Nos Bastidores da Obsessão – Introdução).
Conceito de Obsessão
– A obsessão é resultado de um demorado convívio psíquico entre dois Espíritos afins, seja pelo amor possessivo que desencadeia as paixões inferiores ou através do ódio que galvaniza os litigantes, imanando-o um ao outro com vigor. (Painéis da Obsessão – Capítulo: Processo desobsessivo)
– Ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo 28. Item 81)
– Domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, capítulo 23, item 237).
O Obsessor
O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, em verdade é alguém colhido pela própria aflição. Ex-transeunte do veículo somático experimentou injunções que o tornaram revel, fazendo que guardasse nos recessos da alma as aflições acumuladas de que não se conseguiu liberar sequer após o decesso celular. Sem dúvida, vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu decerto negativamente na mecânica dos seus malogros, por ser mais fácil encontrar razões de desdita em mãos de algozes imaginários, a reconhecer a pesada canga da responsabilidade que deve repousar sobre os ombros pessoais, como consequência das atitudes infelizes a que cada um se faz solidário. Perdendo a indumentária fisiológica, mas não o uso da razão – embora normalmente deambulando na névoa da inconsciência, com os centros de discernimento superior anestesiados pelos vapores das dissipações e loucuras a que se entregou -, imanta-se por processo de sintonia psíquica ao aparente verdugo, conservando no íntimo as matrizes da culpa, que constituem verdadeiro plugues para a sincronização perfeita entre a mente de quem se crê dilapidado e a consciência dilapidadora, gerando, então, os pródomos do que mais tarde se transformará em psicopatia obsessiva, a crescer na direção infamante de subjugação irreversível. (Grilhões Partidos – Prefácio).
Espíritos perversos que o sofrimento embruteceu, sicários da sociedade que se não modificam ante a derrocada pela morte, dando-se conta do prosseguimento da vida, continuam nas suas nefastas decisões de afligir e infelicitar, comprazendo-se em imiscuir-se nos grupos sociais, fomentando dissensões, ódios, guerras, que lhes facultam embriaguez pelas energias que absorvem vampiriscamente em infindáveis fenômenos de obsessão dolorosa. […] Organizam-se esses Espíritos mais cruéis, em grupos hediondos, nos quais aprimoram métodos e técnicas de que se utilizam para afligir, aprisionar e explorar aqueles que tem o desar de ser-lhes vítimas. (Trilhas da Libertação – Prefácio)
Nem todo Espírito vingador conhece as técnicas de perseguição, mantendo-se imantado ao seu antigo desafeto, em face da lei de afinidade vibratória, isto é, graças a semelhança de sentimentos e de moralidade, o que faculta a plena interação de um com o outro e intercâmbio de emoções de um com outro… (Entre Dois Mundos, capítulo 15).
O Obsediado
Somente há obsediados e obsessões porque há endividados espirituais facultando a urgência da reparação das dívidas. Todo problema, pois, de obsessão, redunda em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal, espiritual. Ninguém se libera da conjuntura da consciência culpada, já que onde esteja o devedor aí se encontra a dívida e, logo depois, o cobrador. É da Lei! No fulcro de toda obsessão estão inerentes os impositivos do reajustamento entre o devedor e cobrador. (Grilhões Partidos – Prolusão).
O ser real é sempre o responsável por todas as ocorrências. Por isso mesmo, pode mudar de domicílio carnal várias vezes, mas onde quer que vá, leva consigo o material e o mobiliário que lhe constituirão a nova habitação, como ocorre com os moluscos gastrópodes. (Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos – capítulo 6)
Os altos índices da criminalidade de todos os matizes e as calamidades sociais espalhadas na Terra, são, todavia, alguns dos fatores predisponentes e preponderantes para as obsessões… os crimes ocultos, os desastres da emoção, os abusos de toda ordem de uma vida ressurgem depois, noutra vida, em caráter coercitivo, obsessivo. (Bastidores da Obsessão – Exórdio).
O candidato ao processo obsessivo é irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter impressionável o intercâmbio, que também pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quando, então, encontrando o desafeto ou a sua vítima dantanho, sente o espicaçar do remorso ou remoer a cólera, abrindo comportas do pensamento aos comunicados que logo advirão sem que se possa prever quando terminará a obsessão, que pode prolongar-se até após a morte. (Nos Bastidores da Obsessão – examinando a obsessão).
Obsessão Simples
Vivendo num permanente intercâmbio, consciente ou inconsciente, os Espíritos – tanto encarnados quanto desencarnados – participamos das vivências no corpo e fora dele. […] Assimilam-se ideias e pensamentos pela simples sintonia da onda própria em que se situam as mentes. Assaltada por vibrações negativas, a mente ociosa ou indisciplinada, viciada ou rebelde, logo registra a interferência e, porque se não ajusta a um programa educativo da vontade, recebe o impulso da ideia, permitindo-se aceitar a sugestão perturbadora, que agasalha e vitaliza sob a natural acomodação dos complexos e recalques, dos comportamentos pessimistas ou exaltados que são peculiares a cada qual. Aceita a indução, forma-se uma tomada para a ligação com a sombra, em regime de intercâmbio psíquico. Fixada a ideia infeliz, os porões do inconsciente desbordam as impressões angustiosas que dormem armazenadas, confundindo-se na consciência com as informações atuais. […] A obsessão simples é parasitose comum em quase todas as criaturas, em se considerando o natural intercurso psíquico vigente em todas as partes do Universo. […] Surgem, como efeito natural, as síndromes da inquietação: as desconfianças, os estados de insegurança pessoal, as enfermidades de pequena monta, os insucessos em torno do obsediado que soma as angústias, dando campo a incertezas, a mais ampla perturbação interior. (Nas Fronteiras da Loucura – Análise das Obsessões)
Obsessão por Fascinação
Estabelecidos os liames da comunicação, o processo continua, no sentido de se firmarem os plugs do canal obsessivo no recipiendário, que a partir daí comparte as suas com as ideias que lhe são insufladas. Na medida em que o campo mental da vítima cede área, essa assimila não apenas a indução telepática, mas também as atitudes e formas de ser do seu hóspede. Nesse interregno, a pessoa perde a noção do ridículo e das medidas habituais que caracterizam o discernimento, acatando sugestões que incorpora, aceitando inspirações como diretrizes que a todos se apresentam como dispartes e que a ela são perfeitamente lógicas. Porque conhecem as imperfeições morais, o caráter e a conduta daqueles aos quais perturbam, os Espíritos inspiram e impõem as ideias absurdas com que objetivam isolar o paciente dos recursos e das pessoas que os podem auxiliar. A fascinação, por isso mesmo, decorre da indolência moral e mental do paciente, e do exacerbar dos seus valores negativos, que são espicaçados habilmente pelo seu antagonista espiritual. Em consequência, os tentames para a libertação se apresentam mais complexos, exigindo abnegação, esforço, assistência continua. (Nas Fronteiras da Loucura – Análise das Obsessões).
Obsessão por Subjugação
No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor assume a governança. É mais grave quando se trata de Espírito mais lúcido, técnica e intelectualmente, que se assenhoreia dos centros cerebrais com a imposição de uma deliberação bem concentrada nos móveis que persegue, manipulando com habilidade os dispositivos mentais e físicos do alienado. Assim a subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente fisiopsiquica. A primeira não implica a perda da lucidez intelectual, porquanto a ação dá-se diretamente sobre os centros motores, obrigando o indivíduo, não obstante se negue a obediência, a ceder a violência que o oprime. Nesse caso, podem irromper enfermidades orgânicas, por se criarem condições celulares próprias para a contaminação por vírus e bactérias, ou mesmo sob a vigorosa e continua ação fluídica dilacerarem-se os tecidos fisiológicos ou perturbar-se o metabolismo geral, com singulares prejuízos físicos… no segundo caso, o paciente vai dominado mentalmente tombando em estado de passividade, não raro sob tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez, o que não afeta o Espírito encarnado propriamente dito, que experimenta a injunção penosa pela qual purga a irresponsabilidade e os delitos passados. Perde temporária ou definitivamente durante a sua atual reencarnação a área da consciência, não se podendo livremente se expressar. Um contínuo aturdimento o toma. A visão, a audição como os demais sentidos confundem a realidade objetiva ao império das vibrações e faixas que registra desordenadamente nas esferas física e na espiritual. O Espírito encarnado movimenta-se num labirinto que o atemoriza, algemado a um adversário que lhe é impenitente, maltratando-o, aterrando-o com ameaças cruéis, em parasitose firme na desconcertada casa mental. Nos processos obsessivos, estão incursas na Lei as pessoas que constituem o grupo familiar e o social do paciente, aí situado por necessidade evolutiva e de resgate para todos. (Nas Fronteiras da Loucura – Análise das Obsessões)
Na subjugação corporal o espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, cap. 23, item 240).
O Caso de Ester – Grilhões Partidos
“Na sua festa de aniversário, Ester fora surpreendida pela agressão de revoltado Espírito que, acoimado por violenta crise de ódio, encontrou na sua sensibilidade mediúnica o campo propício para a incorporação intempestiva quão infeliz. Assenhoreando-se das forças medianímica da jovem, o obsessor, na sucessão dos dias, imantou-se-lhe quanto pôde ao campo psíquico, culminando no lamentável e longo processo de subjugação. Compreensivelmente, Espírito em débito ante dos códigos da Divina Justiça, possuía os requisitos para uma sintonia perfeita, propicia ao agravamento do problema”. (Grilhões Partidos – capítulo 5).
O Grupo familiar
Nenhum membro da sua família, até onde alcançavam as linhas da árvore genealógica, fora portador de alienação mental de qualquer natureza. O lar sustentava-se sobre admiráveis bases de equilíbrio moral, emocional, econômico, e Ester jamais revelara qualquer traço de desequilíbrio, insegurança, nevrose… filha extremosa, possuía excelentes qualidades intelectuais de que dava mostras na escola onde era modelo, amada por todos, mestres e amigos. (Grilhões Partidos – cap.3).
Vinculados os Espíritos no agrupamento familiar pelas necessidades da evolução em reajustamentos recíprocos, no problema da obsessão, os que acompanham o paciente estão fortemente ligados ao fator predisponente, caso não hajam sido os responsáveis pelo insucesso do passado, agora convocados à cooperação no ajustamento das contas. (Grilhões Partidos – Prefácio, item 4)
Subjugação Deformadora
Os fenômenos de licantropia, de zoantropia e monoideísmos diversos produzem a degenerescência da harmonia molecular do perispírito, que aprisiona a vítima a mentes mais poderosas, conhecedoras do mecanismo da evolução, embora profundamente vinculadas ao mal. Sucede que as inteligências cultivadas, que se esquecem de Deus e do amor, simbolizadas na figuração do anjo caído, se ensoberbecem e pensam poder atuar na condição de pequenos deuses. Tornam-se entidades infinitamente infelizes, que pululam nas regiões inferiores do planeta, atribuindo-se o controle de muitas vidas, que delas, infelizmente, necessitam, assenhoreando-se lhes da condução mental e interferindo no seu comportamento. (Nas Fronteiras da Loucura – capítulo 27).
Obsessão e Enfermidade
O pensamento é sempre um dínamo vigoroso que emite ondas e que registra vibrações, em intercâmbio ininterrupto nas diversas faixas que circulam a Terra. Mentes viciadas e em tormento, não poucas vezes escravas da monoideia obsessiva, sincronizam com outras mentes desprevenidas e ociosas, gerando pressão devastadora. […] Muitos processos graves de alienação mental têm início quando os seres constrangidos por essa força possuidora, ao invés de a repelirem, acalentam-lhe os miasmas pertinazes que terminam por assenhorear-se do campo em que se espalham. Em casos dessa natureza, o agente opressor influência de tal forma o paciente perturbado que não é raro originar-se o grave problema do vampirismo espiritual por processo de absorção do plasma mental. (Nos Bastidores da Obsessão – examinando a obsessão).
Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação traz, em forma de matrizes vigorosas no perispírito, o de que necessita para a evolução. Imprimem-se, então, tais fulcros nos tecidos em formação da estrutura material de que se utilizará para as provações e expiações necessárias. Se se volta para o bem e adquire títulos de valor moral, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo… Se, todavia, por indiferença ou por prazer, jornadeia na frivolidade ou se encontra adormecido na indolência, no momento próprio desperta automaticamente o mecanismo de advertência, desorganizando-lhe a saúde e surgindo, por sintonia psíquica, em consequência do desajustamento molecular no corpo físico, as condições favoráveis a que os germens-vacina que se encontram no organismo proliferem, dando lugar às enfermidades desta ou daquela natureza. Outras vezes, como os recursos trazidos para a reencarnação em forma de energia vitalizadora, não foram renovados, ou, pelo contrário, foram gastos em exageros, explodem as reservas e, pela queda vibratória que atira o invigilante noutra faixa de evolução, a sintonia com entidades viciadas, perseguidoras e perversas, se faz mais fácil, dando início aos demorados processos obsessivos. No caso de outras enfermidades mentais, a distonia que tem início desde os primórdios da reencarnação vai, a pouco e pouco, desgastando os depósitos de forças especificas e predispondo-o para a crise que dá início a neurose, a psicose, ou às múltiplas formas de desequilíbrio que passa a sofrer, no corredor cruel e estreito da loucura. (Grilhões Partidos – Prefácio)
No organismo vem impressas as necessidades de cada um, a se traduzirem como deficiências, limitações, coarctações, problemas de saúde…idiotia, oligofrenia, mongolismo, epilepsia, psicoses várias, esquizofrenia, demência são terapêuticas de que se utiliza a Justiça Divina para alcançar os Espíritos doentes, que tentam fugir à verdade, mancomunados com o crime e a ilusão. Para que tais cometimentos se realizem, entram em jogo os programas cromossomáticos e genéticos, tão bem estudados por Gregor Mendel no século passado, encarregados de expressarem durante a reencarnação os impositivos redentores. (Grilhões Partidos – Capítulo 11).
Ninguém se exime as consequências da culpa. Essa insculpe na tecelagem sutil e poderosa do perispírito o de que tem necessidade para anular o gravame. (Grilhões Partidos, capítulo 12).
Epilepsia
– “A Epilepsia é conhecida desde remotas eras, particularmente na Antiguidade clássica, quando se acreditava que Hércules fosse epilético, daí se derivando a designação de morbushercules. É também sabido que as sacerdotisas experimentavam convulsões de caráter punitivo, dando origem ao morbusdivinus. Por muito tempo acreditou-se na influência da lua como desencadeadora de crises, facultando a denominação de morbuslunaticus e, por fim, entre outros nomes e causas, o morbusdemoniacus, por suposição de que os pacientes eram possuídos por seres demoníacos. Nessa última classificação, incluímos os episódios mediúnicos-obsessivos, que certamente alguns psiquiatras e neurologistas não consideram legítimos”.
– “A epilepsia não perturba a inteligência, podendo encontrar-se pacientes idiotas como intelectualizados. Lamentavelmente, como irrompe de surpresa, leva sua vítima a complexos de inferioridade, graças à insegurança em que vivem, não sabendo quando pode ocorrer um episódio ou crise. Esse caráter faculta-lhes reações inesperadas, mesmo em decorrência de acontecimentos de pequena monta. Tal crise pode ser precedida de uma aura psíquica, sensitiva, sensorial, motora, mediante pequeno tremor, visões, percepções de sons inexistentes, falsa sensações gustativas, olfativas, tácteis, cenestésicas… Alguns pacientes, as vezes, presentem os ataques em razão de determinadas percepções…” (Trilhas da Libertação – capítulo: O Calvário de Adelaide)
Enfermidades Simulacros
A incidência da mente cruel sobre os delicados tecidos orgânicos termina por afetá-los, desorganizando a mitose celular, produzindo distúrbios funcionais, qual ocorre nos aparelhos digestivo e cardiovascular, abrindo campo no sistema imunológico para a instalação das doenças. No início do processo, a enfermidade é mais psíquica do que física, isto é, as sensações são absorvidas diretamente do Espírito doente, perispírito a perispírito, impregnando o corpo hospedeiro da parasitose até este incorporar a energia deletéria que o desgasta no campo vibratório, atingindo, a breve prazo, a organização fisiológica. O número de portadores de doenças orgânicas simulacro, cuja procedência é obsessiva, é muito maior do que pode parecer. (Entre os Dois Mundos. Capítulo 15: Parasitoses físicas.)
As enfermidades simulacros são aquelas nas quais os enfermos, dotados de mais aguçada sensibilidade mediúnica, absorvem os fluidos desarmonizados e destrutivos de Espíritos desencarnados com os quais se vinculam, dando campo a uma sintonia vigorosa que permite a transmissão das sensações e dores dos segundos para os que lhes sofrem a ação, afligindo e submetendo nestes as resistências que, se não atendidas em tempo, se convertem em enfermidades reais. Tornam-se verdadeiros fenômenos de incorporação, qual ocorre na psicofonia atormentada e consciente. O mais lamentável, porém, é que esta ocorrência faz-se mais habitual do que se imagina (Painéis da Obsessão – Capítulo 6).
Obsessão e o Sentimento de Culpa
No capítulo das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva. Daí, só existem obsidiados porque há dividas a resgatar. […] A culpa consciente ou inconsciente instalada no domicilio mental, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habilitando-as a intercâmbios mórbidos. De início é uma vaga ideia que se assoma, depois, que se repete com insistência, até insculpir no receptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave. Em razão disso, não existe obsessão apenas causada por um dos litigantes, se não houver sintonia perfeita do outro. Quanto maior for a permanência do intercâmbio com o hospedeiro domiciliado no corpo – e entre encarnados o fenômeno é equivalente -, mais profunda se tornará a indução obsessiva, levando à alucinação total. A mente viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta do obsessor, perde o controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerência celular em forma de cânceres, tuberculose, hanseníase e outras doenças de etiopatogenias complexas, que a Ciência vem estudando. (Painéis da Obsessão – Introdução).
Obsessão Sutil e Perigosa
É aquela que passa quase despercebida e se instala vagarosamente e firmemente nos painéis mentais, estabelecendo comportamentos equivocados com aparência respeitável. Apresenta-se em pessoas que denotam grave postura e sabem conquistas outras pela facilidade de comunicação verba, tornando-as afáveis e gentis desde que ano tenham os seus caprichos e interesses contrariados. Adotam comportamentos parasitas que os credenciam a supor-se mérito que não possuem. Interiormente, vivem sob conflitos que disfarçam com habilidade, saí nascendo dessa dupla atitude para com a vida, situações neurotizastes que desarticula o equilíbrio emocional. São galantes, em grupo, e, a sós, taciturnos; idealistas, na comunidade, aplicando teorias verbais, que não demonstram em atos, porque não creem nelas; cordiais exteriormente, todavia, arrogantes e sem resistências para as lutas morais. Nesse clima psíquico, que ressuma das experiências de vidas passadas, hospeda-se o agressor desencarnado que insufla maior dose de indiferença pelos problemas alheios, desbordando o egocentrismo que termina por aliená-los enquanto agasalham e vitalizam as paixões dissolventes. Esse tipo de perturbação espiritual é mais difícil de erradicado, em razão de o paciente negar a sua situação de enfermo, antes comprazendo-se nela, porque o narcisismo a que se entrega, converte-se em autofascinação por valores que se atribui e está longe de os possuir, anulando qualquer contribuição que lhe é oferecida. (Painéis da Obsessão – capítulo 24).
Obsessão e Mediunidade
A presença da obsessão no homem é síndrome de mediunidade nele presente. A direção moral e a atividade que se apliquem a essa faculdade responderão, de futuro, pelos resultados que se incorporarão ao modus vivendi da pessoa. Regularizado o problema da obsessão, abrem-se as possibilidades mais amplas para o exercício das faculdades mediúnicas. Liberado do esquema de dificuldade pessoal, não implica, de imediato, haver-se resgatado a dívida. Além disso, nasce o dever de contribuir em favor do próximo envolvido em inquietações semelhantes ou de outra natureza. Eis por que a caridade é o caminho da paz e ao lado do conhecimento faz-se a fonte abençoada da autoiluminação. (Nas Fronteiras da Loucura, capítulo 31)
Os Gênios das Trevas (Trilhas da Libertação)
“Não ignoramos que o intercâmbio de energias psicofísicas entre os seres inferiores desencarnados e os homens é muito maior do que se imagina. Legiões de dezenas de milhões de criaturas de ambos os planos se encharcam de vitalidade, explorando-se, umas às outras, mediante complexos processos de vampirização, simbiose, dependência, gerando uma psicosfera morbífica, aterradora. Para sustentarem tão tirânica interdependência, são criados mecanismos e técnicas contínuas de degradação das pessoas, que espontaneamente se deixam consumir por afinidade com os seres exploradores, viciados inclementes, amolentados secularmente na extravagante parasitose. Pululam incontáveis os casos dessa natureza. Enfermidades degenerativas do organismo físico, desequilíbrios mentais desesperadores, disfunções nervosas de alto porte, contendas, lutas, ódios, paixões asselvajadas, guerras e tiranias têm a sua geratriz nesses antros de hediondez, onde as Forças do Mal, pretendem opor-se a Deus e tomar-lhe o comando. Vão e inqualificável desvario este do ser humano inferior!”
Programa Estabelecido
- O Sexo – O homem é um animal sexual que se compraz no prazer. Deve ser estimulado ao máximo, até a exaustão, aproveitando-lhe as tendências, e quando ocorrer o cansaço, levá-lo aos abusos, às aberrações. Direcionar esse projeto aos que lutam pelo equilíbrio das forças genésicas é o empenho dos perturbadores. […] Se advier o despertamento tardio, as consequências do compromisso já serão inevitáveis, gerando decepções e problemas, sobretudo causando profundas lesões na alma. O plasma do sexo impregna os seus usuários de tal forma que ocasiona rude vinculação, somente interrompida com dolorosos lances passionais de complexa e difícil correção.
- O Narcisismo é o filho predileto do egoísmo e pai do orgulho, da vaidade, inerentes ao ser humano. […] O orgulho entorpece os sentimentos e intoxica o indivíduo, cegando-o e enlouquecendo-o. […] pavoneando-se, exibindo-se, o indivíduo desestrutura-se e morre os objetivos maiores para cuidar apenas do exterior, do faustoso – a mentira de que se insufla.
- O poder tem prevalência na natureza humana. Remanescente dos instintos agressivos, dominadores e arbitrários. […] o poder é alçapão que não poupa quem quer que lhe caia na trama. Ademais a morte advém, e a fragilidade diante de outras forças aniquila o iludido.
- O dinheiro, que compra vidas e escraviza almas. A ambição da riqueza, mesmo que mascarada, supera a falsa humildade, e o conforto amolenta o caráter, desestimulando os sacrifícios. Sabe-se que o Cristianismo começou a morrer, quando o martirológico foi substituído por destaque social e o dinheiro comprou coisas, pessoas e até Reino dos Céus, aliciando mercenários para manter a hegemonia da fé.
Quem poderá resistir a essas quatro legítimas verdades? Aquele que vencer uma ou mais de uma tombará noutra ou em várias ao mesmo tempo.
Tratamento para Obsessão
Quando são tomadas as primeiras providências para a terapia desalienante surgem os efeitos mais imediatos, como decorrência dessa atitude:
1) a revolta do inimigo, que muda a técnica da agressão, reformulando a sua programática perseguidora, mais atacando a presa com o objetivo de desanimá-la;
2) enseja uma falsa concessão de liberdade, isto é, afrouxa o cerco, antes pertinaz, permanecendo, porém em vigília, aguardando oportunidade para desferir um salto fatal, no qual triunfem os seus planos infelizes. Na primeira hipótese, a vítima, não adestrada no conhecimento da desobsessão, porque se sente piorar, raciocina erradamente, que a medicação lhe está sendo mais prejudicial do que a enfermidade e, inspirada pelo cômpar (semelhante), planeja abandonar o procedimento novo, o que, as vezes, realiza, permitindo à astuta entidade liberá-lo, momentaneamente, das sensações constritoras para surpreendê-lo, mais tarde, quando as suas reservas de forças sejam menores e os recursos de equilíbrios se façam pouco viáveis.. no segundo caso, sentindo-se menos opresso, o obsediado se crê desobrigado dos novos compromissos e volve às atitudes vulgares de antes, tombando posteriormente, na urdidura hábil do seu vigilante carcereiro espiritual. Jesus afirmou com razão, que o “Espírito imundo ao sair do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso, e não achando, diz: voltarei para minha casa donde saí; ao chegar, acha-a varrida e adornada. Depois vai, e leva consigo mais sete Espíritos piores do que ele, ali entram e habitam; o último estado daquele homem fica sendo pior do que o primeiro”. Sempre é conveniente recordar que todo obsediado de hoje é algoz de ontem que passou sem a conveniente correção moral, ora tombando na maldade que ele próprio cultivou”. (Painéis da Obsessão – capítulo 20)
Os tratamentos da obsessão, são complexos impondo alta dose de renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister e do paciente depende a maioria dos resultados. A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que, através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade. (Nos Bastidores da Obsessão – examinando a obsessão).
“Grande parte do êxito em quaisquer processos desobsessivos, depende do próprio enfermo, após receber a ajuda superior, que o predispõe ao entendimento da problemática e ao discernimento das responsabilidades”. (Nas Fronteiras da Loucura – capítulo 30).
“Nos processos de desobsessão de qualquer natureza, as conquistas morais do paciente são-lhe o salvo conduto para o trânsito sem problemas durante a sua vilegiatura carnal. Isso porque, liberado da constrição afligente, começa-lhe o período da recuperação dos débitos passados mediante outras provações de que necessita e de testemunhos que lhe aferirão as novas disposições abrigadas da alma. À dor-resgate segue-se a dor-conquista, mediante a qual o Espírito se supera, autodoando-se em favor dos semelhantes e contribuindo para a mudança da paisagem sofrida do planeta.” (Painéis da Obsessão – capítulo 25)
A evangelização do Espírito desencarnado é de suma importância, mas, igualmente, a da criatura humana que se emaranhou da delinquência e ainda não se recuperou do delito praticado”. (Painéis da Obsessão – capítulo 24)
Basta somente afastar o Obsessor?
Pensa-se, com leveza, que o simples afastamento do obsessor faculta a recuperação plena do obsediado. Em todo aquele que sofre perseguição espiritual, encontramos os resíduos maléficos dos seus atos desvairados, aguardando superação. Não se resgatam dívidas somente com boas intenções. Elas são o primeiro passo para as ações dignificadores que libertam, não, porém suficientes para a sua quitação. […] “Educar é fácil, mesmo com os empecilhos que se apresentam; reeducar é mais complicado, corrigindo os hábitos malsãos e instalando os dignificantes”. (Trilhas da Libertação – Capítulo: Diálogos Esclarecedores).
Quando as criaturas se derem conta do intercâmbio, da interferência dos Espíritos nas suas vidas, e, instruídos nas técnicas de equilíbrio moral e emocional, agasalharem as ideias superiores, que lhes serão psicoterapia excelente e salvadora, mudarão a paisagem das aflições humanas para melhor. Antes de resvalarem pela rampa da revolta ou da depressão, do vício ou da violência, aprenderão a precatar-se contra o mal e a vitalizar o bem, poupando-se muitas dores que a sua invigilância lhes acarreta. (Trilhas da Libertação – capítulo: Noite de Angústias).
“Todo aquele que defrauda a lei, sofre as consequências do ato arbitrário, que, por sua vez se converte e, automático agente punitivo, levando o infrator ao reajuste.” (Painéis da Obsessão – capítulo 11)
“Os indivíduos tornam-se presas fáceis dos seus antigos comparsas, tombando nos processos variados de alienações obsessivas, porque, além de se descurarem da observância espiritual da existência, mediante atitudes salutares, comportamento equilibrado e vida mental enriquecida pela prece, pela reflexão, não se esforçam por libertar-se dos aborrecimentos e problemas desgastante, mediante a aplicação dos recursos físicos e especialmente dos mentais, por acomodação preguiçosa ou por uma dependência emotiva, infante, que sempre transfere responsabilidades para os outros e prazeres para si.” (Painéis da Obsessão – capítulo 11)
Antídoto para a Obsessão
– Mudança do comportamento errado, das atitudes inferiores e vícios, adotar um comportamento salutar, baseado nos ensinamentos de Jesus Cristo;
– Comunhão mental com Deus através da meditação sadia e da oração. A oração desdobrada na ação superior representa a psicoterapia antiobsessiva mais relevante que está ao alcance de todos;
– Doar-se ao trabalho no bem e no auxílio ao próximo que traz equilíbrio e concentração e desconecta os “plugs” que dão ligação as mentes inferiores;
– Buscar vivenciar como o homem de bem, que está no Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo 17, item 03.
– Aprender a pensar, sair da acomodação mental.
“A simples candidatura ao bem não torna bom o indivíduo, tanto quanto a incursão no compromisso da fé a ninguém, de imediato, faz renovado. O burilamento das anfractuosidades morais, através do esforço continuado, é trabalho de largo tempo, merecendo respeito não somente os triunfadores, quanto aqueles que persistem e agem sem descanso, mesmo quando não colimam prontamente os resultados felizes”. (Painéis da Obsessão – capítulo 24).
“O Espírito é criado para amar. O amor, todavia, que jaz inato em todas as criaturas pode ser educado, desenvolvido, ampliando a sua capacidade doadora, a fim de que se possa expressar em toda a sua pujança e grandeza”. […] Com tal capacidade interior de amar, não há como agasalhar as induções perniciosas dos perseguidores desencarnados, que são rechaçadas pelo otimismo, pela reflexão e segurança emocional”. (Painéis da Obsessão – capítulo 11)
Os membros das Reuniões de Desobsessão
Faz-se imprescindível, na desobsessão, quando se pretende laborar em equipe: harmonia de conjunto; elevação de propósitos; conhecimento doutrinário; concentração; conduta moral e sadia; equilíbrio interior dos médiuns e doutrinadores; confiança, disposição física e moral; circunspecção, médiuns adestrados, atenciosos; lucidez do preposto para os diálogos, pontualidade. (Grilhões Partidos – Introdução – A equipe de trabalho).
De bom alvitre, portanto, é que os membros das atividades desobsessivas resguardem-se ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior, na caridade, precatando-se de sofrer o desforço daqueles que se veem frustrados nos planos nefastos de perseguição. Sabendo-se em desbaratamento, não poucas vezes, investem furibundos, contra os trabalhadores de boa vontade domiciliados na matéria, agredindo-os, arremessando-lhes pessoas violentas, maledicentes ou cruéis com o objetivo de descoroçoá-los no ministério socorrista com que lhes facilitaria o prosseguimento do programa infeliz. Vendo-se impossibilitados de impedir a ação benfazeja dos Numes Tutelares, recorrem a projetos escabrosos, desanimadores e prejudiciais, a fim de crucificarem os operários da caridade no mundo. (Nas Fronteiras da Loucura – capítulo 29).
Suportem o cerco das tentações com estoicismo e paciência, certos de que o Pai não lhes negará socorro nem proteção, proporcionando-lhes o que seja mais importante e oportuno. Ademais, não receiem as calunias dos injuriadores que os não consigam derrubar. Quando influenciados pelos assessores dos gênios (mal), mantenham-se intimoratos nos ideais abraçados. A vitória tem a grandeza da dimensão da luta travada (Trilhas da Libertação – capítulo: Os Gênios das Trevas).
Compreensível que a fúria dos mantenedores (chefes), volte-se contra todos aqueles que se dedicam ao bem, que lutam contra o crime e a hediondez, particularmente os espíritas sinceros que tem a tarefa de promover a sociedade, preparando melhores dais para a humanidade do porvir. Da mesma forma, agem contra os médiuns que são os instrumentos da revelação desses antros de vergonha e horror, tentando explorá-los psiquicamente, desmoralizá-los para destarte, anularem o efeito das suas informações libertadoras. […] Quando um médium ou outra pessoa qualquer, particularmente o sensitivo, cai-lhe nas urdiduras, estuam de júbilo e se creem fortalecidos para continuarem o louco afã, que termina por enredá-los, a eles próprios, obrigando-os ao despertamento à reencarnação. (Trilhas da Libertação – Prefácio).
Responsabilidade dos Médiuns
Tendo em vista a magnitude das intervenções desta natureza, a responsabilidade daqueles que se dedicam as práticas desobsessivas é muito grande, exigindo a presença de pessoas responsáveis, sérias, dedicadas e ricas de sentimentos de amor. É claro que não podemos esperar que as equipes sempre se encontrem possuidoras desses requisitos. No entanto, como vivemos em continua aprendizagem, cabe-nos trabalhar incessantemente para nos melhorar, ao invés de nos deixarmos arrastar pela monotonia e pelo deslocamento mental durante as reuniões. Cada membro do grupo mediúnico, desse modo, deve assumir responsabilidade que auxiliem o conjunto. A mediunidade é somente a faculdade que o organismo expressa. A sua função é neutra, cabendo àquele que é portador a consciente aplicação dos seus inestimáveis recursos a serviço do bem, assim como ao orientador espiritual valores morais para manter o clima de equilíbrio e ordem, indispensável em quaisquer serviços dignificantes (Transtornos psiquiátricos e Obsessivos – capítulo 6).
Conclusão
Os fenômenos espíritas de nossos dias, mais generalizados e mais bem observados à luz da Razão e com o auxílio da Ciência, confirmaram, é certo, a intervenção de inteligências ocultas, porém que agem dentro de leis naturais e revelam por sua ação uma nova força e leis até então desconhecidas. (O Céu e o Inferno, Allan Kardec, primeira parte, cap. 10).
“A Lei de Deus é de amor, base da Criação. Todos os códigos do equilíbrio resultam da observância desse dispositivo estrutural da vida. Quando alguém desrespeita a harmonia que vige em toda parte e prejudica o próximo tomba, incurso no processo de restauração da ordem, mediante ações dignificantes ou através do sofrimento que resulta do desconcerto provocado”. (Nas Fronteiras da Loucura – capítulo 30)
“A Lei divina não é punir, mas educar, corrigir, levar o faltoso à reparação. Na prática do dever, em razão dos esforços até mesmo dos sacrifícios que são necessários para uma existência correta, o ser expia, depura-se dos atavismos perniciosos, corrigindo a visão a respeito da vida e as inclinações perturbadoras que nele remanescem. Mas isto, somente, não basta. É imprescindível a reparação. Não a podendo direcionar à vítima, por esta ou aquela razão, encaminha-a a outrem, igualmente criatura de Deus, desse modo resgatando o mal que praticou contra a ordem, o progresso, naquela ocasião representados em quem se lhe tornou vítima. N o bem que hoje pratica, reconquista o equilíbrio que foi perturbado, por meio de quem se lhe torna beneficiário. O compromisso é para com a Vida, e não com pessoas que de certo modo, são-lhe a representação.” (Trilhas da Libertação – O Calvário de Adelaide)
Bibliografia
Nos Bastidores da Obsessão;
Grilhões Partidos;
Nas Fronteiras da Loucura;
Trilhas da Libertação;
Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos;
Painéis da Obsessão;
Entre Dois Mundos;
O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Céu e o Inferno e Obras Póstumas – Allan Kardec